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MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE

ESTUDOS E PROJETOS DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA


Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

ÍNDICE

I. ORIGEM............................................................................................................................. 5

II. OBJETIVO ........................................................................................................................ 5

III. CONDIÇÕES GERAIS ..................................................................................................... 5

3.1. Procedimento ............................................................................................................ 6


3.1.1. Fase 1................................................................................................................... 6
3.1.2. Fase 2................................................................................................................... 7
3.1.3. Fase 3................................................................................................................... 8
3.1.4. Fase 4..................................................................................................................11
IV. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS..........................................................................................11

4.1. Estudos de Traçado .................................................................................................11


4.1.1. Fase 1..................................................................................................................11
4.1.2. Fase 2..................................................................................................................11
4.1.3. Apresentação do Estudo de Traçado ...................................................................12
4.2. Projeto Geométrico ..................................................................................................12
4.2.1. Largura de Plataforma .........................................................................................12
4.2.2. Apresentação do Projeto Geométrico...................................................................13
4.3. Projeto de Terraplenagem .......................................................................................14
4.3.1. Apresentação do Projeto de Terraplenagem ........................................................14
4.4. Projeto de Interseções no mesmo Plano e/ou em Níveis Diferentes....................15
4.4.1. Apresentação do Projeto de Interseções..............................................................15
4.5. Projeto de Obras Complementares.........................................................................16
4.5.1. Apresentação do Projeto de Obras Complementares ..........................................16
ANEXO ................................................................................................................................17

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Diretoria de Projetos – DER/MG - 2013
VI/4 23/01/2013
MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE
ESTUDOS E PROJETOS DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA
Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

I. ORIGEM
Este manual foi baseado em estudos e observações desenvolvidas por especialistas
na área e, nos seguintes documentos:
♦ Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários (Escopos
Básicos/Instruções de Serviço) – Publicação IPR 727 – 2006.
II. OBJETIVO
Este manual tem por finalidade organizar e sistematizar os critérios fundamentais
para elaboração do Projeto Geométrico e de Terraplenagem de engenharia
rodoviária.
Foi desenvolvido em consonância com as normas do Sub Comitê Executivo de
Engenharia Consultiva, do Programa Mineiro da Qualidade e Produtividade no
Habitat (PMQP-H), do Estado de Minas Gerais.
III. CONDIÇÕES GERAIS
Os órgãos rodoviários contratam, para execução de seus projetos, o serviço de
empresas particulares, as Consultorias, que os fiscalizam segundo as
especificações, normas técnicas, administrativas e cláusulas contratuais vigentes.
Não obstante a diversidade das funções, a do Consultor e a do Fiscal, estas não
devem ser antagônicas. Pelo contrário, devem ser exercidas em perfeita sinergia,
focando o mesmo objetivo, que deve ser a constante busca das melhores soluções
técnicas e econômicas, visando a adequada execução dos serviços, atentando para
as especificações e cronograma existentes.
A fiscalização não deve ser um obstáculo, mas um facilitador do processo. O Fiscal
deve observar, analisar, sugerir e exigir.
O bom entendimento Fiscal-Consultor facilita um melhor andamento dos projetos,
dentro dos padrões técnicos especificados, que é o objetivo maior do Contrato.
Preliminarmente, é importante que Consultor e Fiscal tenham estudado em todos os
seus pormenores, as normas técnicas vigentes, Edital e as cláusulas contratuais,
permitindo, assim, uma criteriosa e segura execução do serviço.

Uma boa equipe de fiscalização é aquela que consegue um serviço de boa


qualidade sem prejuízo da produção, colaborando, sem ser transigente.

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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

Em suma, deve ter em foco as características apresentadas no quadro a seguir.


QUADRO I
FASE DO TRABALHO DEVERES DA FISCALIZAÇÃO
Ser claro. Ser objetivo. Conhecer bem as especificações, normas,
PLANEJAMENTO
instruções e Contrato. Antecipar os problemas que possam surgir.
Ser claro, preciso e conciso. Emitir as ordens por escrito. Respeitar a
INSTRUÇÕES
hierarquia da Consultora. Evitar atrasos.
Cumprir com os prazos de analises acordados, para não prejudicar a
produção da Consultora. Manter Controle de Qualidade. Manter-se
EXECUÇÃO
entrosado com a Consultora. Atuar com segurança e autoridade,
sem ser autoritário. Ser ético.
Manter equipe de pessoal capaz e em quantidade necessária e
suficiente. Ter cortesia e desenvoltura. Manter registros. Controlar
FISCALIZAÇÃO
periodicamente os serviços executados, de forma a ser possível
cumprir os prazos determinados.
MEDIÇÃO Medir com precisão. Exigir o acompanhamento da Consultora.

3.1. Procedimento
O projeto deve ser desenvolvido de forma transparente e tecnicamente justificado,
com todos os detalhamentos necessários, para a execução da obra.
Ao final de cada evento descrito a seguir, deve ser elaborada Ata de Reunião,
relatando os assuntos abordados e as respectivas decisões tomadas, devidamente
ratificadas pelos presentes, sob responsabilidade dos Coordenadores de Projeto,
por parte da Contratada e da Contratante.
3.1.1. Fase 1
Após a ordem de início do serviço, o Coordenador do Projeto deve convocar a
Consultora e disponibilizar os dados existentes para o trecho em estudo, informando
o que se espera no desenvolvimento do objeto contratual.
De posse da documentação necessária, os Coordenadores do Projeto pela
Contratante e Contratada, devem realizar VISITA TÉCNICA INICIAL ao local do
empreendimento, para avaliar e discutir “in loco”: os aspectos técnicos e a
concepção do traçado, as eventuais correções, os pontos obrigatórios de passagem,
as possíveis alterações de traçado ou outras soluções técnicas, tendo como
referência a proposta da Contratada.
Conforme dito anteriormente, ao final da visita, deve ser elaborada a Ata da
Reunião, onde conste o escopo do projeto e a concepção geral do traçado da
rodovia, a ser detalhada na elaboração do diagnóstico.
A Contratada, de posse da Ata de Reunião referente à visita inicial, deve voltar ao
trecho para coleta de outras informações necessárias, visando complementar os
estudos preliminares, destinadas à elaboração do Diagnóstico e da Concepção do

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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

