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Anotações-Fiscalização de obras e projetos.

MODULO I-Noções prévias de Fiscalização de projeto e obras


ao Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, que regulamenta o art. 3° da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, para estabelecer critérios, práticas e diretrizes para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela Administração Pública
Federal, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública
(Cisap),

A Lei nº 8.666/1993 determina os elementos mínimos necessários à composição de um edital:

- O edital conterá o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de


seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo de licitação, a menção de que será regida
por esta lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para
início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente o seguinte:

I – O Projeto Básico e/ou Executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos;

II – Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada


pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor


(AQUELE QUE FORNECE ALGO PARA O GOV) (...) (BRASIL, 1993).

O preço global da etapa não deverá ser excedido, ainda que os seus custos unitários formadores
sejam distribuídos de forma diferente, ou que sejam diferentes daqueles obtidos a partir dos sistemas
de custos de referência previstos no Decreto nº 7.983/2013

O licitante (ou contratado), ao participar da licitação, demonstra aceitar as condições do


contrato, cuja minuta estará anexa ao edital. Esse simples comando legal servirá de base de
argumentação em eventuais discussões

O edital é o documento feito por um agente público que servirá para esclarecimento de dúvidas,
ele não pode ser modificado “Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada” (BRASIL, 1993). Ele é peça
fundamental entre a administração e o licitante

a Gestão por Competências da RFB (no caso dos servidores desse órgão), apresentada na forma
de uma Cadeia de Valor, por meio do Mapa Estratégico da instituição, informa quais são as
competências que se espera do servidor, em níveis fundamental, gerencial (quando servidor
ocupante de cargos de chefia) e específico.
Dentro das competências individuais específicas necessárias ao servidor, estruturadas de acordo
com os processos de trabalho que compõem a Cadeia de Valor da RFB( A Cadeia de Valor é a
representação gráfica de como são organizados e agrupados os processos de trabalho da
instituição, a fim de que ela cumpra sua missão e gere valor para seus clientes.,
MODULO I-Noções prévias de Fiscalização de projeto e obras
aquelas aplicadas aos servidores arquitetos, engenheiros, ou demais servidores que atuam na
Fiscalização de Projetos e Obras, são as relacionadas ao macroprocesso “Gestão de Materiais e
Logística”, processo de trabalho “Gerir Imóveis e Obras” (Portaria RFB n° 38, de 11 de janeiro de
2016),
Sendo elas: Manutenção da infraestrutura física da RFB (receita federal brasileira)– gerir a
infraestrutura física da RFB, mantendo a adequação dos imóveis aos padrões técnicos e à
imagem institucional, de forma a conferir funcionalidade e segurança à consecução das
atividades-fim

Adequação de infraestrutura: propiciar um ambiente seguro e saudável aos servidores no


desempenho de suas atividades;

Contratação de projetos, obras e serviços de engenharia – gerir os procedimentos


necessários à contratação de projetos, obras e serviços de engenharia, inclusive orçamentos,
tendo em vista a gestão efetiva dos recursos disponíveis e o desempenho das atividades-fim;

Fiscalização de projetos, obras e serviços de engenharia – fiscalizar minuciosamente a


execução dos contratos e a realização de projetos, obras e serviços de engenharia, primando
pelo pleno cumprimento da especificação do objeto, das obrigações do contratado e das
orientações dos órgãos de controle e fiscalização.

Ambos tratam da responsabilidade subsidiária que está vinculada ao servidor quando nomeado
fiscal do contrato, na figura de especialista (engenheiro ou arquiteto)

é necessária assegurar aos trabalhadores que as normas técnicas sejam efetivadas para que
haja: desempenho, à funcionalidade, ao conforto, à acessibilidade e à segurança. Total
responsabilidade do fiscal do contrato. Por isso, é de vital importância que o fiscal proceda com
todo o rigor na atuação da sua fiscalização.

Parte 2 - TCU, o Termo de Referência é o documento que definirá o escopo do objeto(descreve o


trabalho que deve ser realizado para conclusão do proj) do contrato quando da licitação na
modalidade pregão(licitação do menor preço para aquisição de bens, são feitos lances e
propostas em sessão pública) regida pela Lei nº 10.520/2002, incluindo os serviços comuns de
engenharia.

Projeto Básico – conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão


adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos

PEREIRA jr Durante o estudo preliminar, avaliam-se questões que possibilitarão a elaboração de


anteprojeto em conformidade com as necessidades administrativas e as características do
objeto a licitar, ou a contratar de forma direta. Tal estudo leva em conta aspectos com:

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a) adequação técnica; b) funcionalidade; c) requisitos ambientais; d) adequação às normas
vigentes (requisitos de limites e áreas de ocupação, normas de urbanização, leis de proteção
ambiental etc.); e) possível movimento de terra decorrente da implantação, necessidade de
estabilizar taludes, construir muros de arrimo ou fundações especiais; f) processo construtivo a
ser empregado; g) possibilidade de racionalização do processo construtivo; h) existência de
fornecedores que deem respostas às soluções sob consideração; i) estimativa preliminar de
custo e viabilidade econômico-financeira do objeto

MODULO I-Noções prévias de Fiscalização de projeto e obras


Já para a contratação de serviço de elaboração do Projeto Básico da obra ou edificação, farão
parte de anexo do edital as diretrizes e especificações técnicas do projeto pretendido, em que
estarão descritos todos os requisitos (técnicos, de prazos etc.) que deverão ser atendidos.

Depois de feito e anexado no edital o proj básico:

Não será descrito nesta peça todo o roteiro técnico para a execução da edificação ou obra viária
ou de infraestrutura, visto que isso é tema do projeto de construção civil (documentos técnicos)

Projeto de execução- é o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da


obra, de acordo com as normas pertinentes da ABNT

Nas diretrizes para a elaboração do Projeto Executivo, complementar ao Projeto Básico, estarão
descritos os elementos que devem ser entregues à Administração quando da execução ou
finalização da obra. Com as providências que devem ser tomadas pela contratada para a
execução do objeto (observância às normativas

Nele deve apresentar os seguintes itens:

-Justificativa no que se refere à alternativa escolhida, notadamente quanto à viabilidade técnica,


econômica e ambiental do serviço;

-Fornecimento de uma visão global do serviço e identificação de seus elementos constituintes de


forma precisa;

- Especificação do desempenho esperado;

- Demonstração de que estão sendo adotadas soluções técnicas, de modo a evitar e/ou
minimizar reformulações e/ou ajustes acentuados, durante a fase de execução;

- Identificação e especificações dos tipos de serviços a serem executados, dos materiais e dos
equipamentos a serem incorporados;

- Definição das quantidades e dos custos dos serviços e fornecimentos com precisão compatível
com o tipo e o porte do objeto

Sobre as especificações:

- As regras sobre como serão realizadas as medições, a exemplo de pagamentos após cada
etapa conclusa do empreendimento ou de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra

- Fornecimento de subsídios suficientes para a montagem do plano de gestão do serviço;

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- Detalhamento dos programas ambientais, compatível com o porte do serviço;

- Observância das normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),


de modo a abranger todos os materiais, equipamentos e serviços previstos no projeto;

- Se a referência de marca ou modelo for indispensável para a perfeita caracterização do


componente do serviço, a especificação deverá indicar as expressões “ou similar”, “ou
equivalente” ou “de melhor qualidade”, definindo-se com clareza e precisão as características e o
desempenho técnico requerido pelo projeto

- As especificações técnicas deverão considerar as condições locais em relação ao clima e às


técnicas a serem utilizadas;

- As especificações de componentes conectados a redes de utilidade pública deverão adotar,


rigorosamente, os padrões das concessionárias;

- As especificações serão elaboradas visando equilibrar economia e desempenho técnico,

considerando custos de fornecimento e de manutenção, porém sem prejuízo

- Características e condições do local de execução dos serviços, bem como de seu impacto
ambiental, se houver, considerando-se os seguintes requisitos: segurança, funcionalidade e
adequação ao interesse público, possibilidade de emprego de mão de obra, materiais,
tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, de modo a diminuir os custos
de transporte, facilidade e economia na execução, na conservação e na operação, sem prejuízo
da durabilidade do serviço, adoção das normas técnicas de saúde e de segurança do trabalho
adequadas e infraestrutura de acesso;

- Observância de critérios e parâmetros técnicos prescritos na norma NBR 9050/2015,


relacionados à acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida

- Catálogo de projetos que devem ser elaborados pela contratada, durante a execução do
serviço, retratando a forma exata como foi cumprido o objeto contratado (“as built”);

- A indicação de leis, decretos, regulamentos, portarias e demais atos normativos federais,


estaduais, distritais e municipais, bem como normas técnicas aplicáveis ao objeto.

conforme o Decreto nº 7.983/2013, o orçamento da licitante é de sua responsabilidade, devendo


esta produzi-lo conforme a sua técnica adotada, seus procedimentos construtivos ou de
projetos e o seu enquadramento tributário, sempre observando os limites e as regras dados no
próprio decreto. Sendo de responsabilidade do licitante os serviços que serão prestados, o
preço ofertado e a distribuição dos seus custos, inclusive uma eventual celebração de aditivos ao
contrato.

O TERMO DE REFERENCIA contemplará ainda:

a) Cronograma físico-financeiro;

b) Realização de vistoria (se obrigatória ou facultativa);

c)Data de início das etapas de execução, conclusão e entrega do objeto;

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d)Condições para o recebimento do serviço, recebimento provisório e definitivo;

e) Critério de aceitação do objeto e prazo para correções/substituições, quando em desacordo


com as especificações exigidas;

f) Obrigações da contratada e das contratantes

g) Procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato;

h) Subcontratação (possibilidade ou não);

I)Projeto Executivo
Fiscal de contrato e o profissional habilitado: quais as diferenças?

Na esfera pública, a contratação de serviços de engenharia e arquitetura comumente se dá por


necessidade da manutenção ou ampliação das suas instalações.

Nas seções de licitação, estão alocados servidores do órgão que apresentam experiência na
gestão de contratos e certames licitatórios com pouca ou nenhuma experiencia. Salvo em
órgãos que dispõem de sessões especializadas:

Para essa situação, a Lei n° 8.666/1993 prevê, no seu art. 67, a possibilidade de assessoramento
técnico especializado:

“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-
lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição” (BRASIL, 1993).

No caso da RFB, há orientação no mesmo sentido, dada na Portaria RFB/Sucor/Copol nº 566, de


30 de novembro de 2011

DIFERENÇAS O servidor fiscal de contrato, embora com experiência na sua gestão, não tem a
experiência nas áreas específicas, salvo se habilitado.

Já o profissional habilitado em engenharia ou arquitetura detém o conhecimento técnico


específico.

Atividades de engenharia e arquitetura como áreas-meio - é aquela que não está relacionada
diretamente ao objetivo do negócio. Esse tipo de atividade terceirizada continua sendo
essencial para a empresa, mas não tem relação direta com o produto final.

finalísticas- é aquela capaz de gerar retorno para a empresa, ou seja, a sua razão de
existir.
A presença de um fiscal de contrato é importante por questões burocráticas, mas é bom que
haja profissionais da área para que tenhamos melhor segurança e conhecimentos específicos.

Há possibilidade do contrato ser feito apenas com o fiscal, depende da atividade ( se for de área
meio)

Os servidores do órgão(eng e arq), desempenham a atividade de revisão, possibilitam a análise


isenta dos serviços propostos por empresas contratadas (tanto projeto quanto obra), ou ainda a

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complementação e a convalidação do trabalho desenvolvido por empresas de assessoramento
(fiscais de contrato.

Os conceitos específicos na área de fiscalização de projetos e obras: MODULO I-Noções


prévias de Fiscalização de projeto e obras

ABNT
- Projeto Básico – conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem
a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e
que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
execução

-Projeto executivo: Etapa destinada à concepção e à representação final das informações


técnicas dos projetos arquitetônicos, urbanísticos e de seus elementos, instalações e
componentes, completas, definitivas, necessárias e suficientes à execução dos serviços de
obras correspondentes.

- Projeto completo de edificação: Etapa dedicada à finalização da compatibilização dos Projetos


Executivos, e ao detalhamento das definições construtivas que envolve o conjunto de desenhos,
memoriais, memórias de cálculo e demais informações técnicas das especialidades totalmente
compatibilizadas e aprovadas pelo cliente, e necessários à licitação, à contratação e à completa
execução de obra de edificação

IBRAOP
Projeto Básico é o conjunto de desenhos, Memoriais Descritivos, especificações técnicas,
orçamento, cronograma e demais elementos técnicos necessários e suficientes à precisa
caracterização da obra a ser executada, atendendo às Normas Técnicas e à legislação vigente,
elaborado com base em estudos anteriores que assegurem a viabilidade e o adequado
tratamento ambiental do empreendimento. Deve possuir precisão de todas características,
dimensões, especificações e cálculos.

devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado, sendo indispensável o registro da
respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, identificação do autor e sua assinatura em
cada uma das peças gráficas e documentos produzidos

CREA
o Projeto Executivo, que consiste no conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra ou do serviço, conforme disciplinamento da Lei n° 8.666, de 1993, e
das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT

as built- TRADUÇÃO Como Construído- um projeto com representações técnicas. Ou seja,


plantas, cortes, fachadas etc., com todas as alterações e modificações promovidas durante
a construção ou reforma de um imóvel. devidamente assinadas e assumidas pelos
engenheiros e/ou arquitetos responsáveis pela obra, e será a base para a elaboração do Manual

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do Proprietário, obrigatório conforme a ABNT NBR 14037: 2011 – Versão Corrigida: 2014
devendo estar presentes no Termo de Referência ou Projeto Básico, anexo a esse.

