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Órgãos de Máquinas
Outubro de 2010
2/68 Engrenagens Órgãos de Máquinas
ENGRENAGENS
1 Introdução
As engrenagens são quase tão antigas quanto qualquer máquina produzida pelo
Homem. Rodas dentadas, como as apresentadas na Figura 1.1, foram usadas em templos no
accionamento de portas e mecanismos de elevação de água na China e Índia 2600 a.C. Estas
engrenagens eram fabricadas em madeira com os dentes em forma de cavilhas cilíndricas,
usando gorduras animais para as lubrificar. Os gregos foram os primeiros a usar dentes
metálicos (400 a.C.).
Com e após a Revolução Industrial assistiu-se à utilização extensiva das rodas dentadas
impondo uma grande exigência e o rápido desenvolvimento deste componente mecânico.
Uma engrenagem, isto é, um par de rodas dentadas, tem por objectivo a transmissão de
binário e de movimento de rotação de um veio (veio mandante ou motor / roda mandante ou
motora) para outro veio (veio mandado / roda mandada). A principal característica neste
mecanismo é de transmitir movimento de rotação com uma relação constante entre a entrada
e a saída.
Curva
epicicloide
Circulo
primitivo
Curva
hipocicloide
Círculo base - A
-a- -b-
Figura 2.3. Geração de uma curva em evolvente e a função involuta.
Como pode ser constatado o raio de curvatura da linha em evolvente varia continuamente
desde zero, no ponto a, até, neste caso, um valor máximo no ponto c. No ponto b o raio de
curvatura é igual ao comprimento eb. Assim, a linha d é sempre perpendicular, no ponto de
intercepção, à evolvente e ao mesmo tempo é tangente ao cilindro A. O círculo sobre o qual a
evolvente é gerada é designado por círculo base.
Pelas características descritas da evolvente e pela observação da Figura 2.3-b, o comprimento
do arco ac é igual ao comprimento da linha bc. Pode então ser definida a tangente de α pela
relação:
bc rc
tanα = = Eq. 1
Oc Oc
rb × θ
tan α = =θ Eq. 2
rb
Um fio com uma extremidade enrolada no círculo base da roda 1 e a outra extremidade
enrolada no círculo base da roda 2 está a ser desenrolado no sentido horário da roda 1 e
enrolado no sentido anti horário na roda 2, mantendo-se tenso entre os pontos T1 e T2. Se for
admitido o ponto M como a extremidade de uma caneta, este ponto irá descrever as linhas
em evolvente cd na roda 1 e ef na roda 2. O ponto M representa o ponto de contacto entre as
duas linhas em evolvente, enquanto o comprimento T1T2 representa a linha de geração. O
ponto de contacto move-se ao longo da linha de geração e a linha de geração não muda
direcção, mantendo-se sempre tangente aos círculos de base das duas rodas. Uma vez que a
linha de geração é sempre normal às evolventes no ponto de contacto, os requisitos para a
transmissão de movimento uniforme são satisfeitos.
A linha de tangencia entre os círculos de base, T1T2, ou linha de geração tem na literatura
especializada várias outras designações: linha de pressão, linha de acção e linha de
engrenamento. Esta linha representa a direcção da força total de contacto entre os dentes
das duas rodas dentadas da engrenagem. O ângulo α é chamado de ângulo de pressão e tem
como valor mais comum 20º.
Roda 1 O1
c
T1
α
f
M I
T2 e d
Círculo Roda 2
de Base
O2
Quando duas rodas dentadas estão engrenadas os seus círculos primitivos rolam sem deslizar
entre si. Se designarmos os raios primitivos por r1 e r2 e as velocidades angulares por ω1 e ω2,
respectivamente, então as velocidades no primitivo são:
v = r1 .ω1 = r2 .ω 2 Eq. 4
ω1 r2
= Eq. 5
ω 2 r1
Supondo que se pretende reduzir uma velocidade de rotação de 1800rpm para 1200rpm, isto
é, uma relação de transmissão de 3:2. Sendo assim, é necessário que os diâmetros primitivos
entre as duas rodas tenham a mesma relação. A partir dos diâmetros primitivos é possível
obter as diferentes dimensões das rodas dentadas.
