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Elementos de Transmissão - Prof.

Venâncio 1

2 – ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO
2.1 – ROTAÇÃO

Os conjuntos formados por polias e correias e os formados por engrenagens são responsáveis pela
transmissão da rotação do motor para a máquina.
Geralmente, os motores possuem rotação fixa. No entanto, esses conjuntos transmissores de
rotação são capazes também de modificar a rotação original do motor para atender às necessidades
operacionais da máquina.
Assim, podemos ter um motor que gire a 600 rotações por minuto (rpm) movimentando uma máquina
que necessita de apenas 60 rotações por minuto.
Isso é possível graças aos diversos tipos de combinações de polias e correias ou de engrenagens,
que modificam a relação de transmissão de rotação entre o motor e as outras partes da máquina.
Em situações de manutenção ou reforma de máquinas, o mecânico às vezes encontra máquinas
sem placas que identifiquem suas rpm. Ele pode também estar diante da necessidade de repor polias
ou engrenagens cujo diâmetro ou número de dentes ele desconhece, mas que são dados de
fundamental importância para que se obtenha a rpm operacional original da máquina.
A rotação dos motores é dada em rpm. Esta sigla quer dizer rotação por minuto. Como o nome já
diz, a rpm é o número de voltas completas que um eixo, ou uma polia, ou uma engrenagem dá em
um minuto.
O termo correto para indicar a grandeza medida em rpm é frequência. Todavia, como a palavra
rotação é comumente empregada pelos profissionais da área de Mecânica.
A rotação fornecida por um conjunto transmissor depende da relação entre os diâmetros das polias.
Polias de diâmetros iguais transmitem para a máquina a mesma rotação (mesma rpm) fornecida
pelo motor.
Polias de tamanhos diferentes transmitem maior ou menor rotação para a máquina. Se a polia
motora, isto é, a polia que fornece o movimento, é maior que a movida, isto é, aquela que recebe
o movimento, a rotação transmitida para a máquina é maior (maior rpm).

Se a polia movida é maior que a motora, a rotaçãoDa mesma forma, quando o conjunto
transmitida para a máquina é menor (menor transmissor de rotação é composto por
rpm). Existe uma relação matemática que engrenagens, quem alterar a rpm é o numero
expressa esse caso: de dentes. É importante saber que, em
D1xn1  D2 xn2 Onde: engrenagens que trabalham juntas, a distância
n1 e n2 são as rpm das polias motora e movida, e entre os dentes é sempre igual.
D2 e D1 são os diâmetros das polias movida e Desse modo, engrenagens com o mesmo
motora. número de dentes apresentam a mesma rpm.
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Engrenagens com números diferentes de dentes


apresentam mais ou menos rpm, dependendo da
relação entre o menor ou o maior número de dentes
das engrenagens motora e movida.
Essa relação também pode ser expressa

matematicamente: Z1 xn1  Z 2 xn2 Onde:

n1 e n2 são as rpm das engrenagens motora e movida,


respectivamente, e
Z2 e Z1 são o número de dentes das engrenagens
movida e motora, respectivamente.

Cálculo de rpm de polias


Voltemos ao nosso problema inicial. Você está reformando uma furadeira de bancada na qual a placa
de identificação das rpm da máquina desapareceu. Um de seus trabalhos é descobrir as várias
rotações operacionais dessa máquina para refazer a plaqueta.

A máquina tem quatro conjuntos de polias semelhantes ao mostrado na figura abaixo.

Os dados que você tem são: a rotação do motor e os diâmetros das polias motoras e movidas.
Como as polias motoras são de tamanho diferente das polias movidas, a rotação das polias movidas
será sempre diferente da rotação das polias motoras. É isso o que teremos de calcular.

Aplicando na polia A, movida do conjunto, a relação matemática já vista: D1 xn1  D2 xn2

polia movida do conjunto A: polia movida do conjunto B:


n1 = 600 rpm / n2 = ? n2 = 180 rpm n1 = 600 rpm / n2 = ? n2 = 430 rpm
D2 = 200 mm / D1 = 60 mm D2 = 140 mm / D1 = 100 mm

Exercício: Calcule a rpm dos conjuntos C e D.

Conjunto C: Conjunto D:
n1 = 600 rpm / n2 = ? n2 = 840 rpm n1 = 600 rpm / n2 = ? n2 = 2000 rpm
D2 = 100 mm / D1 = 140 mm D2 = 60 mm / D1 =200 mm
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Cálculo de rpm em conjuntos redutores

Os conjuntos redutores agrupam polias de tamanhos desiguais de um modo diferente do mostrado


com a furadeira. São conjuntos parecidos com os mostrados na ilustração a seguir.

