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Mecânica Aplicada

ENGRENAGENS CILÍNDRICAS HELICOIDAIS (ECH)

Introdução

Neste capítulo são estudadas as engrenagens cilíndricas helicoidais (ECH) usadas


para transmissão de potência entre árvores paralelas. As ECH podem ser usadas
quando as árvores são perpendiculares ou fazem um ângulo qualquer entre si,
quando também são chamadas de ECH esconsas. No entanto, não são eficientes
nessa função, pelo papel predominante das forças de atrito. Por isso, seu campo de
aplicação nesse sentido é muito restrito, devendo ser substituídas por engrenagens
cônicas ou mesmo pelo par parafuso sem fim e coroa, apesar do papel também
proeminente do atrito nesse último conjunto.

ECH para transmissão entre árvores paralelas

Embora sejam eficientes quando torques elevados são aplicados em velocidades


angulares relativamente baixas, as ECR precisam ser muito bem projetadas e
fabricadas para que haja um engrenamento suave quando as velocidades envolvidas

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são mais elevadas. Indiscutivelmente, como uma tendência já consolidada há


bastante tempo, as maquinas operadoras modernas têm funcionado a velocidades
cada vez mais altas, empregando materiais resistentes e mais leves. Há muitas
razões para isto, mas basta considerar que a transmissão de potência em baixas
velocidades se traduz necessariamente em altos torques, ampliando sobremaneira a
demanda de resistência e robustez estrutural.

Exemplo do Popov.

Nessas situações, onde ruído e o impacto tornam-se críticos, a alternativa mais usual
e eficaz consiste do uso de engrenagens cilíndricas helicoidais. Usando-se as ECH,
naturalmente se obtêm uma elevada razão de contato, comparativamente as ECR. O
contato gradual e localizado entre os dentes garante um engrenamento mais suave,
obedecidas às condições adequadas de montagem do par. Em contrapartida, o
projeto e especialmente a fabricação requerem mais especialização. Outra
desvantagem refere-se aos critérios de intercambialidade, mais rígidos. Contudo, o
fator mais sério consiste da produção de um esforço adicional àqueles que atuam
nas ECR: o esforço axial, que demanda mancais de escora e uma análise mais
acurada da montagem das ECH nas árvores, que inclui o sentido das hélices. Em
síntese, o emprego das ECH é similar ao das ECR, mas tem as seguintes
vantagens:

- Melhor desempenho em velocidades angulares mais altas

- Menos ruidosas

- Produzem pouca vibração

- Razão de contato bem maior.

Por outro lado, existem desvantagens:

- Sua fabricação é mais elaborada; logo, sua fabricação é mais complexa e onerosa.

- A intercambialidade é restrita; como o formato dos dentes depende do processo de


usinagem e de outros detalhes fabris, somente engrenagens confeccionadas em
conjunto são de fato intercambiáveis.

- Seu projeto cinemático e estrutural é mais complexo; os modelos matemáticos


associados são menos precisos. Efeitos bem estudados nas ECR, como o

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afastamento de centros, o valor da espessura em qualquer parte do dente etc, são


questões teoricamente menos elucidadas nas ECH.

- Há um esforço axial, inexistente nas ECR, que faz com que a seleção dos mancais
envolva modelos mais caros.

O ângulo de Hélice

Como o nome já diz, nas ECH os dentes encontram-se retorcidos ao longo do eixo
axial na forma de uma hélice.

Em outras palavras, nas ECH a geratriz é inclinada com relação ao eixo do cilindro,
definindo o ângulo de hélice, conforme mostra a figura a seguir.

Não existem valores padronizados para ψ (ângulo de hélice). Ângulos de 15o a 25 o


são usados, mas se podem tomar valores menores e maiores, dependendo das
exigências de projeto. No caso de ângulos pequenos, o problema se prende
principalmente à perda das vantagens produzidas pelo engrenamento helicoidal;
para ângulos maiores, sobretudo pelo crescimento do valor das forças axiais, que
sobrecarregam a árvore e os mancais.

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Uma notável exceção são as engrenagens helicoidais “espinha de peixe”, que são
ECH duplas, que auto equilibram os esforços axiais e permitem ângulos de hélice de
até 45 graus. No entanto, exige-se que:

- O ângulo de hélice seja grande;

- A montagem seja bastante precisa, uma vez que cada lado da ECH espinha de
peixe possui a inclinação oposta;

- De acordo com Faires, uma das engrenagens deve apresentar flutuação axial,
para melhor adaptação a outra engrenagem.

Ressalta-se que tais engrenagens são caras e sujeitas a imprecisões pelo seu
processo de fabricação, que inclui até mesmo a montagem por partes, uma vez que
normalmente são muito grandes, com mais de dois metros de diâmetro. Podem ser
soldadas, usinadas ou mesmo aparafusadas nos segmentos que podem constituí-
las, muitas vezes chamados na prática (erroneamente) de cremalheiras, dado sua
dimensão avantajada. São utilizadas para transmissão de altos torques a baixas
rotações angulares, diferentemente das ECH comuns.

A forma evolvente helicoidal

A definição geométrica dos dentes da ECH é semelhante ao das ECR. Para que se
obedeça ao segundo principio básico do engrenamento, o perfil dos dentes das
ECH, que agora se apresenta retorcido, precisa a uma curva especial: a helicóide
evolvental ou evolvente helicoidal. Esta curva evolvente é obtida pelo desenrolar de

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um “tapete”, que tem seu contorno inclinado axialmente, conforme mostrado no


figura:

Tal como acontece nas ECR, a curva evolvente helicoidal é fácil de fabricar; seu
perfil é formado naturalmente caso se desbaste um disco cilíndrico com uma
ferramenta cremalheira, inclinada do ângulo de hélice com relação ao eixo da peça.

Características do engrenamento entre árvores paralelas

Nesta aplicação, a mais comum e eficiente das ECH, a inclinação das hélices deve
ser oposta. Os conceitos anteriores referentes aos diâmetros característicos
continuam a vigorar. Existem circunferências primitivas, de base, de cabeça e de
raiz.

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A cinemática do par continua sendo governada pelas dimensões das circunferências


primitivas. A distância entre centros é dada igualmente pela média dos valores
destas circunferências.

Contudo, agora existem dois planos definidos pela direção axial, referente ao eixo de
acoplamento ou eixo do cilindro que originou as engrenagens: o plano frontal, cuja
normal é dada pela direção axial, e o plano normal, que faz um ângulo – o ângulo de
hélice - com essa direção axial.

O ângulo de hélice não é padronizado. Existem valores usuais e mesmo


excepcionais. Mais à frente será abordada esta faixa de utilização mais comum.
Contudo, ressalta-se que o fato de poder ser usado numa ampla faixa permite um
ajuste importante nas variáveis de projeto cinemático e mesmo dinâmicas.

A figura a seguir ilustra o exposto:

Esses planos estão intimamente ligados pelas questões de fabricação. Os modos


mais comuns de fabricação, como os que empregam as fresas de disco, usam as
cremalheiras geradoras ou as ferramentas tipo faca das plainas etc, podem ser
usadas tanto para fabricar ECR quanto ECH. A diferença consiste na inclinação da
ferramenta com relação ao disco.

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Assim as características geométricas da ferramenta – particularmente seu módulo, o


passo e o ângulo de pressão de fabricação – se transferem ao plano normal da
engrenagem que está sendo fabricada. Então, pode-se escrever que:

Daí podem ser transferidos ao plano frontal da engrenagem:

Pne = Pcf e cosψ

Dividindo a igualdade anterior por π:

mne = mfe cos ψ

O mesmo acontece com os ângulos de pressão; as ECH possuem dois ângulos. O


ângulo de pressão da ferramenta se transmite para o plano normal da engrenagem,
que assim toma o valor padronizado:

αff (ângulo de pressão frontal da ferramenta) = αne (ângulo frontal da engrenagem)

Já para o plano frontal da engrenagem, existe a seguinte relação, cuja dedução pode
ser encontrada no livro do Shigley sobre Elementos de Máquinas:

 ff   en ;  tg (  en )  tg (  ef ) cos 

Proporções dos dentes

As dimensões dos dentes são tomadas com base no ângulo de pressão frontal da
ferramenta ou normal da engrenagem, que são os valores padronizados, ou seja,
tomam os valores possíveis de 14,5o, 20o e 25o. A mesma tabela de

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dimensionamento para dentes retos é usada nas ECH, mas o passo a ser
empregado na tabela é o módulo normal mne. Muitos acham isso bastante estranho,
mas é a recomendação constante das normas.

Alguns aspectos operacionais

O engrenamento necessariamente deve satisfazer:

- Sentido das hélices oposto;

- Ângulos de hélice iguais;

- Passos frontais iguais (ou módulos iguais);

Conforme recomendado, os ângulos de pressão da fabricação e de contato devem


ser iguais. Contudo, tais condições não são suficientes; dadas as já mencionadas
diversidades no processo de fabricação, engrenagens que não forem fabricadas
juntas podem não engrenar adequadamente.

Quando duas ou mais ECH forem montadas numa mesma árvore, os sentidos das
hélices devem ser cuidadosamente planejados para evitar esforços axiais elevados;

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Um adequado posicionamento do sentido das hélices resulta na possibilidade de


ancoragem das ECH conforme mostrado a seguir:

Interferência

A verificação da interferência com ECH é mais complexa e tal como nas ECR,
comumente se usa como referência num primeiro momento a tabela de acoplamento
pinhão-cremalheira, o caso mais extremo, com uma correção associada ao efeito do
ângulo de hélice. Ressalta-se que no caso das ECHs, pode-se demonstrar que o
ângulo de hélice restringe os problemas de interferência no engrenamento. Assim,
para αf e =20o com quinze dentes não haveria interferência (note que a usinagem

produzirá adelgaçamento!).

