Você está na página 1de 12

Estrias

INTRODUÇÃO

Quando é preciso transmitir mais torque do que


aquele que pode ser passado pelas chavetas, as
estrias podem ser usadas como alternativa. Estrias
são essencialmente “chavetas construídas no
eixos”, formadas pelo contorno externo do eixo e
pelo contorno interno do cubo com formas
semelhantes a dentes.
Principais características das Estrias
Cada estria tem dentes de seção transversal quadrada, mas estes
têm sido suplantados por dentes de involuta para estrias, como
mostrado na Figura 1. A forma do dente de involuta é
universalmente usada em engrenagens, e as mesmas técnicas de
corte são usadas na manufatura de estrias.

Figura 01: Geometria involuta de uma estria.


Principais características das Estrias
Além dessa vantagem de manufatura, o dente de involuta tem
menos concentração de tensões que um dente quadrado e é mais
forte. A SAE (Society of Automotive Engineers) define padrões tanto
para estrias de dente de forma quadrada quanto de involuta, e a ANSI
(American National Standards Institute) publica padrões de estrias de
involuta.

Figura 01: Geometria involuta de uma estria.


Principais características das Estrias
• As estrias padronizadas de involuta
tem um ângulo de pressão de 30° e
metade da profundidade de um dente
de engrenagem padrão.
• O tamanho do dente é definido por
uma fração cujo numerador é o passo
diametral que define a largura do
dente e cujo denominador controla a
profundidade do dente, sendo sempre Figura 01: Geometria involuta
de uma estria.
o dobro do numerador.
• As estrias padronizadas podem ter de
6 a 50 dentes.
• As estrias podem ter uma raiz plana
ou filetada.
Considerações sobre a aplicação das Estrias
• As estrias apresentam resistência máxima na raiz
do dente;
• As estrias apresentam excelente precisão de forma
do dente devido ao uso de cortadores padronizados
e bom acabamento superficial das superfícies
usinadas pelo processo padronizado de corte de
engrenagens, o qual elimina a necessidade de
retífica.
• Uma das maiores vantagens das estrias sobre as
chavetas é a capacidade de acomodar grandes
movimentos axiais entre o eixo e o cubo ao mesmo
tempo em que transmite o torque.
Considerações sobre a aplicação das Estrias

• O carregamento em uma estria é tipicamente torção


pura, tanto variada quanto constante.
• Da mesma forma que com as chavetas, dois modos
de falha são possíveis, esmagamento e cisalhamento.
A falha por cisalhamento é normalmente o modo
limitante.
• Diferentemente das chavetas, muitos dentes estão
disponíveis para partilhar a carga de alguma maneira.
Considerações sobre a aplicação das Estrias
• Idealmente, a estria de comprimento l necessita ser
apenas longa o suficiente para desenvolver uma
resistência combinada ao cisalhamento do dente
igual à resistência ao cisalhamento torcional do eixo
em si.
• Se a estria fosse feita perfeitamente sem
nenhuma variação na espessura do dente ou do
espaçamento, todos os dentes partilhariam a
carga igualmente.
Considerações sobre a aplicação das Estrias
• A SAE afirma que a prática real da manufatura tem mostrado que, devido às
imprecisões no espaçamento e na forma do dente, o equivalente a 25% dos
dentes está em contato e, portanto, uma fórmula aproximada para o
comprimento de um eixo estriado é:

(Equação 01)
Onde:
 dr é o diâmetro da raiz da estria externa;
 di é o diâmetro interno (se houver) de
um eixo vazado;
 dp é o diâmetro primitivo (referência) da
estria;
 l é o comprimento realmente engajado
entre os dentes da estria.
Figura 01: Geometria involuta de uma
estria.
AJUSTES POR INTERFERÊNCIA
• Um outro meio comum de
acoplamento de um cubo a um eixo é
usar um ajuste por pressão ou por
encolhimento, também chamado de
ajuste por interferência.
• Um ajuste por pressão é obtido
fazendo um buraco no cubo para um
diâmetro ligeiramente menor que
aquele do eixo, como mostrado na
Figura 2.

Figura 2: Um ajuste por interferência.


AJUSTES POR INTERFERÊNCIA
• As duas partes são, então, forçadas juntas
lentamente em uma prensa, de preferência com
óleo lubrificante aplicado à junta. A deflexão
elástica do eixo e do cubo atua no sentido de criar
grandes forças normais e de atrito entre as partes.
A força de atrito transmite o torque do eixo ao
cubo e resiste igualmente a movimentos axiais.
• A American Gear Manufacturers Association
(AGMA) publica uma padronização ABMA 9003-
A91, Acoplamentos Flexíveis – Ajustes sem
Chavetas (Flexible Couplings – Keyless Fits) que
define fórmulas para o cálculo de ajustes por
interferência.

Figura 2: Um ajuste por interferência.


AJUSTES POR INTERFERÊNCIA
• Somente peças relativamente pequenas podem
ser ajustadas por pressão sem exceder a
capacidade de força de uma prensa típica de
oficina mecânica.
• Para peças grandes, um ajuste por
encolhimento pode ser feito aquecendo-se o
cubo para expandir seu diâmetro interno e/ou
um ajuste por expansão pode ser feito
resfriando-se o eixo para reduzir seu diâmetro.
As peças quentes e frias podem ser
escorregadas juntas com uma pequena força
axial, e quando elas entrarem em equilíbrio
com a temperatura ambiente, suas variações
dimensionais vão criar a interferência desejada
para contato por atrito. Figura 2: Um ajuste por interferência.

Você também pode gostar