Projeto.
Esse diagnóstico deve se basear principalmente em: dados de tráfego, investigação
ambiental preliminar, avaliação das condicionantes da geometria da via,
desapropriação, segurança viária, terraplenagem, drenagem e pavimentação.
O Diagnóstico deve ser encaminhado ao Coordenador do Projeto para análise
prévia, acompanhado da concepção da obra a ser projetada, indicando as
alternativas propostas.
Após a análise, o Coordenador do Projeto deve convocar uma reunião com a equipe
da Consultora para discutir as propostas e conceder a Aprovação Preliminar,
visando à continuidade do projeto.
3.1.2. Fase 2
A Minuta do Projeto deve ser desenvolvida sobre as soluções escolhidas e
aprovadas na fase de Diagnóstico e Concepção do Projeto, de acordo com os
Termos de Referência do Edital e das instruções da Contratante.
Quando definida em Edital, deve ser utilizada a metodologia “Análise de Engenharia
de Valor”, para avaliação das soluções propostas. Nesta análise devem ser levados
em consideração, os principais itens dos serviços que interferem no valor global do
empreendimento, incluindo custo inicial, sua manutenção e operação, durante a vida
útil do patrimônio público construído.
Para aprovação da Minuta do Projeto, Contratada e Contratante devem realizar
VISITA TÉCNICA (de “Portaria”) conjunta de avaliação ao trecho, em cumprimento
ao disposto na Portaria DER/MG nº 2145/06.
A visita deve ser realizada de posse da Minuta do Projeto analisada e, após a
locação do eixo e marcação dos “offsets” em campo, otimizada através de um
“check – list”, gerando um Relatório de Visita Técnica.
A minuta deve ser entregue no prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis antes da Visita
de Portaria.
Desta visita deve participar uma equipe multidisciplinar constituída por
representantes da Diretoria de Projetos, Diretoria de Infra Estrutura e Diretoria de
Operações/CRG do DER/MG, além dos Coordenadores Geral/Setoriais da
Consultora.
A autorização para prosseguimento dos serviços deve ser precedida de reunião com
os Coordenadores do Projeto da Contratada e Contratante, envolvendo toda a
equipe gerencial responsável, de ambas as partes, para análise conjunta da Minuta
do Projeto corrigida, devendo este evento durar o tempo necessário para se esgotar
o assunto.
Depois de atendidas as correções por parte da Contratada, dá-se por encerrada a
fase de da elaboração da Minuta do Projeto.

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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

A apresentação na fase da Minuta do Projeto constará de:


• Volume 1 – Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência contendo
textos descritivos e justificativos do projeto elaborado, de forma sucinta (3 vias);
• Volume 2 – Projeto de Execução (3 vias);
• Volume Anexo 3 B – Estudos Geotécnicos (2 vias);
• Volume Anexo 3 D – Notas de Serviço e Cálculo de Volume (1 via);
• Volume Anexo 3 E – Seções Transversais Gabaritadas, na escala 1:200 (1 via);
Todos os volumes devem ser apresentados também em meio digital, em arquivos:
“.doc” ou “.docx”; “.dso” e/ou “.dwg”.
3.1.3. Fase 3
A Contratada deve apresentar o Projeto de Execução, desenvolvido com base nas
soluções aprovadas na Minuta do Projeto, para análise do Contratante, indicando as
soluções propostas, a memória de cálculo, o quadro de quantidades e o orçamento
final.
O Coordenador do Projeto deve avaliar se há concordância entre a Minuta do
Projeto e o Projeto de Execução, verificar se os quantitativos e o orçamento final
estão justificados e detalhados na memória de cálculo, visando evitar supressão de
itens na Planilha.
No caso de serem introduzidas alterações na Minuta do Projeto por recomendação
do Coordenador do Projeto (Contratante), devem ser feitas as correções no prazo
estipulado e deve ser reapresentada a Minuta corrigida, para aprovação. A
aprovação da nova Minuta de Projeto pelo Coordenador do Projeto deve ser
formalmente comunicada à Contratada.
Em reunião específica entre os Coordenadores do Projeto da Contratada e
Contratante, envolvendo toda a equipe gerencial responsável, deve ser feita análise
conjunta do Projeto de Execução apresentado, devendo este evento durar o tempo
necessário para se esgotar o assunto.
O Projeto de Execução deve conter o conjunto de elementos necessários e
suficientes à execução completa da obra, possibilitando a contratação por preço
global, contendo: o relatório de projeto, as especificações técnicas, os desenhos, as
notas de serviço, as memórias de cálculo, os resultados dos estudos e o orçamento
detalhado do custo global do empreendimento.
A variação máxima admitida para os quantitativos é de no máximo 10 % (em valor
contratual), para sua execução.
A impressão definitiva do Projeto de Execução deve ser encaminhada ao
Coordenador do Projeto (Contratante) para aprovação final e a aceitação deve ser
oficialmente comunicada à Contratada.

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VI/8 23/01/2013
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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

A apresentação na fase de Projeto de Execução (impressão final) constará de:


• Volume 1 – Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência contendo
resumo do projeto elaborado (6 vias);
• Volume 2 – Projeto de Execução (6 vias);
• Volume Anexo 3 B – Estudos Geotécnicos (6 vias);
• Volume Anexo 3 D – Notas de Serviço e Cálculo de Volume (6 vias);
• Volume Anexo 3 E – Seções Transversais Gabaritadas, na escala 1:200 (2 vias);
Todos os volumes devem ser apresentados também em meio digital, em arquivos:
“.doc” ou “.docx”; “.dso” e/ou “.dwg”.
As cópias dos projetos em meio digital devem contemplar as diversas etapas do
projeto, incluindo todos os arquivos gerados no software “TopoGraph” ou similar,
relativos à poligonais, irradiação, planialtimetria, estaqueamento, greide, desenhos
dos projetos e seções transversais gabaritadas e arquivos relativos a todos os
serviços constantes do projeto.
O Projeto Planialtimétrico deve ser apresentado nas seguintes escalas:

Situação Referencial Escala


Planta Horizontal 1 : 2.000
Horizontal 1 : 2.000
Perfil
Vertical 1 : 200

As interseções devem ser apresentadas em planta na escala 1:500 (H) e em perfil


1:1.000 (H) / 1: 100 (V).
Os projetos devem ser encadernados de acordo com os seguintes critérios:
Formato Papel Fonte
A3 Capa Papel couchê 180 g/m2, plastificado frente Arial tamanho 18 a 26
A3 Miolo Papel 75 g/m2, branco, impressão 1/0 Arial tamanho >= 8
A4 Capa Papel couchê 180 g/m2, plastificado frente Arial tamanho 14 a 22
A4 Miolo Papel 75 g/m2, branco, impressão 1/0 Arial tamanho 12
As encadernações da Minuta de Projeto terão capa na cor branca. As
encadernações do Projeto de Execução terão capa na cor verde claro (“verde
tahiti”).