No caso de valores de zp menores do que os dados na tabela anterior, uma vez que
a fabricação das ECH é similar a das ECR e as circunferências de base estão
localizadas no plano frontal, as fórmulas para ECR podem ser adaptadas para sua
utilização.

O contato nas ECH

Se nas ECR existe uma linha de contato que se estende ao longo de toda a largura
do denteado e se movimenta na direção radial. Já nas ECH, o contato inicial dos
dentes das ECH é um ponto que se desloca tanto na direção radial quanto na
direção axial. Fossem os corpos rígidos, haveria sucessivos pontos de contato com
tensões muito elevadas. Todavia, sabe-se que há deformação na superfície dos
dentes e o que acontece é a formação de uma região de contato.

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Razão de Contato

Diferentemente das ECR, na identificação de uma medida referente à razão de


contato nas ECH é preciso considerar dois fatores. Primeiramente, permanece a
mesma idéia de comparar a extensão da linha de ação efetivamente usada pelo
engrenamento – a faixa de contato - com relação ao passo circular frontal, projetado
sobre a linha de ação – o passo base. Nesse sentido, a mesma formula usada
anteriormente para ECR pode ser usada, desde que adaptada para os valores que
vigoram no plano frontal. Assim, tem-se:

2 2 2 2
 DTC   DC   DP   DP 
    b    T    b   C .sen ef
 2   2   2   2 
I
         
e
Pcf cos  f

Devido aos dentes estarem inclinados com relação ao plano de rotação, a linha de
contato nas ECH tem aproximadamente a forma helicoidal, ou seja, os pontos de
contato se sucedem ao longo de uma linha que se desenvolve na direção axial. O
quociente entre a extensão desta faixa e o passo circular frontal também influenciam
na razão de contato.

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Assim a amplitude geométrica da ação de contato pode ser apreciavelmente


aumentada tanto pelo aumento do ângulo de hélice quanto pelo acréscimo da
largura do denteado, pois ambos os fatores prolongam o percurso de contato. Este
fator é representado pelo Avanço da Face (Af), representado na figura a seguir:

Conforme exposto, percebe-se claramente que Af depende do ângulo de hélice ψ e


da largura b. Quantas vezes Af for maior relativamente ao passo circular frontal,
maior será a razão de contato. Mabie recomenda que esse valor deve ser
minimamente igual a 1,15.

A f   II Pcf  1,15Pcf

Contudo, podem ser escolhidos valores maiores. No geral, tem-se:

Af
  II  b   II Pcf cot g ( )
b

Também:

b
 II  tg( )
Pcf

Esta fórmula pode ser burilada, no seguinte sentido, sabendo que:

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m en
Pcf  m ef 
cos( )

Então:

b cos( ) b
 II  e
tan( )  sen ( )
m n m en

Sobre a escolha do ângulo de hélice, este implica numa série de fatores, mostrados
nos exercícios doravante apresentados. Assim, o arbítrio da largura b é o recurso
mais acessível para controle dessa componente da razão de contato, ou seja, caso
se faça a largura b é suficientemente grande, resulta numa razão de contato maior,
pois:

b  Pcf cot()

Embora em seus volumes iniciais, Mabie se refira tão somente a esta última medida
da razão de contato, doravante dita axial (εII = εaxial), nas edições modernas
aparecem sugestões de somar vetoriamente (pois são ortogonais) a componente εI
(dita εfrontal) com εII (dita axial) e dessa soma resultar o valor real da razão de contato.
As novas edições do livro do Mabie também usam essa métrica:

E total = [(ε I)2 + (εII)2]1/2

A figura a seguir ilustra esquematicamente tais componentes:

Mesmo tendo importância nas ECH em termos cinemáticos, a largura da face é


considerada a grandeza de mais fácil calibração do projeto com relação aos
aspectos resistivos ou estruturais do dente. Contudo, autores como Faires
recomendam certas relações da largura com a espessura frontal efe, visando,
sobretudo, uma correspondência dimensional, conforme a que é mostrada a seguir:

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7,8 mfe ≤ b ≤ 12,5 mfe

Porém, o módulo se relaciona com o passo circular frontal pela relação:

mfe =Dp/z→ π mfe = Pcf e → (π/2) mfe = efe

Multiplicando e dividindo os extremos da expressão base por π/2, esta não se altera:

(2/π)7,8 efe ≤ b ≤ 12,5 (2/π) efe

4,96efe ≤ b ≤ 7,95efe

Ressalta-se que fórmulas diferentes dessa são apresentadas em outras referências


bibliográficas, que assim não estão em acordo. Tais condições devem ser
consideradas apenas em nível de recomendação, ou seja, são sugestões de
importância secundária, que buscam evitar engrenagens massudas ou muito
esbeltas. Todavia, nem sempre é possível obedecê-las sem grandes dificuldades,
pois muitas vezes tal relação se mostra fortemente restritiva à flexibilidade no
projeto.

Análise das forças

Tal como acontece nas ECH, as forças nos dentes das ECH variam ao longo da
linha de contato e, por simplicidade, sua analise se faz apenas no ponto principal,
que é o ponto de tangenciamento entre as circunferências primitivas. Neste ponto, a
resultante do contato dos dentes no ponto principal pode ser considerada normal à
superfície dos dentes, ou seja, não há componente de atrito. Ressalta-se que
existem componentes da resultante na superfície do dente, ou seja, há forças de
atrito significativas, sobretudo no inicio e no fim do contato, que geram desgaste
superficial. No entanto, os altos valores da razão de contato – é muito comum dois
pares de dentes estarem se contactando simultaneamente - tendem a diminuir
bastante o valor destas forças no início e no fim do contato.

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Na prática, Ft é conhecida por causa do torque de trabalho. A relação é a seguinte:

Tp = (Fpt x Dpp )/ 2 → Fpt = 2Tp / Dpp

As forças axial e radial são calculadas a partir da componente tangencial.

A componente axial é dada por:

Fpa = Fpt . tg ψ

A componente axial calcula-se como:


Fpr = Fpt . tg αfe

A relação já apresentada é útil no relacionamento do ângulo de pressão frontal da


engrenagem com o ângulo normal:

tg αfe = tg αne / cos ψ

Conforme exposto, nas ECH o contato entre os dentes geram duas forças que não
trabalham: as forças radiais e as forcas axiais. Todavia, tais forças são importantes
quanto ao dimensionamento das árvores. As componentes axiais não somente
geram esforços axiais, mas também flexionais, pois essas forças possuem braço de
alavanca com relação ao centroide das engrenagens, que se situa no eixo das
árvores.

Tais momentos concentrados são usualmente negligenciados, ou seja, desprezados


por imperícia do projetista.
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Ft- produz torção- flexão-cortante;

Fa- produz compressão e flexão através de momentos concentrados;

Fr- produz flexão e cortante.

Exemplo1:

Um par de ECH tem razão de transmissão i=3,2. O pinhão tem 20 dentes e o módulo
frontal da ferramenta de usinagem, que é uma fresa de disco, vale 6 mm. O ângulo
de hélice é igual a 14,7o e o ângulo de pressão frontal da ferramenta vale 20o.

Calcule:

a) Pcf, Pcn , mef e αen das engrenagens.

b) As dimensões dos dentes e os diâmetros característicos.

Solução:

Ponto básico de projeto: a ferramenta de desbaste deixa seu rastro no plano normal
disco, ou seja, o módulo frontal da ferramenta é igual ao módulo normal da
engrenagem:

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m en  m ff  6 mm
m en 6
m en  m ef cos  m ef    6,20 mm
cos  cos14,7 0
Pc  Pcf  m ef  (6,20)  19,50mm

Pcn  m en  Pcf cos   6  18,80mm

 en   ff  20 o

etg en 0,364
tg f   0,376   ef  20,6 0
cos  0,96

Para retirar as dimensões dos dentes deve-se entrar na tabela referente às ECR com
mne no lugar do módulo frontal mfe. Assim, considerando o ângulo de pressão normal
da engrenagem (ou o frontal da ferramenta)  en   ff  20o tem-se:

h c  m en  6 mm
h p  1,25m en  7,5 mm
c  0,25m en  1,5mm
e cf  Pcf / 2  9,75mm

Atenção: a espessura do dente é calculada pelo passo circular frontal, ou seja,


diferentemente das demais grandezas deste grupo, a espessura está relacionada ao
plano frontal. O mesmo acontece com a quantidade de dentes, também é
referenciada ao plano frontal:
D pp D cp
m ef    D pp  (m ef ).z p  (6,2).20  124mm
zp zc
np D cp zc
i  p
  z c  3,2z p  64
nc D p zp

D cp  (i)D pp  (3,2)(124)  396,8mm

C  (D pP  DCP ) / 2  260,4mm

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Demais diâmetros:

D cT  D cp  2 h c  396,8  12  408,8mm
D pT  D pp  2 h c  124  12  136mm
D cR  D cp  2h p  396,8  15  381,8mm
D pR  D pp  2h p  124  15  109mm

Atenção ao diâmetro de base, cujo ângulo a ser usado em sua relação com o
diâmetro primitivo também é o ângulo de pressão do engrenamento no plano frontal:

D cb  D cp cos  ef  396,8 cos 20,6 0  371,43mm


D pb  D pp cos  ef  124 cos 20,6 0  116,7mm

Observe como o problema de interferência ocorre basicamente com o pinhão, ou


seja, vai ocorrer predominantemente pela a ação do dente da coroa sobre o flanco, a
parte inferior, do dente do pinhão:

D cR  381,8mm  D cb  371, 43mm

D pR  109mm  D pb  116,7mm

Assim, o diâmetro de base da coroa está interno ao disco físico (diâmetro de raiz
maior do que o diâmetro de base), enquanto que para o pinhão, o diâmetro de base
é maior do que o de raiz. Contudo, regendo as diretrizes de projeto segundo o
modelo aqui apresentado, tal parte não evolvental não fará parte da extensão da
faixa de contato.

c) Verifique a questão da interferência e a razão de contato.

