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CONTABILIDADE DE
ATIVOS RELEVANTES

Professora Mestre
Andréa Silveira
2019

ORIENTAÇÃO ACADÊMICA

Contabilidade de Ativos Relevantes


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OBJETIVOS DA DISCIPLINA
• Analisar e estimar os aspectos relevantes à aplicação das NBC-
TGs* no reconhecimento e mensuração de ativos relevantes;

• Identificar o efeito na posição patrimonial (BP) e no


desempenho (DRE) das empresas em decorrência de operações
envolvendo ativos relevantes; e

• Elaborar as demonstrações contábeis (BP, DRE e DFC) em


conformidade com as NBC-TGs em relação a transações
recorrentes que envolvam ativos.

* NBC – TG – Normas Brasileiras de Contabilidade-Técnica Geral (CPC) convergidas para as IFRS –


Internacional Financial Reporting Standards

EMENTA DA DISCIPLINA
Revisão da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
Relatório Contábil-Financeiro. Conceitos fundamentais e suas
classificações; Momentos e requerimentos para reconhecimento contábil;
Técnicas de mensuração inicial e subsequente; Momentos e
requerimentos para baixa; Apresentação nas Demonstrações Contábeis
e Divulgação em Notas Explicativas; Julgamentos profissionais e as
estimativas mais significativas para contabilização dos seguintes Ativos
Relevantes: Instrumentos Financeiros básicos; Estoques; Ativos Biológicos,
Imobilizado; Propriedades para Investimentos e Ativo Intangível (exceto
Goodwill).

Contabilidade de Ativos Relevantes


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PLANO DE AULAS
UD ITEM AULA CPC/FL NI

Aspectos Introdutórios:
1
O estado da “arte”

Estrutura Conceitual
2 1 CPC 00 Framework
Atividade de Nivelamento
Framework
3 Bases de Mensuração 2 CPC 00

Perda pela Redução ao Valor Tema transversal nos CPCs


4 2 correspondentes e CPC 01
Recuperável - Impairment
Estoques
5 3 CPC 16 IAS 2

Instrumentos Financeiros CPCs 39, 40 e IAS 32, 39


6 3
Básicos 48 IFRS 9

PLANO DE AULAS
UD ITEM AULA CPC/FL NI

7 Ativo Imobilizado 3 CPC 27 IAS 16

Propriedade Para
8 4 CPC 28 IAS 40
Investimento

9 Ativo Intangível 4 CPC 4 IAS 38

10 Ativo Biológico 4 CPC 29 IAS 41

Caso Integrativo 4

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Bases de Pesquisas
Sites utilizados neste trabalho:

1. www.bmfbovespa.com.br
2. www.cpc.org.br
3. www.ifrs.org

Empresas citadas neste trabalho (Notas Explicativas publicadas):

1. MAGAZINE LUIZA S/A (Declaração de Conformidade)


2. AMBEV S/A (Bases de Mensuração)
3. AREZZO S/A (Estoques)
4. JBS S/A (Ativos Biológicos)
5. LOJAS RENNER S/A (Instrumentos Financeiros)
6. WEG S/A (Imobilizado)
7. MULTIPLAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A (Propriedades)
8. CONCESSIONÁRIAS DE RODOVIAS DO OESTE DE SP (Intangíveis)

BIBLIGRAFIA RECOMENDADA
1. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC. São Paulo:
Atlas, 2014.
2. _ ALMEIDA, José Elias Feres de; et al. Contabilidade das pequenas e médias empresas. Rio de
Janeiro: Elsevier-Campus, 2014.
3. _ HERNANDEZ, José; OLIVEIRA, Luís. Contabilidade Avançada. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
4. _ MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo dos; IUDÍCIBUS, Sérgio de.
Manual de Contabilidade Societária. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2018.
5. _ SZUSTER, Natan; CARDOSO, Ricardo Lopes; SZUSTER, Fortunée Rechtman; SZUSTER, Fernanda
Rechtman; SZUSTER, Flávia Rechtman. Contabilidade Geral. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2013.
6. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R1), Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação
de Relatório Contábil Financeiro.
7. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1), Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
8. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1), Ativo Intangível.
9. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 12, Ajuste a Valor Presente.
10. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1), Estoques.
11. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 27, Ativo Imobilizado.
12. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 28, Propriedade para Investimento.
13. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 29, Ativos Biológicos e Produtos Agrícolas.
14. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 31, Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação de
Descontinuidade.
15. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 46, Mensuração do Valor Justo.
16. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC 48, Instrumentos Financeiros.
17. _ CPC. Pronunciamento Técnico CPC PME (R1), Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
com Glossário de Termos.

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METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO
1. A prova é individual, sem consulta, valendo 7 pontos e poderá ser realizada com o uso de
calculadora desde que não seja função de equipamentos eletrônicos com acesso à internet,
celular ou arquivos;
2. Até orientação contrária da coordenação acadêmica, a prova não contemplará questões da FGV;
3. A avaliação será completada por atividades em sala de aula as quais valem até 3 pontos;
4. A prova NÃO TEM TEMPLATES para preenchimento. As questões terão desenvolvimento obrigatório,
mas, em formato livre a ser elaborado pelo estudante. A prova conterá questões teóricas e práticas. A
prova de verificação final será integralmente de conteúdo teórico.
5. As atividades em sala de aula terão atribuição de até 3 pontos proporcionais às questões
desenvolvidas corretamente pelo estudante;
6. Os estudantes que faltarem as aulas poderão realizar atividades extras para reposição das pontuações
perdidas em sala de aula;
7. Os estudantes que faltarem o último dia de aula, mesmo que tenham recebido a pontuação
das demais aulas, receberão pontuação zero para o trabalho e deverão encaminhar, para o
e-mail do professor, o controle de pontuação de trabalho para retificação da nota.
8. A verificação semestral é totalmente teórica e objetiva com as questões baseadas nos slides.
9. Como fonte mínima de estudos para a avaliação, o estudante deverá usar a apostila e o
sumários dos CPCs mencionados na bibliografia recomendada.

Controle de pontuação
Nome do Estudante:__________________
Unidade da FGV: _______ Data: __/__/__

Conteúdo das Atividades Pontuação Visto


Aula/ (dependendo do local das aulas, esta
ATV pontuação poderá ser dividida em 5 aulas,
sendo atribuído 0,60 ponto para cada
encontro.)

Revisão da Estrutura Conceitual


1/4
Atividade de Nivelamento

Bases de Mensuração e
2/4
Perda pela Redução ao Valor Recuperável

Estoque, Instrumentos Financeiros Básicos e


3/4
Imobilizado

Propriedade para Investimentos, Ativos


4/4 Intangíveis (exceto Goodwill) e Ativos
Biológicos

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NO CASO DE AUSÊNCIA DO ESTUDANTE


Orientações para a Tarefa:
1. Elaborar um caso comparativo com base em notas explicativas publicadas por 2
sociedades anônimas de capital aberto do mesmo segmento. O caso deverá
contemplar um dos temas abordados na aula em que o estudante esteve ausente.
2. Os temas de cada aula estão no plano de pontuação do slide anterior.
3. Notas explicativas de empresas encontram-se disponíveis no site:
www.bmfbovespa.com.br/empresaslistadas
4. Uma sugestão de modelo de trabalho está na última página do item 3 da apostila.
5. O trabalho deverá ser anexado ao e-mail do professor.
6. O estudante ao enviar o trabalho autoriza a divulgação do mesmo como casos em
sala de aula com a citação da autoria da pesquisa.
7. O trabalho não abona a falta do estudante.
Prazo:

Enviar para o e-mail do professor (andreaasmonteiro@gmail.com) até o dia da


prova realizada pelo estudante (1ª ou 2ª chamada).

AULA 1/4
1. Aspectos Introdutórios: O estado da “arte”
2. Revisão da Estrutura Conceitual – CPC 00
3. Atividade de Nivelamento

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UD 1:

Aspectos
Introdutórios:
O estado da
“arte”

Um rápido “sobrevoo” sobre a


contabilidade nas empresas

1. A contabilidade como uma ciência social aplicada;

2. A adoção das normas internacionais de contabilidade;

3. O sistema de divulgação das informações contábeis;

4. A contabilidade societária x contabilidade gerencial.

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Afinal, quanto vale uma vaca na Índia?

Um breve histórico da “Adoção IFRS”

ANO 1973 2001 2005 2008 2008 2009 2009 2010 2012 2014 2017

QUEM IASC IASB CPC GOV FED CPC GOV FED CPC EMPRESAS CFC GOV FED CPC

ALTERA- EMISSÃO ALTERA- EMISSÃO REGU- EMISSÃO


O QUÊ CRIAÇÃO SUCESSÃO CRIAÇÃO ÇÃO LEI DAS NBC - ÇÃO LEI DAS NBC - ADOÇÃO MEPP LAÇÃO DAS NBC
6.404/76 TG 6.404/76 TG FISCAL - TG

CPCs
para
LEI CPCs parte LEI CPCs parte Res Lei
DOC IAS IFRS NBC TG DF e NEs 2018
11.638/07 e revisões 11.941/08 e revisões 1.418 12.973
CPC 47 e
48

Contabilidade de Ativos Relevantes


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Tipos de Adoção:
1. PLENA (FULL): Quando a adoção implica, obrigatoriamente, na observação de
todos os CPCs. Cada CPC trata de um tema específico e sua aplicação pode
ocorrer de forma combinada com outros CPCs ou legislações pertinentes e
sempre em consonância com a estrutura conceitual.

2. PME: Quando a adoção se dá com base em um conjunto completo de CPCs e


sua adoção não é combinada. Existem algumas simplificações de aplicações
sobre determinados temas, quando comparados com o CPC relativo à adoção
plena.

3. SIMPLIFICADA: Quando a adoção se dá, opcionalmente, de forma


simplificada. Neste caso, toma-se como base a resolução 1.418/12, posterior
interpretação ITG 1000 e a orientação OTG 1000 que simplificaram. Estes
documentos simplificaram de forma considerável, a aplicação das normas
permitindo, inclusive, lançamentos em blocos mensais e reduzindo apenas para
duas as demonstrações contábeis obrigatórias.

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Siglas
IASC – International Accounting Standars Committee:

Orgão internacional de contabilidade antecessor. Londres, 1973 a 2002

IASB – International Accounting Standars Board:

Orgão Internacional de Contabilidade sucessor. Londres, 2002 a atual

IAS- Internacional Accounting Standard:

Pronunciamentos Contábeis do IASC

IFRS – Internacional Financial Reporting Standards:

Pronunciamentos Contábeis do IASB

CPC – Comitê de Pronunciamento Contábil:

Órgão Brasileiro de Contabilidade. Brasília, 2005 a atual

NBC – TG – Normas Brasileiras de Contabilidade - Geral

Pronunciamentos Contábeis brasileiros convergidos para os internacionais

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Hierarquia Contábil

Tipo Contabilidade Características Legislação


Aplicável

1.SACAS PLENA (FULL) Sociedades por Ações de Capital Aberto são as Lei 6.404/76
empresas que negociam ações na bolsa de valores ou Legislações
outros papéis regulados pela CVM – Comissão de Valores emanadas pela
Mobiliários. CVM
2. PLENA (FULL) Sociedades reguladas são as empresas normatizadas Legislação
REGULADAS por órgãos especializados (BACEN, SUSEP, ANS, ANAC e emanadas pelos
etc...) órgãos reguladores
3. EGP PLENA (FULL) Empresas de Grande Porte: são as empresas não Lei 6.404/76 ou Lei
enquadradas nos casos 1 e 2 e que tenham tido, a partir 10.406/2002
de 01/01/2008, receita anual igual ou superior a R$300
milhões e/ou ativos igual ou superior a R$240 milhões.
4. PME PME Pequenas Médias Empresas: são as empresas não Lei 6.404/76 ou Lei
enquadradas nos casos 1, 2 ou 3. 10.406/02

5. MEPP SIMPLIFICADA Microempresa e Empresa de Pequeno Porte: são as Lei 10.406/2002


empresas não enquadradas nos casos 1, 2 ou 3 e que Resolução CFC
apresentam receita anual não superior ao limite fiscal 1.418/12 (ITG
19
para enquadramento do SIMPLES NACIONAL. Estes tipos 1000/OTG1000)
de empresas não precisam estar enquadradas no
SIMPLES.

Declaração de Conformidade
“A entidade cujas demonstrações contábeis estão em
conformidade com os Pronunciamentos Técnicos,
Interpretações e Orientações do CPC deve declarar de forma
explícita e sem reservas essa conformidade nas notas
explicativas. A entidade não deve afirmar que suas
demonstrações contábeis estão de acordo com esses
Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações a
menos que cumpra todos os seus requisitos.”

Cpc 26, item 16

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Notas Explicativas

“Notas explicativas contêm informação adicional em


relação à apresentada nas demonstrações contábeis. As
notas explicativas oferecem descrições narrativas ou
segregações e aberturas de itens divulgados nessas
demonstrações e informação acerca de itens que não se
enquadram nos critérios de reconhecimento nas
demonstrações contábeis.”
Cpc 26, definições

“MODELO ABC”
A – Apresentação da Entidade
B – Bases de Mensuração
C – Composição das Contas

Obrigações Societárias
I – CONJUNTO COMPLETO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS SACA EGP PME MEEPP MEI

1.BALANÇO PATRIMONIAL X X X X

2.DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO X X X X

3.DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE X X X

4.DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO X X X

5.DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA X X* X*

6.DEMONTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO** X

7. NOTAS EXPLICATIVAS X X X X

II - ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL X X X X

III - AUDITORIA INDEPENDENTE X X


• SE PL IGUAL OU SUPERIOR A 2 MILHÕES
• ** NÃO É OBRIGATÓRIA PELAS NORMAS CONTÁBEIS

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Base de Apresentação das


Demonstrações Contábeis
- Caso: MAGAZINE LUIZA / AB: 2017 – NE P.16

2. Apresentação e elaboração das demonstrações contábeis


2.1 – Bases de elaboração, apresentação e declaração de
conformidade

As demonstrações contábeis individuais e consolidadas da Companhia


foram elaboradas tomando como base as práticas contábeis adotadas no
Brasil, que compreendem as disposições da legislação societária, previstas
na Lei nº 6.404/76 e alterações posteriores e os padrões internacionais de
contabilidade (“IFRS”) emitidos pelo International Accounting Standards
Board (“IASB”) e interpretações emitidas pelo International Financia l
Reporting Interpretations Committee (“IFRIC”), implantados no Brasil por
meio do Comitê de Pronunc iamentos Contábeis (“CPC”) e suas
interpretações técnicas (“ICPC”) e orientações (“OC PC”), aprovados pela
Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”).

