Você está na página 1de 17

Pesquisa e Ação V4 N1: Maio de 2018 ISSN 2447-0627

SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO ISO 9001, 14001 E OHSAS 18001


Douglas Santana1, Jessica Severino1, Patrícia Vries1, Mayara Amarante2

Resumo: A certificação é a comprovação da eficiência e eficácia do sistema de gestão de


uma empresa, comprova o atendimento aos requisitos e segue um padrão. A implementação de
um sistema de gestão integrado efetivo resulta em inúmeros benefícios às partes interessadas,
em busca de confiabilidade e parcerias em prol de um melhor alinhamento dos processos e
maior satisfação com o produto e/ou serviço adquirido. As normas passíveis de Certificação
abordadas são deliberadas pela International Organization for Standardization (ISO),
relacionadas ao Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e
Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SGSS) que constituem assim o Sistema
de Gestão Integrado (SGI). A validação desse sistema de gestão integrado é certificada pela
norma ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001 que dão diretrizes para o alcance dos resultados
pretendidos. Este trabalho busca o estudo das variáveis atuais do sistema de gestão das
organizações e integrar os requisitos das normas de qualidade, segurança e saúde ocupacional e
meio ambiente para a finalidade de obter sucesso em seu sistema de gestão.

Palavras-chave: Qualidade, Meio Ambiente, Segurança, Padronização

I. INTRODUÇÃO

Ao pensar em um Sistema de Gestão, frequentemente membros da alta direção


das organizações produtoras de bens ou de serviços costumam questionar o que
se ganha com a implementação e com o investimento em recursos para manter
este sistema, qual seria o valor agregado a companhia por uma eventual
certificação. Entretanto, como é possível assegurar de que os modos potenciais
de falha estão devidamente identificados, analisados e que todas as atividades
com eles estão sob controle sem que existam padrões capazes de prover a
previsibilidade necessária?
Ao decidir implementar um Sistema de Gestão Integrado, a organização tem
como abrangência assegurar que aqueles modos de falha existentes em
Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional que ocorrem com
maior frequência estarão sendo contemplados. Deste modo facilmente
consegue-se enxergar a viabilidade da implementação de um sistema de
gestão, a fim de evitar que sua ausência possa acarretar no surgimento de
efeitos indesejáveis que trazem fortes impactos negativos aos resultados do
negócio. Devido ao cenário volátil e as demandas externas, as organizações

1 Discentes do Curso de Engenharia de Produção. Universidade Braz Cubas.


2Mestrado em Ciências e Tecnologias Espaciais pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Brasil(2015).
Professor Titular da Universidade Braz Cubas , Brasil.
193

têm buscado de forma mais concreta os aspectos que envolvem a satisfação


dos clientes internos e externos, a qualidade dos produtos, materiais ou
serviços, a proteção do meio ambiente e os aspectos sociais, inclusive os que
abrangem a saúde e segurança de seus colaboradores. Assim estas demandas
podem influenciar de forma considerável na estratégia organizacional.
Com base nas normativas NBR ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão da
Qualidade – Requisitos; NBR ISO 14001:2015 – Sistema de Gestão Ambiental –
Requisitos com orientações para uso e OHSAS 18001:2007 – Sistema de
Gestão da Saúde e Segurança no trabalho – Requisitos, é definido que a
adoção destes três sistemas consiste em um Sistema de Gestão Integrado,
sendo uma estratégia organizacional que pode ajudar e melhorar o
desempenho da empresa e prover uma base sólida para iniciativas de
desenvolvimento sustentável.
O objetivo deste trabalho é apresentar as variáveis atuais do sistema de
gestão nas organizações por meio de implementar, manter e integrar os
requisitos das normas de qualidade, segurança e saúde ocupacional e meio
ambiente para a finalidade de obter sucesso do sistema de gestão e promover
o mercado competitivo.

