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APOSTILA DE ORÇAMENTO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Professor José Luiz Ernandes Dias Filho/ Luis Gustavo Xavier


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IFF – CURSO DE EDIFICAÇÕES E ESTRADAS


Carga Horária: 80h/a
Módulo: IV
Professor: José Luiz Ernandes Dias Filho/ Luis Gustavo Xavier

APOSTILA DE ORÇAMENTO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL


1 – Introdução

O Trabalho que vamos iniciar, a partir desta apostila, tem sido fruto de pesquisas e
experiências profissionais de mercado de trabalho. O curso terá objetivo de transmitir uma
metodologia para o orçamento, planejamento e acompanhamento de custo incorrido em
obras de construção civil.
O trabalho desenvolvido terá como base as seguintes etapas: especificações de
matérias, quantitativo, orçamento, planejamento e controle de obra.
A norma técnica (NBR-12721) dispõe sobre o assunto orçamento, entretanto a
prática seja essencial para o bom desenvolvimento do assunto. Desta forma ao longo
deste trabalho iremos discorrer sobre as diversas soluções obtidas pelos sistemas, muitas
vezes se interligando ou completando-se para permitir a compreensão de todas as etapas
do processo de orçamento de obras.

2 - Insumos para o orçamento

Para desenvolver um orçamento primeiro devem existir os elementos básicos que


nos darão suporte para o trabalho, entre eles estão:
Projeto básico
Projeto executivo
Caderno de encargos

Os projetos Básico e Executivo são regidos pela lei nº. 8.666 de 21 de junho de
1993 e a norma NBR 13531 – 95 da ABNT (Elaboração de projetos de edificações), onde
se estabelece normas gerais para projetos.

2.1- Projeto básico

2.1.1 - Definição de projeto básico segundo a lei nº. 8.666

Art. 6º
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

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a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global


da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de


forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e
montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e


equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que
assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos


construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra,
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,


compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em


quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados.

2.1.2 - Definição de projeto básico segundo a NBR 13531

Projeto Básico – Etapa opcional destinada à concepção e à representação das


informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes,
ainda não completas ou definitivas, mas consideradas compatíveis com os projetos
básicos das atividades técnicas necessárias e suficientes à licitação (contratação) dos
serviços de obra correspondentes.

A norma, porém apresenta anteriormente ao projeto básico, a etapa de projeto


legal que é definido como:

Projeto Legal – Etapa destinada à representação das informações técnicas


necessárias à análise e aprovação, pelas autoridades competentes, da concepção da
edificação e de seus elementos e instalações, com base nas exigências legais (municipal,
estadual e federal), e à obtenção do alvará ou das licenças e demais documentos
indispensáveis para as atividades de construção.
Podemos depreender da interpretação do texto da norma que, para a execução da
etapa de projeto básico, é necessária a execução da etapa anterior, de projeto legal. Ou
seja, a definição de projeto básico constante na lei 8.666/93, engloba as etapas de projeto
legal e básico da NBR – 13.531/95.

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2.2 - Projeto executivo

2.2.1 - Definição de projeto executivo segundo a lei nº. 8.666

Art. 6º
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

2.2.2 - Definição de projeto executivo segundo a NBR 13531

Projeto para execução – Etapa destinada à concepção e à representação final


das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes,
completas, definitivas, necessárias e suficientes à licitação (contratação) e à execução
dos serviços de obra correspondentes.

2.3 - Caderno de encargos

Documento integrante do projeto de execução que especifica todos os materiais de


construção a usar, a forma de aplicá-los e a fase da obra em que se aplicam. Para o dono
da obra o caderno de encargos é uma peça importante para acompanhar o projeto. É no
caderno de encargos que se estabelecem os compromissos assumidos pelo empreiteiro e
pelo dono do projeto ou o seu representante para a execução da obra.
O caderno de encargos é desenvolvido para complementar o projeto, fazendo parte
integrante do mesmo. Ele pode ser desenvolvido pelo autor do projeto ou por outro
profissional contratado para o mesmo, devendo este atender as leis e normas pertinentes,
além das especificações do fabricante. Em algumas empresas privadas e órgão públicos
existem o caderno de encargos básico, documento este que regem as obras de
determinado padrão e modelo, por exemplo:
Caderno de encargos de edifícios residenciais padrão “A” da empresa “A Genérica”
Caderno de encargos de habitação popular da Prefeitura Municipal de Parambolé
do Sul.
Para o nosso exercício será adotado o caderno de encargos da Prefeitura
Municipal de Campos.

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3 – Orçamento

3.1 - LEVANTAMENTO DE QUANTIDADES

Metodologia

Ao recebermos um projeto, será nosso objetivo calcular as medidas lineares, de


superfície e de volumes ou , saber em seus serviços , quantos mL (metros lineares) , m²,
m³ , kg e un (unidades) estarão decompostos seus elementos.

A tabela a seguir apresenta um modelo básico para cálculo de quantitativo.

Tendo como base, os projetos, memoriais descritivos:

1. O primeiro passo será a analise dos desenhos e seus memoriais descritivos.

2. Em seguida, as identificações dos serviços e suas dimensões.

Basicamente nesta etapa é que será dada a FORMA do orçamento,é bastante


conhecido a conceito de que um bom orçamento se fundamenta num bom
levantamento de quantidade.
É conveniente ressaltar que o detalhamento das quantificações dependerá do tipo
de projeto, ou seja, as informações de quantidades serão proporcionais ao seu
detalhamento.
Projetos tipo "prefeitura" e anteprojetos demandarão maiores ajustes, ajustes estes
que irão sendo confirmado à medida que os projetos sejam mais detalhados.
Em todos os casos, independentemente de seu estagio de projeto iniciaremos com
o conceito de “CHECK-LIST”.
O "CHECK-LIST" (nome dado para efeito didático, muito semelhante ao check-list
dos aeronautas antes de suas decolagens) servirá para identificar etapas principais da
obra, a fim de orientar-nos de termos quantificado a maioria de seus elementos.