Resumo
Todas as empresas são obrigadas a elaborarem e apresentarem suas
demonstrações contábeis à luz das normas brasileiras de contabilidade/NBC-
TG (CPC) convergidas para as normas internacionais de contabilidade (IAS e
IFRS). O ano base de adoção foi 2010, porém, uma legislação específica
para as MEEPPs só passou a vigorar a partir de 2012 (Resolução 1.418/12).
Para todas as empresas, o documento que evidencia esta adoção é a Nota de
Conformidade a qual é parte integrante das NOTAS EXPLICATIVAS, podendo
estas serem divididas em três blocos: A - apresentação, B - bases de
mensuração e C - composição das contas.

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UD 2:

Revisão da
Estrutura
Conceitual para
Elaboração e
Divulgação de
Relatório Contábil-
Financeiro
CPC 00/
Framework

Elementos das
Demonstrações Contábeis

“As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das


transações e outros eventos, por meio do grupamento dos mesmos em classes amplas de
acordo com as suas características econômicas. Essas classes amplas são denominadas
de elementos das demonstrações contábeis.

Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e


financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o patrimônio
líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho
na demonstração do resultado são as receitas e as despesas.”

Estrutura Conceitual, CPC 00, Item 4.2, pág.25

Contabilidade de Ativos Relevantes


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Elementos Patrimoniais:
Posição estática financeira e patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVOS PASSIVOS
Saidas de recursos decorrentes de
obrigações presentes de pagar ou
Expectativa provável de fazer (valor/desempenho certo, data
aumento (entrada ou redução certa e penalização por não pagar ou
de saída de caixa) de benefícios não fazer).
econômicos decorrentes de
recursos controlados pela PATRIMÔNIO LÍQUIDO
entidade

Posição residual dos proprietários

Características do Ativo
CONTROLE DECORRENTE DE BENEFÍCIO FUTURO PROVÁVEL
EVENTO PASSADO
“A entidade controla um ativo quando É a potência de um recurso de gerar
detém o poder de obter benefícios aumento de fluxos de caixa futuro seja
econômicos futuros gerados pelo recurso por entrada de caixa seja pela redução
subjacente e de restringir o acesso de de saída de caixa. Os benefícios podem
terceiros a esses benefícios. ser gerados pelo uso na operação, no
Normalmente, a capacidade da entidade uso para liquidar passivos, na troca ou
de controlar os benefícios econômicos na distribuição aos sócios.
futuros de ativo intangível advém de
direitos legais que possam ser exercidos A mensuração desta potência depende
num tribunal. A ausência de direitos da base de mensuração adotada a qual
legais dificulta a comprovação do deve representar a realidade sobre a
controle. No entanto, a imposição legal capacidade econômica de um recurso
de um direito não é uma condição para uma entidade.
imprescindível para o controle, visto que
a entidade pode controlar benefícios
econômicos futuros de outra forma.” CPC 4

Contabilidade de Ativos Relevantes


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Exemplo:
Uma empresa vendedora despachou uma carga para uma
empresa compradora em 25/06/20X0. A carga foi admitida
pela empresa compradora em 05/07/20X0. Em que data a
empresa compradora, com base na sua definição conceitual,
reconhecer o ativo?

A resposta é: depende do acordo de fretamento entre as


empresas. A data corresponderá ao momento em que a
empresa compradora tenha assumido os riscos e benefícios
da carga.

Elementos de Resultado
Desempenho em um dado período
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - APURAÇÃO DO DESEMPENHO
Renda originada no curso das atividades normais decorrentes
da entrega de desempenho pela produção ou
(+) RECEITAS OPERACIONAIS comercialização de bens e prestação de serviços.
RECEITAS
Aumento de benefícios econômicos decorrentes de
aumento de ativos ou redução de passivos não oriundos das
(+) RENDAS operações com os sócios.

Gastos e sacrifícios consumidos exclusivamente no processo


(-) CUSTOS de produção, comercialização ou prestação de serviços

DESPESAS
Gastos e sacrifícios consumidos nas atividades meio: gestão,
(-) DESPESAS COM ATIVIDADES MEIO comercialização e finanças

Redução de benefícios econômicos decorrentes de redução


de ativos ou aumento de passivos (não controlável ou
(-) PERDAS involuntário) e não oriundos das operações com os sócios.

(=) DESEMPENHO ANTES DOS IMPOSTOS SOBRE O LUCRO

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INTEGRAÇÃO ENTRE OS
ELEMENTOS CONTÁBEIS
DRE BP
Tem como contrapartida
RECEITAS e RENDAS aumento de ativos e/ou ATIVOS
redução de passivos

(-) (-)

Tem como contrapartida


CUSTOS, aumento de passivos e/ou PASSIVOS
DESPESAS e PERDAS redução de ativos

(=) (=)

PATRIMÔNIO
LUCRO OU RETORNO LÍQUIDO
PREJUÍZO

GASTOS
DRE

(+) RECEITA
LÍQUIDA

INVESTIMENTOS CONSUMO
(- ) CMV/CPV/
CSP
MATERIA
PRIMA CUSTOS
RENDA
LUCRO BRUTO
REVENDA

(- ) DESPESAS
USO
PROD
INDIRETOS DIRETOS

(- ) DEP/AMORT
OBJETO
USO
CUSTEIO A ESTOQUE
ADM/COM
RATEIO (-/+) GANHOS
OBJETO
E PERDAS E RF
CUSTEIO B

= LAIR

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Julgamentos sobre os
elementos contábeis:

1.RECONHECIMENTO

2.MENSURAÇÃO

3.EVIDENCIAÇÃO

Reconhecimento
É o processo que consiste na incorporação
ao balanço patrimonial ou à
demonstração do resultado de item que
se enquadre na definição de elemento e que
seja provável que algum benefício
econômico futuro associado ao item flua
para a entidade ou flua da entidade e que o
item que tenha custo ou valor que possa ser
mensurado com confiabilidade.
Fonte: Estrutura Conceitual, CPC 00 (R1), Itens 4.37 e 4.38, pág.28 e 29

Contabilidade de Ativos Relevantes


70

Mensuração
É o processo que consiste em determinar
os montantes monetários por meio dos
quais os elementos das demonstrações
contábeis devem ser reconhecidos e
apresentados no balanço patrimonial e na
demonstração do resultado. Esse processo
envolve a seleção da base específica de
mensuração.

Fonte: Estrutura Conceitual, CPC 00 (R1), Itens 4.54, pág.32

Evidenciação
São as informações prestadas através das notas explicativas
sobre as quais os stakeholders tem ampliada a transparência
sobre a extensão da qualidade e a quantidade do conteúdo
informativo prestado. É somente através das Notas
Explicativas, especificamente pela nota de conformidade,
que a entidade que reporta a informação declara a
adequação da sua contabilidade às normas brasileiras de
contabilidade convergidas para as normas internacionais de
contabilidade.

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Atividade 1: Nivelamento

AULA 2/4
1. Bases de Mensuração
2. Perda pela Redução ao Valor Recuperável “Impairment”
3. Exercícios de Fixação

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UD 3:

Bases de
Mensuração:

1.Custo Histórico
2.Valor Presente
3.Custo Amortizado
4.Valor Realizável Líquido
5.Valor Justo

Bases de Mensuração
“Mensuração é entendido como o procedimento de se atribuir
valor aos elementos contábeis de uma transação. Isto ocorre
em dois momentos: na mensuração inicial, quando os
elementos contábeis são integrados ao patrimônio e na
composição do desempenho (balanço patrimonial e demonstração
do resultado) e na mensuração subsequente, quando da
apresentação das demonstrações contábeis.”

Cardoso e Silveira, 2017, Pág. 22

Contabilidade de Ativos Relevantes


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1. Custo Histórico
Pelo método do custo histórico os ativos são registrados pelos
valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes
de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-
los na data da aquisição. É um método de entrada. Este método é
utilizado na mensuração inicial em todos os ativos, exceto em dois
casos de instrumentos financeiros e dos ativos biológicos (assuntos
tratados mais adiante).

1.1 Exemplo de Ativo Mensurado ao


Custo Histórico

Considere o caso em que a empresa “O Passado Me


Condena Ltda.” adquiriu, a vista, 1.000 unidades de sua
mercadoria para revenda ao custo unitário de R$8,00. No
momento da compra ocorreram a incidência de ICMS não
recuperável e a obtenção de desconto sobre o valor da
compra de 10%. Logo, o custo histórico do estoque é:
1.000 x R$8,00 = R$8.000,00 (com ICMS não recuperável)
– R$800,00 (desconto obtido) = R$7.200,00.

Contabilidade de Ativos Relevantes


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1.2 Impacto da Mensuração ao Custo Histórico

Mensuração Inicial
Pela compra do Estoque a Vista

DÉBITO CRÉDITO

BP BP

ATIVO ATIVO
Estoque Disponível
7.200,00 7.200,00

2. Valor Presente
No método do valor presente, os ativos e passivos monetários são
mensurados por seu fluxo futuro de recebimento descontado dos juros
embutidos (implícitos ou explícitos). No caso dos ativos financeiros, este
método é adotado para os instrumentos financeiros com datas certas para
recebimento de principal e juros. No caso dos ativos não monetários
adquiridos à prazo, o valor presente é aplicado na contrapartida do seu
respetivo passivo financeiro. Sua aplicação independe da existência de
formalização de juros contratuais. A concessão de prazo de pagamento já é
evidência de impacto financeiro em decorrência do custo de capital (custo de
oportunidade ou custo de captação). A taxa de desconto deve ser a
equivalente a TIR – Taxa Interna de Retorno. É um método adotado na
mensuração inicial.

Contabilidade de Ativos Relevantes


75

Valor Presente – CPC 12


“Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos
devem ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu
reconhecimento inicial, por ser este o valor de custo original dentro da
filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando aplicável, o custo de
ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a
conta de receita, despesa ou outra conforme a situação. A esse respeito,
uma vez ajustado o item não monetário, não deve mais ser submetido a
ajustes subseqüentes no que respeita à figura de juros embutidos.
Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao
efeito do ajuste a valor presente; por exemplo, um item não monetário
que, pela sua natureza, não está sujeito ao ajuste a valor presente é o
adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e
serviços.”
CPC 12, 9 – Pág. 4

Valor Presente – Obrigatoriedade

“A aplicação do conceito de AVP nas transações de vendas deve considerar


os conceitos do IAS 18 e também os princípios da Lei das Sociedades por
Ações, ambos na mesma direção. Segundo o inciso VIII do art. 183 e o
inciso III do art. 184 da Lei das Sociedades por Ações, com a nova redação
dada pela Lei nº 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08, os elementos
decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente
(objetivo principal), e os demais, ajustados quando houver efeito
relevante.”

CPC 12, Pág. 20

Contabilidade de Ativos Relevantes


76

2.1 Exemplo de compra à prazo


de ativo não monetário

Considere o caso em que a empresa “Compras a Perder de


Vista Ltda.” tenha realizado uma aquisição de um veículo
para uso no valor de R$20.000,00 a ser quitada em 20
parcelas iguais e sucessivas de R$1.000,00. O contrato foi
calculado pela Tabela Price com formalização de juros de 1%
ao mês. EVENTOS DADOS HP
Parcela Fixa R$1.000,00 PMT
Juros Mensais 1% I
Número de Prestações 20 N

Valor Presente do Ativo R$ 18.045,55 VP

2.2 Contabilização da compra de ativos não


monetários no momento inicial à valor
presente

Mensuração Inicial

Pela compra à valor presente

DÉBITO CRÉDITO

BP BP

ATIVO PASSIVO PASSIVO


Juros a
Imobilizado Financiamento a Pagar
Apropriar (-)
18.045,55 1.954,45 20.000,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


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2.3 Exemplo de ativo monetário (contas a


receber) decorrente de venda à prazo
Considere que a empresa Prazo Concedido Ltda. tenha
realizado uma venda a prazo no valor de R$9.500,00 e
concedeu ao cliente o prazo para pagamento em 5 parcelas
mensais, iguais e sucessivas de R$1.900,00. Contudo, a
empresa aceitaria a quitação à vista no valor de
R$9.000,00, admitindo haver um juros embutidos
(implícitos) de R$500,00. Adotando o método da taxa
efetiva de juros (equivalente a TIR da operação), temos:

2.4 Exemplo de ativo monetário (contas a receber)


decorrente de venda à prazo: demonstração do método
da taxa efetiva de juros

JUROS AMORTIZAÇÃO
MÊS FLUXO NOMINAL INCORRIDOS (PARCELAS) SALDO FINAL
-9.000,00 9.000,00
1 1.900,00 164,68 -1.900,00 7.264,68
2 1.900,00 132,92 -1.900,00 5.497,60
3 1.900,00 100,59 -1.900,00 3.698,19
4 1.900,00 67,67 -1.900,00 1.865,86
5 1.900,00 34,14 -1.900,00 0,00
1,8297% 500,00
Onde:
A taxa de juros por mês 1,8297%
Valor de liquidação à Vista 9.000,00
Valor de liquidação futura 9.500,00
Juros total no período 500,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


78

2.5 Contabilização da venda à prazo

Mensuração Inicial

Pela venda no valor total incluindo os juros

DÉBITO CRÉDITO

BP DRE

ATIVO RECEITA

Contas a Receber Receita de Vendas

9.500,00 9.500,00

2.6 Contabilização da venda à prazo

Mensuração Inicial

Pela retificação em decorrência dos juros embutidos

DÉBITO CRÉDITO

DRE BP

RECEITA ATIVO
Juros a Apropriar de Clientes (-
Ajuste a Valor Presente (-)
)
500,00 500,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


79

3. Custo Amortizado
É um método para mensuração subsequente dos ativos e
passivos monetários com data certa para realização dos seus fluxos
de caixa. No caso dos instrumentos financeiros ativos, o custo
amortizado é o procedimento de acrescer ao valor presente
(mensuração inicial) os juros incorridos no período e subtrair as
parcelas recebidas do cliente. Então, a mensuração pelo custo
amortizado é composta por:

VALOR PRESENTE (inicio do período) + JUROS INCORRIDOS


NO PERÍODO – AMORTIZAÇÕES

No caso, os juros incorridos são reconhecidos diretamente na


DRE como receitas financeiras.

