Gestão Estratégica da Manutenção

Louise Sanches
Engenheira Mecânica|Engenheira da Qualidade|Engenheira Processos|Melhoria
Contínua|Green Belt|Gestão de Indicadores|Gestão de Desempenho|Solução de
Problemas|PDCA|Auditor 9k 14k 45k|English Teacher
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16 de agosto de 2022
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A manutenção é uma disciplina complexa que exige não só o desenvolvimento
de técnicas e métodos de análise, mas também do desenvolvimento humano não
se limitando a liderança, mas também as equipes de chão-de-fábrica. Devido a
esta complexidade e o aumento da competitividade das organizações, a
manutenção foi empurrada a evoluir de manutenção corretiva, passando pela
manutenção preventiva e estruturação dos planos de manutenção, manutenção
preditiva que tem como foco a antecipação das falhas, alcançando a
confiabilidade de equipamentos e gestão estratégica da manutenção. A gestão
estratégica da manutenção estabelece um norte para a área, logo as equipes de
manutenção, tem o conhecimento que as ações executadas, tem o objetivo de
alcançar as metas estabelecidas no planejamento estratégico da organização
conscientizando cada colaborador das suas atividades.

Palavras-chave: gestão estratégica da manutenção, manutenção, indicadores,

TPM, PDCA

INTRODUÇÃO

Com a globalização e aumento de competitividade entre mercados, para a

sobrevivência das organizações é necessário buscar novas formas de se
diferenciar. A manutenção impacta diretamente na eficácia da organização
como também nas áreas de qualidade e produção, logo a manutenção passa a
desempenhar um papel estratégico e fundamental na melhoria dos resultados
operacionais.

Desdobrado do Planejamento Estratégico da Organização, a Gestão Estratégica

da Manutenção está integrada com as metas de produção através de aspectos
considerados mais decisivos como: aumento de disponibilidade e
confiabilidade, redução de custos, aumento de segurança operacional e
aumento de faturamento, todos estes aspectos possibilitam a comparação do
desempenho real com o desempenho planejado.

A industrial atual propõe uma visão mais preventiva e preditiva, antevendo

falhas, com uma visão sistêmica em ser cada vez mais eficiente para ser cada
vez mais eficaz. A Gestão Estratégica da Manutenção tem como função suprir
estas necessidades das organizações através de métodos de análise e
investigação de falhas, analise de falhas prematuras, para que ocorram menos
manutenções preventivas, e manutenção preditiva.

Desenvolvimento

A manutenção é o elo entre o Planejamento Estratégico e a operação dos

processos, viabilizando o alcance das metas e objetivos com valor agregado.
Logo a sobrevivência das organizações está diretamente ligada a forma com ela
se planeja estrategicamente no mercado ou produto que produz.

Mais soluções estão sendo buscadas pelas organizações para viabilizar os

processos de produção e a obrigatoriedade da competividade em ritmo
acelerado, os gestores buscam a inovação tecnológica e de métodos, e até
mesmo aplicar conceitos já existentes, mas que não são utilizados por algum
motivo.

A disciplina de manutenção desenvolve diversas atividades com foco na

estabilidade dos ativos, dos quais os pontos de destaque são:

1. Planejamento e Controle de Manutenção, é um conjunto de ações para

preparar, programar, controlar e verificar o resultado da execução das
atividades de manutenção contra as metas estabelecidas e adotar ações de
correção dos desvios para alcance de metas e objetivos da produção e por
consequência a missão da organização.

2. Planejamento priorizado através dos pontos críticos dos equipamentos para

que as manutenções preventivas sejam menos executadas minimizando as
paradas de equipamentos.

3. Aplicação de check list de manutenção em conjunto com as rotas de

inspeções de equipamentos com foco em antever possíveis desvios.

4. Aplicabilidade dos planos de manutenção preventiva que deve ser revisado

com constância tendo em vista o ciclo de vida do ativo, com objetivo no
aumento de confiabilidade do ativo.

5. Controle dos planos de manutenção dos equipamentos terceirizados,

utilizado para cortar gastos e não manter vínculos empregatícios.
6. Controle dos custos da manutenção e investimentos através do controle e
aquisição dos equipamentos baseados em rotatividade de ativos e previsão e
planejamento de investimentos futuros para contribuir em não ocorrer paradas
não programada da operação.

7. Controle dos indicadores da manutenção com objetivo de medir a

performance de todas as atividades realizadas pela equipe de manutenção,
orientando nas correções caso sejam identificados gaps. Os indicadores de
manutenção devem ser determinados de acordo com a estratégia da
organização, dentre os principais: Disponibilidade Física, Tempo Médio entre
Falhas, Tempo Médio para Reparo, Custo de Manutenção, Custos da
Manutenção, Confiabilidade, Pontualidade na Execução da Manutenção
Preventiva, Backlog, dentre outros.

