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1. Introdução
A indústria de manufatura é guiada intrinsicamente pela busca da excelência da
produtividade. Não é por acaso que em grande parte delas se utiliza a frase “fazer
mais com menos” para guiar programas de melhoria contínua. Alinhado a isso, cada
vez menos atividades ligadas a retrabalhos, e que não agreguem valor aos processos
das organizações são menos aceitas no meio industrial.
Deste modo, percebe-se que os departamentos de manutenção que trabalham
direcionados a tarefas puramente reativas possuem de 30 a 40% menos produtividade
que as equipes que conseguem executar seus serviços de forma planejada.
Quando se combina o trabalho puramente reativo às falhas não tratadas e
recorrentes é percebido que se agrava o contexto de necessidade de retrabalho,
perda de peças devido a repetibilidade das ocorrências acarretando alto custo e
improdutividade das equipes. Levando em conta que o custo com mão de obra nas
empresas brasileiras representa em média 65% do orçamento dos setores
manutenção e que e os outros 35% são compostos quase em sua totalidade pelo
custo com peças de reposição é perfeitamente indicado a criação de sistema de
gestão de tratativas de falhas, eliminação de suas recorrências e priorização acertada
nas tomadas de decisões.
Neste contexto, percebe-se a ligação direta entre a redução de falhas, aumento da
produtividade e evolução de indicadores de manutenção à medida que se consolida a
construção de um sistema de gestão da manutenção, o fortalecimento dos planos de
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através de gatilhos distintos. Isso está relacionado com o que chama-se de tipologia
de manutenção. Estudiosos classificam de diversas formas, embora VIANA (2006 p.
9) consegue resumir esse tema de maneira concisa e com poucas variações irrisórias
perante a literatura, conforme a seguinte classificação:
• Manutenção Corretiva
4. Execução de serviço após surgimento de pane que inibe total ou
parcialmente a função de um ativo
• Manutenção Preventiva
4. Execução de serviço antes do surgimento de pane que inibe total ou
parcialmente a função de um ativo e que tem objetivo de restaurar ou
melhorar as condições físicas e de confiabilidade.
• Manutenção Preditiva
4. São atividades de manutenção que visam acompanhar os ativos
através de monitoramento de parâmetros que vinculem variação de
grandezas físicas e químicas ao surgimento de falhas.
• Manutenção Autônoma
4. São atividades de manutenção de menor complexidade executadas
pelos operadores. Como por exemplo reaperto, limpeza, inspeção e
lubrificação.
DUARTE (2022 p. 5) ilustra na Figura 2 as principais tipologias utilizadas em
indústrias de manufatura de uma forma mais completa a partir da estratificação
descrita inicialmente por VIANA (2006 p. 9).
estas causas e evitar a reincidência da falha. Quando esse princípio não é plenamente
entendido e praticado no dia a dia, por todas as pessoas da manutenção, fecha-se o
círculo vicioso das falhas”. A figura 07 ilustra este ciclo.
Outros indicadores tão importantes quanto os seis explanados por VIANA (2006
p. 140) são:
a) Taxa de cumprimento de preventivas
b) Taxa de ocupação do Homem x hora disponível
c) Número de acidentes
d) Montante de horas extras
e) Pontuação em diagnóstico de 5S
f) Taxa de entrega das tratativas das falhas dentro dos gatilhos
g) Backlog (tempo necessário para executar demandas solicitadas com
Homem x hora disponível)
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3. Metodologia e aplicação
As metodologias, práticas e ferramentas discutidas e apresentadas no tópico 2
foram adaptadas e aplicadas em uma fábrica de produção de chumbo secundário,
cuja seu propósito é realizar a reciclagem de baterias automotivas, náuticas,
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Definição de gatilhos
40
20
0
2017 2018 2019 2020 2021 2022
Figura 12. Evolução do MTBF ao longo dos anos
Fonte: Autoria própria
Quanto ao Tempo Médio para reparo, percebe-se uma redução significativa no
índice. Saindo de 50 horas, em média, no ano de 2017 para cerca de 11,6 horas em
2022. A Figura 13 apresenta a evolução do MTTR.
Ano versus MTTR
60
40
Horas
20
0
2017 2018 2019 2020 2021 2022
Figura 13. Evolução do MTBF ao longo dos anos
Fonte: Autoria própria
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Como sugestão para trabalhos futuros, se indica a realização de uma análise dos
indicadores apresentados com a evolução da gestão de custo da manutenção.
Podendo-se fazer uma comparação da razão do custo bruto com manutenção pelo
faturamento da fábrica. É imprescindível que qualquer avanço tecnológico ou de
gestão traga um aumento da produtividade e redução dos custos globais das
empresas.
Referências
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5462: Confiabilidade e
Mantenabilidade. Rio de Janeiro. 1994.
KARDEC, Alan & NASCIF, Júlio. Manutenção Função Estratégica. 3ª Edição. Rio
de Janeiro: 2009.
CLEAR, James. The Productivity Guide: Time Management Strategies That Work.
James Clear, 2013. Disponível em: <https://jamesclear.com/productivity> Acesso: 15
de abr. de 2022.
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ANEXO A (Frente)
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ANEXO A (Verso)