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VI/9 23/01/2013
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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

O modelo para capa de caderno em formato A - 3 é o seguinte:


Fonte Estilo Tamanho
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Arial Negrito 24
SECRETARIA DE ESTADO DE TRANSPORTES E OBRAS PÚBLICAS Arial Negrito 22
DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM
Arial Negrito 20
DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PROJETO DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA DE


Arial Negrito 22
MELHORAMENTOS E PAVIMENTAÇÃO

RODOVIA :
TRECHO : Arial Negrito 16
SUBTRECHO: (quando for o caso)

Volume 2: PROJETO DE EXECUÇÃO Arial Negrito 18

MÊS/ANO Arial Normal 14

O modelo para capa de caderno em formato A - 4 é o seguinte:


Fonte Estilo Tamanho
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Arial Negrito 18
SECRETARIA DE ESTADO DE TRANSPORTES E OBRAS PÚBLICAS Arial Negrito 14
DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM Arial Negrito 14
DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PROJETO DE ENGENHARIA RODOVIÁRIA DE


MELHORAMENTOS E PAVIMENTAÇÃO
Arial Negrito 14

RODOVIA :
SUBTRECHO: (quando for o caso) Arial Negrito 12

Anexo 3A – PROJETO DE DESAPROPRIAÇÃO Arial Negrito 14

MÊS/ANO Arial Normal 11

Na apresentação do Projeto de Execução, a Contratada deverá apresentar


documento, assinado pelo Representante Legal e Responsável Técnico, declarando,
sob pena de lei: que o projeto de engenharia e os quantitativos apresentados
obedecem rigorosamente aos termos do Edital de Licitação, as especificações
contidas em seus anexos, as normas técnicas vigentes e, que todos os elementos

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VI/10 23/01/2013
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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

disponíveis para a elaboração do projeto foram baseados em dados reais, coletados


em visitas “in-loco”.
3.1.4. Fase 4
Deve ser realizada uma exposição do projeto para as empresas interessadas em
realizar a obra, com a participação dos Coordenadores de Projeto da Contratada e
do Contratante, e do Representante da Diretoria responsável pela contratação da
obra.
A Contratada deve apresentar a concepção e os detalhes do Projeto de Execução,
bem como as soluções definidas, os quantitativos previstos e as providências a
serem tomadas durante a execução das obras, principalmente em relação ao meio
ambiente e áreas a serem desapropriadas.
IV. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
4.1. Estudos de Traçado
A orientação básica a ser seguida deve ser fundamentada no conhecimento do (s)
trecho(s) contratado(s), objeto do estudo e, no conhecimento das características do
relevo, condicionantes ambientais, clima e hidrologia, geologia e materiais da região.

Os Estudos de Traçado devem ser elaborados em duas fases, compreendendo:


4.1.1. Fase 1
Análise dos elementos disponíveis:
• Fotografias Aéreas,
• Restituições Aerofotogramétricas,
• Cartas Geográficas,
• Imagens obtidas do “Google earth”,
• Dados e Estudos e Projetos Existentes
• Mapas Geológicos,
• Dados Climáticos e Pluviométricos
• Dados Ambientais
Ao final desta fase, dentre as alternativas de traçado analisadas, uma deve ser
selecionada, com base em estimativa preliminar sucinta de custos de implantação,
atendimento às condicionantes ambientais e socioeconômicas e características
técnico-operacionais (tortuosidade, “rise and fall” e comprimento virtual).
4.1.2. Fase 2
Visita de campo, verificando-se “in-loco” o traçado a ser implantado e sua
adequação às características geométricas indicadas para a classe da rodovia;

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VI/11 23/01/2013
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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

verificação das condições geológico-geotécnicas, visando recomendações sobre


aspectos privilegiados e a serem evitados no desenvolvimento do projeto; avaliação
das condições de aproveitamento de dispositivos do sistema de drenagem; e outras
intervenções que signifiquem o melhor desempenho da via.
Deve-se atentar para os locais onde existam interseções, de forma a assegurar que
a distância de visibilidade mínima seja equivalente à distância de ultrapassagem.
É desejável que nessas fases, o responsável pela elaboração dos Estudos de
Traçado, mantenha contato com as Coordenadorias Regionais do DER/MG e/ou
Prefeituras Locais, órgãos e instituições de governo objetivando a obtenção de
quaisquer informações complementares necessárias.
4.1.3. Apresentação do Estudo de Traçado
A apresentação do traçado deve constar de texto descritivo, planta na escala
1:50.000, com indicação dos raios de curvaturas horizontais (dispensadas as
transições) e perfil do trecho com escalas H – 1:10.000 e V – 1:1.000; bem como,
indicação de todos os aspectos condicionantes ao traçado, a saber: serviços
públicos, pontes, interseções, indicação de uso do solo de importância destacada e
outros pólos geradores de tráfego, amarrados à quilometragem da rodovia.
De forma sucinta devem ser apresentados no Volume 1 – Relatório de Projeto e
Documentos para Concorrência e de forma completa, com as justificativas
pertinentes, no Volume 3 – Memória Justificativa.
4.2. Projeto Geométrico
Deve compreender o detalhamento construtivo da geometria da via a partir de:
• Definição da seção transversal tipo da plataforma, juntamente com a Fiscalização
do DER/MG;
• Definição das características limites, tais como, raio mínimo de curvatura
horizontal, rampa máxima e largura da faixa de domínio, em conjunto com a
Fiscalização do DER/MG. Devem ser adotadas as normas do DNIT e DER/MG,
quando especificadas;
• Definição do eixo de projeto em planta e perfil, apoiado nos resultados da 1ª fase
dos Estudos Topográficos.
• Após a locação, nivelamento e contranivelamento do eixo de projeto definido,
levantamento de seções transversais e marcação dos offsets, deve ser obtida a
geração do projeto final, incluindo o desenho das seções transversais na escala
1:200, indicando a posição da plataforma a nível do pavimento acabado e a posição
dos “off-sets” de terraplenagem.
4.2.1. Largura de Plataforma
Tendo por base os critérios de classificação técnica adotados pelo DNIT, a largura