3.1 Custo Amortizado – Exemplo:


Considere novamente o caso da Empresa Prazo Concedido
Ltda., apresentado no item 2 – Valor Presente. Se na
mensuração inicial tivemos que descontar os juros para
reconhecer o instrumento financeiro ativo (contas a receber) a
valor presente, na mensuração subsequente, temos que
“carregar” novamente os juros incorridos e reconhecer as
amortizações realizadas pelo cliente para que possamos
“atualizar” o valor de realização do ativo.

Contabilidade de Ativos Relevantes


80

3.2 Exemplo de ativo monetário (contas a receber)


decorrente de venda à prazo: demonstração do método
da taxa efetiva de juros – apropriação dos juros

JUROS AMORTIZAÇÃO
MÊS FLUXO NOMINAL INCORRIDOS (PARCELAS) SALDO FINAL
-9.000,00 9.000,00
1 1.900,00 164,68 -1.900,00 7.264,68
2 1.900,00 132,92 -1.900,00 5.497,60
3 1.900,00 100,59 -1.900,00 3.698,19
4 1.900,00 67,67 -1.900,00 1.865,86
5 1.900,00 34,14 -1.900,00 0,00
1,8297% 500,00
Onde:
A taxa de juros por mês 1,8297%
Valor de liquidação à Vista 9.000,00
Valor de liquidação futura 9.500,00
Juros total no período 500,00

3.3 Contabilização dos juros incorridos

Mensuração Subsequente
Pela Apropriação dos Juros – Mês 1
DÉBITO CRÉDITO
BP DRE
ATIVO RECEITA
Juros a Apropriar de Clientes (-) Receita Financeira
164,68 164,68

Contabilidade de Ativos Relevantes


81

3.4 Exemplo de Custo Amortizado –


Aplicações Financeiras
Considere que a empresa HISTÓRICO MÊS % VALOR

Depósito Inicial 1 5.000,00


“Cuidando do Dindin Ltda.”
Rendimentos 1 0,60% 30,00
mantém seu saldo de tesouraria
Investimento Atualizado 1 5.030,00
em uma conta remunerada para
Saque para Suprimento de
saque imediato e iniciou seu Caixa na data do aniversário 2 2.000,00

movimento no mês 1 de um Saldo a atualizar 2 3.030,00

determinado trimestre. A Rendimentos 2 0,59% 17,88

Investimento Atualizado 2 3.047,88


empresa mantém esta conta
para suprimento periódico de Saque para Suprimento de
Caixa na data do aniversário 3 2.000,00
caixa. No primeiro ITR do ano, a Saldo a atualizar 3 1.047,88
empresa apresentou o seguinte Rendimentos 3 0,63% 6,60

movimento: Investimento Atualizado 3 1.054,48

4. Valor Realizável
No método do valor realizável, os ativos são mantidos pelos
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma
ordenada. É um dos métodos de valor de saída. O método
adota sua forma líquida, ou seja, o valor de venda líquido
dos impostos indiretos, comissões e despesas para
completar a venda. É adotado, como exemplo, na
mensuração subsequente dos estoques e dos ativos
mantidos para venda quando seus valores de custos forem
maiores que a realização líquida.

Contabilidade de Ativos Relevantes


82

4.1 Exemplo de Ativo Mensurado ao


Valor Realizável Líquido
Considere novamente o caso da empresa o Passado Me Condena
Ltda. tratado no item 1 onde as 1.000 unidades adquiridas pela
empresa não foram vendidas até a data da apresentação de suas
Demonstrações Contábeis. Estima-se que no caso da venda
destas mercadorias, o valor unitário de venda da mercadoria seja
de R$10,00, os impostos indiretos sobre a venda sejam
determinados pela alíquota de 20%, a comissão dos vendedores
seja de 10% incidentes sobre o valor bruto das vendas e as
despesas para completar a venda (entrega) sejam de R$200,00.
Assim, o valor realizável líquido do estoque seria:

4.2 Valor Realizável Líquido – Exemplo:

EVENTOS DADOS

QUANTIDADE ESTOCADA NO FINAL DO PERÍODO 1.000


VALOR DE VENDA UNITÁRIO INFORMADO PELA DIRETORIA
COMERCIAL R$ 10,00

RECEITA BRUTA ESTIMADA R$ 10.000,00

(-) IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE A VENDA (20%) -R$ 2.000,00

(-) COMISSÕES DE VENDEDORES SOBRE A RECEITA BRUTA (10%) -R$ 1.000,00

(-) DESPESAS PARA COMPLETAR A VENDA -R$ 200,00

(=) VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO DO ESTOQUE R$ 6.800,00

(-) VALOR DO CUSTO HISTÓRICO DO ESTOQUE R$7.200,00

(=) AJUSTE DO CUSTO HISTÓRICO A VRL R$400,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


83

4.3 Contabilização do
Ajuste a Valor Realizável Líquido

Mensuração Subsequente

Pela substituição do Custo Histórico pelo VRL

DÉBITO CRÉDITO

DRE BP

DESPESA ESTOQUE

CMV Mercadorias

400,00 400,00

4.4 Composição do Custo no tempo

Mensuração Subsequente

Composição do Custo da Mercadoria Vendida

DÉBITO CRÉDITO
HISTÓRICO
DRE BP

Ajuste ao Valor
400,00 400,00
Realizável Líquido
6.800,00 6.800,00
Baixa pelo VRL
Custo Histórico na
7.200,00 7.200,00
aquisição

Contabilidade de Ativos Relevantes


84

5. Valor Justo – CPC 46


No método do valor justo os ativos são mensurados pelo valor que
poderia ser trocado entre partes independentes, conhecedoras
do negócio e não compulsivas à transação (características das
partes). Nesta metodologia de mensuração, o grau de observação
do valor de negociação em um mercado ativo identificará em que
nível o valor justo foi determinado, nesta ordem: (N1) cotação
específica, (N2) mercado ajustado ou por (N3) estimativas de
fluxos de caixa. Quanto menor a visibilidade do valor no mercado,
maior a necessidade de ser preservar as características das partes.

5.1 HIERARQUIA DO VALOR JUSTO

Ativos
Identificáveis

DE USO DE TROCA ou RENDA


(Imobilizado e Intangíveis) (Demais ativos)

C
NÍVEL 1–Cotação Específica G a
(valor de mercado) r r
a a
VALOR PRESENTE u
d
t
e
LÍQUIDO DO e
o
r
d
NÍVEL 2–Cotação Similar
FLUXO DE CAIXA (valor de mercado ajustado)
b
s
a
s
PROJETADO e
r
P
a
(Nível 3) v
a
r
t
NÍVEL 3–Fluxo de Caixa ç e
(VPL) ã s
o

Contabilidade de Ativos Relevantes


85

5.2 APLICAÇÃO DO VALOR JUSTO


1. Deve ser adotado na mensuração inicial e subsequente dos Instrumentos

Financeiros Avaliados a Valor Justo por Meio de Resultado ou Resultado

Abrangente, dos Ativos Biológicos e dos Produtos Agrícolas (Ativos de Troca /

Nível 1 a 3);

2. Deve ser adotado no Imobilizado e Intangível somente na adoção inicial das

normas internacionais de contabilidade e em caso de Combinação de

Negócios (Ativos de Uso / Nível 3), não podendo ser adotado fora destas

circunstâncias;

3. É opcional como mensuração subsequente para Propriedades para

Investimentos.

4. Não pode ser aplicado nos demais ativos, exceto quando permitido em norma

específica.

5.3 Exemplo de Valor Justo – N1


Considere que a empresa “Arriscando Feliz S/A” tenha adquirido 1.000 ações
da AMBEV, Papel ABEV 3, e mantém este papel com intenção de venda. Na
operação incidiu taxa de corretagem no valor correspondente a 1% do capital
investido. Considerando haver cotação ativa em um mercado ativo, a
empresa realizou as seguintes mensurações:

Contabilidade de Ativos Relevantes


86

5.4 Impacto da Mensuração ao Valor Justo

Mensuração Inicial
Pela compra do IF - VJ N1
DÉBITO CRÉDITO
BP DRE BP
ATIVO DESPESA ATIVO
INST FINAN FINANCEIRA DISPONÍVEL
Ações Taxas Banco
18.770,00 187,70 18.957,70

5.5 Impacto da Mensuração ao Valor Justo

Mensuração Subsequente
Atualização do Instrumento Financeiro
DÉBITO CRÉDITO
BP DRE DRE
ATIVO DESPESA RECEITA
INST FINAN FINANCEIRA FINANCEIRA
Ações Perda Ganho
470,00 310,00 780,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


87

Resumo da Mensuração
MENSURAÇÃO INICIAL (ADMISSÃO DO ATIVO) MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE (NA APRESENTAÇÃO DAS DF)
APLICAÇÃO

MÉTODO COMPOSIÇÃO MÉTODO COMPOSIÇÃO

ATIVOS DE
USO OU (=) VALOR DA COMPRA (-) JUROS CUSTO HISTÓRICO (=) CUSTO HISTÓRICO INICIAL (-) BAIXAS (-)
RENDA OU DESCONTOS OBTIDOS (-) DEPRECIAÇÕES/AMORTIZAÇÕES (-)PERDAS POR NÃO
IMPOSTOS RECUPERÁVEIS (+) RECUPERABILIDADE
CUSTO HISTÓRICO IMPOSTOS NÃO RECUPERÁVEIS (+)
GASTOS PARA COLOCAR NO PONTO
ATIVOS PARA DE USO OU TROCA (+) GASTOS DE VALOR REALIZÁVEL
TROCA LÍQUIDO (=) VALOR DE VENDA (-) IMPOSTOS SOBRE A VENDA (-)
DESMOBILIZAÇÃO
COMISSÕES SOBRE A VENDA (-) DESPESAS PARA
COMPLETAR

ATIVOS
VALOR JUSTO (N3, VP) CUSTO AMORTIZADO
FINANCEIROS VALOR PRESENTE DE UM FLUXO DE (=) VALOR PRESENTE (+) JUROS INCORRIDOS (-)
CAIXA DESCONTADO PELA TIR AMORTIZAÇÕES (-)ESTIMATIVAS DE PERDAS

ATIVOS
FINANCEIROS, VALOR JUSTO COTAÇÃO ESPECÍFICA (n1), VALOR VALOR JUSTO
BIOLÓGICOS E DE REFERÊNCIA (n2) OU FLUXO DE COTAÇÃO ESPECÍFICA (n1), VALOR DE REFERÊNCIA (n2)
PI (O) CAIXA (n3) OU FLUXO DE CAIXA (n3)

Atividades 2 a 3

Contabilidade de Ativos Relevantes


88

UD 3:

Redução ao
Valor
Recuperável
do Ativo

“Impairment”: Perda
pela não
recuperabilidade do
custo de um ativo

Impairment
Impairment é a perda reconhecida na redução ao valor recuperável

de um ativo a fim de adequar um ativo a sua real capacidade de

retorno econômico e consequente geração de caixa futuro. Ocorre

quando o valor contábil (custo histórico) é superior ao seu

valor recuperável. Esta perda só ocorre em ativos que são

avaliados a custo. Ativos que já são mantidos a valor justo, não

sofrem impairment.

Contabilidade de Ativos Relevantes


89

Valor Recuperável

Valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa

é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de

venda (valor de mercado) e o seu valor em uso (valor presente

dos fluxos de caixa esperado).

CPC 01, p.6

Considere o seguinte caso: Uma empresa está testando o


impairment de seu Caminhão (ativo de uso) e, para tanto,
apresentou os dados abaixo:

VALORES

AVALIAÇÃO REFERÊNCIA SITUAÇÃO 1 SITUAÇÃO 2 SITUAÇÃO 3 SITUAÇÃO 4


(+) Custo
histórico (-)
depreciação
CONTÁBIL (CH) ENTRADA acumulada 130.000,00 130.000,00 130.000,00 130.000,00
Valor
presente
líquido dos
fluxos de
caixa durante
VALOR JUSTO sua vida útil
(VJ) USO econômica 150.000,00 150.000,00 125.000,00 115.000,00
Tabela FIPE
VALOR DE (+)/(-)
MERCADO (VM) TROCA Ajustes 160.000,00 140.000,00 120.000,00 118.000,00

VALOR Maior valor


RECUPERÁVEL entre USO e
(VR) REALIZAÇÃO TROCA 160.000,00 150.000,00 125.000,00 118.000,00
Só quando o
IMPAIRMENT VR < VC 0,00 0,00 -5.000,00 -12.000,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


90

Quando Verificar o Impairment?

ATIVOS DE TROCA
EM TODA
APRESENTAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES
ATIVOS INTANGÍVEIS DE
CONTÁBEIS
VIDA ÚTIL INDEFINIDA

ATIVO DE USO
SOMENTE QUANDO
HOUVER EVIDÊNCIAS
ATIVOS INTANGÍVEIS DE DE PERDAS
VIDA ÚTIL DEFINIDA

Exemplos de Evidências de Perdas em


Ativos de Uso e Intangíveis
Para os ativos de uso e intangíveis de vida útil definida são

exemplos de evidências de perdas:

• Acidentes Operacionais

• Acidentes Ambientais

• Volatilidade de preços de mercado (persistente e para baixo)

• Mudança no fluxo estimado de vendas (persistente e para baixo)

• Volatilidade de tecnologia

• Combinação de Negócios (Aquisição de Controle, Fusão, Incorporação, Cisão

entre partes independentes)

Contabilidade de Ativos Relevantes


91

Impacto na DRE da PNRC

1. As perdas por não recuperabilidade do custo - PNRC são contabilizadas

se debitando a DRE – Despesas e se creditando o ATIVO

correspondente (conta retificadora), ou seja, estas perdas, quando

apuradas e reconhecidas, reduzem o valor do ATIVO e reduzem o valor

do resultado;

2. Exceto no caso de Ativos Intangíveis de Vida Útil Indefinida, as perdas

podem ser revertidas quando desaparecerem as evidências de perdas;

3. A perda apurada e registrada na DRE não é dedutível para cálculo dos

Impostos sobre o Lucro (Lei 12.973/14).