Na Figura 2.5, a roda 1 motora roda em sentido anti-horário e nestas condições, o ponto de
início de contacto entre as duas rodas terá lugar quando o flanco da roda 1 contacta com o
ponto da face do dente da roda 2 (ver Figura 2.5). Esse ponto está representado pelo ponto
T1. Traçando uma linha desse ponto ao centro O1 define-se o chamado ângulo de
aproximação, entre essa direcção e a direcção que une os centros das duas rodas, O1 e O2.
Círculo de dedendum
Pinhão
(Motora) Círculo de base
Círculo primitivo
Círculo de addendum
Ângulo de Ângulo de
aproximação afastamento
Linha de pressão
T1
I T2
Ângulo de Ângulo de
aproximação afastamento
Círculo de addendum
Círculo primitivo
Círculo de base
Roda
(Movida) Círculo de dedendum
3.1 Nomenclatura
A Figura 3.1 representa um sector de uma roda dentada de dentes rectos com a indicação das
seguintes características:
m=
d
(mm) Eq. 6
Z
p = m.π Eq. 7
Na Tabela 3.1 são apresentados os valores normais do módulo das rodas dentadas, devendo a
sua escolha ser feita iniciando pelas séries mais baixas (S1, S2 e S3).
d a = d + 2 × ha Eq. 10
d f = d − 2× hf Eq. 11
Num dentado normal e sobre o círculo primitivo a espessura do dente é igual ao espaço entre
dentes. Logo a espessura do dente é obtida por:
p m.π
s= = Eq. 12
2 2
S1 S2 S3 S1 S2 S3
0,1 3,5
0,15 3,75
0,2 4,0
0,25 4,5
0,3 5,0
0,35 5,5
0,4 6,0
0,45 6,5
0,5 7
0,55 8
0,6 9
0,65 10
0,7 11
0,75 12
0,8 14
0,9 16
1,0 18
1,25 20
1,5 22
1,75 25
2,0 28
2,25 32
2,5 36
2,75 40
3,0 45
3,25 50
Tabela 3.1. Valores normais do módulo (mm). A escolha é feita iniciando pela série mais
baixa.
Resumo:
Passo de base
p
Passo circular
Linha de pressão
Círculo primitivo
Círculo de
dedendum
Círculo de base
Círculo primitivo
Círculo Círculos de
de base addendum
Resumo:
da1 d1 + 2,0.m
Diâmetro Exterior
da2 d 2 − 2,0.m
df1 d a1 − 2,5.h
Diâmetro da Raiz
df2 d a 2 + 2,5.h
Altura de addendum: ha = m
π ×m
A espessura do dente e o espaço entre dentes no primitivo: s = e =
2
Figura 3.6. Dimensões do dentado normal.
1,25 × m − X m
α m + Xm
= x×m
s
Linha de referência
Figura 3.9. Correcção positiva de dentado com determinação da espessura dos dentes na
linha primitiva de corte.
Para uma dada correcção positiva X m imposta a uma roda dentada (ver Figura 3.9), a
espessura dos dentes no círculo primitivo é agora calculada pela equação:
π ×m
s= + 2 × X m × tan α Eq. 16
2
em que
Xm = x× m Eq. 17
s1 + e1 = π × m ⇒ s1 + s2 = π × m Eq. 18
Como
π ×m π
s1 = + 2 × x1 × m × tan α = m + 2 × x1 × tan α Eq. 19
2 2
e
π ×m π
s2 = + 2 × x2 × m × tan α = m + 2 × x2 × tan α Eq. 20
2 2
logo
x1 + x2 = 0 Eq. 21
π π
s1 = m + 2 × x1 × tan α ; e1 = m − 2 × x1 × tan α Eq. 22
2 2
e
π π
s 2 = m + 2 × x2 × tan α ; e2 = m − 2 × x2 × tan α Eq. 23
2 2
Assim, se s1 > e2 , ou s1 − e2 > 0 , é necessário afastar as duas rodas dentadas para que o
engrenamento seja possível, ou por outras palavras, aumentar o entre eixo. Nestas condições,
o entre eixo de funcionamento, a ' , sendo superior ao entre eixo de corte, a , corresponde a
s
s '1 = r '1 1 + 2(invα − invα ') Eq. 26
r1
s
s ' 2 = r ' 2 2 + 2(invα − invα ') Eq. 27
r2
cosα
s'1 + s'2 = p' = π × m' = π × m × Eq. 28
cosα '
substituindo nesta última equação os valores de s '1 , s '2 , s1 e s2
cosα cosα
m× × [π + 2 × tan α × ( x1 + x2 ) + (Z1 + Z 2 )× (invα − invα ')] = π × m × Eq. 29
cosα ' cosα '
e simplificando resulta em
K × m = a1 − a' Eq. 32
com
a1 = a + ( x1 + x2 ) × m Eq. 33
K × m = a × (B − Bv ) Eq. 34
com
2 × (x1 + x2 )
B= Eq. 35
(Z 1 + Z 2 )
e
cos α
Bv = − 1 Eq. 36
cos α '
Z1 + Z 2
K= × (B − Bv ) Eq. 37
2
3.2.3 Interferência
Da Figura 3.11, verifica-se que o comprimento máximo na linha de contacto é limitado ao
comprimento (T-T’). Qualquer círculo de addendum de uma roda que se estende para além da
tangente definida pelos pontos (T-T'), é não só inútil, como também interfere com a raiz do
dente com que vai engrenar.