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de plataforma, para as diversas classes de projeto, independente do tipo de região,


deve ser:
Dispositivo de Plataforma
Classe de Pista Acostamento
Drenagem Total
Rodovias (m) (m)
(m) (m)
Classe I A 3,60 3,00 1,00 15,20
Classe I B 3,50 2,50 1,00 14,00
Classe II 3,50 2,00 0,90 12,80
Classe III 3,50 1,50 0,80 11,60
Classe IV A 3,30 0,80 0,80 9,80
Classe IV B 3,30 0,50 0,80 9,20
A largura da faixa de domínio mínima deve ser de 40,0 m (20,0 m para cada lado, a
partir do eixo do projeto). Em casos onde não for possível adotar esta largura deve
ser consultada a DP/GPR.
A classe de rodovia é definida em função do estudo de tráfego.
4.2.2. Apresentação do Projeto Geométrico
O Projeto Geométrico no padrão definido pela Diretoria de Projetos deve conter:
• Volume 1 – Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência: texto com
descrição sucinta do projeto;
• Volume 2 – Projeto de Execução: desenho no formato A-3, contendo a planta na
escala 1:2.000 e perfil nas escalas de 1:2.000 (H)/1:200 (V); desenho das seções
transversais tipo e Interseções em planta na escala 1:500 (H) e perfil nas escalas
1:1.000 (H)/ 1:100 (V).
• Volume 3 – Memória Justificativa: texto com memória justificativa do projeto;
Observações:
O detalhamento do projeto geométrico incluirá todos os acessos secundários
existentes ao longo do trecho, incluídos todos os serviços necessários.
Os desenhos das seções transversais, na escala 1:200, devem ser apresentados em
arquivos do tipo “.dso e/ou .dwg”, compatíveis com o “Sistema TopoGRAPH”.
Os desenhos dos “greides” devem se referir ao pavimento acabado e devem ser
representados em relação à linha do terreno natural com perfil geotécnico, indicando
os furos de sondagens e a classificação dos solos do subleito e, contendo ainda, a
representação dos dispositivos de drenagem de grota.
Os serviços devem ser desenvolvidos com a utilização de software, de modo que ao
final dos trabalhos, além da apresentação convencional, em forma de desenhos e
relatórios, os desenhos e relatórios sejam apresentados ao DER/MG, incluindo todos
os arquivos gerados no software TopoGRAPH”.ou similar, relativos à poligonais,
planialtimetria, estaqueamento, greide, etc.

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VI/13 23/01/2013
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4.3. Projeto de Terraplenagem


O Projeto de Terraplenagem apresentado no padrão definido pela Diretoria de
Projetos deve compreender:
• Análise do perfil geotécnico e das recomendações dos Estudos Geotécnicos
referentes às categorias dos materiais a escavar, substituições de material do
subleito, rebaixos em rocha, remoções de solos, localização de empréstimos, etc.;
• Definição dos parâmetros geotécnicos a serem adotados no projeto;
• Definição e estudo de estabilidade dos taludes e obras de contenção;
• Projeto das fundações de aterros em solos moles;
• Cálculo de volumes de terraplenagem, por categoria dos materiais onde deve ser
considerada a tolerância admitida nas Especificações Gerais de Obras Rodoviárias
do DNIT;
• Distribuição dos volumes de terraplenagem, com a respectiva definição de origens
e destinos de materiais, com as suas respectivas distâncias de transporte;
• Definição das áreas de empréstimos e botas foras;
• Elaboração de notas de serviço do nível do pavimento acabado (deve ser
considerada a seção transversal da via, sem as tolerâncias);
• Quadros resumo e especificações dos serviços a executar;
4.3.1. Apresentação do Projeto de Terraplenagem
O projeto de terraplenagem apresentado no padrão definido pela Diretoria de
Projetos deve conter:
• Volume 1 – Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência: texto contendo
a descrição sucinta do projeto e especificações de serviços;
• Volume 2 – Projeto de Execução, onde devem ser apresentados:
•Quadros de distribuição e de orientação de terraplenagem;
•Quadro resumo da terraplenagem;
•Plantas contendo a localização dos empréstimos e botas foras contendo os
estudos geotécnicos;
•Desenhos das seções transversais tipo, em corte e em aterro, com as
inclinações dos taludes;
•Desenhos dos detalhes construtivos;
•Indicação das especificações técnicas e métodos construtivos a serem
observados, inclusive dos botas foras;

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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

•Fator de compactação.
• Volume 3 – Memória Justificativa: texto contendo a memória descritiva com
justificativas e memória de cálculo dos serviços de terraplenagem;
• Volume Anexo 3 D – Notas de Serviço e Cálculo de Volumes: quadros contendo o
cálculo de áreas e volumes em todas as seções do projeto; notas de serviço,
conforme modelo de nota definido em conjunto com a Fiscalização do DER/MG, a
nível do pavimento acabado com definição do estaqueamento, pontos notáveis
horizontais e verticais, abscissas e cotas de pista, de acostamento e bordo de
plataforma, em todas as seções do projeto.
4.4. Projeto de Interseções no mesmo Plano e/ou em Níveis Diferentes
O projeto adotará as normas definidas no Manual de Projeto de Interseções do
DNIT/2005, da recomendação técnica “Autorização de Acessos a Rodovias sob
Jurisdição ou Circunscrição do DER/MG” e deve compreender:

• Localização dos pontos de interseções, análise dos estudos de tráfego nos locais
das interseções e definição do “lay-out” das interseções (mínimo de 03 alternativas);
• Projeto planialtimétrico, com dimensionamento dos elementos geométricos
(pistas, acostamentos, faixa de mudança de velocidade, ilhas e canteiros, faixa de
domínio, etc.), na escala de 1:500;
• Apresentação de fluxogramas baseados nos Estudos de Tráfego;
• Distribuição dos terraplenos;
• Drenagem das interseções, com detalhamento dos elementos construtivos (meios
fios, sarjetas, drenos, bueiros, etc);
• Pavimentação das interseções;
• Sinalização e Obras Complementares.
• Demais serviços necessários à sua implantação (exceto OAE).
4.4.1. Apresentação do Projeto de Interseções
O Projeto de Interseções apresentado no padrão definido pela Diretoria de Projetos
deve conter:
• Volume 1 – Relatório de Projeto e Documentos para Concorrência: texto
descritivo sucinto das soluções projetadas;
• Volume 2 – Projeto de Execução: desenhos da planta geral e perfis dos diversos
ramos projetados;
• Volume Anexo 3 D – Notas de Serviço e Cálculo de Volumes das Interseções e
Elementos dos Projetos de Terraplenagem, Drenagem, Pavimentação, Sinalização e
Obras Complementares e outros serviços necessários à sua implantação.