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Assim para obras em prédios os principais itens são:

1. Serviços Preliminares

2. Movimento de Terra

3. Fundações e Infra-estrutura

4. Estruturas

5. Alvenarias

6. Instalações Hidráulicas

7. Instalações Elétricas

8. Esquadrias de Madeira

9. Esquadrias Metálicas

10. Revestimentos

11. Forro

12. Impermeabilizações

13. Pavimentações

14. Pintura

15. Cobertura

16. Limpeza

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Esta classificação inicial nos permitirá a partir das leituras dos documentos,
“explodir” cada etapa em serviços conforme indicação de projetos.
Quanto mais detalhes, melhor será a quantificação e orientação para a execução,
sempre levando em consideração a praticidade executiva. Tais itens devem constar nos
cadernos de encargos.
Vencida a fase das definições das etapas a passamos à fase da quantificação.
A primeira dúvida serão as unidades a serem adotadas dos diversos serviços.
Assim é recomendável a padronização das unidades de serviços, evitando que um
mesmo serviço seja, por exemplo, medido em mL e orçados em m².
A rotina de levantamento de quantidade exige conhecimento de leitura de planta,
execução de obras e metodologia própria. Desta forma relembremos algumas rotinas:
• Ao receber os projetos, verificar os memoriais descritivos.
• Observar nos memoriais descritivos, marcas, metodologia ou
materiais especiais.
• Abrir as plantas e "coordenar" de tal forma a verificar se os projetos
de arquitetura, estrutura, hidráulica, elétrica e, detalhes estão referindo-se a
"mesma obra". Atualmente com o uso dos sistemas de desenhos assistidos
por computador (CAD) tem sido possível esta coordenação mais facilmente, na
falta destes, faça-os manualmente.
• Comece o levantamento pelas formas, pois irão facilitar nos
descontos das alvenarias.
• Depois levante arquitetura, procurando identificar as paredes, pisos,
e, tetos.
• Estabeleça planilhas auxiliares para portas e janelas, em m2 e ml de
batentes.
• Ao fazer os levantamentos de paredes, procure utilizar planilhas já
formatadas para auxiliar.
• Estabeleça uma rotina de leitura de planta, e siga-a ate o final dos
trabalhos, as mudanças de rotinas no meio do trabalho é desgastantes e
improdutiva.
• Pense sempre que ao terminar uma jornada diária você entrará em
ferias no dia seguinte, e, portanto deverá deixar suas anotações tão completas
quanto possíveis.

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Cálculo dos elementos da obra

A seguir serão apresentados padrões para cálculo das quantidades de materiais.

1 - Serviços Preliminares

Preparo do terreno – área total do terreno


Barracão da obra – varia de acordo com o padrão da obra
Obras pequenas ( até 200m²) = 9m² de barracão
Obras médias ( +/- 500 m²) = 15m² de barracão
Obras grandes (+/- 1000m²) = 25m² de barracão
Acima de 1000m² considerar 1 metro de barracão para cada 50m² de obra no térreo.

2 - Movimento de terra

Regularização ou acerto de terreno (altura média de corte até 0,30 m) em m².

Volume de Corte = Área x Altura de corte

3 – Fundações e Estruturas

Formas
As dimensões devem ser tomadas entre pilares para que não ocorra sobreposição
de áreas, e, as metragens serão sempre desenvolvidas, (sugerimos medir fisicamente e
considerar o fator de utilização na composição de preço unitário).
E, os especialistas em formas, adotam números, que podemos adotar na fase de
levantamento, para orientação de nosso orçamento, assim, por m² de projeção de laje
multiplicada por 2,10(110%) é aproximadamente área de forma.
Esta área divida por 2,98 (quando chapas plastificadas de 18 mm) ou por 2,42
(para chapas comuns-1,10x2, 20) dará o numero aproximado de chapas.

Concreto
Pilares: Considerar a altura desde a base até o topo da laje
Vigas: Considerar os comprimentos das partes entre pilares
Lajes: Considerar apenas as partes compreendidas entre vigas.
Em figuras diferentes, decompô-las em figuras geometricamente conhecidas, em
obras habitacionais tenho adotado para verificação:
Para 1 m³ de concreto - 12 m² de forma - 100 kg de ferro.
Quando o levantamento for a base de planta de prefeituras, e não havendo
indicações destas dimensões, será conveniente estimar-se as partes estruturais:
Vigas com 30 cm de altura e
Pilares com seção de 10 cm x 30cm.
Recomendo que as medidas sejam as reais, deixando as perdas pare serem
consideradas nas composições de preço.

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4 – Alvenarias

Alvenarias - Para o cálculo das quantidades de alvenarias, é usual considerar-se as


áreas da parede para cada tipo ou espessura;
Assim;
Alvenarias de 1/2 vez 15cm
Alvenarias de 1 vez 25cm
Convém sempre descontar as vigas e pilares das medidas de alvenaria.

5 - Instalações Hidráulicas e elétricas

Retirar as informações dos projetos específicos.


Caso não possua projeto de instalações quantificar os pontos hidráulicos na
arquitetura. Considerar um ponto de luz e dois pontos de tomada por ambiente

6. Esquadrias

Quando se tratar de medidas padrão de madeira portas, janelas, levanta-se por


unidade. Em esquadrias metálicas, geralmente por m² do vão livre.

7 – Revestimentos

Chapisco, emboço e reboco


Estas medições sempre ocasionam dúvidas, pois dependem muito do critério de
medição da obra de uma maneira geral, é sempre bom lembrar que:

ÁREA DE ACABAMENTO é menor ou igual a 2 X ÁREA DE ALVENARIA


ÁREA DE CHAPISCO = ÁREA DE EMBOÇO
ÁREA DE REBOCO = ÁREA DE EMBOÇO - ÁREA DE AZULEJOS

Estas "regrinhas" tem sido de muita utilidade numa verificação geral de prédios.
Quando se tratar de levantamentos para unidades populares, em quantidades
(acima de 100 unidades), é oportuna a seguinte consideração:
O chapisco deverá ser calculado pela área real.
O emboco e reboco, devido aos trabalhos adicionais de requadramento e
revestimento das partes internas, a área considerada será a total de alvenaria sem
descontar os vãos de porta e janela, descontando apenas os vãos que excederem 2,50
m², por exemplo:
Uma porta que tenha vão de 4,20 m², para efeito de acabamento e recomendável
considerar para a área de acabamento 4,20 - 2,50 = 1,70 m². Desconta-se 1,70m² da área
de alvenaria.