II. METODOLOGIA

As informações extraídas e analisadas neste trabalho sucederam da revisão


literária de diversos autores influentes sobre o tema, onde o referencial
bibliográfico nos propícia criar uma base sólida ao corpo do trabalho,
integrando-a com os artigos técnicos e pesquisas em sites governamentais,
obteve-se informações preliminares atualizadas. Consciente dos limites e do
objetivo do estudo buscou-se a elaboração de um documento teórico com
enfoque prático. A compilação das informações possibilitou um melhor
conhecimento, e um registro bem amplo sobre o assunto estudado.

Em um Sistema de Gestão os conceitos envolvidos são sempre os mesmos:


prevenção, previsibilidade, melhoria contínua, práticas de planejamento, de
análise e de aprendizado [6]. Contudo, não se faz obrigatório o mesmo ser
certificado, porém quando não existe a exigência da manutenção de um
194

certificado de conformidade de um sistema, assim como, medição e controle


sobre alguma ação, essa tende a perder a prioridade e quase sempre acaba
sendo deixada para depois.

O termo “gestão”, aplicável a qualquer tipo de organização ou atividade


desejada, envolve três funções básicas: planejamento, controle e melhoria
(Figura 1). A NBR ISO 9000:2005 Sistema de Gestão da Qualidade
Fundamentos e Vocabulário encontram-se algumas definições:

➢ Sistema – conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos;


➢ Gestão – atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização.
➢ Sistema de Gestão – sistema para estabelecer políticas e objetivos e para
atingir esses objetivos;

Figura 1 – Funções básicas de gestão.

A organização pode ter seus diversos sistemas para atender diferentes


propósitos de gestão, portanto pode-se dizer que a unificação dos sistemas,
cada qual com a sua particularidade, gera a Gestão Integrada. Sendo assim,
temos: “Conjunto de elementos relacionados entre si e que devem ser
implementados para assegurar a uma organização o estabelecimento de
políticas, seu desdobramento em objetivos e para permitir que estes objetivos
sejam atingidos”[6].

De certo modo as organizações convivem com problemas ou resultados


195

indesejados, que trazem variabilidade em seus processos e produtos das quais


não estão sob controle e que não são previsíveis, por esse motivo convivem
com altos índices de perdas e custos, com reclamações de clientes internos e
externos e de outras partes interessadas. Além do mercado sob o controle das
condições de aquisição a probabilidade da empresa se manter competitiva no
mercado é ainda menor. Neste cenário, uma ferramenta que pode ser útil para
o direcionamento e solução de diversos tipos de problemas é a implementação
dos denominados sistemas de gestão. Assim pode-se citar:

“Os objetivos básicos do sistema de gestão são o de aumentar


constantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou serviços
oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado (através da melhoria
contínua dos resultados operacionais), a satisfação dos funcionários com a
organização e da própria sociedade com a contribuição social da empresa e o
respeito ao meio ambiente”[9].

Uma grande contribuição para a gestão foi à adoção do compromisso com o


aprimoramento contínuo, representado pelo ciclo Plan, Do, Check, Action
(PDCA).

A. Metodologia PDCA
A metodologia PDCA tem como função básica o auxílio no diagnóstico,
análise e prognóstico de problemas organizacionais, sendo extremamente útil
para a solução de problemas, também conhecido como Ciclo de Deming, Ciclo
da Qualidade ou Ciclo de Shewhart. Poucas Ferramentas se mostram tão
efetivas para a busca do aperfeiçoamento quanto este ciclo de melhoria
contínua, conduzindo a ações sistemáticas que agilizam a obtenção de
melhores resultados com a finalidade de garantir o crescimento organizacional
e a melhoria continua de seus processos [7].
O ciclo de melhoria continua do inglês plan – planejar, do - executar, check -
verificar e act – agir (PDCA), é a base metodológica utilizada pelas Normas ISO
9001,14001 e OHSAS 18001, bem como, por outras normas de sistemas de
gestão. No caso de um Sistema de Gestão Integrado (SGI), este ciclo, conforme
Figura 2 objetiva internalizar uma metodologia pragmática para a ordenação
dos requisitos gerenciais das Normas e estimular a melhoria contínua do
196

sistema de gestão e do desempenho organizacional [8].

Figura 2 – Representação do Ciclo PDCA.

