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Daniel Nascimento Santos

EXERCÍCIOS: Ponto 11 - A Importância da Anotação de


Responsabilidade Técnica (ART) para o engenheiro e
empresas de engenharia / Ponto 12 - Noções das Provas
no Processo Judicial e a Importância da Perícia da
Engenharia. / Ponto 13 - Noções sobre licenciamento
ambiental para engenheiros e empresas de engenharia. /
Ponto 14 - A importância do Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(SINMETRO) para engenheiros e empresas de engenharia

Exercícios para obtenção de nota na disci-


plina Aspectos Legais e Éticos da Engenahria.
Professor: Hebert Barbosa Carneiro.

Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)


Centro Tecnológico (CT)
Departamento de Engenharia de Produção (DEP)

Vitória, ES
11 de julho de 2023
Centro
Tecnológico

1 EXERCÍCIOS

1.1 Ponto 11 - A Importância da Anotação de Responsabilidade


Técnica (ART) para o engenheiro e empresas de engenharia
1- Como você futuro engenheiro estabeleceria uma política de qualidade
de acordo com a ISO 9001:2015 para sua empresa?
2- Considerando a importância do uso racional de energia (eficiência
energética) como você futuro engenheiro atenderia aos preceitos da lei nº 10295
e o decreto nº 9864/2019?
3- Como você futuro engenheiro elevaria o nível do seu gerenciamento
de obras/serviços?
4- Os engenheiros-projetistas devem estabelecer e indicar nos respectivos
memoriais e desenhos a Vida Útil de Projeto (VUP) especificando materiais,
produtos e processos.Quais os cuidados que devem tomar?
RESPOSTAS
1 - A ISO 9001:2015 é, de forma simplificada, uma norma reconhecida interna-
cionalmente que foi criada para certificar o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e
determinar quais são os requisitos para a implementação desse sistema em uma empresa
(CAVALCANTI, 2020). E também é importante destacar que qualquer empresa, pública
ou privada, pode conseguir essa certificação, independente do produto e/ou serviço que
fornece. Em suma, podemos enumerar em oito passos o processo para implementar a ISO
9001:2015, sendo eles:
1. Determine o processo de implementação correto para o seu negócio: Visitas
presenciais à empresa, compartilhamento de consultoria, dúvidas por email e software de
gestão.
2. Olhar para o ISO 9001:2015 e minha empresa: Fazendo uma avaliação interna
pode ser que você descubra que já cumpre vários requisitos da certificação, podendo assim
atacar de forma mais direcionada os pontos faltantes.
3. Estabeleça um comitê de implementação: Não só uma pessoa específica que

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possui amplo conhecimento dos processos e funcionamento da empresa, como outros cola-
boradores que apoiarão no processo. Preferencialmente colaboradores que possam tomar
decisões sem contestação por outros funcionários.
4. Diagnóstico e planejamento: Com o diagnóstico realizado e os pontos de melhoria
determinados, o comitê também alinhará quais são os processos de implantação, quais os
responsáveis e os prazos.
5. Leve a ISO 9001:2015 para toda a empresa: Apresentar a ISO 9001:2015 e
explicar como será realizado o projeto de implantação, criar uma identidade para o projeto,
emitir comunicados com as atualizações do projeto e realizar treinamentos sobre o assunto
com os colaboradores.
6. Implemente os requisitos da norma: Já entrar nesse projeto com visão de curto,
médio e longo prazo, pois a implementação pode demorar mais que o imaginado.
7. Realize uma auditoria interna: Esse e o momento da auditoria interna, em que seu
comite de implementacao buscara confirmar que todos os processos foram implementados
com sucesso ou entao quais falhas ocorreram no processo.
8. Conquistar a certificacao com uma auditoria: Se a sua empresa deseja ter essa
comprovacao, e necessario contratar um orgao certificador, que tenha a possibilidade de
realizar a auditoria oficial. Mas atencao: essa comprovacao possui um prazo de validade,
portanto, e necessario realizar um monitoramento constante das praticas.
2 - O racionamento de energia ocorrido em 2001 foi um evento significativo que
levou à promulgação da Lei nº 10.295, conhecida como lei de eficiência energética. Essa
legislação estabelece a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia.
A referida lei foi regulamentada pelo Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de 2001,
que determinou a necessidade de estabelecer parâmetros de referência para a eficiência
energética em edificações, incluindo "indicadores técnicos e regulamentação específica", a
fim de estabelecer a obrigatoriedade dos níveis de eficiência no país. Considerando essa
contextualização, como futuro engenheiro, uma das medidas que pretendo adotar é o
uso exclusivo de equipamentos elétricos certificados pelo INMETRO, que atendam aos
requisitos mínimos de eficiência energética estabelecidos por lei e que apresentem o máximo
de consumo permitido.
3 - Para elevar o nivel do gerenciamento de obras/servicos, algumas medidas podem
ser tomadas, como:
• Organizacao geral do canteiro: A organizacao geral do canteiro deve ser feita