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8 – Pisos

O piso mede-se a partir dos projetos de arquitetura.


Área de Piso considerar dimensões entre as paredes e em m². Lembrando de
dividir as áreas em figuras geométricas conhecidas.
Soleiras em m
Considerar acréscimo de 10% para perdas.
Considerar acréscimo de 15% para perdas e rodapé se for do mesmo material.

9 – Forro

Verificar os ambientes que receberão forro nos cortes e especificações.

Área de Piso = Áreas dos Forros

10 – Impermeabilizações

Em paredes considerar áreas reais.


Em alicerces considerar áreas de planta multiplicadas por 1,1.

11 – Pinturas

Levantar áreas reais e, de uma maneira geral.

Área de Pintura será menor ou igual à Área de Paredes

Quando em pintura externa ou interna e em tintas a base de borracha ou epóxi;


não descontar vãos até 4m². Esquadrias de madeira: adota-se usualmente o vão
multiplicado por um fator.

FONTES FATOR
Portas e janelas com batentes: 3
Portas e janelas guilhotinas sem batentes 2
Janelas com venezianas 5
Caixilhos de ferro e ferragens pesadas 2
Estruturas metálicas planas (Área de projeção horizontal) 2
Estruturas madeira em arco (projeção horizontal) 2,6
Estruturas verticais 2
Elementos vazados 5
Terças, caibros, ripas (projeção horizontal) 2

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12 – Limpeza

Em geral em m² cuja área será menor ou igual à área da obra.

11 – Cobertura

Para calcular tanto a estrutura da cobertura quanto seu material, considerar a área
de projeção horizontal.

Área da Cobertura + Área de Beiral = Área da Projeção do Prédio

Área da Projeção do Prédio = Área de Limpeza

Esta dica tem dado bons resultados quando usamos recursos informatizados em
forma de planilhas eletrônicas contendo somatórias por andares e totais
As verificações se tornam especificas e de maior confiabilidade nos levantamentos.

3.2 - QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE QUANTIDADES

OBJETIVO

Transformar em um único quadro, todas as informações, levantadas,de tal forma,


visualizar o conjunto de dados, e principalmente, possibilitar ao orçamentista um
quantitativo , que sirva igualmente para o pessoal de obras.
O objetivo deste quadro é possibilitar que as quantidades nele expressas, sejam
auto-explicativas, evitando as analises das planilhas auxiliares.

METODOLOGIA
A partir das planilhas auxiliares, e tendo-se o plano de contas já definido, pois já
foram feitos os levantamentos, distribui-se, todas as quantidades:

1. Na horizontal, as, dependências, ou andares ou prédios


Na vertical, os itens do plano de contas e suas medidas,

2. Considere sempre que a otimização adotada de quantidade deverá ser


compatível com o mesmo “idioma” usado pela organização para serviços e
insumos/recursos e verbas

3. Ao otimizar os itens do quadro de quantidades, leve em consideração às


condições de planejamento e controle de obra.

4. Utilize as unidades de serviço usuais da organização.

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Exemplo:

QUANTIDADES
SUB 1º 2º 3º
CÓD. DESCRIÇÃO UN TOTAL SOLO TÉRREO MEZANINO PAV. PAV. PAV. ÁTICO FACHADAS
Outros
050301 Formas M² 70,00 70,00
050405 Aço 5,0 mm KG 138,00 138,00
050403 Aço 6,3 mm KG 376,00 376,00
050403 Aço 10,0 mm KG -
050404 Aço 12,5 mm KG 1.480,00 1.480,00
050404 Aço 16,0 mm KG 219,00 219,00
050404 Aço 20,0 mm KG -
050514 Concreto M³ 6,30 6,30
050515 Lançamento de concreto M³ 6,30 6,30

ESTRUTURA
Lajes
060103 Formas M² 1.310,00 250,00 400,00 149,00 149,00 149,00 153,00
060205 Aço 5,0 mm KG 1.454,00 513,00 518,00 16,00 55,00 55,00 55,00 75,00
060203 Aço 6,3 mm KG 5.028,00 614,00 1.301,00 106,00 795,00 795,00 795,00 544,00
060203 Aço 10,0 mm KG 213,00 107,00 106,00
060204 Aço 12,5 mm KG 22,00 22,00
060204 Aço 16,0 mm KG -
060204 Aço 20,0 mm KG -
060403 Concreto M³ 127,10 29,90 42,80 12,20 12,20 12,20 12,60
060411 Lançamento de concreto M³ 127,10 29,90 42,80 12,20 12,20 12,20 12,60
Vigas
060103 Formas M² 1.093,00 192,00 290,00 84,00 113,00 95,00 95,00 104,00
060205 Aço 5,0 mm KG 1.034,00 222,00 254,00 79,00 100,00 86,00 86,00 99,00
060203 Aço 6,3 mm KG 1.082,00 185,00 274,00 56,00 171,00 89,00 89,00 77,00
060203 Aço 10,0 mm KG 1.445,00 297,00 383,00 158,00 116,00 113,00 113,00 204,00
060204 Aço 12,5 mm KG 1.682,00 440,00 350,00 38,00 207,00 222,00 222,00 70,00
060204 Aço 16,0 mm KG 1.516,00 204,00 527,00 136,00 147,00 138,00 138,00 154,00
060204 Aço 20,0 mm KG -
060403 Concreto M³ 62,80 13,20 16,50 4,30 6,40 5,10 5,10 5,50
060411 Lançamento de concreto M³ 62,80 13,20 16,50 4,30 6,40 5,10 5,10 5,50
Pilares
060103 Formas M² 443,00 113,00 70,00 71,00 57,00 57,00 57,00
060205 Aço 5,0 mm KG 643,00 99,00 82,00 83,00 115,00 118,00 109,00 18,00
060203 Aço 6,3 mm KG 354,00 164,00 122,00 68,00
060203 Aço 10,0 mm KG -
060204 Aço 12,5 mm KG 1.607,00 352,00 213,00 185,00 234,00 257,00 244,00
060204 Aço 16,0 mm KG 308,00 49,00 89,00 121,00 49,00
060204 Aço 20,0 mm KG 1.116,00 659,00 333,00 124,00
060403 Concreto M³ 24,60 6,30 4,20 4,20 3,30 3,30 3,30
060411 Lançamento de concreto M³ 24,60 6,30 4,20 4,20 3,30 3,30 3,30
Outros
060103 Formas M² 80,00 25,00 11,00 11,00 11,00 11,00 11,00
060205 Aço 5,0 mm KG 34,00 34,00
060203 Aço 6,3 mm KG -
060203 Aço 10,0 mm KG -
060204 Aço 12,5 mm KG 219,00 219,00
060204 Aço 16,0 mm KG -
060204 Aço 20,0 mm KG -
060403 Concreto M³ 8,80 2,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30
060411 Lançamento de concreto M³ 8,80 2,30 1,30 1,30 1,30 1,30 1,30