B. Normatização
A normatização é o processo de formulação e aplicação de regras para a
solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todas as partes
interessadas, e em particular, para a promoção da economia global. No
posicionamento destas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para
estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o
produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às
necessidades e finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos
de segurança.
Assim, entende-se como norma o documento estabelecido por consenso e
aprovado por um organismo reconhecido, que fornece diretrizes, mandatórios
ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à
obtenção de um grau ótimo de ordenação em um determinado contexto [10].
A princípio a norma é de uso voluntário, isto é, não são obrigatórias por lei,
mas quase sempre é usada por representar o consenso sobre o estado da arte
de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas.
É possível o fornecimento um produto ou serviço que não siga a norma
aplicável no mercado determinado. Por outro lado, fornecer um produto que
não siga a norma aplicável no mercado-alvo implica esforços adicionais para
introduzi-lo nesse mercado, que incluem a necessidade de demonstrar de
forma convincente que o produto atende às necessidades do cliente e de
assegurar que questões como integridade, qualidade, especificação de
197

componentes e insumos não representarão um impedimento, dificuldade ou


até mesmo uma não conformidade inesperada.
Do ponto de vista legal, em muitos mercados, quando não é seguida a
norma aplicável, o fornecedor tem responsabilidades adicionais sobre o uso do
produto. Como benefícios, as normas:

➢ Tornam o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos e


serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos;
➢ Facilitam o comércio entre países tornando-o mais justo;
➢ Fornecem aos governos uma base técnica para saúde, segurança e
legislação ambiental, e avaliação da conformidade;
➢ Compartilham os avanços tecnológicos e a boa prática de gestão;
➢ Disseminam a inovação;
➢ Protegem os consumidores e usuários em geral, de produtos e serviços;
➢ Tornam a vida mais simples provendo soluções para problemas comuns.
As normas têm uma contribuição enorme e positiva para a maioria dos
aspectos organizacionais, são inúmeros os benefícios como: benefícios técnicos,
econômicos e sociais obtidos com as implantações das normas. Já a falta de
normalização pode implicar em dificuldades para a organização até mesmo se
manter no mercado competitivo.
A normatização teve início em 1940, com a criação da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) que é o órgão responsável pela normalização
técnica no Brasil, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento científico,
de pesquisa e tecnólogo brasileiro. Teve participação ativa na fundação da ISO
em 1947 e é a representante oficial das normas ISO no país.

C. O que é ISO?
A sigla International Organization for Standardization - Organização
Internacional de Padronização (ISO), é um meio de promover a normalização
de produtos e serviços, utilizando determinadas normas para que a qualidade
seja melhorada. Surgiu em 1947 com uma reunião de 25 países, teve como
objetivo unificar o desenvolvimento de normas necessárias para os padrões
industriais e facilitar a coordenação internacional. Atualmente a ISO
compreende organismos normalizadores de 162 países, obtendo um
198

representante por cada país, onde cada membro tem um voto de valor igual,
independente do poder econômico ou político do País. O objetivo é fornecer um
conjunto de requisitos que, bem implementados, garantem a confiabilidade de
que a organização é capaz de fornecer regularmente produtos e serviços que
atendam às necessidades e as expectativas de seus clientes, e que estão em
conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis [1].
A ISO é uma organização reconhecida e vista com bons olhos no mundo
inteiro, sendo assim adotadas por desde micros a grandes organizações. As
normas ISO definem em introdução que a adoção de um SGQ, SGA e SGSST é
uma decisão estratégica que pode ajudar e melhorar o desempenho da
organização e prover base sólida para iniciativas de desenvolvimento
sustentável, assim com vários benefícios como: capacidade de prover
consistentemente produtos e serviços que atendam requisitos de clientes,
estatuários e regulamentares aplicáveis; facilitar oportunidades para aumentar
a satisfação do cliente; abordar riscos e oportunidades relacionados ao seu
contexto e objetivos; capacidade de demonstrar e atender os requisitos SGI;
prover organizações com uma estrutura para proteger o ambiente e responder
ás mudanças das condições ambientais em equilíbrio com as necessidades
socioeconômicas; capacitar a organização em desenvolver e implementar uma
política e objetivos que levam em consideração requisitos legais e informações
sobre os riscos de SST.
Quando tratasse de um Sistema de Gestão Integrado, podem-se aderir vários
modelos de sistema de gestão ou programas que tem como objetivo atingir
resultados e melhorias em sua cadeia de processos. Neste presente trabalho
considerasse três normativas ISO como base para um Sistema de Gestão de
sucesso: ISO 9001; ISO 14001 e OSHAS 18001 (Figura 3) e explica-se da
seguinte forma:
199