Resumo da Mensuração
MENSURAÇÃO
ATIVOS
INICIAL SUBSEQUENTE IMPAIRMENT
Instrumentos Financeiros
- Custo Amortizado - VJ*** + CT CH OU CA SIM
Instrumentos Financeiros
- Resultado Abrangente - **** VJ+ CT VJ NÃO
Instrumentos Financeiros
- Justo por Meio de Resultado
- VJ VJ NÃO
CH OU
Estoques CH VRL(Menor) SIM
Ativo Biológico VJ VJ NÃO
Propriedades para
Investimento CH CH ou VJ SIM*
Imobilizado CH CH** SIM
Intangível CH CH** SIM
* Somente quando custo histórico
** Valor justo somente quando permitido
*** Normalmente equivale ao VP – Valor Presente
****Exceto para PME
CT – Custo de Transação

Contabilidade de Ativos Relevantes


92

Base de Mensuração das


Demonstrações Contábeis
- Caso: AMBEV / AB: 2017 – NE P.13

3.a. Bases de apresentação e mensuração


As demonstrações contábeis individuais e consolidadas são
apresentadas em milhares de reais (“R$”), exceto quando
mencionado de outra forma, arredondados para o
milhar mais próximo indicado. O critério de
mensuração utilizado na elaboração das demonstrações
contábeis considera o custo histórico, o valor líquido
de realização, o valor justo ou o valor recuperável.

Atividade 4

Contabilidade de Ativos Relevantes


93

AULA 3/4
1. Estoques
2. Instrumentos Financeiros Básicos
3. Imobilizado
4. Caso Integrativo

UD 4:

Estoques

CPC 16 / IAS 2

Contabilidade de Ativos Relevantes


94

Estoques
Definição:
Estoques são ativos:

a) mantidos para venda no curso normal dos negócios;

b) em processo de produção para venda; ou

c)na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos


ou transformados no processo de produção ou na prestação
de serviços.

Cpc 16, 6
Obs: Estoques de serviços são tratados no CPC 47

Estoques
Esquema dos Métodos de Mensuração
MENSURAÇAO INICIAL: CUSTO HISTÓRICO

COMÉRCIO E INDÚSTRIA (MAD) INDÚSTRIA


Mercadoria para Revenda e Material Direto Produtos em Elaboração e Produtos Acabados
(+) Valor de aquisição do bem (+) Material Direto
(+) Impostos Não Recuperáveis (+) Mão de Obra Direta
(- ) Impostos Recuperáveis (+) Custos Indiretos rateados (pelo volume
(+) Fretes + Seguros (comprador) orçado de produção ou realizado, o maior)
(- ) Descontos e Juros embutidos

(+) ESTOQUES

(-) Baixa pela Entrega


• Custo Específico (1ª opção)
• Custo Médio Ponderado DRE
• PEPS

MENSURAÇÃO SUBSEQUENTE: CUSTO HISTÓRICO OU VRL (o menor)

Contabilidade de Ativos Relevantes


95

Estoques
Principais Pontos: Reconhecimento e Mensuração
1. São mensurados, inicialmente, pelo valor de custo e na
mensuração subsequente, pelo custo de aquisição ou pelo
valor realizável líquido, dos dois o menor;

2. O custo inicial deve considerar todos os custos de


aquisição, de transformação e outros incorridos para
trazer os estoques à sua condição e localização atuais;

3. Quando da existência de bens não-intercambiáveis, seu custo


específico precisa ser utilizado. No caso de bens
intercambiáveis, deve-se usar o custo médio ponderado ou
o Primeiro Que Entra, Primeiro Que Sai (PEPS);

Estoques
Principais Pontos: Reconhecimento e Mensuração
4. O custo dos estoques pode não ser recuperável por motivo
de danificação, obsolescência, redução no preço de venda,
incremento no custo estimado de acabamento, etc. Nesse caso,
o valor de custo precisa ser substituído pelo valor realizável
líquido, obtido a partir do preço de venda estimado deduzido
dos custos estimados de conclusão, dos gastos estimados
necessários para se concretizar sua venda e dos tributos
incidentes sobre a venda;

5. As reduções ao valor realizável líquido devem ser revertidas


quando desaparecerem as circunstâncias que obrigaram ao seu
registro;

Contabilidade de Ativos Relevantes


96

Estoques
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração

6. Os estoques são baixados ao resultado como despesa


(custo da mercadoria ou produção vendida) quando
reconhecida a receita a que se vinculam, ou quando
consumidos nas atividades a que se destinam, se não
estiverem vinculados à produção de bens ou à prestação de
serviços para a geração de receita futura. São também
reconhecidas como despesas do período a redução ao valor
realizável líquido e quaisquer outras perdas;

Estoques
Exemplo de Ajuste a Valor Realizável Líquido e
Estimativas de Perdas
Considere que a empresa “O Mercado não Está para Peixe
Ltda.” tenha adquirido estoque, ao custo histórico, por um
valor total de R$1.000,00 e que até o findo do período a
empresa tenha vendido 70% das mercadorias. A empresa
verificou que 10% do saldo do estoque se tornou obsoleto.
O preço estimado de venda do estoque em condições de
venda é de R$500,00, a alíquota dos impostos sobre a venda
é de 20%, comissões aos vendedores de 5% e despesas
para completar a venda de R$150,00. Então, o estoque
ficaria assim demonstrado:

Contabilidade de Ativos Relevantes


97

Demonstração do
Ajuste a Valor Realizável Líquido
Dados R$
Custo Histórico do Estoque R$ 1.000,00
(-) Baixa pela Venda (70%) R$ 700,00
(=) Saldo do Estoque ao custo histórico R$ 300,00
(-) Estoque Obsoleto (não realizáveis) (10%) R$ 30,00
(=) Estoque (realizáveis) ao custo histórico R$ 270,00
(=) Preço de Venda do estoque realizável R$ 500,00
(-) Impostos sobre a Venda (20%) R$ 100,00
(-) Comissão dos Vendedores (5%) R$ 25,00
(-) Despesas para Completar a Venda R$ 150,00
(=) Estoque ao valor realizável líquido R$ 225,00
(-) Ajuste do Valor Realizável Líquido -R$ 45,00

Reconhecimento das Perdas e do AVRL

Mensuração Subsequente Mensuração Subsequente


Pelas Perdas por
Pelo Ajuste a VRL
Obsolescência
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

DRE BP DRE BP

CUSTO ATIVO CUSTO (CIF) ATIVO

AVRL ESTOQUE (-) Perdas ESTOQUE (-)

45,00 45,00 30,00 30,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


98

Estoques
Exemplo de mensuração inicial e subsequente
A empresa Frescor S/A é uma empresa comercial e tem por atividade a
comercialização de filtros para ar condicionado para o consumidor final. Em
02/09/17 a empresa comprou 1.000 unidades conforme dados da nota fiscal
de entrada que seguem e não haviam saldos iniciais de estoque. Em
30/09/17 40% dos seus estoques ainda não tinham sido vendidos. O valor
total de venda dos estoques é de R$4.000,00, sua tributação sobre as
vendas é de 20% e a despesas para completar a venda é de R$1.000,00.
A empresa é contribuinte do ICMS e não é contribuinte de IPI.
À luz do CPC 16, demonstre o valor do custo a ser reconhecido no ativo
como Estoque e evidencie o total do Ativo Circulante, considerando serem
estas as únicas transações da empresa.

1 – Dados obtidos da Nota Fiscal de Entrada


(=) Valor total das Mercadorias 10.000,00
(+) Valor do Frete* 1.400,00
(+) Valor das Despesas Acessórias* 300,00
(+) Valor do Seguro* 1.000,00

(-) Valor do Desconto Incondicional 1.500,00


(+) Valor do IPI sobre a compra 4.445,00
(=) Valor a pagar ao Fornecedor 15.645,00
Valor do ICMS na Entrada (será excluído do custo) 2.128,00
Valor do IPI na Entrada (será incluído no custo) 4.445,00
* Custo por conta do destinatário (comprador)

Contabilidade de Ativos Relevantes


99

2 – Valor Realizável Líquido de


40% dos Estoques

(+) Valor de venda da mercadoria 4.000,00

(-) Impostos sobre a Venda (20%) -800,00

(-) Despesas para completar a venda -1.000,00

(=) Valor Realizável Líquido do Estoque 2.200,00

3 – Valor do Custo Histórico do Estoque


(+) Valor da operação (mercadoria + fr + sg +
da) 12.700,00
(-) Desconto incondicional -1.500,00
(-) ICMS (recuperável) -2.128,00
(+) IPI (não recuperável) 4.445,00
(=) Total do Estoque adquirido 13.517,00
Quantidades adquiridas 1.000
Valor unitário do estoque 13,517
(-) Baixa de 60% do Estoque -8.110,20
Saldo do custo histórico do estoque 5.406,80
Valor realizável líquido do estoque (slide seguinte) 2.200,00
(-) Ajuste a Valor Realizável Líquido 3.206,80

Contabilidade de Ativos Relevantes


100

4 – Reconhecimento Contábil Compra e Baixa

Reconhecimento Contábil da Compra


Débito: Estoque de Filtros Modelo A
13.517,00
Débito: ICMS a Recuperar
2.128,00
Crédito: Fornecedor
15.645,00

Reconhecimento Contábil da Baixa do Estoque


Débito: Custo da Mercadoria Vendida
8.110,20
Crédito: Estoque de Filtros Modelo A
8.110,20

5 – Reconhecimento Contábil AVRL

Reconhecimento Contábil do Ajuste a Valor Realizável


Líquido

Débito: Ajuste a Valor Realizável Líquido (DRE / CMV) 3.206,80

Crédito: Estoque de Filtro Modelo A 3.206,80

Contabilidade de Ativos Relevantes


101

6 – Evidenciação Contábil

Evidenciação no Balanço Patrimonial 30/09/2017

Ativo

3.051,20
Ativo Circulante

2.200,00
Estoque de Mercadorias para Revenda

851,20
ICMS a Recuperar (40%)

Estoques:
Exemplo da mensuração da baixa do estoque por
CMP e PEPS

Considere as transações abaixo para o

Data Histórico Cunit Qde Ctot


01/12/2017 Saldo inicial 0 0 0
02/12/2017 Compra R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00
03/12/2017 Compra R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00
04/12/2017 Venda 500
05/12/2017 Compra R$ 19,50 450 R$ 8.775,00
06/12/2017 Venda 1.650

Contabilidade de Ativos Relevantes


102

CUSTO MÉDIO PONDERADO MÓVEL


Dados da Transação Entrada Saída Saldo
Data Histórico Cunit Qde Ctot Cunit Qde Ctot Cunit Qde Ctot
01/12/2017 Saldo inicial 0 0 0 0 0
02/12/2017 Compra R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00 R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00
03/12/2017 Compra R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00 R$ 14,60 2.500 R$ 36.500,00
04/12/2017 Venda 500 R$ 14,60 500 R$ 7.300,00 R$ 14,60 2.000 R$ 29.200,00
05/12/2017 Compra R$ 19,50 450 R$ 8.775,00 R$ 15,50 2.450 R$ 37.975,00
06/12/2017 Venda 1.650 R$ 15,50 1.650 R$ 25.575,00 R$ 15,50 800 R$ 12.400,00
Saldo Final 5.100 R$ 45.275,00 2.150 R$ 32.875,00 800 R$ 12.400,00

CUSTO MÉDIO PONDERADO FIXO


Dados da Transação Movimento
Data Histórico Cunit Qde Ctot
01/12/2017 Saldo inicial
02/12/2017 Compra R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00
03/12/2017 Compra R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00
05/12/2017 Compra R$ 19,50 450 R$ 8.775,00
Total de Compras 2.950 R$ 45.275,00
06/12/2017 Média Fixa R$ 15,35
R$ 15,35
Inventário do Estoque 800 R$ 12.277,97
Baixa (CMV) 2.150 R$ 32.997,03
Saldo Final 800 R$ 12.277,97

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103

PEPS - PRIMEIRO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR


Entrada Saída Saldo
Data Histórico Cunit Qde Ctot Cunit Qde Ctot Cunit Qde Ctot
01/12/2017 Saldo inicial 0
02/12/2017 Compra R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00 R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00
Saldo R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00
03/12/2017 Compra R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00 R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00
Saldo R$ 14,00 1.000 R$ 14.000,00
Saldo R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00
Saldo 2.500 R$ 36.500,00
04/12/2017 Venda R$ 14,00 500 R$ 7.000,00 R$ 14,00 500 R$ 7.000,00
R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00
Saldo 2.000 R$ 29.500,00
05/12/2017 Compra R$ 19,50 450 R$ 8.775,00 R$ 14,00 500 R$ 7.000,00
R$ 15,00 1.500 R$ 22.500,00
R$ 19,50 450 R$ 8.775,00
2.450 R$ 38.275,00

06/12/2017 Venda R$ 14,00 500 R$ 7.000,00 R$ 14,00 0 R$ 0,00


R$ 15,00 1.150 R$ 17.250,00 R$ 15,00 350 R$ 5.250,00
1.650 R$ 24.250,00 R$ 19,50 450 R$ 8.775,00
Saldo 800 R$ 14.025,00

