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CURSO ON-LINE – AUDITORIA DE OBRAS DE EDIFICAÇÕES P/ TCU

PROFESSOR: ANDRÉ VITAL

BEM VINDO À NOSSA AULA 2.

Antes de entrar no tema dessa aula, vamos fazer uma breve revisão da aula anterior, ok?

REVISÃO DA AULA ANTERIOR

01- Mudança de entendimento do Cespe.

Por um dever de ofício, temos que rediscutir um assunto.

Você deve se lembrar de uma questão da Aula 1 que falou sobre a necessidade do projeto
executivo e do memorial descritivo para a elaboração do orçamento:

(Inspetor de Obras Públicas, TCE/PE, CESPE/2004)


Considerando que os orçamentos de construções civis devem ser elaborados com o máximo cuidado
e rigor, de forma a refletirem fielmente os custos associados a obras e serviços, julgue os itens a
seguir.
41 - Os projetos executivos e os memoriais descritivos das obras são necessários para a
elaboração do orçamento de uma construção.

RESPOSTA: ERRADO.
Justificativa do Cespe:
ITEM 41 – alterado de C para E, pois os projetos executivos e memoriais descritivos, embora
possam auxiliar a orçamentação, não são necessários, uma vez que o projeto básico pode ser
utilizado para tal.

Mas, veja só uma questão do Cespe mais recente:

(Analista Administrativo / Área 8: Engenharia Civil/ANA – CESPE/2006)


118 - O memorial descritivo da obra é documento necessário para a montagem do orçamento,
pois nele são caracterizados os métodos de execução e o padrão de acabamento da obra.

GABARITO: CERTO.

Viu o problema? Em 2004 o Cespe, após analisar um recurso, diz que o projeto executivo e o
memorial descritivo não são necessários para o orçamento.
Não há dúvidas quanto ao projeto executivo, também citado na questão de 2004. O projeto
executivo não é exigido pela lei para a elaboração do orçamento, basta o projeto básico, o que,
por si só, torna errada a questão de 2004. Se o projeto executivo existir, melhor.
Mas com relação ao Memorial Descritivo, tendo em vista que o nosso objetivo é o de acompanhar
fielmente o entendimento do Cespe, temos que fazer as seguintes considerações:
1º - O texto da Lei 8666/93, ao definir o projeto básico, cita que este deverá possibilitar “a
definição dos métodos e do prazo de execução”, devendo ter o “desenvolvimento da solução
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escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos
constitutivos com clareza”. Além disso, “identificação dos tipos de serviços a executar e de
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução”. Por estes comentários, podemos entender implícita a exigência do memorial
descritivo?.
2º O Ibraop (Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas) elaborou uma Orientação
Técnica, que atualmente encontra-se em revisão, visando uniformizar o entendimento quanto à
definição de Projeto Básico
(www.tce.ba.gov.br/arquivos/publicacoes/manuais_guias_orientacaoibraop.pdf).
Essa orientação coloca o Memorial como um elemento do projeto básico:
“Todo Projeto Básico deve apresentar conteúdos suficientes e precisos, tais como os
descritos nos itens 5.1 a 5.5, representados em elementos técnicos de acordo com a
natureza, porte e complexidade da obra de engenharia especificada na Lei Federal
8.666/93

...

5.2 Memorial Descritivo

Descrição detalhada do objeto projetado, na forma de texto, onde são apresentadas


as soluções técnicas adotadas, bem como suas justificativas, necessárias ao pleno
entendimento do projeto, complementando as informações contidas nos desenhos
referenciados no item 5.1.”

3º - De acordo com o Manual SEAP – Projetos, elaborado pelo Ministério de Planejamento,


Orçamento e Gestão, que registra observações importantes dos trabalhos com foco na área de
edificações: “O projeto básico será constituído por meio de um relatório técnico, contendo
MEMORIA DESCRITIVO dos sistemas componentes e o memorial de cálculo onde serão
apresentadas os critérios, parâmetros, gráficos, formulas, ábacos e ‘softwares’ utilizados
na análise e dimensionamento dos sistemas componentes”
4º - Mais importante, a questão de 2006 do Cespe, mais recente, considerou necessário o
Memorial Descritivo para a elaboração do orçamento e, sem fechar a discussão sobre o
tema, salvo melhor juízo, vamos acompanhar esse entendimento, ok?

02 – Questões da aula passada (TAREFAS)


Vamos aos comentários das questões passadas como exercício.

(Analista em C&T Pleno, MCT, CESPE/2009)


113 Os elementos básicos do projeto constituem-se em peças gráficas que correspondem ao
conjunto das informações necessárias para execução e conclusão da obra e peças escritas que
equivalem ao programa de necessidades, memorial justificativo, discriminação técnica,

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especificação, lista de materiais e orçamento. Em obras públicas, além destas, é necessária a


apresentação do cronograma físico-financeiro.

CERTO. O conjunto de informações necessárias para a execução corresponde ao projeto executivo


(é realmente o executivo) requerido nas obras em geral. Além do programa de necessidades, a
questão refere-se a elementos do Estudo de Viabilidade, que objetiva analisar e escolher a solução
que melhor responda ao programa de necessidades, sob os aspectos legal, técnico, econômico,
social e ambiental. Tal estudo trata-se da verificação do custo-benefício da obra. Verificam-se os
recursos disponíveis e as necessidades (definidas no programa de necessidades). A fim de encontrar
a melhor solução possível, definem-se os métodos, prazo de execução, e avalia-se o custo da obra
(para um empreendimento, sempre há mais de uma solução técnica: materiais, métodos construtivos
que atendem às necessidades). O Estudo também deve ter um relatório justificativo com a descrição
e avaliação da alternativa selecionada, suas características principais, critérios, índices e parâmetros
empregados, demandas a serem atendidas e pré-dimensionamento dos elementos da edificação. O
cronograma físico-financeiro é uma exigência da lei de licitações (previsão de prazos de execução e
cronograma de desembolso máximo por período). Pelo começo da questão, é possível pensar que a
mesma trata do projeto básico, porém, ao falar que o projeto contém informações necessárias à
execução e conclusão da obra (definição do inciso X, arti. 6º, da Lei 8.666/93), o projeto em
questão é realmente o executivo.

114 A planta de situação ou locação deve apresentar o partido arquitetônico como um todo,
em seus diversos aspectos. Pode conter informações específicas em função do tipo e porte do
programa, assim como para a finalidade a que se destina. Deve representar ainda construções
existentes, demolições ou remoções futuras, áreas non aedificandi e restrições governamentais.

ERRADO: Planta de situação é a Planta que mostra a obra como um todo em seus múltiplos
aspectos. Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre
localização do terreno.

Figura 1 - Planta de situação i

Outras definições da questão:

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- O partido arquitetônico pode ser entendido como as soluções preliminares do projeto de


arquitetura.

- Área "NON AEDIFICANDI": é a área gravada por restrições legais ou contratuais do loteamento,
onde não é permitido construir.

(Inspetor de Obras Públicas, TCE/PE, CESPE/2004)

A comunicação entre os diferentes profissionais — arquitetos, engenheiros, pedreiros, mestres


de obras etc. — e o cliente é muito importante para a execução de um projeto. Considerando
que é necessário o estabelecimento de algumas convenções e definições quanto ao conteúdo e à
representação do projeto de arquitetura, julgue os itens a seguir.

106 O programa de necessidades constitui um documento que contém o levantamento das


informações necessárias à elaboração do projeto arquitetônico, incluindo a relação dos
setores, suas ligações, as necessidades de áreas, as características gerais e os requisitos
especiais, como as posturas municipais.

CERTO. O programa de necessidades é ligado às NECESSIDADES DO CLIENTE, volta-se


primeiro às informações necessária para a elaboração do projeto, e às definições do que a edificação
deve ter: ligações entre os setores, ÁREAS NECESSÁRIAS, definição das características gerais,
tendo sempre em vista os requisitos necessários de serem cumpridos pelo projeto, como as posturas
municipais.

OUTRA QUESTÃO RELATIVA À AULA 1

PARA REVISÃO DA A1

(ACE, TCU, CESPE/2007) 180 A cordoalha para concreto protendido nas classes CA 25 e CA
50 deve ser de aço galvanizado.

Errado. A classe CA é a denominação utilizada em aço para concreto armado; no caso de concreto
protendido, utiliza-se o CP.

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AULA 2

INTRODUÇÃO

Caro estudante, nesta aula será apresentado o tema orçamento de uma edificação, dividindo-o nos
seguintes tópicos, de acordo com os editais anteriores.

1 - ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA
1.1 - Composição de custos unitários
1.2 - Quantificação de Materiais e Serviços
2 - PLANILHAS DE ORÇAMENTO
2.1 - Orçamento SINTÉTICO
2.2 - Orçamento ANALÍTICO

O tema tem grande importância não só para a prova, mas também para o dia-a-dia no TCU.

Sobre essa matéria há algumas divergências conceituais na literatura, mas o nosso objetivo aqui é o
de ir direto ao entendimento e à abordagem do Cespe, não é mesmo?

1 - ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA

Que tipo de orçamento a Lei 8666/93 exige na etapa de projeto básico?


ORÇAMENTO DETALHADO.

EXIGÊNCIAS DA LEI 8666/93

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos ...que possibilite a avaliação do custo


da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os
seguintes elementos:

(...)

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de


serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

OUTRAS CITAÇÕES DE ORÇAMENTO DA LEI 8666

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Art. 40. O edital conterá ...

...

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,


permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos,
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência,
ressalvado o dispossto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº
9.648, de 1998)

...

§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,


especificações e outros complementos;

II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação


dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

OBSERVAÇÃO:

- Nem sempre as tabelas de composições de serviços são disponibilizadas aos licitantes, o que a lei
exige é que elas existam (para fundamentar os custos).

- O que a lei determina como parte do edital são planilhas de quantitativos e preços unitários.

MAIS REFERÊNCIAS AO ORÇAMENTO NA LEI DE LICITAÇÕES:

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, ...