Figura 3 - Sistema de Gestão Integrado

➢ ISO 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade: Planejamento, controle e


melhoria do atendimento aos requisitos dos clientes e aos regulamentares
aplicáveis
➢ ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental: Planejamento, controle e
melhoria do desempenho ambiental associado aos aspectos ambientais
significativos e ao atendimento a legislação ambiental aplicável
➢ OHSAS 18001 – Sistema de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional:
Planejamento, controle e melhoria continua do desempenho da S&SO
associada aos perigos e riscos identificados e a legislação aplicável.

D. Anexo SL
O Anexo SL surgiu a partir de expectativas do mercado, pois muitas
organizações que implementam e certificam vários sistemas de gestão
simultaneamente tinham expectativas e necessidades de integrar esses
sistemas de forma fácil e eficiente, em função do fato de que vários desses
sistemas de gestão têm requisitos comuns entre si, mas apareciam com
terminologias e definições diferentes, e isso terminava gerando complexidade
desnecessária, confusão e inconsistência na implantação.
O Anexo SL é uma estrutura padrão de alto nível que já está sendo aplicada
às normas de Sistemas de Gestão emitidas pela ISO a partir de 2012. E assim
200

ocorrerá com a estrutura de todas as novas normas e revisões, conforme Figura


4.

Figura 4 – Anexo SL

E. Não Conformidade
Estão relacionadas a processos que geraram resultados insatisfatórios,
produtos não conformes e que não atendem a um determinado requisito, como
as normas ISO, processos e procedimentos da empresa.
Assim como conformidade está relacionada ao cumprimento ou atendimento
a um requisito, não conformidade trata-se do não atendimento do mesmo.

F. Requisitos Fundamentais
As normas de Sistema de Gestão estabelecem alguns requisitos
fundamentais para implementação e eficácia do sistema conforme abaixo:
Mentalidade de Risco: Já estava implícito nas versões anteriores da ISO 9001,
incluindo, por exemplo, realizar ações preventivas para eliminar potenciais não
conformidades, analisar e tratar quaisquer não conformidades para prevenir
recorrências. Risco pode ser definido como o efeito da incerteza e pode ter um
efeito positivo ou negativo. Um desvio positivo pode oferecer uma
oportunidade enquanto um efeito negativo pode ser entendido como uma
201

ameaça.
Gestão de Mudança: A gestão de mudança é uma abordagem para a
transição de indivíduos, equipes e organizações para um estado futuro.
Qualquer tipo de mudança que for feita no ambiente, seja, na produção,
prestação de serviço, novo equipamento, novo processo deve ser avaliado os
riscos. Todas as mudanças devem ser controladas e devem reter informação
documentada sobre o controle destas mudanças.
Ciclo de Vida: O Ciclo de vida diz respeito ao input inicial até o output final do
produto. É todo o processo de transformação e processamento de uma matéria-
prima em um produto acabado, o qual se encerra no momento em que faz o
descarte do item utilizado.
Deve estabelecer, implementar e controlar e manter os processos
necessários para atender aos requisitos do Sistema de Gestão, conforme
Figura 5.

Figura 5 – Ciclo de vida do produto / serviço.

Impactos Ambientais: é qualquer alteração, positiva ou negativa, total ou


parcial, das atividades, produtos e serviços da empresa no meio ambiente.
Como exemplo, temos a Figura 6.
202

Figura 6 – Aspectos e Impactos Ambientais.