Retrofit-REFORMA : uma
pequena intervenção que não altera por completo a
edificação e não tem como objetivo a modernização e a adaptação, o retrofit é o
processo de revitalização de um edifício ultrapassado ou bastante danificado.
colocar o velho em forma de novo, preservando seus valores estéticos e históricos originais,
além de trabalhar com o conceito de sustentabilidade

IN nº 2, de 4 de junho de 2014, da SLTI/MP:é qualquer reforma que altere os sistemas


de iluminação, condicionamento de ar ou envoltória da edificação

Qualharini (2004)9 retrofit “é processo de interferir em uma benfeitoria, que foi executada em
padrões inadequados às necessidades atuais.

Croitor (2009) define retrofit como a ação tomada quando há interesse do empreendedor pela
substituição de sistemas prediais ineficientes e/ou inadequados, pela mudança de uso do imóvel
ou, também, quando as edificações se encontram inacabadas e abandonadas.

ABNT-remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas, através da incorporação de


novas tecnologias e conceitos, normalmente visando à valorização do imóvel, mudança de
uso, aumento de vida útil e eficiência operacional e energética”

Ao final do projeto é necessária a compatibilização deles, para que não haja divergências em
projetos elétricos, hidráulicos, estruturais e de arquitetura, por que devem trazer coerência nas
informações, referenciando-se em uma mesma base (plantas baixas, cortes, fachadas e demais
desenhos) Essa atividade busca por orientações conflitantes para que elas sejam sanadas e
modificadas corretamente. Isso é complexo e tem alto grau de dificuldade, devendo ser feito por
profissional especializado (arquiteto ou engenheiro), e requerem treinamento e experiência

a etiquetagem das edificações, que teve o seu início por meio da Lei nº 10.295, promulgada em
17 de outubro de 2001. Conhecida como Lei da Eficiência Energética, dispõe sobre a Política
Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e visa desenvolver, difundir e estimular a
eficiência energética no país. regulamentada pelo Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de
2001(os níveis máximos de consumo de energia, ou mínimos de eficiência energética bem como
as edificações construídas, serão estabelecidos com base em indicadores técnicos e
regulamentação específica a ser fixada nos termos deste decreto) Através do decreto foi
constituído dois comitês sendo um especifico em edificações (CGIEE e gt-edificações)para
regulamentar e elaborar procedimentos para avaliação da eficiência energética das edificações
construídas no Brasil, visando ao uso racional da energia elétrica.

A etiquetagem na área publica é obrigatória para obras novas e que passaram por retrofit com
area superior a 500m*2 e tenha consumido valor superior ao elegido pelo Custo Unitário Básico da
Construção Civil (CUB Médio Brasil) aplicado a uma edificação de 500 m², conforme o art. 8º da
IN nº 2, de 4 de junho de 2014, da SLTI/MP - calculo e feito pelos Sinduscon representa o
setornas negociações jurídicas, trabalhistas, parlamentares e em assuntos de interesse
dos sócios do sindicato; E, finalmente, o Sinduscon preza pela gestão de qualidade,
buscando incentivar associados adotar métodos sustentáveis.

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MODULO II-Projeto de edificações

A importância de um bom projeto para a futura atividade de manutenção predial da


edificação

Os projetos da construção civil e edificações são roteiros para execução e serve de ferramentas
de análise para as possíveis soluções técnicas a serem aplicadas no processo construtivo.

PROJETO- intento, desígnio, empreendimento e, também, um conjunto de ações, caracterizadas


e quantificadas, necessárias à concretização de um objetivo( é a execução da obra idealizada pelo
arquiteto ou engenheiro se acordo com as condições naturais e culturais além de atender as
necessidades do cliente e usuários futuros).

Vitrúvio (2007)- os projetos de arquitetura devem atender cumulativamente aos princípios


básicos “utilitas” (utilidade, uso, funcionalidade, proveito, vantagem), “firmitas” (solidez, firmeza,
consistência, robustez) e “venustas” (beleza, elegância, estética). O edifício ou a obra deve ter
características que atendam à sua durabilidade e conservação.

No projeto são definidos os conceitos e as técnicas que garantirão a permanência da


construção, principalmente no quesito manutenção

a ABNT editou um conjunto de normas aplicado ao desempenho das edificações, sua origem
tem a destinação às edificações habitacionais, mas pode-se tomá-la como referência para
qualquer tipo de edifício em que se pretenda condições de bom desempenho e focam na
durabilidade e manutenção do edifício

A adm publica tem grande dificuldade em manutenção de seus patrimônios por necessidade de
racionalização dos custos, orçamentos limitados e inconstantes, falta de equipes

MODULO II-Projeto de edificações

Além disso o projeto é considerado uma ferramenta para experimentação das soluções para o
bom desempenho da obra ou do edifício, possibilitando a escolha das melhores soluções
técnicas, aquelas que trarão o equilíbrio entre custo de construção, custo de manutenção e
funcionalidade, eficiência e o conforto.

exigências dadas no Termo de Referência ou Projeto Básico recairão sobre os tipos de materiais,
a forma de ordenação dos espaços, a morfologia dos elementos etc.

importante que se observe: Vantagens de escolha de material comparado a outro, o tamanho da


edificação frente às necessidades do órgão e índice de compacidade ou da forma do edifício.

Deve-se observar o ambiente, condições climáticas do local, para que os materiais e construções
atendam às necessidades e sejam adequadas. EX: escolha de esquadrias de alumínio para
vedações em edifícios localizados em zona litorânea

No âmbito público as equipes de construções divergem das equipes de manutenção, por isso se
dá a importância de um projeto de acordo com as normas e que nele esteja esclarecida todas as
dúvidas (boa especificação).

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Como um bom projeto determina o custo de uma obra ao longo de toda a sua vida útil

Escolhas corretas nas especificações desoneraram o custo de manutenção futura das


edificações ou outras obras.

O custo do projeto é um pouco menor que o da execução da obra. Por isso é bom evitar
economias na parte mais importante, pois nessa etapa temos a liberdade de modificar coisas
incorretas antes delas virarem o edifício (tempo de experimentação e o teste de possibilidades).

Não existem projeto rápidos e sem custo, geralmente se dados pouco tempo de elaboração são
mal feitos. Projetos bons precisam de tempo e verba.

O gestor público precisa: Escolher melhor forma de contratação aos licitantes, elaborar
cronograma de execução do projeto, estabelecer corretamente as remunerações justas.

o custo para uma intervenção de correção, desde o projeto até a manutenção corretiva,
aumenta em progressão geométrica, de razão 5 (SITTER, 1984 apud HELENE, 1992) Ou seja, algo
corrigido no projeto terá custo baixo (1) já reparar erros em obras em execução se gasta 5x
mais. Em obras acabadas, 25x. Em obras acabadas que precisam de manutenção 125x (LEI DE
SITTER) - Esse mesmo princípio pode ser aplicado, por extensão, às outras disciplinas
(instalações) das obras ou edificações
.
art. 2º, item III, do Decreto nº 2.271, de 7 de julho de 1997 (dispõe sobre a contratação de
serviços pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras
providências), as contratações da Administração devem demonstrar os resultados que serão
alcançados em termos de economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos,
materiais ou financeiros disponíveis. No caso das especificações de projetos, as soluções
adotadas terão íntima relação com o comando dado nesse artigo do referido decreto.

Definição: pode-se delimitar os requisitos mínimos que devem ser atendidos para que o
resultado seja adequado aos objetivos da Administração Pública. É nesse sentido que
recentemente os Poderes Legislativo e Executivo têm editado leis e normas que buscam o
aumento da eficiência da máquina pública, refletida inclusive na construção das suas
instalações.

Instruções Normativas que definem eficiência energética, otimização de recursos e critérios de


sustentabilidade ambiental são de observância obrigatória.

à elaboração de projetos da construção civil pelo poder público:

1 Escolha de materiais locais, de fácil obtenção no entorno da construção: essa iniciativa atende
aos critérios de sustentabilidade ambiental ( diminuir distancia-menor tempo de transporte)

2 Escolha de materiais produzidos no país, por empresas nacionais ou nacionalizadas: essa


iniciativa traz reflexos diretos na economia do país

3 Escolha de materiais com melhor eficiência energética, como, por exemplo, luminárias em LED
(light emitting diode – ou diodo emissor de luz), sistema de iluminação com baixo consumo de
energia (menos gastos com energia)

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4 Escolha de sistemas de ar condicionado com alta eficiência energética, que, a exemplo das
instalações de iluminação em LED, proporcionam economia de energia.

5 Reuso de água: a sustentabilidade ambiental e o menor consumo de água tratada.

6 Escolha de espécies vegetais nativas nos projetos de urbanização ou paisagismo: essa iniciativa
possibilita a melhor adaptação e a baixa manutenção dos espaços ajardinados.

7 Escolha de materiais duráveis e com baixa manutenção quando da especificação dos projetos
(exemplo: escolha de esquadrias de alumínio ou PVC para a vedação de fachadas): essa
condição evita a necessidade de retificação e repintura dos elementos

Ações essas tomadas sempre por bons projetistas. É vital, no entanto, que tais exigências
emanem da contratante, a Administração Pública, quando da elaboração dos seus editais de
contratação (por isso é recomendável a elaboração por profissionais habilitados – engenheiros e
arquitetos)

O projeto começa pela contratante. Quais objetivos desejo alcançar? Como deverá
ser o edifício que pretendo construir? Quais preceitos deve atender? Premissas de
projeto
A atuação do gestor é de suma importância pois edifícios públicos são feitos para durarem
dezenas de anos, por isso ele deve obedecer às regras e condutas predeterminadas, mas
também pela condição de responsável pela contratação de objeto que terá longa vida útil e que
poderá gerar grande impacto socioambiental. Para isso é necessário grande estudo e analises
antes da primeira escavação.

A definição dos resultados deve ser projetada por profissionais da área habilitados pois essa
reposta está condicionada às orientações e premissas definidas pela contratante. (poder
público)

as edificações ou obras contratadas pela Administração Pública devem considerar o seu custo e
o seu resultado final, não podendo causar muitas despesas dada a limitação de recursos, mas
também não pode ser excessivamente baixo, sendo previsto um impacto negativo na
conservação e manutenção da obra.

O valor de uma obra deve ser medido por todo o período da sua vida útil, o que inclui a sua
concepção, execução, usufruto e eventual demolição.

Conforme a ABNT NBR 15575-1:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1:


Requisitos gerais, a durabilidade do edifício e de seus sistemas é um requisito econômico do
usuário, pois está diretamente associado ao custo global do bem imóvel. - Pode ser considerado
em qualquer construção civil (não é a orientação usada pela adm. publica, mas cabe ao gestor
achar um equilíbrio entre o custo do projeto e da execução e o custo da sua manutenção,
desembolso que será permanente e que onerará os gastos da Administração Pública (cabe a um
profissional dar tal resposta)

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a Administração tem papel na inovação tecnológica que concedam ao ambiente construído boas
condições de uso e habitabilidade, proporcionando aos seus usuários (agentes públicos e
população em geral) bem-estar e conforto.

Também na elaboração dos seus projetos da construção civil. Iniciativas que não são tomadas
pelo setor privado, senão pelo lucro, têm no setor público o seu fomento(amparo).

Obras contratadas pela Administração devem trazer entre as suas características a adequação
ao entorno e o baixo impacto ambiental. - Baixo consumo energético, a baixa geração de
resíduos o bom desempenho térmico e acústico e a durabilidade.

Para isso há varias normativas - mais recentes é a Lei n° 13.647, de 9 de abril de 2018, que
obriga a instalação de equipamentos economizadores de água nos sanitários públicos de todas
as novas edificações
2.1.3 O projeto começa pela contratante. Quais objetivos desejo alcançar? Como deverá ser o
edifício que pretendo construir? Quais preceitos deve atender? Premissas de projeto.

Requisito importante - aspecto visual da obra, em relação à sua inserção(inclusão) no ambiente e


ao seu impacto estético.

O poder público, na condição de contratante, deve também considerar a harmonia e a beleza


das suas obras, elementos que serão permanentes na paisagem.

Deve ser evitado os projetos-monumento - aqueles que têm apelo temático ou simbólico, cuja
forma possa gerar polêmica ou dificuldade de aceitação ou não tenha relação com a função do
objeto sendo princípio. Exemplos bem-sucedidos dessas iniciativas são o edifício-sede do Banco
Central do Brasil inspirado em imagem gravada no dobrão, moeda do período imperial, de 1725

as edificações e as demais obras da Administração Pública devem ser sóbrias, para que
transmitam as ideias de racionalidade e imparcialidade, ou inovadoras, por meio do emprego de
novas técnicas, conceitos ou materiais, para que transmitam a preocupação com a evolução
social ou tecnológica do homem.

Premissas ponto de partida para a organização de uma argumentação e de um raciocínio.

Desempenho tec e acústico para diminuição do custo ao longo da vida útil


Durabilidade e facilidade de manutenção
Funcionalidade – ambientes integrados, organização dos espaços
Formas harmônicas e beleza
Inserção e adaptação do entorno do local obedecendo o que ja existe lá.
Inovação tecnológica

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A terminologia aplicada ao projeto. Quais as diferenças entre Memorial Descritivo,
(Caderno de) Especificações Técnicas e Caderno de Encargos?
Os editais precisam trazer correta apresentação de conceitos e definições, por isso o gestor
deve ter com clareza ao significado de terminologia aplicada - entrega ou promessa de
entrega
Há uma confusão entre arquitetos e engenheiros sobre os conceitos de Caderno de
Encargos

Memorial descritivo -

Descrição detalhada da projeção em texto, onde se apresenta soluções técnicas adotadas pelo
projeto junto a suas justificativas, necessário para conhecimento pleno do projeto completando
informações dos desenhos.

