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APOSTILA: AVALIAÇÃO DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS

E INSTALAÇÕES DE BENS INDUSTRIAIS EM GERAL -


ABNT 14.653-5

Eng. Gicélio Marques da Rocha


Especialista em Avaliações e Perícias de Engenharia

C01_21 | Versão FEVEREIRO DE 2021


C01_21 – Apostila - Avaliação De Máquinas, Equipamentos E Instalações De Bens Industriais Em Geral – ABNT 14.653-5
Versão 3.0 - fevereiro/2021 - Elaborado por GIR / Aprovado por IAC

Sumário
Sobre a SalettoEDU ................................................................................................................................. 3
Disclaimer ................................................................................................................................................ 4
Sobre o Instrutor ..................................................................................................................................... 4
MÓDULO 01 ............................................................................................................................................ 5
1.1 OBJETIVO DA DISCIPLINA ............................................................................................................ 5
1.2 MERCADO DE ATUAÇÃO ............................................................................................................. 6
1.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE ............................................................................................................ 7
1.4 AS NORMAS DE AVALIAÇÃO DE BENS ....................................................................................... 12
1.5 PRINCÍPIOS GERAIS PARA AVALIAÇÃO DE BENS ....................................................................... 13
1.6 PROCEDIMENTOS DE EXCELÊNCIA ............................................................................................ 15
1.7 ATIVIDADES BÁSICAS ................................................................................................................. 18
MÓDULO 02 .......................................................................................................................................... 20
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 20
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SETORES ECONÔMICOS..................................................................... 21
2.3 ATIVIDADES ESPECÍFICAS ................................................................................................................ 25
2.4 METODOLOGIAS PARA AVALIAÇÕES ............................................................................................... 27
MÓDULO 03 .......................................................................................................................................... 30
3.1 GRAUS DE FUNDAMENTAÇÃO ........................................................................................................ 30
3.2 PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................... 34
3.3 METODOLOGIA APLICADA PARA AVALIAÇÃO ................................................................................. 38
3.4 VIDA ÚTIL REMANESCENTE (VUR) ................................................................................................... 41
MÓDULO 04 .......................................................................................................................................... 46
4.1 VISTORIA E INVENTÁRIO ................................................................................................................. 46
4.2 LAUDO DE AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 47
4.3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................................ 49
Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 56

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Sobre a SalettoEDU

Estamos, desde 2015, promovendo Conhecimento & Experiência por meio de


treinamentos, capacitações, turmas abertas, in company e programas de liderança,
com foco em compartilhar boas práticas de Engenharia & Gestão.

A SalettoEDU faz parte da Saletto Engenharia de Serviços Ltda., tratando-se da


organização dos Conhecimentos e Experiências aplicados em mais de 17 anos de
empresa atuante no setor de Engenharia e Construção.

A Educação Executiva e Operacional tem se tornado cada vez mais presente aos
profissionais que buscam se atualizar continuamente. Pensando nisso, criamos
cursos voltados ao público de Engenharia, Construção, Segurança de Trabalho e
Gestão. Todos nossos treinamentos são compostos por teoria e muita prática,
imersão, exercícios, provas e dicas.

Transformamos Conhecimento e Experiência em treinamentos que possam atingir um


grande público, a um preço accessível e com a qualidade que é marca do nosso
negócio.

NOSSO LEMA: Conhecimento e Experiência que geram Engenhosidade.

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Disclaimer

Valores (custos), índices de produtividade, Legislações, Normas, Padrões e


documentos de referência, quando não apresentada a sua data de referência, deve
considerar a data de 01/01/2020. Bases de cálculos e alíquotas, hipóteses em que
não há retenção na fonte, prazos de recolhimento infrações e penalidades, legislação
vigente, bem como demais informações sobre tributos e contribuições citados
possuem caráter acadêmico e devem ser validados previamente com responsáveis
contábeis e jurídicos da empresa que receberá este treinamento. A Saletto
Engenharia de Serviços não se responsabiliza por nenhum dano causado direta ou
indiretamente pela não observância desta nota.

Sobre o Instrutor
Gicélio Marques da Rocha, Engenheiro.

Engenheiro Industrial Mecânico. Pós-graduado em Avaliações e Perícias de


Engenharia pela PUC Minas. Experiência em Avaliações de bens móveis conforme
ABNT 14.653-5 para diversas finalidades. Avaliações Judiciais e Extrajudiciais.
Assistência em Avaliações e Perícia. Experiência consolidada em Avaliação e Revisão
de vida útil de bens do Ativo Imobilizado para empresas de diversos segmentos.

Instrutor em Cursos de Avaliação de Máquinas, Equipamentos, Instalações e Bens


Industriais em Geral conforme ABNT 14.653-5 na ABEMEC RS, IBAPE MG e INBEC
BH.

Professor EAD do curso de Avaliações e Perícias em Engenharia na UNIJUI RS para


disciplina de Avaliação de Bens parte 5 da ABNT 14.653.

Membro da Comissão do IBAPE – MG para elaboração de boas práticas em


avaliações de máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral
conforme ABNT 14.653-5.

Registrado sistema CREA/CONFEA, associado ao IBAPE MG.

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MÓDULO 01

1.1 OBJETIVO DA DISCIPLINA

Esta disciplina tem por objetivo a Capacitação de profissionais da engenharia para


realização de avaliações de bens móveis conforme ABNT 14.653-5 em suas diversas
finalidades, dentre elas, podemos citar as mais solicitadas no mercado de avaliações
como sendo:

• Avaliação Patrimonial;
• Avaliação e Revisão de Vida útil dos Bens do Ativo Imobilizado;
• Teste de Impairment;
• Avaliação Judicial e Extrajudicial;
• Avaliação para Fusão, Cisão e Incorporação;
• Avaliação para Seguro, Garantia e Penhora;

Entender os procedimentos adotados pela ABNT 14.653 parte 05 que trata de


Avaliações de Máquinas, Equipamentos, Instalações e Bens Industriais em Geral,
bem como as técnicas de elaboração de Laudos de Avaliações para diversas
finalidades.

Esclarecer procedimentos práticos para os Engenheiros de Avaliações que possam


executar avaliações de maneira padronizada, fundamentada cientificamente e em
conformidade com setores Fiscais, Judiciais e Contábeis.

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1.2 MERCADO DE ATUAÇÃO

As práticas de avaliações de bens estão presentes em suas diversas finalidades,


sendo ressaltadas as seguintes: Locação, arrendamento, comodato, aquisição,
doação, alienação, dação em pagamento, permuta, garantia, fins contábeis, seguro,
arrematação, adjudicação, indenização, tributação e outros.

Para as diversas finalidades citadas, temos, atualmente, uma demanda por


profissionais atuantes em Engenharia de Avaliações com formação e qualificação
cada vez maior. Faz-se justificado, portanto, todo investimento em formação
profissional extracurricular, e, desta forma, é importante o profissional desenvolver e
aprimorar seus conhecimentos na sua área de atuação.

Para todas as áreas da engenharia, sempre haverá necessidade de avaliação, seja


por meio de auditorias, agentes financeiros, controladorias, administrativos ou
contábeis. Nossos clientes, na grande maioria das demandas, são provenientes de
empresas desde pequeno a grande porte, privadas ou públicas.

Vale salientar também que toda legislação pertinente à processos e procedimentos


que envolvem avaliação de bens, tem amparo legal e é prevista a corresponsabilidade
do profissional aos resultados de avaliações por ele apresentadas. Cabe, portanto,
responsabilidade cível e criminal no exercício de atividades de Engenharia de
Avaliações.

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1.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE

As atividades de avaliação de bens têm amparo legal desde as prerrogativas do


exercício das profissões como do produto final de avaliação para suas diversas
finalidades. O laudo de avaliação devidamente construído com o amparo das normas
pertinentes, assinado por profissional devidamente qualificado e registrado
legalmente, pode ser peça aceito tanto nas esferas judiciais quanto extrajudiciais, nas
instituições financeiras e para qualquer empresa no que se refere às áreas fiscais,
tributárias e administrativas.

Decreto Federal 23.569, de 11/12/33:


Regula o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor.

Art. 6º Nos trabalhos gráficos, especificações, orçamentos, pareceres, laudos, termos


de compromisso de vistorias e arbitramentos e demais atos judiciários ou
administrativos é obrigatória, além, da assinatura, precedida do nome da empresa,
sociedade, instituição ou firma a que interessarem, à declaração do número da
carteira do profissional diplomado e a menção explícita do título legal que possuir.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)

Parágrafo único. Não serão recebidas em juízo e nas repartições públicas


federais, estaduais ou municipais, quaisquer trabalhos de engenharia, arquitetura ou
agrimensura, com infração do que preceitua este artigo.

As atividades técnicas de avaliações executado por engenheiro é regulamentado na


Lei Federal n.º 5.194 de 24/12/66 que em seu Art. 7º, alínea C, descreve como
privativas dos mesmos e em seu Art. 13 define que os documentos técnicos só terão
valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados.