Saldo Final 2.950 R$ 45.275,00 2.150 R$ 31.250,00 800 R$ 14.025,00

Estoques
Estrutura de Reconhecimento
OPERAÇÃO APLICAÇÃO (D) ORIGEM ( C)
ENTRADA PELA COMPRA
OU CUSTEIO QUE ESTOQUE FORNECEDOR/DISPONÍVEL
ABSORVA CUSTOS FIXOS BP BP

AJUSTE A VALOR CMV / CPV ESTOQUE


REALIZÁVEL LÍQUIDO DRE BP
REVERSÃO DO AJUSTE A
VALOR REALIZÁVEL ESTOQUE CMV / CPV
LÍQUIDO BP DRE
AJUSTE A VALOR
PRESENTE JUROS A APROPRIAR ESTOQUE
(-) FORNECEDOR / BP (AVP) BP
JUROS A APROPRIAR
APROPRIAÇÃO DOS DESPESAS (-) FORNECEDOR / BP
JUROS DO FORNECEDOR FINANCEIRAS / DRE

BAIXA PELO CUSTO CMV/CPV ESTOQUE


APURADO NA SAÍDA DRE BP

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104

Estoques
Estrutura de Mensuração

MENSURAÇÃO
MENSURAÇÃO INICIAL BAIXA (C) SUBSEQUENTE

CUSTO HISTÓRICO VENDA OU AVRL CUSTO HISTÓRICO OU VRL


(DOS DOIS O MENOR)

Estoques
Resumo
Os Estoques são tratados no CPC 16 e representam ativos com objetivo de venda,
material e insumos de produção. São mensurados inicialmente pelo custo
histórico e, subsequentemente, pelo custo histórico ou valor realizável
líquido, dos dois, o menor valor. Sofrem também perdas por não condições de
troca ou uso. Quando o custo histórico for relativo à produção, seu valor deve ser
determinado por um método de custeio que absorva os custos fixos e o rateio dos
custos fixos devem ser baseado na quantidade de produção orçada ou real, das duas,
a maior. Sua baixa ocorre, simultaneamente, à receita de venda (entrega) contra o
resultado do exercício (CMV, CPV, CSP) e, neste caso, podem ser baixados,
preferencialmente, pelo custo específico e, na inviabilidade, pelo custo médio
ponderado móvel, custo médio ponderado fixo ou PEPS – Primeiro a Entrar,
Primeiro a Sair.

Contabilidade de Ativos Relevantes


105

Estoques
Caso: AREZZO S/A
AB: 2017 / NE 2.7, P.12
“Os estoques são avaliados ao custo ou valor líquido realizável, dos dois o menor.
Os custos incorridos para levar cada produto à sua atual localização e condição são
contabilizados da seguinte forma:

I. Matérias primas - custo de aquisição segundo o custo médio.

II. Produtos acabados e em elaboração - custo dos materiais diretos e mão de obra e
uma parcela proporcional das despesas gerais indiretas de fabricação com base na
capacidade operacional normal.

O valor líquido realizável corresponde ao preço de venda no curso normal dos


negócios, menos os custos estimados de conclusão e os custos estimados necessários
para a realização da venda.

As provisões para estoques de baixa rotatividade ou obsoletos são constituídas


quando consideradas necessárias pela Administração.”

Estoques
Caso: AREZZO S/A
AB: 2017 / NE 8, P.29
Rubricas Controladora Consolidado

31/12/2017 31/12/2016 31/12/2017 31/12/2016

Matéria Prima 5.815 5.910 18.209 14.598

Produtos em Elaboração 0 0 3.913 3.977

Produtos Acabados 30.051 31.682 90.444 89.941

Adiantamentos a 3.355 4.196 4.471 4.693


Fornecedores
(-) Provisão para Perdas (2.954) (2.229) (3.548) (2.731)

(=) Saldo Final 36.267 39.559 113.489 110.478

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106

Caso Integrativo: Parte 1

UD 5:
Instrumentos
Financeiros
Básicos
CPCs 39, 40 e 48 / IAS 32, 39 e IFRS 9

Contabilidade de Ativos Relevantes


107

Instrumentos Financeiros
Definição
Instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo
financeiro para a entidade e a um passivo financeiro ou instrumento
patrimonial para outra entidade.

Ativo financeiro é qualquer ativo que seja: (a) caixa; (b) instrumento
patrimonial de outra entidade; (c) direito contratual: (i) de receber
caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou (ii) de troca de
ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob
condições potencialmente favoráveis para a entidade; (d) um contrato
que seja ou possa vir a ser liquidado por instrumentos
patrimoniais da própria entidade (...)

Instrumentos Financeiros
Classificação
Existem três tipos de instrumentos financeiros:

1. custo amortizado

2. valor justo por meio de outros resultados abrangentes

3. valor justo por meio do resultado

Contabilidade de Ativos Relevantes


108

Instrumentos Financeiros
Critérios de Classificação
Os instrumentos financeiros são classificados de acordo com
os critérios de mensuração subsequente, os quais são
determinados com base em dois fatores:

a) O modelo de negócios da entidade para a gestão dos


ativos financeiros; e

b) As características de fluxo de caixa contratual do


ativo financeiro em questão (como são realizáveis os
fluxos de caixa)

Instrumentos Financeiros
Modelo de Negócios
“O modelo de negócios da entidade para gerenciar ativos financeiros é um fato e não simplesmente
uma afirmação. Normalmente é observável por meio das atividades [a] que a entidade
compromete-se para atingir o objetivo do modelo de negócios. A entidade precisa utilizar
julgamento quando avaliar seu modelo de negócios para gerenciar ativos financeiros e essa
avaliação não é determinada por um único fator ou atividade. Em vez disso, a entidade deve
considerar toda a evidência relevante disponível na época da avaliação. Essa evidência relevante
inclui, entre outras coisas: (a) como o desempenho do modelo de negócios e os ativos financeiros
mantidos nesse modelo de negócios são avaliados e reportados ao pessoal-chave da administração
da entidade; (b) os riscos que afetam o desempenho do modelo de negócios (e os ativos
financeiros mantidos nesse modelo de negócios) e, em particular, a forma como esses riscos são
gerenciados; e (c) como os gestores do negócio são remunerados (por exemplo, se a
remuneração baseia-se no valor justo dos ativos gerenciados ou nos fluxos de caixa contratuais
recebidos).”

Cardoso e Silveira, 2017, pág. 29

Contabilidade de Ativos Relevantes


109

Instrumentos Financeiros
Custo Amortizado
O ativo financeiro será mensurado, subsequentemente, pelo método do
custo amortizado e, consequentemente, classificado como custo
amortizado se e, somente se, as duas condições a seguir forem
atendidas:
“(a) O ativo financeiro for mantido com base no modelo de negócios cujo
objetivo seja o de manter ativos com o fim de receber fluxos de caixa
contratuais; e

(b) Os termos contratuais do ativo financeiro derem origem, em datas


especificadas, a fluxos de caixa que constituam exclusivamente
pagamentos de principal e juros sobre o saldo remanescente do
principal em aberto.”

Exemplos: Clientes a Receber, Contratos de Mútuos Ativos, Aplicações


Financeiras de Renda Fixa e Caderneta de Poupança

Instrumentos Financeiros
Custo Amortizado – Exemplo:
Considere o caso da empresa Amortizando Sempre Ltda. que costuma
vender mercadorias a seus clientes a prazo, em termos diferentes dos
normais de mercado, ou seja, o cliente tem a possibilidade de dividir o
valor da compra em até 18 parcelas mensais sucessivas e iguais, sem
juros. Embora a campanha publicitária da Amortizando Sempre Ltda.
insista em afirmar que não cobra juros ao cliente, isso é uma propaganda
enganosa; afinal, os juros são embutidos no preço de venda. O modelo de
negócio da empresa, considerando seu desempenho, risco e remuneração
dos executivos, tem como definição manter as duplicatas a receber de
seus clientes em carteira, custodiadas na empresa, até a data de
vencimento, quando a equipe da tesouraria faz a cobrança aos clientes e
reconhece as possibilidades de perdas por clientes inadimplentes.

Contabilidade de Ativos Relevantes


110

Instrumentos Financeiros
Custo Amortizado – Exemplo:
Em 1º de setembro de 20X1, a Amortizando Sempre Ltda. vendeu mercadorias a
prazo pelo preço nominal de $18.000,00. De acordo com os termos do financiamento,
o cliente deverá pagar $1.000,00 por mês ao longo dos próximos 18 meses, a
primeira duplicata com vencimento em 1º de outubro de 20X1, aparentemente sem
juros. Entretanto, em 1º de setembro de 20X1, a Amortizando Sempre Ltda. seria
indiferente em receber o montante de $15.000,00 vista, pois, sua administração
embutiu os juros no preço de venda, à taxa de 1.9940% ao mês. Essa taxa
corresponde à taxa efetiva de juros (TIR). Portanto, o valor justo da contraprestação
recebível é de $15.000,00 e a diferença entre o preço nominal (que corresponde ao
somatório do valor de face das duplicatas) e o valor justo da contraprestação
recebível representa os juros embutidos no preço, que, neste exemplo, somam
$3.000,00. Assim, nessa data a entidade reconheceu:

Instrumentos Financeiros
Custo Amortizado – Exemplo:
Demonstração dos Cálculos do Contas a Receber
JUROS SALDO
MÊS PARCELAS INCORRIDOS AMORTIZAÇÃO DEVEDOR
-15.000,00 15.000,00
1 1.000,00 299,09 700,91 14.299,09
2 1.000,00 285,12 714,88 13.584,21
3 1.000,00 270,86 729,14 12.855,07
4 1.000,00 256,32 743,68 12.111,40
5 1.000,00 241,50 758,50 11.352,90
6 1.000,00 226,37 773,63 10.579,27
7 1.000,00 210,95 789,05 9.790,21
8 1.000,00 195,21 804,79 8.985,43
9 1.000,00 179,17 820,83 8.164,59
10 1.000,00 162,80 837,20 7.327,39
11 1.000,00 146,10 853,90 6.473,49
12 1.000,00 129,08 870,92 5.602,57
13 1.000,00 111,71 888,29 4.714,29
14 1.000,00 94,00 906,00 3.808,29
15 1.000,00 75,94 924,06 2.884,22
16 1.000,00 57,51 942,49 1.941,73
18 1.000,00 38,72 961,28 980,45
17 1.000,00 19,55 980,45 0,00
1,9940% 3.000,00 15.000,00
Onde:
A taxa de juro s po r mês (TIR) 1,9940%
Valo r de liquidação à Vista 15.000,00
Valo r de liquidação futura 18.000,00
Juro s to tal no perío do 3.000,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


111

Instrumento Financeiro: Custo Amortizado


Contabilização Contas a Receber por venda à prazo

Mensuração Inicial

Pela venda no valor total incluindo os juros

DÉBITO CRÉDITO

BP DRE

ATIVO RECEITA

Contas a Receber Receita de Vendas

18.000,00 18.000,00

Instrumento Financeiro: Custo Amortizado


Contabilização Contas a Receber por venda à prazo

Mensuração Inicial
Pela retificação em decorrência dos juros embutidos
Valor justo da operação à VP
DÉBITO CRÉDITO

DRE BP

RECEITA ATIVO
Juros a Apropriar de Clientes
Ajuste a Valor Presente (-)
(-)
3.000,00 3.000,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


112

Instrumento Financeiro: Custo Amortizado


Contabilização Contas a Receber por venda à prazo

Mensuração Subsequente
Pela Apropriação dos Juros e Amortização da Parcela
(1)
DÉBITO CRÉDITO

BP BP BP DRE

ATIVO ATIVO ATIVO RECEITA


Juros a
Contas a Receita
Apropriar de Disponível
Receber Financeira
Clientes (-)
299,09 1.000,00 1.000,00 299,09

Instrumentos Financeiros
Valor Justo por Meio de Resultados Abrangentes
Exceto no caso das empresas que adotam o CPC PME, o ativo financeiro
será mensurado, subsequentemente, pelo método do valor justo por
meio de outros resultados abrangentes e, consequentemente,
classificado como valor justo por meio de outros resultados abrangentes se
e, somente se, as duas condições a seguir forem atendidas:

“(a) O ativo financeiro for mantido com base no modelo de negócios cujo
objetivo seja atingido tanto pelo recebimento de fluxos de caixa
contratuais quanto pela venda de ativos financeiros; e

(b) Os termos contratuais do ativo financeiro derem origem, em datas


especificadas, a fluxos de caixa que constituam exclusivamente
pagamentos de principal e juros sobre o saldo remanescente do
principal em aberto.”

Contabilidade de Ativos Relevantes


113

Resultado Abrangente
Definição:

Os outros resultados abrangentes são itens de receita ou despesa que não


são apresentados na demonstração do resultado do exercício (DRE), mas
na demonstração de outros resultados abrangentes (DRA) ou direto na
DMPL. Por conseguinte, os outros resultados abrangentes não se
confundem com o lucro líquido; logo, não afetam a base de cálculo de
dividendos nem o saldo de lucros acumulados (ou reservas de lucros) no
patrimônio líquido; então afetam a conta homônima no patrimônio líquido,
onde seu saldo é acumulado. Isto ocorre pela não realização econômica
da operação que ainda dependerá de eventos futuros ao seu
reconhecimento contábil.

Instrumentos Financeiros
Valor Justo por Meio de Resultado Abrangente– Exemplo:

Considere o caso da empresa Flex Ltda. que adquiriu um investimento pelo valor de
R$10.000,00 acrescido de custos de transação de R$100,00 em um título de renda
fixa “DB” que tem um fluxo contratual de resgate ao final de 10 meses com juros de
2% ao mês. Contudo, este instrumento financeiro é negociado em um mercado ativo
onde existe compradores e vendedores potenciais para este instrumento. A
Comercial Flex Ltda. detém estes ativos financeiros para atender suas necessidades
diárias de liquidez, de modo que os vende para reinvestir em ativos financeiros com
rendimentos mais elevados ou para combinar melhor a duração de seus passivos. No
passado, essa estratégia resultou em um melhora significativa no desempenho no
resultado financeiro da empresa. Espera-se que a atividade continue no futuro.