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para facilitar a execucao da obra e reduzir os desperdicios no dia a dia, tanto de material
quanto de tempo.
• Distribua funcoes de forma racional: Embora os membros de uma equipe tenham
formacoes em diferentes niveis, ha situacoes que pedem a atencao de todos para eficacia
do gerenciamento de obras. Por isso, e essencial todos tenham consciencia a respeito da
importancia de fiscalizacao dos procedimentos realizados por todos os membros da equipe.
• Estabeleca metas menores: Pequenas metas sao importantes para observar a
capa- cidade produtiva dos individuos e tambem para fazer com que a equipe se sinta
motivada. Porem, para o sucesso do gerenciamento de obras, evite que o canteiro vire uma
gincana competitiva.
• Faca a coordenacao individual de cada profissional: Separe um tempo para
circular pelo canteiro com o proposito exclusivo de orientar os profissionais. E preciso que
isso seja feito da forma correta para nao parecer uma simples fiscalizacao, pois isso pode
distrair e desestabilizar os trabalhadores.
• Disponibilize canais de comunicacao ageis: Alem de deixar claro para cada
membro da equipe a quem reportar cada tipo de situacao, disponibilize canais ageis de
comunicacao.
• Treine a equipe em tecnologia: Por mais que quase todo mundo hoje saiba
utilizar dispositivos moveis, para garantir a qualidade do gerenciamento de obras, nao
basta entregar um equipamento nas maos de um funcionario e esperar que ele descubra
todas as suas possibilidades sozinho. E preciso que se tire um tempo para a demonstracao
de funcionalidades.
4 - A NBR 15575 (ABNT, 2013) define Vida Util de Projeto (VUP) como o periodo
esti- mado de tempo para o qual um sistema e projetado, a fim de atender aos requisitos
de desempenho estabelecidos nesta norma, considerando o atendimento aos requisitos das
normas aplicaveis, o estagio do conhecimento no momento do projeto e supondo o cumpri-
mento dos procedimentos especificados nos Manuais de Uso, Operacao e Manutencao do
empreendimento.
Cabe ao proprietario e/ou incorporador e ao projetista a definicao da VUP de
cada elemento, devendo esta ser adotada na fase de concepcao do projeto, de forma que
abranja todo o processo de producao do bem. Em sua escolha, devem ser considerados
criterios como o custo inicial do elemento, o custo de reparo e sua facilidade de substituicao,
para obter a melhor relacao custo-beneficio.O estabelecimento da VUP minima contribui

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para nao serem colocados no mercado edificacoes com uma durabilidade inadequada, que
comprometa o valor do bem e a prejudicar o usuario.
Alem disso, conforme o Art. 39, VII do Codigo do Consumidor, o consumidor e
protegido por lei, com relacao as informacoes depreciativas do que o mesmo adquiriu
(LEI8078, 1990): Art. 39. E vedado ao fornecedor de produtos ou servicos, dentre outras
praticas abusivas: (Redacao dada pela Lei no 8.884, de 11.6.1994)
VII - repassar informacao depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor
no exercicio de seus direitos;