CONTROLE TECNOLÓGICO
060415 Controle tecnológico M³ 237,50 59,60 66,90 9,80 24,10 21,90 21,90 21,40 -

O preenchimento deste QDQ poderá ser feito por planilhas auxiliares, como na
atualidade, levantando as quantidades por DESENHOS ASSISTIDOS POR
COMPUTADOR, (os sistemas CAD).

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4 - Curvas ABC

A curva ABC é um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a


identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua
administração.
Nestas listagens são apresentados

- Unidade
- Quantidade
- Preço unitário
- Preço global
- Percentual de participação do insumo no orçamento global
- Percentual de participação acumulado de cada insumo no orçamento global.

Esta listagem é considerada uma das ferramentas mais importantes na análise do


orçamento, pois, permite avaliar quais os insumos de maiores "pesos" na obra em
análise. Então, tem-se uma análise de maior cuidado no preço e já orientando para a
necessidade de acompanhamento em campo.

CURVA ABC DE INSUMOS


Código Descrição do Serviço Unid. Quantidade Unitário Total % % Acm

M32501 PLACA DE MARMORE PAGINADO - COLOCADO M2 1.053,01 275,00 289.576,41 32,94 32,94
M30114 PORTA DE MADEIRA M2 114,94 430,00 49.422,68 5,62 38,56
M38042 MASSA UNICA PRE-FABRICADA PARA REVESTIMENTO KG 89.548,20 0,33 29.550,77 3,36 41,93
G64619 MAO DE OBRA PARA EXECUCAO DE ALVENARIA M2 2.955,00 8,58 25.353,78 2,88 44,81
M31001 CAIXILHO DE MADEIRA - MAXIM-AR M2 49,91 450,00 22.459,40 2,55 47,36
M20511 CONCRETO USINADO FCK=20,0MPA M3 148,71 130,19 19.361,27 2,20 49,57
M32504 GRANITO CINZA MAUA POLIDO ESP 3,0CM M2 115,23 164,00 18.897,63 2,15 51,72
G69615 INSTALACOES ELETRICAS GL 1,00 17.002,17 17.002,09 1,93 53,65
G64615 MAO DE OBRA PARA EMASSAMENTO E PINTURA LATEX ACRILICA M2 2.180,57 7,22 15.743,65 1,79 55,44
M38521 PLACA DE GESSO 60x60 M2 972,10 15,00 14.581,39 1,66 57,10
G64616 MAO DE OBRA PARA EXECUCAO DE FORMA DE MADEIRA M2 1.480,00 9,43 13.956,34 1,59 58,69
M22507 BLOCO DE CONCRETO 09X19X39CM - VEDACAO UN 26.916,50 0,50 13.468,44 1,53 60,22
G64967 MAO DE OBRA PARA EXECUCAO DE LIMPEZA GERAL M2 1.343,12 10,00 13.431,14 1,53 61,75
G64930 MAO DE OBRA PARA EXECUCAO DE LASTRO DE CONCRETO M2 1.343,17 9,50 12.760,06 1,45 63,20
G64927 MAO DE OBRA PARA COLOCACAO DE FORRO DE GESSO M2 900,09 13,50 12.151,16 1,38 64,58
M21517 ACO CA-50 DE 5/16' - 7.94MM KG 10.745,00 1,08 11.604,55 1,32 65,90
M20512 CONCRETO USINADO FCK=15 MPA M3 94,02 121,00 11.376,60 1,29 67,20
G64929 MAO DE OBRA PARA REGULARIZACAO DE PISO M2 1.343,17 8,00 10.745,31 1,22 68,42
M21032 CHAPA COMPENSADA RESINADA 12MM (1.10X2.2M) M2 1.427,80 7,10 10.136,15 1,15 69,57

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14

(Dados 2003)
Curva ABC dos Serviços

Analogamente apresenta o percentual de participação de cada serviço. Também


uma ferramenta de análise de grande valia para identificar-se levantamentos, preços e
metodologia executiva.