§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento


claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo
que a Administração se propõe a pagar:

...

II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das


propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima
estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas,
com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados
apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite
representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
valorização mínima;

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Pessoal, atenção!!

a) Para as licitações do tipo "melhor técnica", será fixado o preço máximo que a
Administração se propõe a pagar.

b) Todos os tipos de licitação requerem o estabelecimento de critérios de aceitabilidade das


propostas.

Art. 48. Serão desclassificadas:

...

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços


manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter
demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos
dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de
produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições
estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se


manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e
serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta
por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por
cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

CONCEITOS

Aqui já podemos definir alguns conceitos, pensando em nosso objetivo de entender o


orçamento da obra:

QUANTITATIVOS: são as quantidades de serviços levantadas:

Alvenaria ----- 20 m²

Concreto ----- 5m³

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Piso cerâmico ----- 10m²

...

PREÇO versus CUSTO

PREÇO: é o valor financeiro que você PAGA por um bem (ou serviço).

CUSTO: é o valor financeiro que você GASTA para produzir um serviço (ou um bem).

(É claro que o comerciante embutiu no preço do bem que ele vende todos os custos, diretos e
indiretos, e o lucro.)

Como você vê, o conceito de preço e de custo é relativo. Por exemplo, você compra areia e paga por
ela um determinado preço, depois esse material vira insumo para você produzir uma parede e será
um dos custos dessa parede.

1.1 - Composição de custos unitários

Chama-se composição de custo de um serviço (ou composição analítica) a


relação dos insumos com os seus respectivos custos para se fazer uma unidade
desse serviço.

MODELO DE COMPOSIÇÃO

A tabela abaixo apresenta um exemplo de composição do custo de construção de um barracão de


alojamento. (retirado do Manual do Sicro 3 - SISTEMA DE CUSTOS REFERENCIAIS DE
OBRAS DO DNIT - volume 9 composições de custos unitários tomo 1/6,

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Tabela 1 - Exemplo de composição de custo

O valor dessa composição resultou em R$320,01 por metro quadrado (veja a unidade de medida
acima da tabela).

É interessante notar que se houver reaproveitamento do material (depois que terminar a obra esse
barracão é desmontado e aproveitado em outra obra), esse serviço necessário à obra passa a ter um
custo bem mais reduzido. Por exemplo, se for possível o 2º reaproveitamentos, tem-se o custo de
R$ 170,48/m².
Tabela 2 - Exemplo de composiçao de custo

Veja bem: esse item “barracão de alojamento” que custará R$ 320,01/m² ou R$ 170,48/m²,
dependendo da ESPECIFICAÇÃO do projeto (sem aproveitamento ou com dois

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reaproveitamentos). O Valor será levado à planilha orçamentária (orçamento sintético), compondo


um dos custos da obra.

As “unidades” geralmente utilizadas para indicar as quantidades de insumos são (ver Tabela 3):

Tabela 3 - Exemplo de unidade de medidas de alguns insumos


MATERIAIS Unid
CHAPA COMPENSADO PLASTIFICADO m²
18MM
AÇO CA-50A D=10 mm kg
CONCRETO FCK=25 MP m3
CIMENTO CP - 32 II Kg
AREIA MÉDIA m³
BRITA 2 m³
TIJOLO 6 FUROS Un
BLOCO CONCRETO sem função estrutural 19 x Un
19 x 39 cm
TELHA ONDULADA DE FIBROCIMENTO m²
ESP.= 6mm
PORTA INTERNA SEMI-OCA P/ PINTURA Un
ESQUADRIA DE CORRER - 4 FOLHAS - 2,00 x m²
1,40 m
JANELA DE CORRER - 2 FOLHAS - 1,20 x 1,20 m²
m
FECHADURA, TRÁFEGO MODERADO EM Un
FERRO, ACABAMENTO CROMADO - TIPO IV
PLACA CERÂMICA 30 x 40 cm - PEI II m²
BANCADA DE PIA DE MARMORE 2,00 x 0,60 un
x 0,02 cm
PLACA DE GESSO LISO 0,60 x 0,60 cm m²
VIDRO LISO TRANSPARENTE 4 mm m²
TINTA LÁTEX PVA L
EMULSÃO ASFÁLTICA kg
IMPERMEABILIZANTE
FIO DE COBRE ANTICHAMA - 750 V, 2,5 mm2 m
DISJUNTOR TRIPOLAR 70 A Un
BACIA SANITÁRIA COM CAIXA ACOPLADA Un
REGISTRO DE PRESSÃO CROMADO D=1/2' Un
TUBO DE FERRO GALVANIZADO COM m
COSTURA D=2 1/2'
TUBO DE PVC-R RÍGIDO P/ ESGOTO D=150 m
mm
MÃO-DE-OBRA
PEDREIRO h
SERVENTE h
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
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ENGENHEIRO h
EQUIPAMENTOS
Locação de betoneira 320 l dia

OBSERVAÇÕES:

- O cimento algumas vezes aparece na unidade “saco” (sc): um saco de cimento corresponde
à 50 kg;

- A tinta, enquanto insumo, aparece em litros (L), mas o serviço de pintura será em metros
quadrados;

- O concreto é quantificado em metro cúbico (m³) e a fôrma para a sua execução em metro
quadrado (m²)

Definem-se Coeficientes de Aplicação de Materiais: as quantidades de materiais aplicadas na


execução do serviço. Por exemplo, para o preparo de 1 m³ de concreto estrutural, com 350 kg
cimento/m3 será necessário (índice obtido na Tabela de Composições da PINI - TCPO):

Cimento – 350 kg

Areia grossa – 0,600 m³

Pedra britada – 0,800 m³

(mais a água, evidentemente)

PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Produtividade é a eficiência em se transformar entradas em saídas de um processo produtivo. No


caso da produtividade da mão-de-obra no revestimento interno de paredes com argamassa, as
entradas seriam os homens-hora despendidos e, as saídas, os metros quadrados de revestimento
executado com tal esforço.ii

PRODUTIVIDADE VARIÁVEL

Pode ocorrer grande variação da produtividade em determinados serviços, devido a diversos fatores.
Geralmente utiliza-se o valor médio de produtividade. Condições particulares da obra, contudo,
podem requerer a adoção de valores abaixo ou acima dessa média.

Responda as questões apresentadas ao longo da aula, e ao final confira os comentários.

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QUESTÕES

(Engenheiro, MIN. ESPORTE, CESPE/2008)


Julgue os próximos itens, relacionados à composição de custos para construção de uma obra civil.
67 Os custos relativos à execução de formas para concreto armado são quantificados em função do
preço unitário da forma por unidade de peso.
68 Os custos relativos à areia utilizada para produção de concreto são quantificados em função do
preço unitário da areia por unidade de volume.
69 Os custos relativos ao serviço de serventes são quantificados em função do preço unitário por
hora trabalhada.
70 Os custos relativos aos blocos pré-moldados de concreto para construção de uma parede são
quantificados em função do preço do bloco por unidade de peso.

SEUS COMENTÁRIOS

(Analista Ministerial Especializado – Especialidade: Engenharia Civil, MPE/TO, CESPE/2006)


A composição de custos é elemento importante para a estimativa final de custo de uma obra, sendo
fundamental para a análise de viabilidade de um empreendimento comercial. A respeito desse
assunto, julgue os itens que se seguem.
86 - Em uma composição de serviços, mão-de-obra é um insumo cuja utilização é estimada em
unidade de tempo.
87 - O conceito de produtividade variável aplica-se à determinação de custos a partir da composição
de serviços.
88 - Em uma composição de serviços em que o insumo é um determinado equipamento, o consumo
desse insumo é avaliado em unidade de tempo.

SEUS COMENTÁRIOS

(Técnico Científico – Área: Engenharia Civil, BASA, CESPE/2007)


Orçamentos e planejamentos criteriosos e realistas são fundamentais para a viabilização de uma
construção. Com relação a esse assunto, julgue os itens a seguir.
106 - A composição do preço unitário de determinado serviço depende do custo da hora de trabalho
do operário na realização do serviço.
109 - Em um serviço de movimento de terra, para efeito de orçamento do transporte de terra
escavada na execução de um corte, multiplica-se o volume de solo a ser escavado no seu estado
natural, ou intacto, pelo preço unitário de transporte.

SEUS COMENTÁRIOS

1.2 - Quantificação de Materiais e Serviços

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Quantificação é o levantamento das quantidades de serviços necessários à realização da obra, feito


com base no projeto.

O que é um ORÇAMENTO DETALHADO? É aquele que tem quantidades de serviços, custos e


suas respectivas COMPOSIÇÕES.

O orçamento tem também o preço final da obra.

Geralmente, o edital de licitações disponibiliza uma planilha contendo as quantidades de serviços,


os custos desses serviços, sub-total e total geral da obra, planilha esta que serve para limitar os
valores aceitos pela administração. Daí acrescenta-se o famoso BDI e obtém-se o preço total da
obra.

MUITO IMPORTANTE:

A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DEVE ESTABELECER o critério de aceitabilidade dos preços


unitários e global PARA A CONTRATAÇÃO, PELO PREÇO TOTAL OU PELO PREÇO
UNITÁRIO.

Que tal dar uma lida nesse assunto na Lei 8.666/93?

A lei define o ORÇAMENTO DETALHADO como um ELEMENTO DO PROJETO


BÁSICO.

A avaliação do custo global da obra deve ter por base um levantamento de quantidades de
serviços PROPRIAMENTE AVALIADOS. Significa que para a elaboração de um orçamento
detalhado, como a lei exige, temos que ter as informações do projeto básico desenvolvidas.

Como sabemos, o projeto básico aqui se trata de um conjunto de projetos: arquitetura, estruturas,
instalações...

O orçamento deverá responder:

- quantos metros quadrados de alvenaria vai ter o edifício?; Quantos metros quadrados de fôrma
para concreto?; Quantos metros cúbicos de concreto? etc...

- quanto custará cada metro quadrado de alvenaria..., de fôrma...