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O sistema CONFEA/CREA, na Resolução nº. 345/90 dispõe quanto ao exercício do


profissional de nível superior das atividades de engenharia de avaliações e perícias
de engenharia.

Art. 1º - Para os efeitos desta Resolução, define-se:


a) VISTORIA é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e
descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas
que o motivaram.
b) ARBITRAMENTO é a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição
entre alternativas tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.
c) AVALIAÇÃO é a atividade que envolve a determinação técnica do
valor qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento.
d) PERÍCIA é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos.
e) LAUDO é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou
e dá as suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos, fundamentadamente.

Art. 2º - Compreende-se como a atribuição privativa dos Engenheiros em suas


diversas especialidades, dos Arquitetos, dos Engenheiros Agrônomos, dos Geólogos,
dos Geógrafos e dos Meteorologistas, as vistorias, perícias, avaliações e
arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas partes integrantes e pertences,
máquinas e instalações industriais, obras e serviços de utilidade pública, recursos
naturais e bens e direitos que, de qualquer forma, para a sua existência ou utilização,
sejam atribuições destas profissões.

Art. 3º - Serão nulas de pleno direito as perícias e avaliações e demais procedimentos


indicados no Art. 2º, quando efetivados por pessoas físicas ou jurídicas não
registradas nos CREA’s.

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Art. 4º - Os trabalhos técnicos indicados no artigo anterior, para sua plena validade,
deverão ser objeto de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) exigida pela Lei
nº. 6.494, de 07 DEZ 1977.

Resoluções 218/73
Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.

Atividade 01 -Supervisão, coordenação e orientação técnica;


Atividade 02 -Estudo, planejamento, projeto e especificação;
Atividade 03 -Estudo de viabilidade técnico-econômica;
Atividade 04 -Assistência, assessoria e consultoria;
Atividade 05 -Direção de obra e serviço técnico;
Atividade 06 -Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
Atividade 07 -Desempenho de cargo e função técnica;
Atividade 08 -Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica;
extensão;
Atividade 09 -Elaboração de orçamento;
Atividade 10 -Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 11 -Execução de obra e serviço técnico;
Atividade 12 -Fiscalização de obra e serviço técnico;
Atividade 13 -Produção técnica e especializada;
Atividade 14 -Condução de trabalho técnico;
Atividade 15 -Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou
manutenção;
Atividade 16 -Execução de instalação, montagem e reparo;
Atividade 17 -Operação e manutenção de equipamento e instalação;
Atividade 18 -Execução de desenho técnico.

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Art. 12 -Compete ao ENGENHEIRO MECÂNICO ou ao ENGENHEIRO MECÂNICO E


DE AUTOMÓVEIS ou ao ENGENHEIRO MECÂNICO E DE ARMAMENTO ou ao
ENGENHEIRO DE AUTOMÓVEIS ou ao ENGENHEIRO INDUSTRIAL MODALIDADE
MECÂNICA:

I - O desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a


processos mecânicos, máquinas em geral; instalações industriais e mecânicas;
equipamentos mecânicos e eletromecânicos; veículos automotores; sistemas de
produção de transmissão e de utilização do calor; sistemas de refrigeração e de ar
condicionado; seus serviços afins e correlatos.

Vale lembrar também que como a avaliação de bens é um serviço a ser prestado pelo
profissional de engenharia, está sujeito também a outras sanções legais como o que
descreve o Código de Defesa do Consumidor, Lei Federal 8.078 de 1990 que traz no
Art. 39 onde especifica que:

“ É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:


VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo
com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas
específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra
entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial – CONMETRO; ”

Resolução Nº 1.010, DE 22 DE AGOSTO DE 2005

Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades,


competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no
Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional.

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Art. 1º Estabelecer normas, estruturadas dentro de uma concepção matricial, para a


atribuição de títulos profissionais, atividades e competências no âmbito da atuação
profissional, para efeito de fiscalização do exercício das profissões inseridas no
Sistema Confea/Crea.

DECRETO-LEI FEDERAL 2.848 – CÓDIGO PENAL

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos
de réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)

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1.4 AS NORMAS DE AVALIAÇÃO DE BENS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de


Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos
Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto da
normalização.

A ABNT NBR 14653, sob o título geral “Avaliação de bens”, contém as seguintes
partes:
• Parte 1: Procedimentos gerais;
• Parte 2: Imóveis urbanos;
• Parte 3: Imóveis rurais;
• Parte 4: Empreendimentos;
• Parte 5: Máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral;
• Parte 6: Recursos naturais e ambientais;
• Parte 7: Patrimônios históricos;

A NBR 14.653/1 desempenha o papel de guia e visa consolidar os conceitos, métodos


e procedimentos gerais para os serviços técnicos de avaliação de bens, apresenta
diretrizes para os procedimentos de excelência relativos ao exercício profissional e é
exigível em todas as manifestações técnicas escritas vinculadas às atividades de
engenharia de avaliações.

Os serviços de Avaliações de Bens devem ser executados sempre por profissional


habilitado e seguindo as recomendações normatizadas para fins de se cumprir a

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legislação do sistema CONFEA/CREA e também os primórdios adotados no Código


de Defesa do Consumidor (CDC) onde na Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Em face as Leis vigentes no Brasil e as Resoluções do sistema CONFEA/CREA, é de


fundamental importância a utilização das normas Brasileiras para Avaliação de Bens.

1.5 PRINCÍPIOS GERAIS PARA AVALIAÇÃO

DE BENS

Segundo definição dada pela ABNT14.653/1 itens 3.1.5, Avaliação de bens, de seus
frutos e direitos é uma análise técnica para identificar valores, custos ou indicadores
de viabilidade econômica, para um determinado objetivo, finalidade e data,
consideradas determinadas premissas, ressalvas e condições limitantes.

Neste sentido, vale salientar aqui as diversas finalidades solicitadas no mercado de


avaliação de bens, para cada tipo de avaliação. Caberá ao profissional, então,
determinar suas análises com base na melhor metodologia e sempre pautar o trabalho
na norma pertinente, na legislação abrangente e para qual finalidade se destina o
resultado que será apresentado.

Outro princípio importante é dado pela ABNT14.653/1 itens 3.1.7 sobre a definição
de ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES, definida como o Conjunto de conhecimentos
técnico-científicos especializados, aplicados à avaliação de bens por arquitetos ou
engenheiros.

O laudo de avaliação é definido pela ABNT14.653/1 itens 3.29 como sendo um


Relatório com fundamentação técnica e científica, elaborado por profissional da

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engenharia de avaliações, em conformidade com a norma ABNT NBR 14653, para


avaliar o bem.

Outros termos estão também definidos na referida norma e deverão ser de


conhecimento do Engenheiro de Avaliação para melhor qualidade na execução do
trabalho de avaliação de bens. Dentre ele, podemos ressaltar alguns:

Conceito de valor:
O valor de um bem decorre de várias características, entre as quais se destacam sua
raridade e sua utilidade para satisfazer necessidades e interesses humanos e sofre
influências por suas características singulares e condições de oferta e procura. Trata-
se de um conceito econômico abstrato e não de um fato.

Conceito de preço:
O preço é uma expressão monetária que define uma transação de um bem, de seu
fruto, de um direito, ou da expectativa de sua transação. O preço é um fato concreto,
relacionado às capacidades financeiras, às motivações ou aos interesses específicos
do comprador ou do vendedor.

Conceito de Custo:
O custo tem relação com o total dos gastos diretos e indiretos necessários à produção
ou aquisição de um bem, fruto ou direito.

Outro conceito importante a ser abordado aqui, quando se tratar de avaliação de bens
para fins contábeis, normalmente conhecido como Avaliação do Ativo Imobilizado, é
o conceito do Valor Justo. Este conceito não é encontrado ABNT 14.653, logo,
fazemos uma analogia do que se refere este valor em conceito com o que traz a CPC
27, a qual define como Valor Justo sendo o preço que seria recebido pela venda de

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um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação


não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
Na NBR 14.653-5:2006 item 3.29, temos definido que o de mercado de um bem é o
Valor do bem em condições de operação, no estado atual, como parte integrante útil
do empreendimento, incluídas, quando pertinentes, as despesas de projeto,
embalagem, impostos, fretes e montagens.

Desta forma, podemos assegurar que o Valor Justo (conceito CPC 27) tem referência
ao Valor de Mercado (conceito ABNT 14.653).

1.6 PROCEDIMENTOS DE EXCELÊNCIA

O Engenheiro de Avaliação deve sempre pautar seu trabalho na IMPARCIALIDADE


com observância do código de ética profissional além de se atentar para os itens
abaixo transcritos:

Quanto à capacitação profissional: manter-se atualizado quanto ao estado da arte


e somente aceitar encargo para o qual esteja especificamente habilitado e capacitado,
assessorando-se de especialistas, quando necessário.