buril cremalheira
A condição para que não ocorra o corte excessivo na raiz dos dentes é dada pela expressão
(ver Figura 3.12):
m.Z
altura máxima de addendum ha ≤ sin 2 α Eq. 40
2
Para o caso mais comum, com um ângulo de pressão igual a 20º, o número mínimo de dentes
para que não ocorra interferência é de 17 dentes.
3.2.4 Escorregamento
Numa engrenagem, o movimento relativo entre os perfis dos dentes durante o engrenamento
não é de rolamento puro. Há um escorregamento relativo entre os pontos em contacto. Na
Figura 3.13 o ponto M representa o ponto de contacto entre os dentes em cada instante
durante o engrenamento. Definindo a velocidade do ponto M pertencente ao pinhão:
v M 1 = ω1 × O1 M Eq. 42
e pertencente à roda
v M 2 = ω 2 × O2 M Eq. 43
O2
ω2
θ2 r
b2
T2
M ω 2 × O2 M
I
vr 2
ω1 × O1 M
T1 θ1
rb1 v r1
ω1
O1
ω1 × O1 M × cosθ1 = ω 2 × O2 M × cosθ 2 ⇔
Eq. 44
⇔ ω1 × rb1 = ω 2 × rb 2
vr 2 = ω 2 × O2 M × sin θ 2 = ω 2 × T2 M Eq. 46
v g = vr1 − vr 2 = ω1 × T1 M − ω 2 × T2 M Eq. 47
e o escorregamento específico em cada roda dentada obtido pela relação, para o pinhão
vr1 − vr 2 ω1 × T1 M − ω 2 × T2 M
g s1 = = Eq. 48
vr1 ω1 × T1 M
e para a roda
vr1 − vr 2 ω1 × T1 M − ω 2 × T2 M
g s2 = = Eq. 49
vr 2 ω 2 × T2 M
Constata-se que o desgaste das superfícies dos dentes das rodas dentadas é tanto maior
quanto maior o escorregamento específico e é mais pronunciado no pinhão, tornando-se mais
acentuado com o aumento da relação Z2/Z1. Os pontos críticos do escorregamento específico
são os pontos de início e fim do engrenamento (ver Figura 3.14).
O2
ω2
g s2
g s1 T2
B +1
A
T1 +1
ω1
O1
x=
(Z c − Z )
Eq. 50
Zc
Para a correcção de dentado no 3º motivo (entre eixo imposto): por vezes é necessário
engrenar um pinhão Z 1 e uma roda Z 2 com um determinado entre eixo que não corresponde
à soma dos primitivos de corte:
Z + Z1
a' ≠ 2 ×m Eq. 51
2
Z 2 − Z1
+ ( x2 + x1 ) ×
Z2
x1 = λ × Eq. 54
Z 2 + Z1 Z 2 + Z1
com 0,5 < λ < 0,75 para as engrenagens redutoras e λ = 0 para as engrenagens
multiplicadoras.
Evolvente
Aresta do paralelogramo
Ângulo de
hélice
Cilindro base
Numa engrenagem de dentes rectos o contacto inicial entre dois dentes corresponde a uma
linha que se estende ao longo da largura dos dentes e esta linha é paralela aos eixos de
suporte da engrenagem. No caso de uma engrenagem de dentes helicoidais o contacto entre
os dentes inicia-se num ponto que se vai estendendo ao longo de uma linha conforme o
engrenamento vai avançando. Esta linha é agora na diagonal ao longo das faces dos dentes. É
este engrenamento gradual entre os dentes, isto é, a transmissão gradual de força de um
dente para outro, que torna as engrenagens helicoidais com melhor capacidade para
transmitir cargas elevadas a velocidades mais elevadas.