- quanto custará a obra como um todo.

As obras e os serviços somente poderão ser LICITADOS quando existir orçamento detalhado em
planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários.
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O QUE É O CUSTO UNITÁRIO DO SERVIÇO?

Imagine que você queira construir uma parede de 10 metros quadrados (10m²).

Depois de definido o tipo de parede, por exemplo, de alvenaria de tijolos furados (especificação do
serviço), você terá que saber quais são os INSUMOS: materiais, equipamentos e mão-de-obra
necessários para a execução da sua parede (e não vamos esquecer de pagar os encargos sociais
incidentes no custo da mão-de-obra, não é mesmo?)

Figura 2 - Exemplo de encargos sociais (Fonte: Manual do Sicro3 – Volume 1)

Ao invés de calcular logo para os 10m², não seria bom você calcular os insumos para produzir 1m²?
Assim você poderia calcular o custo de fazer outras paredes apenas multiplicando a quantidade, em
metros quadrados, pelo CUSTO UNITÁRIO (custo para fazer 1m²).

A composição de custos unitários é isso. Quanto de insumos, ou seja, quanto de material, de


equipamento e de mão-de-obra (incluindo encargos sociais) você terá que dispor para fazer uma
unidade de serviço (tem serviços medidos em metros quadrados, metros cúbicos, kg, etc...)

Para o nosso exemplo de execução do serviço “alvenaria de tijolos furados de 10 cm” a relação é:

quantidade de tijolos (un);

quantidade de cimento (kg);

quantidade de areia (m³); e

tempo necessário de um pedreiro e de um servente para a construção (h).

(observe que aqui não foram necessários equipamentos)

Tudo isso para fazer 1m² de alvenaria.

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Você deve multiplicar cada quantitativo desses insumos com os seus respectivos custos (custo
unitário do insumo), acrescenta os encargos sociais da mão-de-obra e, dessa forma você obterá o
custo para a execução de cada unidade desse item de serviço – o custo unitário do serviço.

ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES EM RELAÇÃO À QUANTIFICAÇÃO

1- Nos serviços envolvendo movimentação de terra, embora se mantenha a unidade de medida


do serviço, as quantidades são determinadas de acordo com o estado do material.
É o caso do serviço de escavação e transporte de terra. Quando se trata da escavação, o
volume (m³) a ser considerado refere-se à condição natural do terreno. Quando se transporta
esse material, sempre ocorre o chamado empolamento, ou seja, um acréscimo do volume (a
massa permanece inalterada, evidentemente). Como o transporte será do volume solto, é
razoável que tal volume maior seja multiplicado pelo custo do transporte.
Essa mesma consideração deve ser feita para o caso de execução de um aterro. Nesse
serviço, a quantidade de terra que deve ser adquirida deve ser maior do que o volume do
corpo do aterro.
2- Os projetos são elaborados sempre com vistas a permitir a quantificação dos materiais
necessários para a obra. Destacam-se os projetos de estruturas, que apresentam em quadros
resumos as quantidades de concreto (m³), aço (kg) e fôrmas (m²); os projetos de instalação
de água e esgoto, que apresentam detalhe em perspectiva (isométricas), que permitem a
quantificação das peças necessárias; os projetos de arquitetura, que já trazem as áreas de
piso de cada compartimento da edificação, na própria planta ou em quadros separados,
permitindo o levantamento das quantidades de pisos requeridas.
3- Quase sempre, na hora de quantificar os materiais, é considerado um acréscimo para a hora
da compra, devido às perdas de materias.
4- Quando se trata de áreas de reboco (revestimento da parede com argamassa), no caso dos
vão de janelas e portas, são feitos os chamados “requadramentos”, que são os acabamentos
nas bordas desses quadros. Sempre será necessária uma quantidade de material maior nesses
locais e uma forma de calcular uma quantidade extra de argamassa é não descontando os
vãos dessas janelas e portas, considerando no cálculo como se houvesse parede nesses
locais. Salvo exceções: quando houver aberturas cujas áreas têm 2m² ou mais, deve-se
descontar a parte que for além desses 2m². Por exemplo: numa parede de 15m² de área bruta
sendo 5m² de vãos de portas/janelas. A área líquida será: 15m² - (5m²-2m²) = 12m². Caso as
aberturas sejam de 1,5m², a área a ser adotada no levantamento será de 15m² mesmo, não
descontando nada.

Agora vamos testar nossos conhecimentos....Responda as questões apresentadas ao longo da aula, e


ao final confira os comentários.

QUESTÃO
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Na elaboração de um orçamento, um aspecto relevante é o que diz respeito à determinação da


quantidade de materiais e de serviços necessários à realização da obra. Acerca desse assunto, julgue
os itens a seguir.
90 - Em uma obra de regularização de terreno, o volume de aterro (ou desaterro) é calculado pela
diferença de cotas entre o perfil inicial e o perfil final multiplicada pela área em planta da zona
aterrada (ou desaterrada) e pelo fator de empolamento.
91 - A estimativa da quantidade de materiais a serem utilizados nas instalações hidráulicas em uma
obra pode ser obtida com base no projeto em perspectiva isométrica.
92 - No cálculo das quantidades de emboço e de reboco, a área dos vãos de portas e janelas deve ser
descontada da área total da parede.

SEUS COMENTÁRIOS

..............................................................................................................................................................

OBSERVAÇÃO:

A importância do orçamento decorre do fato dele ser o principal elemento de definição financeira
da obra. Durante a execução, configura-se em uma peça chave.

..............................................................................................................................................................

IRREGULARIDADES OBSERVADAS EM RELAÇÃO AOS ORÇAMENTOS DE OBRAS


PÚBLICAS

São comuns as distorções nos orçamentos, que acabam por gerar prejuízos à administração. As
distorções ocorrem, sobretudo pela colocação de preços elevados e quantidades majoradas nos
orçamentos.

Jogo de planilha: Ocorre, por exemplo, pelo acréscimo de serviços com preço unitário elevado e
redução daqueles cujos preços unitários estão baixos, durante a fase de execução contratual
(aditivos).

DEFINIÇÃO DO ORÇAMENTO

Sintéticamente, podemos dizer que orçar é quantificar materiais, equipamentos e mão-de-


obra necessários à realização de uma obra.

O valor da obra é a soma dos diversos custos, Custos Diretos e Custos Indiretos.

Em contabilidade, os chamados Custos Diretos de Fabricação são aqueles apropriados diretamente a


cada produto fabricado. São facilmente identificados na composição do produto, e variam de acordo
com a quantidade produzida.
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Já os Custos Indiretos de Fabricação, referem-se aos custos cuja apropriação se dá pelo rateio, já
que não estão vinculados diretamente à produção de um determinado bem específico, mas sim ao
processo produtivo como um todo.

Em orçamentos de obras, a idéia é a mesma.

OBSERVAÇÃO: o custo do terreno geralmente NÃO FAZ parte do orçamento da obra, mas pode
ser levado em consideração no momento de se fixar o preço de venda da edificação, se for o caso.

CUSTOS DIRETOS (CD):

Custos associado diretamente à produção de bens e serviços (custos dos materiais, dos
equipamentos e da mão-de-obra).

Segundo o Sinduscon/BA (http://www.sinduscon-ba.com.br/docs/bdildi.pdf) O Custo Direto da


obra como um todo é resultado da soma de todos os custos unitários dos serviços necessários para a
construção da edificação, obtidos pela aplicação dos consumos dos insumos sobre os preços de
mercado, multiplicados pelas respectivas quantidades, mais os custos da infra-estrutura
necessária para a realização da obra.

É interessante observar que, para uma mesma metragem de construção (tamanho, formas, etc), os
custos diretos variaram de acordo com as especificações de materiais do projeto básico. É muito
diferente o custo de 100m² de piso cerâmico de PEI 5 (medida de resistência à abrasão dos pisos
cerâmicos) em relação aos mesmos 100m² de piso em granito, não é mesmo? Aqui já estamos
falando do padrão de acabamento da obra.

CUSTOS INDIRETOS (CI):

Não pode ser associado diretamente, de forma proporcional, a um determinado serviço (ou
determinada obra), isso porque os custos indiretos (ou despesas indiretas) não estão relacionados
EXCLUSIVAMENTE com a realização de uma obra em questão.

Estes custos indiretos entram em uma parcela do orçamento denominada de BDI - bonificação E
despesas indiretas. (A sigla se originou de uma denominação em inglês, mas isso não importa para o
nosso caso).

BDI = Bonificação (lucro), mais as despesas Indiretas.

Você pode perfeitamente entender o Preço Final da Obra como sendo a soma dos valores: Custos
Diretos + BDI.

Contudo, usualmente o BDI aparece como um percentual das Despesas Diretas, sendo melhor
formular o BDI, em percentual, da seguinte maneira:

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BDI é preço de venda (preço total) dividido pelos custos diretos, subtraindo dessa conta 1 unidade,
para obter o valor percentual:

BDI – Representa o rateio dos custos não inclusos nas composições de custos unitários diretos.

Preço de venda é igual o Custo Direto multiplicado por 1 mais a taxa de BDI:

PV = Preço de Venda
BDI = Benefício e Despesas Indiretas ou LDI = Lucro e Despesas Indiretas
CD = Custo Direto

2 - PLANILHAS DE ORÇAMENTO

2.1 - Orçamento SINTÉTICO

É uma FORMA DE APRESENTAÇÃO na qual são apresentados os custos dos serviços, mas não
apresenta as composições desses (pode ser entendido como um resumo).

Abaixo a Tabela 4 mostra uma série de serviços apresentados sinteticamente (é um relatório


sintético de custos de diversos serviços, não é um orçamento de uma obra específica).

Observe que o item (serviço) tem o seu nome detalhado e o respectivo custo. O que não aparece são
os insumos que compõem o serviço.

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Tabela 4 – Exemplo de orçamento sintético

2.2 - Orçamento DETALHADO

Vimos que a lei exige o orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos
os seus custos unitários.

Tal orçamento apresenta todas as COMPOSIÇÕES DOS SERVIÇOS.