Quanto ao sigilo: considerar como confidencial o resultado do trabalho realizado e


toda informação técnica, financeira ou de outra natureza, recebida do cliente a menos
que autorizada a sua divulgação.

Quanto à propriedade intelectual: jamais reproduzir trabalhos alheios publicados


sem a necessária citação. No caso de trabalhos não publicados, obter autorização
para reproduzi-los. Ao reproduzir, fazê-lo sem truncamentos, de modo a expressar
corretamente o sentido das teses desenvolvidas.

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Quanto ao conflito de interesses: declinar da sua contratação e informar as razões


ao cliente, se houver motivo de impedimento ou suspeição em decorrência de conflito
de interesse.

Quanto à independência na atuação profissional: assessorar com independência


a parte que o contratou, com o objetivo de expressar a realidade.

Quanto à competição por preços: evitar a participação em competições que aviltem


honorários profissionais.

Quanto à difusão do conhecimento técnico: esforçar-se na difusão de


conhecimentos para a melhor e mais correta compreensão dos aspectos técnicos e
assuntos relativos ao exercício profissional. Expressar-se publicamente sobre
assuntos técnicos somente quando devidamente capacitado para tal.

Na apuração dos resultados das avaliações, devemos também nos atentar quanto:

Lei da oferta e da procura:


Observados isoladamente estes dois aspectos, o preço de um bem diminui com o
aumento da sua oferta e cresce com o aumento da sua procura.

Princípio da semelhança:
Em uma mesma data, dois bens semelhantes, em mercados semelhantes, têm
valores semelhantes.

Princípio da proporcionalidade:
As diferenças de valor são proporcionais às diferenças das características relevantes
dos bens.

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Princípio da substituição:
Um bem pode substituir outro considerando-se aspectos como utilidade, destinação,
funcionalidade, durabilidade, características tecnológicas, desempenho técnico e
econômico.

Princípio da rentabilidade:
O valor de um bem, passível de exploração econômica, é função da renda que
previsivelmente proporciona.

Princípio do maior e melhor uso:


O valor de um bem que comporta diferentes usos e aproveita mentos é o que resulta
economicamente de maneira mais eficiente, consideradas as suas possibilidades
legais, físicas e mercadológicas.

Princípio da exequibilidade:
Quando existirem vários cenários ou possibilidades, são adotados os mais viáveis
levando em consideração a qualidade dada aos títulos líquidos e certos de serem
exequíveis, e que, portanto, podem ser objeto de execução ou ação executiva.

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1.7 ATIVIDADES BÁSICAS

São aspectos essenciais a serem esclarecidos previamente ao desenvolvimento da


avaliação com relação à atividade a ser desenvolvida no que tange o objetivo do
resultado, o qual está diretamente ligado à finalidade da avaliação, podendo ser
Locação, arrendamento, comodato, aquisição, doação, alienação, dação em
pagamento, permuta, garantia, fins contábeis, seguro, arrematação, adjudicação,
indenização, tributação e outros.

Para diferentes atividades, podemos assumir diferentes tipos de valor, de modo que
o objetivo do valor pode ser de mercado de compra e venda ou de locação; outros
valores, como valor em risco, valor patrimonial, valor econômico, custo de reedição,
valor de liquidação forçada, valor de desmonte; indicadores de viabilidade e outros.

No desenvolvimento do trabalho, devemos ater aos importantes tópicos previamente


acertados na contratação da avaliação, sugerimos:

- Requisição de documentação e devida análise;


- Vistoria do bem com fotografias;
- Coleta de dados detalhado bem como descrição de suas características;
- Diagnostico de mercado baseado em pesquisa de mercado.

Outro item importante a ser considerado dentro das atividades básicas é a escolha da
metodologia a ser empregado no trabalho.

A metodologia aplicável é função, basicamente, da natureza do bem, da finalidade da


avaliação, da disponibilidade, quantidade e qualidade de dados de mercado.

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Um dos melhores e mais adequados métodos de avaliação é o Método comparativo


direto de dados de mercado que identifica o valor de mercado do bem por meio de
tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis, constituintes da
amostra.

Outra ferramenta é o Método da quantificação de custo, que identifica o custo do bem,


ou de suas partes, por meio de orçamentos sintéticos ou analíticos, a partir das
quantidades de serviços e respectivos custos diretos e indiretos.

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MÓDULO 02

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para trabalhos de avaliação de bens tratada nesta parte da NBR 14.653, é


fundamental o conhecimento na integra das normas tanto da parte 01 quanto da parte
05 aqui estudadas.

Os conceitos e definições aqui estudadas devem ser seguidos rigorosamente para


que não sejam deixadas arestas ou possibilidades de questionamentos, embora,
normalmente, profissionais de outras áreas sempre pedem esclarecimentos ao
Engenheiro de Avaliações a respeito do desenvolvimento do trabalho e de seus
critérios. Por este motivo, todo laudo de avaliação deverá ser bem claro e deve
explicitar todas as metodologias, limitações de responsabilidades e definição clara da
finalidade a que se trata o trabalho.

Algumas definições previstas nesta parte da norma, devem ser aplicadas sempre nas
análises e construção de embasamentos constantes no laudo de maneira simples e
objetiva. Dentre os itens definidos na norma, ressaltamos:

Bem similar (NBR 14.653-5 item 3.1): bem com características relevantes na
formação de valor, equivalentes às do avaliado, tais como função, desempenho
operacional e estrutura construtiva.

Equipamentos (NBR 14.653-5 item 3.6): qualquer unidade auxiliar componente de


máquinas.

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Instalações (NBR 14.653-5 item 3.9): conjunto de materiais, sistemas, redes,


equipamentos e serviços, para apoio operacional a máquina isolada, linha de
produção ou unidade industrial, conforme o grau de agregação.

Máquinas (NBR 14.653-5 item 3.11): todo e qualquer aparelho composto por um ou
mais equipamentos, destinado a executar uma ou mais funções específicas a um
trabalho ou a produção industrial.

Sistema (NBR 14.653-5 item 3.21): conjunto de máquinas, equipamentos e


instalações para serviços específicos da unidade industrial.

Valor em uso (NBR 14.653-5 item 3.29): é o valor do bem em condições de operação,
no estado atual, como parte integrante útil do empreendimento, incluídas, quando
pertinentes, as despesas de projeto, embalagem, impostos, fretes e montagens.

O trabalho do profissional de avaliações com uso das atribuições e definições


previstas nesta parte da norma, tem credibilidade e confiabilidade diante de todos os
órgãos contratantes, sejam eles públicos ou privados.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SETORES

ECONÔMICOS

O bem a ser avaliado deve ser classificado de acordo com sua natureza de uso e
sempre que possível, quando for o caso, dentro dos grupos de bens pertencentes à
unidade industrial conforme regulamentos contábeis definidos pela legislação
pertinente.

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Devemos também classificar o empreendimento onde inserido tal bem, para isto,
utilizar o item 5 da NBR 14.653-5 sintetizados a seguir:
EXTRATIVO MINERAL
EXTRATIVO VEGETAL
A) PRIMÁRIO
EXTRATIVO ANIMAL
AGRICULTURA E PECUÁRIA
INDÚSTRIA DE BASE
NBR 14.653-5 ITEM 5.1.1:
INDÚSTRIA DE
CLASSIFICAÇÃO DOS SETORES
B) TRANSFORMAÇÃO
ECONÔMICOS
SECUNDÁRIO CONSTRUÇÃO CIVIL
TRANSPORTE
COMUNICAÇÕES
COMÉRCIO
C) TERCIÁRIO
SERVIÇOS

Após a classificação do setor econômico, devemos então classificar o bem a ser


avaliado:

A) MÁQUINAS
B) EQUIPAMENTOS
C) ACESSÓRIOS DISPOSITIVOS E GABARITOS
5.2.1 SEGUNDO TIPO DO
D) FERRAMENTAS, MOLDES E ESTAMPOS
BEM
E) INSTALAÇÕES
F) VEÍCULOS DE TRANSPORTE
G) MÓVEIS E UTENSÍLIOS
BENS ISOLADOS INSTALADOS
5.2.2 SEGUNDO A
BENS ISOLADOS NÃO INSTALADOS
SITUAÇÃO DO BEM
BENS INTEGRADOS NO PROCESSO DA UNIDADE INDUSTRIAL
RESIDENCIAL
COMERCIAL E DE SERVIÇOS
5.3.1 TERRENOS
INDUSTRIAL
AGROINDUSTRIAL