(Caderno de) Especificações técnicas -

Texto fixado onde se encontram as regras e condições a serem seguidas pelo contratado para
execução do seu trabalho na obra. Possuindo as características dos materiais, equipamentos e
componentes, sistemas construtivos e o modo de execução de cada serviço. Contendo as
unidades de medidas para medição e pagamentos

Caderno de encargos - Caderno de Encargos e Especificações Técnicas

Informações complementares ao projeto, como deve ser a execução. Normalmente fornecido


pelo contratante, onde estão consolidados as especificações técnicas e o memorial, com os
critérios de pagamento e medição de cada serviço previsto da obra.

é complementar às pranchas de desenho do projeto e tem por função a descrição completa do


objeto, textualmente, e as orientações de como serão executados os serviços e pode possuir
outras informações como descarte de resíduos, a forma de apresentação dos documentos
finais.

(conceitos de acordo com TCU- Tribunal de Contas da União)

para os projetos de edificações, não é documento facultativo, já que é um documento que


esclarece dúvidas tidas a partir da leitura dos desenhos. Sendo a base para duvidas vindas
durante a execução do objeto;

Memorial Justificativo -

Um texto que justifica o projeto. Nele estará contida a exposição das razões pelas quais foram
adotadas determinadas soluções e decisões de projeto, o porquê de se ter utilizado
determinados materiais, traçados, dimensionamentos, etc. Em detrimento a outras escolhas.

não é item obrigatório na elaboração dos projetos (conforme ABNT NBR 16636-2:2017 –
Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de projetos arquitetônicos e
urbanísticos), e não é comumente adotado ou exigido nas contratações da Administração
Pública. É imprescindível, no entanto, quando for adotada a modalidade de licitação “concurso”

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Deve possuir clareza na explicação de:

Localização -Descrição sucinta do entorno (quando se tratar de projeto de edificação ou


intervenção urbanística), e a forma como o objeto relaciona-se com ele, indicando as soluções
adotadas para o tratamento dos ruídos, insolação, regime de ventos, etc.;

Programa de necessidades- Identificação das razões que levaram o projetista a adotar


determinada solução para os elementos do objeto

Planta baixa- Explicação para a distribuição funcional dos elementos, sua relação, ordenamento,
integração, hierarquia, etc

Volumetria- Descrição da forma como se obteve a solução plástica (quando se tratar


principalmente de projeto de edificação), processo criativo, enfatizando procedimentos que
foram adotados, tais como subtrações, adições, composição de cheios e vazios, luz e sombras,
texturas e materiais, linhas predominantes, etc.;

Tecnologia - Apresentação da escolha construtiva e suas vantagens. Descrição do benefício que


será atingido com a opção pela forma de construção adotada, em relação à economia, ao
desempenho, à rapidez de execução.

qual é a modalidade de licitação mais indicada?


Conforme a lei 8.666-1993 há quadro possíveis licitações: Concorrência, tomada de preços, convite e
concurso
Concorrência – menor preço

Tomada de preços- Melhor técnica

Convite- técnica e preço

A Lei n° 10.520/2002 ainda traz a modalidade pregão - O pregão é a modalidade de licitação que
sempre utiliza o menor preço como critério de desempate. Afinal, se estamos falando de bens e serviços
comuns, não há que se falar em critério de melhor técnica. O pregão será realizado mediante propostas e lances
em sessão pública.

Antes disso... A formação do preço referencial no processo licitatório, parte do edital. Aplicam-
se aos projetos e aos serviços continuados as determinações constantes da IN(instrução
normativa) nº 5, de 27 de junho de 2014

Sequência para a pesquisa de preços para contratação de serviços em geral:

-Acesso ao Portal de Compras do Governo Federal

-Pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos especializados ou de domínio


amplo, desde que contenha a data e a hora de acesso

-Contratações similares de outros entes públicos, em execução ou concluídos nos 180 (cento e
oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de preços;

13
-Pesquisa com os fornecedores

A utilização de outro método para obtenção do resultado da pesquisa de preços, deverá ser
devidamente justificada pela autoridade competente

O item IV apontado pela IN SLTI/MP n° 5/2014 pode em caso que essa pesquisa seja difícil de ser
realizada por n questões trazer maior segurança na formação do preço. Onde se tira pelo menos
3 orçamentos para obter preço médio.

Se ainda assim a questão precisar de outra fonte pode-se tomar como referência os preços das
bases de dados dos órgãos de classe CAU/BR, Confea/Crea, Sindicato dos Engenheiros, Sindicato
dos Arquitetos

Feito isso, pode-se partir para a escolha do tipo de licitações. Já que o preço é um dos critérios.

Os limites definidos na Lei nº 8.666/1993 determinam a modalidade que deve ser adotada
conforme o valor do objeto, mas é possível a contratação com valores de licitação elevados,
porém deve-se levar em conta racionalidade e custo do processo de licitação.

Com a busca de racionalidade e otimização de custo, vem se usando a modalidade pregão-


bens e serviços são caracterizados por itens sem grande complexidade e
de fácil reconhecimento no mercado determinada pelo art. 1º da Lei nº 10.520/2002 e
compete ao agente ou setor técnico da Administração definir se a obra é de natureza comum e
de engenharia e assim poderá usar esse tipo de licitação.

Para o auditor do TCU, André Mendes, a modalidade pregão de aplica nas licitações de menor
preço, a não ser que a licitação precise ser obrigatoriamente dos tipos “melhor técnica” ou
“técnica e preço”.

Não pode ser considerado serviço comum aqueles que necessitam de um responsável
habilitado da area.

No entanto, conforme jurisprudência do TCU, por meio do Acórdão ( decisão final proferida sobre
um processo por tribunal superior, que funciona como paradigma para solucionar casos analogicos) n°
601/2011 se houver entendimento de que o objeto final de uma licitação de projeto não terá
diferença, independentemente de quem o fará, este pode ser classificado como comum. Se os
projetos feitos pelas empresas concorrentes a licitação forem parecidos, é considerado comum

Pela controvérsia, quando se trata de uma obra de pequeno vulto, muitos gestores adotam essa
modalidade.

Opta-se, dessa forma, pelo caminho mais seguro, se considerarmos a segurança jurídica. Perde-
se, no entanto, pela qualidade do objeto ofertado, visto que o custo e a qualidade do projeto
tendem a ser grandezas opostas

tornar-se antieconômica para a Administração Pública, as chamadas licitações deficitárias, visto


que há casos em que o desconto obtido em um certame(debate) com esse tipo de modalidade
comparando-se o preço contratado com o preço inicial dos lances (orçamento referencial da
Administração) – não alcançou o gasto despendido(usado) com o contingente de mão de obra
envolvido no seu procedimento.

14
ainda que o serviço de projeto a ser contratado seja de pequeno vulto, o tipo de licitação a ser
escolhido deve ser o de “técnica e preço” nas modalidades “concorrência” ou “tomada de
preços”, no caso da RFB, por definição da Portaria RFB 566

Pode ser adota a licitação do tipo menor preço para as contratações com custo estimado até R$
15.000,00

Para a administração pública não traria ônus à supremacia do interesse público o maior
dispêndio de tempo e de recursos humanos da Administração para essa forma de contratação
(sem ser pregão).

Para projetos de maior vulto, os grandes projetos em nível mundial, a modalidade ideal é o
concurso
Benefícios dessa modalidade: concurso
- contrata-se o melhor projeto, e não a melhor empresa.

- Administração Pública sabe qual é o projeto que está comprando, visto que, ao receber as
propostas, a contratante avaliará desenhos conceituais, memoriais etc., ainda em fase
preliminar

- O projeto é entregue no prazo, sem aditivos ou aumento de custos

- Há aumento da competitividade entre as empresas projetistas.

- O melhor projeto é selecionado por especialistas da área.

- Há isonomia (iguais perante lei) e impessoalidade na seleção do melhor projeto.


A diferença entre direito autoral e direito patrimonial: autores e
coautores
Na renascença. os direitos autorais trazia no seu conceito original a proteção aos editores, o
que, na Inglaterra, foi chamado de copyright tinha por objetivo garantir àqueles editores e
livreiros a remuneração dos altos custos de impressão aos quais estavam submetidos

A proteção para os direitos do autor surgiria somente mais tarde, nos ares da Revolução
Francesa, em oposição à condição protetiva inglesa, o que se chamou droit d’auteur . Causando a
divisão dos direitos em direitos patrimoniais e direitos morais, concedendo ao autor não só a
proteção sobre a sua autoria, como também à propriedade da sua obra.

NO BRASIL, a legislação sobre direitos autorais teve início ainda no período imperial, por meio da
edição de normas vinculadas à proteção de obras jurídicas, com a criação dos primeiros cursos
de direito, com alguma evolução ao longo do período republicano e sua consolidação, por meio
da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973. Em 1988 surge na constituição:

DESTAQUE Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar (BRASIL, 1988)

15
Dez anos depois é editada a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que revoga a lei de 1973
sobre o tema e que está em vigor atualmente, com recente alteração pela Lei nº 12.853, de 14 de
agosto de 2013, incluindo a gestão coletiva dos direitos autorais, as duas regulamentadas pelo
Decreto nº 8.469, de 22 de junho de 2015.

No âmbito de contratante, a Administração tem a possibilidade de transferência para si apenas


da parte relativa aos direitos patrimoniais do autor

São direitos morais do autor: tratar-se de direito que protege a criação de espírito, não pode ser
transferido

I – o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;


II – o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o
do autor, na utilização de sua obra;
III – o de conservar a obra inédita;
IV – o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de
atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou
honra;
V – o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
VI – o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada,
quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem;
VII – o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em
poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou
audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu
detentor, que, em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja
causado

Em relação a construções:

Art. 26. O autor poderá repudiar a autoria de projeto arquitetónico alterado sem o seu
consentimento durante a execução ou após a conclusão da construção. Sendo de
responsabilidade do proprietário, que responde aos danos.

Projetos contratados pelo poder público, sob pena de gerar ao autor, em eventuais alterações
do objeto, o direito a indenizações.

Lei nº 9.610/1998:

Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou
científica.

Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer
modalidades, tais como: (...) – De utilização existentes ou que venham a ser inventadas (...)

Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de exemplar, não confere ao adquirente
qualquer dos direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em contrário entre as partes e os
casos previstos nesta lei

16
a necessidade de transferência daqueles direitos patrimoniais pelo autor ao adquirente, para
que esse possa fazer a utilização e o usufruto da obra.

Art. 49. Os direitos de autor poderão ser totais ou parcialmente transferidos a terceiros, por ele
ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente ou por meio de
representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento, concessão, cessão ou por
outros meios admitidos em direito, obedecidas as seguintes limitações:

I – A transmissão total compreende todos os direitos de autor, salvo os de natureza moral e os


expressamente excluídos por lei;

II – Somente se admitirá transmissão total e definitiva dos direitos mediante estipulação


contratual escrita

É necessário que a Administração Pública, como adquirente do direito patrimonial do autor (por
meio da devida remuneração pela obra adquirida), faça constar no edital da licitação cláusula
expressa, conforme demonstrado no inciso II do art. 49 da Lei n° 9.610/1998.

É preciso atenção a qualquer modificação do objeto contratado feita pela administração

O Projeto Executivo deve configurar-se em mero detalhamento complementar, jamais podendo


alterar a concepção original dada no Projeto Básico. Podendo gerar a possibilidade de o autor
buscar indenizações ou mesmo reparação judicial contra a ofensa ao seu direito moral.

A coautoria, é instituto que prevê a assunção da paternidade de uma obra artística ou trabalho
técnico por dois ou mais autores. A sua manifestação é direta, por meio do acordo entre os
participantes quando cada um contribui para elaboração, combinação de ideias. Os coautores
têm igual peso na responsabilidade e direitos iguais.

Para que se afaste o risco de ofensa à autoria do projeto, a ação permitida para o momento da
obra, em relação à revisão do projeto, deveria ser tão somente a de detalhamento
complementar. Essa complementação teria apenas o caráter de esclarecimento da ideia advinda
do projeto original (o Projeto Básico da licitação) eventualmente não detalhada, ou que possa ter
gerado dúvida quanto à sua forma de execução, preservando a autoria do objeto, impedindo o
risco de desobediência ao direito autoral e, desta forma, dando segurança à conduta do gestor
do contrato.

Como receber um projeto de edificações


Ao ser recebido o projeto, toma-se como primeira ação do gestor a necessidade de análise do
objeto quanto à observância das diretrizes expostas no Termo de Referência ou Projeto Básico
do edital. Essa revisão deve pautar-se na observação do atendimento ao programa de
necessidades, à legislação, às diretrizes técnicas e aos objetivos expostos naquela peça
processual.

O gestor observará atentamente a documentação do atendimento aos itens de entrega


obrigatória para o tipo de objeto. A relação desses itens deve sempre estar expressa no Termo
de Referência ou Projeto Básico para que o gestor tenha a legitimidade na sua cobrança. Além
de observar as orientações do TCU, na Portaria da Secretaria-Geral de Controle Externo nº 33

17
Os elementos mínimos a serem apresentados para o projeto de uma edificação de porte médio,
conforme esse item da portaria, são:

- Levantamento topográfico;

- Sondagens;

- Projeto arquitetônico;

- Projeto de terraplanagem;

- Projeto de fundações;

- Projeto estrutural;

- Projeto de instalações hidrossanitárias;

- Projeto de instalações elétricas;

- Projeto de instalações telefônicas;

- Projeto de instalações de detecção e alarme e de combate a incêndio;

- Projeto de instalações lógicas;

- Projeto de instalações de climatização e ventilação mecânica;

- Projeto de instalação de transporte vertical.

Os documentos do projeto devem contemplar as peças gráficas (pranchas de projeto), com a


indicação da sua revisão e data, o Caderno de Encargos (deve estar descrita a lista das pranchas
de desenho integrantes do projeto, com a sua revisão e data), o cronograma físico-financeiro e o
orçamento detalhado (deve ser mostrado o título do projeto para a sua fácil identificação.), com a
indicação da data-base para os preços tomado.