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4.5. Projeto de Obras Complementares


Este projeto deve propor soluções para:
• Projeto de cercas, porteiras e mata-burros;
• Projeto de contenções convencionais: gabiões, muros de fogueira, “rip-rap”,
enrocamentos e outros;
• Projeto para abrigo de passageiros de transporte coletivo do tipo duplo ou básico,
de acordo com o projeto tipo da Diretoria de Fiscalização (DF) e dimensionamento
das faixas de mudança de velocidade; apresentado e quantificado junto com os
projetos Geométrico/ Terraplenagem Drenagem, Segurança Viária e Pavimentação.
4.5.1. Apresentação do Projeto de Obras Complementares
O Projeto de Obras Complementares apresentado no padrão definido pela Diretoria
de Projetos deve conter:
Volumes 1 – Relatório de Projeto e Documentos para Concorrência: texto descritivo
sucinto com especificações técnicas dos serviços;
• Volume 2 – Projeto de Execução: desenhos dos projetos tipo; desenhos de
detalhes executivos e quadro resumo dos quantitativos das soluções projetadas.
• Volume 3 – Memória Justificativa: justificativa das soluções projetadas.

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Volume VI – Projeto Geométrico e de Terraplenagem

ANEXO

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Estudo: Fundação de Aterros sobre Solo Compressível


1. Histórico/Análise Local
Sedimentos recentes são mapeados freqüentemente nos vales dos rios.
Particularmente nas planícies aluvionares dos rios, existem condições favoráveis à
deposição de materiais, formando-se concentrações de materiais de baixo suporte e
profundidades variáveis, que preocupam não só quanto às condições de
estabilização de aterros e quanto aos recalques por adensamento que essas
fundações sofrerão.
Problemas desse tipo ocorrem com bastante freqüência, quando os aterros não são
executados de maneira a acelerar os recalques ou quando não se propicia o tempo
necessário ao adensamento do solo compressível de fundação.
2. Metodologia Adotada
Deve ser realizada uma campanha de sondagens, PDL e/ou SPT visando à
determinação das profundidades, resistências e outros parâmetros geotécnicos para
a caracterização dos materiais de fundação.
Devem ser executados furos de sondagem SPT ou PDL em todos os locais
detectados com problemas de fundação.
2.1. Sondagens a Penetrômetro Dinâmico Leve (PDL de 10 kg)
Essas sondagens caracterizam as profundidades e resistências dos solos de
fundação com rapidez e eficiência, dada à praticidade e operacionalidade do
equipamento utilizado.
Para a execução dessas sondagens é necessário apenas um sondador, auxiliado
por um ou dois operários.
O aparelho utilizado consiste em um conjunto de hastes metálicas ajustáveis por
meio de roscas, cuja extremidade tem uma ponteira de aço de diâmetro superior aos
das hastes.
As principais características do penetrômetro de 10 kg são as seguintes:
• diâmetro da ponteira (dp) – 35,7 mm;
• dIâmetro das hastes (dh) – 21,20 mm;
• massa do peso batente (M) – 10,00 kg;
• altura de queda do peso (H) – 0,50 m;
A sondagem é executada cravando-se no solo o conjunto de hastes, sob o impacto
da queda livre do peso de 10 kg de uma altura de 0,50 m.
Registra-se o número de golpes necessários para a cravação de 0,50 m das hastes,
sem interrupções.

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Na figura a seguir são apresentados o aparelho utilizado e a ponteira de aço.

Para se determinar a resistência de ruptura à ponteira do penetrômetro dinâmico,


utiliza-se a fórmula dos holandeses (“Woltmann”), assim definida:

M2 ×H ×N
RD =
S × E × ( M + np + P )

onde:
• RD =resistência à ruptura dinâmica;
• M =massa do peso;

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• H =altura de queda;
• S =seção da ponteira;
• P =peso total do conjunto fixo do penetrômetro;
• E =espessura do segmento de haste cravada = 0,20 m;
• n =número de hastes utilizadas (n = 1, 2, 3, 4,..., n);
• N =número de golpes necessários para cravar 0,20 m de hastes;
• p =peso da haste de 1,00 m, 1,46 Kg/m
Com o aparelho utilizado, as experiências de “Buisson”, “L’Herminter” e “Tcheng”,
indicaram que, para se transformar esforços dinâmicos em estáticos deve-se utilizar
coeficientes (∝) de acordo com o tipo de material:

RE = ∝·. RD

onde:
• RE = ruptura estática;
• ∝ = 1,00-areia grossa e cascalho, medianamente compacto;
• ∝ = 0,75-solos arenosos de fofo a muito compacto;
• ∝ = 0,50-solos argilosos de consistência média a rija;
• ∝ = 0,30 - argila mole (turfa, lodo, solos de compacidade muito fraca e
consistência mole).
Para calcular as taxas de cargas admissíveis (σ), adota-se um coeficiente de
segurança (β) igual a 1/5 ou 1/10 ou 1/20.

σ = β·. RE

2.2. Sondagens a Percussão


O ensaio de penetração, de acordo com o método “Standard Penetration Test
(SPT)”, é executado a cada metro, a partir de 1,00 m de profundidade sondada.
O ensaio SPT consiste na cravação de um barrilete amostrador no solo através dos
impactos sucessivos de um martelo de 65 kg, caindo em queda livre de uma altura
nominal de 0,75 m.
São aplicados tantos golpes quantos necessários à cravação de 45 cm do
amostrador.

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Anota-se, separadamente, o número de golpes necessários para a cravação de


cada uma das três partes em que se divide essa porção de 45 cm.
O valor da resistência à penetração (número N) consiste na soma do número de
golpes necessário à cravação das duas últimas partes finais do amostrador (30 cm).
Anota-se, também, a profundidade em que o nível d’água foi registrado.
A partir da superfície, a cada metro de perfuração, são colhidas amostras por meio
do barrilete amostrador.
Essas amostras são devidamente acondicionadas e transportadas ao laboratório
para as classificações geológico-geotécnicas.
Dessa análise, são indicadas as características táctil-visuais dos materiais
prospectados, origem e gênese dos solos, presença de microestruturas e outras
observações que subsidiarão os projetos de fundações e de estabilização de cortes
e aterros.
Essas sondagens, além de fornecerem as resistências e profundidades das
camadas do subsolo, extraem os materiais dos furos, permitindo a determinação de
importantes características geotécnicas do solo atravessado, através da análise de
estudos correlatos.
3. Fundações e Estabilidade de Maciços
De posse dos levantamentos topográficos e dos boletins de sondagens, elabora-se o
projeto de fundações e estabilidade de maciços, conforme a metodologia
apresentada a seguir.
3.1. Aterros
Os parâmetros dos solos dos maciços de aterro podem ser obtidos por exemplo, no
“Small Dams – U.S. Departament of the Interior – Bureau of Reclamation”, para solos
compactados do tipo CL-ML e levando-se em conta, ainda, a experiência em casos
anteriores.
Por exemplo:
γ h= 1,8 t/m3;
Ca = 5,0 t/m2;
Ø= 26º ou 24º.