Contabilidade de Ativos Relevantes


114

Instrumentos Financeiros
Valor Justo por Meio de Resultado Abrangente– Exemplo:

JUROS CURVA DO VALOR DE GANHO/P SALDO DO


MÊS
INCORRIDOS PAPEL MERCADO ERDA INVESTIMENTO
ANTES DO
DRE BP BP DRA AJUSTE
Investimento 10.000,00
Custo de Transação 100,00
Custo Histórico 10.100,00
1 200,00 10.200,00 10.510,00 210,00 10.300,00
2 204,00 10.404,00 10.900,00 186,00 10.714,00
3 208,08 10.612,08 11.250,00 141,92 11.108,08
4 212,24 10.824,32 11.550,00 87,76 11.462,24
5 216,49 11.040,81 11.800,00 33,51 11.766,49
6 220,82 11.261,62 12.000,00 -20,82 12.020,82
7 225,23 11.486,86 12.300,00 74,77 12.225,23
8 229,74 11.716,59 12.600,00 70,26 12.529,74
9 234,33 11.950,93 12.840,00 5,67 12.834,33
10 239,02 12.189,94 13.050,00 -29,02 13.079,02
2.189,94 2,00% 760,06

Instrumento Financeiro: VJMRA


Contabilização Debenture

Mensuração Inicial

Pela aquisição do Investimento

DÉBITO CRÉDITO

BP BP

ATIVO ATIVO

IFVJMRA Disponivel

10.100,00 10.100,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


115

Instrumento Financeiro: VJMRA


Contabilização Debenture

Mensuração Subsequente

Pelo reconhecimento dos juros incorridos (1)

DÉBITO CRÉDITO

BP DRE

ATIVO RECEITA
RECEITA FINANCEIRA
IF – IFVJMRA

200,00 200,00

Instrumento Financeiro: VJMRA


Contabilização Debenture

Mensuração Subsequente
Pelo reconhecimento da variação para o valor justo em
outros resultados abrangentes (PL) (1)
DÉBITO CRÉDITO

BP BP

ATIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

IF - VJMRA ORA – AVJ - IFVJMRA

210,00 210,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


116

PERÍODO
CONTRA- TOTAL
EVENTOS PARTIDA 1 2 3 RESULTADO
(=)SALDO INICIAL DO
INVESTIMENTO 0,00 10.510 10.900
(+) COMPRA DO INVESTIMENTO (-
) RESGATE DO INVESTIMENTO DISPONÍVEL 10.100 0 0
(+) ATUALIZAÇÃO DO PAPEL PELAS
CONDIÇÕES CONTRATUAIS (2% RECEITA
A.M) FINACEIRA 200 204 208,08 612,08

(=)SALDO ATUALIZADO 10.300 10.714 11.108,08


(+)/(-) AJUSTE A VALOR
PATRIMONIAL DE INSTRUMENTOS PATRIMÔNIO
FINANCEIROS (PL) LÍQUIDO 210 186 141,92 537,92
(=) SALDO FINAL DO
INVESTIMENTO 10.510 10.900 11.250 1.150,00

VALOR DO TÍTULO A MERCADO 10.510 10.900 11.250

VALOR DO TÍTULO ATUALIZADO 10.200 10.404 10.612,08

Instrumento Financeiro: VJMRA


Contabilização Debenture
Mensuração Subsequente

Decisão pela venda do Papel (Mês 3)

DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

BP BP BP DRE
PATRIMÔNIO
ATIVO ATIVO RECEITA
LÍQUIDO
ORA – AVJ -
RECEITA
DISPONÍVEL IFVJMRA IFVJMRA
FINANCEIRA

11.250,00 11.250,00 537,92 537,92

Contabilidade de Ativos Relevantes


117

INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Valor Justo por Meio de Resultado

Todos os ativos financeiros não classificados como mensurados pelo


custo amortizado e não classificados como mensurados pelo valor justo
por meio de outros resultados abrangentes devem ser classificados
como mensurados pelo valor justo por meio do resultado.

De acordo com o IFRS 9 (item 4.1.5), a administração da entidade pode,


no ato do reconhecimento, de maneira irrevogável, designar os
instrumentos financeiros básicos como mensurados pelo modelo do valor
justo mediante resultado.

INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Valor Justo por Meio de Resultado - Exemplo

Considere o caso da empresa Especulativa Ltda. que decidiu adquirir ações


de outras em empresas com interesse de venda tão logo a cotação esteja
favorável para apuração de ganhos. A empresa investida é a CIELO, papel
CIEL3, cotada em bolsa e, portanto, seu valor justo poderá ser
determinado pelo Nivel 1.

Contabilidade de Ativos Relevantes


118

DATA PAPEL OPERAÇÃO COTAÇÃO QDE TOTAL RESUL DEBITO CREDITO

01/07 CIEL 3 COMPRA 45,64 1000 45.640,00 0,00 AC / IF AC / DISP

30/07 CIEL 3 ATUAL 42,15 1000 42.150,00 -3.490,00 DESP FIN AC / IF

29/08 CIEL 3 ATUAL 41,96 1000 41.960,00 -190,00 DESP FIN AC / IF

12/09 CIEL 3 ATUAL 46,10 1000 46.100,00 4.140,00 AC / IF REC FIN

12/09 CIEL 3 VENDA 46,10 1000 46.100,00 0,00 AC / DISP AC / IF

Instrumento Financeiro
RESUMO

MÉTODO DE MENSURAÇÃO
CONTRA
CLASSIFICAÇÃO PRAZO PNRC
PARTIDA
Inicial Subsequente

VALOR JUSTO
POR MEIO DE
VALOR JUSTO VALOR JUSTO CP DRE NÃO
RESULTADO

CUSTO VALOR JUSTO CUSTO


CP e LP DRE SIM
AMORTIZADO (VP) + CT AMORTIZADO

CUSTO
VALOR JUSTO
AMORTIZADO
POR MEIO DE VALOR JUSTO
e AJUSTADO CP e LP DRE/ PL NÃO
RESULTADO (VP) + CT
AO VALOR
ABRANGENTE
JUSTO

Contabilidade de Ativos Relevantes


119

Ativos Financeiros
Caso: LOJAS RENNER S/A
AB: 2017 / NE 7.1.1, P.4
Classificação e mensuração dos ativos financeiros Demonstrações Consolidadas:
31 de dezembro de 2017 – IAS 39/CPC 38 1º de janeiro de 2018 – IFRS 9/CPC 48
Ativos Valor justo Disponível Empréstimos e Designados a Custo Valor justo (*) VJORA
Financeiros instrumento para venda recebíveis valor justo amortizado
de hedge
Caixa e - - 1.059.873 - 1.059.873 - -
equivalentes de
caixa
(**) Aplicações - 50.782 - 31.578 - 82.360 -
financeiras

Contas a - - 2.644.258 - 2.644.258 - -


receber de
clientes
Instrumentos 6.917 - - - - - 6.917
financeiros
derivativos
Total 6.917 50.782 3.704.131 31.578 3.704.131 82.360 6.917

Caso Integrativo: Partes 1 a 3

Contabilidade de Ativos Relevantes


120

UD 7:

Imobilizado

CPC 27 / IAS
16

Imobilizado
Definição

“Ativo imobilizado é o item tangível que: (a) é mantido


para uso na produção ou fornecimento de mercadorias
ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins
administrativos; e (b) se espera utilizar por mais de
um período.”
CPC 27, pag. 2
Atualmente o teto fiscal conforme a Lei 12973/14 para
contabilização de imobilizado como despesas é de
R$1.200,00.

Contabilidade de Ativos Relevantes


121

Ativo Imobilizado
Principais Pontos: Reconhecimento e Mensuração
1. Deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo;
2. O custo é equivalente ao preço à vista na data do reconhecimento;
3. São adicionados ao custo inicial: (+) gastos incrementais e
necessários a colocar o imobilizado em condições de
funcionamento, como transporte, tributos, montagem, testes etc. até
que ele esteja em condições de efetivo uso (+) valor estimado dos
gastos previstos para desmontagem, remoção e restauração do
local onde é instalado;
4. Deve ser baixado por ocasião de sua alienação ou substituição; quando
não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua
utilização ou alienação ou quando transferido para outro grupo de
contas;
5. Deve reclassificar o imobilizado para o ativo circulante (mantido
para venda) se o seu valor contábil vai ser recuperado,
principalmente, por meio de transação de venda em vez do uso
contínuo. O valor de transferência será o custo histórico ou valor
realizável líquido, dos dois, o menor.

Ativo Imobilizado
Exemplo:
Considere o caso da empresa Forte Ltda. que adquiriu em 01/09/2014 uma máquina
para a produção dos seus produtos. O valor da compra de R$130.000,00 foi
financiado pelo Banco Alfa. O custo histórico, a valor à vista do ativo, equivalente
ao seu valor presente, e é de R$100.000,00 quando descontados os juros de
R$30.000,00. Os impostos incidentes na operação são não recuperáveis pela
empresa adquirente. Os gastos para colocar o ativo em uso são de R$20.000,00
e foi estimado o valor de desmobilização do ativo que, por força legal, terá descarte
responsável e custará o equivalente atual de R$30.000,00. A engenharia de produção
estimou que a máquina deverá ser substituída ao término de 60 meses por não
apresentar o desempenho esperado após este tempo. Também foi estimado que pelo
valor atual, uma máquina equivalente com 60 meses de uso poderia representar um
valor realizável líquido de R$10.000,00.

Em decorrência, temos a seguinte composição da mensuração inicial do ativo:

Contabilidade de Ativos Relevantes


122

Ativo Imobilizado
Exemplo:

Histórico da Transação Dados

Valor da aquisição (a) 130.000,00

Valor dos juros embutidos (b) (30.000,00)

Custo de Aquisição do Bem valor à vista (c) = (a) – (b) 100.000,00

Gastos para Colocar o Ativo em Condições de Uso (d) 20.000,00

Gastos estimados para Desmobilização (e) 30.000,00

Total do custo histórico do Ativo na mensuração inicial


(f)= (c) + (d) + (e) 150.000,00

Ativo Imobilizado
Principais Pontos: Depreciação
1. A depreciação, é entendida como a alocação sistemática do valor
depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil econômica para a
entidade, corresponde à parcela pertencente ao período do total da diferença
entre o valor do custo do ativo (ou outro valor que substitua o custo) menos o
valor residual esperado ao final de sua utilização;
2. Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a
venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já
tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida
3. Cada componente de um item do ativo imobilizado com custo significativo em
relação ao custo total do item deve ser depreciado separadamente;
4. Cessa a depreciação quando o ativo é desativado por baixa de qualquer
natureza ou transferência para ativo não circulante mantido para venda.
4. útil;
5. Além da base da depreciação, é necessária a verificação, pelo menos
anualmente, da eventual necessidade de reconhecimento de perda por redução
ao valor recuperável do ativo;
6. Os ajustes nas bases de depreciação e custo por perda por não
recuperabilidade são considerados mudanças de estimativas (CPC 23) e não
são ajustados retrospectivamente.

Contabilidade de Ativos Relevantes


123

Ativo Imobilizado
Exemplo:
Considere ainda o caso da empresa Forte Ltda. que adquiriu em 01/09/2014 uma
máquina para a produção dos seus produtos. O valor da compra de R$140.000,00 foi
financiado pelo Banco Alfa. O custo histórico, a valor à vista do ativo, equivalente
ao seu valor presente, e é de R$100.000,00 quando descontados os juros de
R$40.000,00. Os impostos incidentes na operação são não recuperáveis pela
empresa adquirente. Os gastos para colocar o ativo em uso é de R$20.000,00 e
foi estimado o valor de desmobilização do ativo que, por força legal, terá descarte
responsável e custará o equivalente atual de R$30.000,00. A engenharia de produção
estimou que a máquina deverá ser substituída ao término de 60 meses por não
apresentar o desempenho esperado após este tempo. Também foi estimado que pelo
valor atual, uma máquina equivalente com 60 meses de uso poderia representar um
valor realizável líquido de R$10.000,00.

Em decorrência, temos a seguinte composição da mensuração inicial do ativo:

Exemplo Básico de Depreciação


Fluxo do Ativo

Depreciação
Valor Liquido do
Ano Custo do Ativo Período Acumulada Bem

2014 150.000,00 9.333,33 9.333,33 140.666,67

2015 150.000,00 28.000,00 37.333,33 112.666,67

2016 150.000,00 28.000,00 65.333,33 84.666,67

2017 150.000,00 28.000,00 93.333,33 56.666,67

2018 150.000,00 28.000,00 121.333,33 28.666,67

2019 150.000,00 18.666,67 140.000,00 10.000,00

Contabilidade de Ativos Relevantes


124

Perda por Não Recuperabilidade do Custo


Ainda com base nos dados do caso anterior, suponha que na
apresentação do Balanço Patrimonial de 2016 (saldo contábil líquido
de 84.666.67) a empresa tenha evidências de perdas e tenha
verificado que o valor justo do ativo (FCD) tenha sido de
R$75.000,00 e o valor de mercado de R$80.000,00. Neste caso, o
valor recuperável será de R$80.000,00 (dos dois o maior valor) e a
empresa teria que reconhecer uma perda por não recuperabilidade
de custo do ativo no valor de R$4.666,67. Também a empresa
verificou que o novo valor realizável líquido é de R$5.000,00 e o
ativo gerará benefícios por mais 60 meses, ou seja, de 2017 a
2021. Em decorrência o novo fluxo de custo histórico do ativo a
partir de 01/01/2017, será:

Novo cálculo de depreciação após a PNRC


Fluxo do Ativo

Depreciação
Valor Liquido do
Ano Custo do Ativo Período Acumulada Bem

2017 80.000,00 15.000,00 15.000,00 65.000,00

2018 80.000,00 15.000,00 30.000,00 50.000,00

2019 80.000,00 15.000,00 45.000,00 35.000,00

2020 80.000,00 15.000,00 60.000,00 20.000,00

2021 80.000,00 15.000,00 75.000,00 5.000,00

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125

Imobilizado
Estrutura de Reconhecimento
OPERAÇÃO APLICAÇÃO (D) ORIGEM ( C)
COMPRA PELO CUSTO DE IMOBILIZADO CONTRAPRESTAÇÃO
ENTRADA BP BP
CUSTO OU DESPESAS
OPERACIONAIS/ ENCARGOS
DE DEPRECIAÇÃO DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
DEPRECIAÇÃO/EXAUSTÃO BP OU DRE (-) BP
AJUSTE DE AVALIAÇÃO
IMOBILIZADO PATRIMONIAL (PL)
AJUSTE A VALOR JUSTO BP BP
QUANDO PERMITIDO

PROVISÃO PARA
ESTIMATIVA DE IMOBILIZADO DEMOBILIZAÇÃO
DESMOBILIZAÇÃO BP BP
PERDA PELA NÃO
PERDA PELA NÃO RECUPERABILIDADE
RECUPERABILIDADE (CONTA RETIFICADORA)
IMPAIRMENT DRE (-) BP
CONTRAPRESTAÇÃO/ IMOBILIZADO/ GANHO NA
BAIXA PELO CUSTO APURADO PERDA NA ALIENAÇÃO ALIENAÇÃO
NA SAÍDA BP / DRE (-) BP / DRE (+)

Ativo Imobilizado
Resumo
São ativos tangíveis com destino exclusivo para uso nas atividades operacionais da
empresa. São mensurados inicialmente ao custo histórico e assim mantidos
subsequentemente com ajustes de depreciação. Excepcionalmente, o imobilizado pode
ser levado a seu valor justo, entendido como o seu valor presente liquido da menor
unidade geradora de caixa. Estas situações ocorrem somente na adoção inicial (CPC 13)
ou na combinação de negócios (CPC 15). Estes ativos são depreciados ou exauridos por
sua vida útil econômica, assim entendida como o tempo de geração de benefícios
econômicos para entidade. A mensuração desta realização pode ser determinada de
forma linear ou pela curva de benefícios. O prazo de benefícios e o valor residual devem
ser revistos periodicamente. Quando houver evidências de não recuperabilidade do
custo, esta perda deve ser reconhecida na DRE podendo ser revertida quando
desaparecerem as evidências da perda.

