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Responsável pelo Conteúdo:

Prof. Ms. José Benedito Gianelli Filho


 Metodologias

O tema central desta unidade são as Metodologias de Planejamento e Controle.


Portanto, nesta Unidade da Disciplina, tentaremos compreender a questão da
problemática envolvida nos tratos dos assuntos atinentes ao Planejamento da
Obra, criação das Etapas da Obra, Cronograma Físico de Obra e os
procedimentos necessários ao Controle de Obra.

Nesta Unidade o aluno encontrará as questões relativas as diversas formas de se produzir um


planejamento geral da obra composto pelas técnicas necessárias para se calcular tempos de serviços e equipes
necessárias para estes serviços. Tendo-se como bases um projeto executivo completo bem elaborado e a correta
compreensão dos subsistemas da edificação pode-se chegar a uma correta formulação das etapas de obra com a
definição de seus tempos necessários e das equipes necessárias para as execuções parciais.

Com base na consequente montagem de quadros e cronogramas chega-se a um tipo de monitoramento


que permite as tomadas das decisões durante o andamento da obra, o que por si só já caracteriza uma atividade
de Gerenciamento de Obras sendo aplicada.
Mais ainda, abordaremos os tratos no estabelecimento de controles de fluxos e de decisões.
Em suma trataremos aqui dos assuntos que envolvem o planejamento da obra desde as previsões para
andamento físico de obra até o seu Controle Geral das tomadas das decisões gerenciais.
Cabe lembrar que a execução de obras civis em engenharia e arquitetura muitas vezes é assunto tratado
fora do ambiente acadêmico gerando um certo distanciamento entre a teoria da construção civil e a prática
desta no canteiro de obras, agravando-se a questão, ainda, por ser o momento da construção um fato transitório
e não definitivo entre o projeto e a edificação resultante, ou seja: valoriza-se o produto final e não o ato de
executá-lo.
Nesta Disciplina deve ficar claro ao aluno que só trataremos dos assuntos atinentes a execução de obras
e suas interfaces com o projeto executivo e com o produto resultante que neste caso é uma construção civil.

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As atividades na engenharia civil e na arquitetura são caracterizadas pelo exercício de
atividades de projeto e de execução de construções.

Por melhor que sejam as atividades acadêmicas no intuito de habilitar estes


profissionais de engenharia e de arquitetura quanto ao exercício das atividades de projeto
instruindo-os enquanto estudantes com disciplinas teóricas e de prática quanto a tarefas de
escritórios de projeto teríamos uma lacuna e uma ausência de prática quanto a questões que
ocorrem no canteiro de obras.

Uma boa prática, portanto, é reservarmos uma parte do tempo de formação para
estudarmos os problemas que ocorrem no canteiro de obras quando se tem a incumbência de
executarmos uma edificação e como são organizados estes trabalhos de modo a garantir o
cumprimento de todas as tarefas necessárias dentro dos prazos e dentro dos custos previstos.

Encontramos nessas tarefas todo um campo de atividades distintas e complementares


ao trabalho dos escritórios de execução de projetos, a tal ponto que podemos afirmar que
praticamente existe todo um campo de atividades profissionais possíveis como ocupação em
tempo integral de serviço.

O desempenho dessas atividades acaba por constituir vários tipos de equipes de


trabalho que se formam para atuar durante o andamento da obra e até o final desta.

A rigor e de maneira mais detalhada estas equipes atuam nas atividades de


planejamento, nos estudos de viabilidade dos empreendimentos, no gerenciamento da obra,
no controle geral das atividades e dos custos da construção civil, portanto atividades bem
distintas da elaboração de projetos.

A formação técnica dos profissionais que atuam nessas equipes, porém, não é diferente
das formações técnicas das equipes que trabalham na elaboração de projetos e nem poderia
ser pois a execução da obra é tarefa que implica num profundo conhecimento para a leitura e
compreensão dos documentos de projeto.

Podemos afirmar, portanto, que executar obras em atividades de gerenciamento destas


é mais uma alternativa de se exercer as atividades de arquiteto, engenheiro e técnico em
edificações.