Atingindo o volume de 400 páginas ou mais, razão pela qual deva ser apresentado com sumário
(siga a mesma sequência numérica que será apresentada na planilha orçamentária, o orçamento
detalhado. Essa forma de ordenação não somente torna mais coesa a informação apresentada
pelo autor do projeto, como possibilita a facilitação do trabalho futuro do executor da obra e,
principalmente, do seu fiscal.).

Para verificação é recomendado ao gestor do contrato uma lista de checagem, documento que
poderá ser anexado ao processo. As observações quanto ao recebimento do objeto devem ser
registradas em relatório de análise, que servirá de documento de comunicação com a licitante e
também será integrado ao processo IMPORTANTE que o gestor observe as normas referenciadas
pelo autor do projeto, observando suas datas para conferir se não há uma mais atualizada ou que
foi editada.

A responsabilidade do gestor de contrato


Na Administração Pública, o gestor de contrato responde solidariamente pelos danos causados à
Fazenda Pública ou por atos praticados no exercício das suas funções. arts. 25, 50 e 71 da Lei n°
8.666/1993 - arts. 121 e 122 da Lei nº 8.112/1990

18
As ações dos agentes públicos devem estar sempre amparadas em normativas legais que as
legitimem. Essa condição estende-se às ações de contratação e recebimento de um objeto.

Assim como o gestor de contrato na elaboração do edital desde o recebimento do projeto, sua
revisão e aceitação

De acordo com a jurisprudência do TCU: a aprovação de um projeto básico inadequado causará


apenação pecuniária e inabilitação do cargo ao gestor do contrato

A aprovação de Projeto Básico que não atenda ao disposto no art. 6º, inciso IX, e no art. 12 da Lei
8.666/1993 pode ensejar a responsabilização dos pareceristas (funcionário público responsável pela
formulação de pareceres, opiniões especializadas sobre alguma coisa) da área técnica que endossaram
(passar responsabilidade) o projeto.

É dever dos pareceristas questionar a empresa projetista acerca dos parâmetros utilizados para
elaboração do projeto, efetuando estudos comparativos com outras obras semelhantes e de
mesmo porte” e, no tocante ao volume de concreto das estruturas, “a conferência da memória de
cálculo da empresa projetista ou dos levantamentos realizados pela licitante poderia atestar com
precisão a necessidade de eventuais ajustes no projeto.

O art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992 aprovou multa individual aos pareceristas

Mesmo que haja responsáveis técnicos e habilitados na empresa e acompanhando o projeto é


também de sua responsabilidade qualquer erro formal, imperícia ou negligência. Por isso é
importante que os gestores sejam também habilitados na área de engenharia e sejam
constantemente qualificados.

SRF, do MF, a Portaria RFB/Sucor/Copol nº 566, de 30 de novembro de 2011 – dispõe sobre os


procedimentos relativos à elaboração de Projetos Básicos e Executivos, bem como à execução de
obras, serviços de engenharia, reparos e adaptações no âmbito da SRF – determina:

Art. 3º Após a definição do Programa de Necessidades deverá ser elaborado o anteprojeto. Este
documento constitui a configuração inicial da solução arquitetônica para a obra, considerando as
principais exigências contidas no Programa de Necessidades.

§ 1º O anteprojeto, sempre que possível, deverá ser elaborado por servidor devidamente
habilitado do Ministério da Fazenda, preferencialmente da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(BRASIL, 2011).

A importância da observação da representação gráfica na apresentação de projetos


Representação gráfica-desenho dos projetos
Funções: A primeira é um processo criativo, à geração da ideia, ao significado e ao teste das
possibilidades terá influência sobre o resultado final, condicionando inclusive a fluidez das ideias
do projetista.

A segunda remete à comunicação, à correta representação da intenção do seu autor. Melhor


comunicação haverá entre o comunicante do projeto (o seu autor) e o seu leitor, quanto maior for
a precisão e a correção da representação.

19
Berti 1986

ETAPAS DA DECISÃO REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


• Definir o problema; • Análise matricial do problema
• Construir o quadro de dados. (definição de questões).
• Adotar uma linguagem de
tratamento; • Tratamento gráfico da informação
• Tratar os dados categorizando os (descobrir as respostas).
dados exaustivos.
• Representação gráfica de
• Interpretar para decidir e para
comunicação (comunicar as respostas
comunicar os dados simplificados.
encontradas).
Antes a representação gráfica seria apenas para registro, mas passou a ser uma comunicação
entre o autor da mesma e o contratante pela riqueza da representação de elementos. Essa
mudança deu-se por intermédio de Filippo Brunelleschi, arquiteto italiano da Renascença, e a
potencialidade comunicativa dos seus desenhos e esboços. Na mesma época, Leon Battista
Alberti, arquiteto e pintor italiano renascentista, complementando o trabalho iniciado por
Brunelleschi, assinalou outro marco na arquitetura e na engenharia, utilizando na representação
de seus desenhos a análise científica da perspectiva, o que consolidou a forma de apresentação
de perspectivas utilizadas atualmente, as perspectivas cônicas.

A ABNT apresenta a NBR 6294/1994, atualmente em revisão, como normativa para a


representação gráfica em projetos de arquitetura. Podendo ser adotada para as demais áreas
da engenharia. Essa NBR REGE escolha das linhas de representação, dos elementos mínimos
necessários, do formato das pranchas de desenho, das técnicas de representação, etc. Compete
ao gestor cobrar os projetistas a segui-la

IMPORTANTE- A incorreção e a imprecisão na representação gráfica dos projetos contratados


podem possibilitar erros de interpretação dos desenhos por parte das licitantes, e, com isso,
permitir conclusões equivocadas quanto à técnica construtiva ou em relação aos quantitativos
do projeto, refletindo diretamente na formação do preço da obra.

Os principais erros de representação gráfica encontrados nos projetos são:

1. Não correspondência entre o corte do desenho e a sua marcação em planta baixa. Essa
condição pode levar à interpretação errada do comando construtivo quando da execução da
obra, onerando o seu custo pela necessidade de correção (demolições e ajustes), quando
detectada pelo fiscal.

2. Não correspondência entre a legenda e os desenhos do projeto. Essa situação pode causar,
nos projetos de instalações, a interpretação errada dos tipos de elementos (tubulações, fiação
etc.), ocasionando a quantificação equivocada de materiais.

3. Cotagem errada dos elementos de desenho, o que pode levar à incorreta interpretação das
medidas e à consequente execução equivocada da obra ou quantificação de materiais.

20
4. Erro na representação das linhas de desenhos, especialmente nos cortes e vistas,
ocasionando a interpretação incorreta dos elementos e levando à execução em desacordo com
o projeto, o que gera a necessidade de demolição e nova execução, onerando o custo da obra.

5. Falta de indicação das bitolas das tubulações nas instalações hidrossanitárias, em plantas
baixas, ou sua indicação parcial. Essa situação gera dúvidas quanto às bitolas corretas, de
acordo com o trecho e a hierarquia da rede, levando à eventual quantificação errada das
diferentes bitolas.

Uma representação gráfica correta e clara pode condicionar o sucesso ou o fracasso do seu
objeto.

Coordenando um projeto de edificações


a coordenação assume condição de destaque, configurando-se em uma das iniciativas de maior
importância a partir do seu projetista. Para a contratação desse tipo de serviço, a coordenação
de projetos deve estar listada como uma das atividades que comporão o serviço prestado e que
deve ser tratada com ênfase, dada a sua importância.

É de responsabilidade exclusiva daquele profissional que concebe o projeto. Nos projetos


desenvolvidos por engenheiros, a sua coordenação a eles seja vinculada, e que nos projetos
desenvolvidos por arquitetos imponha-se a mesma lógica. Se relacionados a infraestrutura, serão
feitos e coordenados por engenheiros. Se relacionados a edificações, arquitetos.

A coordenação garantirá a sua qualidade e somente o seu criador, que o concebe, tem condições plenas
de tomada de decisões sobre a sua forma de elaboração. Ainda que essa atividade possa ser
desenvolvida por outro profissional, dos quadros do órgão público, ou contratado para tal, na forma
de atividade de revisão do projeto, é incomparável o domínio do processo pelo seu projetista.

COMO É CONCEBIDO UM PROJETO?

Especialmente em projetos de arquitetura, a soma das variáveis envolvidas apresenta questões


de ordem formal (formas arquitetônicas), teórica (teorias de arquitetura), estética, análise de
estruturas (sustentação do edifício, no caso de edificações), análise de instalações (subdisciplinas
como instalações elétricas, hidrossanitárias, de climatização e ventilação mecânica etc., no caso
de edificações) e completa normativa técnica e legal aplicada ao campo de atuação A coordenação
é então o teste contínuo e sistemático de integração, interdependência e consolidação de
influências dessas variáveis, de forma a buscar o melhor resultado possível na concepção final do
objeto.

DIFERENÇA DE GESTÃO À COORDENAÇÃO

Enquanto o gerenciamento atua no controle de prazos e processos, promovendo a intermediação


entre os profissionais ou as atividades envolvidas na elaboração de um projeto, a coordenação
promove a integração do projeto, é inata do seu processo e exclusiva do seu agente.

A falta de um coordenador causa lacunas e duvidas sem soluções acarretando o incremento dos
custos da execução das obras. A coordenação feita pelo autor minimiza as revisões que precisam
ser feitas, economizando tempo e mão de obra. Além de minimizar erros no orçamento.

21
O autor estando presente na obra, minimiza os casos de mudanças na edificação, cuja falta desse
controle poderia condenar a beleza, a funcionalidade e o desempenho do produto final. Tem sua
maior função em garantir que a execução seja idêntica ao projeto. E em casos que precisem de
solução, os projetistas são os mais indicados a solucionar tais problemas.

A compatibilização dos projetos


Pode ser entendida como um nível mais específico de atuação do projetista na elaboração do seu
projeto. Os termos “coordenação” e “compatibilização” de projetos têm conceitos similares,
muitas vezes se confundindo. A compatibilização de projetos dedica-se a um nível mais imediato
da sua análise e está refletida principalmente na sua representação gráfica e nas suas
interferências.

Mesmo sendo de responsabilidade do projetista a Administração Pública como gestora do


contrato ainda responde pelo projeto, podendo denunciar o profissional ao conselho quando
prova má atuação do projetista ou o mesmo causa prejuízos à administração.

O projeto de uma edificação ou de infraestrutura é composto obrigatoriamente de alguns


elementos: os desenhos gráficos, o Caderno de Encargos e a planilha orçamentária com
cronograma físico-financeiro.

É obrigação do projetista que todos os desenhos gráficos e documentos de sua materialização


estejam de acordo em relação a sua coesão, coerência e consolidação e é dever do gestor revisa-
los

Caso haja incompatibilidade nos documentos necessitando de correções ou modificações vistas


pelo gestor é necessária a elaboração de um relatório que será encaminhado ao projetista que
deverá sanar as dúvidas e realizar os devidos esclarecimentos

Após o gestor de contrato verificar e autorizar a contratação, a responsabilidade se passa ao fiscal


da obra que manterá contato junto ao projetista.

Em relação a listagem dos itens da planilha orçamentária, a mesma deve buscar obedecer à
distribuição dos itens trazida no sumário do Caderno de Encargos, com numeração sequencial
hierarquizada para os diversos elementos do projeto

O “projeto-mãe” em projetos de edificações


Em edifícios de porte médio destinado a escritórios ou instalações administrativas, serão
necessários os seguintes projetos, minimamente:

• Projeto de arquitetura;
• Projeto estrutural (concreto armado, metálico ou madeira);
• Projeto de instalações hidrossanitárias (água fria e/ou quente, esgoto sanitário, esgoto
pluvial, água de reúso);
• Projeto de instalações elétricas (tomadas, pontos de força e iluminação);
• Projeto de instalações de rede lógica (dados e voz);
• Projeto de instalações de CFTV (circuito fechado de televisão);
• Projeto de controle de acesso;
• Projeto de instalações de climatização e ventilação mecânica;

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• Projeto de prevenção e proteção contra incêndios (sistemas passivos e ativos – saídas de
emergência, iluminação de emergência, hidrantes, chuveiros automáticos etc.);
• Projeto de elevadores;
• Projeto de GMG (grupo motogerador);
• Projeto de urbanização e paisagismo.

Conforme o detalhamento do projeto:

• Projeto de esquadrias;
• Projeto de revestimento de fachadas;
• Projeto de cogeração de energia;
• Projeto de tratamento de efluentes.

Para cada duvida deve-se observar qual projeto é o mais adequado para consulta
Segundo a ABNT NBR 13531:1995 a coordenação geral deve ser feita em função das determinações
do projeto de arquitetura, cancelada em 2017 e em processo de revisão, sendo substituída
temporariamente pela ABNT NBR 16636:2017 que aconselha uma visão entre todos os projetos feitos
pelos profissionais.
Se há dúvidas nas instalações de climatização, não se deve procurar o projeto elétrico, mas sim o
específico.
Todas as disciplinas devem remeter-se às orientações dadas no projeto de arquitetura, a menos
que suas informações e desenhos não sejam claros.

A plataforma BIM e o seu papel na coordenação e na compatibilização dos projetos


Após a intensificação da representação tridimensional em planos bidimensionais para que sejam
mostradas todas as fases (a representação gráfica de um triedro exige três planos, enquanto a
representação de um octaedro exigirá oito) a alteração deve considerar todos os planos de
representação, identificando quais os planos cujas modificações serão representadas. Não se
pode esquecer de modificar todos os planos deixando-os iguais

Falhas na execução dessa técnica trazem infidelidade ao desenho, e, na atividade de projeto,


podem causar grandes prejuízos à interpretação do desenho, distorcendo o entendimento do
objeto representado.