Eixo da roda
Ângulo de
hélice
A direcção dos dentes, definida pelo ângulo β, é designada por direita ou esquerda, sendo
esta definida pela regra da mão direita.
Para as rodas dentadas helicoidais existem dois passos que se relacionam – um no plano de
rotação e outro no plano normal ao dente -, podendo ainda ser definido um passo axial (ver
Figura 3.18). Os dois passos circulares são definidos e relacionados por:
pn = pt . cos β - passo circular normal Eq. 55
O passo circular normal, medido na perpendicular aos dentes, p n , quando dividido por π
pn
mn = Eq. 57
π
Os perfis dos dentes de uma roda dentada helicoidal com a aplicação do módulo normal, mn ,
tan α n
tan α t = Eq. 58
cos β
3.3.4 Nomenclatura
Os parâmetros fundamentais na definição de uma engrenagem helicoidal são:
Ângulo de hélice – Ambas as rodas dentadas para poderem engrenar devem ter o mesmo
ângulo de hélice, no entanto esse ângulo tem direcções opostas para as duas rodas, isto é,
uma roda helicoidal é direita e a outra é esquerda.
Diâmetro primitivo – O valor deste diâmetro é obtido da mesma forma como para as rodas de
dentado recto. Se o módulo normal estiver envolvido este é função do ângulo de hélice.
Z .mn
d = Z .mt = Eq. 59
cos β
Distância entre centros – utilizando a equação Eq. 59, a distância entre centros de uma
engrenagem helicoidal é obtida por:
(Z1 + Z 2 ).mn
a= Eq. 60
2. cos β
De salientar que para os parâmetros normais no plano normal, a distância entre centros não
corresponde a um valor normal quando comparado com as engrenagens rectas. Além disso, a
manipulação do ângulo de hélice (β) permite o ajustamento da distância entre centros numa
gama alargada de valores.
Resumo:
tan α n
Ângulo de Pressão aparente αt tan −1
cos β
Z1 + Z 2
Distância entre eixos a .mn
2 . cos β
Z .mn
Diâmetro Primitivo d
cos β
Addendum ha 1,00.mn
Dedendum hf 1,25.mn
Ângulo
primitivo
δ1
Comprimento
do cone
δ2
b
Ângulo
primitivo
Diâmetro
primitivo
Raio primitivo
Cone imaginário
complementar
A Figura 4.1 mostra ainda que a forma dos dentes, quando desenhados na parte de trás do
cone, é idêntica à dos dentes de uma roda dentada recta com um raio igual ao raio primitivo
imaginário, r ' . O número de dentes da roda imaginária é dado por:
2π .r '
Z'= Eq. 61
p
Os dentes das engrenagens cónicas são proporcionais de acordo com as normas de proporções
das engrenagens paralelas de dentes rectos. No entanto, o ângulo de pressão de todas as
normas para a concepção de rodas cónicas está limitado aos 20º.
A relação de transmissão “i” é obtida por diferentes parâmetros:
Z 1 d1 sin δ 1
i= = = Eq. 62
Z 2 d 2 sin δ 2
onde δ representa o ângulo do primitivo de cada roda.
sin Σ
tan δ 1 =
Z2 Eq. 63
+ cos Σ
Z1
sin Σ
tan δ 2 =
Z1 Eq. 64
+ cos Σ
Z2
Como já referido, na maioria dos casos o ângulo entre os veios é de Σ = 90º (ver Figura 4.2),
simplificando as equações anteriores para:
Z1
δ 1 = tan −1 Eq. 65
Z2
Z2
δ 2 = tan −1 Eq. 66
Z
1
d2
Altura do cone Re
2. sin δ 2
Largura da face b Re
Deve ser menor que ou 10m
3
Addendum ha 1,00.m
Dedendum hf 1,25.m
h
Ângulo de Dedendum θf tan −1 f
Re
tan −1
ha
Ângulo de Addendum θa
Re
5 Razão de Condução
A partir dos pontos a (início de engrenamento) e b (fim de engrenamento) sobre a linha de
engrenamento (ver Figura 5.1), já definidos anteriormente, é possível definir os pontos A e B.