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1.1 Finalidade
Empregamos, em Gerenciamento de Obras, uma série de metodologias de trabalho
que visam proporcionar, à tarefa de se executar uma obra, um determinado planejamento
estratégico que possibilite o enfrentamento do problema de modo a cumprir as suas etapas de
execução dentro de um controle quanto a prazos e custos.

Tal controle é o ideal, mas só se faz possível dentro de um rigoroso método e de uma
disciplina levados a efeito desde o início dos trabalhos e continuados ao longo de toda a etapa
de execução da obra.

Para que possamos dar conta destas tarefas vamos abordar aqui a questão das
metodologias de trabalho que são necessárias para o enfrentamento desta questão.

A finalidade destas metodologias é para que possamos ter uma forma de procedimento
que sirva para a resolução da questão do gerenciamento independentemente do tipo e do
porte da obra, ou seja, trataremos de definir procedimentos que permitem a construção do
gerenciamento da obra para qualquer que seja o tipo de obra.

Para conseguirmos isto necessitamos inicialmente construir o nosso planejamento


estratégico e isso se faz em etapas que a seguir definiremos.

1.2 Plano Estratégico


O planejamento de obra pode se utilizar das técnicas de planejamento estratégico pela
analogia e similaridade com os objetivos a serem conquistados, pela necessidade da
elaboração de um plano antecipado e pela necessidade de um controle que permita a tomada
de decisões durante o andamento da obra.

Numa obra o “plano estratégico” consiste em se ter uma clara compreensão de quais
serão as etapas nas quais a obra será construída, considerando-se que a complexidade do
problema consiste no fato de que a execução desta não pode ser feita através da sequência
linear de etapas tendo a execução de um subsistema de cada vez.

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De fato, apesar de alguns dos subsistemas serem efetuados em sequência linear (um
após o outro), esta não é uma regra que pode ser levada para toda a extensão da execução
da obra. Alguns subsistemas, tais como instalações prediais, revestimentos e acabamentos, por
exemplo, tem sua execução feita por partes e por intervalos para que a obra avance o
suficiente para poderem ser continuados e com isto, portanto, apresentam uma sequência não
linear de etapas.

Desta maneira a obra como um todo só pode ser feita se intercalarmos subsistemas
diferentes e é esta a complexidade para o seu planejamento pois temos que criar um plano em
que cada serviço a ser feito seja feito no momento exato para que possa dar a possibilidade de
sequência de obra, não provocando atrasos em seu cronograma.

Assim cada subsistema da obra pode ser executado desde que tenhamos a clara
percepção de qual é o elenco total de seus serviços necessários e quando exatamente os
serviços parciais podem se enquadrar no plano geral da obra para seu início, execução e
término, sob controle e coerente com todo o processo de construção.

1.3 Implementação do Planejamento

Implementamos (construímos) o nosso planejamento através de uma


metodologia que leva em consideração:
1. O conhecimento mais detalhado do que vamos executar em termos de
edificação, analisando-se a sua complexidade de obra a resolver, o porte no
volume de serviços que o projeto implica, a tipologia do sistema construtivo
a ser adotado para a execução do projeto e os fatores locais da obra.
2. As previsões ou projeções de prazos mínimos e máximos apontados
inicialmente pelo cliente, bem como as verbas gerais (budget) previstas ou
inicialmente discutidas.
3. A leitura de toda a documentação técnica que foi produzida até este
momento em que se encontra o andamento dos serviços, em especial a
leitura de todo o projeto executivo elaborado para a obra.

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1.3.1 O “design review”

Nesta etapa a tarefa, no grupo de trabalho de gerenciamento, trata de discutir os


detalhes do projeto procurando identificar as particularidades próprias de cada projeto e assim
ir encontrando, nos detalhes, os pontos distintos que deverão estar sendo atendidos durante a
execução da obra. Procura-se portanto atingir as particularidades específicas do projeto e não
tratá-lo como um projeto padrão e genérico que deverá ter a sua execução sendo feita de
forma pradronizada com atitudes de rotina.

Desta maneira acabam sendo distinguidos os elementos diversificadores de uma obra


para outra, de um projeto para outro e de um local para outro.

