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Indicadores Lean: saiba quais são e como analisar

A melhoria contínua nos processos de gestão está diretamente relacionada aos


indicadores; e isso aprendemos desde muito cedo, desde quando o nosso desempenho na
escola era avaliado a partir de notas bimestrais que sinalizavam o quanto estávamos
absorvendo o que nos era ensinado. Uma nota abaixo da média em matemática, por
exemplo, servia como um indicador de que, naquela disciplina em potencial, era preciso
se esforçar um pouco mais para conseguir absorver e aprender o conteúdo.
Em se tratando de negócios, os indicativos mudam um pouco de figura, mas na prática,
porém, assim como as notas na escola, eles servem para sinalizar o desempenho de cada
etapa e/ou setor que necessite ser tratado com atenção.  Os indicadores são os
responsáveis por descrever situações, fazer comparativos, avaliar a execução de ações
planejadas, mensurar e quantificar todas as variáveis que possam afetar os processos
direta ou indiretamente dentro de uma empresa.  Em poucas palavras: são eles os
responsáveis pelo controle de processos em toda organização.
A partir deles é que todo negócio consegue estabelecer metas quantificadas e ajudar no
controle de resultados, de modo a respaldar análises que condicionem decisões e
replanejamentos assertivos. Dito isso, embora grande parte dos gestores saibam muito
bem qual a importância de sempre trabalhar com eles em suas empresas, muitos
desconhecem quais são os principais indicadores e de que forma eles possibilitam
análises que façam com que eles cumpram com sua real missão.
Por isso, separamos uma lista com os principais indicadores lean e qual a melhor forma
de interpretá-los a partir do que nos demonstram.
01. OEE
Com a finalidade de monitorar e melhorar a eficácia dos processos de manufatura, o
Overall Equipment Efficiency ou Eficiência Global do Equipamento, é muito utilizado
como uma chave de medidas do TPM e programas de Manufatura Enxuta. O indicativo
trabalha com uma metodologia simples e prática que considera categorias primárias
(qualidade, disponibilidade e produtividade), apontando exatamente onde se está e o
quanto se pode melhorar.

02. TEEP
O Total Effective Equipment Productivity serve para descrever qual a real capacidade
produtiva em 365 dias no ano dividido por 24 horas por dia. Por ser um indicador
estratégico, ele é medido durante um tempo definido e utilizado para respaldar decisões
sobre investimentos, escalação de turnos de funcionários, entre outros.

03. Índice de entrega ao cliente


Como o próprio nome já diz, este indicador serve para nos mostrar como estão sendo
feitas as entregas aos clientes. A performance da entrega é medida por um cálculo que
divide a quantidade de entregas no prazo pela quantidade de entregas totais, fornecendo,
assim, um percentual de como estão sendo respeitados os acordos.
04. Índice de atrasos do fornecedor
Responsável por apontar a quantidade de dias em que há atraso de determinado
fornecedor.

05. Causa das paradas na linha de produção


O indicador serve para registrar quais são e quando ocorreram as anormalidades ao
longo do processo de produção.

06. Lead time de fabricação


Este indicativo serve para validar o tempo que os processos, seja de um serviço ou uma
operação, levam para serem completamente executados, considerando desde sua
solicitação até a sua efetiva entrega.

07. Giro de estoque


O indicador é responsável por medir quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque da
empresa foi renovado. Possibilitando mais assertividade em relação a compra de matéria
prima a partir do controle no estoque, conseguindo medir, num cálculo de divisão entre
o valor consumido em determinado período pelo valor do estoque neste período, se há
algum tipo de prejuízo.

08. Utilização de horas extras


Indicativo importante para sinalizar a quantidade de horas extras realizadas por
funcionários ao longo do mês, bem como de que forma e por qual razão esta
necessidade ocorreu.

09. Produtos produzidos em atraso


Neste ponto é possível registrar exatamente quais são e quantos são os produtos que
foram feitos com atraso durante a cadeia de produção.

10. Monitoramento da operação gargalo


O registro serve para indicar tempos e anormalidades de todo e qualquer obstáculo que
tenha surgido de modo a interferir no processo produtivo da sua empresa, afetando a
lucratividade do negócio.

11. Fretes extras/Fretes extras internos


Em ambos, registra-se a quantidade de fretes além do padrão foram realizados. No
entanto, no caso dos fretes extras internos, o indicativo serve também para empresas que
trabalham com milk run, apontando quantas entregas foram feitas com empilhadeiras
durante o mês.
FERRAMENTAS DE QUALIDADE

3.2 Principais ferramentas da Qualidade

As ferramentas da qualidade são técnicas utilizadas para determinar, mensurar, ponderar


e para propor soluções para os problemas que intervêm no bom desempenho dos
processos laborativos, para poder atender as necessidades dos clientes e também para
que possam contribuir positivamente no sentido de reduzir os custos e elaborar produtos
de melhor qualidade. Essas ferramentas estão divididas em três grupos, que são eles:
Ferramentas básicas, avançadas e gerenciais. As ferramentas básicas são o ponto de
partida para a melhoria no ambiente laborativo e para a redução dos custos operacionais
e também para auxiliar o profissional para a solução de problemas. Abaixo algumas
ferramentas básicas da qualidade:

3.2.1 Folha de Coleta de Dados (Folha de Verificação)

É a coleta de dados representativos e significativos, com intuito de aperfeiçoar o evento,


determinando o tempo que será estudado e estabelecendo informações claras e
objetivas. O quadro 2 mostra a coleta de dados dos defeitos dos móveis em seu término.
3.2.2 Estratificação
Reunir informações obtidas na coleta de dados em categorias ou grupos para analisar e
melhorar seu entendimento. A fim de fazer comparações e futuramente aplicá-las em
ações corretivas e também para poder examinar oportunidades de melhoria no futuro.
Na figura 1, estão reunidas as informações dos produtos acabados e separadamente é
demonstrado o que deve ser corrigido.

