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Professor: Fernando Braga

AULA 8
Para a transferir a potência dos eixos para os cubos
dos acoplamentos, engrenagens e das polias é
necessário o uso de dispositivos genericamente
denominados de ligações cubo eixo, e estes podem
ser dos seguintes tipos:

Chaveta
Estrias
Ligação por atrito
A ASME define uma chaveta como “uma parte de
maquinaria desmontável que, quando colocada em
assentos, representa um meio positivo de
transmitir torque entre o eixo e o cubo”.

As chavetas são padronizadas pelo tamanho e pela


forma em diversos estilos.
Esquema da ligação
Estilos de Chaveta
Chaveta paralela

É de seção transversal quadrada ou retangular e de


altura e largura constantes ao longo do seu
comprimento. As chavetas paralelas são as mais
usadas.

São feitas tipicamente a partir de barras


padronizadas laminadas a frio, as quais,
convencionalmente, têm “tolerância negativa”,
querendo dizer que ela não será jamais maior que
sua dimensão nominal, somente menor
Chaveta paralela – Tabela com dimensões
padronizadas – ANSI e ISO.
Chaveta paralela

As chavetas quadradas são recomendadas para eixos


de até 6,5 in de diâmetro (US) e 25 mm de diâmetro
(ISO), e as chavetas retangulares, para diâmetros
maiores. A chaveta paralela é colocada com metade
de sua altura no eixo e metade no cubo.

Ela é usada quando se desejar um ajuste mais


apertado entre a chaveta e o assento de chaveta e
pode requerer uma usinagem da chaveta
padronizada às dimensões finais.
Chaveta paralela

Coeficiente de Segurança:

1,5: solicitações quase estáticas


2,5: solicitações com choques leves
4,5: solicitações com choques fortes

Comprimento Máximo = 1,5 x diâmetro do Eixo

Caso seja necessário utilização de mais de uma


defasar em 90º.
Chaveta cônica

A largura de uma chaveta cônica para um dado diâmetro


de eixo é a mesma que para uma chaveta paralela. A
conicidade (afunilamento) e o tamanho da cabeça de
quilha são definidos na padronização.

A conicidade é para o travamento, o que significa que a


força de atrito entre as superfícies mantém a chaveta no
lugar axialmente.

A cabeça de quilha é opcional e provê uma superfície para


retirar a chaveta quando a pequena extremidade não for
accessível.
Chaveta Woodruff

As chavetas Woodruff (meia-lua) são usadas em eixos


menores. Elas são autoalinhantes, portanto são preferidas
para eixos afunilados (eixo-cubo cônico).

A penetração de uma chaveta Woodruff no cubo é a


mesma que aquela de uma chaveta quadrada, isto é,
metade da largura da chaveta.

A forma semicircular cria um assento mais fundo no eixo


que resiste ao rolamento da chaveta, mas enfraquece o
eixo comparado com um assento quadrado ou cônico.
Chaveta Woodruff
Chaveta Woodruff – Tabela com dimensões
padronizadas
Materiais para Chavetas

Devido ao fato de as chavetas serem carregadas em


cisalhamento, são usados materiais dúcteis. Aço
baixo carbono é a escolha mais comum.

Se um ambiente for corrosivo pode-se exigir uma


chaveta de aço inoxidável ou de latão.
Tensões em chavetas

Há dois modos de falha em chavetas: por


cisalhamento e por esmagamento.

Falha por cisalhamento ocorre quando a chaveta é


cisalhada ao longo de sua largura na interface entre
o eixo e o cubo.

Falha por esmagamento ocorre por quando qualquer


lado em compressão é esmagado.
Falha por cisalhamento

A tensão média é dada por:

Onde:
Acis – área é o produto da largura da chaveta pelo
comprimento
Falha por esmagamento

A tensão média é dada por compressão:

Onde:
Aesm – área de contato entre o lado da chaveta e o eixo ou
o cubo. Para uma chaveta quadrada, esta será sua meia-
altura vezes seu comprimento.
Exercício 1

Um eixo de aço é tratado termicamente para uma resistência


ao escoamento mínima de 75ksi, tem um diâmetro de 1 7/16in.
O eixo roda a 600 rpm e transmite 40 hp por uma engrenagem.
Selecione uma chaveta paralela apropriada para essa
engrenagem.