Assim, traçando os perfis de evolvente sobre os pontos a e b e fazendo a sua intercepção com
o círculo primitivo, obtém-se os pontos A e B. Como mostrado, os arcos AI e IB podem ser
designados por arco de aproximação e por arco de afastamento, respectivamente. A soma
destes dois comprimentos designa-se por arco de acção (q).
q = AI + IB Eq. 67
Linha de pressão
Arco de Arco de
afastamento
aproximação
α
Círculo de addendum
Círculo de addendum
Círculo primitivo
Movimento
Em geral as engrenagens não devem ser concebidas para uma razão de condução inferiores a
1,2. As incorrecções na montagem podem conduzir a uma diminuição desta razão de
condução, traduzindo-se na maior possibilidade de ocorrências de choque entre os dentes das
rodas que conduzirá a maiores ruídos de funcionamento e ao aparecimento precoce de
avarias.
Na consideração dos diferentes tipos de engrenagens, a razão de condução é composta por
duas componentes:
- razão de condução radial (no plano de rotação, perpendicular aos eixos), ε α
2 2 2 2
d a1 d b1 d d
Dentado Roda 1 − + a 2 − b 2 − a x . sin α w Eq. 70
recto Roda 2 2 2 2 2
π .m. cos α
h − x1 .m d 1
2 2
d a1 d b1
Dentado Roda 1 − + a2 − sin α
recto Cremalheira 2 2 2 sin α 2 Eq. 71
π .m. cos α
2 2 2 2
d a1 d b1 d d
Dentado Roda exterior 1 − − a 2 − b 2 + a x . sin α w Eq. 72
recto Roda interior 2 2 2 2 2
π .m. cos α
2 2 2 2
d a1 d b1 d d
Dentado Roda 1 − + a 2 − b 2 − a x . sin α wt
2 2 2 2 Eq. 73
helicoidal Roda 2
π .mt . cos α t
Tabela 5.1. Equações para o cálculo da razão de condução radial para engrenagens de
eixos paralelos, ε α ( α w = α ' - ângulo de pressão de funcionamento).
Comprimento de
contacto
Figura 5.2. Razão de condução radial para engrenagens de eixos paralelos, ε α ( α w = α ' ).
Símbolo Equação
Raio primitivo d
Rv Eq. 74
imaginário 2. cos δ
Raio de base da
Rvb Rv . cosα Eq. 75
roda equivalente
Raio de addendum
Rva Rv + ha Eq. 76
da roda equivalente
Tabela 5.2. Equações para o cálculo da razão de condução radial para engrenagens
cónicas de dentes rectos, ε α .
6 Análise de Forças
Durante a análise de forças envolvidas na transmissão de binário entre dois veios ou mais
veios, através de engrenagens, será adoptada a nomenclatura seguinte: rodas dentadas serão
definidas por números (2, 3, 4 ..., onde 1 fica reservado para a estrutura da máquina) e os
veios serão designados por letras minúsculas (a, b, c, ...). Assim será fácil de indicar a força
da roda 2 e sobre a roda 3, por F23, ou a força da roda 2 sobre o veio b, por F2b. Nesta
nomenclatura pode ainda ser usado o expoente para a indicação da respectiva direcção da
força: x, y e z, para indicar a direcção sobre um dos eixos cartesianos, ou t, r e a, para
indicar na direcção tangencial, radial e axial, respectivamente.