2.2 - Orçamento ANALÍTICO

Orçamento Analítico: pode ser montado somente após os levantamentos de quantidades de


materiais e de serviços, a partir do projeto e da composição de custos unitários, e a elaboração da
Composição de Custos Unitário.

O Orçamento ANALÍTICO é uma forma de apresentação, no qual cada um dos serviços é


apresentado junto com o detalhamento da sua composição.
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Tabela 5 - Exemplo de orçamento analítico

Após o levantamento das quantidades de serviços e composição dos custos unitários de


cada um desses serviços, o que corresponde ao ORÇAMENTO COMPLETO, a
administração poderá apresentar esse orçamento na forma analítica ou na forma
sintética.

Se apresentar as composições de cada serviço na planilha orçamentária, a


administração terá disponibilizado o seu orçamento na forma analítica.

Se apresentar somente a descrição do serviço, suas quantidades e custos, omitindo as


composições, terá disponibilizado um orçamento na forma sintética.

O orçamento sintético em alguns casos apresenta separadamente os custos de materiais


e mão de obra.

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Como vimos, as Composições de Custos Unitários, ao final, chegam a um CUSTO PARA A


EXECUÇÃO DE UMA UNIDADE (1 m², 1 m³) DE UM DETERMINADO SERVIÇO, como
exemplo, a execução de 1m² de alvenaria de tijolos.

Obs. (As unidades também podem ser compostas: 1m³xkm, por exemplo, para o caso de transportes
de solo).

Agora vamos testar nossos conhecimentos...

QUESTÃO
(Analista, Engenheiro Civil, INSS, Cespe/2008)
Um dos métodos utilizados para realizar o orçamento dos custos envolvidos na construção civil é o
da quantificação empregando composição de custo unitário. Nesse método, o produto a ser
executado é decomposto em vários componentes, com quantificação da sua participação no produto
final. Um exemplo dessa composição é mostrado na tabela seguinte.

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Considerando essas informações, julgue os itens seguintes.


81 O pagamento das horas de utilização de betoneira para execução de uma laje é computado como
despesa indireta.
82 Para o emprego da tabela em apreço, considera-se que há proporcionalidade entre o custo total
da produção da laje e a quantidade de laje produzida.
...
84 Quanto maior for a espessura da laje, maior será o seu custo de mão-de-obra.
85 Areia lavada do tipo média é empregada para execução de elementos de enchimento.

SEUS COMENTÁRIOS.

CONTINUANDO.....

COMO SÃO FEITAS AS COLETAS DE PREÇOS?

A coleta de preços poderá ser feita no mercado local, onde será realizada a obra.

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IMPORTANTE: LIMITES DE CUSTOS

No que se refere ao orçamento de uma obra, vale atentar que a Lei Nº 11.768/2008 “diretrizes para
a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2009”

Art. 109. O custo global de obras e serviços executados com recursos dos
orçamentos da União será obtido a partir de custos unitários de insumos ou
serviços iguais ou menores que a mediana de seus correspondentes no Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), mantido e
divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal.

§ 1º Nos casos em que o SINAPI não oferecer custos unitários de insumos ou


serviços, poderão ser adotados aqueles disponíveis em tabela de referência
formalmente aprovada por órgão ou entidade da administração pública federal,
incorporando-se às composições de custos dessas tabelas, sempre que possível, os
custos de insumos constantes do SINAPI.

§ 2º Somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório técnico


circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pela autoridade
competente, poderão os respectivos custos unitários exceder o limite fixado no
caput deste artigo, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle interno e
externo.

§ 3º O órgão ou a entidade que aprovar tabela de custos unitários, nos termos do §


1o deste artigo, deverá divulgá-los pela internet e encaminhá-los à Caixa
Econômica Federal.

§ 5º Deverá constar do projeto básico a que se refere o art. 6º, inciso IX, da Lei no
8.666, de 1993, inclusive de suas eventuais alterações, a anotação de
responsabilidade técnica e declaração expressa do autor das planilhas
orçamentárias, quanto à compatibilidade dos quantitativos e dos custos constantes
de referidas planilhas com os quantitativos do projeto de engenharia e os custos do
SINAPI.

§ 6º A diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos


custos unitários do SINAPI não poderá ser reduzida, em favor do contratado, em
decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária.

Observações:

Essas regras representaram um significativo avanço para o controle dos custos de obras.

1 – A regra geral é: a Administração faz as suas pesquisas, mas os custos estão limitados àqueles
dados pelo SINAPI;

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2 – Se o SINAPI não tiver algum insumo ou serviço, a administração poderá olhar em outra tabela
de referência formalmente aprovada;

3 – Pode ser que o SINAPI não contenha o custo do insumo ou do serviço necessário, nesse caso,
em condições especiais, devidamente justificadas em relatório técnico circunstanciado, elaborado
por profissional habilitado e aprovado pela autoridade competente, poderão os respectivos custos
unitários exceder o limite fixado pelo SINAPI, sem prejuízo da avaliação dos órgãos de controle
interno e externo;

4 – Mais uma coisa para constar no projeto básico: a anotação de responsabilidade técnica (ART) e
declaração expressa do autor das planilhas orçamentárias, quanto à compatibilidade dos
QUANTITATIVOS, com o projeto e dos CUSTOS, com o SINAPI.

5 – Como os custos do SINAPI limitam o contrato, aquele desconto obtido devido à concorrência
deverá ser mantido, em caso de aditivos (aditamentos) que modifiquem a planilha orçamentária (é
aqui que ocorre o famoso “jogo de planilha”, que detalharemos na aula sobre acompanhamento do
contratos).

O QUE É O SINAPI?

É um sistema de pesquisa mensal que informa custos e índices da construção civil.

Os resultados/informações do SINAPI derivam de trabalhos técnicos da Caixa Econômica Federal -


CAIXA e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, amparados em convênio de
cooperação técnica. A rede de coleta do IBGE pesquisa mensalmente preços de materiais e
equipamentos de construção, assim como os salários das categorias profissionais junto a
estabelecimentos comerciais, industriais e sindicatos da construção civil, em todas as capitais dos
estados.

A CAIXA e o IBGE são responsáveis pela divulgação oficial dos resultados do SINAPI, e pela
manutenção, atualização e aperfeiçoamento do cadastro de referências técnicas, dos métodos de
cálculo e do controle de qualidade dos dados disponibilizados.

(https://webp.caixa.gov.br/casa/sinapi/index.asp?menu=1)

Obs:

- Quando o Sinapi fala em custos, refere-se às pesquisas de preço de cada insumo.

- Quando o Sinapi fala de índices refere-se ao preço por metro quadrado de determinada obra,
similarmente ao que fazem os Sinduscon’s regionais, quando calculam o CUB (Custo Unitário
Básico da Construção Civil)

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- Também existem composições de serviços feitos por empresas especializadas, como a PINI. Note
no exemplo abaixo que o preço é mostrado para a mão-de-obra e para os materiais.

Tabela 6 - Exemplo de composição de serviço da PINI

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O BDI

Como calcular o percentual de BDI?

Discussões acerca de quais parcelas devem ser computadas na taxa de BDI vem de longa data. É
comum encontrar diferentes metodologias de cálculo para essa parcela.

Tais discussões resultaram em novos posicionamentos acerca das parcelas incidentes no BDI.

Vamos começar com as PARCELAS DO BDI AMPLAMENTE ACEITAS:

1-DESPESAS FINANCEIRAS (custos financeiros): representa a correção monetária dos recursos


financeiros da empresa à disposição do contrato da obra (Custo do capital).

Não estamos falando de juros cobrados nos empréstimos bancários, caso o empresário recorra
a isso, geralmente eles não devem ser considerados no cálculo das despesas (predomina esse
entendimento. Contudo, veremos adiante que o DNIT tem outro entendimento quando se
trata de infra-estrutura rodoviária)

2-TRIBUTOS FEDERAIS E MUNICIPAIS

3- BENEFÍCIO (OU LUCRO, ou “margem de contribuição”): remuneração do construtor.

4-RISCOS IMPREVISTOS e SEGUROS (imprevistos, “margem de incerteza”): riscos


imprevisíveis, caso fortuito ou força maior.

5 – ADMINISTRAÇÃO CENTRAL: parcela paga pela obra das despesas de escritório da empresa.

Agora temos que comparar duas referências técnicas em relação às parcelas contidas no BDI: a
ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº 01/2007/IBEC e o SICRO3.

A - ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº 01/2007/IBECiii

Vamos examinar uma referência técnica que é a “ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº 01/2007/IBEC”


(disponível em www.culturainglesa-
dc.com.br/sites/ibec/temp/Downloads/Novo_Conceito_BDI_Orientacao.pdf)

Por essa orientação, devemos considerar o BDI de duas formas distintas, ou seja:

a) Para o Construtor: o BDI só pode ser calculado obra por obra de acordo com o especificado
em metodologia própria, por exemplo, a apresentada no livro “Uma Metodologia de
Orçamentação para Obras Civis”, de autoria do engº civil Paulo Roberto Vilela Dias ou de
acordo com a sistemática aqui definida; e
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b) Para os Órgãos Contratantes: é possível adotar custos unitários diretos genéricos de tabelas
ou revistas multiplicados por BDI adequado e fixado como aqui exposto.

Novas PREMISSAS BÁSICAS DO BDI, Segundo a Orientação Técnica 1/2007 do IBEC

Alguns itens devem obrigatoriamente constar da Planilha de Quantidades da estimativa de custo da


obra, portanto, sendo considerado como CUSTO DIRETO, tais como:

NÃO DEVEM INTEGRAR MAIS O BDI

- Mobilização e Desmobilização da Obra,


- Administração Local e
- Instalação do Canteiro de Obras

Os modelos de planilhas a serem utilizadas para cálculo destes itens podem ser as apresentadas em
anexo.

Outros serviços, se existentes, TAMBÉM deverão estar no CUSTO DIRETO, como por exemplo:
- sondagens,
- projetos de qualquer natureza,
- interferências em vias públicas,
- taxas específicas,
- EPC – Equipamento de Proteção Coletiva e
- consultoria técnica.