Contabilidade de Ativos Relevantes


126

Imobilizado
Caso: WEG S/A
AB: 2017 / NE 2.8 P.3
“Os ativos imobilizados estão avaliados ao custo de aquisição e/ou
construção, deduzidos das respectivas depreciações, com exceção de
terrenos, que não são depreciados. Os gastos com manutenção ou
reparos, que não aumentam significativamente a vida útil dos bens,
são contabilizados como despesas, quando ocorridos. Os ganhos e as
perdas em alienações são apurados comparando-se o valor da venda com
o valor residual e são reconhecidos na demonstração do resultado. A
depreciação é calculada pelo método linear e leva em consideração
a vida útil econômica dos bens, sendo esta revisada periodicamente
com objetivo de adequar as taxas de depreciação de acordo com a
necessidade. Os valores contábeis do ativo imobilizado são revistos a
cada data de balanço para apurar se há indicação de perda no valor
recuperável. Caso ocorra tal indicação, a Companhia reconhece uma
redução do saldo contábil deste ativo.“

Imobilizado
Caso: WEG S/A
AB: 2017 / NE 12 P.14
Rubricas Taxa % Anual Controladora Consolidado
*
31/12/2017 31/12/2016 31/12/2017 31/12/2016

Terrenos 0 1.440 1.440 375.171 367.566


Construções e Instalações 02 a 03 5.639 5.639 1.349.041 1.184.070

Equipamentos 05 a 20 3.766.631 3.574.527


Móveis e Utensílios 07 a 10 153.177 121.552
Hardware 20 a 50 126.391 103.962
Imobilizações em Curso 0 183.391 137.860
Reflorestamento 56.487 55.050
Outros 134.369 125.418
Total do Imobilizado 7.079 7.079 6.144.658 5.670.005
(-) Depreciação / (2.686) (2.600) (2.984.547) (2.637.289)
Exaustão Acumuladas (*)
(=) Imobilizado Líquido 4.393 4.479 3.160.111 3.032.716

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127

AULA 4/4
1. Propriedades para Investimentos
2. Ativo Intangível
3. Caso Integrativo
4. Ativo Biológico

UD 8:

Propriedade
para
Investimentos

CPC 28 /
IAS 17

Contabilidade de Ativos Relevantes


128

Propriedade para Investimentos


Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração

1. A propriedade para investimento deve ser mensurada inicialmente


pelo seu custo. Na mensuração inicial são aplicáveis todos os
conceitos normalmente utilizados na mensuração do custo inicial de
um ativo imobilizado, inclusive no caso de permuta;

2. A entidade pode escolher, após o registro inicial, o método do


valor justo ou o método do custo para avaliar as propriedades
para investimento consistentemente no decurso do tempo (exceção
no caso de arrendatário que utiliza o imóvel como propriedade para
investimento, quando o valor justo é obrigatório).

3. A entidade que escolher o método do custo deve divulgar o valor


justo da sua propriedade de investimento em cada balanço
patrimonial.

Propriedade para Investimentos


Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração
4. O valor justo pode ser determinado internamente, havendo necessidade de
laudo independente somente quando exigido para prestação de contas ou por
órgão regulador;

5. As variações no valor justo da propriedade para investimento são


reconhecidas diretamente no resultado do período em que ocorrem;

6. Na adoção do método do custo, valem todos os requisitos do


Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado, inclusive quanto à
depreciação;

7. Na transferência de propriedade para investimento avaliada ao valor justo


para o imobilizado, considera-se como custo o valor justo na data da
alteração efetiva do uso, e aplicam-se, a partir daí, todas as regras contábeis
próprias do ativo imobilizado, inclusive depreciação;

Contabilidade de Ativos Relevantes


129

Propriedade para Investimentos


Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração
8. Se houver transferência de um ativo imobilizado para
propriedade para investimento, e esta passar a ser
avaliada pelo valor justo, a diferença acumulada até a
transferência, se negativa, deve ser registrada no resultado
do exercício e, se positiva, em ajustes de avaliação
patrimonial, como parte dos outros resultados abrangentes;
à medida que se realizar esse excedente, os valores são
transferidos para lucros ou prejuízos acumulados e não mais
podem afetar resultado do exercício. Se tiver havido
reavaliação (quando admitida legalmente) nesse ativo
imobilizado, aplicam-se as regras da reavaliação quando o
valor justo é inferior ao valor contábil anteriormente
registrado.

Propriedade para Investimentos


Estrutura de Reconhecimento

OPERAÇÃO APLICAÇÃO (D) ORIGEM ( C)


COMPRA PELO CUSTO DE PROPRIEDADE CONTRAPRESTAÇÃO
ENTRADA BP BP

DEPRECIAÇÃO QUANDO
APLICÁVEL E ESCOLHIDO O ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO DEPRECIAÇÃO ACUMULADA
MÉTODO DE CUSTO DRE (-) BP

OUTRAS RECEITAS-DRE
AJUSTE A VALOR JUSTO PROPRIEDADE - BP PROPRIEDADE - BP
QUANDO ESCOLHIDO O ESTE OUTRAS DESPESAS-DRE
MÉTODO

IMPAIRMENT QUANDO PERDA PELA NÃO PERDA PELA NÃO


ESCOLHIDO O MÉTODO DE RECUPERABILIDADE RECUPERABILIDADE
CUSTO DRE (-) BP
CONTRAPRESTAÇÃO/ PROPRIEDADE/ GANHO NA
BAIXA PELO CUSTO APURADO PERDA NA ALIENAÇÃO ALIENAÇÃO
NA SAÍDA BP / DRE (-) BP / DRE (+)

Contabilidade de Ativos Relevantes


130

Propriedade para Investimentos


Resumo
São ativos sem intenção de venda no curso das operações com destino
para renda ou valorização e não para uso na operação ou na prestação de
serviços.

São mensurados inicialmente ao custo, a exemplo dos imobilizados e,


posteriormente, podem ser mantidos ao custo ou atualizados ao valor
justo. Neste caso, exceto quando exigido, seu valor justo pode ser
determinado internamente. Quando adotado o valor justo, sua variação é
reconhecida no resultado.

No caso de mantida a custo, a propriedade para investimento, exceto os


terrenos em valorização, é depreciada e sofre perda por não
recuperabilidade a exemplo dos imobilizados.

Propriedade para Investimentos


MULTIPLAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A
AB: 2017 / NE 2.11, P. 14
“As propriedades para investimento são registradas pelo custo de aquisição,
formação ou construção, deduzido das respectivas depreciações
acumuladas, calculadas pelo método linear à taxas que levam em
consideração o tempo de vida útil estimado dos bens. Os gastos incorridos
com reparos e manutenção são contabilizados somente se os benefícios
econômicos associados a esses itens forem prováveis e os valores forem
mensurados de forma confiável, enquanto os demais gastos são registrados
diretamente no resultado quando incorridas. A recuperação das
propriedades para investimento por meio das operações futuras, as vidas
úteis e o valor residual destes são acompanhados periodicamente e
ajustados de forma prospectiva, se necessário. O valor justo das
propriedades para investimento é determinado trimestralmente, somente
para fins de divulgação.
Propriedade para investimento é a propriedade mantida para auferir receita
de aluguel para valorização de capital ou para ambos, mas não para venda
no curso normal dos negócios, fornecimento de serviços ou para propósitos
administrativos. As edificações e benfeitorias classificadas como
propriedade para investimento são mensuradas pelo custo no
reconhecimento inicial e depreciadas pelo prazo de vida útil de 30 a 50
anos.”

Contabilidade de Ativos Relevantes


131

UD 9:

Intangível
(exceto Goodwill)

CPC 04 /
IAS 38

Intangível
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração

1. O reconhecimento de um item como ativo intangível exige que uma


entidade demonstre que o item satisfaça: (a) a definição de ativo
intangível; e (b) os critérios de reconhecimento. Esses requisitos
aplicam-se aos gastos incorridos inicialmente para adquirir ou gerar
um ativo intangível e também àqueles incorridos posteriormente;

2. Um ativo é identificável na definição de um ativo intangível quando:


(a) for separável, isto é, capaz de ser separado ou dividido da
entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja
individualmente ou em conjunto com um contrato, ativo ou passivo
relacionado; ou (b) resultar de direitos contratuais ou de outros
direitos legais, quer esses direitos sejam transferíveis quer sejam
separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Contabilidade de Ativos Relevantes


132

Intangível
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração

3. Um ativo intangível deve ser reconhecido somente quando: (a) for


provável que os benefícios econômicos futuros esperados
atribuíveis ao ativo serão gerados em favor da entidade; e (b) o
custo do ativo possa ser mensurado com segurança;

4. Um ativo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu


custo. O custo de um ativo intangível adquirido separadamente
inclui: (a) seu preço de compra, acrescido de impostos de
importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, após
deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e (b) qualquer
custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a
finalidade proposta.

Intangível
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração

5. Nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa deve


ser reconhecido. O dispêndio com pesquisa deve ser
reconhecido como uma despesa quando for incorrido. Durante
a fase de pesquisa de um projeto interno, a entidade não está
apta a demonstrar a existência de um ativo intangível que
gerará prováveis benefícios econômicos futuros. Portanto, tais
gastos são reconhecidos como despesa quando incorridos;

Contabilidade de Ativos Relevantes


133

Intangível
Check List para reconhecimento:
Um ativo intangível somente deverá ser reconhecido somente se a
entidade puder demonstrar todos os aspectos a seguir enumerados:
(a)For separável ou sustentado pela existência de direitos contratuais
que impeçam outros ao acesso ao benefício econômico do ativo sem sua
concordância;
(b)intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
(c)capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
(d)a forma como o ativo intangível deverá gerar benefícios
econômicos futuros;
(e)demonstrar a existência de um mercado para os produtos do ativo
intangível ou para o próprio ativo intangível ou, caso este se destine ao
uso interno, a sua utilidade;
(f)disponibilidade e viabilidade de recursos técnicos, financeiros e
outros recursos adequados para concluir seu desenvolvimento e usar ou
vender o ativo intangível; e
(g)capacidade de mensurar com segurança os gastos atribuíveis ao
ativo intangível durante seu desenvolvimento.

Intangível
Principais Pontos: Amortização
1. O valor amortizável de um ativo intangível com vida útil definida deve ser
apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada;
2. A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver
disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições
necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração;
3. A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como
mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos classificados como
mantido para venda ou ainda, na data em que ele é baixado, o que ocorrer
primeiro;
4. O método de amortização utilizado deve refletir o padrão de consumo pela
entidade dos benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse
padrão com segurança, deve ser utilizado o método linear.
5. A despesa de amortização para cada período deve ser reconhecida no
resultado, a não ser que outra norma ou Pronunciamento contábil permita ou exija
a sua inclusão no valor contábil de outro ativo.
6. O período de amortização e o método de amortização para um ativo intangível, com
vida útil, definida devem ser revistos pelo menos no final de cada exercício social.

Contabilidade de Ativos Relevantes


134

Intangível
Principais Pontos: Amortização

Ativo intangível com vida útil indefinida

7. Um ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser


amortizado. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01
- Redução ao Valor Recuperável de Ativos, é exigido que uma
entidade teste a recuperação de um ativo intangível com vida
útil indefinida comparando o seu valor recuperável com o seu
respectivo valor contábil, anualmente ou sempre que haja uma
indicação de que o ativo intangível pode estar perdendo
substância econômica.