3.2. Solos de Fundação


As argilas dos solos de fundação devem ser classificadas em muito moles, moles e
médias, em função da taxa de trabalho admissível, calculada a partir do número de
golpes das sondagens a penetrômetro dinâmico leve (PDL), ou do SPT, conforme
Quadro 1 a seguir.

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QUADRO 1
CLASSIFICAÇÃO DO SOLO DE FUNDAÇÃO
SPT PDL
σ (kg/cm )
2
N CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
<2 Muito Mole < 1,00 Muito Mole
2–4 Mole 1,00 a 1,50 Mole
>4 Média > 1,50 Média
Os valores da resistência não drenada adotada para estas argilas estão indicados
no Quadro 2.
QUADRO 2
VALORES DE RESISTÊNCIA NÃO DRENADA
2
CLASSIFICAÇÃO Cu (t/m )
Muito Mole 1,0
Mole 1,5
Média 2,0

O peso específico desses solos pode ser considerado em torno de γsm = 1,4 t/m3
3.3. Alturas Admissíveis dos Aterros
As alturas máximas dos aterros devem ser estabelecidas pelo Método de “Fellenius”,
onde Hmáx = 5,14 Cu/γh, e, estão indicadas no quadro a seguir:
2
CLASSIFICAÇÃO Cu (t/m ) Hmáx (m)
Muito Mole 1,0 2,86
Mole 1,5 4,28
Média 2,0 5,71
Dotando as alturas máximas de um fator de segurança FS = 1,3, tem-se as alturas
admissíveis dos aterros, conforme quadro a seguir:
CLASSIFICAÇÃO Hadm (m)
Muito Mole 2,20
Mole 3,29
Média 4,39
3.4. Estabilização dos Aterros
Os aterros com alturas superiores às alturas admissíveis devem ser estabilizados.
Para tanto, decidiu-se pela utilização das metodologias de reforço com manta
geotêxtil e colchão drenante de material granular.
A espessura do colchão drenante deve ser de aprox. 0,40 m, e deve ser executado
na largura compreendida entre os off-sets dos segmentos considerados.
Inicialmente, o cálculo deve ser conduzido pelo Método de “Low” et al, uma
metodologia de análise de estabilidade sobre solos moles, para casos semelhantes
ao apresentado na figura a seguir, onde se considera o aterro sem bermas, com a

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plataforma horizontal com comprimento “infinito” e sem sobrecarga na superfície.

“Low” apresentou a seguinte expressão para o cálculo do fator de segurança mínimo


para superfícies de deslizamento circulares tangentes a uma reta horizontal na
profundidade “Z f”:

Fnrmín = N1 Cu/γγh H + N2 (C’/γγh H + λ tan φ’ )

onde:
• Fnrmín = fator de segurança mínimo para superfícies circulares tangentes à reta
horizontal, na profundidade Z f;
• Cu =resistência não drenada do solo de fundação, ao longo da profundidade Zf;
• C’ =coesão do material de aterro;
• φ’ =ângulo de atrito do material de aterro;
• N1, N2 e λ = parâmetros que dependem da relação Zf/H e da inclinação do talude
de aterro.
Esses valores podem ser obtidos graficamente, e são apresentadas à frente,
algumas interpolações para taludes 3:2 (H:V), (n = 1,5).
O reforço do aterro é calculado pelo mesmo método:

Td = (1- Fnr/Fr) γ H2/IR

onde:
• Td = esforço mínimo que o reforço (geotêxtil) deve prover;

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• Fnr =fator de segurança mínimo para superfícies circulares tangentes à reta


horizontal na profundidade Zf, para aterros sem reforço;
• Fr = fator de segurança mínimo desejado (adotado 1,5);
γ = peso específico do material de aterro;
• H = altura do aterro;
• IR = valor obtido graficamente (vide tabela anterior).
Adota-se, ainda, um fator de segurança contra imprevistos na ruptura à tração igual
a 2 e tem-se:

TGEOT = 2 Td

onde:
• TGEOT = resistência à tração exigida do geotêxtil.
MÉTODO DE “LOW” – INTERPOLAÇÕES GRÁFICAS
Zf/H N1 N2 λ IR Zf/H N1 N2 λ IR
0,1 3,92 2,35 0,29 1,64 2,6 5,15 0,49 0,199 0,23
0,2 4,05 2,21 0,275 1,485 2,7 5,15 0,49 0,199 0,22
0,3 4,21 1,99 0,26 1,365 2,8 5,17 0,48 0,199 0,20
0,4 4,27 1,80 0,25 1,26 2,9 5,17 0,45 0,198 0,19
0,5 4,40 1,65 0,245 1,09 3,0 5,17 0,45 0,197 0,19
0,6 4,50 1,52 0,235 0,97 3,1 5,20 0,40 0,196 0,18
0,7 4,58 1,40 0,23 0,86 3,2 5,20 0,40 0,196 0,18
0,8 4,65 1,25 0,225 0,77 3,3 5,20 0,35 0,195 0,17
0,9 4,70 1,15 0,216 0,685 3,4 5,20 0,35 0,195 0,17
1,0 4,75 1,10 0,212 0,595 3,5 5,23 0,32 0,194 0,17
1,1 4,75 0,93 0,21 0,55 3,6 5,25 0,30 0,194 0,16
1,2 4,83 0,85 0,21 0,52 3,7 5,25 0,30 0,193 0,16
1,3 4,88 0,78 0,207 0,465 3,8 5,25 0,30 0,193 0,15
1,4 4,93 0,75 0,205 0,46 3,9 5,30 0,30 0,192 0,14
1,5 4,95 0,70 0,205 0,43 4,0 5,30 0,30 0,192 0,14
1,6 4,95 0,70 0,205 0,38 4,1 5,30 0,30 0,192 0,14
1,7 4,98 0,65 0,205 0,355 4,2 5,30 0,28 0,191 0,14
1,8 5,00 0,65 0,203 0,335 4,3 5,35 0,28 0,191 0,14
1,9 5,05 0,60 0,203 0,315 4,4 5,35 0,28 0,191 0,14
2,0 5,05 0,55 0,203 0,295 4,5 5,35 0,25 0,191 0,14
2,1 5,05 0,55 0,201 0,285 4,6 5,35 0,23 0,191 0,14
2,2 5,05 0,55 0,201 0,275 4,7 5,35 0,23 0,191 0,14
2,3 5,08 0,50 0,201 0,26 4,8 5,35 0,23 0,191 0,14
2,4 5,12 0,50 0,20 0,24 4,9 5,35 0,20 0,191 0,14
2,5 5,14 0,50 0,20 0,24 5,0 5,35 0,20 0,191 0,14