Obs: os TRIBUTOS: IRPJ e CSLL ainda são considerados pelo IBEC, mas segundo o
entendimento do TCU, acerca das obras com recursos federais, esses não devem mais ser
computados nos orçamentos.

É certo que encontraremos questões dizendo que o canteiro de obras deve fazer parte do BDI,
contudo, tal entendimento não condiz com as novas premissas técnicas recentemente adotas pelo
IBEC.

Observação: É importante que todos os custos incidentes sobre a mão de obra, isto é, encargo
social, alimentação, vale transporte e EPI – Equipamento de Proteção Individual, inclusive os
uniformes sejam incluídos nos próprios salários dos profissionais, operários ou da Administração
Local, através do quadro modelo apresentado em anexo, ou ainda, acrescido ao percentual de
Encargos Sociais.

Para o IBEC, a ADMINISTRACAO CENTRAL (Parcela das despesas passadas para a obra
relativas à manutenção do escritório da empresa) faz parte do BDI.
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ATENÇÃO

A mesma ORIENTAÇÃO TÉCNICA do IBEC, apresenta a seguinte tabela Composição do


Percentual do BDI

Tabela 7 - Exemplo de tabela de composição do BDI

Entretanto, recente decisão do TCU, Acórdão 325/2007/P, exclui do cômputo do BDI


ADMISSÍVEL o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social (CSLL).

O BDI admissível é uma referência calculada e tida como limite máximo dessa parcela nos
contratos da administração pública. Depende das parcelas que estão colocadas ou não de
forma direta na planilha orçamentária.

PRÓPRIO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para facilitar o controle, todas as despesas possíveis de serem explicitadas na planilha


orçamentária, aí devem aparecer, ao invés de constarem no BDI.

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O TCU NÃO considera na parcela do BDI (BDI de referência) os seguintes tributos: IRPJ
(Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e a CSSL (Contribuição Social sobre o Lucro).

Na prática de auditoria de obras, caso o BDI apresentado no contrato seja inferior ao


calculado pelo TCU (BDI máximo admitido), o qual não inclui os referidos impostos, não há
necessidade de criticar as parcelas consideradas pelo contratado.

B – SICRO3

Manual do Sicro3 incluiu obras de edificações.

Temos que destacar as divergências:


1- O Sicro3 considera, além dos fatores de risco, os fatores de escala no BDI.
Fator de escala: A execução dos serviços tende a ser otimizada conforme aumenta o
número de repetições. Determinado percentual previsto para o lucro pode ser significativo
para obras de grande porte e insuficiente para obras menores. Há necessidade de ajustar o
percentual previsto para o lucro com a consideração de um fator de escala.
2- Divergência conceitual quanto ao custo direto e custo indireto:
Na prática, a classificação do custo de um serviço como direto ou indireto está apenas
relacionada à sua inclusão ou não na respectiva planilha de preços, a serem cotados por
ocasião da licitação da obra. Todos os itens da planilha de preços, para os quais são
requeridas cotações específicas e cujo pagamento se fará de acordo com alguma forma de
medição, são considerados como custos diretos.
Em termos da realidade concreta dos empreendimentos da infra-estrutura de transportes, a
distinção entre custos diretos e indiretos está, portanto, vinculada à relação de itens de
serviço que o órgão responsável pela obra esteja disposto a fiscalizar e, conseqüentemente,
a medir e pagar de forma individualizada.
Existe outro aspecto importante a considerar, decorrente das ponderações acima: o fato
que determinado item seja considerado como custo indireto não impede que seu valor seja
orçado de forma analítica. Ao contrário, sempre que possível, devem ser buscados
parâmetros que permitam chegar a seu valor através de procedimentos analíticos.

DE ACORDO COM O SICRO3


“todos os itens passíveis de serem tratados como custos diretos, independentemente de sua
natureza, deverão ser classificados como tais. Cabe ao órgão contratante estabelecer esse
enquadramento em suas Normas de Medição e Pagamento, em função de sua experiência,
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conveniência, capacidade de fiscalização, características da obra e das condições de sua


realização. Esta nova ótica deverá recair sobre os itens que tradicionalmente são considerados
indiretos tais como:
Projeto
Consultoria
Sondagens e ensaios tecnológicos
Ferramentas
Equipamentos de pequeno porte
Equipamentos de proteção individual
Manutenção de equipamentos locados
Material de consumo e de expediente
Administração local
Canteiro e acampamento
Mobilização e desmobilização
Serviços públicos
Fiscalização
Administração central “

Obs:
1 - o item Administração Central em um orçamento de obra é a quota parte do custo da
Administração Central do Executor, a ser absorvida nesse orçamento, custo que caberá àquela obra
específica.
2 - Mobilização e Desmobilização – a parcela de mobilização compreende as despesas para
transportar, desde sua origem até o local onde se implantará o canteiro, os recursos humanos não
disponíveis no local da obra, bem como todos os equipamentos e instalações (usinas de asfalto,
centrais de britagem, centrais de concreto, etc.) necessários às operações que aí serão realizadas.
3 - Canteiro e Acampamento – esta rubrica tem por finalidade cobrir os custos de construção das
edificações e de suas instalações destinadas a abrigar o pessoal, as dependências necessárias à obra
e à infra-estrutura de apoio.

Você deve dar uma olhada na listagem abaixo para ter uma noção dos componentes do custo direto,
mas não vale a pena deter-se muito, ok?

O SICRO3 considera os seguintes CUSTOS DIRETOS DE EDIFICAÇÕES:


• Projetos: projetos, estudos topográficos, sondagens, ensaios;
• Instalação da obra: locação da obra, montagem de canteiro, mobilização e desmobilização,
instalação de usinas;
• Serviços gerais: insumos que participam indiretamente nos serviços e que não estão no BDI
ou em outros itens, como por ex; ferramentas manuais, equipamento de proteção individual,
encarregados;
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• Drenagem: dispositivos de drenagem superficial como sarjetas, meios-fios, drenos;


• Obras em terra e rocha: escavações para fundações;
• Obras de contenção: muros de contenção, gabiões, cortinas, muros de divisa, enrocamentos;
• Fundações: cravação de estacas, execução de sapatas isoladas ou corridas, de blocos de
fundação, de tubulões, de blocos de coroamento, de vigas de equilíbrio, de vigas alavancas;
• Estruturas: concretos, armações, formas, perfis metálicos;
• Instalações elétricas, Instalações hidráulicas;
• Paredes: alvenarias, divisórias, painéis;
• Coberturas: estruturas de madeira ou metálicas, telhamentos, calhas, cumeeiras, rufos;
• Tratamentos: impermeabilizações, isolamentos térmicos;
• Esquadrias: portas, janelas, gradis, caixilhos, guarda-corpos, escadas, corrimãos;
• Revestimentos: emboço, reboco, revestimentos de paredes, forros;
• Pavimentações: contra-pisos, cimentados, pisos, calçadas, meios-fios, degraus, decks;
• Rodapés, soleiras e peitoris;
• Ferragens: dobradiças, fechaduras, fechos para portas e janelas;
• Vidros: vidros liso, temperado, fantasia, aramado, cristal, espelhos;
• Pinturas: preparos de superfície, emassamentos, pinturas, envernizamento, resinas;
• Aparelhos: armários, lavatórios, bancadas, tanques, chuveiros, torneiras, cabides;
• Urbanização: ajardinamento, plantio de arbustos, alambrados;
• Limpeza: limpezas em geral e de peças;
• Obras complementares: cercas, muros;
• Sinalização: sinalização horizontal;
• Transportes: transportes locais, transportes verticais;
• Serviços de manutenção: retirada e recolocação de peças, manutenção de estruturas;
• Serviços auxiliares: cortes de chapas.

No SICRO3, O IRPJ e a CSLL deixaram de ser incluídos no BDI por


determinação do TCU através do Acórdão n° 325, de 29.06.2007.

OUTRAS DEFINIÇÕES IMPORTANTES

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1 – Avaliação ou orçamento expedito

A NBR 12721 não diferencia a avaliação expedita do orçamento expedito:

NBR 12721
“3.3.2 - Em virtude da inexistência de projeto construtivo completo na ocasião do
registro, cabe, apenas neste estágio, a consideração de um conjunto básico de
projetos-padrão de referência, como os descritos nesta norma. Portanto, as
avaliações expeditas iniciais de custos de construção previstas na alínea h do art. 32
da Lei 4.591/64 podem ser obtidas através de procedimentos simplificados, com a
utilização do custo unitário básico por metro quadrado calculado pelos Sindicatos
da Indústria da Construção Civil que melhor se aproxime do padrão do respectivo
imóvel. Alternativamente, e quando couber, poderá ser aplicado o critério previsto
em 3.3.5.
...
3.3.4 – Incorporado o empreendimento, por meio de contrato de Construção por
Administração, o orçamento expedito previsto nesta norma será válido por um
prazo máximo de 6 (seis) meses, além do período de carência, após o qual deverá
sofrer revisão conforme o art. 60 da lei 4.591/64, através de orçamentos feitos com o
emprego das composições de custo, de uso corrente” (ORÇAMENTO
DETALHADO).

Embora existam outras definições conceituais na literatura para “Estimativa de Custos” a referida
norma utiliza essa denominação como sinônimo de orçamento expedito: Avaliação dos custos de
construção na NBR 12721 é sinônimo de estimativa dos custos de construção.

A avaliação utiliza indicadores pré-concebidos por alguma instituição. O indicador mais conhecido
para a avaliação dos custos de uma obra de edificações é o CUB (do Custo Unitário Básico de
Construção). Também existem os índices dados pelo SINAPI e o editado pela PINI.

Conceito importante da norma NBR 12721

7.6 - Área equivalente


Área virtual cujo custo de construção é equivalente ao custo da respectiva área
real, utilizada quando este custo é diferente do custo unitário básico da construção
adotado como referência.
Pode ser, conforme o caso, maior ou menor que a área real correspondente.