Solução:
Conforme mencionado, a fabricação das ECH por usinagem é similar a das ECR e
as circunferências de base estão localizadas no plano frontal, as fórmulas para ECR
podem ser adaptadas para sua utilização. Tal como nas ECR, pode-se usar como

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referência a tabela de acoplamento pinhão-cremalheira, o caso mais extremo, com


correção associada ao efeito do ângulo de hélice. Ressalta-se que o ângulo de
hélice restringe os problemas de interferência no engrenamento. Assim, para o
ângulo de pressão frontal da ferramenta αff =20o, com quinze dentes não haveria

interferência (note que a usinagem produzirá adelgaçamento!). Neste problema, αff é

igual a 20o e o número de dentes é ainda maior, ou seja, Zp=20. Logo, não há
problemas de interferência. Assim, apenas para mostrar o uso da fórmula, faz-se:

DTc < 2{C2 + [(1/4) (Dpp)2]cos 2(αfe) - C. Dpp cos 2(αfe)}1/2

408,8 < 2{(260,4)2 + [(0.25)(124)2] cos2(20,6º) – (260,4)(124) cos 2(20,6º)}1/2

408,8 < 414,16 (ok!)

De fato, há interferência não ocorre.


Para estimar a razão de contato referente à hélice deveria se ter o valor de b. Assim,
II
adotando o valor mínimo para ε , dita axial, em 1,15, tem-se:

b≥1,15Pc cotg ψ = 1,15x (19,5)cotg 15 = 83,7mm

Caso seja usada a relação mostrada no livro do Faires:

7,8 mfe ≤ b ≤ 12,5 mfe ou 4,96efe ≤ b ≤ 7,95efe

Sabendo que a espessura frontal vale: efe=9,75mm

4,96 x 9,75 = 48,36mm

7,95 x 9,75 = 77,51mm

Percebe-se que o valor de b=83,7mm está algo superior ao limite estabelecido pela
fórmula do Faires. Contudo, conforme já mencionado, tal expressão deve ser
considerada apenas em nível de recomendação. Especialmente o nível superior é
frequentemente desobedecido nos projetos.
Contudo, há também a componente clássica da razão de contato εfrontal ou εI, que
pode ser calculada adaptando a fórmula das ECR:

φ = [(DT,c/2)2 - (Db,c/2)2]1/2 + [(DT,p/2)2 - (Db,p/2)2]1/2 - Csen(αf,e)

φ = [(408,8/2)2 - (371,42/2)2]1/2 + [(136/2)2 – (116,071/2)2]1/2 – 260,4 sen(20,6º)

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φ = 29,19 mm

Pbf = Pcfcos(αfe)= 19,5cos(20,60)=18,25mm

εI = εfrontal = φ / Pbf = 29,19/18,25 = 1,60

εII = εaxial = 1,15

Dai resulta o valor total:

ε total = [(εI)2 + (εII)2]1/2 = [(1,60)2 + (1,15)2]1/2 = 1,97

Exemplo 2:

Com a finalidade de reduzir o ruído em uma transmissão, duas ECR com m=8mm e
αf=20o e Zp=32 e Zc=80 serão substituídas por engrenagens helicoidais. A distância
entre centros e a razão entre velocidades angulares serão mantidas. Especifique o
ângulo de hélice, os diâmetros externos e a largura da face das novas engrenagens,
considerando que a mesma ferramenta (uma fresa de disco) com mff=8mm e αff=20 o
vai ser usada na fabricação das ECH.

Solução:

Exigência do problema: i e C mantidos. Inicialmente, devem-se retirar os valores dos


diâmetros primitivos originais das ECR para calcular a distância entre centros. Então,
usando os valores do enunciado, tem-se:

Dpp = mf x zp = 8 x 32 = 256 mm

Dpc = mf x zc = 8 x 80 = 640 mm

A distância entre centros vale:

C=( D pp + Dpc )/2 =448 mm

A razão de transmissão pode ser facilmente calculada:

i= Dpc / Dpp =640/256 = 2,5

Note que:

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i= zc /zp =80/32= 2,5

A razão de transmissão e a distância entre centros devem ser mantidas. Assim,


calculam-se as mesmas grandezas referentes às ECH:

D’pp + D’pc =2x448=896mm

i= D’pc / D’pp =2,5

Resultam os mesmos valores anteriores de diâmetro primitivo para os “novos”


diâmetros primitivos. Daí se conclui: sempre que forem dadas ou mantidas a razão
de transmissão e a distância entre centros, os diâmetros primitivos ficam definidos ou
não se alteram. Entretanto, o número de dentes e outras grandezas vão mudar. O
novo número de dentes pode ser calculado como:

mff = mne = 8 mm;

Porém:

mne= mfe cos Ψ

Onde Ψ é arbitrário. Assim:

mne = mf e cos Ψ = (Dpp/zp) cos Ψ → zp=( Dpp / mne) cos Ψ=32 cos Ψ

Fazendo tentativas:

O valor do ângulo de hélice adotado é 20,4º, gerando zp=30 dentes, um número


inteiro. É perfeitamente possível arbitrar o número inteiro de dentes e então calcular
o ângulo de hélice, que pode ser um número fracionado. Contudo, chama-se a
atenção que não existe uma vasta extensão de número de dentes para o pinhão que
atenda aos critérios de projeto. De acordo com a tabela mostrada a seguir, uma

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varredura nos valores mostra que poderia ser arbitrado também ψ=14,36, que daria
31 dentes:

ψ 140 14,30 14,330 14,360 150 160 200 20,20 20,40 20,50

zp 31,05 31,009 31,004 31,000 30,91 30,76 30,07 30,03 29,99 29,97

Porém, com 32 dentes ou mais já seria impossível:

32=32 cos Ψ→ Ψ=0...ECR


Para um nímero de dentes menor do que 30, os ângulos de hélice crescem muito e o
efeito da força axial fica proeminente:

29=32 cos Ψ→25º

28=32 cos Ψ→28,95º

27=32 cos Ψ→32,46º

25=32 cos Ψ→38,65º

Já as novas dimensões são obtidas diretamente da tabela das ECR, seguindo o


padrão ditado pela norma:

hc= mne=8mm

hp= 1,25mne=10mm

Pcf=π mfe= π(Dpp/zp)= π(256/30)=26,810mm

efe = Pcf/2 = 26,81/2 = 13,40mm

O ângulo de pressão frontal da engrenagem ainda não foi determinado:

tg en tg20 0,364


tg ef   0
  0,38835   ef  21,22 0
cos  cos 20,4 0,93728

Os diâmetros característicos ficam:

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D cT  D cp  2h c  640  16  656mm
D Tp  D pp  2h c  256  16  272mm
D cR  D cp  2h p  640  1,25(16)  640  20  620mm
D pR  D pp  2h p  256  1,25(16)  256  20  236mm
D cB  D cp cos( ef )  640 cos(21,22)  640mm
D pB  D pp cos( ef )  256 cos(21,22)  256mm

Interferência:

No par de ECH tem-se zp= 30 dentes. Se na tabela para ECR o engrenamento com
cremalheira o zp mínimo já é 18, no caso do ângulo de ECH com ângulo de hélice
em torno de 18º o valor do zp mínimo baixa para 15º. No caso em apreço não há,
portanto, qualquer problema de interferência no par.

Razão de contato:
No caso da razão de contato, uma das componentes, a axial, é função da largura b,
que precisará ser estabelecida, pois não é dada. Com base no valor mínimo
proposto na literatura, εII = εaxial deve ser minimamente igual a 1,15. Então, deve-se
fazer:

b≥1,15 Pcf cotg Ψ= 1,15 x 3,1415 x mfe x cotg Ψ =

1,15 x 3,1415 x( mne /sen Ψ) x (sen Ψ/ cos Ψ), Ψ =20,4

b≥ 82,9mm

O limite superior da fórmula do Faires indica:

12,5 mfe = 7,95efe =7,95(13,40)=106,53mm

É possível, claramente, aumentar a razão de contato axial considerando b=106mm:

b 106
 II  tg ( )  tg (20,4o )  1, 47
Pcf 26,81

Ainda há a razão de contato frontal:

φ = [(DT,c/2)2 - (Db,c/2)2]1/2 + [(DT,p/2)2 - (Db,p/2)2]1/2 - Csen(αfe)

φ = 39,496mm

22
Mecânica Aplicada

Pbf = Pcfcos(αfe)= 26,81cos(21,220)=24,99mm

εI = εfrontal = φ / Pb,f = 39,496/24,99= 1,58

Somando pitagoricamente com a razão de contato axial εII = εaxial = 1,47 tem-se:

εTOTAL = 2,158

Exemplo 3:

Um par de ECH deve trabalhar transmitindo 10 kW de potência. O torque de entrada


vale 50Nm e a coroa deve reduzir a RPM de entrada em 7 vezes. Projete e
especifique as características do par, de modo que εaxial seja igual a 2, considerando
a distância entre centros seja igual a 200mm. Considere que o módulo da
ferramenta, uma fresa de disco, seja igual a 2,5mm.

Solução:

Dpp+Dpc= 2 x 200 = 400mm

i = Dpc/ Dpp = 7 → Dpc =7 x Dpp

Logo, Dpp =50mm e Dpc =350mm

Foi dado o módulo da ferramenta:

mf f = mne = 2,5 mm

Porém:

mne = mf e cos(Ψ) = (Dpp/zp) cos(Ψ)

Daí:

Zp = (50/2,5) cos Ψ = 20 cos Ψ .....(*)

O ângulo de pressão não foi especificado. Arbitra-se αne= αff=20o. Para evitar
interferência com αne=20o arbitra-se zp =18, que é o valor mínimo no caso extremo
de acoplamento pinhão cremalheira, considerando Ψ =0o.