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Deve ser apresentada, no trabalho, a planilha Aterros sobre Solo Mole – Esforços
no Reforço e Recalque no Adensamento, que contém os resultados obtidos para
todos os furos de sondagem a SPT executados na área de implantação da Rodovia.
3.5. Recalques por Adensamento

Os recalques por adensamento devem ser calculados através de valores estimativos


para a camada compressível do solo de fundação.
O módulo de adensamento médio E’ pode ser obtido por exemplo, através de seus
valores típicos para as argilas, conforme quadro abaixo:
2
CLASSIFICAÇÃO E’ (kg/cm )
Muito Mole 17,50
Mole 29,75
Média 42,00
O valor do recalque vale:

r = mv ∆p H (cm)

onde:
• ∆p = acréscimo de pressão sobre a camada compressível, em kg/cm2;
• H = espessura da camada compressível, em cm;
• mv = 1/E’, em cm2/kg.
O tempo estimado para se atingir uma porcentagem de adensamento é:

t = T (Hd/2) 2/Cv (seg)

onde:
• T = fator tempo (T = 0,848 para se atingir 90% de adensamento);
• Hd/2 = espessura da camada permeável por face de drenagem, em cm;
• Cv = coeficiente de adensamento, em cm2/kg.
O coeficiente de adensamento Cv é determinado através do coeficiente de
permeabilidade k, assumido k = 1 x 10-7 cm/seg., para as argilas orgânicas do solo
de fundação.

Cv = k/mv γa (cm2/seg)

Os valores do recalque r e do tempo t devem ser apresentados na mesma planilha


já referida, que contém os valores de resistência à tração no reforço (geotêxtil).

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A seguir um exemplo desta planilha para um trecho de rodovia em Minas Gerais.

ATERROS SOBRE SOLO MOLE - ESFORÇOS NO REFORÇO E RECALQUES NO ADENSAMENTO.

MG-164 CAMACHO - ITAPECERICA ATERRO ESTACA 961 A 966

Cu Td Tgeot
ÁREA Ca H Ø Zf E r
SOLUCAO FURO EST. POSIÇÃO Zf/H n1:n N1 N2 LAMB. Fnr Ir T
m2 t/m² m t/m³ graus m Kg/cm² cm
t/m2 KN/m KN/m

3 X 50 23 964+5,00 LE 4,0 m 5,0 7,3 1,80 20 8,00 17,50 60 1,42 1,10 1,5 4,75 0,93 0,21 0,941 0,55 64,68 129,35 0,848
3 X 50 22 964+5,00 LD 4,0 m 5,0 7,3 1,80 20 8,60 17,50 64 1,35 1,18 1,5 4,83 0,85 0,21 0,887 0,52 74,99 149,97 0,848
3 X 50 22 964 LD 4,0 m 5,0 6,1 1,80 20 8,60 17,50 54 1,00 1,40 1,5 4,93 0,75 0,205 0,841 0,46 64,78 129,55 0,848

SOLUCAO:NAO DESMATAR O TERRENO NATURAL , EXECUTAR FORRO


INICIAL DE TRABALHABILIDADE COM SOLO ARENOSO(SAIBRO). EXECUTAR
COLCHAO DRENANTE EM SAIBRO ESPESSURA 0,30M TOTALMENTE
ENVOLVIDO POR GEOTEXTIL TECIDO DE RESISTENCIA A TRACAO MAOIR
QUE 50 KN/M NO SENTIDO LONGITUDINAL ( TIPO PROPEX 50 X 10 OU
SIMILAR) . ARMAR O GEOTEXTIL COM O SENTIDO LONGITUDINAL DO ROLO
DISPOSTO TRANSVERSALMENTE A PISTA. EXECUTAR UMA CAMADA DE
TERRAPLENAGEM ESP. 0,20 m SOBRE O CD. INSTALAR UMA TERCEIRA
MANTA GEOTEXTIL A 0,20 m ACIMA DO COLCHÃO DRENANTE.
QUANTITATIVOS:
FORRO INICIAL DE TRABALHABILIDADE : 600 m3 (SAIBRO EST 1005) ESPESSURA 0,30 m
COLCHÃO DRENANTE EM SAIBRO : 600 m3 (SAIBRO EST 1005) ESPESSURA 0,30 m
TRANSPORTE DE MATERIAL DRENANTE : 996 M3 X Km
MANTA GEOTEXTIL TECIDA RESISTENCIA ATRAÇÃO 50 KN/M NO SENTIDO LONGITUDINAL TIPO
PROPEX 50 X 10 OU SIMILAR : 7200 M2
DRENOS DE TALVEGUE DR.DT ( LONGITUDINAIS E ESPINHAS DE PEIXE) : 160 M3
GEOTEXTIL NÃO TECIDO GRAMATURA 300 g/m2 ENVOLVENDO OS DR.DT :1460m2
TRANSPORTE DE PEDRA DE MÃO PARA DR.DT: 8960 m3 x kM

3.6. Eventual Aceleração dos Recalques por Adensamento


Cumpre aqui salientar a impossibilidade/inconveniência de adoção de uma
solução através da remoção do solo compressível, seja pelas grandes
espessuras envolvidas, seja pela necessidade de preenchimento da nova lagoa
assim formada, com material granular (transportado de longas distâncias); seja
ainda pela necessidade ambiental de tratamento do material compressível removido.
Dentro deste contexto, a solução que se apresenta mais viável é a execução de
aterros em talude convencional 3:2 (H:V), tratamento da fundação através de
drenagem profunda.
Pode-se prever o tratamento da fundação com a instalação de drenos verticais
fibro-químicos, geodrenos, de 10 cm de largura.
A utilização dos geodrenos pode ser indicada quando em elevadas profundidades da
camada compressível (cravar sempre até número de golpes SPT ≥ 6).
Eles atuarão com duas funções principais:
• mobilizar/aumentar a coesão não drenada do solo compressível, impedido assim
a ruptura dos taludes. Neste contexto, deve ser evitada também a indicação de
geotêxteis ou geogrelhas, que geralmente são utilizados com este objetivo;

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• acelerar os recalques previstos para a pista, permitindo a rápida pavimentação.