Nota: A título de exemplo de cálculo, considere-se:


Se para uma determinada área real coberta, de 60 m², estima-se que, em virtude de sensível melhora
no padrão de acabamento, o custo unitário efetivo é cerca de 50% maior que o custo unitário básico
adotado para as áreas cobertas-padrão do edifício considerado, a área equivalente (Se)
correspondente é:
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Se = 60 x 1,50 = 90 m²

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EXEMPLO DE VALORES DO CUB – SINDUSCON/DF

"Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base
em novos projetos, novos memoriais descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto,
constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior, com a
designação de CUB/2006.

Tabela 8 - Custos unitários básicos

ATENÇÃO: Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes
itens, que devem ser levados em conta na determinação dos preços por metro quadrado de
construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada caso
particular:

ITENS NÃO CONSIDERADOS NO CUB:


Fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático;
elevador(es); equipamentos e instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque,
incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros: playground (quando não
classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, impostos, taxas
e emolumentos cartorais, projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos
especiais; remuneração do construtor; remuneração do incorporador."

Agora vamos testar nossos conhecimentos...

QUESTÕES
(Esp. Reg. Arquitetura, Anvisa, Cespe/2004)
119 Para um mesmo projeto de edifício residencial de 6 pavimentos, a estrutura em aço é mais
econômica que a de concreto.

(ACE-Auditoria de Obras, TCU, Cespe/2005)

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Denúncias de irregularidades em uma obra pública levaram à realização de uma auditoria. Entre
outros documentos considerados para uma pré-análise, encontrava-se o processo de licitação. Uma
única empresa apresentou proposta e foi, portanto, declarada vencedora nesse processo. A
documentação apresentada pela empresa para o processo licitatório continha um estudo de
concepção e uma estimativa dos custos. Tendo em vista que houve apenas uma empresa nesse
processo, o projeto básico foi anexado posteriormente. Nesse projeto, havia informações sobre os
métodos construtivos, condições organizacionais para a obra e a relação dos insumos necessários.
Os anexos desse projeto continham uma planilha entitulada orçamento sintético, em que se
encontravam listadas criteriosamente as composições dos serviços que seriam executados e uma
curva ABC. O projeto previa, ainda, a montagem e a manutenção de uma estrutura administrativa
no local da obra e cujas despesas estavam lançadas no orçamento estimativo como despesas
indiretas na taxa de benefícios e despesas indiretas (BDI). Incluía também os custos para a
construção de um alojamento para trabalhadores e os gastos com a construção de uma área de lazer
para eles, o que também foi lançado como despesas indiretas. No final da documentação,
encontrava-se uma cópia do termo circunstanciado de recebimento definitivo da obra feito pelo
responsável pelo acompanhamento e fiscalização.
À luz da legislação em vigor e considerando a documentação descrita na situação hipotética acima,
julgue os itens a seguir.

154 O título da tabela constante do anexo do projeto básico está equivocado, pois em um orçamento
sintético não se especificam detalhadamente os serviços a serem executados.
155 Na composição de serviços de obra, os insumos considerados são os materiais, a mão-de-obra e
os equipamentos.
156 A curva ABC é elaborada para determinação do impacto das despesas indiretas no preço da
obra.
157 No orçamento estimativo, a área equivalente de construção é determinada pela transformação
das áreas reais em áreas com um único padrão.
158 A BDI é a margem de acréscimo que se deve aplicar sobre o custo direto para incluir as
despesas indiretas e o benefício do construtor na composição do preço da obra.
159 Tendo em vista que não há determinação legal para a inclusão nos custos da obra das áreas de
lazer citadas, há motivo para suspeita de atribuição indevida de gastos.
...
161 Há erro de classificação das despesas relacionadas à criação da estrutura administrativa.
162 É correto incluir no custo direto os riscos considerados previsíveis relacionados à época de
chuvas.

QUALIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS NO SICRO3

INSTALAÇÃO DA OBRA :
- Limpeza do terreno – m² – considerar a área total do terreno;

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- Demolições
- Cercas e tapumes
- Instalações de canteiro:
Unidades de armazenamento: almoxarifado, ferramentaria, posto de combustíveis e
lubrificantes, paiol de explosivos.
Unidades administrativas e técnicas: escritório administrativo, escritório técnico e
laboratório.
Unidades de apoio: alojamento, refeitório, cozinha, sanitários de campo, ambulatório,
guarita.
Instalações para produção: central de britagem, central de concreto, central de carpintaria,
central de armação, usina de asfalto, usina de solos, pátio de pré-moldados, pátio de
estruturas tubulares, central de ar comprimido, oficina de manutenção, instalação de
beneficiamento de areia natural.
Instalações hidro-sanitárias e elétricas –por unidade de instalação.
Sistemas: abastecimento de água, coleta e despejo de esgoto, drenagem, distribuição de
energia, viário.
Mobiliário e aparelhagem
Locação da obra
Placa para obra - em m²
Andaimes
MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO
A mobilização e desmobilização são o conjunto de providências e operações que o
executor dos serviços tem de efetivar a fim de levar seus recursos, em pessoal e
equipamento, até o local da obra, e fazê-los retornar ao seu ponto de origem, ao
término dos trabalhos.

BDI EXPLÍCITO E BDI IMPLÍCITO

Nos orçamentos, a parcela relativa ao BDI tanto pode ser inserida no final do orçamento, sobre
o custo total, quanto embutida em cada custo de serviço.

A Tabela 9 apresenta o BDI total somente no final da planilha. Na Tabela 10, os valores do BDI
estão proporcionalmente distribuídos nos custos dos itens. Para essa segunda opção, basta aplicar a
fórmula, multiplicando cada CUSTO SEM BDI por (1+BDI).
Escolha um item abaixo e faças as contas. O valor total do orçamento deve ser o mesmo para os
dois casos.

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Tabela 9 – Planilha de composição de custos com BDI acrescido ao preço final (ORÇAMENTO COM BDI
EXPLÍCITO). Fonte: SICRO 3

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Tabela 10 - Planilha de composição de custos com BDI distribuído em cada item (ORÇAMENTO COM BDI
IMPLÍCITO). Fonte: SICRO 3

Vamos responder mais algumas questões sobre o assunto....

(Engenheiro, SEAD/CEHAP/PB, Cespe/2009)


QUESTÃO 21
A elaboração do orçamento de uma obra deve partir da discriminação minuciosa dos serviços a
serem realizados, do levantamento dos quantitativos de cada um desses serviços, da definição dos
custos unitários, entre outros aspectos. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.
A - O custo unitário, também chamado de preço unitário, dos materiais é o valor monetário de cada
unidade de material, medida em volume, em área, em comprimento, em peso, em sacos, entre outras
unidades de medida.
B - Nos custos de mão-de-obra, além dos encargos previstos pelas leis sociais, devem ser incluídos
os referentes aos gastos com alimentação, transporte, equipamento de proteção individual (EPI) e
ferramentas de uso pessoal.
C - Para determinar os custos diretos, podem ser utilizados os custos unitários de referência, que,
para os diversos serviços realizados na construção civil, são disponibilizados na Tabela de
Composição de Preços da editora PINI.
D - Os custos da administração local de uma obra são as despesas decorrentes da montagem e da
manutenção do canteiro de obras e de toda a infraestrutura física complementar que possibilite
perfeito desenvolvimento e execução dos serviços.

QUESTÃO 49
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O cálculo do orçamento de uma edificação contempla diversos componentes, tais como custos,
taxas, tributos. A respeito desses componentes, assinale a opção correta.
A - A taxa de risco do empreendimento aplica-se a empreitadas por preço unitário, preço fixo,
global ou integral, para cobrir eventuais incertezas.
B - Os encargos sociais sobre mão-de-obra são obrigatórios e exigidos pelas leis trabalhistas, sendo
descontados dos salários dos trabalhadores.
C - As despesas com a instalação do canteiro de obras, mobilização e desmobilização são
componentes do custo indireto de uma obra.
D - Os tributos federais são tributos obrigatórios que incidem sobre as despesas diretas e indiretas
das empresas, tais como ISS, PIS, COFINS.

AGORA VEJA AS QUESTÕES DE TODA A AULA COMENTADAS....Vamos discutir as


suas dúvidas

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QUESTÕES COM GABARITOS

(Engenheiro, MIN. ESPORTE, CESPE/2008)


Julgue os próximos itens, relacionados à composição de custos para construção de uma obra
civil.
67 Os custos relativos à execução de formas para concreto armado são quantificados em
função do preço unitário da forma por unidade de peso.
Errado. Seria por m².
68 Os custos relativos à areia utilizada para produção de concreto são quantificados em
função do preço unitário da areia por unidade de volume.
Certo. O custo é feito em volume de areia. Acho interessante lembrar aqui do inchamento da areia
devido à umidade.... o volume aparente de areia deve ser corrigido segundo uma curva de
inchamento para considerar a água presente nos agregados quando for fazer o traço (já que
influencia na relação água/cimento).
69 Os custos relativos ao serviço de serventes são quantificados em função do preço unitário
por hora trabalhada.
Certo. Por exemplo: um servente gasta 0,75h para assentar 1 m² de cerâmica. O preço do serviço
será o total de horas trabalhadas para assentar toda a cerâmica multiplicada pelo custo por hora
trabalhada (se o total a assentar for 100m², o servente trabalhou durante 75h; o custo do serviço será
o valor da hora multiplicada por 75h trabalhadas)
70 Os custos relativos aos blocos pré-moldados de concreto para construção de uma parede
são quantificados em função do preço do bloco por unidade de peso.
Errado. Deve-se quantificar o custo dos blocos pré-moldados a partir do preço (de acordo com a
quantidade) de blocos utilizados por m² de parede. Por exemplo, se com 12,5 blocos de concreto de
19x19x39cm é possível construir 1m² de parede, então o custo dos blocos o preço do bloco utilizado
por unidade de metro quadrado, multiplicado pela área total (se a parede tem 10m², o custo relativo
aos blocos será o preço de 1 bloco multiplicado por 125 blocos que seria usados para essa área).