8. TPM (Total Productive Maintenance) com foco em Falha Zero as ações são
baseadas em 8 pilares que são:

Melhoria Focada, atuando nas perdas crônicas relacionadas aos equipamentos

(foco corretivo).b) Manutenção Autônoma, habilitar operadores em manter
seus instrumentos de trabalho em boas condições de uso, estabelecendo itens
que podem manutenidos pelos operadores. Figura 01 - TPM (Manutenção
Produtiva Total)

c) Manutenção Planejada, com foco preventivo, através das rotas de inspeção

baseadas no tempo ou na condição do equipamento, culminando no aumento
de confiabilidade e disponibilidade e redução de custos.

d) Treinamento e Educação, aplicação de treinamentos técnicos e

comportamentais para o desenvolvimento das equipes, em especial em
liderança, flexibilidade e autonomia.
e) Gestão Antecipada, construção de equipamentos mais adequados aos
índices de confiabilidade desejados, com base nos históricos anteriores de
equipamentos e seus similares sendo analisados quanto ao projeto de um novo
equipamento.

f) Manutenção da qualidade, interação entre a qualidade dos produtos e

capacidade de atendimento à demanda e confiabilidade de equipamentos e da
manutenção.

g) Segurança, Saúde e Meio Ambiente, foco em melhoria contínua nos itens

citados, reduzindo riscos acerca de falhas.

h) Melhorias dos Processos Administrativos, baseado na organização e

eliminação de desperdícios nas rotinas administrativas, evitando que as mesmas
interfiram na eficiência dos processos produtivos.

A manutenção é um pilar essencial de uma organização, posição irrevogável, e

evolui em paralelo com avanço técnico-cientifico alcançando a maturidade atual
que é a Gestão Estratégica da Manutenção. A mesma é definida pelas ações
tomadas no gerenciamento da parte técnica, estabelecida pela condução das
atividades de rotina dos serviços e da implementação das melhorias,
englobando as atividades em um todo, em um sistema, através da
disponibilidade de ativos interferindo na produtividade, lucros, segurança
operacional e qualidade do processo e produto.

No processo de implementação da Gestão Estratégica da Manutenção são

apresentadas 4 etapas, baseadas no ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Action):
Figura 02 - Processo Sistemarizado de Gestão da Manutenção. Nascif e Dorigo
(2010)

P – Plan (Planejamento): nesta etapa é feito o diagnóstico da situação atual da

manutenção da organização. Com a realização do diagnóstico é possível
estabelecer os gaps para a situação meta, com o levantamento dos gaps, são
definidos os caminhos específicos para atingir as metas, são selecionados os
indicadores para gerenciar a performance os resultados e estabelecimento de
ações sobre possíveis planos de ação para o alcance dos objetivos.

D – Do (Implementação): está é a etapa de implementação dos planos de ação,

ou seja, a execução do que foi planejado tendo como referência as decisões
estratégicas estabelecidas. É necessário direcionar esforços corretamente e
insistentemente as ações das equipes no sentindo dos objetivos estratégicos,
para que isso ocorra todos devem estar cientes e conscientes que o resultado
depende de todos os envolvidos.

C – Check (Avaliar): nesta etapa é feito o monitoramento dos resultados e

avaliação do que está sendo feito. Podem ser realizadas correções necessárias
para que os objetivos estratégicos sejam alcançados.

A – Action (Ações Corretivas): os indicadores e auditorias de processos, são

informações que contribuem para que, as ações que devem ser tomadas para a
correção ou adequação de possíveis desvios em relação ao planejamento
estabelecido inicialmente, sejam determinadas. Neste momento o ciclo de
melhoria é estabelecido através do preenchimento dos gaps identificados entre
a situação real e a planejada, através de melhorias e revisões em relação do
desempenho geral esperado, gerando novos planos de ações.
Figura 03 - Gerenciamento Função Manutenção. Fonte adaptado Weber e
Thomas (2005)

Para gerenciamento total da organização em função dos seus objetivos, a

manutenção tem papel fundamental realizado através da confiabilidade dos
ativos físicos que fazem parte de toda a organização.

CONCLUSÕES

A Gestão Estratégica da Manutenção mostra o quanto a manutenção é um pilar

essencial das organizações, que auxilia na definição de ações para o alcance do
planejamento estratégico da organização.

A percepção de que a manutenção é uma disciplina desleixada acaba e a

disciplina se profissionaliza englobando as manutenções preditivas, preventivas
e corretivas, na organização do planejamento e controle da manutenção e
manutenção produtiva total (TPM), todas essas ações fazem parte da Gestão
Estratégica da Manutenção.

REFERÊNCIAS

Costa, M. de A.; Gestão Estratégica da Manutenção: Uma Oportunidade para

Melhorar o Resultado Operacional; Universidade Federal de Juiz de Fora, 2013.

Rolim, J. C.; Implantação da Gestão Estratégica Visando a Melhoria de

Desempenho de Ativos: Um Estudo de Caso, Universidade Federal do Pará,
2015.

Gurski, C. A.; Rodrigues, M; Planejando Estrategicamente a Manutenção, XXVIII

Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008.

Gonçalves, G.; Gonçalves, L.W.N.; Gestão da Manutenção de Forma Estratégica

em uma Empresa Metal-Mecânica; XXXVII Encontro Nacional de Engenharia de
Produção, 2017.

Leandro, G.H.C.R.; Cessa, A.; Santana, K .de J. R.; Planejamento Estratégico como
Ferramenta de Auxilio na Gestão de Manutenção; Simpósio de Engenharia de
Produção.

Wendland, L.S.; Tauchen, J.; Gestão Estratégica da Manutenção; I SAEP - Semana

Acadêmica de Engenharia de Produção.
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