Logo:

19 = 20 cos Ψ → Ψ = 18,15º

18 = 20 cos Ψ → Ψ = 25,84º

23
Mecânica Aplicada

17 = 20 cos Ψ → Ψ = 31,79º

Escolheu-se um valor típico para o ângulo de hélice:

zp = 18 e Ψ = 25,84º.

Porém, os outros valores mostrados, especialmente Ψ = 18,15º para zp=19º,


poderiam ser adotados.

Então:

A partir daqui a solução segue o padrão anterior. Todos os diâmetros característicos


devem ser calculados e a razão de contato frontal também, o que vai resultar num
valor total elevado.

Determinando-se todos os demais diâmetros característicos:

Pela tabela sabe-se que:

Logo:

Os diâmetros de base ficam:

,
Para determinar a largura:

b= εaxial Pcf cotg Ψ → b = 2,0 x (3,1415 x mfe ) x cotg 25,84º =

24
Mecânica Aplicada

2,0 x (3,1415 x [mne /cos Ψ]) x cotg (25,84º) = 36,1mm

Calcula-se a razão de contato frontal:

Sendo:

εI = εfrontal = φ/ Pbf

Então:

Então, substituindo os valores chega-se a:

Sendo:

Então:

Logo:

Logo, encontra-se uma boa razão de contato:

 TOTAL  1,46 2  4  2,47

Neste ponto, é válido avaliar a outra opção. Conforme exposto, poderia ter sido
escolhido um valor de zp = 19 e Ψ = 18,15º. Neste caso, para se manter o valor da
razão de contato axial prescrita, o valor da largura precisaria ser aumentado, pois o
ângulo de hélice diminuiu:

25
Mecânica Aplicada

b= εaxial Pcf cotg Ψ=2,0 x (3,1415 x [mne /cos Ψ]) x cotg (18,15º) = 47,49mm

Neste caso, há um novo ângulo de pressão frontal da engrenagem:

tag(αfe) = tag(αne)/cos(ψ) = tag(20)/cos(18,15)=0,3830.

αfe = 20,96o

Os diâmetros de raiz e de topo não mudam, mas os diâmetros de base sim.


Calculando-os:

D cB  D cp cos( ef )  350 cos( 20,96)  326,84mm


D pB  D pp cos( ef )  50 cos(20,96)  46,69mm

O novo arco de contato:

( D cT ) 2 (D cB ) 2 ( D pT ) 2 ( D PB ) 2
     Csen ( ef ) 
4 4 4 4

 31506,25  26706,09  756,25  544,989  200sen ( 20,96) 

 69,283  14,535  71,543  12,275

O passo base vale:

m em cos( ef ) (2,5) cos(20,96)


Pbf    7,718mm
cos() cos(18,15)

A razão de contato frontal fica:

12,275
 frontal   1,590
7,718

Logo, a razão de contato frontal aumentou – pois o ângulo de pressão frontal


diminuiu - e esta, somada pitagoricamente com a razão de contato axial prescrita,
resulta num valor total de:

 frontal  1,590 2  4  2,55

Contudo, caso o enunciado do problema prescrevesse a largura b, a razão de


contato axial neste caso diminuiria comparativamente ao valor anterior, pois o ângulo
de hélice se reduziu. No exemplo que se segue estuda-se outro fator de grande

26
Mecânica Aplicada

importância, que é a faixa de valores do ângulo de hélice e seu impacto no valor da


carga axial.

Note que se o módulo da ferramenta fosse arbitrário – foi imposto no enunciado do


exercício - dever-se-ia tomar cuidado com a equação (*) para que não houvesse
impossibilidade para Ψ.

Perceba que, para zp=30 e um módulo de mne=3,25mm:

cosψ=30x3.25/100=0,975 →ψ=12,83º.

Para zp=31 e mne =3,25mm:

cosψ=31x3.25/100=1,0075....→não existe.

O modelo é sensível e valores impossíveis podem ser obtidos se forem arbitrados a


magnitude de certas grandezas fora de um determinado intervalo.
Sugestão de continuidade deste exercício: obedecer o enunciado, mantendo mne,
usar o ângulo de pressão normal igual a 14,5º e prescrever o valor da largura b.

Exemplo 4:

Considere um par de árvores redutoras, cuja distância entre os centros é igual


300mm, a razão de transmissão desejada é igual a 5 e o torque de entrada Tp vale
100N.m. Projete o par de ECH especificando as medidas dos dentes com as
condições básicas de que não haja interferência e o empuxo axial e radial sejam
mínimos, além de outras qualidades. A largura b é igual a 130mm.

Solução:

Considerando-se os valores:

C=300mm ; i=5 ; Tp=100N.m

Uma vez que a distância entre centros e a razão de contato são conhecidas, podem-
se calcular os diâmetros primitivos:

Dpp + Dpc = 600mm

i= Dpc / Dpp = Zc /Zp = 5

Daí tem-se:

Dpc = 500mm e Dpp = 100mm

27
Mecânica Aplicada

Como o torque se relaciona com a força tangencial:

Tp = (Fpt x Dpp )/ 2

Logo:

Fpt = 2Tp / Dpp = (2 . 100) / 0,1 (atenção, neste caso o diâmetro precisa ser dado
em metros)

Fpt = 2000N

As forças axial e radial são calculadas a partir da componente tangencial. Sabe-se


que a componente axial é dada por:

Fpa = Fpt . tg ψ

Então, percebe-se que a componente axial será pequena, caso se adote um ângulo
de hélice ψ igualmente pequeno. No caso da componente axial, sabe-se que:
Fpr = Fpt . tg αfe

Da mesma forma, o ângulo αfe deve ser pequeno. O ângulo de pressão frontal da
ferramenta não é o padronizado; é obtido através da fórmula:

tg αfe = tg αne / cos ψ

Nesta última expressão, vê-se que o numerador precisa ser pequeno; logo, o ângulo
de pressão αne, deve ser escolhido como o menor valor padronizado, igual a 14,5º.
Já o denominador precisa ser grande, ou seja, o cos ψ deve ser o maior possível e
para isso, o ângulo de hélice ψ também deve ser o menor aceitável.
Quanto aos valores do ângulo de hélice, sugere-se o seguinte enquadramento:

Valores usuais: 15º ≤ ψ≤25º;


Valores aceitáveis: 25º < ψ ≤ 30º e 15º> ψ ≥ 10º ;
Valores excepcionais: 30º < ψ ≤ 40º e 10º > ψ ≥5º.

Pela tabela, tem-se que os valores aceitáveis estão de 10º a 30º. Arbitra-se, então, o
valor tabelado de αne = 14,5º e ângulo de hélice em torno de 10º, pois é preciso
avaliar as demais grandezas de projeto antes de definir ψ.
Sabe-se que:

zp = Dpp / mfe

28
Mecânica Aplicada

Onde:

mfe = mne/cos ψ

Daí:

zp = 100(cos ψ) / mne

Para evitar interferência, considerando que ψ estará no entorno de 10º, escolhe-se


um número de dentes para o pinhão que evite interferência na condição mais crítica.
Depois se pode reduzir um pouco ou aumentar este número, em função dos valores
padronizados do módulo normal da engrenagem. Assim:

mne =100 (cos10º )/31=98,48/31=3,17

mne =100 (cos10º )/32=98,48/32=3,07

mne =100 (cos10º )/33=98,48/33=2,98

Pelo que se observa, é melhor ajustar ψ adotando um módulo normal da


engrenagem (que é o padronizado) igual a 3mm, pois não há muito espaço para
manobra. Assim, para zp em torno de 32:

zp = 33 e mne =3 → cos ψ =(33 x 3) /100, ψ=8,1º

zp = 32 e mne =3 → cos ψ =(32 x 3) /100, ψ=16,2º

Considerando o enunciado, ψ=8,1º é a melhor opção.

Sendo mne =3 tem-se:

Zc =i x zp = 5 x 32 = 160

Os valores tabelados são:

hc = mne = 3

hp = 1.157 mne = 3,471

Assim, tem-se:

Drp = Dpp – 2hp = 93,05mm

Drc = Dpc - 2hp = 493,05mm

DTp = Dpp + 2hc = 106mm

DTc = Dpc + 2hc = 506mm

29
Mecânica Aplicada

Dbp = Dpp cos αfe = 96,72mm

Dbc = Dpc cos αfe = 483,61mm

Conferindo a questão da interferência (não seria necessário):

DTc < 2. [ C² + (Dpp ² cos αfe / 4) - C.Dpp cos αfe ]1/2

Tem-se que 506 < 507,04; logo, não há interferência.

Pode-se calcular ainda:

Pcf = π mfe = 9,52 e Pcn = Pcf cos ψ = 9,42

Fazer o cálculo da razão de contato e determinar as forças.

Resolver com a outra possibilidade, em que zp = 32 e mne =3 e ψ=16,2º

Colaboração de Murilo Toniato Abílio em 13 de Junho de 2012.

Exemplo 5:

A coroa de um par de ECH tem 85 dentes, ângulo de ação normal αne = 20º , ângulo
de hélice ψ=33,56º e módulo normal mne=5mm. Esta engrenagem deverá ser
acoplada a um pinhão que transmite 5kW a 1150 rpm. O número de dentes do
pinhão deve ser o mínimo possível, mas evitando a interferência no engrenamento.
Pede-se:

a) Qual o número de dentes do pinhão?

b) Qual a razão de transmissão?