Perigos e Riscos: a organização deve mapear analisar e tomar ações com os


riscos e perigos relacionados a segurança do processo, serviço e pessoas,
assim são definidos como [3]:

➢ Risco: Fonte, situação ou ato com potencial para o dano em termos de


lesões, ferimentos ou danos para a saúde ou uma combinação destes.
Refere-se a fonte geradora do problema.
➢ Perigo: combinação da probabilidade da ocorrência de um acontecimento
perigoso ou exposições e da severidade das lesões, ferimentos, ou danos
para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou pelas
exposições. Podemos entender o risco como os “efeitos da fonte
geradora”.

G. A implementação do Sistema de Gestão Integrado


Um sistema de gestão integrado bem implementado, leva ao atingimento
dos objetivos como aumento na produtividade e redução de custo com a
eliminação de desperdícios, assim elevando a satisfação do cliente devido a
proporcionar produtos e serviços com melhor nível de qualidade [16].
A normatização ISO permite desenvolver um sistema de gestão de forma
estruturada, sem burocracias e voltada ao direcionamento estratégico e
processual a fim de promover melhores resultados na organização.
Ao falar do compromisso com o SGI um dos itens de grande importância é a
política. Nela são descritos todos os princípios e objetivos da organização com
203

foco nos resultados e atendimento a satisfação do cliente [17]. A política de


SGI dentro do ambiente corporativo deve ser compatível com as atividades e
cultura da organização, portanto se faz necessário a definição dos objetivos,
metas e resultados que a companhia deseja alcançar.
Para que a organização implemente de forma efetiva o SGI é possível seguir
os passos abaixo atendendo os requisitos normativos [15]:

➢ Análise do sistema de gestão atual da empresa;


➢ Planejamento, definição dos objetivos e validação da nova estrutura do
SGI (Contexto Estratégico);
➢ Definição das ferramentas gerenciais;
➢ Comunicação e Treinamento sobre conceitos normativos ISO;
➢ Mapeamento dos processos e Informação documentada;
➢ Formação de auditores Internos;
➢ Realização da auditoria interna (verificação do atendimento aos requisitos);
➢ Realização da análise crítica pela alta direção;
➢ Implementação e acompanhamento das correções com foco na melhoria
continua;
➢ Auditoria de Certificação.

H. Auditoria Internas e externas


A palavra auditoria carrega consigo predefinições difíceis de eliminar, pois
geralmente está associada a punição, assim é a principal dificuldade que os
auditores se deparam ao iniciar este processo. Muito longe de punir, a auditoria
tem como foco a verificação do atendimento aos requisitos e se está de acordo
com os objetivos estabelecidos e definidos, afim de atender e aumentar a
satisfação do cliente, a qual é sinônimo de ajuda, colaboração, credibilidade e
confiança nos processos da organização.
Existem três classes de auditorias, que estão classificadas como [17]:

➢ Auditoria de primeira parte: é feita pela organização sobre ela mesma,


realizada pelos auditores internos de SGI. Visam verificar a adequação do
SGI aos requisitos especificados pelas Normas ISO;
➢ Auditoria de segunda parte: é caracterizada por ser feita nas instalações
do fornecedor ou contratado, podendo ser realizada por auditores da
204

empresa do cliente ou por auditores contratados. O objetivo é verificar se


o sistema de gestão do fornecedor e comprovar se o mesmo tem
condições de fornecer produtos / serviços de acordo com os requisitos
estabelecidos;
➢ Auditoria de terceira parte: tem como característica sua realização por
uma organização independente, também conhecida como “auditorias de
certificação” realizadas com o propósito de certificar a organização,
segundo os requisitos normativos ISO.
Os resultados obtidos em auditorias são documentados e informados as
áreas auditadas para que definam ações necessárias para correção da não
conformidade encontrada, assim chamadas ações corretivas. Após essas ações
é feita uma analise critica pela alta direção para validação das ações.