1.2 Ponto 12 - Noções das Provas no Processo Judicial e a Impor-


tância da Perícia da Engenharia.
1 - Como o Engenheiro – Perito comprovará sua especialidade na matéria
sobre a qual deverá opinar?
2 - Caso o Engenheiro – Perito preste informações inverídicas, como o
juiz deverá proceder com relação ao CREA?
3 - A perícia pode consistir em: exame, vistoria ou avaliação. De exemplos
nos três tipos referidos em obras ou serviços de engenharia.
4 - Podem existir conciliadores e juízes leigos, que são auxiliares da
justiça. Como são escolhidos?
RESPOSTAS
1 - A experiencia, especializacao de um perito, se comprova atraves do acervo tecnico.
E os acervos, segundo a doutrina, representam uma configuracao de bens intangiveis; sao
os documentos que comprovam toda a experiencia adquirida por um perito ao longo
do exercicio da sua atividade. Visam, entre varios fatores, demonstrar a realidade da
experiencia e da formacao cientifica do profissional. Ressaltamos que o acervo tecnico
refere-se sempre as atividades ja realizadas e que estejam discriminadas com as respectivas
caracteristicas cientificas e tecnicas. Um relatorio do acervo tecnico deve conter os trabalhos
realizados, producao de laudos, pareceres, livros e artigos cientificos e outros materiais,
servicos contratados pela justica ou por litigantes. O acervo tecnico contempla tambem os
programas de educacao continuada e o dominio de tecnologia de ponta ou conhecimentos
avancados sobre as metricas contabeis. Os acervos tecnicos estao entre os ativos mais
importantes de um perito, por serem fundamentais no exercicio do seu labor.

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2 - A apresentacao de acervo tecnico com conteudo falso e motivo suficiente para a


declaracao de inidoneidade de um perito, uma vez que o conteudo falso caracteriza uma
ilicitude, ou quica, o enquadramento no tipo penal contido no art. 299 do Codigo Penal:
“falsidade ideologica”.
O Art. 158 do Codigo de Processo Civil, descreve bem tambem o que deve acontecer
nessa situacao:
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informacoes inveridicas respondera
pelos prejuizos que causar a parte e ficara inabilitado para atuar em outras pericias no
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sancoes previstas em lei,
devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo orgao de classe para adocao das medidas
que entender cabiveis.
3 - Segundo o Art. 464 do Novo CPC trata exatamente desses pontos. Art. 464. A
prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliacao (ART464, 2015). O exame consiste
na observacao e analise de pessoas e objetos para obter as informacoes desejadas; a vistoria
e a analise que tem por objeto bens imoveis; e a avaliacao visa atribuir ao bem o seu valor
de mercado. Assim, um exemplo seriam as vistorias preventivas de predios adjacentes,
quando um construtor ou proprietario inicia uma obra proximo de um predio, o que pode
ocorrer apos o inicio da obra, para apresentar o dano real ao seu patrimonio. A vistoria
determina se o predio foi danificado por obras adjacentes, o exame identifica se o predio
foi avariado pela obra adjacente e a avaliacao verificara o valor que o proprietario do novo
predio deve indenizar ao vizinho danificado.
4 - Os conciliadores e juízes leigos são profissionais que atuam como auxiliares da
justiça em determinados processos, contribuindo para a resolução de conflitos de forma
mais ágil e menos formal. A forma de seleção e escolha desses profissionais pode variar
de acordo com a legislação de cada país ou sistema jurídico. Vou explicar brevemente
como ocorre no contexto do Brasil: No Brasil, a escolha dos conciliadores e juízes leigos é
regulamentada pela Lei nº 9.099/1995, que estabelece normas para os Juizados Especiais
Cíveis e Criminais. Essa lei prevê que os conciliadores e juízes leigos sejam selecionados de
acordo com critérios estabelecidos pelos Tribunais de Justiça de cada estado. Geralmente,
o processo seletivo inclui a abertura de editais públicos para inscrição de candidatos
interessados. Os requisitos para participar desses concursos podem envolver critérios
como formação acadêmica, experiência profissional, conhecimento jurídico, entre outros.
A seleção dos candidatos pode incluir etapas como provas objetivas, análise curricular e
entrevistas. Uma vez selecionados, os conciliadores e juízes leigos passam por treinamentos

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e capacitações oferecidos pelos tribunais, com o objetivo de aprimorar suas habilidades


de mediação, conciliação e julgamento, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela
legislação e pelo Poder Judiciário. É importante ressaltar que a atuação dos conciliadores
e juízes leigos é supervisionada por um juiz de direito, que é o responsável final pelas
decisões proferidas no processo. Os conciliadores e juízes leigos desempenham um papel
relevante no auxílio à solução de conflitos, contribuindo para a celeridade e eficiência
da justiça, mas suas decisões não têm o mesmo caráter vinculante que as de um juiz de
direito.