Solução:

Algumas grandezas podem ser previamente calculadas:

mfe= mne/cosψ=5/cos(33,56o) =6,00mm

Também o ângulo de pressão frontal da engrenagem:

tan αfe = tan αne /cosψ = 0,36397 /0,833→ tan αfe =0,437 → αfe = 23,59º

Ainda é possível calcular o diâmetro primitivo da coroa:

mfe=6,0 = Dpc/85→ Dpc =6,0 x 85 =510,0mm

O número de dentes do pinhão deve ser o mínimo para evitar a interferência. Assim,
da tabela para pinhão e cremalheira com ângulo de pressão normal da ferramenta
igual a 20º e ângulo de hélice de 30o, tem-se zp mínimo =12 dentes. No entanto, este
30
Mecânica Aplicada

valor é válido para o caso mais crítico, que se refere ao engrenamento de pinhão
com cremalheira. É preciso verificar pela fórmula, o valor mínimo para o acoplamento
de duas engrenagens diferentes.

Assim, considerando zp= 11 dentes, tem-se:

Dpp = mfe x zp = 6 x 11 = 66 mm

O diâmetro primitivo da coroa já está fixado pelo enunciado e já foi calculado


anteriormente (Dpc =510mm). Então, a distância entre centros vale:

C=( Dpp + Dpc )/2 =288 mm

A razão de transmissão vale:

i= Dpc / Dpp =510/66 = 7,73= zc /zp

DTc= Dpc +2hc = Dpc +2mne = 510 + 10 =520,0mm

Calculando:

1
2
 D PP 2
2 2 e P 2 e
2 C  .cos α f  C.D P .cos α f  
 4 
1
2[( 288) 2  (66) 2 . cos 2 23,59  ( 288)( 63,47) cos 2 23,59]1 / 2  521,13  D CT  520!
4

Não há interferência com 11 dentes. Vai-se testar agora zp= 10 dentes:

Dpp = mfe x zp = 6 x 10 = 60,0 mm

C= (60 + 510)/2 =285 mm

A razão de transmissão vale:

i= Dpc / Dpp =510/60=8,5

Na fórmula da interferência, o diâmetro de topo da coroa não muda. O novo radical


se altera porque os diâmetros primitivos do pinhão se modificam, assim como a
distância entre centros. Os demais valores permanecem:

31
Mecânica Aplicada

1
2
 D PP 2
2 2 e P 2 e
2 C  .cos α f  C.D P .cos α f  
 4 
2[81225  900x 0,8398  285(60) x 0,8398]1/ 2 

2[81225  755,82  14360,58]1 / 2 

 520.08 D CT  520

A diferença é muito pequena, mas passa raspando! Então, a resposta correta é 10


dentes e a razão de transmissão, já calculada, vale 8,5. Porém, em termos práticos,
tal razão de transmissão é um valor muito alto que não deve ser usado. Além disso,
os dentes serão muito adelgaçados na fabricação, caso não se faça uma correção.
Como na prática é dado um pequeno afastamento para a folga frontal, a interferência
não vai acontecer, apesar da pequena diferença observada.

Exemplo 6 (solução reproduzida por Mateus Klein)

Um novo par de engrenagens cilíndricas helicoidais padronizadas deve ser fabricado


para substituir um par anterior. A razão de transmissão vai permanecer igual a cinco.
Aferições feitas no pinhão anterior mostraram as seguintes características: 18
dentes, altura total dos dentes no valor de 4,5mm, a largura é de 30 mm e razão de
contato axial igual a 2,5. Estas medidas do pinhão devem ser mantidas, mas a coroa
deve ser reprojetada, considerando que a razão de contato frontal deve ser a maior
possível. Assim, determine todos os diâmetros característicos do par e calcule a
nova distância entre centros.

Dados:

Zp= 18

hT=4,5

b=30mm

i=5

ϵaxial= Af/Pcf

O módulo é padronizado e pelo valor da altura total de 4,5mm, o ângulo de pressão


frontal da ferramenta não pode ser 14,5º:

32
Mecânica Aplicada

4,5=hT=hc+hp=mne+ 1,157mne = 2,157 mne → mne =2,08mm

De fato, este valor não é padronizado. O ângulo deve ser 20° ou 25°:

4,5=hT=hc+hp=mne+ 1,25mne = 2,25 mne → mne =2mm

Considerando a razão de contato:

ϵaxial= Af/Pcf → btan(ψ)=2,5 Pcf = 2,5π mfe = 2,5π (mne/cos(ψ))

sen( ) m en m en 2
tan(  )    sen( )    0,52359
cos( ) bcos( ) b 30
  31,57 o

É preciso determinar o módulo frontal da engrenagem:

em en 2 2
m  f  o
  2,34mm
cos( ) cos(31,57 ) 0,8520

Com o módulo frontal da engrenagem, pode-se determinar seu diâmetro. No caso do


pinhão, foi dado zp=18:

e
D pp
m  f  D pp  18( 2,34)  42,12mm
zp
D cp  iD pp  5( 42,15)  210,75

z c  iz P  5(18)  90

Ainda não se especificou qual é o ângulo de pressão da ferramenta; contudo, para


se alcançar uma maior razão de contato frontal, é preciso usar o valor padronizado
de 20º. Assim:

Para calcular os diâmetros de topo, de raiz e de base usam-se as seguintes


expressões:

33
Mecânica Aplicada

Para calcular a razão de contato tem-se:

Calculando a razão de contato total

34
Mecânica Aplicada

Manutenção do sentido das velocidades

35
Mecânica Aplicada

ENGRENAGENS CÔNICAS

São adequadas aos casos em que efetua a transmissão de potência entre


árvores que se cruzam O engrenamento cônico serve a qualquer disposição
geométrica das arvores; o caso em que estão perpendiculares é o mais comum e
o mais eficiente.

Vamos examinar apenas o caso mais simples e comum, =90o

36
Mecânica Aplicada

Os diâmetros primitivos são definidos pelas bases dos cones primitivos, que por sua vez são
definidos pelo ponto comum nas extremidades maiores dos dentes, de maior espessura.

 Ângulos primitivos(c e p) são definidos pelos eixos das engrenagens e as geratrizes dos
cones primitivos. Para o:
p

tg  Z c
tg 
Z p
n c

D p
c p c
Z p Z c n p D p

Maiores informações Mabie pg144/145

Quando duas engrenagens cônicas se acoplam, seus cones primitivos se conectam ao longo
de uma reta comum.

Para que se tenha o engrenamento perfeito, as extremidades maiores do par deverão se


situar num círculo cujo centro está no vértice comum cujo raio é a geratriz dos cones
primitivos.

37
Mecânica Aplicada

A forma evolvental não é usada por questões de fabricação.


Se fosse usada, seria

Evolvente esférica

O perfil normalmente empregado é o octóide.


Padronização: Embora não sejam intermutaveis a definição das dimensões dos dentes é
padronizada.
As normas estabelecem =20o diferentemente das engrenagens cilíndricas, as dimensões
dos dentes do pinhão e coroa são diferentes.

38
Mecânica Aplicada

c 0, 46
h c
 0,54 m 
c p
2
(z / z )
p c
h c
 2m  h c
p c
h c
 2,188m  0,55  h c
p p
h p
 2,188m  0,55  h c
c  0,18m  0, 05
 c Pc c p 
t   (h c  h p )tg 
 2 
 
 

Interferência: o número mínimo de dentes do pinhão para 20oé:

Pinhão 13 14 15 16
Coroa  30  20  17  16
Forças:

Vista frontal
Vista lateral

p
Ft

Fa
Fr

A componente tangencial é:
t 2T
F 
D P
As outras componentes são :
r t
F  F tg cos p
a t
F  F tg sen p

Os cálculos das Fa e Fr são feito para dimensionamento das árvores.

39
Mecânica Aplicada

PAR COROA E PARAFUSO SEM-FIM

O parafuso de rosca sem fim, ou o par coroa/parafuso-sem-fim (CPSF) é um tipo de


acoplamento mecânico no qual o movimento rotacional gerado por um parafuso
movimenta uma engrenagem coroa. Sua arquitetura funcional faz com que altas
reduções de velocidade (até 1 para100) possam ser efetuadas de modo compacto,
ou seja, apenas com um par de componentes.

O escorregamento entre os flancos dos dentes, por um lado, contribui para a


suavidade do funcionamento do par e para a redução do nível de ruído. Porém, por
outro lado obriga a cuidados especiais relativamente ao estado da superfície dos
flancos dos dentes e à sua lubrificação, para limitar a potência dissipada e o
desgaste.
Devido ao atrito, rendimentos elevados somente são alcançados em condições
especiais. As perdas frequentemente podem ter magnitude de 20 ou 30 %. Tal perda
também é uma função do ângulo de hélice do parafuso. Ângulos de hélice pequenos
no parafuso – grandes na coroa – aumentam as perdas.
Seu papel como multiplicador de velocidades ao invés de redutor é bastante limitado,
tanto por questões geométricas como por aspectos relacionados à folga entre os
componentes; mas, principalmente, pela magnitude do nível de razão de transmissão
envolvida.
Uma transmissão CPSF pode ser reversível ou não (travante ou não) dependendo
da aplicação. Num guincho deve ser travante, num veículo de transporte deve ser

40
Mecânica Aplicada

reversível. Em termos mecânicos, o que define esta condição é a relação entre o


ângulo de atrito no par coroa parafuso sem fim (μ=tgγ, onde γ é o ângulo de
inclinação ou avanço, que é igual ao ângulo de hélice da coroa).
Foi visto no estudo das engrenagens cônicas que a transmissão de potência entre
árvores não paralelas pode ser feita deslocando-se o pinhão de modo que os eixos
não mais se cruzem. O caso extremo desse deslocamento é o par coroa/parafuso-
sem-sim (CPSF), enquanto a situação em que há o cruzamento dos eixos ocorre
com o emprego de engrenagens cônicas de dentes retos ou espirais.