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TERRAPLANAGEM
SISTEMA DE CAPTAÇÃO, TRATAMENTO, RESERVATÓRIO DE
ÁGUA
SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DE
ESGOTOS SANITÁRIOS
SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DE
5.3.2 INFRAESTRUTURA RESÍDUOS INDUSTRIAIS
SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO EXTERNA
SISTEMA VIÁRIO
FECHAMENTOS LATERAIS
SISTEMA DE SEGURANÇA PATRIMONIAL
SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO
RESIDENCIAL
COMERCIAL E DE SERVIÇOS
5.3.3 EDIFICAÇÕES
INDUSTRIAL
AGROINDUSTRIAL
MÁQUINA ISOLADA
FERRAMENTAS
5.3.4 MÁQUINAS, SISTEMA DE ACIONAMENTO
EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE CONTROLE EXTERNO
ACESSÓRIOS SISTEMA DE AUTOMAÇÃO
SISTEMA DE TRANSPORTE
SISTEMA DE ARMAZENAGEM

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SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO


OUTROS DISPOSITIVO E ACESSÓRIOS DA PRODUÇÃO
ÁGUA INDUSTRIAL
VAPOR
ARREFECIMENTO
5.3.5 SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA
UTILIDADES AR COMPRIMIDO
COMBUSTÍVEIS
EFLUENTES INDUSTRIAIS
OUTROS SISTEMAS DE UTILIDADES

AUTOMÓVEIS
ÔNIBUS
MOTOCICLETAS, BICICLETAS,
TRICICLOS, REBOQUES E AFINS
5.3.6.1 TERRESTRE UTILITÁRIOS LEVES
CAMINHÕES
EMPILHADEIRAS
VEÍCULOS FORA DE ESTRADA
SEMOVENTES
5.3.6 VEÍCULOS DE LOCOMOTIVAS
TRANSPORTE VAGÕES
5.3.6.2 LITORINAS
FERROVIÁRIOS AUTOS DE LINHA
TREM CONTROLE
OUTROS
NAVIOS
REBOCADORES/EMPURRADORES
5.3.6.3 MARÍTIMOS BALSAS, CHATAS E BARCAÇAS
LANCHAS, ESCUNAS, TREINEIRAS E
OUTROS

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BOTES, ESCALARES, BALEEIRAS E


CONOAS
CÁBRAS
AVIÕES
PLANADORES E ASSEMELHADOS
5.3.6.4 AÉREOS
HELICÓPTEROS
DIRIGÍVEIS
MOBILIÁRIO
EQUIPAMENTO DE INFORMÁTICA E REPRODUÇÃO
EQUIPAMENTO DE TELECOMUNICAÇÃO
5.3.6.5 MÓVEIS E UTENSÍLIOS
EQUIPAMENTO DE COZINHA E RESTAURANTE INDUSTRIAL
EQUIPAMENTOS AMBULATORIAIS
EQUIPAMENTOS DE LAZER

Na prática, o Engenheiro de Avaliações tem autonomia para definir qual melhor


classificação do bem avaliado baseado na sua expertise, mas deve-se lembrar que
quando se tratar de bens de uma empresa, normalmente são numerosos e, muitas
vezes, mal classificados. Portanto, em casos de se fazer inventário de diversos bens
a serem avaliados, a classificação destes bens deverá seguir o critério da companhia
que o contratou e qualquer alteração deverá ser submetida à aprovação do cliente.

2.3 ATIVIDADES ESPECÍFICAS

Neste campo da ABNT 14.653-5, o Engenheiro de Avaliações deve ser bem claro e
explicitar no laudo qual será a finalidade da sua atividade de avaliação. Conforme as
diversas finalidades, o valor resultante da avaliação poderá ser ou não compatível
com a Atividade Básica.

Sempre que possível, em comum acordo com o contratante, preliminarmente


caracterizar a finalidade, o objetivo, o tipo de valor, o alcance e grau de agregação da
avaliação. Atentar-se também quanto as premissas e fatores limitantes do trabalho.

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Conforme item 7 da NBR 14.653-5, abaixo segue tabela 01 transcrita da mesma:

BEM ISOLADO
MÓDULO
FORA DO PROCESSO INTEGRADO
INDUSTRIAL UNIDADE
FINALIDADE INDUSTRIAL AO
OU SISTEMA INDUSTRIAL
NÃO PROCESSO
INSTALADO INTEGRADO
INSTALADO INDUSTRIAL
VALOR ECONÔMICO,
VALOR DE MERCADO PARA VENDA, VALOR CUSTO DE REEDIÇÃO NO
ALIENAÇÃO
DE DESMONTE, VALOR DE SUCATA DESTINO, VALOR DE
DESMONTE
ALIENAÇÃO
PREÇO DE LIQUIDAÇÃO FORÇADA
FORÇADA
VALOR ECONÔMICO, DE
MERCADO PARA VENDA,
VALOR DE MERCADO PARA VENDA, VALOR
FUSÃO, CISÃO E VALOR DE MERCADO
DE MERCADO PARA COMPRA, VALOR DE
INCORPORAÇÃO PARA COMPRA, VALOR DE
DESMONTE, VALOR DE SUCATA
DESMONTE, VALOR DE
SUCATA
CUSTO DE
VALOR DE MERCADO PARA VALOR ECONÔMICO,
GARANTIA E REEDIÇÃO,
VENDA, VALOR DE MERCADO CUSTO DE REEDIÇÃO,
PENHORA VALOR DE
PARA COMPRA VALOR DE DESMONTE
DESMONTE
SEGURO VALOR EM RISCO
VALOR DE MERCADO PARA COMPRA, CUSTO DE REEDIÇÃO, VALOR DE
PATRIMONIAL
SUCATA
CUSTO DE
REPRODUÇÃO, CUSTO DE REPRODUÇÃO,
COMÉRCIO
VALOR DE NÃO APLICÁVEL VALOR DE MERCADO
EXTERIOR
MERCADO PARA COMPRA
PARA COMPRA

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Um conceito de valor muito solicitado no ambiente empresarial é o VALOR JUSTO:


Valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras
do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a
liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória (conceito
dado pelo CPC 27 – Gestão do Imobilizado).

2.4 METODOLOGIAS PARA AVALIAÇÕES

Este item da NBR 14.653-5, deve ser tratado com máxima atenção e clareza pois é a
alma da avaliação. Deve-se definir aqui a prática usual mais próxima da aplicável em
cada tipo de avaliação. Esta parte da norma deve conter os diversos tipos de avaliação
para cada situação.
Na prática, buscamos sempre obter o valor avaliado baseado em dados de mercado,
logo, podemos atuar da seguinte forma:

a) Método Comparativo Direto de Dados do Mercado: deve ser utilizado


preferencialmente para todos os bens avaliados isoladamente ou correntes do
empreendimento com tratamento de dados por metodologia científica de estatística
ou inferência quando aplicável. Para todas as finalidades de avaliação, o valor
resultante deve prover de Dados do Mercado que retrate as condições iguais ou
similares a do bem avaliando.
b) Método Involutivo: aplicado a avaliação de terreno.
c) Método Evolutivo: aplicado a avaliação de imóveis.
d) Método de capacitação de renda: apura o valor econômico da unidade industrial
com adoção dos procedimentos previstos na ABNT 14.653-4
e) Método de Custos (Comparativo direto e quantificação): deve ser utilizado
somente para apuração de Custo de Reedição de bens do empreendimento quando
não for possível o Método Comparativo Direto de Dados do Mercado.

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Vale lembrar que nas avaliações de bens do ativo imobilizado, normalmente trata-se
de quantidade de bens consideráveis e, portanto, estabelecer a metodologia para o
trabalho de avaliação de grandes volumes de bens, deve-se deixar bem claro para o
contratante qual tipo de valor a ser apurado e com qual metodologia será executado
o trabalho.

COLETA DE DADOS

Para todas as avaliações de bens, para qualquer finalidade, o trabalho inicia-se na


prática com a obtenção das informações necessárias ao conhecimento do (s) bem (s)
em avaliação. Além das informações técnicas inerentes de cada item como potência,
capacidade, dimensões, peso, fabricante, modelo, ano de fabricação e número de
série, considera-se também conforme preconizado na norma, coletar dados de todos
os elementos relativos às condições de manutenção das bem ou eventuais reformas,
regime de trabalho e condições de localização e condicionamento dos itens em
avaliação.
Estas informações serão utilizadas para cálculos da depreciação utilizando métodos
consagrados preferencialmente.
Pertinente também a obtenção de documentos conforme a situação:

• Máquinas isoladas: manuais, desenhos esquemáticos e documentação de


origem. Quando se tratar de máquinas importadas, além dos anteriores, guias
de importação.

• Unidades industriais: plantas, layout, fluxogramas, inventário técnico


disponível, escrituras e documentos dominiais

Em grande parte dos trabalhos de avaliação, passamos pelo processo de inventário


principalmente quando se trata de avaliação patrimonial, neste caso, podemos utilizar

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planilhas eletrônicas previamente configurada com os dados a serem coletados de


forma a otimizar o processo de execução do inventário.