Fb 3
3
b
b
Tb 3
n3
α
α F32
F23
α
Ta 2
2
a a
n2 2 Fa 2
-a- -b-
Para efeitos de cálculo as forças envolvidas podem ser decompostas nas direcções tangencial
e radial (ver Figura 6.2). Como se pode constatar, a força tangencial é a componente útil na
transmissão de binário e a componente radial sem um fim útil. Admitindo o equilíbrio da roda
dentada 2 é possível estabelecer a relação entre o binário e a força tangencial transmitida:
d2
Ta 2 = × F32t Eq. 79
2
Admitindo que o veio a está aplicar uma potência P (Watt, W), isto significa que a força
tangencial entre a roda 2 e 3 é dada por:
× (N )
2 2 P
F32t = × Ta 2 = Eq. 80
d2 d 2 n2
onde d2 (m) e n2 (rad/s) representam o diâmetro primitivo e a velocidade de rotação da roda
2, respectivamente. Conhecida a força tangencial, a força radial é calculada pela equação:
F32
F32r
α
n2 F32t
Ta 2
Fat2
a
2
Fa 2 Far2
Fr = F sin(α n ) Eq. 82
Fa = Ft tan(β ) Eq. 86
Ft
F= Eq. 87
cos(α n ) cos(β )
Círculo
Primitivo
onde T representa o binário e rmed é o raio primitivo no ponto médio do dente para a roda
b
rmed = r 1 − Eq. 89
2.Re
Na Figura 6.4 está representada uma roda dentada cónica com a aplicação da força
transmitida no ponto médio do dente, como referido anteriormente. A força resultante F tem
três componentes: a força tangencial Ft, a força radial Fr, e a força axial Fa. As relações
trigonométricas de interesse são:
Fr = Ft tan(α ) cos(δ ) Eq. 90
Ft .v 10 −6
P= = .Ft .d w .n(kW ) Eq. 93
102 1,95
Ft .d w 974.P
T= = (kgf .m ) Eq. 94
2000 n
d w .n
com v a velocidade no circulo primitivo (m/s) ( v = ), d w o diâmetro primitivo de
19100
funcionamento (mm) (em dentado normal d w = d ) e n a velocidade de rotação (rpm).
A força tangencial limite é definida pela maior tensão provocada pela flexão que ocorre na
raiz do dente ou na base do dedendum. Assim, pode ser escrito:
σ F ≤ σ F lim Eq. 96
mn .b KL 1
Ft lim = σ F lim (kgf ) Eq. 97
YF .Yε .Yβ K V .K O SF
ou em termos de tensão
σ F = Ft
YF .Yε .Yβ K V .K O
mn .b K L
(
.S F kgf / mm 2 ) Eq. 98
Fr
Fn
Ft
bw − bs > mn , nas equações Eq. 97 e Eq. 98 para a roda mais larga fazer b = bs + mn e para a
O factor de carga dinâmica é obtido pela Tabela 7.2, sendo função da qualidade da roda
dentada e da velocidade linear no círculo primitivo. Para os casos em que é conhecida a
qualidade definida por outras normas, a Tabela 7.2 dá a indicação da relação entre os graus
de qualidade das engrenagens definidas pelas normas mais comuns.
Tabela 7.3. Relação entre os graus de qualidade das rodas dentadas para algumas normas.
orientação.
para a correcta avaliação da força tangencial limite possível de aplicar aos dentes de uma
roda dentada.
. Isto é:
σ H ≤ σ H lim Eq. 102
Z2
onde u é a razão do número de dentes na engrenagem ( u = ).
Z1
Ft u ± 1 Z H .Z M .Z ε .Z β
σH =
d1 .bH u K HL .Z L .Z R .Z V .Z W
(
K Hβ .K V .K O .S H kgf / mm 2 ) Eq. 104
O sinal “+” na Eq. 103 e na Eq. 104 aplica-se aos engrenamentos exteriores e o sinal “-“ aos
engrenamentos interiores. Nos casos de engrenamentos com cremalheiras a quantidade
u / (u ± 1) é igual a 1.
onde
1
ZM =
1 − υ12 1 − υ 22 Eq. 107
π +
E1 E
2
com υ e E os coeficiente de Poisson e o módulo de Young, respectivamente, dos materiais
envolvidos. Na Tabela 7.5 são apresentadas algumas das possíveis combinações de materiais
numa engrenagem.
εβ
Zε = 1 − ε β + para ε β ≤ 1 Eq. 108
εα
1
Zε = para ε β > 1 Eq. 109
εα
O valor deste parâmetro é considerado, normalmente, igual a 1,0, não havendo outra
informação.
Figura 7.3. Factor do lubrificante, Z L (Normalized gear – incluem rodas dentadas com
tempera na massa).
distância entre eixos em mm. Com o valor da rugosidade média é então definido o factor da
rugosidade pelo gráfico da Figura 7.4.
Este factor é obtido pelo gráfico da Figura 7.5, a partir do conhecimento da velocidade no
primitivo.