Apesar de parecer complicado pelo número de polias, o que você deve observar nesse conjunto é
que ele é composto de dois estágios, ou etapas. Em cada um deles, você tem de descobrir quais
são as polias motoras e quais são as polias movidas. Uma vez que você descubra isso, basta aplicar,
em cada estágio, a fórmula que já aprendeu.

Então, vamos calcular a rotação final do conjunto redutor da figura. O que precisamos encontrar é a
rpm das polias movidas do primeiro e do segundo estágio.
A fórmula, como já sabemos, é: D1 xn1  D2 xn2

Primeiro estágio: n1 = 1000 / n2 = ? / D2 = 150 / D1 = 60 n2 = 400 rpm

Dica:  No segundo estágio, a polia motora está acoplada à polia movida do primeiro estágio. Assim,
n2 da polia movida do primeiro estágio é n1 da polia motora do segundo estágio (à qual ela está
acoplada), ou seja, n2 = n1. Portanto, o valor de n1 do segundo estágio é 400 rpm.
n1 = 400 / n2 = ?
D2 = 200 / D1 = 50 n2 = 100 rpm

Cálculo de rpm de engrenagem

Como já vimos, a transmissão de movimentos pode ser feita por: polias e correias ou por
engrenagens. Quando se quer calcular a rpm de engrenagens, a fórmula é semelhante à usada para
o cálculo de rpm de polias. Observe: 1 xn1   2 xn2
Em que n1 e n2 são, respectivamente, a rpm da engrenagem motora e da engrenagem movida e Z2
e Z1 representam, respectivamente, a quantidade de dentes das engrenagens movida e motora.
Vamos supor que você precise descobrir a rotação final de uma máquina, cujo sistema de redução
tenha duas engrenagens: a primeira (motora) tem 20 dentes e gira a 200 rpm e a segunda (movida)
tem 40 dentes. n1 = 200 / n2 = ? / Z2 = 40 e Z1 = 20. n2 = 100 rpm
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São os sistemas de transmissão que transferem rotação, potência e movimento de um sistema a


outro. Na figura abaixo, a polia condutora transmite energia e movimento à polia conduzida.

Os sistemas de transmissão podem, também, variar as


rotações entre dois eixos. Nesse caso, o sistema de
rotação é chamado variador.

Abaixo, temos a ilustração de um variador por


engrenagens acionado por um motor elétrico.

As maneiras de variar a
rotação de um eixo
podem ser:
 por engrenagens;
 por correias;
 por atrito.

Maneiras de Transmissão

A transmissão de força e movimento pode ser pela Forma e por Atrito.

A transmissão pela Forma é assim chamada porque a forma dos elementos transmissores é
adequada para encaixamento desses elementos entre si. Essa maneira de transmissão é a mais
usada, principalmente com os elementos chavetados, eixos-árvore entalhados e eixos-árvore
estriados.

eixos-árvore estriados eixos-árvore entalhados eixos-árvore estriados

A transmissão por Atrito possibilita uma boa centralização das peças ligadas aos eixos. Entretanto,
não possibilita transmissão de grandes esforços quanto os transmitidos pela forma. Os principais
elementos de transmissão por atrito são os elementos anelares e arruelas estreladas.

elementos anelares: Esses elementos arruelas estreladas: As arruelas estreladas


constituem-se de dois anéis cônicos possibilitam grande rigor de movimento axial (dos
apertados entre si e que atuam eixos) e radial (dos raios). As arruelas são
ao mesmo tempo sobre o eixo e o cubo. apertadas por meio de parafusos que forçam a
arruela contra o eixo e o cubo ao mesmo tempo.
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Descrição de alguns elementos de transmissão

Apresentamos, a seguir, uma breve descrição dos principais elementos de transmissão: correias,
correntes, engrenagens, rodas de atrito, roscas, cabos de aço e acoplamento. Cada um deles serão
estudado posteriormente.

Correias

São elementos de máquina que transmitem movimento de rotação entre


eixos por intermédio das polias. As correias podem ser contínuas ou com
emendas. As polias são cilíndricas, fabricadas em diversos materiais.
Podem ser fixadas aos eixos por meio de pressão, de chavetas ou de
parafuso.

Correntes

São elementos de transmissão,


geralmente metálicos,
constituídos de uma série de
anéis ou elos. Existem vários
tipos de corrente e cada tipo tem corrente de elos corrente de buchas
uma aplicação específica.