CURVA ABC DE SERVIÇO


Código Descrição do Serviço Unid. Quantidade Unitário Total % % Acm

150431 REVESTIMENTO DE MARMORE PAGINADO M2 607,60 276,66 168.098,62 19,12% 19,12%


170328 PISO DE MARMORE PAGINADO M2 445,41 276,66 123.227,13 14,02% 33,14%
150421 MASSA UNICA M2 2.984,94 12,73 37.998,29 4,32% 37,46%
210227 LASTRO DE CONCRETO COM PROTECAO MECANICA M2 1.343,17 26,28 35.298,51 4,02% 41,48%
070192 ALVENARIA COM BLOCO DE CONCRETO 09X19X39CM- VEDACAO M2 2.050,00 16,05 32.902,50 3,74% 45,22%
140407 FORRO DE GESSO - PLACAS 60x60CM M2 900,09 32,26 29.036,90 3,30% 48,52%
060102 FORMA C/CHAPA COMPENS.RESINADA 12MM.UTILIZ. 2X M2 1.180,00 20,67 24.390,60 2,77% 51,30%
050515 CONCRETO ESTRUTURAL FCK 20,0MPA - USINADO M3 144,38 152,10 21.960,20 2,50% 53,80%
200606 PINTURA LATEX ACRILICO SOBRE MASSA FINA DESEMPENADO M2 1.482,54 12,32 18.264,89 2,08% 55,88%
170339 REGULARIZACAO DE PISO M2 1.343,17 13,40 17.998,48 2,05% 57,92%
240121 INSTALACOES ELETRICAS GL 1,00 17.002,17 17.002,17 1,93% 59,86%
170365 GRANITO PAGINADO - PISO M2 82,43 203,55 16.778,63 1,91% 61,77%
060205 ARMADURA CA-50 DIAM.6.25 A 9.52MM KG 9.145,00 1,73 15.820,85 1,80% 63,57%
070190 ALVENARIA COM BLOCO DE CONCRETO 14X19X39CM M2 905,00 17,24 15.602,20 1,77% 65,34%
070807 P07 - PORTA EXTERNA CAMARAO (3.50X2,50M) VARANDA UN 4,00 3.702,08 14.808,32 1,68% 67,02%
110111 TELHA DE CIMENTO - TIPO TERGULA M2 563,00 25,81 14.531,03 1,65% 68,68%
150426 CERAMICA DOLMEN M2 408,98 35,50 14.518,79 1,65% 70,33%

Orçamento por Etapas

Listagem de orçamento resumida aonde é emitida somente os totais por etapa. Em


muitos sistemas além dos valores, apresenta-se também o percentual de cada etapa em
relação ao total da obra. Estas informações são úteis para avaliar os percentuais básicos
nos prédios. Com estas listagens, pode-se então simular, recalcular e elaborar um
orçamento mais próximo do real com as informações mais detalhadas.

5 - BDI – Bonificação ou base das Despesas Indiretas

Bonificação das Despesas Indiretas é a expectativa do resultado (lucro, também


chamado de Base, Beneficio ou Bonificação) incluso o valor das despesas indiretas
decorridas da execução de um determinado serviço ou obra.
As despesas indiretas incidem diretamente sobre custo das obras ou serviços.
E, vamos considerar que o lucro seja incidente sobre o preço de custo (embora
hoje, estudos que o lucro liquido seja incidente sobre o preço de venda).
Assim,

PV = PC x BDI

Como até agora foram feitos todos os estudos para obter o PC, vamos analisar os
pontos que incidem sobre este valor para formar o PV.
Vamos enfocar o BDI sob o ponto de vista de obras publicas e obras privadas.
Inicialmente analisaremos o DI

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5.1 - DESPESAS INDIRETAS

Conceito
São os custos, incidentes sobre uma obra, que não estão contemplados no
orçamento direto. Tais itens podem variar em cada região dos pais, em regiões que se
adotam BDI menor, alguns de seus itens passam a fazer parte do orçamento.

5.1.1 – Itens a considerar

Com este conceito, abrangemos um universo de tópicos, e para que seja viável sua
análise, classificaremos para:

Despesas com:

• administração central
• administração da obra
• canteiro da obra
• financeiras
• impostos e taxas
• administração central
• diretoria e secretarias
• suprimentos e compras
• financeiro, incluindo tesouraria e contabilidade
• jurídico
• recursos humanos
• planejamento e orçamentos
• comercial
• apoio e deposito
• despesas de instalação do escritório central
• seguros do escritório central e deposito
• taxas para funcionamento
• material de consumo (limpeza, higiene, escritório).
• consumo de energia, água, telefone etc.

Estes custos incidem na obra, pois a operação de uma empresa que tem em sua
sede, uma estrutura montada para atender TODAS as obras em andamento é um custo
que deverá ser reembolsado pela obra.
A valoração destes custos deveria ser enfocada em função do faturamento anual
da empresa, porem nem sempre estes dados estão disponíveis no momento de
estabelecer-se o DI. Desta forma, usualmente rateia-se os custos acima do escritório
central para a obra.

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ADMINISTRAÇÃO DA OBRA

• Pessoal
• Engenheiro/ Arquiteto Residente
• Mestre de Obras
• Encarregado Administrativo
• Encarregados (carpinteiro, armador, pedreiro etc.).
• Apontador
• Almoxarife
• Segurança da obra
• Vigia /Porteiro
• Serventia para Manutenção do Canteiro

Estes custos incidem na obra, pois são necessários para o seu andamento,
independentemente do pessoal do escritório ou dos executantes (oficiais e serventes),
são os serviços de dirigir o trabalho dos operários de acordo com as normas e memoriais
de execução.

• Fiscalizar a qualidade dos serviços em andamento.


• Fiscalizar a produtividade dos operários.
• Contabilizar os consumos de material e mão de obra.
• Controlar a presença através de sistema de pontos.
• Documentar os acontecimentos do dia a dia através de diário de obra.
• Controlar os estoques.
• Providenciar os materiais no tempo certo de uso.
• Estes serviços são executados por uma equipe que trabalha no canteiro.
• Sua estrutura operacional será função do porte da obra, seu prazo,
complexidade, distância da Sede e exigências do Contratante.

CANTEIRO DA OBRA

• Implantação
• Construção Complementar
• Vias e Circulação
• Desmobilização
• Equipamentos de pequeno porte, de incêndio, ferramentas e individual (EPI)
• Outros equipamentos (gruas, torres, maquinas de cortar ferro etc.).
• Equipamentos contra incêndio
• Consumo de energia, de água, de combustível e lubrificante
• Despesas com comunicação
• Material de consumo (escritório, limpeza, higiene).
• Transporte
• Alimentação

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Usualmente as instalações provisórias não são custos diretos, pois não são bens
vendidos ao Contratante, assim, abrigos de madeiras, tapumes, acessos montados pela
Construtora para apoio administrativo durante as obras e depois desmontadas e
recolhidas na sua conclusão são despesas indiretas do Construtor.
Há exceções, portanto, antes de calcular este item convém analisar a planilha de
custo direto, quando a Contratante expressamente pagará por alguns destes itens,
ocasião em que se deva abater dos custos indiretos aqueles que estejam no direto.
Convém ressaltar que nas obras a entrega, o transporte de materiais e a mão de
obra de obra que diariamente alimenta as obras é que incidem nestes custos.
Hoje, as comunicações são vitais para o andamento ótimo das obras, estas
comunicações são feitas eletronicamente ou via voz por radio comunicação, e estes
custos incidem em todos os serviços da obras.