A transmissão do movimento nessas condições é efetuada sem qualquer


incompatibilidade cinemática, desde que a coroa seja uma engrenagem cilíndrica
helicoidal, ou seja, nessa situação extrema a coroa não mais é uma engrenagem
cônica.
Na realidade, tal forma de transmissão serve inclusive à fabricação de ECH, usando
diferentes ferramentas de corte, sendo a mais comum a fresa caracol. A operação de
desbaste é feita de forma dinâmica, com a ferramenta girando e retirando o cavaco
tal como se fosse um mecanismo transmitindo potência.

41
Mecânica Aplicada

O movimento dos CPSF baseia-se no deslizamento entre superfícies, transmitindo


movimento entre si, mas o papel do atrito neste caso é muito importante. Assim,
cuidados especiais devem ser tomados com relação à lubrificação, tratamento
superficial dos componentes e uso comedido de velocidades angulares no parafuso,
sob o risco de baixa durabilidade no componente. Contudo, devido à facilidade de
fabricação – o parafuso pode ser feito no torno, a máquina ferramenta mais simples
dentre as mais comuns – e a coroa é uma engrenagem helicoidal, que pode ser
reaproveitada de um trabalho anterior com um pinhão que se desgastou
prematuramente, o parafuso sem fim e coroa pode ser encontrado em muitas
aplicações simples, operando sem os devidos cuidados de obediência à
padronização e aos requisitos mais seguros e eficientes de projeto.
O sem fim é um parafuso especial de acionamento, assemelha-se a uma rosca
ACME. Suas medidas, entretanto, obedecem às padronizações particulares.

A coroa é semelhante a uma engrenagem helicoidal, mas o formato dos seus dentes
depende do seu processo de fabricação. Certos detalhes, nem sempre observados
em muitas engrenagens helicoidais que se acoplam com o sem fim, incluem o
abaulamento do perfil dos dentes, como mostrado na figura a seguir:

42
Mecânica Aplicada

Tais adaptações ao formato das ECH comparativamente ao engrenamento com


outra ECH visam a melhor adaptação ao parafuso. O próprio parafuso pode sofrer
alterações em seu perfil, de modo a aumentar a razão de contato e melhoria de
outros aspectos do engrenamento. Um desses procedimentos é a geração de filetes
de tamanho desigual no parafuso. Contudo, o custo envolvido neste processo pode
não compensar.

Porém, existem particularidades devidas ao processo de fabricação, que já


vigoravam no contexto do engrenamento das ECH e que agora ganha uma
importância relativamente maior.
Um parafuso poderia ser idealizado como uma engrenagem helicoidal, no qual o seu
dente realizou uma revolução completa em torno do seu eixo axial. Nestas condições
hipotéticas, o perfil dos dentes do parafuso poderia ter sido gerado com a forma
evolvental e este componente poderia ser usado para conduzir engrenagens
helicoidais sob perfeitas condições de obediência ao princípio de conjugação. De
acordo com Mabie, em tais condições ideais, haveria a produção de excessivo
desgaste.

43
Mecânica Aplicada

Contudo, o perfil dos parafusos tem formato de hélice; não é um perfil reto como é o
formato dos dentes de cremalheira. Contudo, é possível garantir um bom
acoplamento da coroa com o parafuso sem CPSF nestas condições de fabricação,
em que a ferramenta de corte tem o perfil de um parafuso tradicional: assegura-se
uma linha de contato eficiente num CPSF desde que a coroa tenha sido cortada por
uma fresa com mesmo diâmetro e forma do dente do parafuso e o par CPSF será
conjugado. O processo de fabricação da coroa de certo modo se beneficia desta
característica, pois pode ser feito também por ferramentas de fresagem que são
parafusos de corte.
Então, a mais das vezes as superfícies dos dentes das coroas são diferentes das
ECH padronizadas, sendo helicoidais no lugar de evolventais, por conta de seu
acoplamento se dar com um parafuso. Também o formato superior dos dentes
apresenta-se abaulado, por conta do acoplamento com o parafuso.

Características básicas:

Enquanto os parafusos comuns de acionamento costumam ter uma entrada, o


PSF pode ter varias. Se não houvesse entradas múltiplas, o passo da coroa vai ser
grande, resultando em dentes grandes e não padronizados, a razão de contato
também diminui.

Pa(passo axial) é a distância de um ponto do filete a outro adjacente.


Pz (passo da hélice ou avanço) é a distância axial percorrida pelo parafuso sem fim
em uma volta.
Enquanto os parafusos comuns de acionamento costumam ter uma entrada, o PSF
pode ter várias entradas. Se não houvesse entradas múltiplas, o passo da coroa vai

44
Mecânica Aplicada

ser grande, resultando em dentes grandes e não padronizados, em que a razão de


contato também diminui.
Pode-se escrever:
Zp= Pz/Pa
Nesta última expressão, o número zp indica a quantidade de entradas do sem fim. É
o numero de dentes em trabalho num mesmo passo de hélice.


p P
D p D T

Na figura,  é angulo de hélice do parafuso, grande no sem fim e pequeno na coroa.


O ângulo de hélice da coroa é o complemento do ângulo de hélice do sem-fim. Vai
se trabalhar com o ângulo de hélice da coroa, por conveniência.

Rendimento ótimo do sem fim: na faixa que compreende o ângulo de hélice da


coroa entre 30o e 60 o.

Os círculos de pé, de topo e primitivo são igualmente definidos no sem-fim. Pode-
se falar de um cilindro primitivo que representa sem-fim. O mesmo vale para a coroa.
A largura b é igual ao comprimento de uma tangente à circunferência primitiva do
sem-fim, entre seus pontos de interseção com o círculo de cabeça.

45
Mecânica Aplicada

Assim, o diâmetro primitivo do parafuso sem fim é definido após calculado o diâmetro
primitivo da coroa.
Análise cinemática: Na especificação do passo de um par coroa-parafuso sem fim,
fixa-se o passo axial do sem fim Pa como igual ao Pc da coroa, se o ângulo entre
eles é de 90o. Então, pode-se escrever o critério básico de projeto como sendo dado
por:

c p
P c
 P a

A figura ilustra tal compatibilidade geométrica:

Note que ψ da coroa é igual a γ do parafuso.

Sabendo-se que:

c
D cp Pcn
P  Pcf 
c ; e Pcf 
zc cos(  )

O número zp indica a quantidade de entradas do sem fim:

46
Mecânica Aplicada

Pela definição do passo circular frontal da coroa:

Sabendo que:

Também é muito importante a relação:

Tal expressão pode ser deduzida da seguinte figura, onde o dente em forma de
hélice do parafuso sem fim é retificado:

Relação z com D:

Logo:

Porém:

Então:

47
Mecânica Aplicada

Tem-se a relação z com D:

Perceba que comparativamente as engrenagens cilíndricas, agora o primeiro


princípio básico sofreu alteração na correspondência entre diâmetros e “número de
dentes” (na realidade, zp é o número de entradas do sem fim).
Relação z com n.
Considere os desenhos mostrados a seguir nos quais definem-se:
Vp=velocidade na superficie primitiva do s/fim
Vc= velocidade na superficie primitiva da coroa

Pode-se exprimir uma relação entre as velocidades tangenciais do parafuso e da


coroa:

Daí, pode-se escrever que:


vc n c
tg (  parafuso )  tg ( coroa )  
vp n p

48
Mecânica Aplicada

Substituindo esta relação em:

z p D cp
tg ()  
z c D pp
Interferência: Neste caso, tem-se apenas uma engrenagem, que é a coroa. O
problema de interferência vai depender de como a coroa foi fabricada. Se a coroa foi
feita com um processo de geração por cremalheira, deve-se usar a tabela a seguir:

 14,5o 20o N(normal) 20oR(rebaixado) 25o


p
Z min
32 18 14 12

Porém, se foi usinada a partir de um parafuso cortante, é preciso identificar como foi
cortado, ou seja, qual foi o diâmetro da fresa e o formato do parafuso. Se há uma
coincidência nos diâmetros da coroa e da ferramenta de corte, observa-se a seguinte
tabela:

 14,5o 20o N 20o R 25o


Z
p
23 13 10 9
min

 1,81 1,44 1,15 1,26

Nesta última tabela ressalta-se que a baixa razão de contato resulta em desgaste.É
interessante se situar entre estes extremos, mas se não for possível obedecer
diretamente as tabelas anteriores, relações geométricas similares as já mostradas
identificam que se:
1
2
 D PP 2
2
2 C  .cos α f  C.D P .cos α f   D CT
2 e P 2 e

 4 

Não há interferência.

Intermutabilidade ou intercambialidade: é a propriedade que garante um bom


engrenamento e a possibilidade de troca ou reposição sem problemas. No caso do
parafuso sem fim é importante que além das condições básicas já expressas, que
tanto o parafuso quanto a coroa sejam feitos pelo mesmo processo de fabricação.

49
Mecânica Aplicada

Adianta-se que em muitas e muitas aplicações práticas, fabricações não alinhadas


com a padronização e os critérios de otimização da qualidade do projeto fazem com
que haja desobediência ao requisito exposto.

Ângulos de pressão e alturas de dentes recomendados para a coroa:

  hc hp
0-15 14,5 0,3683Pa 0,3683Pa
15-30 20 0,3683Pa 0,3683Pa
30-35 25 0,2865Pa 0,3314Pa
35-40 25 0,2546Pa 0,2947Pa
40-45 30 0,2228Pa 0,2578Pa

Os valores de hp também podem ser usados para o parafuso sem fim. A altura de
cabeça deste é retirada da condição de tangenciamento da largura da coroa com
relação à circunferência primitiva do parafuso sem fim.
A relação exposta para o ângulo de hélice da coroa (o gama do parafuso) e o ângulo
de pressão é uma recomendação. Pode ocorrer que a faixa do ângulo de hélice não
corresponda ao ângulo de pressão normal estabelecido na tabela.