Os parâmetros geotécnicos iniciais, ângulo de atrito e coesão das camadas podem
ser estimados por “Kishida”, a partir do número de golpes SPT médios das camadas.
Determina-se o ângulo de atrito Ø por Kishida (citado no “Pile Foundation Analisis
and Design”, por “H. G.Poulos” e “E. H. Davis”), onde:

Ø = (Nspt médio X 20) 0,50 + 15


eq. 1
Calcula-se inicialmente a resistência total ao cisalhamento (“Coulomb”, com coesão
igual a zero), através do ângulo de atrito de “Kishida” (da eq. 1). Transformando-se
posteriormente, esta resistência total com apenas ângulo de atrito de “Kishida” em
igual resistência ao cisalhamento, mas com uma coesão + atrito equivalentes,
através da mesma equação clássica de “Coulomb”:

τ = c + σ . tan φ eq. 2
sendo:
• τ = resistência a cisalhamento do solo;
• c =coesão do solo;
• σ =tensão normal;
• φ = ângulo de atrito interno.
Os eventuais geodrenos para aceleração dos recalques devem ser localizados em
malha triangular espaçados de S, o que fornece um diâmetro de coluna cilíndrica de
solo drenado de D = 1.05 S, conforme figura a seguir:

Locação de geodrenos em malha triangular de lado “S”.

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No dimensionamento dos geodrenos, para a estimativa do coeficiente de


adensamento vertical Cv, na ausência de ensaios de adensamento edométrico,
pode-se partir de da estimativa do coeficiente de permeabilidade K (adotando K =
1x10-7 cm/s, para o solo compressível de fundação).
O módulo mv pode ser obtido a partir de “Bowles” (1977), conforme a figura seguinte
que fornece Es = 320 (NSPT + 15), em KPa e, ainda sabendo-se que:

E's = Es (1 - µ) = 1 eq. 3
(1 + µ)(1 - 2µµ) mv

CV = K
mvγ w eq. 4

sendo:
mv = coeficiente de variação volumétrica;
Cv = coeficiente de adensamento;
γw = densidade da água = 10KN/m3;
µ = coeficiente de Polisson = 0,45 para argilas saturadas;
E’s = módulo de compressão edométrica.

TIPO SOLO SPT


E S = 500(Nspt + 15)
E S = 700 Nspt
Areia normalmente adensada
E S = 6000Nspt
E S = (15000 a 22000) x ln Nspt
Areia saturada E S = 250(Nspt + 15)
Todas as areias normalmente adensadas E S = (2600 a 2900)Nspt
E S = 40000 + 1050Nspt
Areia sobreadensada
E S(OCR) = E S OCR
E S = 1200(Nspt + 6)
Areia cascalhosa E S = 600(Nspt + 6) Nspt ≤ 15
E S = 600(Nspt + 6) + 2000 Nspt ≤ 15
Areia argilosa E S = 320(Nspt + 15)
Siltes, siltes arenosos,siltes argilosos E S = 300(Nspt + 6)

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• Correlações apresentadas em Bowles (1997) E x N spt para diversos solos.


Obtém-se então para a situação crítica valores de Cv e Ch em m2/ano.
Este valor fornece o espaçamento S dos geodrenos para que ocorra 90% do
adensamento, por exemplo, em 4 meses (drenos com 10 cm de largura), em um
gráfico similar ao apresentado nas figuras seguintes, pelo Método de “Kjemalman”.

Tipo de gráfico utilizado no dimensionamento do espaçamento “S” dos geodrenos.

by Petrucio Santos Jr.


Data: 07/11/2011
Dados de Entrada
Tem po para consolidação [m eses] 4
Coef. de adens. horizontal [m ²/ano] 28,83
Porcentagem de Adensam ento [%] 90
Largura do Geodreno [cm ] 10
Dim ensões do Terreno
Com p. da área de aplicação [m ] 1
Largura da área de aplicação [m ] 1
Área de aplicação [m 2]
Entre com esse valor, apenas se
não entrar c/ as dim. do t erreno
Prof. da cam ada de solo m ole [m ] 7,2

Dados de Saída
Espaçam ento entre os geodrenos: 3,10 m
(Malha triangular de geodrenos)
Quant. de Geodrenos Verticais: 0,87 m

Dimensionamento dos geodrenos através de planilha computacional

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4. Soluções Indicadas para os Aterros sobre Solo Mole


Diante de todo o contexto anteriormente abordado, o projetista optará então pela
indicação de uma solução técnico econômica mais viável e com custos mais baixos
na execução dos aterros, conforme o exposto a seguir:
4.1. Tratamento das Fundações
Adota-se como solução o reforço das fundações de aterros com a execução de
camadas granulares, associadas à distribuição de esforços proporcionada por
geotêxteis.

4.2. Seção transversal-tipo da concepção preconizada


Essa solução contempla:
a) Execução de um forro inicial de terraplenagem sobre a região alagadiça sem
remoção da vegetação rasteira local e com material o menos argiloso possível.
A resistência do sistema radicular existente promoverá uma pré-distribuição de
esforços e possibilitará a mobilização da resistência inicial ao cisalhamento do solo
mole;

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b) Drenagem dos eventuais talvegues e dos alagadiços com drenos de talvegue com
dimensões 1,00 m x 1,00 m (altura/largura), executados com pedras de mão com
diâmetro médio de 0,20 m, envolvidos com manta geotêxtil tecida de resistência à
tração ≥ 16 KN/m e de gramatura 300 g/m2 (tipo AMOCO A 300 ou similar).
Basicamente, pode ser executado um dreno na linha do talvegue principal, que
coletará as contribuições de drenos auxiliares dispostos transversalmente, formando
um sistema de drenagem em forma de espinha de peixe; se verificada tal
necessidade “in loco”.

Planta da concepção preconizada

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c) Instalação eventual de uma primeira manta geotêxtil, com as características


idênticas a da indicada anteriormente, sobre o forro inicial de terraplenagem
(material o menos argiloso ou o mais arenoso possível).
Esses geotêxteis, além da função estrutural e de drenagem, proporcionarão um
reforço ao forro de terraplenagem, permitindo a trabalhabilidade e o acesso aos
equipamentos de construção;
d) Execução de colchão drenante com material granular, a ser aprovado pela
Fiscalização. A espessura do colchão drenante deve ser de 0,40 m ou a definir.
Em algumas áreas críticas pode ser prevista a execução de uma ou mais camadas
de geotêxteis/geogrelhas sobre o colchão drenante, de acordo com o dimensionado
pelo Método de “Low” (ou software geotécnico específico).

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