I. Análise Critica pela Alta Direção


Periodicamente, em intervalos planejados, o SGI deve ser analisado
criticamente pela Alta Direção da organização, a fim de assegurar sua contínua
adequação, suficiência, eficácia e alinhamento com o direcionamento
estratégico da organização [1].
A análise crítica pela direção deve ser planejada e realizada levando em
consideração:

➢ A situação de ações provenientes de análises críticas anteriores pela


direção;
➢ Mudanças em questões externas e internas que sejam pertinentes para o
sistema de gestão integrado;
➢ Informação sobre o desempenho e a eficácia do sistema de gestão,
incluindo tendências relativas a: satisfação do cliente, retroalimentação
de partes interessadas pertinentes, extensão na qual os objetivos do SGI
foram alcançados, desempenho de processo e conformidade de produtos
e serviços, não conformidades e ações corretivas, resultados de
monitoramento e medição, resultados de auditoria, desempenho de
provedores externos, a suficiência de recursos, a eficácia de ações
tomadas para abordar riscos e oportunidades e oportunidades para
205

melhoria.
A organização deve reter informação documentada como evidência dos
resultados de análises críticas pela direção [2]. Assim o retorno esperado pela
analise critica deve incluir decisões e ações relacionadas com:

➢ Oportunidades para melhoria;


➢ Qualquer necessidade de mudanças no sistema de gestão da qualidade;
➢ Necessidade de recurso.

J. Questões estratégicas e mercadológicas


Muitas organizações têm como requisito adquirir produtos e serviços de
empresas certificadas, pois é uma forma de garantir que o fornecedor /
contratado está seguindo uma serie de especificações adequadas para atender
as práticas da empresa. Além de ser um diferencial e um atrativo para
conquistar a confiança do mercado e atender a necessidade do cliente e
aumentar a sua satisfação mantendo-se como referência do seguimento de
mercado.
Devido ao cenário dinâmico do mercado a busca por melhorias constante
virou foco de muitas organizações, a fim de fugir da estagnação. Por este
motivo obter um sistema de gestão estruturado é essencial para a
sobrevivência da organização, pois auxilia no desenvolvimento continuo, na
estruturação de seus processos para melhores resultados em qualidade do
produto, aumento de produtividade e redução de custos.
A busca de cumprir as práticas de SGI está interligada com ganhos
financeiros que são decorrentes da eficiência na produção, economia de tempo,
direcionamento de recursos humanos, ambientais e materiais criando a
oportunidade de atender novos mercados.

III.RESULTADOS

Ao implantar um Sistema de Gestão Integrado da Qualidade (ISO 9001),


Gestão Ambiental (ISO 14001) e Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional
(OSHAS 18001), a organização irá conhecer e controlar grande parte dessas
variáveis micro e macro ambientais, além de ter condições de retroalimentar
essas informações, tornando-se muito mais eficiente e competitiva no mercado.
206

Além de que monitora e controla a satisfação do cliente, que possui uma


gestão voltada para a redução e economia do consumo de recursos materiais e
naturais e que ainda promove ações específicas para a saúde ocupacional de
seus colaboradores, gerando um ambiente mais saudável e produtivo, os
benefícios gerados são significativos, assim temos:

➢ Melhoria da imagem da empresa junto ao mercado e clientes;


➢ Melhoria do desempenho organizacional e aumento da competitividade;
➢ Melhoria do clima organizacional e aumento da produtividade;
➢ Redução de custos operacionais e administrativos;
➢ Captação de novos clientes;

IV.CONCLUSÃO

O mundo contemporâneo muda cada vez mais rapidamente. A quantidade e


a velocidade das informações recebidas diariamente desenvolveram a
necessidade de mudar a nossa forma de pensar. Hoje, é reconhecer o
ambiente de forma mais holística, saber trabalhar com as todas as variáveis
que nos cercam e ter capacidade para conseguir analisar todos os dados que
vão além do chão de fábrica até o cenário do mercado para então
conseguirmos obter uma vantagem competitiva.
Esse novo paradigma organizacional aumentou a pressão nas empresas por
uma estratégia que consiga lidar com todas essas esferas solicitadas. Dessa
forma, os sistemas de gestão tornaram-se um caminho muito eficiente para
trabalhar com todas essas variáveis, afinal são normas técnicas aplicáveis a
qualquer tipo de organização e que possibilitam o gerenciamento de todos os
processos e atividades da organização.
Integrar esses sistemas é visto como um grande desafio pelas organizações,
não significa apenas tratar de maneira agrupada no mesmo documento ou
auditorias realizadas ao mesmo tempo, vai muito além de integrar requisitos.
Considerasse a sinergia que cada tema pode ocasionar, o foco no cliente, no
ambiente, na saúde, na segurança e na própria organização deve ser
equilibrado visando o atendimento a todas as partes interessadas.
Relacionado aos aspectos de mercado a existência de um Sistema de Gestão
207