1.3 Ponto 13 - Noções sobre licenciamento ambiental para enge-


nheiros e empresas de engenharia.
1 - Qual a diferença entre o EIA( estudo de impacto ambiental) e o
RIMA (relatório de impacto ambiental)?
2 - Qual a importância do princípio do poluidor pagador?
3 - Qual a importância do princípio da prevenção (ou precaução)?
4 - Qual a importância da licencia ambiental simplificada (LAS) para as
empresas de engenharia?
RESPOSTAS
1 - O EIA e responsavel por dizer a respeito da coleta de material, analise, biblio-
grafia (textos), bem como estudo das provaveis consequencias ambientais que podem ser
causados pela obra. Este estudo tem por finalidade analisar os impactos causados pela
obra, propondo condicoes para sua implantacao e qual o procedimento que devera ser
adotado para sua construcao. O RIMA e um relatorio conclusivo que traduz os termos
tecnicos para esclarecimento, analisando o Impacto Ambiental. Este relatorio e responsavel
pelos levantamentos e conclusoes, devendo o orgao publico licenciador analisar o relatorio
observando as condicoes do empreendimento.
2 - Conforme o Art. 255, paragrafo terceiro da Constituicao da Republica, todos
tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (ART225, 1988):
Art. 225. Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Publico e
a coletividade o dever de defende-lo e preserva- lo para as presentes e futuras geracoes.

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§ 3o As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarao os


infratores, pessoas fisicas ou juridicas, a sancoes penais e administrativas, independente-
mente da obrigacao de reparar os danos causados. Para garantir esse direito, os Arts. 4 e
14 da Lei 6938/81 traz ao poluidor a obrigacao de, independentemente da existencia de
culpa, indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por
sua atividade. Pelo Principio do Poluidor-Pagador e cobrado dos poluidores todos os danos
causados ao meio ambiente, com o fim de manter os padroes de qualidade desejados. O
objetivo e a prevencao e a precaucao em relacao ao dano ambiental. No entanto, ocorrida
a degradacao e a poluicao, cabe ao poluidor pagar tal reparacao. Nao se deve inferir do
enunciado do principio que paga-se para poluir, pois o poluidor deve nao so pagar, mas
reparar o dano. Este principio estabelece a responsabilidade civil objetiva, privilegia a
obrigacao especifica e permite a solidariedade dos responsaveis pelo dano ambiental.
3 - O principio da prevencao indica estrategias para lidar com as consequencias
danosas de certas atividades para o meio ambiente, consideradas conhecidas, isto e,
antecipaveis. Por serem consideradas antecipaveis, essas consequencias sao tidas passiveis
de serem evitadas ou terem seus efeitos mitigados por meio de decisoes. O principio da
precaucao, no que lhe concerne, indica estrategias para lidar com a incerteza decorrente da
impossibilidade de se antecipar as consequencias de uma atividade humana. Pode-se afirmar,
assim, que a distincao prevencao/precaucao baseia-se na distincao certeza/incerteza em
relacao as consequencias de uma dada atividade para o meio ambiente, a partir da qual
sao oferecidas estrategias juridicas, no sistema juridico e na sociedade, para o tratamento
do risco.
4 - O Licenciamento Ambiental Simplificado e uma modalidade do Licenciamento
Ambiental aplicado para empreendimentos ou atividades de pequeno porte e baixo potencial
poluidor degradador. Esse processo e caracterizado por ser feito em uma unica etapa, em
que compreende a Licenca Previa, Licenca de Instalacao e Licenca de Operacao. A licenca
ambiental e um instrumento de gestao publica das condicoes de vida locais e globais. A
exigencia da licenca ambiental para empresas e a forma de garantir que as boas praticas
de gestao ambiental sejam disseminadas, evitando desperdicio de recursos naturais, danos
ao meio ambiente e as populacoes. A empresa, no que lhe concerne, tem suas vantagens
especificas ao apresentar a licenca ambiental, como a possibilidade de obter creditos e
linhas de financiamento, alem de reducao de custos e aumento da competitividade. O
grande beneficio, porem, consiste na perenidade do planeta, da civilizacao humana e de
todas as formas de vida que aqui habitam.