Ativo Intangível
Estrutura de Reconhecimento

OPERAÇÃO APLICAÇÃO (D) ORIGEM ( C)

COMPRA PELO CUSTO DE


ENTRADA ou ATIVO INTANGÍVEL CONTRAPRESTAÇÃO
DESENVOLVIMENTO BP BP

ENCARGOS DE AMORTIZAÇÃO ACUMULADA DE


AMORTIZAÇÃO NO CASO DE AMORTIZAÇÃO ATIVO INTANGÍVEL
VIDA ÚTIL DEFINIDA DRE (-) BP

PERDA PELA NÃO PERDA PELA NÃO


RECUPERABILIDADE RECUPERABILIDADE
IMPAIRMENT DRE (-) BP

CONTRAPRESTAÇÃO/ INTANGÍVEL/ GANHO NA


BAIXA PELO CUSTO APURADO PERDA NA ALIENAÇÃO ALIENAÇÃO
NA SAÍDA BP / DRE (-) BP / DRE (+)

Contabilidade de Ativos Relevantes


135

Intangíveis
Resumo
São ativos incorpóreos sem intenção de venda. Sua capitalização depende
severamente das evidências de controle (principalmente os direitos contratuais),
benefício futuro separável e mensuração confiável somente dos custos diretamente
atribuíveis. A valorização de ativos intangíveis não pode ser reconhecida. Quanto à
amortização destes ativos, depende da existência de evidências de vida útil definida.
Somente neste caso é que há amortização de forma linear ou pela curva econômica.
O teste para avaliação de perdas por não recuperabilidade do custo (impairment)
deve ser aplicado em intangíveis de vida útil definida, somente quando evidências de
perdas forem apresentadas. Já no caso dos ativos intangíveis de vida útil indefinida,
a realização este teste é anualmente obrigatória não podendo ser revertidas
posteriormente.

Intangível
Concessionárias de Rodovia do Oeste de SP
AB: 2017 / NE 2 - P.8

“Os direitos de concessão, gerados na aquisição total ou parcial


das ações, refletem o custo de aquisição do direito de operar as
concessões. Estes direitos estão fundamentados na expectativa de
rentabilidade futura, sendo amortizados ao longo do prazo da
concessão, linearmente ou pela curva de benefício
econômico. Os ativos intangíveis com vida útil definida são
monitorados sobre a existência de qualquer indicativo sobre a
perda de valor recuperável. Caso tais indicativos existam, a
Companhia efetua o teste de valor recuperável.”

Contabilidade de Ativos Relevantes


136

Caso Integrativo: Partes 4 a 9

UD 10:

Ativos
Biológicos
(e Produtos
Agrícolas)

CPC 29 /
IAS 41

Contabilidade de Ativos Relevantes


137

Ativos Biológicos
Definição

Para os fins do IAS 41, ativo biológico é planta ou animal vivo


utilizado no gerenciamento da transformação biológica (i.e., o
processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que
causam mudanças qualitativa e quantitativa no ativo biológico) e
da colheita de ativos biológicos para venda, conversão em produtos
agrícolas (i.e., o produto colhido ou obtido de ativo biológico da
entidade) ou em ativos biológicos adicionais para a entidade,
desde que não seja uma planta portadora.

Ativos Biológicos
Definição

Planta portadora é uma planta viva que: (a) é utilizada na


produção ou no fornecimento de produtos agrícolas; (b) é
cultivada para produzir frutos por mais de um período; e (c)
tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto
agrícola, exceto para eventual venda como sucata. Embora a
planta portadora seja uma planta viva, não é contabilizada
conforme o IAS 41, mas em conformidade com o IAS 16, ou seja,
como ativo imobilizado.

Contabilidade de Ativos Relevantes


138

Ativos Biológicos x Produtos Agrícolas


Exemplos:

Ativo Biológico Produto Agrícola Produtos Processado

Carneiro Lã Tapete

Gado de Leite Leite Queijo

Suíno Carne Suína Presunto

Cana de Açúcar Cana Colhida Açúcar

Ativos Biológicos
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração
1. Requer sua contabilização pelo valor justo menos as
despesas de vender, desde o reconhecimento inicial, exceto
quando o valor justo não estiver disponível;

2. As variações no valor justo do ativo biológico são receitas


ou despesas na demonstração do resultado do período;

3. Já no caso de certas árvores em crescimento para futura


produção de madeira, por exemplo, pode não haver valor
de mercado enquanto nessa fase. Nesse caso, a avaliação
desse ativo biológico é feita pelo custo.

Contabilidade de Ativos Relevantes


139

Ativos Biológicos
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração
4.Se passar a haver mercado e condição de avaliação ao valor
justo menos despesas de venda para um ativo biológico que
vinha sendo avaliado ao custo, esse valor justo líquido deve
passar a ser utilizado desse momento em diante;

5.Quando da avaliação ao valor justo menos despesas de venda,


todos os gastos relativos ao ativo biológico são
considerados como despesa do período quando incorridos.

6.A entidade é encorajada a fornecer uma descrição da quantidade


de cada grupo de ativos biológicos, distinguindo entre
consumíveis e de produção ou entre maduros e imaturos
(circulantes e não circulantes), conforme apropriado.

Ativos Biológicos
Caso de mensuração: BRF
O valor justo dos animais vivos (suínos e aves) e florestas é
determinado por meio de dados não observáveis, utilizando
as melhores práticas disponíveis nas circunstâncias de
avaliação, portanto são classificados na categoria de valor
justo de Nível 3, conforme previsto na Deliberação CVM nº
699/12 (CPC 46).
Já o bovino para consumo, a empresa adota valor justo
Nível 1 – Valor de Mercado observável menos despesas de
venda.

Contabilidade de Ativos Relevantes


140

Ativos Biológicos
Caso de mensuração: Notas Explicativas BRF
Aves e Suínos: A Florestas: A Bovino: Nas
Companhia determinou que o Companhia operações do Brasil, a
cost approach (custos determinou que o valorização é
históricos e precificação) é a income approach reconhecida através do
técnica de avaliação mais (fluxos de caixa valor de mercado de
apropriada para o cálculo do descontados) é a forma confiável em
valor justo de seus animais técnica de avaliação virtude da existência
vivos, conforme previsto na mais apropriada para de mercados ativos. O
Deliberação CVM nº 699/12, o cálculo do valor ganho ou perda, na
principalmente por conta do justo de suas variação do valor justo
curto período de vida dos ativos florestas, onde o valor dos ativos biológicos é
biológicos, bem como o preço do ativo está reconhecido no
que seria recebido pela venda relacionado ao valor resultado no período
em um mercado ativo baseado presente dos fluxos de em que ocorre como
no custo para produzir um caixas líquidos gerados receita bruta.
animal em mesmo grau de pelo ativo biológico no
maturidade no seu ciclo de vida. futuro.
No caso de animais mantidos
para produção, esse custo é
reduzido ao longo do tempo
levando em conta a redução
em valor ao longo de sua
vida útil.

Ativos Biológicos
Classificação quanto ao destino:

1. Ativos Circulantes
1.1 Consumo: Ativos biológicos para venda ao mercado (abate ou
colheita)
1.1.1 Consumo Maduros: ativos biológicos prontos para o consumo.
1.1.2 Consumo Imaturos: ativos biológicos ainda em fase de
desenvolvimento biológico para consumo.

2. Ativos Não Circulantes


2.1 Produção: Ativos biológicos para reprodução (matrizes) de outros
ativos biológicos ou produto agrícola.
2.1.1 Produção Maduros: ativos biológicos prontos para a produção.
2.1.2 Produção Imaturos: ativos biológicos ainda em fase de
desenvolvimento biológico para a produção.

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141

Produtos Agrícolas
Definição

Produto agrícola é o estoque obtido do ativo biológico não


só por colheita mas também, pelo nascimento quando o
objetivo for consumo para produção ou para venda
imediatos. Por exemplo, se os cabritos que nascem são
destinados à venda imediatamente ao nascimento, estes
são produtos agrícolas e as cabras, se destinadas à
produção do leite, como ativos biológicos.

Produtos Agrícolas
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração

1.Imediatamente após a colheita, o nascimento ou qualquer outra


forma de sua obtenção, os produtos agrícolas são avaliados ao
valor justo menos despesas de venda, com a contrapartida
desse registro afetando o resultado. Presume-se que sempre
há valor de mercado para o produto agrícola. Daí para frente,
enquanto na forma de produtos agrícolas, esses estoques
continuam a ser avaliados ao valor justo menos despesas de
venda, com todas as variações reconhecidas no resultado;

Contabilidade de Ativos Relevantes


142

Produtos Agrícolas
Principais Pontos: Reconhecimento e
Mensuração
2. A partir de qualquer utilização do produto agrícola em processo
de transformação, deixam de ser tratados conforme as determinações
deste Pronunciamento Técnico CPC 29 e passam a ser tratados pelo
Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques, ou outro mais apropriado.
Consequentemente, por exemplo, no caso de um processamento industrial
do leite extraído do gado leiteiro, o valor justo menos despesas de venda
atribuído ao leite quando extraído passa, a partir do início do
processamento, a ser considerado como o custo desse material, ao qual
serão adicionados os demais custos industriais. Esse estoque a partir do
processamento estará, quer como produto em elaboração, quer como
produto acabado, sujeito à avaliação pelo custo conforme o Pronunciamento
Técnico CPC 16.

Exemplo:
A empresa Boi Gordo S/A tem como atividade a engorda, abate e
venda de gado bovino. A empresa iniciou o exercício social com
o nascimento de 1.000 cabeças de gado, com peso médio de 100
arrobas, ao preço unitário inicial da arroba de R$130,00 e
despesas para vender de 20% sobre o valor de mercado.
Durante o exercício, nasceram mais 100 cabeças e foram
abatidas 300. No findo do exercício social o rebanho tinha um
peso médio unitário de 130 arrobas ao valor unitário de
R$150,00 e a despesa para vender era de 25%. As despesas de
criação no período totalizaram R$100.000,00 e foram pagas à
vista. Com base nestas informações determine: (a) o valor e o
método de mensuração inicial e (b) subsequente do Ativo no
findo do exercício social e (c) o impacto na DRE para o período.

Contabilidade de Ativos Relevantes


143

Mensuração Inicial a Valor Justo

(=) Quantidade de cabeças no início do exercício 1.000

(*) Quantidade de arrobas por cabeça 100

(*) Preço médio unitário por arroba R$ 130,00

(=) Valor justo total (antes das despesas para vender) R$ 13.000.000,00

(-) Depsesas para vender (20%) -R$ 2.600.000,00

(=) Mensuração Inicial do ativo R$ 10.400.000,00

Ativo Biológico - Contabilização

Mensuração Inicial

DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

BP DRE DRE BP
ATIVO ATIVO
RECEITA DESPESAS
BIOLOGICO BIOLÓGICO
DESPESAS
DESPESAS
CONSUMO AB - CONS PARA VENDER
PARA VENDER

13.000.000, 13.000.000, 2.600.000, 2.600.000,

Contabilidade de Ativos Relevantes


144

Mensuração Subsequente a Valor Justo

Valor do ativo no findo do exercício social

(=) Quantidade de cabeças inventariada 800

(*) Quantidade de arrobas por cabeça 130

(*) Preço médio unitário por arroba R$ 150,00


(=) Valor justo total (antes das despesas para
vender) R$ 15.600.000,00

(-) Depsesas para vender -R$ 3.900.000,00

(=) Valor do ativo a ser apresentado no balanço


patrimonial no findo do período (valor justo
menos despesas para vender) R$ 11.700.000,00

Ativo Biológico - Contabilização

Mensuração Subsequente – Ajuste a Valor Justo

DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

BP DRE DRE BP
ATIVO ATIVO
RECEITA DESPESAS
BIOLOGICO BIOLÓGICO
DESPESAS
DESPESAS
CONSUMO AB - CONS PARA VENDER
PARA VENDER

2.600.000, 2.600.000, 1.300.000, 1.300.000,

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145

Ativo Biológico - Contabilização

Mensuração Subsequente – Despesas de Criação

DÉBITO CRÉDITO

DRE BP

CUSTOS ATIVO

DESPESA DE CRIAÇÃO CAIXA E EQUIVALENTES

100.000, 100.000,

Ativos Biológicos**
Estrutura de Reconhecimento
OPERAÇÃO APLICAÇÃO (D) ORIGEM ( C)
ATIVO BIOLÓGICO FORNECEDOR/DISPONÍVEL
ENTRADA PELA COMPRA BP BP

AJUSTE A VALOR JUSTO NA ATIVO BIOLÓGICO RECEITA BRUTA


APRESENTAÇÃO PARA CIMA BP DRE
AJUSTE A VALOR JUSTO NA CUSTO ATIVO BIOLÓGICO
APRESENTAÇÃO PARA BAIXO DRE BP
ENTRADA PELO NASCIMENTO ATIVO BIOLÓGICO RECEITA BRUTA
OU COLHEITA BP DRE
GASTOS COM A CRIAÇÃO A DESPESAS FORNECEDOR/DISPONÍVEL
VALOR JUSTO DRE BP

GASTOS COM A CRIAÇÃO A FORNECEDOR/DISPONÍVEL


VALOR DE CUSTO ATIVO BIOLOGICO* BP

DISPONÍVEL ATIVO BIOLÓGICO


BAIXA PELA VENDA BP BP
ATIVO BIOLÓGICO
CUSTO BP
BAIXA PELA MORTE DRE

• Somente quando não houver mercado para cotação específica.


• ** Tratamento idêntico para Produtos Agrícolas

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146

Ativos Biológicos
Resumo

São animais ou plantas vivos utilizados pela empresa no gerenciamento da


transformação biológica. Quanto ao seu destino, podem ser consumíveis
(venda) ou produção (matrizes) e, quanto ao seu tempo de realização,
podem ser maduros ou imaturos.

São avaliados na mensuração inicial e subsequente ao valor justo menos


despesas para vender. No nascimento, morte e na variação do valor justo
seu impacto é na Receita Bruta ou Custo (DRE).

As despesas com a criação são reconhecidas como despesas quando


incorridas. Registros a custo só são permitidos quando não houver forma
de determinação do valor justo (N1 a N3).

E concluindo ...
“A compreensão de regras internacionais é muito difícil porque
as regras têm diferentes significados: na Alemanha, tudo é
proibido a menos que esteja explicitamente permitido na lei,
enquanto que na Inglaterra tudo é permitido a menos que
esteja explicitamente proibido na lei. No Irã, por outro lado,
tudo é proibido mesmo que esteja permitido na lei enquanto
que na Itália tudo é permitido, especialmente se é proibido.”

Walton 2003, citação de Nyama, 2010, pág 21

Contabilidade de Ativos Relevantes


147

CONTATOS
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