5.1.2 – FINANCEIRAS

Despesas financeiras de capital de giro


E a remuneração do capital de giro necessário para a aquisição dos insumos.
E um empréstimo contínuo ao cliente durante o mês para recebimento por ocasião
da fatura. Caso haja adiantamento, a situação deveria reverter.

IMPOSTOS E TAXAS
Confins................................ 2% sobre o faturamento
Contribuição Social...……… 1% sobre o faturamento
PIS....................................... 0,65% sobre o faturamento
ISS....................................... de 2 a 5% sobre o faturamento
IRRF.................................... +/- 2,5 % sobre o faturamento

É importante considerar que o ISS tem incidência sobre a RECEITA


(FATURAMENTO) abatida as despesas com mão de obra de terceiros (ISS recolhido por
sub-empreiteiros) E DO MATERIAL GASTO, portanto, é conveniente quando da análise
destas taxas e impostos incidentes, considerar, se possível na época do orçamento este
diferencial, que por vezes poderá chegar a 50% do valor devido do ISS.

5.2 – LUCRO

O lucro de uma determinada obra é o resultado financeiro positivo resultante da


diferença entre
Todas as receitas e das despesas da obra.
Este valor, após o recolhimento do Imposto de renda é o lucro da Empresa, ou sua
remuneração.
Toda a empresa comercial visa o lucro, e, portanto este é o “B” do BDI.
Não entramos no estudo econômico deste assunto, pois, não é o enfoque deste
curso e, portanto, consideramos que o orçamentista assessorado por aqueles que detém
estas informações, definam este item.

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Convém relembrar nesta oportunidade que:


O BDI é um multiplicador sobre TODOS os serviços, e, portanto o bom senso
deverá imperar no seu dimensionamento.

5.3 - Quadro resumo sugerido de BDI

5.4 - Quadro de Custos Indiretos


1. C U S T O S D IR E T O S (C D ) % CT VALOR
1 .1 C u s t o d a P a r t e C iv il
1 ,2 C u s t o In s t a la ç ã o E lé t r ic a
1 ,3 C u s t o In s t a la ç ã o H id r á u l ic a
1 ,4 D i f e r e n c ia l d e Q u a n t id a d e s
1 ,5 R e d u ç ã o e m S u b - e m p r e it e ir o
1 ,6 O u tr o s

CD TOTAL DE CD
2. D E S P E S A S IN D I R E T A S ( D I) % CT
2 ,1 A d m i n is t r a ç ã o L o c a l
2 ,2 In s t . C a n t e i r o d e O b r a
2 ,3 M á q u in a s e E q u ip a m e n t o s
2 ,4 D e sp e sa s C o rr e n te s

D .I TOTAL DE DI
CT C U S T O T O T A L (C D + D I)
3. L U C R O B R U T O (L B ) % V
3 ,1 IM P O S T O S E T A X A S
Im p o s t o s o b r e s e r v iç o s
H a b it e - s e

3 ,2 SEGU RO S
R e s p o n s a b i li d a d e C i v i l
In c ê n d io
R isc o s d e E n g e n h a r ia

3 ,3 D E S P E S A S F IN A N C E IR A S
F in a n c i a m e n t o
C au ção
R e te n ç ã o
D i f e r e n c ia l d e R e a j u s t e

3 ,4 DESPESA D A A D M IN IS T R A Ç Ã O C E N T R A L
A d m i n is t r a ç ã o C e n t r a l g e n é r ic a
A d m i n is t r a ç ã o d e C o n t r a t o s d e T e r c e ir o s
A d m i n is t r a ç ã o d e M ã o d e O b r a D ir e t a

3 ,5 C O M IS S Õ E S
3 ,6 E V E N T U A IS R IS C O S
3 ,7 H O N O R Á R IO S / L U C R O

L .B TOTAL DE LB
V VENDA

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5.5 – Imprevistos

Uma indústria nômade, num país de política econômica e politicamente instável, e


com poucos avanços tecnológicos, com perdas, desperdícios etc., com prazo de duração
longo de obras, provocam custos extras, que são de difícil análise no momento de sua
proposta.
Desta forma, estes elementos são de decisões subjetivas, o máximo que se pode
avaliar, e orientar, são subdividir os imprevistos em:

• Força Maior
• Previsíveis
• Aleatórios

5.5.1 - Força maior

• Terremotos, maremotos, inundações, raios,


• Criação de novos impostos
• Mudança de jornadas de trabalho
• Salários, modificação de pisos salariais
• Confiscos
• Guerras, revoluções, golpe de estado, invasões, pacotes econômicos,
Incêndios que geralmente são previstos em contrato, portanto sua incidência pode
ser considerada inexistente para efeito de DI.

5.5.2 – Previsíveis

São situações ou acontecimentos que não estão ocorrendo na ocasião do


orçamento, mas terá grande chance de ocorrer, daí, ser possível incluir nas despesas
indiretas, por vezes nas composições de preço unitários:

• Ordem natural: períodos de chuvas na região


• Ordem Econômica atrasos de pagamentos
• Ordem humana baixa produtividade de pessoal executante.

Desta forma convém acrescentar valores ao DI, destes tópicos.

5.5.3 – Aleatórios

Estes são condições imprevistas, geralmente deixando-se um percentual, a ser


acrescida ao DI, que podemos classificá-los em:

• Roubos de material
• Roubos de ferramentas
• Riscos de demolição nas escavações

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20

• Serviços mal executados e refeitos


• Variações a mais de 10% nos custosa dos insumos

Desta forma convém acrescentar valores ao DI, destes tópicos e, levando-se em


conta todos os elementos acima, teremos condição de avaliar o DI de uma obra.
O Lucro, este como dito acima será estimado, podendo ser estudado, (e seria
o correto) em função do preço de venda, escopo de será discutido cursos
específicos.