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1.4 Ponto 14 - A importância do Sistema Nacional de Metrolo-


gia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO) para
engenheiros e empresas de engenharia
1 - Qual a importância da ABNT para a engenharia?
2 - Como são elaboradas as Normas Técnicas da engenharia?
3 - Quando o Brasil pode adotar Normas Técnicas de engenharia estran-
geiras?
RESPOSTAS
1 - A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desempenha um papel
fundamental na engenharia. A ABNT é o órgão responsável pela elaboração e atualização
das normas técnicas no Brasil. As normas técnicas estabelecidas pela ABNT fornecem
diretrizes, critérios e especificações para a realização de projetos, execução de obras,
produção de materiais, entre outros aspectos relacionados à engenharia. A adoção das
normas da ABNT pelos engenheiros e empresas de engenharia é essencial, pois elas
garantem a padronização, a segurança, a qualidade e a interoperabilidade dos produtos,
serviços e processos no campo da engenharia. Ao seguir as normas técnicas, os profissionais
e empresas podem assegurar que seus projetos e produtos estejam em conformidade com
os padrões estabelecidos, o que contribui para a segurança dos usuários e para o bom
funcionamento das estruturas e sistemas.
2 - As Normas Técnicas da engenharia são elaboradas de forma técnica e criteriosa,
envolvendo a participação de especialistas, profissionais da área e representantes de setores
envolvidos. O processo de elaboração de uma norma técnica pode incluir as seguintes
etapas:
a) Identificação da necessidade: É identificada a necessidade de estabelecer uma
norma técnica para abordar uma determinada área, processo ou produto na engenharia.
b) Comissões de estudo: São formadas comissões de estudo compostas por especia-
listas e profissionais que possuam conhecimentos relevantes sobre o tema abordado pela
norma. Essas comissões realizam estudos, pesquisas e debates para chegar a um consenso
sobre os requisitos e diretrizes a serem estabelecidos.
c) Elaboração do projeto: Com base nos estudos e discussões realizadas, é elaborado
o projeto de norma técnica, que contém os requisitos, critérios e especificações a serem

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seguidos.
d) Consulta pública: O projeto de norma técnica é submetido a uma consulta
pública, na qual empresas, profissionais e demais interessados podem enviar contribuições,
sugestões e críticas para aprimorar o documento.
e) Análise das contribuições: As contribuições recebidas durante a consulta pública
são analisadas pela comissão responsável pela norma. Alterações e ajustes podem ser
realizados no projeto original com base nas contribuições recebidas.
f) Aprovação e publicação: Após a análise das contribuições e possíveis ajustes, o
projeto de norma técnica é aprovado e publicado como norma técnica oficial.
3 - Tanto a ISO (International Organization for Standardisation) quanto a IEC
(International Electrotechnical Commission) são reconhecidas como organismos internacio-
nais de normalização pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Consequentemente,
as normas internacionais publicadas por essas entidades são utilizadas como referências
técnicas para o comércio internacional. O Brasil, como signatário do Acordo de Barreiras
Técnicas ao Comércio da OMC, está implementando boas práticas de regulamentação
técnica, assim como os demais signatários, por meio de documentos de atendimento
obrigatório, a fim de cumprir as cláusulas do referido Acordo.
Dessa forma, os órgãos regulamentadores brasileiros, assim como os estrangeiros,
estão cada vez mais recorrendo às normas internacionais na elaboração de seus regulamentos.
Isso pode ocorrer por meio da adoção integral das normas, por referência a elas ou pela
adoção de partes específicas.
Em certas circunstâncias, o Brasil pode adotar Normas Técnicas de engenharia
estrangeiras. Geralmente, isso ocorre quando não existe uma norma brasileira equivalente
ou quando há a necessidade de harmonização com padrões internacionais. O processo
de adoção de uma norma técnica estrangeira envolve uma avaliação e estudo realizados
pelos órgãos competentes, como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), a fim de verificar
a adequação da norma às necessidades e realidades do país. É crucial considerar aspectos
como a compatibilidade com a legislação nacional, os requisitos técnicos e a viabilidade de
aplicação da norma no contexto brasileiro. A adoção de normas técnicas estrangeiras deve
ser feita de maneira criteriosa, levando em conta as particularidades e especificidades do
mercado e da engenharia nacional. Isso é essencial para garantir a qualidade, segurança e
adequação dos produtos, serviços e processos aos requisitos estabelecidos.

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