Com o advento da tecnologia BIM, situações como essas desapareceram. Isso porque, na estratégia da
plataforma BIM, a forma de representação do objeto não se dá em planos, e sim no espaço, como um
objeto tridimensional, por meio de um modelo digital, representando o objeto como este ocorre na
realidade. Nos softwares que adotam a tecnologia BIM, qualquer vista do objeto será a partir do modelo
tridimensional, o que promove a sua interdependência com as outras vistas

Ao ser feita uma alteração, automaticamente se faz em todas as vistas. Para o projetista, elimina-se a
preocupação com a alteração manual das modificações sofridas pelo objeto nas tantas vistas que o
representarem

23
As diversas disciplinas integrantes do objeto, um projeto, são representadas a partir do mesmo
modelo digital, tridimensional.

A partir do modelo arquitetónico pode-se incluir espacialmente, por meio de medidas reais, em
escala, as diversas instalações aplicadas ao modelo de arquitetura, tais como instalações elétricas,
hidrossanitárias e de climatização e ventilação mecânica, além do sistema estrutural. Além de
serem mais fáceis de interpretar

Alguns softwares BIM trazem a possibilidade da detecção automática de conflitos, proporcionando


ao projetista a rápida visualização das eventuais interferências

Outro ponto positivo é a quantificação automática dos elementos e sistemas do objeto, o que
permite gerar relatórios de quantitativos que servirão à composição do seu orçamento e à
formação de preço, eliminando a possibilidade de erros na sua compatibilização. Mas ainda sim
é importante que o profissional revise os dados.

Para a indústria da construção civil e para a Administração Pública essa é uma grande vantagem,
ao otimizar os custos de produção e eliminar os retrabalhos na execução do objeto.

Nos últimos anos a tecnologia BIM vem se tornando obrigatória nos projetos das edificações
públicas de alguns países

Importante: no Brasil essa obrigatoriedade poderá vir a ser adotada em breve. Na edição de 5 de
junho de 2017 do Diário Oficial da União, a Presidência da República (PR) editou decreto que
instituiu a criação do Comitê Estratégico de Implementação do BIM. 45 Nesse decreto, uma das
atribuições do comitê era a de “propor, no âmbito do Governo Federal, a Estratégia Nacional de
Disseminação do BIM, as suas diretrizes e a estratégia de atuação” (BRASIL, 2017, art. 3º, item I).
Recentemente, em 17 de maio de 2018, foi editado o Decreto nº 9.377, que institui a Estratégia
Nacional de Disseminação do BIM e que revogou o decreto de 5 de junho de 2017.

MODULO III – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

principais conceitos e como ela deve ser exigida


Feita após quantificação de materiais e serviços; A ABNT NBR 13531:1995 cancelada em 2017,
determinava, no seu item 3.4 que o cronograma físico-financeiro da obra era uma das etapas que
deviam estar previstas na contratação de um projeto. A ABNT NBR 13532:1995 – Elaboração de
projeto de edificações – Arquitetura determinava que o Projeto Executivo de arquitetura deveria
trazer entre os seus elementos o “memorial quantitativo dos componentes construtivos e dos
materiais de construção” (ABNT, 1995)

Ambas as normas foram substituídas pelo conjunto de normas ABNT NBR 16636.

Projeto arquitetônico, traz como uma das responsabilidades do projetista, na etapa de Projeto
Executivo, a elaboração de memoriais quantificativos e de planilhas orçamentárias como
documentos de texto a serem apresentados no projeto

Na area privada há um profissional destinado a fazer o orçamento. Já na area pública é


responsabilidade do projetista.

24
Os tipos de orçamento podem variar em precisão e complexidade de acordo com o objetivo
pretendido. O orçamento que servirá como uma referência inicial para a avaliação da viabilidade
de um empreendimento terá menos complexidade e trará maior margem de erro do que um
orçamento final, para obra, advindo de um Projeto Executivo.

Conforme o TCU, por meio da Portaria Segecex nº 33, de 7 de dezembro de 2012, os orçamentos
de obra podem ser classificados em expedito, preliminar e detalhado.

As avaliações expeditas podem ser feitas com base em custos históricos, índices, gráficos, estudos
de ordens de grandeza, correlações ou comparação com projetos similares

Usando como base CUB, para avaliação expedida do custo de construção de edificações. O CUB
é o custo por unidade de área construída para alguns tipos de projetos padronizados
estabelecidos pela ABNT NBR 12721:2006 – Versão Corrigida 2:2007 Outro exemplo que usa
essa avaliação é o do custo por MW (megawatt) de potência instalada, no caso de usinas
termoelétricas, ou a estimativa de custo de rodovias mediante o uso de um custo médio por
quilômetro de rodovia construída.

BENEFICIOS:

-Possibilitar a análise da viabilidade dos empreendimentos e a escolha da alternativa a ser


desenvolvida na etapa de detalhamento dos projetos, sem impor o elevado ônus da elaboração
de um orçamento detalhado.

-Não requerer muitas informações detalhadas sobre o projeto, e, por isso, o seu custo é muito
menor do que o custo de elaborar um orçamento completo, muito embora a elaboração de uma
estimativa requeira muita experiência do estimador, além de conhecimento, sensibilidade e
informações atualizadas.

-Avaliar preliminarmente os orçamentos de obras públicas para indicar se o valor global do


empreendimento está adequado ou não, apesar de ser um método simples e de pouca precisão.

Outro tipo de avaliação é o orçamento preliminar sendo mais detalhado do que a avaliação
expedita de custos, (utilizada no estudo de viabilidade) o orçamento preliminar costuma ser
utilizado na fase de anteprojeto pois pressupõe o levantamento de quantidades e requer pesquisa
de preços dos principais insumos e serviços.

São elaborados quando a execução do projeto de engenharia de detalhamento já foi contratada,


o que propiciará a geração de muitos dados, embora não definitivos, para servirem de base para
o orçamento.

Estará presente nele os custos dos serviços de engenharia que já foram contratados,
especificações preliminares de equipamentos de processo e de utilidades e listas preliminares de
materiais. Podemos também encontrar dados sobre o tipo de fundações e plantas arquitetônicas
das edificações. Apesar do menor grau de incerteza do orçamento preliminar, o orçamentista
ainda pode fazer uso de levantamentos expeditos de algumas quantidades e atribuição de custos
para alguns serviços.

25
Exemplos de levantamentos expeditos que podem ser utilizados em um orçamento preliminar:

Já o orçamento detalhado é elaborado com base nas composições de custos unitários e extensa
pesquisa de preço dos insumos, procura chegar a um valor bem próximo do custo real da obra,
com uma reduzida margem de incerteza e a sua elaboração ocorre nas fases de Projeto Básico ou
Executivo, ou seja, o orçamento detalhado só é justificável se o projeto apresentar elevado grau
de desenvolvimento, o que possibilitará a obtenção de listas completas de materiais.

A sua função é servir de base para a licitação da obra, podendo também ser uma ferramenta para
o controle de custos. Eventuais aditivos devem ser inseridos nesse orçamento.

ESTIMATIVA DE CUSTO: Grau de precisão: baixo;

• Objetivo: analisar a viabilidade da construção;


• Informações necessárias: área a ser construída, tipo de construção, padrão de
acabamento, custo unitário básico (ou outro indicador de custo);
• Fase do projeto: etapas iniciais do projeto.

PRELIMINAR:

• Grau de precisão: mediano;


• Objetivo: determinar o possível custo da obra para o investidor;
• Informações necessárias: anteprojeto, projeto pré executivo e especificações básicas de
projeto, como espessura de camadas de concreto;
• Fase do projeto: criação do projeto executivo.

ANALITICA:

• Grau de precisão: alto;


• Objetivo: definir o custo da obra com precisão para, em seguida, realizar o planejamento
e controle de sua implantação;
• Informações necessárias: todos os projetos (incluindo especificações precisas),
composições unitárias de serviços e cotação de preços de insumos;
• Fase do projeto: previamente à execução do projeto.

Como deve ser o orçamento vinculado ao projeto


As regras para os orçamentos das obras públicas eram dadas pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias anualmente, até o ano de 2013. Onde eram definidos os critérios que deveriam
ser obedecidos pela Administração Pública na sua elaboração

26
No ano de 2013 foi editado o Decreto n° 7.983, de 8 de abril de 2013, que, consolidando o
entendimento recorrente daquelas leis de diretrizes orçamentárias, estabeleceu regras e
critérios para a elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia
contratados e executados com recursos dos orçamentos da União.

Observe que no mesmo ano, complementando a jurisprudência sobre o tema, o TCU editou o
Acórdão nº 2.622/2013 – TCU – Plenário, que retomava o posicionamento da corte dado no
Acórdão nº 2.369/2011 – TCU – Plenário, com análise da incidência do Benefício e Despesa
Indireta (BDI) sobre os orçamentos de obras públicas e que teve abordagem complementar por
meio do Acórdão nº 2.440/2014 – TCU – Plenário.

CONCEITOS:

Custo unitário de referência: Valor unitário para execução de uma unidade de medida do serviço
previsto no orçamento de referência e obtido com base nos sistemas de referência de custos ou
pesquisa de mercado.

Composição de custo unitário: Detalhamento do custo unitário do serviço que expresse


descrição, quantidades, produtividades e custos unitários dos materiais, mão de obra e
equipamentos necessários à execução de uma unidade de medida.

Custo total de referência de serviço: Valor resultante da multiplicação do quantitativo do serviço


previsto no orçamento de referência por seu custo unitário de referência.

Custo global de referência: Valor resultante do somatório dos custos totais de referência de
todos os serviços necessários à plena execução da obra ou do serviço de engenharia. É feita por
meio do orçamento sintético da obra.

O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços e obras de


infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas
no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus
correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos
e Índices da Construção Civil – Sinapi, excetuados os itens caracterizados como montagem
industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil

O orçamento sintético, ou planilha orçamentária, é a relação de todos os serviços de uma obra


com as respectivas unidades de medida, quantidades e preços unitários. É a planilha que
demonstra a soma dos custos totais de referência dos serviços, estes conforme o conceito
apresentado no Decreto nº 7.983/2013. O orçamento analítico é a apresentação de cada um dos
custos unitários dos serviços que integram o orçamento (BAETA, 2012, p. 77).

Importante o orçamento sintético é a peça que contém a relação completa dos custos unitários
de referência (ou de serviço), e que pela sua soma é definido o valor da obra (ou projeto). O orçamento
analítico é peça que contém a relação completa das composições de custos unitários, ou seja, o
detalhamento de cada um dos custos unitários de serviço apresentados no orçamento sintético.A
diferença entre o orçamento analítico e o orçamento sintético é que o primeiro não possui a
composição dos serviços que serão executados, contemplando o tipo de serviço e seu respectivo
custo. Por sua vez, o segundo contém apenas a composição dos serviços, cujo detalhamento pode ser
obtido em publicações técnicas

27
O Projeto Básico finalizado deve disponibilizar o orçamento de referência da Administração, que
é uma das peças que integrarão o futuro edital de licitação da obra, devendo trazer
obrigatoriamente o orçamento sintético, o orçamento analítico, a composição do BDI, o
cronograma físico-financeiro da obra, o critério de aceitabilidade dos preços as cotações de
mercado (não disponibilizado no edital, serve apenas como base) e deverão ser feitas para
aqueles itens que não constam das tabelas de referência oficiais Legalmente aceita. Deve conter
três cotações por item;

Na apresentação do orçamento pela licitante deve constar o orçamento sintético, o orçamento


analítico, a composição do BDI da proponente, o cronograma físico-financeiro da obra e a
indicação do responsável técnico pelo orçamento, com sua formalização.

Preço: conceito e forma de composição


O orçamento referencial para a licitação de uma obra da Administração Pública é elaborado na
fase do Projeto Básico pelo projetista e seu orçamentista, que iniciará o seu trabalho pela análise
dos projetos. Tanto melhor e mais preciso será o orçamento quanto mais completo for o projeto

Sendo a principal razão pela qual há intensa campanha dos conselhos profissionais, para que as
licitações sejam feitas adotando-se o Projeto Executivo de uma obra, e não o Projeto Básico,
conforme permitido pela Lei nº 8.666/1993.

Pela análise do projeto é possível a listagem dos serviços previstos e a sua quantificação. A etapa
seguinte é o cálculo do custo unitário de cada serviço, o orçamento analítico (permitirá a
consolidação do orçamento sintético e a aplicação do BDI), com a apresentação das composições
de custos unitários

BDI- o BDI é um componente adicional aos custos diretos. Para chegar ao BDI é preciso apurar uma
série de elementos atrelados ao preço da construção. Por isso, é fundamental ter uma boa gestão de
obras, o que assegura que não haja distorção de valores ou informações. Assegura que o seu lucro
não será comprometido com custos indiretos, como imprevistos e tributos

BDI = (1 + (AC + MI + S + G)) (1 + CF) (1 + MBC) – 1


1 – (TM + TE + TF)
Antes é necessário relacionar todos esses componentes
Item e Percentual (%):
Administração Central – 5% - Custo Financeiro – 1,40% - Seguro – 0,60%
Garantias – 0,20% - Margem de Incerteza – 1,50% - Tributos Municipais – 3%
Tributos Estaduais – 0% - Tributos Federais (PIS e Cofins) – 4% Margem de
Contribuição – 8% PV = CD (1 + BDI/100)
PV = 10.000 (1 + 26,35/100)
PV = R$ 12.635,00

28
sobre o custo global de referência (advindo do orçamento sintético), deve ser aplicada a taxa de
BDI contendo, minimamente, os seguintes itens :

Taxa de rateio da Administração central.

Percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de natureza direta
e personalística que oneram o contratado.

Taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento.

Taxa de lucro.

Há ainda outros itens que poderão integrar o BDI A primeira refere-se ao desembolso quando da
contratação de serviços com alocação de postos de trabalho. A segunda, “aos gastos relacionados
à perda decorrente da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da receita
correspondente” (BRASIL, 2001)

O Acórdão n° 325/2007 – TCU fundamenta que tais despesas não devem incidir sobre
equipamentos, e que a despesa financeira não deve incidir sobre serviços.