Deve ser usada uma chaveta com tensão de escoamento de


37,5ksi. Considere solicitações com choques leves.
Resolução -

Pela tabela selecionamos uma chaveta de largura 3/8 in. Vamos


considerar um chaveta quadrada.
Resolução -

Para determinar o comprimento adequado da chaveta para


evitar cisalhamento e esmagamento, primeiramente devemos
calcular o torque e a força de cisalhamento na ligação.

Torque no Eixo

Força de Cisalhamento
Resolução -

Comprimento para Cisalhamento

Comprimento para Esmagamento


Quando é preciso transmitir mais torque do que
aquele que pode ser passado pelas chavetas, as
estrias podem ser usadas como alternativa.

Estrias são essencialmente “chavetas construídas no


eixos”, formadas pelo contorno externo do eixo e
pelo contorno interno do cubo com formas
semelhantes a dentes.
As estrias podem ter dentes de seção transversal
quadrada ou em forma de involuta. O dente de
involuta tem menos concentração de tensões que um
dente quadrado e resiste a mais carga.

A SAE define padrões tanto para estrias de dente de


forma quadrada quanto de involuta, e a ANSI publica
padrões de estrias de involuta.
Esquema:
Tabela de exemplos de
dimensões de estrias de
dentes quadrados
Tabela de
exemplos de
dimensões de
estrias de dentes
em forma de
involuta
O carregamento em uma estria é tipicamente torção
pura, tanto variada quanto constante.

Embora seja possível ter cargas de flexão


sobrepostas, uma boa prática de projeto minimizará
os momentos fletores pela colocação apropriada de
mancais e pela manutenção de estrias em balanço o
menor possível. Da mesma forma que com as
chavetas, dois modos de falha são possíveis,
esmagamento e cisalhamento. A falha por
cisalhamento é normalmente o modo limitante.
O comprimento realmente engajado entre os dentes da
estria é dado por:

Onde:
dr - é o diâmetro da raiz da estria externa;
di é o diâmetro interno (se houver) de um eixo vazado dp é o
diâmetro primitivo (ou de referência) da estria, que fica
aproximadamente no meio do dente.
Este comprimento deve ser considerado como o valor
mínimo necessário para desenvolver a resistência nos
dentes de um eixo de diâmetro equivalente. Na estria com
dente em forma de involuta considera-se que o torque é
transferido no ponto de contato, que corresponde ao
diâmetro primitivo das estrias.

A área de cisalhamento para uma estria com dente em


involuta é calculada pela seguinte fórmula:
A tensão de cisalhamento para estria de dente em
involuta pode ser calculada usando a suposição da
SAE de que somente 25% dos dentes estão realmente
partilhando a carga em qualquer instante ao
considerar somente 1/4 da área de cisalhamento
como em tensão:
Para estria com dentes retos a área de cisalhamento
é dada por:

Onde:
b- largura do dente
L- comprimento da estria
Z- número de dentes
A tensão atuante é dada por:

Onde:
T- torque do eixo
d- diâmetro do eixo
Exercício 2

Utilizando os dados do exercício sobre chaveta, determine o


perfil de estria com dentes em involuta.

Dados:
Diâmetro do eixo de aço: 1 7/16in.
Rotação: 600 rpm
Potência:40 hp

Deve ser usada uma tensão escoamento do material da estria


de 37,5ksi.
Resolução

Para este caso o


valor do torque é
dado por 474
N.m (4200 lbf/in)

Diâmetro do eixo
de aço: 1 7/16in
= 36,5 mm
Resolução

Determinação do comprimento L

Cálculo da Tensão

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