MÉTODOS CONSAGRADOS

Os métodos de cálculos para depreciação devem ser escolhidos em conformidade


com atributos técnicos inerentes aos bens em avaliação. Existem vários métodos
aplicáveis, logo, destacamos um dos mais utilizados em avaliações de máquinas e
equipamentos, o método conhecido como HÉLIO DE CAIRES, este método em
detalhes estudaremos mais adiante. Outros métodos como MÉTODO DE COLE,
MÉTODO DA LINHA RETA, MÉTODO DA CRITICIDADE, e demais, não trataremos
neste curso.

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MÓDULO 03

3.1 GRAUS DE FUNDAMENTAÇÃO

As avaliações podem ser especificadas quanto à fundamentação, definidas por uma


escala numérica que varia de I a III, onde o grau I é o menor. Os critérios para
obtenção dos graus de fundamentação são definidos na NBR 14653 da seguinte
forma:

Fundamentação: Será em função do aprofundamento do trabalho avaliativo, com o


envolvimento da seleção da metodologia em razão da confiabilidade, qualidade e
quantidade dos dados amostrais disponíveis no mercado.

Não se deve vender a ideia de que seu trabalho atingirá o mais alto grau de
fundamentação embora, em o trabalho, o que se deve buscar é o melhor em
fundamentação não esquecendo, porém das limitações de execução.

Deve-se salientar as limitações e obter autorização expressa para que se possa


observar o funcionamento das máquinas e equipamentos, quando for o caso, e
também autorização para fotografias dos referidos bens.

No item 9 da NBR 14.653-5, temos a tabela sintetizada abaixo:

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Tabela 2 – Graus de fundamentação para laudos de avaliação de


máquinas, equipamentos ou instalações isoladas

Graus
Item Descrição
III II I
Caracterização completa
e identificação fotográfica Caracterização sintética
Caracterização
do bem, incluindo seus do bem e seus principais
1 Vistoria sintética do bem,
componentes, complementos, com
com fotografias.
acessórios, painéis e fotografias.
acionamentos.
O funcionamento foi
observado pelo
engenheiro de avaliações O funcionamento foi Não foi possível
2 Funcionamento e as condições de observado pelo observar o
produção, eficiência e engenheiro de avaliações funcionamento.
manutenção estão
relatadas no laudo.
Para valor de reedição: Para valor de reedição:
Cotação direta do bem Cotação direta do bem Para valor de
novo no fabricante, para a novo no fabricante, para a reedição: uma
mesma especificação ou mesma especificação ou cotação direta para
pelo menos 3 cotações de pelo menos 2 cotações de bem novo similar
bens novos similares. bens novos similares.
Para valor de mercado: Para valor de mercado:
Fontes de Para valor de
No mínimo 3 dados de No mínimo 2 dados de
informação e mercado: 1 dado
3 mercado de bens mercado de bens
dados de de mercado para
similares no estado do similares no estado do
mercado bem similar.
avaliando. avaliando.

As informações e As informações e
condições de condições de
Citada a fonte de
fornecimento devem estar fornecimento devem estar
informação
documentadas no documentadas no
laudo. laudo.
Implícita no valor de Calculada por
4 Depreciação Arbitrada.
mercado do bem metodologia consagrada

Com apuração desta pontuação, enquadra-se o Grau de Fundamentação na tabela


03 deste mesmo item:

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Tabela 3 – Enquadramento dos laudos segundo seu grau de fundamentação

(Avaliação de máquinas, equipamentos ou instalações isoladas)

Graus III II I
Pontos mínimos 10 6 4

Itens 2 e 4 no
Todos os itens no Mínimo no grau II Todos os itens no
Restrições
Mínimo no grau II E os demais no Mínimo no grau I
Mínimo no grau I

Tabela 4 – Graus de fundamentação para a unidade industrial completa

Graus
Item Descrição
III II I

O funcionamento da
unidade fabril foi
observado pelo O funcionamento da
engenheiro de unidade fabril foi Não foi possível observar
1 Funcionamento avaliações e as observada pelo o funcionamento da
condições gerais de engenheiro de unidade fabril
produção, eficiência e avaliações
manutenção estão
relatadas no laudo
Cadastro com
Cadastro identificação de idade Cadastro com
2 Relação dos bens
técnico e condições de identificação de idade
manutenção

Máquinas e Pelo menos 80% do Pelo menos 80% do


Pelo menos 80% do valor
equipamentos, valor do item no grau valor do item no grau II
3 no mínimo no grau I desta
móveis e III desta parte 05 desta parte 5 (tabelas 2
parte 5 (tabelas 2 e 3)
utensílios (tabelas 2 e 3) e 3)

Pelo menos 80% do


Pelo menos 80% do Pelo menos 80% do valor
valor do item no grau
4 Terrenos valor do item no grau II do item no grau I da parte
III da parte 2 ou parte
da parte 2 ou parte 3 2 ou parte 3
3
Pelo menos 80% do
Pelo menos 80% do Pelo menos 80% do valor
Edificações e valor do item no grau
5 valor do item no grau II do item no grau I da parte
infraestrutura III da parte 2 ou parte
da parte 2 ou parte 3 2 ou parte 3
3

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Tabela 5 – Enquadramento dos laudos segundo seu grau de fundamentação

(Unidades industriais)

Graus III II I
Pontos mínimos 2,5 1,5 1
Itens 1 e 2 no Itens 1 e 2 no Todos os itens no
Restrições
Mínimo no grau III Mínimo no grau II Mínimo no grau I

Contudo, como dito, o Grau de Fundamentação de uma Avaliação de Bens, está


relacionado com a qualidade do trabalho mediante a disponibilidade de dados de
mercado, de vistoria, de acesso a informações do contratante. Porém, em caso de
não obtenção da pontuação mínima neste item, não significa que o Laudo de
Avaliação não terá valor, devendo-se relatar e informar que tal Laudo não se classifica
em nenhum Grau de Fundamentação, sempre pautado em fatos e dados verdadeiros
e corretos.

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3.2 PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

No item 11 da NBR 14.653-5, tem vários procedimentos os quais devem ser de


conhecimento do Engenheiro de Avaliações, porém, o texto presente na norma é
simples e de fácil entendimento.

Em resumo, os pontos mais importantes são:

Para identificar o valor patrimonial: no que se refere a máquinas, equipamentos,


ferramentais e outros bens móveis, fazemos primeiro o inventário e a avaliação
individual de cada bem, o valor patrimonial será o somatório dos valores avaliados
preferencialmente pelo método comparativo de dados do mercado ou pelo método de
custo. Sempre citar a fonte de dados de mercado utilizadas mesmo quando utilizar o
método de custos.

Para identificar o valor de desmonte da unidade industrial: neste caso, utilizar os


mesmos métodos citados com enfoque nas condições de venda dos itens no mercado,
toda conjuntura econômica na data da avaliação deve ser considerada. Os valores
necessários para desmonte devem ser estimados e considerados na obtenção do
resultado final.

Para avaliação de valores em risco: este valor tem que compreender todos os valores
necessários à reposição ou reconstrução dos bens em avaliação bem como seus
acessórios, custos de instalações, fretes e etc. considere também conforme o caso,
valores para cobrir possíveis necessidades de reposição de matérias primas e custos
de perdas de produção.

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Para avaliação de bens para comércio exterior: estes tipos de avaliação normalmente
são requeridos por perícia aduaneira, processos de importação e exportação. Deve-
se ter cuidado com o que tange a vistoria principalmente com relação à localização do
bem a ser avaliado. A vistoria por parte do engenheiro responsável deve ser feita pelo
próprio e quando mesmo que em país estrangeiro, caso não for possível esta vistoria
e ela tiver que ser feito por terceiros, não exime o responsável pela avaliação de suas
responsabilidades.

Para reavaliação de garantia de máquinas e equipamentos isolados: sempre


recomendado utilização de método comparativo de dados do mercado, quando não
for possível, utilizar custo de reedição. Apura-se também o valor de desmonte e
transporte.

Para avaliação de garantia de unidade industrial: recomenda-se apurar o valor


patrimonial e valor de desmonte, em alguns casos também o valor econômico com os
procedimentos da ABNT 14.653-4 – Avaliação de Empreendimentos.

Para reavaliação do ativo imobilizado: este item, apesar de previsto nesta parte da
norma, não mais se aplica por força das Leis vigentes, e dos Comitês de
Pronunciamentos Contábeis (CPC), os valores contábeis registrados nos balanços da
companhia não poderão ser alterados ou reavaliados, isto pois muitas empresas
utilizavam-se deste artifício para “maquiar” resultados e então, a Receita Federal,
impede tal procedimento.

Mesmo diante desta impossibilidade de Reavaliação do Ativo Imobilizado, temos dois


outros procedimentos em que o Engenheiro de Avaliações tem o privilégio de atuar:
Teste de IMPAIRMENT e Avaliação de VIDA ÚTIL REMANESCENTES.