(Analista Ministerial Especializado – Especialidade: Engenharia Civil, MPE/TO,


CESPE/2006)
A composição de custos é elemento importante para a estimativa final de custo de uma obra,
sendo fundamental para a análise de viabilidade de um empreendimento comercial. A
respeito desse assunto, julgue os itens que se seguem.
86 - Em uma composição de serviços, mão-de-obra é um insumo cuja utilização é estimada em
unidade de tempo.
Certo. A composição de custos de um serviço retrata a unidade de determinado produto acabado em
várias etapas construtivas perfeitamente identificadas na objetiva quantificação de todos os insumos
que dela fazem parte, através de coeficientes, incluindo-se materiais, mão-de-obra e equipamentos e
encargos sociais. Todos os operários e técnicos são identificados em cada composição de custos na
razão direta de sua participação, mensurados através da unidade de tempo hora ou fração de hora.

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87 - O conceito de produtividade variável aplica-se à determinação de custos a partir da


composição de serviços.
Certo. A produtividade variável retrata coeficientes diferenciados de acordo com o tipo de serviço e
da gestão da obra. Com os dados de produtividade variável para os principais serviços da obra
pode-se escolher entre coeficientes de consumo mínimos, medianos e máximos, para a
determinação de custos com base na composição de serviços. Por exemplo: um mesmo servente
pode demorar 1 hora para fazer a corte e dobra de X quantidade de ferragem e demorar 0,5h para
soldar a mesma barra de aço em outra (são insumos diferentes de acordo com o tipo de serviço e por
isso a produtividade varia)
88 - Em uma composição de serviços em que o insumo é um determinado equipamento, o
consumo desse insumo é avaliado em unidade de tempo.
Certo. Assim como a mão-de-obra, o equipamento utilizado na realização de determinado serviço é
avaliado em tempo total disponibilizado para a execução do serviço, tempo este computado em
horas ou fração de horas. Um exemplo é o caso de aluguel de equipamentos, em que o valor é pago
por dia (a cada 24 horas).

(Técnico Científico – Área: Engenharia Civil, BASA, CESPE/2007)


Orçamentos e planejamentos criteriosos e realistas são fundamentais para a viabilização de
uma construção. Com relação a esse assunto, julgue os itens a seguir.
106 - A composição do preço unitário de determinado serviço depende do custo da hora de
trabalho do operário na realização do serviço.
Certo. A composição de preço unitário de determinado serviço depende do custo dos materiais e
componentes por unidade de serviço (coeficientes de consumo de materiais), assim como dos custos
da hora de trabalho dos trabalhadores envolvidos por unidade de serviço (coeficientes de
produtividade de mão-de-obra).
109 Em um serviço de movimento de terra, para efeito de orçamento do transporte de terra
escavada na execução de um corte, multiplica-se o volume de solo a ser escavado no seu estado
natural, ou intacto, pelo preço unitário de transporte.
Errado. Em um serviço de movimentação de terra, para efeito de orçamento de transporte de terra
escavada na execução de um corte, multiplica-se o volume de solo a ser escavado no seu estado
SOLTO (m³ de material retirado, medido na caçamba do caminhão) pelo preço unitário de
transporte. Este preço inclui todas as despesas com equipamentos e mão-de-obra para execução dos
serviços de retirada, carregamento, transporte e descarregamento. Deve-se considerar o solo no
estado solto, visto que o volume de corte é menor que o volume do material solto (que é o
efetivamente transportado) e isso se deve ao empolamento, ou seja, ao aumento do volume
geométrico que resulta da estrutura interna original do solo em decorrência da escavação.
Entretanto, para efeito de composição de preços para orçamentos, o volume de terrra é medido no
corte (estado natural) e não no estado solto.

(Analista Administrativo / Área 8: Engenharia Civil/ANA – CESPE/2006)

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Na elaboração de um orçamento, um aspecto relevante é o que diz respeito à determinação da


quantidade de materiais e de serviços necessários à realização da obra. Acerca desse assunto,
julgue os itens a seguir.
90 - Em uma obra de regularização de terreno, o volume de aterro (ou desaterro) é calculado
pela diferença de cotas entre o perfil inicial e o perfil final multiplicada pela área em planta
da zona aterrada (ou desaterrada) e pelo fator de empolamento.
Errado, deve-se dividir pelo fator de empolamento. O empolamento é a razão entre o volume solto e
o volume do solo no estado natural (ou seja, um valor maior que 1); já o fator de empolamento é o
inverso do empolamento. Para se obter o volume no estado solto, deve-se multiplicar o volume in
natura pelo empolamento ou dividi-lo pelo fator de empolamento.
91 - A estimativa da quantidade de materiais a serem utilizados nas instalações hidráulicas em
uma obra pode ser obtida com base no projeto em perspectiva isométrica.
Correto. A vista isométrica mostra as tubulações, os pontos de consumos, comprimentos verticais e
horizontais em uma vista 3D.
92 - No cálculo das quantidades de emboço e de reboco, a área dos vãos de portas e janelas
deve ser descontada da área total da parede.
Errado. Para o levantamento de áreas de paredes, deve-se descontar da abertura de vãos, somente se
o somatórios das áreas forem superiores a 2m²; deve-se descontar a parte que for além desses 2m².
Por exemplo: numa parede de 16m² de área bruta sendo 5m² de vãos de portas/janelas. A área
líquida será: 16m² - (5m²-2m²) = 13m². Caso as aberturas sejam de 1,5m², a área a ser adotada no
levantamento será de 16m² mesmo, não descontando nada. Portanto, o item está errado porque não
menciona a área total dos vãos. Detalhe: o mesmo raciocínio dessa questão foi cobrado na prova
para Engenheiro Civil da Policia Federal em 2004 realizado pelo CESPE.

(Analista Administrativo / Área 8: Engenharia Civil/ANA – CESPE/2006)


Para a elaboração de orçamentos, pode-se utilizar composições de serviços componentes da
obra, as quais detalham os insumos necessários. Com relação às composições, julgue os itens
subseqüentes.
A taxa de benefício e despesas indiretas (BDI) faz parte do orçamento de uma obra em
complementação aos custos diretos dessa obra. Acerca da BDI, julgue os itens seguintes.
115 - Despesas com problemas e despesas inesperadas são consideradas despesas indiretas.
CERTO. As despesas indiretas incluem os riscos, eventuais incertezas.

116 - Despesas tributárias, por serem previsíveis, não são consideradas despesas indiretas.
ERRADO. Algumas são consideradas como despesas indiretas, como ISS, COFINS, PIS, visto que
não decorrem da especificação do projeto ou da execução da obra e, também, são subseqüentes a
esses custos diretos, pois tanto a movimentação financeira da empresa, quanto as faturas da obra,
base de calculo do ISS, englobam parcelas correspondentes aos custo diretos e indiretos.

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117 - Carta de fiança bancária que gere despesa financeira é classificada como despesa
indireta.
Certo. A carta de fiança bancária é um tipo de garantia que o licitante pode adquirir para cumprir
uma garantia contratual que pode ser exigida no instrumento convocatório. Conforme explicação da
questão 115, a garantia é uma despesa classificada como indireta.

(Analista, Engenheiro Civil, INSS, Cespe/2008)


Um dos métodos utilizados para realizar o orçamento dos custos envolvidos na construção
civil é o da quantificação empregando composição de custo unitário. Nesse método, o produto
a ser executado é decomposto em vários componentes, com quantificação da sua participação
no produto final. Um exemplo dessa composição é mostrado na tabela seguinte.

Considerando essas informações, julgue os itens seguintes.


81 O pagamento das horas de utilização de betoneira para execução de uma laje é computado
como despesa indireta.

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ERRADO. O custo da betoneira está ligado diretamente aos custos para a produção do serviço,
objeto da composição (a laje)

82 Para o emprego da tabela em apreço, considera-se que há proporcionalidade entre o custo


total da produção da laje e a quantidade de laje produzida.
CERTO. O custo do serviço composto acima (laje) será um custo direto. É possível associar o custo
da quantidade produzida com o custo total da laje. considera-se CD.

84 Quanto maior for a espessura da laje, maior será o seu custo de mão-de-obra.
CERTO. O custo da mão de obra é proporcional ao volume de concreto que será necessário para a
execução da laje, que aumenta com a espessura da laje

85 Areia lavada do tipo média é empregada para execução de elementos de enchimento.

CERTO. É esse o material constante da composição apresentada.

QUESTÃO (Esp. Reg. Arquitetura, Anvisa, Cespe/2004)


119 Para um mesmo projeto de edifício residencial de 6 pavimentos, a estrutura em aço é mais
econômica que a de concreto.
Errado. A estrutura em aço é mais dispendiosa devido ao preço do material e à mão-de-obra mais
especializada. Como o número de pavimentos é pouco, é mais recomendável utilizar o concreto
devido à facilidade de execução, mão-de-obra mais disponível e pelo fato de não haver muita
economia de escala a ponto de justificar o emprego do aço (se o prédio fosse maior, talvez seria
uma boa solução o emprego de estrutura metálica). Reveja definição de orçamento sintético nesta
aula.

(ACE-Auditoria de Obras, TCU, Cespe/2005)


Denúncias de irregularidades em uma obra pública levaram à realização de uma auditoria.
Entre outros documentos considerados para uma pré-análise, encontrava-se o processo de
licitação. Uma única empresa apresentou proposta e foi, portanto, declarada vencedora nesse
processo. A documentação apresentada pela empresa para o processo licitatório continha um
estudo de concepção e uma estimativa dos custos. Tendo em vista que houve apenas uma
empresa nesse processo, o projeto básico foi anexado posteriormente. Nesse projeto, havia
informações sobre os métodos construtivos, condições organizacionais para a obra e a relação
dos insumos necessários. Os anexos desse projeto continham uma planilha entitulada
orçamento sintético, em que se encontravam listadas criteriosamente as composições dos
serviços que seriam executados e uma curva ABC. O projeto previa, ainda, a montagem e a
manutenção de uma estrutura administrativa no local da obra e cujas despesas estavam
lançadas no orçamento estimativo como despesas indiretas na taxa de benefícios e despesas
indiretas (BDI). Incluía também os custos para a construção de um alojamento para
trabalhadores e os gastos com a construção de uma área de lazer para eles, o que também foi
lançado como despesas indiretas. No final da documentação, encontrava-se uma cópia do
termo circunstanciado de recebimento definitivo da obra feito pelo responsável pelo
acompanhamento e fiscalização.