6 - PLANEJAMENTO: Cronogramas e Produtividades

Cronograma segundo a NB- 12721 é um documento em que é registrado pela


ordem de sucessão em que serão executados os serviços necessários à realização da
construção e os respectivos prazos previstos, em função dos recursos e facilidades que
se supõe serão disponíveis.
Baseado nas informações obtidas do Orçamento e prazos de execução dos
serviços (produtividade), e, as metas a serem atingidas dentro de uma estrutura lógica,
suas interdependências e duração de tal forma a obter-se informações de materiais,
serviços, equipes e valores, distribuída ao longo de um prazo (que espelhem a
metodologia executiva admitidas no orçamento) formarão o cronograma de uma obra.

6.1 – Metodologia

É sempre importante contar com as informações das pessoas chaves envolvidas


diretamente na execução, engenheiros executores, empreiteiros, mestres, administrativos,
isto porque o resultado de um cronograma significará uma seqüência a ser seguida por
toda a equipe executiva.
O uso da informática acelera as informações e permite sua reprogramação,
possibilitando simulações e, é exatamente esta possibilidade que veio melhorar na
execução dos cronogramas.
A planilha orçamentária e o cronograma têm o mesmo conteúdo, isto é, os serviços
que foram orçados são aqueles que serão distribuídos ao longo do tempo possibilitando
desta maneira os controles de custos e tempos.

Cronogramas Físicos
são para estabelecer o início, duração e o término de cada item de construção;

Cronogramas de Compras
são para estabelecer os prazos ótimos para as compras.

Cronogramas de Desembolso
junção do o cronograma de compra e o cronograma de recebimento.

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As informações que se pretende dos cronogramas são:

Cronograma Físico

• Especificação da atividade
• Prazo da obra e sua Data de início e Data de Término
• Data de início e término de cada atividade
• Quantidade em % de atividade que será executada mês a mês.

Cronograma Financeiro

• Especificação da atividade e seu respectivo desembolso mês a mês.


• Prazo da obra que será o mesmo do cronograma físico
• Resumo do desembolso mês a mês em moeda indexada.
• Valor de cada atividade
• Valor Total da obra.

Podendo, pois resultar diversas listagens, por exemplo: - listagem de serviços


planejados mês a mês, listagem de insumos planejados mês a mês.
O que se pretende ao elaborar um planejamento representado por um cronograma
é o equilíbrio do escopo, do tempo e dos custos.
O que significa: Planejar; Organizar; Controlar as tarefas e Identificar e
“agendar” os custos
Escolhido o “tipo” de cronograma, o passo seguinte é dar a seqüência e
produtividade da obra, isto é feito colocando-se nas etapas a distribuição dos serviços
ao longo do tempo, conforme o exemplo a seguir:

Barra significando duração de 1 mês barra significando duração de 2 meses (produtividade)


modelo de cronograma físico
VALOR VALOR mes1 mes2 mes3 mes4 mes5
ATIVIDADES R$ %

SERV. TÉCNICOS-PROFISSIONAIS

SERVIÇOS PRELIMINARES

DEMOLIÇÕES E RETIRADAS

FUNCAÇÃO / INFRA-ESTRUTURA

ESTRUTURA

ALVENARIA / DIVISÓRIAS

IMPERMEABILIZAÇÕES

PINTURA

ESQUADRIAS

REVESTIMENTOS INTERNOS

FORRO/BRISE/FACHADA

Sequências

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Ordenando-se as informações de todas as etapas, estamos gerando um


cronograma de barras.
Ao iniciar um cronograma, todas as dúvidas da obra são colocadas ao mesmo
tempo procurando-se resolver tudo em pouco tempo, e, é muito comum perder-se em
detalhes, deixando de obter o resultado esperado.
Recomendo sempre iniciar pela programação das etapas suas
interdependências ..
etapas interdependência
s
modelo de cronograma físico
VALOR VALOR mes1 mes2 mes3 mes4 mes5
ATIVIDADES R$ %

SERV. TÉCNICOS-PROFISSIONAIS

SERVIÇOS PRELIMINARES

DEMOLIÇÕES E RETIRADAS

FUNCAÇÃO / INFRA-ESTRUTURA

ESTRUTURA

ALVENARIA / DIVISÓRIAS

IMPERMEABILIZAÇÕES

PINTURA

ESQUADRIAS

REVESTIMENTOS INTERNOS

FORRO/BRISE/FACHADA

Esta metodologia permitirá, uma idéia geral do cronograma fazendo-o uma peça
lógica, objetivando atingir as metas estabelecidas.
O planejamento é uma ferramenta dinâmica, e é bastante improvável que todas as
programações previstas sejam cumpridas a risco, por este motivo, cronogramas e
planejamentos deverão ser revistos, tempos em tempos (no mínimo de três em três
meses). Assim os serviços poderão e certamente sofrerão alterações, mas a condição
ótima de um cronograma e quando as etapas permanecerão dentro dos prazos pré-
estabelecidos. Logo os cronogramas representam a forma gráfica da obra ao longo
do TEMPO, por isso é importantes definir as metas, os prazos e as seqüências
executivas e suas possíveis superposições.
Quando na elaboração do orçamento, mencionamos que seria útil colocar os
serviços numa seqüência executiva, já tínhamos em mente seguir os itens do orçamento
colocando os tempos de sua execução, facilitando assim a elaboração do cronograma.
Haverá sempre a possibilidade nesta fase de mudanças nas premissas iniciais das
etapas, mas, já estarão estabelecidos os prazos inicial e final das obras. Na primeira
rodada “de um cronograma é recomendável definir os prazos de execução para um inicio,
pois assim os executores poderão avaliar e projetar os seus próprios prazos, dentro dos
limites possíveis, às vezes impostos pelos contratantes, fazendo os executantes
cúmplices na sua elaboração, e não, impondo condições que não serão respeitados por
serem” teóricos.