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O teste de Impairment, ou recuperabilidade dos ativos, é o procedimento que mede a


perda de capacidade de recuperação do valor contábil de um ativo. Basicamente, ele
checa se o valor de venda ou o valor em uso são maiores que o valor líquido contábil
e faz a contabilização da perda. Este teste uma obrigação acessória para 100% das
empresas, sejam elas grandes, médias, pequenas e micro, optantes pelo Lucro Real,
presumido ou Simples Nacional.

Segundo as Leis 11.638 de 2007, 11.941 de 2009, Código de Direito Empresarial,


Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 01 e Resolução
CFC 1.152 de 2009 e 1.292/1.315 de 2010, as empresas deverão elaborar e deixar à
disposição dos órgãos de fiscalização um laudo específico, atestando se os
investimentos feitos pela empresa serão recuperados ou não.

O teste é uma obrigação acessória e todas as empresas estão sujeitas. Como se trata
de uma obrigação acessória, é uma obrigação, temos que cumprir, caso contrário,
existem punições. Consiste em verificar se o valor lançado nas demonstrações
contábeis e bens das empresas são corretos ou não. Na verdade, a preocupação do
Governo é que muitas empresas colocavam nas suas demonstrações valores
artificiais e diziam que tinham um valor ou bem móvel e, na verdade aquele valor era
fictício. Daí a necessidade de o Governo ratificar se aquele valor lançado na
contabilidade é correto ou não.

Para isto, esta verificação deverá ser executada por auditores externos contratados
PF ou PJ com responsável técnico pela avaliação conforme ABNT 14.653 e suas
partes.

O estudo de VIDA ÚTIL REMANESCENTE é muito contratado por empresas de


diversos setores com obrigatoriedade de fechamento de balanço anual e, portanto,
será neste curso tratado nos capítulos a seguir.

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Outro tópico importante é a coleta de dados, uma das principais atividades no


processo avaliativo. Para qualquer que seja a finalidade, o tipo de valor e objetivo da
avaliação, os dados coletados tanto do bem ou bens a serem avaliados quanto dos
dados de mercado devem serem tratados com imparcialidade, coerência e atenção.

Tenha acesso aos documentos do contratante para relatar todas as condições


limitantes do trabalho. Manuais, certificados, acervos técnicos de manutenção,
documentos de propriedade e etc. serão itens a enriquecer o trabalho.

É fundamental a vistoria do bem por parte do engenheiro avaliador bem como, sempre
que possível, a observância de funcionamento. Registre sempre o local, data,
condições de instalação, estado de conservação, e toda e qualquer ocorrência durante
a vistoria.

Registro fotográfico é um item também importante para evidenciar a existência e


estado de conservação do bem. Em alguns clientes, deve-se obter autorização para
registro fotográfico. Utilize equipamento fotográfico adequado ao ambiente em que a
vistoria é realizada.

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3.3 METODOLOGIA APLICADA PARA

AVALIAÇÃO

A depreciação é um termo comumente tratado em todos os trabalhos de avaliação de


bens e, no caso das avaliações executadas por Engenheiro de Avaliações, este item
deve ser seguido com seriedade e clareza de maneira imparcial e com metodologia
científica.

Existem vários métodos de depreciação aplicáveis na avaliação de bens, logo,


trataremos aqui os mais conhecidos e utilizados:

• Método Hélio de Caires


• Método Ross-Heidecke.

A metodologia desenvolvida pelo Engenheiro Hélio de Caíres para cálculo da vida útil
e valor depreciado, publicada no livro “Novos Tratamentos Matemáticos em Temas de
Engenharia de Avaliações” pela editora PINI em 1978, leva em consideração o regime
de trabalho, tipo de manutenção dentre outros fatores inerentes em avaliação
conforme segue:

VALOR AVALIADO (Va) Método Hélio de Caires:

Va = [(1 – r) * Dx + r] * Vn
onde:

Vn é o valor de novo (bem igual ou similar) obtido em pesquisa de mercado;


r é o valor residual;
Dx é a função da depreciação;

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Versão 3.0 - fevereiro/2021 - Elaborado por GIR / Aprovado por IAC

FUNÇÃO DA DEPRECIAÇÃO (Dx):

Dx = 1,347961431 .
1 + 0,347961431 e 3,579760093  () t/T
onde:

VIDA ÚTIL NORMAL (T): Expectativa de vida útil do bem novo igual ou similar. A
variável “T” é atribuída a cada bem considerando a sua natureza construtiva utilizando
pesquisa por valores médios em literaturas como apresentados no ESTUDO DE
VIDAS ÚTEIS PARA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS – IBAPE SP, publicada em
setembro de 2007 no Livro Engenharia de Avaliações da Editora PINI, no capítulo 18.
Variável “T” dado em meses.

IDADE DO EQUIPAMENTO (tap): Idade aparente, calculada com base no estado de


conservação pelo método de Heidecke:

Fator h = Perda de vida (ESTADO DE CONSERVAÇÃO).


Índice Estado de Conservação Fator (h)
A Novo 0,0000
B Entre Novo e Regular 0,0320
C Regular 2,5200
D Entre Regular e Reparos Simples 8,0900
E Reparos Simples 18,1000
F Entre reparos Simples e importantes 33,2000
G Reparos Importantes 51,6000
H Entre Reparos Importantes e Sem valor 75,2000
I Sem Valor 100,0000
Fonte: Apostila Prof. Alberto Lara – PUC Minas

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Para cálculo da idade aparente então, utilizamos:


tap = t = (T * h)/100

ACELERAÇÃO E FRENAGEM  (): Calculada conforme a seguir em função dos


coeficientes  e :
() = 0,853081710 e (0,067348748  – 0,041679277  – 0,001022860 )

COEFICIENTE DE MANUTENÇÃO (): Seu valor é pontuado de acordo com a


qualidade das manutenções praticadas. Definida pelo método conforme tabela a
seguir:
Coeficiente de Manutenção 
Inexistente 0
Sensível: Corretiva 5
Normal: Corretiva + Preventiva Básica 10
Rigorosa: Corretiva + Preventiva Controlada 15
Perfeita: Corretiva + Preventiva + Preditiva 20
Fonte: livro “Novos Tratamentos Matemáticos em Temas de Engenharia de Avaliações”

COEFICIENTE DE TRABALHO (): Tem a função de levar em conta as condições de


carga de trabalho do equipamento. É pontuado e definido pelo método conforme
tabela a seguir:

Coeficiente de Trabalho 
Máquina não instalada 0
Leve: 1 A 6 HS/DIA 5
Normal: 6 A 8 HS/DIA 10
Pesado: 8 A 16 HS/DIA 15
Extremo: 24 HS/DIA 20
Fonte: livro “Novos Tratamentos Matemáticos em Temas de Engenharia de Avaliações”

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3.4 VIDA ÚTIL REMANESCENTE (VUR)

Calculada com a Função da Depreciação (Dx) que tem como resultado o valor que
é dependente da idade do bem (real ou aparente), do regime de trabalho e da
qualidade da manutenção. Este valor pode ser aplicado sobre a expectativa de vida
útil do bem quando novo resultando assim a vida útil remanescente.
Graficamente, representa abaixo a relação de Estado de Conservação e Vida útil
do bem obtido da tabela de Heidecke conforme segue:

Fonte: Autor

Vida útil remanescente calculada por: VUR = T * Dx

Em se tratando do estudo de VIDA ÚTIL REMANESCENTE apenas, podemos utilizar


a diferença entre a vida útil do bem novo igual ou similar com a idade atual ou IDADE
APARENTE.

Importante ter cuidado ao executar este cálculo pois pode acontecer, em muitos
casos, do bem avaliado ter idade real superior à idade Legal dada pela referida
Instrução normativa citada. Quando isto ocorrer, o Engenheiro de Avaliações deve

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atribuir a IDADE APARENTE do bem, ou seja, pela qualidade de manutenção sofrida


pelo bem, pelo estado de conservação e principalmente pela funcionalidade.

É de fundamental importância pautar o argumento baseado em dados obtidos na


vistoria e fazer um bom relatório fotográfico a fim de assegurar o arbítrio da IDADE
APARENTE.