O “design review”, portanto, nada mais é do que uma verificação detalhada de que
todos os fatores que influem na execução da obra foram verificados e destina-se a dar uma
certeza de que nada foi esquecido para a execução do projeto. Trata-se de uma discussão
sobre o problema a ser resolvido feita pela equipe técnica de gerenciamento de obra usando-
se a metodologia do “brain storm” e a sua sistematização.

1.3.2 O “brain storm”

Esta metodologia consiste em se produzir uma série de recomendações à execução da


obra produzidas a partir da leitura do projeto executivo, feita individualmente por cada um
dos participantes da equipe técnica com base na experiência individual de cada um [contida
no cérebro (brain) de cada um e expostas para o grupo (“storm”).

1.3.3 A sistematização do “brain storm”

A sistematização desse “design review” e seu “brain storm” se faz através de uma
diagramação do tipo “espinha de peixe”, ou seja, agrupando-se todas as recomendações
formuladas pela equipe técnica em forma de grupos por recomendações temáticas (em função
de suas similaridades temáticas, complementariedades e especificidades próximas).

Produzem-se nesta sistematização os títulos dos tópicos de abordagem, as linhas de


ataque, os vetores de desenvolvimento dos serviços temáticos (que são as “espinhas” do
diagrama) e para cada um deles tem-se todo um elenco de recomendações estratégicas que
foram formuladas pela equipe técnica.
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1.3.4 O “check list”

Esta lista de verificação (check list) das etapas de obra criadas a partir do planejamento
e sistematização descritos no item anterior (parte estratégica) deve ser acrescida das etapas dos
serviços produzidas pelo simples desenvolvimento necessário de execução de serviços técnicos
de construção civil (que é a parte linear técnica e portanto não estratégica), que resulta em
consequência da necessidade de composição dos serviços fornecendo as informações de
consumo de materiais e de mão de obra resultantes das informações contidas no projeto
executivo.

Juntando-se a parte estratégica com a parte técnica temos, em consequência, a


procurada orientação de planejamento para o enfrentamento da tarefa de se construir a
edificação.

1.3.5 Sistemas construtivos:

Cabe, neste momento, fazermos uma observação muito importante: quando se tratam
dos assuntos da construção civil temos que ter sempre o cuidado de não exagerarmos quanto
a generalização no tratamento deste assunto.

Costumamos pensar este tema como se só existisse um tipo de sistema construtivo que
é aquele mais convencional, praticado de longa data e amplamente empregado, ainda,
principalmente para edificações de pequeno porte: a edificação que é feita de forma artesanal,
passo a passo, misturando-se materiais no canteiro de obra e adquirindo componentes
minimamente industrializados, peça a peça. Este tipo de sistema construtivo implica numa
forma determinada de se planejar o andamento das etapas da construção, mas não é o único
tipo.

Ocorre que se alterarmos o tipo de sistema construtivo esta alteração implica numa
outra forma necessária de planejarmos as suas etapas.

Assim sendo apresentamos a seguir, de forma resumida, uma definição dos sistemas
construtivos que são empregados nos vários tipos de edificações e suas respectivas implicações
quanto ao planejamento de obra:

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1.3.5.1 - Convencional:

O sistema construtivo convencional leva em consideração que os materiais são obtidos


em partes pequenas compatíveis com a possibilidade de transporte e manuseio em escala
humana quanto a capacidade de suporte, as embalagens não acondicionam um volume cujo
peso seria impossível de ser transportado por um operário sem a ajuda de equipamentos para
isso.

É uma premissa desse sistema construtivo que a obra será executada de forma
artesanal com os processos e os manuseios desses materiais realizados por operações com o
emprego da força humana.

São exemplos de serviços executados dentro destes princípios de sistema construtivo a


execução de uma parede em alvenaria de tijolos de barro assentados com argamassa de cal,
cimento e areia, também é exemplo uma cobertura de edificação feita com telhas de barro
tipo francesas sobre ripamento de pinho, etc. Nestes exemplos temos os serviços executados
por pedreiro e servente, de forma artesanal, as peças são colocadas uma de cada vez na
parede ou no telhado, por exemplo.