Este factor é só é aplicado à roda dentada que está engrenada com um pinhão que foi
recozido na massa. O factor da razão de dureza é obtido por:
HB2 − 130
Z w = 1,2 − Eq. 111
1700
onde HB2 é a dureza Brinell da roda na gama 130 ≤ HB2 ≤ 470 . Para os casos com a dureza
Como já referido para a análise de resistência à flexão, o factor de carga dinâmica é obtido
pela Tabela 7.2, sendo função da qualidade da roda dentada e da velocidade linear no círculo
primitivo.
8.1.1 Extrusão
Processo usado para produzir os dentes em eixos longos que são previamente cortados e
maquinados nos tamanhos desejados. Os materiais mais utilizados são os não ferrosos como os
alumínios e ligas de cobre.
8.1.3 Estampagem
As patelas de material são estampadas numa matriz, produzindo rodas dentadas de baixo
acabamento superficial e de baixa qualidade. Processo de baixo custo e para grandes
quantidades.
8.2.1 Fundição
A fundição das rodas dentadas é realizada em moldes de areia (mais barata) ou em matrizes
fundidas de vários materiais (custos mais elevados – para produções maiores), sendo a sua
vantagem o baixo custo. A qualidade do dentado é baixa e não é, normalmente, realizada
qualquer operação de acabamento após a fundição. São usadas em brinquedos, pequenos
electrodomésticos e betoneiras onde as folgas e ruídos não impedem o suficiente desempenho
nessas aplicações.
8.3 Sinterização
Metais em pó são prensados em moldes metálicos aquecidos (sinterização) com a forma das
rodas dentadas que se pretende obter. A qualidade das rodas dentadas é também função do
padrão usado. Podem ser adicionados pós de outros materiais para melhorar as propriedades
do material base.
8.4 Maquinagem
A maior parte das rodas dentadas metálicas são feitas a partir da maquinagem do material
fundido, forjado ou de discos laminados a quente.
Figura 8.2. Maquinagem de rodas dentadas por geração do dentado – pinhão de corte.
Figura 8.3. Maquinagem de rodas dentadas por geração do dentado – fresa mãe.
9 Bibliografia
- “Traité théorique et pratique dês engrenages”, Georges Henriot, Editora Dunod, 1979, ISBN:
2-04-015607-0.
- “Elements of metric gear technology”, Stock Drive Products / Sterling Instrument staff.
10 Índice
1 Introdução .............................................................................................. 2
2 Classificação das Engrenagens....................................................................... 3
2.1 Engrenagens de eixos paralelos ................................................................ 3
2.1.1 Dentado recto ............................................................................... 3
2.1.2 Cremalheira de dentado recto............................................................ 3
2.1.3 Dentado recto interior ..................................................................... 3
2.1.4 Dentado helicoidal ......................................................................... 4
2.1.5 Cremalheira de dentado helicoidal ...................................................... 4
2.1.6 Dentado helicoidal dupla .................................................................. 4
2.2 Engrenagens de eixos concorrentes ........................................................... 4
2.2.1 Engrenagem cónica de dentes direitos .................................................. 4
2.2.2 Engrenagem cónica espiral ................................................................ 4
2.3 Engrenagens de eixos não complanares ...................................................... 5
2.3.1 Parafuso sem-fim roda dentada .......................................................... 5
2.3.2 Engrenagem cruzada helicoidal .......................................................... 5
2.4 Perfis de dentado de uma engrenagem ....................................................... 5
2.4.1 Propriedades de uma evolvente de círculo ............................................. 7
2.5 Fundamentos de uma engrenagem ............................................................ 8
3 Engrenagens de Eixos Paralelos .................................................................... 11
3.1 Nomenclatura ................................................................................... 11
3.1.1 Engrenamento entre uma roda dentada e uma cremalheira ........................ 15
3.1.2 Engrenamento interior .................................................................... 16
3.2 Correcção de dentado .......................................................................... 18
3.2.1 Correcção de dentado sem variação de entre-eixo................................... 20
3.2.2 Correcção de dentado com variação de entre-eixo .................................. 21
3.2.3 Interferência ............................................................................... 23
3.2.4 Escorregamento............................................................................ 25
3.2.5 Motivações para a correcção de dentado .............................................. 27
3.3 Engrenagens paralelas de dentado helicoidal .............................................. 30
3.3.1 Fundamentos do dentado helicoidal .................................................... 31
3.3.2 Ângulo de pressão no dentado helicoidal .............................................. 32
3.3.3 As proporções do dentado helicoidal ................................................... 33
3.3.4 Nomenclatura .............................................................................. 33