Análise das forças:

Admite-se, inicialmente, que a força de pressão resultante seja normal ao filete. As


componentes de F são dadas Por:

Fpa=F cosn cos

50
Mecânica Aplicada

Fpt= F cosn sen

Fpr=F senn
Atentando que em razão da mudança de orientação do movimento:

t a
F p
 F c
a a
F p
 F c
r r
F p
 F c

Sabe-se que o movimento entre s/fim e coroa envolve deslizamento. Logo, as forças
de atrito desempenham um papel importante. Para quantificá-las, admita que F gere
uma força de atrito F, cuja orientação atue tangente à hélice e tenha duas
componentes: uma radial e outra tangencial.

Computando-se estas forças as anteriormente apresentadas, tem-se:

Fpt  -Fca  F(cos  en sen   cos  )


Fpa  -Fct  F(cos  en cos   sen )
Fpr  -Fcr  F(sen en )

Experiências tem mostrado que o coeficiente de atrito depende de vd. A tabela a


seguir , retirada do Shigley fornece valores aproximados de  em função de vd, caso
não se tenha informações mais precisas retiradas de experiências com componentes
similares. A curva B é para materiais mais polidos e a curva A para materiais com
superfície mais rugosa:

51
Mecânica Aplicada

EXEMPLO 1:
Um s/fim com 4 entradas transmite 746w a 1200rpm para uma coroa de 30 dentes. A
coroa tem mfe=4mm e largura de 25mm. O sem fim tem 43 mm de diâmetro primitivo
e largura de 38mm. O ângulo de pressão da ferramenta de corte da coroa é 14,5o.
Os materiais e o acabamento são tais que deve usar a coroa B para obtenção de .
a) Determine Pa, C, Pz e .
b) Compare as potências de entrada e saída.
c) Especifique as medidas s/fim e coroa.
Solução do item a: pelo critério de projeto tem-se:

sf c
D cp
P P 
a cf  4 mm
zc
Foi dado o módulo frontal da engrenagem. Assim, pode-se calcular o diâmetro da
coroa:
D cp  m ef z c  4(30)  120mm

A partir daí, calcula-se a distância entre centros:


D pp  Dcp 43  120
C   81,5mm
2 2
Outros quesitos do enunciado são retirados a partir de relações simples:
Pz  z p Pa  4( 4)  16mm
16
Pz  16  D pp tan( )    arctan  20,4 o
43
e e
m n  m f cos  4cos( 20,4)  3,75mm (padronizado)

52
Mecânica Aplicada

Ressalta-se que foi dado no enunciado o módulo frontal da engrenagem, que não é
padronizado. O valor padronizado é o módulo normal da engrenagem. Como já foi
visto, o complemento do ângulo de hélice do parafuso sem fim é igual ao ângulo de
hélice da coroa, que foi calculado em 20,4º.
Para a obtenção das forças existem vários procedimentos similares. Conhecido o
diâmetro primitivo do sem fim, é possível tirar as forças a partir da componente
tangencial no sem fim, com a relação:
P 746
Fpt   t
v pt vp
D pp
2n p
v tp  2  162,1m / min  v t  2,70m / s
p
1000
Então:
746
Fpt   276,3N
2,70
Poder-se-ia também fazer:
P 746
T   5,9376 Nm
0,1047n p 0,1047(1200)
2T 2(5,9376)
Fpt    276,2 N
D pp 0,043
Para se calcular a velocidade da coroa, pode-se fazer:
np zc z n 4 x1200
  nc  p p   160rpm
nc zp zc 30

C
Dcp n c x120x160
v    60,32m / min
1000 1000
Já a velocidade de deslizamento é determinada por:
152,1 152,1
v D  vc / P    17,94m / min
cos  cos 20,4
Usando a curva B da figura chega-se a µ=0,03. Assim:
Fpt 276,30
Fresulante  e
  755,77 N
(cos  sen   cos  )
n (cos14,5sen 20,4  0,03 cos 20,4)

Também:

53
Mecânica Aplicada

Fpa  -Fct  755,77(cos 14,5 cos 20,4  0,03sen 20,4)  677,9 N


Fpr  -Fcr  755,77(sen14,5)  189,23N

Especificação: considerando αne=14,5 encontra-se a seguinte especificação para a


coroa:

h CP  0,3683Pa  0,3683( 4)  4,63mm  h PP


h CC  0,3683Pa  4,63mm

A altura de pé do parafuso sem fim também pode ser retirado desta tabela, mostrada
a seguir por clareza:

Pode-se observar por esta tabela que o ângulo de inclinação da hélice está
inadequado. Quando houve este conflito, deve-se dar prioridade ao ângulo de
pressão e, se puder, ajustar o valor do ângulo de hélice da coroa. Como isto não
ocorreu, pois o valor do ângulo de hélice foi dado, prossegue-se a solução do
problema.
Para se retirar a altura de cabeça do sem fim, observa-se o procedimento
apresentado por Shigley:

Os cálculos são mostrados a seguir:

54
Mecânica Aplicada

Ainda sobre as forças, é possível comparar os torques de entrada e saída.


Examinando a coroa:

Com relação aos torques:

Comparando com as rotações de entrada e saída:

A perda de potência é:

55
Mecânica Aplicada

Por fim, Shigley recomenda uma relação entre a distância entre centros e o diâmetro
primitivo do pinhão:

C 0,875 P C 0,875
 DP   15,673  D PP  27,657
3 1,7
Onde:

D PP  43mm

Percebe-se claramente que o enunciado também não obedece à recomendação do


Shigley.

EXERCÍCIO 2:
Projete um par coroa parafuso sem fim de modo que o torque de entrada seja
multiplicado por dez na saída da coroa. O sem fim possui três entradas. A potência
no parafuso é de 15KW a 1000rpm e dispõe-se de uma ferramenta para desbaste da
coroa com f=20 e mf=5mm. Admita =0,03.

Solução: É um problema bastante comum se exigir uma relação de torques entre a


entrada e saída. Ao contrário dos outros dispositivos, essa prescrição exige um certo
trabalho metodológico, pois a relação de torques independe de . Assim, uma tática
efetiva de solução é fazer:

Ts = 10Te  Fpa D Cp  10FpT D PP

56
Mecânica Aplicada

Ou seja, é preciso exprimir a equação com relação às diferentes expressões da


força. O torque de saída é dez vezes o torque de entrada; este último é dado pela
componente tangencial no parafuso versus o diâmetro do parafuso; já o torque de
saída é dado pelo produto do diâmetro da coroa pela força tangencial na coroa, que
é igual à força axial do parafuso. Então:

10cos  n sen   cos  D pp  cos  n cos   sen D cp

Ou melhor:

D cp 10cos  n sen   cos  



D p
p cos  n cos   sen

Sabendo-se que:

D cp zc
 tg
D pp z p

Substituindo a expressão anterior, tem-se a relação de torques escrita em termos do


número de dentes, uma variável que requer cuidados, incluindo o fato de ser inteira:

z c 10cos  n sen   cos  



z p tgcos  n cos   sen 

Pelo enunciado do problema:

 ferramenta
f   coroa
n  20º

Pela tabela do Shigley, a faixa recomendada para o ângulo de hélice da coroa ψ, que
é igual ao ângulo γ do parafuso, se situa entre:

15o    30o

Considere, portanto, que γ do parafuso é igual ao ângulo de hélice ψ da coroa, igual


20º. Fazendo as contas:

zc 10cos 20sen 20  0,03 cos 20


  10,98
z
57
p

tg 20 cos 20 cos 20  0,03sen 20 
Mecânica Aplicada

Resulta um quociente não inteiro. Já para γ=20,5o:

zc 10cos 20sen 20,5  0,03 cos 20,5


  11,01
z p

tg 20,5 cos 20 cos 20,5  0,03sen 20,5 
Escolhendo este último valor, tem-se:

z c  z p  11  3  11  33 dentes

Então:

D cp
 11  tg 20,5  4,13
D pp
D pp
No projeto do parafuso sem fim e coroa, não se pode sair arbitrando . É preciso
obedecer à padronização do módulo da ferramenta apresentado. Daí, sabendo que o
módulo frontal da ferramenta é o módulo normal da coroa, faz-se:

5
m en  m ef  cos  
 m ef   5,34mm
cos 20,5º

Agora se pode calcular o diâmetro primitivo da coroa:

D CP
m eF   D cp  5,34  33  176,22mm

ZC

Uma vez que o elemento motriz é um parafuso, não se pode fazer:

D pp  m f  z p

O diâmetro do sem fim é retirado de uma expressão já calculada:

D cp 176,22
p
 4,13  D pp   42,67 mm
D p 4,13

A partir daqui pode-se fazer a especificação das dimensões e o cálculo de potências


envolvidas.

EXERCÍCIO 3:

58
Mecânica Aplicada

Numa empresa doméstica, um engenheiro deseja aproveitar uma ECH com ângulo ψ
igual a 23,07º, mne= 2 mm, ângulo de pressão αne e 30 dentes para atuar no
acoplamento com um parafuso sem fim de três entradas. Especifique as medidas do
sem fim e o quanto deveriam ser alteradas as medidas dos dentes da ECH para se
obedecer pelo menos às medidas padronizadas.

