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1 - Resumo
Nos últimos dez anos, vimos crescer de forma assustadora, o número de edifícios
comerciais considerados como alto padrão nas grandes capitais do país, e ao
mesmo tempo, observamos a grande evolução tecnológica em suas instalações
prediais.
O enxugamento de nossos quadros operacionais e o crescimento da automação
predial, a competitividade no mercado imobiliário que trouxe à tona a preocupação
com os custos operacionais e o fortalecimento do processo de terceirização na
prestação de serviços, e finalmente, a crise energética que ainda assombra este
país, foram sem dúvidas, os grandes impulsionadores para que esta evolução
ocorresse.
Com tudo isto, o gestor de manutenção predial também precisou atualizar-se,
através de técnicas de gestão de pessoas e conflitos, do conhecimento e aplicação
da atividade preditiva na área predial e da busca por indicadores de qualidade e
avaliação para serviços e fornecedores.
Objetivamos com este trabalho, apresentar-lhes alguns conceitos sobre
indicadores de manutenção, aplicáveis à gestão predial, suas respectivas
importâncias no processo e como podem ser obtidos com o auxílio de algumas
ferramentas.
2 - Introdução
Backlog:
Backlog é o tempo que a equipe de manutenção deverá trabalhar para executar os
serviços pendentes, supondo que não cheguem novos pedidos ou Ordens de
Serviço durante a execução dessas pendências. Sob o ponto de vista da Teoria
das Filas, é o tempo que os pedidos de manutenção aguardam na fila, para
atendimento, ou seja, considerando a equipe de manutenção como uma estação
de Serviços e as Ordens de Serviço em uma fila de espera, o backlog será obtido
a partir da relação entre a taxa de chegada e a taxa de atendimento.
Como o estudo do backlog trata de pendências para atendimento dos serviços
solicitados, torna-se necessário escolher a unidade de tempo para sua medição.
Não existe uma unidade fixada como padrão para os relatórios de backlog,
cabendo ao Gerente de Manutenção a escolha do padrão a utilizar para a área sob
sua responsabilidade, todavia a unidade mais comum encontrada é o “dia”.
O backlog é calculado por equipes, ou seja, grupos de pessoas que desempenham
um determinado tipo de atividade. O detalhamento das equipes consideradas para
o cálculo deste índice depende do nível de informação existente nos arquivos, ou
seja, se os homens horas são calculados de forma global, o backlog obviamente
não poderá ser calculado ao nível de funções.
A montagem da planilha de backlog é feita somando-se ao total de homens horas
existentes no dia anterior os valores de homens horas estimados das Ordens de
Serviço abertas no dia e subtraindo-se os homens horas das Ordens de Serviço
executadas. O resultado desta operação é então dividido pelos homens horas
médios produtivos do período considerado (normalmente o mês) – Figura 2.
O valor a ser subtraído relativo às Ordens de Serviço executadas deve ser o
mesmo que foi atribuído na estimativa, mesmo que se possua os valores reais e
que estes sejam diferentes dos estimados.
Originalmente os cálculos de backlog eram feitos tomando por base os homens
horas disponíveis da equipe analisada. Entretanto, para dar mais precisão e a luz
do conhecimento de que um profissional não é (nem pode ser) 100% produtivo
durante sua disponibilidade para o serviço, o cálculo passou a ser efetuado
relacionando os homens horas de serviços pendentes em relação aos homens
horas produtivos. Por simplicidade utiliza-se, para o cálculo do homem hora
produtivo o valor do homem hora disponível multiplicado por um fator de
produtividade (da ordem de 40%) conhecido como “fator alpha”.
Outra consideração que pode ser adotada no caso de se desejar maior precisão
de resultados é utilizar um fator de correção da estimativa. Neste caso, o fator a
ser utilizado (conhecido como “fator betha”) é função da pessoa que estimou os
homens horas necessários para execução dos serviços. Este fator pode ser maior
que 1 (aplicado a pessoas que subestimam os serviços).
A precisão do valor de backlog não é fundamental para as decisões gerenciais,
uma vez que a análise tem como objetivo mais importante a determinação de
tendências de variação do gráfico – Figura 3.
Nota
Para o desenvolvimento deste tópico, transcrevemos Parte integrante do livro
“administração moderna de Manutenção”, do engenheiro Lourival Augusto
Tavares.
Disponibilidade De Equipamentos Ou Operacional:
O indicador “Disponibilidade de um equipamento” é a relação obtida a partir da
diferença entre o número total de horas produtivas previstas (horas calendário)
para um determinado equipamento e o número total de horas de intervenção
(preventiva e corretiva) executado pela equipe de manutenção no mesmo período
de apuração, dividido pelo número total de horas produtivas previstas no período.
Esta relação representa o percentual do tempo no qual o equipamento esteve
disponível para a operação em relação ao tempo total previsto no período. Outra
expressão muito comum para a representação da Disponibilidade de
equipamentos submetidos exclusivamente a reparo de falha é obtida pela relação
entre o Tempo Médio Entre Falha (TMEF) e sua soma com o Tempo Médio Para
Reparo (TMPR) e os Tempos Ineficientes da Manutenção (TIMN) que representam
os tempos de preparação para desligamento, religamento e tempos de espera.
“Case Studies”:
Implantações falhas (Investimento x resultado não obtido):
Exemplo Real:
• Grande complexo de escritórios comerciais em São Paulo
• Aproximadamente 37.000 M2 . de área total / 1.150 itens de manutenção
• Equipe residente de 11 técnicos (Supervisor, Eletricistas, Mecânicos e
Encanadores)
• Investimento inicial em equipamentos e licença para utilização de software de 1ª.
Geração : U$ 4,700.00 (Ano 2001)
• Investimento anual em manutenção do software: U$ 250.00
• Investimento em equipe e treinamento para operação com Ordens de Serviço
“customizadas”: U$ 120.00 / pessoa no primeiro ano.
• Linha do tempo – Fatos a partir de 2000:
• 2000 – Definição pelo módulo de cadastramento básico / conclusão do
cadastramento.
• 2001 – Utilização do módulo de Ordens de Serviço / Cadastramento de peças do
almoxarifado – preparativo para a emissão automática de ordens de compra /
Cadastro de equipamentos permanece no módulo básico e sem atualização.
• 2002 – Cadastro ainda desatualizado / Módulo de compras não operante em
função do número de erros no preenchimento e retorno das OSs com aplicação de
material.
• 2003 – Software não passa pelas rotinas básicas de manutenção / Hardware
obsoleto e compartilhado com outras atividades/ permanecem inalteradas as
demais condições.
Análise De Caso:
• Não foi feito o diagnóstico inicial da operação / instalações.
• Não se fez uma inspeção / levantamento inicial minucioso.
• Não foram definidas metas / objetivos para a aplicação do novo conceito de
manutenção.
• Não se investiu em responsável pela “operação” da ferramenta.
• Perdeu-se o investimento inicial no grupo em função do “turn-over”.
• Em face de não evolução do projeto, não mais se investiu em atualização para o
software ou hardware.
Conclusão: Faltou planejamento
Implantação planejada (sucesso) e demonstração de resultados obtidos:
Exemplo Real:
• Grande Edifício Comercial em São Paulo.
• Case sobre o “retrofit” de 06 elevadores operando há aproximadamente 30 anos.
O processo refere-se à substituição dos elevadores por equipamentos de última
geração.
• Aproximadamente 310 itens de manutenção.