Importante - há itens não recomendados para inclusão no BDI (MENDES, 2013, p. 42), quando da
elaboração do orçamento de referência pela Administração, embora possam constar do BDI
ofertado pela licitante no momento da licitação. São eles: o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
(IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Ao incluí-los, a licitante deve apresentá-
los de forma destacada na composição do BDI.

A fórmula de cálculo do BDI para as obras da Administração Pública consta do Acórdão nº


2.369/2011 – TCU – Plenário, consolidada no Acórdão nº 2.622/2013 – TCU – Plenário. Esse último
traz ainda valores médios orientativos para o BDI e seus componentes, conforme o tipo de obra,
e que servem de referência para a montagem do orçamento da Administração.

Com o cálculo do BDI, finalmente é possível obter o preço de venda (PV), que é o resultado da aplicação
do percentual do BDI ao custo direto da obra (BRASIL, 2013, art. 2º, inciso VI), dado pela fórmula abaixo:

PV = CD (1 + %BDI)

onde:

CD é o custo direto da obra.

Obras e serviços de engenharia, na oferta do BDI deve ser considerado também o BDI reduzido
para materiais e equipamentos de natureza específica e que representem valor significativo da
obra. Decreto n° 7.983/2013, no seu art. 9º(CONSULTAR)

Sendo esses materiais aqueles cuja fabricação ou montagem tenham processo que não seja de
domínio da licitante (ou contratada), e que, dada a sua especificidade, tenham fornecedores que
detenham tal domínio.

O Acórdão nº 2.452/2017 – TCU – Plenário informa que uma taxa de BDI acima do limite
referencial da Administração Pública não representa, por si só, superfaturamento, desde que o
preço contratado (preço de venda) esteja compatível com o preço de mercado.

29
O lançamento do percentual do ISS na planilha de composição do
BDI
Um dos tributos incidentes no cálculo do BDI é o ISS. A incidência desse imposto segue
legislação municipal, ou seja, varia conforme o município onde será executada a obra.

ISS um tributo recolhido pelos municípios e pelo Distrito Federal. Cobrado de empresas e profissionais
autônomos, o ISS incide sobre uma extensa lista de serviço

Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza


Além de ter variação de alíquota conforme o município, ainda pode haver variação da incidência
da alíquota. Alguns municípios têm na sua legislação a previsão de incidência da alíquota sobre
todo o orçamento (material e mão de obra previstos na planilha orçamentária). Outros, no
entanto, fazem incidir tal alíquota somente sobre a mão de obra, isentando sua incidência sobre
materiais.

Alíquota - é o percentual ou valor fixo que será aplicado para o cálculo do valor de um
tributo. A alíquota será um percentual quando a base de cálculo for um valor
econômico (reais, dólares), e será um valor quando a base de cálculo for uma unidade
não monetária (litros, galões, metros cúbicos)
Para que não haja erros , é feito cálculo de uma alíquota proporcional do ISS, que, considerada
somente sobre a mão de obra, pode ser lançada diretamente na planilha do BDI que será
aplicado a todos os itens da planilha orçamentária.

ISSdif = [VMO (sem BDI) / VT (sem BDI)] x % ISSmun

onde: ISSdif = ISS diferenciado;

VMO (sem BDI) = soma dos valores da mão de obra sem a incidência do BDI;

VT (sem BDI) = valor total da obra (material e mão de obra) sem a incidência do BDI;

% ISSmun = alíquota do ISS conforme legislação municipal.

podendo-se lançá-lo diretamente na planilha de cálculo do BDI

30
Ao calcular-se a alíquota proporcional do ISS, ainda que o BDI resultante seja aplicado sobre o
custo global do contrato, a incidência do ISS proporcionalmente será apenas sobre a mão de obra.

Para o valor aproximado da obra de R$ 5.000.000,00, equivalente a um prédio de 3.300 m², de padrão
médio, o erro na estimativa do seu preço seria aproximadamente de R$ 150.000,00. Caso a obra a ser
construída tivesse área total de 33.000 m², ou seja, dez vezes maior que a do nosso exemplo, o erro no
valor do orçamento pelo simples equívoco na forma de lançamento do ISS seria da ordem de R$
1.580.000,00.

A obra: as primeiras providências para um bom resultado


4.1.1 Cuidados na exigência de habilitação nos editais de obras de edificações

Essa atividade requer cuidados já na licitação, com a habilitação das proponentes.

A habilitação em uma licitação está regrada pela Lei nº 8.666/1993, no seu art. 27. Um dos seus
itens, bastante importante em uma licitação de obra, refere-se à qualificação técnica

Sendo um dos aspectos que geralmente trazem dúvidas aos servidores responsáveis pela
elaboração do edital, quanto à capacitação técnico-profissional e à capacidade técnico-
operacional. Embora não exista na Lei nº 8.666/1993 abordagem comparativa entre essas duas
exigências, recente jurisprudência do TCU debateu esse entendimento.

O art. 30 da Lei nº 8.666/1993 reconhece a qualificação técnica da proponente por meio do seu
registro na entidade profissional competente (conselho profissional) e da comprovação da
aptidão para o desempenho da atividade ou do serviço que será contratado, com regras definidas
no edital. A aptidão deverá ser comprovada também para os membros da equipe técnica da
proponente.

No caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades
profissionais competentes

31
As exigências, no caso da capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível
superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes,
limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos

No Acórdão nº 534/2016 – TCU – Plenário, no entanto, analisou-se essa questão e o


entendimento formado por aquela corte foi pela pertinência da exigência de quantidades
mínimas em linha de análise iniciada no Acórdão nº 3.070/2013 – TCU – Plenário.

A possibilidade de exigência de quantidade mínima, porém, vincula-se ao serviço objeto dos


atestados fornecidos, e não ao número de atestados.

Do Acórdão nº 534/2016 – TCU – Plenário, extrai-se, do seu item 8, a confirmação da possibilidade


de exigência de quantidades mínimas para o objeto, desde que esse tenha características de
maior relevância e valor significativo, a delimitação das características que devem estar presentes
na experiência anterior a ser comprovada configura-se de extrema importância para que se atinja
o objetivo da exigência de qualificação técnica. Esse procedimento evita a possibilidade de
comprovação de qualificação por parte da licitante por experiência não exigida no edital, ou
mesmo por apresentação de experiência insuficiente.

Se não houvesse essas exigências, a administração deveria aceitar qualquer profissional que
comprovasse sua capacidade técnica, sem estar capacitado especificamente para o tal serviço.
Sendo o caso de certame de licitação de obra que exigia comprovação de capacitação técnico-
profissional na instalação de sistema VRF de ar-condicionado, em que a proponente se limitou à
apresentação de comprovação de capacitação técnico-profissional para instalações de sistemas
do tipo minisplit (tecnologia diferente)

Importante salientar que a exigência de quantidade mínima para a capacidade técnico-profissional


(comprovação da capacidade técnica do profissional contratado pela empresa), à luz do voto da
relatora, não se refere às quantidades exigidas para a capacitação técnico-operacional (comprovação
da capacidade técnica da empresa), visto que essa última não é determinante, e sim a primeira.

Enfatiza-se também que a exigência de atestados com registro nos conselhos profissionais (Certidão de
Acervo Técnico, ou CAT) sempre é feita para o profissional – e não para pessoa jurídica – razão pela
qual essa possibilidade apenas para a capacitação técnico-profissional, e não para a capacitação
técnico-operacional (Resolução nº 1.025/2009 – Confea/Crea e Resolução nº 24/2012 – CAU/BR). Esse
entendimento é confirmado por jurisprudência do TCU (Acórdão de Relação nº 3.028/2016 – TCU –
Plenário).
139. No Acórdão 2.297/2005 – Plenário, da relatoria do E. Ministro Benjamin Zymler, foi exposto
acurado exame da matéria, do qual destacamos, em síntese, os seguintes aspectos:

- O artigo 30, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993 utiliza a expressão “qualificação técnico-
profissional” para indicar a existência, nos quadros permanentes de uma empresa, de
profissionais em cujo acervo técnico conste a responsabilidade pela execução de obras ou
serviços similares àqueles aspirados pelo órgão licitante. Há que se atentar, todavia, para o fato
de que a referida lei não define o que seja “quadro permanente”. Assim, essa expressão poderia

32
ser compreendida como o conjunto de pessoas ligadas à empresa de modo permanente, sem
natureza eventual, por meio de vínculos de natureza trabalhista e/ou societária. Esse conceito,
entretanto, reclama certa ampliação nas hipóteses em que a autonomia no exercício da
profissão descaracteriza o vínculo empregatício sem afastar a qualificação do sujeito como
integrante do quadro permanente, como é o caso dos profissionais da área de engenharia;

- A exigência de que as empresas concorrentes possuam vínculo empregatício com o


profissional técnico qualificado mostra-se excessiva e limitadora à participação de eventuais
interessados no certame, uma vez que o essencial, para a Administração, é que o profissional
esteja em condições de efetivamente desempenhar seus serviços no momento da execução de
um possível contrato.

- Se o profissional assume os deveres de desempenhar suas atividades de modo a assegurar a


execução satisfatória do objeto licitado, o correto é entender que os requisitos de qualificação
profissional foram atendidos. Não se pode conceber que as empresas licitantes sejam obrigadas
a manter profissionais de alta qualificação, sob vínculo empregatício, apenas para participar da
licitação (BRASIL, 2016).

Controle de documentação
Os elementos gráficos finalizados, que integram o conjunto impresso da documentação de um
Projeto Executivo, resultam em centenas de pranchas de desenho, Cadernos de Detalhamento,
além do Caderno de Encargos, Memoriais Descritivos ou memórias de cálculo

O número de pranchas de desenho chega facilmente a 500, nos formatos A1 ou A0 (ABNT NBR
10068:1987 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões – Padronização), para edifícios de médio
porte (dez pavimentos, com área construída entre 20.000 e 30.000 m²), sendo que os Cadernos
de Detalhamento e o Caderno de Encargos podem atingir número de páginas dessa igual ordem
de grandeza

Na licitação da obra se o considerado for o projeto básico o número de documentos será


sensivelmente menor, tornando essa análise mais fácil. Mas essa documentação deve constar do
edital da licitação, na forma de uma lista, em anexo próprio, para que seja possível a identificação
precisa de quais documentos integram o projeto.

Na legislação atual que rege os procedimentos de licitação e contratação de serviços e compras pela
Administração Pública Federal, Estadual e Municipal, o processo licitatório para uma obra – e a sua
consequente contratação – pode ser feito tendo-se apenas o Projeto Básico do objeto a ser construído.
Dependendo do caso a documentação será menor ou maior nos casos de obras na infraestrutura.

Nesses casos na fase do projeto executivo essa lista de documentos aumenta atingindo milhares de
páginas entre memoriais, laudos, estudos e detalhamento construtivo, e centenas de pranchas de
desenho, incluindo projetos ambientais, de drenagem, geométricos, estruturais, viários, de
sinalização viária e sinalização náutica, e etc.

33
No decorrer da obra, há complementações com modificações nas pranchas de desenho e demais
documentos, novas emissões (revisões) são geradas, iniciativas essas que requerem rígido
controle, principalmente das cópias impressas que estarão circulando na obra, para que se evite
a adoção de documentos ultrapassados.

Uma das formas de controle da documentação da obra é a emissão de uma lista-mestra,


documento que traz ordenadamente, por tipo de projeto ou disciplina, a relação dos elementos
gráficos do projeto, sejam eles pranchas de desenho, sejam memoriais, laudos ou Cadernos de
Especificações e Detalhamento.

Podendo ser gerada em softwares mais acessíveis, tais como editores de texto ou planilhas
eletrônicas, de forma manual, quanto em softwares mais complexos e dedicados, como
gerenciadores de workflow.

Workflow é a modelização e a gestão informática do conjunto de tarefas a realizar e dos diferentes


atores envolvidos na realização de um processo de negócio (também chamado de processo operacional

De maneira prática, um workflow pode descrever:

• O circuito de validação;
• As tarefas a realizar entre os diferentes atores de um processo;
• Os prazos a respeitar;
• Os modos de validação

A norma ABNT ISO 9001:2015 traz importantes informações e roteiro sobre o controle de
documentação que prioriza a sua integridade, fidelidade, disponibilidade, proteção, distribuição,
validação e controle de alterações.

O controle da documentação na obra e a sua validação é uma das tarefas precípuas do engenheiro
ou arquiteto residente (aquele que esta constantemente na obra).

Exemplo de lista mestra;

Os campos (colunas) mostrados evidenciam as informações atualizadas e dão ao gestor da obra


e aos demais parceiros envolvidos informação única, consolidada e acessível.

Softwares dedicados ao controle do fluxo de trabalho (workflow) podem ser ainda mais eficientes,
ao trazerem maiores ganhos e aumentarem as possibilidades de controle e atuação do gestor.

34
Usando softwares de gerenciamento de projetos
o controle do seu desenvolvimento é igualmente importante, sendo vital para que sejam
atingidos os objetivos de prazo e custo previstos. Para isso elaboramos um cronograma de
atividades

No art. 40, item XIV, alínea “b”, da Lei nº 8.666/1993, é determinada a obrigatoriedade de que
constem do edital da licitação as condições de pagamento da obra ou serviço, prevendo
cronograma de desembolso por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos
financeiros. Refere-se ao cronograma físico-financeiro no Decreto nº 7.983/2013, no seu art. 12

O cronograma é abordado com ênfase no controle do fluxo de recursos financeiros, e não no


controle das atividades da obra. Nesse ponto há falha na legislação

Dentro do campo da construção civil, e do seu gerenciamento e controle, há inúmeras


ferramentas consagradas para a aplicação nessa ação. É comum observarmos a adoção de
cronogramas de barras, gerados por meio de softwares de criação de planilhas eletrônicas para o
controle das atividades da obra.