Por ser um sistema muito fragmentado a edificação é feita basicamente através


de um subsistema de cada vez, de forma lenta e gradativa. A única exceção para que o
subsistema não seja feito com uma coisa de cada vez é encontrada nos tipos de subsistemas
em que é praticamente impossível fazermos dessa forma, como por exemplo as instalações
elétricas e hidráulicas e algumas formas de revestimentos e acabamentos.

1.3.5.2 — Racionalizado:

Este sistema construtivo difere do sistema construtivo convencional por apresentar uma
técnica diversificada que altera a forma convencional de se construir.

Por exemplo: a técnica da alvenaria armada que altera a forma convencional de se


construir uma estrutura e uma alvenaria. Nesta técnica mais racionalizada podemos utilizar
blocos que se encaixam entre si e são fixados utilizando-se um tipo de massa que atua mais
como um adesivo do que como uma massa de assentamento, o que agiliza muito o tempo
necessário para se produzir as paredes e além disso os espaços vazios internos nestes tipos de

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blocos permitem a colocação de armações com aço estrutural e a concretagem interna nestes
blocos produz, dentro da alvenaria, pilaretes, vergas, cintas e vigas que substituem, desde que
corretamente projetadas e dimensionadas, a estrutura convencional de uma edificação de
pequeno ou médio porte dispensando, portanto a execução de formas na obra.

Trata-se, portanto, de uma forma não convencional de se construir, mais racional, mais
racionalizada e que portanto deve ter um tipo de planejamento na execução de obra
compatível com as possibilidades deste sistema construtivo diversificado.

1.3.5.3 — Pré-fabricado:

Sistema em que a maior parte da edificação é produzida, inicialmente, fora do canteiro de


obra e transportada, em partes, para o local da obra onde será montada e finalizada.

Neste tipo de sistema construtivo o canteiro de obras deve ser pensado mais como um
pátio de estocagem de componentes da edificação, pré-fabricados, e a obra resulta a partir de
uma montagem que é feita no local definitivo estabelecido no projeto para estes componentes
pré-produzidos.

O planejamento para a obra, neste tipo de sistema construtivo, deve prever esta “linha
de montagem” no canteiro de obras, o número reduzido de pessoal possibilitado pela
produção já elaborada antecipadamente desses componentes da edificação em outro local, o
emprego, no canteiro, de grandes equipamentos para transporte e içamento de grandes peças
de construção civil pré-produzidas e uma clara percepção da existência de um outro tipo de
ordem na sequência da obra decorrente da aplicação de etapas completamente diversificadas
das que são feitas através de subsistemas nas edificações em sistemas convencionais de
construção.

1.3.5.4 — Sistemas construtivos mistos

São os sistemas construtivos onde parte da edificação é executada adotando um tipo


de sistema construtivo e parte da edificação é executada através do emprego de outro sistema
construtivo.

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Geralmente tem sido adotado o sistema pré-fabricado para a parte estrutural da
edificação e sistemas racionalizados ou mesmo convencionais para todos os subsistemas “não
estruturais” da obra.

Um tipo de exemplo deste sistema misto tem sido empregado na construção de


modernos aeroportos onde todas as lajes de piso, vigas e pilares são pré-fabricados e as
coberturas e vedações externas são possibilitadas pelo emprego de estruturas metálicas,
coberturas e caixilharias leves, possibilitando grandes vãos e permitindo montagens muito
rápidas considerando-se o grande porte das obras.

1.4 A Estrutura de Controle de Obra

Se, naquilo que se refere ao planejamento de etapas da construção, utilizamos uma


combinação de itens gerados pela sistematização do “brainstorm” e itens gerados pela
composição de serviços, os tempos necessários para cada um deles e a intercalação dos itens
que podem ser executados ao mesmo tempo nos permitem ter uma ordenação cronológica do
andamento da obra prevista e cabe ao Controle de Obra (um dos tipos de serviços produzidos
pelo Gerenciamento de Obras), entre outras atividades, o acompanhamento das realizações
durante a execução da obra.

Estas tarefas são verificadas através dos histogramas, dos cronogramas e das análises
das redes de precedência.

1.5 A Elaboração das Cronologias

O ciclo planejamento/programação/execução/acompanhamento funciona através da


utilização de determinadas ferramentas de controle.