Solução:
O par parafuso sem fim e coroa não é intercambiável. Contudo, em indústrias
menores, não é raro se fazer um aproveitamento das ECH de algum modo,
particularmente para se acoplar com uma coroa. Sabe-se que o pinhão se desgasta
mais rapidamente do que a coroa a este associada; assim é comum sobrarem ECH,
que viram sucata esperando alguma finalidade diferente do descarte. Contudo, o
aproveitamento da coroa com outro pinhão em boas condições numa redução
helicoidal é mais difícil de ser bem sucedido. Porém, em se tratando de um parafuso
sem fim isto já é mais fácil. Há muitos produtos em que o parafuso sem fim sequer
foi usinado; já foi visto casos extremos de máquinas simples que são compostas de
coroa e um parafuso sem fim, este construído por um fino vergalhão enrolado num
eixo. Nestas aplicações elementares, sem grande esforço e funcionando a baixas
velocidades, tal empreendimento acaba funcionando razoavelmente e sai muito
barato.
Voltando à solução do problema, com o fornecimento do módulo normal pode-se
desde já retirar as medidas originais da coroa:

h C  m en  2mm
h P  1,25m en  2,5mm
h T  4,5mm
c  h P  h C  0,5mm
Sabe-se que na ECH a relação entre os módulos normal e frontal envolve o ângulo
de hélice, que também foi dado. Assim:

m en 2
m en  m eF cos(  )  m eF    2,17 mm
cos( ) cos( 23,07 0 )

O módulo frontal da coroa se relaciona com o diâmetro desta e seu número de


dentes:

59
Mecânica Aplicada

D CP
2,17   D CP  2,17(30)  65,1mm
zC
Daí, pode-se calcular o passo circular frontal da coroa:

PcfC  m eF  ( 2,17)  6,82mm

Pelo critério de projeto podem-se retirar as medidas do sem-fim:

PcfC  Pasf

Então, o passo do parafuso sem fim fica determinado:

Pasf  6,82mm

Todas as medidas da coroa para funcionar com o sem fim são definidas pelo passo
do parafuso (que é igual ao passo circular da coroa). Para os valores do ângulo de
pressão e ângulo de hélice, tem-se:

h CP  0,3683Pa  2,51mm
h CC  0,3683Pa  2,51mm

A altura total na coroa, seguindo a prescrição do Shigley deve ser de 5,02mm e a


altura original era de 4,5mm. Vê-se que o valor é insuficiente e vai ser necessário
desbastar a coroa. Isto com cuidado, pois ao reaplicar a operação de fresamento,
além do ganho de profundidade, o dente pode afilar e enfraquecer.

Contudo, existem outras grandezas a serem ainda determinadas:

PZ D CP z
Pa   PcfC   PZ  D CP P
zP zC zC

O objetivo agora é retirar o diâmetro do parafuso sem fim. Então:

60
Mecânica Aplicada

zP
PZ  D PP tan(  )  D CP
zC
P D CP z P 65,1 3
D  P   15,28mm
tan(  ) z C tan( 23,07) 30

A altura de pé do sem fim é dada pela tabela do Shigley:


h PP  0,3683Pa  2,51mm

Já a altura de cabeça é retirada do tangenciamento da largura da coroa por sobre a


circunferência primitiva do sem fim. O diâmetro primitivo do sem fim já foi calculado,
vale 15,28mm.

Então:

[DTP]2= [DPP]2+ [b2]=15,282+23,252=774,041

DTP=27,821mm

Porém:

27,821  15,280
D TP  D PP  2h CP  h PC   6,27 mm
2
A altura de cabeça do sem fim segundo o critério do Shigley é bem maior do que a
altura de pé, que vale 2,51mm. Na prática, o engenheiro vai precisar ajustar o par
para seu bom funcionamento. O procedimento mostrado é uma solução barata para
resolver um projeto isolado e obviamente não pode ser usado para realização de
processos de fabricação em série ou aplicação em máquinas de maior
responsabilidade ou valor agregado. Todavia, conforme foi exposto, há muitos
procedimentos empíricos, fruto de experiência prática de técnicos calejados, que
funcionam bem numa faixa de aplicações mais simples.

61
Mecânica Aplicada

EXERCÍCIO 4:
Uma ECH se acopla com um parafuso sem fim de duas entradas. A engrenagem foi
usinada com uma ferramenta com ângulo de pressão de 20º e módulo de 4mm. O
diâmetro primitivo do parafuso sem fim vale 40mm. Determine o ângulo de hélice do
parafuso.
Solução: O critério de projeto estabelece que:

Pcfcoroa  Passo
semfim

Porém, o passo do sem fim é o avanço dividido pela quantidade de entradas:

Pz
Pasf 
zP
Onde:

Pz  D pp tan( )
c m en
e
P  m  
cf f
cos( )

Igualando o passo circular da coroa ao passo do sem fim, tem-se:

c Pz 4 D pp tan( ) D ppsen ( )
P 
cf   
zP cos( ) zP z P cos( )
8
 4z P  D ppsen ( )  sen ( )     11,43o
40
Este é o ângulo de hélice da coroa. O ângulo de hélice do parafuso vale 90º menos
11,43º , o que é igual a 79,47º.

EXERCÍCIO 5:
Deseja-se projetar um par parafuso sem fim e coroa que reduza em vinte vezes a
velocidade angular na entrada. O ângulo de pressão frontal da ferramenta de corte
da coroa vale 20º e seu módulo é 4mm. Sabendo-se que Dpp=25mm, calcule o
número de dentes da coroa, o número de entradas do sem-fim e o diâmetro primitivo
da coroa, identificando o ângulo de hélice de acordo com a faixa recomendável de
projeto da tabla do Shigley, mas desde que a relação [C0,875]/3≤Dpp≤C0,875]/1,7
(também indicada pelo Shigley) seja obedecida.

62
Mecânica Aplicada

Uma série de grandezas importantes foi dada no enunciado:


z F e 0 F e e D CP
i  c  20;     20 ; m  m  4 mm  m cos( ) 
f n f n F cos( )
zP zC
D CP m en 4
 
z C cos( ) cos( )

Sabendo que:
D PP zP D CP E D PP
tag (  )    m F  tag ( )
D CP zC zC zP
Então, igualando as duas expressões:

4 DP 25 sen ( ) 25
 P tag ( )  z P  sen ( )
cos(  ) z P z P cos(  ) 4

Na realidade, a expressão a seguir vale sempre:

D PP
m EN  sen ( )
zP
Não confundir com a já exposta:

D CP DC
m EF   m EF cos( )  m EN  P cos(  )
zC zC

É preciso agora regular a quantidade de entradas do sem fim, da seguinte forma:

Para zp=1→4/25=sen(ψ1) → ψ1=9,2o


Para zp=2→8/25=sen(ψ2) → ψ2=18,6o
Para zp=3→12/25=sen(ψ3) → ψ3=28,68o

63
Mecânica Aplicada

Pela tabela do Shigley, com o ângulo de pressão normal da engrenagem em 20


graus, o ângulo de hélice da coroa deve se situar entre 15 e 30 graus. Há, portanto,
duas possibilidades. O que vai definir é o diâmetro primitivo da coroa, pois o
diâmetro primitivo do pinhão foi dado. Portanto:

Com zp=2: A relação de transmissão foi dada. Isto implica em zc=40 dentes.

ED CP
m 4N cos(18,6)  D CP  168,81
40
Calculando a distância entre centros:
(168,81  25)
C  96,9mm
2
Fazendo a conferência pela fórmula do Shigley:

C 0,875 C 0 ,875
C  D PP   18,23  25  32,17 OK!
3 1,7
Com zp=3: A relação de transmissão foi dada. Isto implica em zc=60 dentes.

ED CP
m 4N cos( 28,68)  D CP  273,56mm
60
Calculando a distância entre centros:
( 273,46  25)
C  149,28mm
2
Fazendo a conferência pela fórmula do Shigley:

C 0,875 C 0 ,875
C  D PP   26,61  25 não passa!
3 1,7
O número de entradas, portanto, é igual a dois.

EXERCÍCIO 6:

Projete um par coroa parafuso sem fim de modo que a razão de transmissão de
velocidades seja 20. A Pz=20KW a 1500rpm.n(coroa)=14,5o e mf(coroa)=4mm.
Compare o TE com TS.

I=20
P=20000W
Np=1500rpm
n=14,5o

64
Mecânica Aplicada

c
m f
 4mm
c
P c
 P a
c
c D p
P c

Z
c

A r bitro u : Z  40 D EN TES
C
 P c
 Z
c D P

Z P
 2 ENTRAD AS
  15 0
P cn
 P cC O S   12,13 m m
p
P z
 Z P a
 2  4  8 m m
p
p  D tg 
p
D p
 P Z
 p
 29, 8 6 m m
D p

N a ta bela d e valor es :
p p c
h c
 0, 3 68 3 Pa  4 , 63 m m P o r hipo tes e h c
 h c
 4, 6 3 m m
p p p
D T
 D p
 2  h c  39,1 2 m m
T IR O U A L A R G U R A D A C O R O A = 25 ,3 m m

F o rças :
P
T p

0,10 47 n
 1 2 7 , 3 5 N .m
p
p


t

D p

t
 8529,87 N
T p F p
2 F p

p
v p
 D n p p
v d

cos 
,v p

1000
 1 4 0 , 6 4 m / m in

v d
 1 75, 6 0 m / m in    0, 0 3
a t
F p
 7729 N   F c
t a
F p
 2160, 2   F c
r r
F p
 21 35, 7   F c
t c
F c
 D p
T c
  5 73, 4 7 N
2
T s a id a
 4, 5  T ENTRAD A
 POUCO

T s a id a
 3, 0  T EN TRADA
 P IO R O U

Deseja-se projetar um par coroa/parafuso sem-fim que reduza em vinte vezes a


velocidade angular na entrada. O ângulo de pressão frontal da ferramenta de
corte da coroa vale 20º e seu módulo é 4 mm. Sabendo-se que Dcp=25 mm,

65
Mecânica Aplicada

calcule o número de dentes da coroa, o número de entradas do sem-fim e o


diâmetro primitivo da coroa, identificando o ângulo de hélice de acordo com a
faixa recomendável de projeto da tabela, mas desde que a relação [C0,875 ]/3≤ Dpp
≤ [C0,875 ]/1,7 (indicada pelo Shigley) seja obedecida.

66
Mecânica Aplicada

67
Mecânica Aplicada

Sem fim

Zp=3

Coroa

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