Infelizmente nenhum controle traz sobre o andamento das atividades, servindo apenas à
visualização instantânea do estágio de desenvolvimento das atividades ou da sua previsão no
tempo.

Assim, um cronograma de atividades elaborado nesse ambiente fornecerá a informação correta


apenas em dois momentos: no início da sua elaboração, coincidindo com o início das atividades
da obra, ou quando atualizado, manualmente, e de forma onerosa, ao longo da execução da
obra.

O controle efetivo das atividades na obra dá-se por meio do método do caminho crítico, ou
método PERT/CPM (Program Evaluation and Review Technique/Critical Path Method). Esse método
prevê o encadeamento das atividades em rede e nós, com pré-requisitos a serem atendidos
para que cada atividade seja realizada. Esses pré-requisitos tanto podem ser a realização inicial
de uma outra atividade (atividade predecessora) quanto a necessidade de compra de um
determinado material ou a contratação de um determinado serviço para que a atividade seja
possível.

Diferente do cronograma físico-financeiro, o cronograma por atividades baseado no método


PERT/CPM promove o efetivo controle da obra, por apresentar as suas atividades por meio do
conceito chamado “Estrutura Analítica do Projeto”, no qual as atividades são apresentadas por
ocorrência e interdependência, não é obrigatório, mas recomendada.

EXEMPLOS: MS Project®, que permite o controle das atividades e dos recursos (mão de obra e
materiais) empregados na obra, adotando o método do caminho crítico. Esse software é
licenciado pela Microsoft®. Outros gratuitos; o ProjectLibre e o GanttProject.

Caminho crítico é “a sequência de atividades que representa o caminho mais longo de um projeto,
que determina a menor duração possível de um projeto”.

35
em vermelho são aquelas que compõem o caminho crítico do encadeamento. São as que não
têm folga na sua execução, ou seja, se há a previsão de um determinado período na execução
de cada tarefa, ao aumentar-se tal período, todo o cronograma é alterado, empurrando-se para
a frente a sua data de fim, atrasando, dessa forma, a conclusão do processo, obra ou serviço.

Com os softwares de gerenciamento de projeto citados, os cronogramas gerados, permitem o


efetivo controle das atividades, pela identificação do seu caminho crítico. Dessa forma, o gestor
do projeto (arquiteto ou engenheiro residente), ou mesmo o fiscal de obra, tem a possibilidade
de identificar quais são as tarefas que potencialmente podem atrasar a obra.

Ao ser atualizado, automaticamente modifica as datas de execução de todas as atividades


interligadas e consequentemente da conclusão da obra. Por isso deve ser exigido pelo gestor
mesmo que não obrigatório.

A importância da assessoria à fiscalização


Essa assessória deve ser feita sempre por um servidor do quadro do órgão, integrante da
Administração Pública, que o acompanhará durante todo o período da sua execução. Essa
prerrogativa está determinada na Lei nº 8.666/1993, no seu art. 67

A mesma abre a possibilidade de contratação de assessoria ao fiscal do contrato para a sua


fiscalização. Essa contratação é permitida, e até mesmo necessária, sempre que o fiscal
administrativo do contrato não detenha o conhecimento técnico necessário para a sua completa
execução.

Ainda que o órgão da Administração Pública conte nos seus quadros com servidores que
também sejam profissionais legalmente habilitados, dada a característica da maioria dos órgãos
da Administração – salvo aqueles que têm como atividade-fim a construção civil ou obras de
infraestrutura viária, é raro que constem dos seus quadros profissionais (engenheiros e
arquitetos) que contemplem todas as disciplinas envolvidas na elaboração de projetos ou da
execução de obras e serviços de engenharia. Isso somente ocorreria se houvesse servidores
habilitados nas áreas de engenharia estrutural, mecânica, elétrica, hidrossanitária etc.

Servidores legalmente habilitados atuando como fiscais de contrato e assessorados por


profissional tecnicamente capacitado só trazem vantagens ao órgão.

No projeto de uma grande obra, edificação ou infraestrutura de obras viárias, muitas são as
disciplinas envolvidas. Cada projeto deve ser feito por um profissional habilitado exclusivo
daquela área. Exemplo para um projeto de instalações elétricas, que deveria ser analisado e
recebido por engenheiro eletricista.

36
A maioria dos órgãos da Administração Pública, porém, não dispõe de tais profissionais, quando
a sua atividade-fim não é a contratação de projetos ou obras.

Nessa situação que é altamente recomendável a contratação de pessoa jurídica com


profissionais legalmente habilitados, com capacidades técnicas específicas e que auxiliarão o
fiscal administrativo do contrato. Essa contratação, longe de ser um gasto a mais para a
Administração, é, na verdade, iniciativa que poderá evitar grandes prejuízos e possibilitará o
recebimento de serviço de melhor qualidade.

Uma das grandes vantagens da contratação de uma assessoria à fiscalização, no caso de uma
obra da construção civil, é o fato de o fiscal do contrato poder contar com representante
PROFISSIONAL RESIDENTE no local da obra em tempo integral.

Com essa assessoria, o profissional contratado teria melhores respostas a dar ao fiscal, que muitas
vezes não teria conhecimento para tal atividade.

Tal contratação deve sempre constar do edital da licitação que contratará a assessoria.

O que o assessor habilitado pode facilitar ao fiscal:

37
A atuação do Fiscal de Obras
4.2.1 A fiscalização da obra (controle de materiais e procedimentos, fiscalização de
atendimento às normas legais etc.)

na Administração Pública o gestor de contrato responde solidariamente pelos danos causados à


Fazenda Pública (arts. 25, 50 e 71 da Lei n° 8.666/1993) ou por atos praticados no exercício das
suas funções (arts. 121 e 122 da Lei nº 8.112/1990).

Todo e qualquer ato do servidor público deve ser motivado e sobre eles responde civil, penal e
administrativamente.

Na fiscalização de um projeto, ou de uma obra, concorrem ainda outras responsabilidades, tais


como a trabalhista ou a previdenciária, além da ético-profissional. A Administração Pública tem
responsabilidade solidária quanto aos encargos previdenciários resultantes da execução do
contrato (BRASIL, 1993, art. 71, § 2º

O fiscal do contrato, sendo também profissional legalmente habilitado na área de engenharia ou


arquitetura, tem responsabilidade ético-profissional extensiva às questões do exercício
profissional, e soma-se ainda a essas a responsabilidade técnica.

Também recaindo sobre ele responsabilidade solidária nos encargos trabalhistas na


eventualidade de esses serem frustrados pela contratada.

dada a condição de formação específica quando da habilitação legal, o profissional certamente


não dominará todos os campos do conhecimento técnico, o que poderá ser suprido com a
contratação do profissional qualificado nas áreas de não atuação do servidor, por meio da
assessoria à fiscalização.

Porém isso não desfaz a responsabilidade do fiscal de contrato

O fiscal de contrato (projetos e obras) que detenha habilitação legal nas áreas específicas –
engenharia ou arquitetura – sobre elas deve responder quanto ao controle das boas práticas
construtivas, amparadas em normativas técnicas, ou ainda em normas legais a elas aplicadas. o
profissional deve ter o controle da qualidade do serviço prestado (ou do objeto recebido),
avaliando, por exemplo, a correta especificação dos materiais empregados em uma obra ou a
correta aplicação de norma técnica balizadora de um projeto.

Ele deve se atentar para que as especificações dadas no projeto estejam de acordo com as
especificações dos materiais aplicados na obra. Muitas vezes, por questão de economia, e em
alguns casos por má-fé, a contratada oferta insumo de qualidade inferior àquele definido no
projeto, iniciativa que, além de ferir a relação contratual estabelecida, pode condenar a
durabilidade ou o desempenho do objeto construído.

E a não observância de uma determinada normativa técnica ou legal pode comprometer


futuramente a contratante, trazendo prejuízos à Administração Pública.
O não atendimento às normativas legais pode acarretar ações judiciais, movidas por aqueles
que presumirem ter seus direitos ofendidos, passíveis de indenizações no caso de condenação
da ré.

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A responsabilidade do gestor de contrato, portanto, não se restringe às questões de ordem
administrativa, estendendo-se às questões de ordem legal e técnica, com responsabilidade
objetiva da Administração Pública.

A troca das especificações: o conceito do “similar-semelhante” e do “similar-equivalente"


Uma das questões mais importantes a serem observadas pelo fiscal de uma obra é a
característica técnica dos materiais empregados na sua execução. Presentes no caderno de
encargos.

Que feitas corretamente definirá os aspectos da sua durabilidade, desempenho, atendimento às


normativas técnicas e boas práticas da construção. Respeitará também o direito autoral e a
responsabilidade técnica do projetista.

a aceitação dos materiais pelo fiscal da obra deve ser feita somente após criteriosa análise, que
traga a certeza do correto atendimento às especificações do projetista.

esses materiais podem apresentar grande qualidade, a partir de marcas consagradas, ou de


técnicas de fabricação certificadas, como podem ter qualidade baixa, a partir de métodos não
normatizados de fabricação, ou mesmo pelo emprego de insumos inadequados. Na construção
civil, notadamente em função do seu baixo avanço tecnológico e especialização, se comparada a
outros campos do conhecimento humano, tais como a medicina ou a informática, é comum
pequenas indústrias, com pouca ou nenhuma qualidade, serem os seus fornecedores.

um dado material, que deveria apresentar uma boa qualidade, garantindo, com isso, a
integridade da obra, poderá ser insumo de baixa qualidade, que terá reflexos imprevisíveis no
seu resultado final. Situações como essa podem ser encontradas tanto em um simples bloco
cerâmico (tijolo) quanto em um complexo sistema de vedação de fachadas por pele de vidro ou
mesmo em um sistema de automação para controle lógico do sistema de ar-condicionado
instalado em uma edificação.

A combinação da boa especificação dada no projeto com a correta execução na obra, com a
observância das especificações técnicas nos materiais empregados – e, consequentemente, do
processo construtivo empregado para a sua aplicação –, não somente trará a garantia à
contratada quanto àquilo que foi contratado, como possibilitará o correto atendimento às
normativas legais ou técnicas, incluindo a normativa de desempenho das edificações da ABNT

o fiscal e a contratada devem ter claro conceito quanto à similaridade dos materiais. Esse critério
de similaridade deve estar precisamente definido no edital de contratação da obra, para que
seja possível a legitimidade na sua cobrança quando da sua execução

A legislação de licitações proíbe a exigência de marcas dos insumos nos editais (BRASIL, 1993,
art. 7º), não impedindo, porém, que essas sejam citadas como referência, sendo necessária, no
entanto, a sua complementação com os termos “ou similar”, “ou equivalente” ou “ou de melhor
qualidade”

Importante- O insumo “similar-semelhante” é aquele de marca diferente daquelas citadas como


referência no edital, que desempenha idêntica função dos insumos daquelas, mas que não
apresenta as mesmas características exigidas no projeto. Embora tal insumo possa ser aceito,

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desde que atenda ao requisito de qualidade técnica e normatização, exigirá aditivo, com
compensação financeira, adequando o valor que será pago ao seu preço (BRASIL, 1992, art. 70,
inciso II). O insumo “similar-equivalente” é aquele de marca diferente daquelas citadas como
referência no edital, que desempenha idêntica função e apresenta as mesmas características
exigidas no projeto. Esse insumo pode ter seu uso autorizado diretamente pelo fiscal da obra, não
exigindo a celebração de termo aditivo ou compensação financeira (BRASIL, 1992, art. 70, inciso I).

Como saber se a marca equivale?

Essa resposta inicialmente deve ser dada pelo critério de similaridade definido no edital da
contratação da obra. Em um segundo momento, deverá ter a sua comparação feita com as
características dos insumos das marcas tomadas como referência e das especificações do projeto.

Os produtos com qualidade reconhecida trazem nas suas especificações uma série de requisitos.
Esses requisitos devem, então, ser também atendidos pelo insumo alternativo. A falta de apenas
um deles definirá o insumo como “similar-semelhante”, com a necessidade das iniciativas de
ajuste do fiscal, já descritas.

Um dos itens que pode ser o definidor de questões controversas é a garantia oferecida pelo fabricante.

Sendo considerada se similar semelhante, um aditivo futuro pela baixa qualidade do material.

Os critérios de medição nas obras (contrato com regime de empreitada por preço global e
contrato com regime de empreitada por preços unitários)
As obras ou os serviços de engenharia contratados pela Administração e executados
indiretamente, ou seja, quando o órgão ou a entidade contrata serviços de terceiros, podem ser
feitos por quatro regimes distintos: empreitada por preço global, empreitada por preço unitário,
tarefa e empreitada integral (BRASIL, 1993)

TAREFA- é destinado àqueles serviços de pequena monta, ajustados por preço certo, com
fornecimento de materiais ou não. Esse regime é indicado, por exemplo, para a contratação da
limpeza de um terreno.

INTEGRAL- é o regime de contratação em que o empreendimento é integralmente contratado,


envolvendo obras, serviços, instalações, licenças, alvarás, treinamento e demais ações até a sua
entrada em operação. Conhecido no mercado da construção civil como turn key (ou, em
tradução livre, “chave na mão”), é um regime em que a contratada fica obrigada a entregar a
obra em condições de pleno funcionamento. Esse regime é utilizado quando o objeto
contratado tem grau de complexidade elevado ou necessite que sua entrega seja feita com
equipamentos específicos instalados e em funcionamento, tais como hospitais, laboratórios ou
fábricas.