No planejamento e na programação nosso foco está voltado para a eficácia enquanto


que a execução e o acompanhamento tem como foco a eficiência dos serviços.

A seguir apresentamos alguns tipos de ferramentas de controle:

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1.6 Histogramas

Utilizamos os histogramas, em estatística, para representarmos graficamente um


determinado tipo de distribuição produzida ao longo do tempo.

Os histogramas se apresentam como um tipo de gráfico composto por retângulos


justapostos sobre uma base na qual simbolizamos (grafamos) os intervalos de tempo. As
alturas dos retângulos equivalentes a cada um dos intervalos de tempo corresponde a uma
determinada dimensão que queremos ter sob controle, portanto os valores das grandezas se
encontram na dimensão vertical do histograma e o tipo da grandeza (tempo, por exemplo) é
colocado na linha horizontal. Sobre cada uma destas subdivisões horizontais é então colocado
um retângulo que expressa a grandeza prevista ou produzida para este específico intervalo de
tempo. O histograma também é conhecido como “gráfico de barras”

1.7 Cronogramas

Utilizamos os cronogramas, em gerenciamento de obras, como instrumentos de


controle entre a previsão e a real execução de uma determinada obra (previsto/realizado).

O projeto executivo nos permite ter uma avaliação precisa do consumo de materiais e
de serviços que uma obra acarreta.

Naquilo que se refere a serviços as tabelas de composição de serviços (TCPO)


apresentam as medições dos tempos necessários feitas em serviços equivalentes, permitindo
com isso que se possa avaliar, para a nossa obra, qual serão os intervalos parciais e totais de
tempo que nossos serviços demandarão.

Temos assim um valor de tempo previsto por unidade específica de serviço necessário
à obra, a ser produzido por um único funcionário. Quando se adota a decisão de que o
serviço será executado por um único funcionário tem-se, então com o emprego dos dados da
tabela de composição, o tempo total que este serviço demandará para ser executado.

Estes tipos de serviços são executados nos limites da capacidade humana de os


produzir e, portanto, não podemos conseguir que sejam feitos de forma mais rápida pela
mesma pessoa (pois isto estaria acima da capacidade humana). O recurso encontrado nas
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obras para agilizarmos estes serviços consiste na simples divisão do trabalho todo necessário
por mais pessoas para executá-lo (por exemplo: o mesmo serviço pode ser feito na metade do
tempo demandado se for feito, ao mesmo tempo, metade por um profissional e a outra
metade por outro profissional). Utilizamos este princípio para dimensionarmos a quantidade
de profissionais necessários que farão o serviço todo dentro portanto do tempo que temos
estrategicamente para executá-los. Com isso, apesar de não podermos acelerar o andamento
acelerando o trabalho do profissional, aceleramos o andamento dimensionando a quantidade
de profissionais necessários para isso e assim não comprometemos a qualidade da execução.

1.8 Redes de precedência

Temos também, como ferramenta em Gerenciamento de Obras, o estabelecimento das


técnicas de “redes de precedência”, como auxílio para as decisões de planejamento,
programação, execução e acompanhamento de projetos e obras.

O grande valor apresentado pelo controle com a utilização das redes de precedência é
que podemos calcular e recalcular prazos dentro de sistemas complexos e não lineares do
andamento das obras, podemos atrelar etapas e processos de andamento intercalando
resultados obtidos no andamento dos diversos subsistemas (interdependências) e programar a
execução total subdividida por metas gradativamente atingidas planejando tempos mínimos,
tempos máximos e folgas entre etapas o que nos cria uma maior confiabilidade quanto ao
controle e a tomada das decisões intermediárias.

As redes de precedência apresentam um método e uma técnica.

O método é o do caminho critico: CPM = Critical Path Method e a técnica é a


de avaliação e revisão de programas: PERT = Program Evaluation and Review
Technique, que a seguir abordaremos com maiores detalhes.