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23

Nunca é bom deixar de lembrar que “os tempos de execução, são função das
produções horárias , das equipes envolvidas do conhecimento dos serviços e
portanto mais reais quando acordado com os executores.”

6.2 – Estimativa de produção horária

Quantidade/ tempo

• Forma: 34,5 m2/60 dias..........................................0,575 m2 de forma por dia.


• Concreto magro 36,50 m2/ 60 dias.........................08 m3 de concreto por dia.
• Forma: 34,5 m2/10 dias..............................................3,4 m2 de forma por dia.
• Concreto magro 36,50 m2/ 15 dias......................2,43 m3 de concreto por dia.

Ao estabelecer uma barra serviço ou etapa devemos sempre levar em conta as


seqüências executivas, seus tempos.
Desta forma, deveríamos analisar as informações acima de uma etapa,
considerando seus serviços: onde com certeza seria outro número, mesmo porque,
quando se estima o prazo de uma etapa, estamos considerando que todos os serviços
serão executados até o prazo determinado.
Quanto mais adotarmos produtividades, sem conhecimento da produção, mais e
mais estaremos contribuindo para um cronograma teórico, por mais sofisticado sejam
nossos instrumentos de trabalho (planilhas, programas etc.) estaremos sempre
elaborando um cronograma “teórico”, pois quando os prazos são impostos sem o respaldo
da realidade executiva estamos induzindo uma produção horária e equipes as vezes
distantes das realidades de “campo”. Com experiência, pode-se ESTIMAR uma
distribuição percentual, mas, esta distribuição será sempre resultado de
informações executivas, onde serão consideradas as produtividades e situação
especifica da obra.

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A seguir a tabela ENG. Daniel Consolini, de percentuais genéricos em função


do tempo de cada etapa.

n°de Periodos

1 100 100
2 46 54 100
3 14 66 20 100
4 12 35 45 8 100
5 6 22 43 24 5 100
6 5 14 27 37 13 4 100
7 4 10 18 33 24 8 3 100
8 3 7 14 22 30 16 6 2 100
9 3 5 11 17 25 22 10 4 3 100
10 2 4 8 13 19 25 17 7 3 2 100
11 2 4 6 10 14 20 21 13 5 3 2 100
12 2 3 6 8 12 17 22 15 8 4 2 1 100
13 1,5 2,5 4 6,5 7,5 12 15 19 14 11 5 1,5 1 100
14 1,5 2 3,5 4,5 6,5 11 13 21 15 11 6,5 3 1,5 1 100
15 1,5 2 3 4,5 6,5 9,5 11 15 15 14 8,5 5 2,5 1,5 1 100
16 1 2 3 4,5 6 7,5 9,5 13 16 14 10 6 4 2 1 1 100
17 1 2 2,5 4,5 5,5 7,5 8,5 11 14 15 12 7 4,5 2 1,5 1 0,5 100
18 1 1,5 2,5 3 4 6 7,5 9,5 11 14 12 10 7,5 5,5 2,5 1,5 1 0,5 100
19 1 1 2 2,5 4 5,5 6,5 8,5 10 12 12 11 8,5 7 4 2,5 1,5 1 0,5 100
20 1 1 1,5 2,5 3,5 4,5 6 7 8,5 10 13 12 10 7,5 4,5 3,5 2,5 1,5 1 0,5 100
Periodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO percentual GENERICO

A resposta do bom planejador deverá nortear os prazos finais do empreendimento,


procurando estabelecer produção possível, em prazos executáveis, e quando envolver
custos, dentro das premissas de custos estabelecidos.

Longe de considerar, este assunto esgotado, esta listagem é inicial e deverá ser
constantemente incrementada.
052 17 tabela de produtividade

TABELA DE PRODUTIVIDADE

ID Serviço Produtividade Produção Produção dia Equipe

ETAPA SERVICOS PRELIMINARES

limpeza de terreno 1,00 h/m2 1,00 m2/h 8,00 m2/dia


demolições
alvenaria 0,80 h/m2 1,25 m2/h 10,00 m2/dia 2p+5s
concreto armado 1,60 h/m3 0,63 m3/h 5,00 m3/dia 2p+3s
tijolo maciço s/aproveitamento 0,67 h/m2 1,50 m2/h 12,00 m2/dia 2p+3s
tijolo maciço c/aproveitamento 1,33 h/m2 0,75 m2/h 6,00 m2/dia 2p+3s
pisos ceramicos 0,53 h/m2 1,88 m2/h 15,00 m2/dia 2p+2s
telhados 0,32 h/m2 3,13 m2/h 25,00 m2/dia 1p+1s
tesouras de madeira 0,67 h/m2 1,50 m2/h 12,00 m2/dia 1ca+2s
forros 0,47 h/m3 2,13 m3/h 17,02 m3/dia 1of+1s
esquadrias 0,20 h/un 5,00 un/h 40,00 un/dia 2p+1s
revestimento 0,72 h/m2 1,39 m2/h 11,11 m2/dia 2p+2s
pisos cimentados 0,80 h/m2 1,25 m2/h 10,00 m2/dia 2s

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Planilha esta que poderá auxiliar na primeira programação, onde poderá a sua
direita na tabela (arquivo em anexo) calcular informações úteis para um planejamento.
A elaboração de um cronograma com uso de planilhas eletrônicas facilitou bastante
estas operações, pois com a identificação o percentual dos serviços em cada período,
suas seqüências executivas, e sua base de dados oriundas do orçamento tornaram mais
fáceis as simulações até sua emissão final, que será origem de relatórios gerenciais
necessários para uma analise executiva e decisões com os detalhes necessários.

Referências bibliográficas

DIAS, Paulo Roberto Vilela. Engenharia de Custos: Metodologia de Orçamentação para


Obras Civis. 4 ed. Curitiba: Copiare, 2001

GOLDMAN, Pedrinho. Introdução ao Planejamento e controle de custos na construção


civil brasileira. 4 Ed. São Paulo: Ed. PINI, 2004.

MATTOS, Aldo Dórea. Como Preparar orçamentos de obras. São Paulo. Ed. PINI, 2006.

Disciplina: Orçamento Professor: José Luiz Ernandes Dias Filho

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