Figura 1.

Utilizada para a identificação dos efeitos de um problema e a organização de suas


possíveis causas, que pode ser feita através de um Brainstorming que coleta
informações por meio das pessoas envolvidas que poderão dizer o que pensam de um
determinado produto ou processo. Na figura 2 há um diagrama de causa e efeito que
pode ser utilizado para detectar problemas na produção, que, em relação ao produto
final, geram a insatisfação de seus clientes.
3.2.3 Fluxograma e Fluxograma Integrado
O fluxograma é o resultado ilustrado da sequência de certas operações de um processo.
A figura 3 mostra um fluxograma das etapas de venda, produção e pagamento do móvel.

Figura 3.

4. PROGRAMAS DE QUALIDADE
Os Programas de Qualidade desenvolvem transformações dentro do ambiente de
trabalho de acordo com o aumento da produtividade, devem ser conduzidos sob uma
gestão capacitada e também devem ter um comprometimento engajado das pessoas
envolvidas. Nesta transformação leva-se em conta as características da cultura
organizacional, exigindo assim uma mudança em um longo período de tempo, tendo
como maior exigência a atenção contínua.
Esses programas têm como objetivo desenvolver um melhor ambiente laborativo, no
qual os colaboradores possam crescer e se desenvolver tendo a liberdade de expor suas
necessidades e opiniões. Para a empresa há o benefício na obtenção de uma maior visão
estratégica do negócio, onde a utilização do programa assegura a sobrevivência da
organização. A implementação deste programa, não diferente de qualquer outra,
demandam além de tempo, a aceitação das pessoas em relação à mudança. Na maioria
das situações os colaboradores não aceitam por medo de algo novo que não seja
benéfico, mas com esse comportamento dos funcionários, exige-se uma postura mais
atenta e imaginativa dos gestores, que devem tentar mostrar para seus funcionários a
melhoria na utilização destes processos.
5. O PROGRAMA 5S
O 5S é um programa de melhoria da qualidade no ambiente de trabalho, que tem como
objetivo gerenciar de modo participativo as condições que mais se adéquem ao clima
laboraivo, ajustando-se a todos os colaboradores e seus níveis hierárquicos.
O programa 5S é considerado base fundamental para a implementação de outros
projetos mais complexos relacionados com a Gestão pela Qualidade Total, tendo em
vista que é ele uma oportunidade inigualável para obter o comprometimento dos
colaboradores. E, comprometimento, quando se inicia qualquer empreitada nessa área, é
fator crítico de sucesso. Em outras palavras, não pode deixar de acontecer.
(GOMES,1998, p.23)
O objetivo deste programa é aprimorar a eficiência através da organização adequada de
materiais, inserindo o senso de limpeza, identificando os materiais e seus respectivos
espaços para obter assim a manutenção e melhoria do próprio programa. Gomes (1998)
nos faz lembrar que o resultado da utilização do programa 5S é obtido em curto prazo e
o custo de inserção é baixo.
 SEIRI: Senso de descarte, utilização, seleção;
 SEITOIN: Senso de ordenação e arrumação
 SEISOU: Senso de limpeza
 SEIKETSU: Senso de higiene e padronização
 SHITSUKE: Senso de autodisciplina e disciplina

5.1 Os benefícios e como implementar o programa 5S


Para que as empresas alcancem seus objetivos de melhoria contínua com novos
procedimentos, otimizando seus processos e melhorando o ambiente laborativo, uma
das formas que podem ser adotadas é à implantação da ferramenta 5S que visa à
eficiência da empresa através da organização e autodisciplina dos funcionários para
melhorar as etapas do processo produtivo, dentre outros procedimentos, que beneficiam
a organização como um todo. Abaixo como cada “S” pode ser implantado dentro das
empresas, em curto prazo.
1. Senso de descarte e utilização e Senso de limpeza: Uma vez por semana devem
ocorrer verificações de tudo o que é necessário dentro do processo produtivo.
Descartando excessos como ferramentas e papéis que não são mais úteis, deixando
somente aquilo que é realmente necessário para a execução do processo produtivo.
Juntamente com a organização deve ser tirado um dia para uma limpeza de todo o
ambiente da produção, os funcionários devem ser instruídos de que a limpeza deve ser
feita diariamente, sendo que cada funcionário fica responsável por cada parte da
produção para obter constantemente um ambiente além de limpo e organizado, mais
eficiente em sua disposição.
2. Senso de ordenação e arrumação: Posteriormente, deve ser conversado com todos
os funcionários sobre as melhores formas de disposição e ordenação do maquinário.
Tendo equipamentos e ferramentas prontamente a disposição para atender o que for
requisitado e consequentemente poderem ser utilizados, de maneira mais rápida e ágil,
eliminando os movimentos desnecessários. Ao mesmo tempo, deve haver uma
comunicação direta e rápida, através de cartazes como forma de lembrete para que os
funcionários mantenham sempre o seu ambiente de trabalho organizado e limpo.
3. Senso de higiene e padronização e Senso de autodisciplina: Deve ser realizado
pelos gestores uma verificação de tudo o que foi cumprido nos “sensos anteriores”, com
o intuito de manter a empresa organizada e limpa. Assim, deve haver uma verificação se
os funcionários estão utilizando todos os equipamentos de proteção/segurança que são
necessários para o processo produtivo, ajudando a evitar assim acidentes, além de fazer
com que os funcionários tenham hábitos melhores no ambiente laborativo, obtendo
novas práticas de trabalho e auxiliando na manutenção do 5S implantado.

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