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À luz da legislação em vigor e considerando a documentação descrita na situação hipotética


acima, julgue os itens a seguir.
154 O título da tabela constante do anexo do projeto básico está equivocado, pois em um
orçamento sintético não se especificam detalhadamente os serviços a serem executados.
CERTO, deveria ser orçamento detalhado de acordo com o que estabelece a lei 8.666/93, art. 6º,
inciso IX, alínea f.

155 Na composição de serviços de obra, os insumos considerados são os materiais, a mão-de-


obra e os equipamentos.
CERTO. Existem três grupos de insumos: mão-de-obra, equipamentos, materiais, sendo que na
mão-de-obra são considerados os encargos sociais devidos.

156 A curva ABC é elaborada para determinação do impacto das despesas indiretas no preço
da obra.
Errado, a curva ABC corresponde à tabela ou gráfico que demonstra a participação percentual de
cada item no valor total da obra e pode ser elaborada tanto para insumos quanto para serviços (tema
da próxima aula). A definição apresentada pela questão poderia referir-se ao BDI.
157 No orçamento estimativo, a área equivalente de construção é determinada pela
transformação das áreas reais em áreas com um único padrão.
CERTO. Área equivalente é uma área virtual, cujo custo de construção é equivalente ao custo da
respectiva área real, utilizada quando este custo é diferente do custo unitário básico da construção
adotado como referência. Pode ser, conforme o caso, maior ou menor que a área real
correspondente. Se a área real tiver um padrão que eleva em 50% o seu custo, acima do custo
unitário básico, a área equivalente (Se) irá corresponder à real majorada em 50%.

158 O BDI é a margem de acréscimo que se deve aplicar sobre o custo direto para incluir as
despesas indiretas e o benefício do construtor na composição do preço da obra.
CERTO. Você pode entender o BDI como uma taxa que incide sobre o custo direto total da obra,
majorando-o, ou como um valor correspondente à essa taxa, o qual se soma ao custo direto da obra
para resultar no Preço Final da Obra (Custos Diretos + BDI).

159 Tendo em vista que não há determinação legal para a inclusão nos custos da obra das
áreas de lazer citadas, há motivo para suspeita de atribuição indevida de gastos.
Errado. Há determinação legal para a inclusão da área de lazer nos custos da obra, conforme a NR
18, item 18.4.2.14.1, que diz: “Nas áreas de vivência devem ser previstos locais para recreação dos
trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este fim”. Deve-se atentar
que, como faz parte do canteiro de obras, é recomendável em acordãos do TCU que ela deva entrar
como custo direto da obra em item independente da composição de custo unitário.

161 Há erro de classificação das despesas relacionadas à criação da estrutura administrativa.


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ERRADO. A administração local usualmente era considerada como despesa indireta e computada
no BDI. Embora haja controvérsias a respeito da classificação dessa despesa, o Sicro3 não a
considera como indireta e não a inclui no BDI. Da mesma forma orienta o IBEC. Logo, à luz dessas
orientações técnicas atuais o item seria considerado CERTO. É importante frisar que há a
determinação do TCU no sentido de que a administração local passe a compor a planilha de custo
direto e não mais o BDI.
162 É correto incluir no custo direto os riscos considerados previsíveis relacionados à época
de chuvas.
CERTO. Se o custo é mensurável e associado diretamente com a obra, deve ser colocado nos custos
diretos.

(Engenheiro, SEAD/CEHAP/PB, Cespe/2009)


QUESTÃO 21
A elaboração do orçamento de uma obra deve partir da discriminação minuciosa dos serviços
a serem realizados, do levantamento dos quantitativos de cada um desses serviços, da
definição dos custos unitários, entre outros aspectos. Acerca desse assunto, assinale a opção
correta.
A - O custo unitário, também chamado de preço unitário, dos materiais é o valor monetário
de cada unidade de material, medida em volume, em área, em comprimento, em peso, em
sacos, entre outras unidades de medida.
ERRADO. O custo unitário se refere a determinado serviço e é formado pela composição de vários
insumos (materiais, mão-de-obra e equipamentos). Para tanto, define a quantidade de cada insumo,
denominado coeficiente (mão-de-obra, equipamento, material) empregada na produção de uma
unidade de serviço ao qual se busca a definição do custo.
B - Nos custos de mão-de-obra, além dos encargos previstos pelas leis sociais, devem ser
incluídos os referentes aos gastos com alimentação, transporte, equipamento de proteção
individual (EPI) e ferramentas de uso pessoal.
CERTO, de acordo com o manual de custos rodoviários do DNIT.
C - Para determinar os custos diretos, podem ser utilizados os custos unitários de referência,
que, para os diversos serviços realizados na construção civil, são disponibilizados na Tabela
de Composição de Preços da editora PINI.
ERRADO. As Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos- TCPO, da editora PINI,
auxiliam na montagem das composições de determinado serviço da obra, não fornecem custos
unitários de referência. A questão faz confundir os Custos Unitários de Referência para
determinadas obras (CUB) com as composições de serviços.
D - Os custos da administração local de uma obra são as despesas decorrentes da montagem e
da manutenção do canteiro de obras e de toda a infra-estrutura física complementar que
possibilite perfeito desenvolvimento e execução dos serviços.
ERRADO. Não se confunde Custos da Administração Local com o custos da Instalação do
Canteiro de Obras.

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Segundo o Manual do Sicro3 (V. 1) o “Custo de Administração Local representa todos os custos
locais que não são diretamente relacionados com os itens da planilha e, portanto, não são
considerados na composição dos custos diretos [na verdade não vinham sendo]. Inclui itens como:
Custo da Estrutura Organizacional (pessoal), Seguros e Garantias de Obrigações Contratuais e
Despesas Diversas. O item Administração é facilmente mensurável, extremamente variável e
dependente de diversos fatores. Não é função apenas do valor da obra e, sim, das particularidades
de cada empresa e das facilidades de que a mesma dispõe. Admitir um percentual fixo sobre o
custo pode conduzir a erros grosseiros.
O custo de administração normalmente tem incidência inversamente proporcional ao valor da
obra. Uma obra pequena tem o custo administrativo, percentualmente, maior que o de uma obra de
vulto. Assim, a administração da obra vai passar a constituir um item próprio no orçamento,
deixando, portanto, de figurar no BDI.” .

QUESTÃO 49
O cálculo do orçamento de uma edificação contempla diversos componentes, tais como custos,
taxas, tributos. A respeito desses componentes, assinale a opção correta.
A - A taxa de risco do empreendimento aplica-se a empreitadas por preço unitário, preço fixo,
global ou integral, para cobrir eventuais incertezas.
CERTO. A taxa de risco do empreendimento aplica-se a empreitadas por preço unitário, preço fixo,
global ou integral, para cobrir eventuais incertezas.
O Sicro3 define Fator de risco da seguinte forma: são vários os fatores não considerados no custo
que podem interferir no processo construtivo de uma obra, no cronograma de execução ou nos
gastos efetivamente feitos e que se traduzem em riscos para uma empresa ao assumir uma obra.
Esses fatores podem ser assim listados: particularidades regionais referidas à localização da obra;
natureza do relacionamento com o contratante; facilidades disponíveis; confiabilidade e presteza
nos pagamentos.

B - Os encargos sociais sobre mão-de-obra são obrigatórios e exigidos pelas leis trabalhistas,
sendo descontados dos salários dos trabalhadores.
ERRADO. Embora os encargos sejam obrigatórios e incidam sobre os salários, eles NÃO são
descontados dos seus salários. Variam entre 110 a 130% para horistas e, de 60 a 80% para
mensalistas.
C - As despesas com a instalação do canteiro de obras, mobilização e desmobilização são
componentes do custo indireto de uma obra.
ERRADO. Os itens de Instalação de Canteiro, Mobilização/Desmobilização PODEM SER
associados diretamente à obra e definidos analiticamente. Podem ser inseridos no custo direto, em
um item independente dentro da planilha.
D - Os tributos federais são tributos obrigatórios que incidem sobre as despesas diretas e
indiretas das empresas, tais como ISS, PIS, COFINS.
ERRADO. O ISS, PIS e COFINS são tributos que devem ser considerados como despesas indiretas,
ou seja, devem compor o cálculo do BDI. O BDI por sua vez será uma porcentagem que incidirá

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sobre o custo direto da obra para resultar no preço de venda (PV = CD*(1+BDI)). Vale lembrar que
o ISS é um tributo municipal, o que também deixaria errada a questão.

BIBLIOGRAFIA

ALTOUNIAN, Cláudio Sarian. Obras públicas: licitação, contratação, fiscalização e utilização.


Belo Horizonte: Fórum, 2007. p.

TISAKA, Maçahico. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e execução. São


Paulo:Pini, 2006.

REFERÊNCIAS

i O CONCEITO DE PRODUTIVIDADE VARIÁVEL APLICADO AOS MANUAIS DE ORÇAMENTAÇÃO


SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de (1); ALMEIDA, Fernanda Marchiori de (2); SILVA, Luciano Luis Ribeiro da (3)
ii O CONCEITO DE PRODUTIVIDADE VARIÁVEL APLICADO AOS MANUAIS DE ORÇAMENTAÇÃO
SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de (1); ALMEIDA, Fernanda Marchiori de (2); SILVA, Luciano Luis Ribeiro da (3)
iii
ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº 01/2007/IBEC” disponível em www.culturainglesa-
dc.com.br/sites/ibec/temp/Downloads/Novo_Conceito_BDI_Orientacao.pdf

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