Integrado possibilita o aumento de relações comerciais com novos clientes,


locais ou regionais significativamente. Obtendo-se um efeito positivo no
marketing e um melhor desenvolvimento comercial, decorrente da “venda” da
imagem de uma organização preocupada com as questões de qualidade, meio
ambiente e saúde e segurança do trabalho. Assim em um ambiente de
extrema competitividade empresarial, a implementação do SGI serve para
reafirmar, perante as partes interessadas a preocupação da organização em
alcançar um alto índice de confiabilidade e credibilidade no mercado, de
contribuir em prol ao meio ambiente e atender a todos os requisitos legais
trabalhistas.

V. REFERÊNCIAS
[1] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9001: Sistemas
de gestão da Qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
[2] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14001: Sistemas
de gestão ambiental Especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2015.
[3] BSI, 2007 OHSAS 18001 – Especificação para Sistemas de Gestão de Saúde
Ocupacional e Segurança, Reino Unido.
[4] BSI, OHSAS 18002 – Sistemas de Gestão de Saúde Ocupacional e
Segurança – Diretrizes para a implementação da especificação OHSAS 18001,
Reino Unido, 1999 b.
[5] BACKER, Paul de. Gestão Ambiental: a administração verde. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1995.
[6] CERQUEIRA, Jorge P. Sistemas de Gestão Integrados, 2°Ed. Qualitymark,
2006.
[7] QUINQUIOLO, J. M. Avaliação da Eficácia de um Sistema de Gerenciamento
para Melhorias Implantado na Área de Carroceria de uma Linha de Produção
Automotiva. Taubaté⁄SP: Universidade de Taubaté, 2002.
[8] ZUMBACH, L.; MORETTI G. Ciclo PDCA, Abordagem de Processo e Escopo do
Sistema de Gestão Ambiental. Núcleo de Estudos Científicos em
Sustentabilidade (NECS) | Preserva Ambiental Consultoria. Artigo 03 da série
ISO 14001 Comentada, Séries Temáticas, 2012.
208

[9] Viterbo Jr., Ênio, Sistema Integrado de Gestão Ambiental, 2 ed. São Paulo:
Editora Aquariana, 1998.
[10] SOTO-DELGADO, Jorge Juan e SENATORE, Danielle. O Gerenciamento
Integrado da Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança como Ferramenta
para Melhoria de Desempenho na Indústria Química, São Paulo: OPP Química
S.A, 2001.
[11] PARIS, W. S. Sistemas da Qualidade – Parte 2: Material de apoio dos
seminários. Curitiba, 2002.
[12] PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: Teoria e Prática. São Paulo: Editora
Atlas, 2000.
[13] QSP, SIGs – Sistemas Integrados de Gestão – Da Teoria à Prática. São
Paulo: Coleção Risk Tecnologia, 2003.
[14] ISO, “The Iso Survey of ISO 9001 and ISO 9001 Certificates”.Página
eletrônica: http://www.iso.ch/iso, 2017.
[15] RODRIGUES, Marcus Vinicius. Ações para a Qualidade - Gestão Estratégica
e Integrada para a Melhoria Dos Processos Na Busca Da Qualidade e
Competitividade. 5° Ed – São Paulo, Editora Elsevier, 2014.
[16] QUALIENG, Consultoria, Auditoria e Treinamento – Guia de Implantação
ISO 9001:2015. 1° Ed – Qualieng, 2017.
[17] GIL, Antônio de Loureiro. Auditoria da Qualidade. 2° Ed - São Paulo.
Editora Atlas, 1997.
[18] DIAS REIS, Luis Filipe S. ISO 9000 – Auditorias de Sistemas da Qualidade.
1° Ed – Editora Erica, 1995.

Você também pode gostar