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Exemplo:

PAT. NOVO 000704

DESCRIÇÃO MANIPULADOR SKYTRAK


MARCA JLG
MODELO 010054
NR DE SERIE 000000
PAT. ANTIGO 000000
CIDADE/UF PASSOS - MG
EMPRESA xxx
LOCAL CANTEIRO DE OBRA xx
SETOR TERREO
DEPARTAMENTO CANTEIRO DE OBRA
RESPOSNSÁVEL xxx
GRUPO 160054292
CONTA CONTÁBIL MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
ESTADO CONSERVAÇÃO ENTRE REGULAR E REPAROS SIMPLES
FATOR %h 8,09000
VALOR DO BEM NOVO: Vn R$ 1.214.616,70
FONTE: https://www.jlg.com/
VIDA ÚTIL DO BEM NOVO: T (MESES) 120,0000
IDADE APARENTE tap = T * %h (MESES) 9,70800
COEFICIENTE DE MANUTENÇÃO SENSÍVEL: CORRETIVA
COEFICIENTE DE TRABALHO LEVE: 1 A 6 HS/DIA
ACELERAÇÃO E FRENAGEM:  () 0,9454218
FATOR RESIDUAL: r 5,000%
FATOR DEPRECIAÇÃO: Dx 0,9248125
VIDA ÚTIL REMANESCENTE: Vur 110,9775039
VALOR AVALIADO:
Va = [(1 – r)*Dx + r)]*Vn R$ 1.127.858,94

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3.5 Avaliação para liquidação forçada

O valor de liquidação forçada tem longa vinculação com as avaliações cuja finalidade
são as garantias bancárias. Dada a impossibilidade de se realizar avaliações em
bases comparativas de informações de leilões, o desafio do trabalho com esta
finalidade é tentar refletir a conjuntura atual nas variáveis chaves da função financeira,
taxa e período.
Sua quantificação pela função financeira do valor presente face a velocidade média
de venda do bem e os juros médios de mercado.

Podemos definir com valor de Liquidação forçada: Condição relativa à hipótese de


uma venda compulsória ou em prazo menor que o médio de absorção pelo mercado,
ou a quantia auferível pelo bem na hipótese de uma venda compulsória ou em prazo
menor que o médio de absorção pelo mercado.

Usualmente os valores de liquidação forçada são obtidos através de uma função


financeira onde as variáveis chaves são definidas pelo valor do bem, o prazo de
comercialização e as taxas de juros vigentes, representando o custo de oportunidade
de uma venda forçada do bem.

Desta forma, podemos admitir que o valor da liquidação forçada pode ser calculado
por:

Vlf = Va / [(1 + i)n]


Onde:
Vlf = Valor de liquidação forçada
Va = valor Avaliado (Valor de mercado atual)
i = Taxa de juros
n = Prazo médio para venda do bem

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O engenheiro de avaliação deve pautar suas considerações quanto a taxa de juro


utilizada e o prazo médio de venda do bem sempre com embasamento técnico
baseado na realidade mercadológica em que estiver o bem em avaliação. Faça suas
escolhas sempre com justificativas técnicas baseadas na condição do bem, na
conjuntura de mercado e no comportamento financeiro a ser atendido.

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MÓDULO 04

4.1 VISTORIA E INVENTÁRIO

O processo de avaliação de bens Isolados ou Unidades Industriais deve ser conforme


segue:

• Para cada bem avaliando, deve-se coletar dados dos elementos relativos às
condições de manutenção, reformas, jornada de utilização, características técnicas,
fabricante, número de série, ano de fabricação, modelo e outros dados inerentes a
rastreabilidade do bem avaliando.
• O inventário técnico deve se ater ao nível de detalhamento e alcance previamente
definido na contratação do trabalho.
• O inventário técnico deve estar vinculado a localização física do bem e sua
aplicação no empreendimento.
• A descrição e detalhamento dos bens inventariados deve conter informações
necessárias para cotação e estimativa de custos compatíveis com a finalidade da
avaliação.
• Todos os bens vistoriados deverão ser fotografados preferencialmente utilizando
equipamentos fotográficos com registro no mínimo da data e do horário.

No processo de inventário, recomendamos que o engenheiro tenha autorizações


expressas ao executar a vistoria. Formulários como Comunicação de Vistoria,
Comprovante de Comparecimento, Ata de reunião previa à vistoria, deverão ser
utilizados. A título de exemplo, fica disponibilizado alguns modelos editáveis na
plataforma deste curso.

Outro item a ser considerado refere-se ao acesso às dependências do proprietário dos


bens em avaliação, seguir as normas de segurança por ele estabelecidas, utilizar os

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corretos equipamentos de segurança individuais e cumprir os horários previamente


programados para o trabalho.

Se atente com as limitações do seu trabalho e observe todas as condições de


segurança ao avaliar máquinas em funcionamento, tenha sempre o acompanhamento
de um representante do proprietário para que ele te ofereça as informações que
necessita.

4.2 LAUDO DE AVALIAÇÃO

Conforme NBR 14.653/5 itens 10, o laudo de avaliação deve conter no mínimo os
seguintes itens:

a) Identificação do solicitante: buscar identificação completa, com dados cadastrais,


contato e telefone do contratante.

b) Finalidade do laudo, quando informado pelo solicitante: especificar


detalhadamente a finalidade desejada pelo solicitante.

c) Tipo de avaliação: especificar finalidade conforme NBR 14.653-5 item 07.

d) Grau de agregação da avaliação: conforme Item 7.5 da NBR 14.653/5.

e) Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes, conforme item 7.2. da NBR 14653-


1:2001.

f) Identificação e caracterização do bem avaliando, conforme item 7.3 da NBR 14653-


1:2001, no que couber;

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g) Diagnóstico do mercado, conforme item 7.7.2 da NBR 14653-1:2001;

h) Indicação da metodologia utilizada;

i) Tratamento dos dados e identificação do resultado - Explicitar os cálculos


efetuados, o campo de arbítrio, se for o caso, e justificativas para o resultado
adotado;

j) Especificação da avaliação - Indicar a especificação atingida, com relação ao grau


de fundamentação, conforme item 09 da NBR 14.653/5.

k) Resultado da avaliação e data de referência, com explicitação da finalidade, objeto,


tipo de valor e alcance da avaliação;

l) Qualificação legal completa e assinatura dos profissionais responsáveis pela


avaliação.

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4.3 ESTUDO DE CASO

Durante o curso, vimos todas as partes da norma e apresentamos os métodos de


avaliação de bens inerentes a ABNT 14.653-5.

Nosso trabalho final será a produção de um laudo de avaliação de um bem isolado


aplicando aqui todos os conhecimentos adquiridos.

Como orientação, passamos abaixo um passo a passo de um modelo de laudo para


que seja utilizado como referência (sugestão). Não existe modelo oficial para tal
atividade, portanto, qualquer alteração está permitida desde que seja atingido os
quesitos mínimos de informações previstos na norma.

Como modelo, sugerimos:

1. INTRODUÇÃO

A (CONTRATADA), doravante denominada (NOME FANTASIA), com sede à


(ENDEREÇO COMPLETO CONTRATADA) inscrita no CNPJ/MF ou
CREA(NÚMERO), contratada pela (CONTRATANTE) sediada à (ENDEREÇO
COMPLETO CONTRATANTE), CNPJ (NÚMERO), doravante denominada (NOME
FANTASIA), com o objetivo de realizar o presente laudo de avaliação (OBJETO) de
sua propriedade

2. OBJETIVO

Este laudo foi preparado por solicitação de (contratante) tendo como objetivos
básicos a realização de INVENTÁRIO FÍSICO, a apuração do VALOR JUSTO (a valor

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de mercado) e atualização da VIDA ÚTIL REMANESCENTE dos bens móveis do


ATIVO IMOBILIZADO, para fins CONTÁBEIS.

3. REFERÊNCIAS UTILIZADAS

Os critérios aqui adotados são baseados nas normas, procedimentos contábeis


vigentes no Brasil, e literaturas, a saber:
• Comitê de Pronunciamentos Contábeis: CPC 01 e CPC 27
• ABNT 14.653 e suas partes.
• Parte 1 - Procedimentos Gerais.
• Parte 5 - Bens Móveis em Geral.
• Livro Engenharia de Avaliações da editora PINI – Estudo de Vidas Úteis para
Máquinas e Equipamentos IBAPE SP.

4. PRINCÍPIOS E RESSALVAS

O presente Laudo obedece criteriosamente aos princípios fundamentais descritos a


seguir:

Os itens avaliados não foram considerados livres e desembaraçados de ônus ou


responsabilidades de qualquer natureza, foro ou pensão, inclusive hipoteca.

Os avaliadores não têm inclinação pessoal em relação à matéria envolvida neste


Laudo e tampouco dela aufere qualquer vantagem.

No melhor conhecimento e crédito do AVALIADOR, as análises, opiniões e


conclusões expressas no presente são baseadas em dados, diligências, pesquisas e
levantamentos verdadeiros e corretos.

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O presente Laudo apresenta todas as condições limitativas impostas pelas


metodologias adotadas, que afetam as análises, opiniões e conclusões contidas no
mesmo.

O presente Laudo foi elaborado com a estrita observância dos Códigos de Ética
Profissional constantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia e Conselho
Regional de Contabilidade.

5. LIMITAÇÕES DE RESPONSABILIDADE

Para elaboração deste Laudo, foram utilizadas informações e dados fornecidos por
escrito ou verbalmente pela Administração (NOME DO CONTRATANTE), ou obtidos
das fontes mencionadas nos itens quando ocorridos.