PREÇO UNITÁRIO- é aquela em que a contratação da obra ou do serviço dá-se por preço certo de
unidades determinadas. Esse regime de contratação é adotado quando não é possível definir
com precisão a quantidade dos insumos ou dos serviços, devendo estabelecer-se um padrão ou
uma unidade de medida para fins de aferição, sendo o seu recebimento feito pelo fiscal por
meio de uma “contagem”. pode ser contada pelo número de visitas, permitindo, assim, o regime
de empreitada por preços unitários. não é recomendada para contratações mais complexas

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PREÇO GLOBAL- Mais adequada as grandes obras onde, deve ser adotada quando se pode
definir o projeto com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem
executados. Casos de valor fixo contando desde a limpeza do terreno a entrega do objeto. Deve
ter projeto claro para que não haja necessidade do fiscal estar sempre na obra. O critério de
medição, para esse regime, será pelo percentual de cada serviço integrante das sub etapas,
etapas e parcelas, e que formarão o preço da fase, devendo tal critério estar claramente previsto
no edital.

deve-se ter o cuidado de, adotando-se o de preço global, não tornar a sua medição tão criteriosa
a ponto de esse assemelhar-se ao regime do preço unitário

Os aditivos de obra: o que deve ser observado?


O que diz o Acórdão nº 1.977/2013 – TCU – Plenário

como regra geral, mas sempre de modo justificado, admite-se aditivo em contratos regidos por
qualquer regime de execução contratual, haja vista que a Lei 8.666/1993 não fez nenhuma
distinção ou ressalva sobre o assunto

Os aditivos devem respeitar os limites indicados no parágrafo 1º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993.


Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes
casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de
fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de
obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do


contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis,
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.
MAS Quando constatados, após a assinatura do contrato, erros ou omissões no orçamento
relativos a pequenas variações quantitativas nos serviços contratados, em regra, pelo fato de o
objeto ter sido contratado por “preço certo e total”, não se mostra adequada a prolação de
aditivo,

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A celebração do termo aditivo somente é possível se for mantido o desconto original
ofertado sobre o orçamento-base da Administração pela vencedora da licitação, e se o resultado
da licitação não seja alterado caso os novos quantitativos fossem aplicados às demais propostas
do certame licitatório

As reduções ou supressões de quantitativos devem ser consideradas de forma isolada, ou


seja, o conjunto de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o
valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses conjuntos, individualmente e sem
nenhum tipo de compensação entre eles, os limites de alteração estabelecidos no dispositivo

Exemplo- um contrato cujo valor original é R$ 100.000,00 e que teve supressões de 40% e
acréscimos de 25% (limite máximo permitido, em se tratado de uma obra). Embora o limite de
25% para acréscimo seja calculado sobre o valor original do contrato (R$ 100.000,00), o que
totaliza R$ 25.000,00, o novo valor do contrato não resulta em R$ 125.000,00, e sim em R$
85.000,00, pois o acréscimo será computado somente após a supressão pretendida.

O uso da curva ABC como ferramenta de análise para a concessão de aditivos de


obras de edificações
É de entendimento pacificado pelo TCU que a concessão de aditivos por alteração de
quantitativos nas obras da construção civil seja precedida pela análise da sua pertinência
amparada no uso do método da curva ABC.

Curva ABC - baseia-se no Princípio de Pareto, economista italiano do século XIX que observou
que havia uma distribuição desigual da riqueza da Itália, em que 80% dessa riqueza estava nas
mãos de apenas 20% da população. Também chamado de Princípio 80/20, sintetiza a ocorrência
de um determinado fator frente ao seu universo de amostras. o método observou que 80% de
um dado problema é causado por apenas 20% de fatores. Atacando-se esse pequeno universo,
resolve-se grande parte das consequências.

Segundo Carvalho (2002), a curva ABC é um método de classificação de informações, para que
se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor
número66. O mesmo princípio pode ser aplicado às planilhas orçamentárias de obras, nas quais,
teoricamente, 20% dos serviços são responsáveis por 80% dos custos da obra.

os itens mais relevantes do orçamento tendem a seguir a regra de Pareto: 20% dos serviços (ou
insumos) correspondem a 80% dos custos. Por isso, o método também é conhecido como
“Curva 80-20”. Como se extrai de dezenas de julgados do TCU, as equipes de fiscalização, como
técnica de auditoria, em vez de avaliar toda a gama de serviços e insumos contratados,
concentram seus esforços em 20% dos itens mais relevantes da empreitada (CAMPELO;
CAVALCANTE, 2014

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Dessa forma, a solicitação de aditivos por imprecisão de quantitativos pela contratada (por erro
de quantitativos na planilha orçamentária) somente será admitida para subestimativas ou
superestimavas relevantes, assim consideradas aquelas imprecisões que ultrapassarem a
margem de tolerância de 10% para cada item do orçamento que esteja situado na faixa A da
metodologia ABC.

Faixa A -a lista de serviços ordenados de forma decrescente de valor, do maior para o menor,
que, somados, representem 50% do valor total da obra, conforme orientações do TCU

Abc se aplica também no jogo de planilha, que é a ocorrência de alterações quantitativas na


planilha contratual, modificando o equilíbrio económico-financeiro do contrato em desfavor da
Administração, com perda do desconto original

é a prática que consiste em oferecer o menor preço global na licitação, com a expectativa de futuros
aditivos. Dessa forma, a licitante percebe que há, no orçamento de referência da Administração, itens
com quantitativos subestimados e superestimados, deixando de fazer o devido alerta e
questionamento à comissão de licitação, e, assim, oferta valores maiores para os itens subestimados
e valores menores para os itens superestimados. Superestimar é dar valor exagerado
A curva ABC, nesse caso, elaborada quando da análise da proposição do aditivo, pode detectar
itens que venham a sofrer alteração de faixa (comparada ao resultado da curva ABC do orçamento
de referência da Administração elaborada previamente à licitação). Item que estivesse
originalmente na faixa C, antes da proposição do aditivo, que passou à faixa A após a sua
proposição, configurará a possibilidade da ocorrência do jogo de planilha e deve ser tratado com
cautela.

Acompanhando e recebendo a obra: a gestão de documentos


4.4.1 A apresentação da documentação técnica da obra: o Projeto Executivo

a Lei nº 8.666/93 não atribui ao Projeto Executivo a mesma obrigatoriedade com que trata o
Projeto Básico [para a licitação], tanto que admite, possa ser deixada a sua elaboração a cargo
da contratada, no curso da execução do contrato. Vale dizer que a Administração está obrigada
a elaborar o Projeto Básico para instaurar a licitação ou para contratar diretamente obra ou
serviço, mas não está obrigada a elaborar o respectivo Projeto Executivo

é possível inferir que esse não representa nada mais do que uma mera complementação do
Projeto Básico, possível de ser feita para o esclarecimento, em nível de detalhe técnico peculiar
para algum elemento daquele Projeto Básico para o qual ainda reste pequena dúvida. Por essa
razão há a possibilidade de que o Projeto Executivo seja “desenvolvido” concomitantemente à
obra.

No âmbito em grande parte dos processos licitatórios, os Projetos Básicos apresentados são
elementos deficientes, com informações incompletas e com grande falta de definições técnicas,
muito embora a determinação da Lei das Licitações é de que o Projeto Básico é: conjunto de
elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas

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indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação
do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução

Essa deficiência se da por: incapacidade técnica da licitante, o desconhecimento ou a pouca


qualificação técnica dos integrantes da comissão de licitação dentro do tema específico, o exíguo
prazo do processo licitatório e, por fim, a crença de que, no Projeto Executivo, o processo será
completado, pela construtora, quando da execução da obra ou do serviço. Essa situação
desvaloriza o trabalho do projetista, remetendo à ideia de que as eventuais falhas de projeto
serão resolvidas pela construtora

É importante lembrar que o Projeto Executivo concomitante à obra não pode alterar a intenção
conceitual do Projeto Básico, o que, em última análise, poderia ferir o direito autoral do
projetista, podendo também trazer responsabilização ao gestor do contrato. Lembra-se também
de que o Projeto Executivo desenvolvido no momento da execução da obra deve vir
acompanhado de ART (sistema Confea/Crea) ou de RRT (CAU/BR).

Ainda que tal exigência esteja refletida inclusive na planilha orçamentária, com destaque de item
específico para Projetos Executivos, com valor significativo, boa parte das contratadas prefere
seguir o método errado, com a solução apressada, por meio das definições do profissional
residente, ou o que é pior, do mestre de obras, no momento da execução.

Para evitar tais situações:

- Correta escolha da modalidade e do tipo de licitação para as licitações de contratação de


projetos. Certamente, a modalidade pregão, do tipo menor preço, não é a adequada.

- Contínua qualificação dos servidores que atuam na área, integrantes das comissões de licitação
que contratarão serviços de projeto.

- Inclusão, nos quadros de servidores, de profissionais com habilitação legal nas áreas de
arquitetura e engenharia.

- Licitação para a execução das obras somente a partir de um Projeto Executivo, alinhando-se às
orientações dos conselhos profissionais. O que esta sendo discutido no congresso nacional.

A apresentação dos documentos de registro da obra: o projeto em as built, ou “como


construído”
Na execução de uma obra da construção civil, seja ela uma edificação, seja obra viária ou obra
de infraestrutura, é situação comum, quando da sua execução, a alteração de partes do projeto
ou a sua complementação. No primeiro caso, as razões mais comuns são situações imprevistas
que requeiram a troca da solução definida pelo projetista. Como exemplo, pode-se citar a
identificação de rocha no subsolo de uma escavação para fundações, obrigando a troca do seu
tipo.

Em outros casos, pode-se citar a alteração na legislação e nas normativas técnicas que exijam a
modificação de partes do projeto no momento da execução da obra. As complementações
ocorrem quando o Projeto Básico não traz nível de informações suficientes para uma

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determinada instalação, por conta da sua tecnologia ou do modelo de equipamentos que serão
adotados na obra e definidos somente no momento da compra.

É situação comum quando são definidos os modelos dos equipamentos de um sistema de


condicionamento de ar do tipo VRF, de acordo com a marca escolhida pela contratada, em que
cada uma tem a sua especificidade. Nessas situações a instaladora fornecerá o Projeto Executivo
baseado na marca específica, com a sua forma de arranjo, sua tecnologia e seus pré-requisitos.

Início de destaque.

Como se pode perceber, esses são casos especiais em que não há como elaborar o Projeto Executivo
previamente à obra, por uma simples razão: o impedimento legal de especificação de marcas no
momento da licitação, para que o procedimento não resulte em restrição à competitividade no certame
licitatório. Na esfera pública, portanto, salvo se houver alterações nesse quesito legal, o Projeto
Executivo continuará sendo uma prática comum no decorrer da obra.

Há de se ter em mente, no entanto, que o Projeto Executivo concomitante à obra é instrumento


para avaliação de alternativa específica e instrumento de tomada de decisão quando da
necessidade de esclarecimento de dúvida técnica. Por essa razão, a sua elaboração deve ser
feita com razoável antecedência ao prazo previsto para a execução do seu objeto. Assim, essa
iniciativa deve ser feita em momento tal que permita a sua confortável finalização, o
encaminhamento ao fiscal e a sua análise e avaliação antes mesmo da programação do serviço
de que trata o referido projeto.

O que se vê na prática, porém, é situação bem diferente. No ímpeto de executar os serviços,


muitas vezes a contratada idealiza a solução com algum registro em nível de Projeto Executivo,
entregando-o no final da obra na condição de "as built". Essa prática, nociva ao andamento do
processo, tem duas consequências não aceitáveis: prescinde-se da boa elaboração – e em
momento oportuno – do Projeto Executivo, como instrumento da boa prática de construção, e
define-o como "as built" em momento extemporâneo, com os prejuízos daí advindos.

Início de destaque importante.

A possibilidade legal de elaboração de Projeto Executivo no curso do contrato não deve ser
utilizada como pretexto para elaboração aligeirada do Projeto Básico, como, infelizmente, tem
sido. Tal atitude dá azo a que, no lugar de Projetos Executivos – idealmente, elaborados antes da
execução –, sejam elaborados projetos do tipo as built (como construído), ou seja, projetos que
visam a justificar impropriedades que, por falta de projetos prévios, claros e precisos, se
perpetraram na execução e se incorporaram ao objeto realizado, sem planejamento,
especificações e custos adequados (PEREIRA JR., 2012, p. 168-169).

O registro da execução da obra em nível de "as built", ou projeto as built, como é conhecido, tem
a função de registrar a modificação sofrida pelo objeto construído no momento da sua
execução. Por essa razão, o registro deve ser feito tão logo a modificação se efetive, por meio de
levantamento fotográfico, croquis, esquemas gráficos etc., sempre com o acompanhamento do
executor (mestre de obras ou instaladora) e sob a supervisão e a responsabilidade do
profissional residente da obra, engenheiro ou arquiteto.

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Dada a sequência da obra, com um grande número de atividades por determinado período de
tempo, é temerário confiar na memória do executor para que se registre de forma definitiva a
alteração, posteriormente à sua execução, ainda que se arquivem levantamentos fotográficos ou
croquis e esquemas gráficos.

Por essa razão, o registro em "as built" deve ser feito ao longo de todo o período da obra, para
cada uma das atividades, desde a primeira movimentação de terra, desde que haja, logicamente,
alterações em relação ao que fora previsto no projeto. O registro em "as built", então, nada mais
é do que um processo normal de geração de documentação durante a obra, para o qual deve
ser dada a mesma atenção que tem o controle da documentação de projeto. Instrumentos para
esse controle já foram descritos no tópico 4.1.2 deste módulo.

Adotando-se tal prática, o profissional residente consegue ter o controle total das alterações, em
tempo real, sem depender da (falível) memória do mestre de obras, da instaladora ou mesmo da
sua, e chegará ao final da obra com a fiel documentação de registro das alterações. Essa
documentação, somada ao necessário Manual de Uso e Operação, cuja apresentação é
obrigatória pelo executor, conforme determina a ABNT NBR 14037:2014 para o caso de
edificações, garante a completa e confiável fonte de consultas futuras para o usuário quando
das necessárias manutenções ao longo da vida útil da edificação.

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