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1.8.1 PERT Program Evaluation and Review Technique
Técnica de Avaliação e Revisão de Programas

O roteiro de seu desenvolvimento consiste em:


1 Definir o projeto e os seus objetivos;
2 Identificar as atividades;
3 Definir os atributos das atividades;
4 Propor a relação de interdependência das atividades;
5 Montar a rede ou diagramar;
6 Alocar os atributos na rede;
7 Calcular a rede;
8 Ajustar a rede;
9 Acompanhar e avaliar os resultados;
10 Replanejar o que for preciso.

Pode-se definir os principais elementos da diagramação da seguinte forma:


1) Atividade é um conjunto de ações;
2) Evento é um instante de tempo (início ou fim de uma ou mais atividades);
3) Atributo é o parâmetro de medida da atividade (tempo, mão-de-obra, etc.)

A montagem da rede ou diagramação pode ser feita em “nós” ou em “blocos”.


No caso da montagem em “nós” temos:
1 - Nó - representa um evento de onde podem chegar ou sair mais de uma atividade;
2 - Seta - representa uma atividade (ou uma subdivisão de uma atividade, quando assim
for necessário);
3 - Seta pontilhada - representa apenas procedência obrigatória, não possui atributo. É
chamada de “atividade fantasma” e serve para facilitar a diagramação.

A diferença básica entre o PERT e o CPM reside na forma de definição do valor do


atributo.
Enquanto o primeiro usa um método probabilístico, o segundo usa um método
determinístico. Ou seja, para o cálculo do atributo de tempo, no caso da rede PERT, estima-
se o tempo de uma atividade segundo a fórmula:
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t + 4t +t
t = _o_____m___p__
A 6

Onde:
t é o atributo de tempo da atividade A;
A

t é o tempo supostamente otimista para a realização da atividade A;


o

t é o tempo supostamente normal para a realização da atividade A;


m

t é o tempo supostamente pessimista para a realização da atividade A.


p

1.8.2 CPM Critical Path Method


Método do Caminho Critico
Por outro lado, no método CPM, bastaria uma única estimativa de tempo para cada
atividade.
Portanto ao se lançar os atributos sobre a rede, procede-se os cálculos das “datas mais
cedo” e das “datas mais tarde”, para ocorrência dos diversos eventos, assim como a
determinação do “caminho critico”.
A “data mais cedo” ocorrerá segundo os cálculos da esquerda para a direita (no
sentido de execução das atividades) de forma que, pela soma do tempo de duração de cada
atividade com a data do evento que a antecede, se obtenha a “data mais cedo” da ocorrência
do evento que a sucede.
No caso da convergência de várias atividades num só nó, adota-se para “data mais
cedo” do evento a maior data resultante destas somas, uma vez que o mesmo só acontece
quando todas as atividades que nele chegam já estão concluídas.
Por outro lado, a partir da data para a conclusão da rede, faz-se o cálculo das “datas
mais tarde” de cada evento, da direita para a esquerda (no sentido inverso ao da execução
das atividades), de forma que, pela diminuição do tempo de duração de cada atividade em
relação à “data mais tarde” do evento que a sucede, se obtenha a “data mais tarde” do
evento que a antecede.
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No caso de saírem diversas atividades de um só nó, adota-se como “data mais tarde”
deste evento a menor data resultante destas subtrações, uma vez que o procedimento
diferente prejudicaria a data de algum dos eventos seguintes.
Vê-se, portanto, que para cada evento tem-se uma “data mais cedo” e uma “data mais tarde”.
Ao caminho representado pelas diferenças mínimas (ou folgas mínimas dos eventos),
entre estas datas, dá-se o nome de “caminho critico”.

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Como ampliar seus conhecimentos eu indico o link abaixo:
 www.pedreiradefreitas.com.br.

19
MATTOS, A. Planejamento e Controle de Obras. São Paulo, Editora Pini, 2010.

SILVA, M. B. Manual de BDI. São Paulo, Blucher, 2006.

COSTA NETTO, P. L. O. Administração com Qualidade. São Paulo, Blucher, 2010.

BROTHERTON, S. A.; FRIED, R.; NORMANN, E. S. Estruturas Analíticas de Projeto.


São Paulo, Blucher, 2009.

ORGANIZADORES PINI. TCPO. 13. ed. São Paulo, Pini, 2010.

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