A finalidade básica deste laudo teve como objetivo a realização de INVENTÁRIO


FÍSICO, a apuração do VALOR JUSTO (valor de mercado) e atualização da VIDA
ÚTIL REMANESCENTE dos bens do ATIVO IMOBILIZADO, para fim específico de
AJUSTES CONTÁBEIS. Portanto, este Laudo não deverá ser utilizado para outra
finalidade sem aprovação prévia e por escrito do (NOME DO CONTRATADO).

O (NOME DO CONTRATADO) declara para fins de responsabilidade perante a


(CONTRATANTE) não possuir qualquer vínculo com a empresa solicitante da
avaliação de bens objeto deste laudo, entendido por vínculo as seguintes situações:

a) Possuir em seu quadro social, dirigente, representante legal, ou membro do


Conselho de Administração, Consultivo ou Fiscal da empresa solicitante;

b) Possuir em seu quadro social parente até o segundo grau, consanguíneo ou afim,
de qualquer pessoa que esteja inserida no item anterior.

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6. ESPECIFICAÇÕES ATINGIDAS DAS AVALIAÇÕES

As avaliações podem ser especificadas quanto à fundamentação e precisão, definidas


por uma escala numérica que varia de I a III, onde o grau I é o menor. Os critérios
para obtenção dos graus de fundamentação e precisão são definidos na NBR 14653
da seguinte forma:

Fundamentação: Será em função do aprofundamento do trabalho avaliativo, com o


envolvimento da seleção da metodologia em razão da confiabilidade, qualidade e
quantidade dos dados amostrais disponíveis no mercado.
Graus
Item Descrição
III II I
Caracterização
completa e
Caracterização
identificação Caracterização
sintética do bem e
fotográfica do bem, sintética do
1 Vistoria seus principais
incluindo seus bem, com
complementos, com
componentes, fotografias.
fotografias.
acessórios, painéis e
acionamentos.
O funcionamento foi
observado pelo
engenheiro de O funcionamento foi Não foi
avaliações e as observado pelo possível
2 Funcionamento
condições de engenheiro de observar o
produção, eficiência avaliações funcionamento.
e manutenção estão
relatadas no laudo.
Para valor de Para valor de
reedição: Cotação reedição: Cotação
direta do bem novo direta do bem novo Para valor de
Fontes de
no fabricante, para a no fabricante, para a reedição: uma
informação e
3 mesma mesma cotação direta
dados de
especificação ou especificação ou para bem novo
mercado
pelo menos 3 pelo menos 2 ou similar
cotações de bens cotações de bens
novos similares. novos similares.

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Para valor de Para valor de Para valor de


mercado: No mínimo mercado: No mínimo mercado: 1
3 dados de mercado 2 dados de mercado dado de
de bens similares no de bens similares no mercado para
estado do avaliando. estado do avaliando. bem similar.
As informações e As informações e
condições de condições de
Citada a fonte
fornecimento devem fornecimento devem
de informação
estar documentadas estar documentadas
no laudo. no laudo.
Calculada por
Implícita no valor de
4 Depreciação metodologia Arbitrada.
mercado do bem
consagrada
Fonte: ABNT 14.653/5

ENQUADRAMENTO DO GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO


Pontuação atingida = 9 - Grau II de fundamentação conforme tabela 3 da NBR 14.653-
5 item 9.6.3.

7. METODOLOGIA ADOTADA

7.1. METODOLOGIA ADOTADA PARA MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS,


INSTALAÇÕES E BENS EM GERAL.

Busca-se neste trabalho a determinação do VALOR JUSTO (VA) e a atualização da


vida útil REMANESCENTE (VUR) de cada bem do ativo imobilizado com base no
estado de conservação, uso e manutenção calculada por dois métodos consagrados.

• Método Hélio de Caires;


• Método de Heidecke.

O VALOR JUSTO pode ser definido analogicamente na ABNT 14.653 como:

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Valor do bem em condições de operação, no estado atual, como parte integrante útil
do empreendimento, incluídas, quando pertinentes, as despesas de projeto,
embalagem, impostos, fretes e montagens (NBR 14.653-5:2006 item 3.29).

Para chegar neste valor, utiliza-se o método comparativo direto de dados de mercado
que é o recomendado pela ABNT 14.653-5:2006 item 11.1.2.

Para os dados de mercado, as apurações dos valores se deram para os bens iguais
ou similares em oferta no mercado de novo e a depreciação calculada pelos métodos
consagrados: Método Hélio de Caíres e Método de Heidecke.

A metodologia desenvolvida pelo Engenheiro Hélio de Caíres para cálculo da vida útil
e valor depreciado, publicada no livro “Novos Tratamentos Matemáticos em Temas de
Engenharia de Avaliações” pela editora PINI, leva em consideração o regime de
trabalho, tipo de manutenção dentre outros fatores inerentes em avaliação conforme
segue:

*** Descrever aqui o restante do método ***

8. CONCLUSÃO:

Baseados nos fatores, metodologia e premissas utilizadas na aplicação dos critérios


de avaliação mencionados neste laudo, apuramos como VALOR JUSTO (valor de
mercado) para os bens avaliados o montante de R$ xxx (xxx) pertencentes à
CONTRATANTE, assim distribuído:

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VALOR
DESCRIÇÃO DO GRUPO QTDE ITENS AVALIADO
(em R$)
COMPUTADORES E PERIFÉRICOS HOSPITALARES 21 31.311,74
COMPUTADORES E PERIFÉRICOS NÃO
HOSPITALARES 208 122.606,96
EDIFICAÇÕES 1 4.961.203,90
INSTALAÇÕES NÃO HOSPITALARES 1 12.630,37
INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS 1.420 198.524,97
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS HOSPITALARES 205 1.803.378,78
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS NÃO HOSPITALARES 54 208.836,91
MÓVEIS E UTENSÍLIOS HOSPITALARES 297 379.443,43
MÓVEIS E UTENSÍLIOS NÃO HOSPITALARES 564 171.650,40
TERRENOS 3 1.302.057,27
TOTAL 2.774 9.191.644,73

OBS.:

O LAUDO PODERÁ SER ENTREGUE NO PRAZO ESTIPULADO E CONTARÁ


PONTOS PARA APROVAÇÃO.

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Referências Bibliográficas

• ABNT NBR 14.653 - Avalição de Bens, Parte 01: Procedimentos Gerais, Abril
de 2001 com atualização de Junho de 2001;
• ABNT NBR 14.653 - Avalição de Bens, Parte 04: Empreendimentos, dezembro
de 2002;
• ABNT NBR 14.653 - Avalição de Bens, Parte 05: Máquinas, equipamentos,
instalações e bens industriais em geral, junho de 2006.
• Lei Federal nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 - Dispõe sobre a proteção do
consumidor e dá outras providências. Em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm. 10/12/2012.
• Lei Federal nº 5194 de 24 de dezembro de 1966 - Regula o exercício das
profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras
providências. Em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5194.htm.
10/12/2012.
• Lei Federal nº 11.638 de 28 de dezembro de 2.007 - Altera e revoga
dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de
7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições
relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm.
10/12/2012
• Lei Federal nº 11.941 de 27 de Maio de 2009 - Altera a legislação tributária
federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede
remissão nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição,
alterando o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 , as Leis nºs 8.212, de
24 de julho de 1991 , 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de
1991 , 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , 9.430, de 27 de dezembro de 1996

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Versão 3.0 - fevereiro/2021 - Elaborado por GIR / Aprovado por IAC

, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997 , 10.426,


de 24 de abril de 2002 , 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho
de 2002 , 10.887, de 18 de junho de 2004 , e 6.404, de 15 de dezembro de
1976, o Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis nºs 8.981,
de 20 de janeiro de 1995 , 10.925, de 23 de julho de 2004 , 10.637, de 30 de
dezembro de 2002 , 10.833, de 29 de dezembro de 2003 , 11.116, de 18 de
maio de 2005 , 11.732, de 30 de junho de 2008 , 10.260, de 12 de julho de
2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005,
11.345, de 14 de setembro de 2006 ; prorroga a vigência da Lei nº 8.989, de
24 de fevereiro de 1995; revoga dispositivos das Leis nºs 8.383, de 30 de
dezembro de 1991 , e 8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei nº 73, de
21 de novembro de 1966 , das Leis nºs 10.190, de 14 de fevereiro de 2001,
9.718, de 27 de novembro de 1998 , e 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.964,
de 10 de abril de 2000 , e, a partir da instalação do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais, os Decretos nºs 83.304, de 28 de março de 1979, e 89.892,
de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de
2005 ; e dá outras providências. Alterada pela Lei nº 12.024, de 27 de agosto
de 2009. Em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm. 10/12/2012
• Instrução Normativa SRF nº 1.700, de 2017 - Fixa prazo de vida útil e taxa de
depreciação dos bens que relaciona.
• RESOLUÇÃO Nº 345 do CONFEA, de 27 de julho de 1990 - Dispõe quanto ao
exercício por profissional de Nível Superior das atividades de Engenharia de
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