Engrenagens Rodas de atrito

Também conhecidas como rodas dentadas, as São elementos de máquinas que


engrenagens são elementos de máquina transmitem movimento por atrito entre
usados na transmissão entre eixos. Existem dois eixos paralelos ou que se cruzam.
vários tipos de engrenagem.

engrenagens cilíndricas de dentes retos

Roscas

São saliências de perfil constante, em forma de hélice (helicoidal). As roscas se movimentam de


modo uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma superfície cilíndrica ou cônica. As
saliências são denominadas filetes.
Existem roscas de transporte ou movimento que transformam o movimento giratório num
movimento longitudinal. Essas roscas são usadas, normalmente, em tornos e prensas,
principalmente quando são frequentes as montagens e desmontagens.
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rosca que transforma


movimento longitudinal
rosca que transforma movimento giratório em movimento giratório
em movimento longitudinal

Cabos de aço Acoplamento

São elementos de É um conjunto mecânico que transmite movimento


máquinas feitos de entre duas peças.
arame trefilado a frio.
Inicialmente, o arame
é enrolado de modo a
formar pernas. Depois
as pernas são
enroladas em espirais cabos
em torno de um
elemento central,
chamado núcleo ou
alma.

2.2 - Polias e Correias

Introdução

Este elemento flexível é largamente empregado na transmissão de potência para distância entre
centros relativamente grande. Quando estes elementos são utilizados geralmente substituem um
conjunto de engrenagens, eixos e mancais.
Tais elementos simplificam grandemente a máquina e, portanto, possuem efeito significativo na
redução de custos. Além disto, por serem e relativamente longos, desempenham um papel
importante na absorção de cargas e choque e no amortecimento de vibrações. Embora tais fatores
sejam importantes no que se refere à vida útil da máquina é a redução de custos que geralmente se
torna o fator decisivo na sua seleção.
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2.2.1 - Polias
Polias são elementos mecânicos circulares, com ou sem canais periféricos, acoplados a eixos
motores e movidos por máquinas e equipamentos. As polias, para funcionar, necessitam da
presença de vínculos chamadas correias. Quando em funcionamento, as polias e correias podem
transferir e/ou transformar movimentos de um ponto para outro da máquina. Sempre haverá
transferência de força.

Tipos de polia

Os tipos de polia são determinados pela


forma da superfície na qual a correia se
assenta. Elas podem ser planas ou
trapezoidais. As polias planas podem
apresentar dois formatos na sua superfície
de contato. Essa superfície pode ser plana ou
abaulada.

A polia plana conserva melhor as correias, e a polia com superfície abaulada guia melhor as correias.
As polias apresentam braços a partir de 200 mm de diâmetro. Abaixo desse valor, a coroa é ligada ao
cubo por meio de discos.
As polias trapezoidais são conhecidas
pelo nome de polias em “V” e são as mais
utilizadas em máquinas. A polia
trapezoidal recebe esse nome porque a
superfície na qual a correia se assenta
apresenta a forma de trapézio. As polias
trapezoidais devem ser providas de canais
e são dimensionadas de acordo com o
perfil padrão da correia a ser utilizada.

Além das polias para correias planas e


trapezoidais, existem as polias para cabos de
aço, para correntes, polias (ou rodas) de
atrito, polias para correias redondas e para
correias dentadas. Algumas vezes, as
palavras roda e polia são utilizadas como
sinônimos.

Material das polias

Os materiais que se empregam para a construção das polias são: ferro fundido (o mais utilizado),
aços, ligas leves e materiais sintéticos.
A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois, do contrário, a correia irá se desgastar
rapidamente.
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2.2.2 - Correias
As correias são elementos de máquinas cuja função é manter o vínculo entre duas polias e transmitir
força. As correias mais usadas são planas e as trapezoidais.
A correia em “V” ou trapezoidal é inteiriça, fabricada com seção
transversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestida
de lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados
para suportar as forças de tração. As correias em “v” são
utilizadas somente para eixos paralelos e as correias planas para
eixos paralelos e reversos. No acionamento cruzado as polias
giram em sentidos contrários e permitem ângulos de
abraçamento maiores, porém o desgaste da correia é maior.

O emprego da correia trapezoidal ou em “V” é preferível ao da


correia plana porque:
 praticamente não apresenta deslizamento;
 permite o uso de polias bem próximas;
 elimina os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas).

Tipos de correias em “V”:


Existem cinco perfis principais padronizados de correias em “V” para máquinas industriais e três
perfis, chamados fracionários, usados em eletrodomésticos. Cada um deles tem seus detalhes, que
podem ser vistos nos catálogos dos fabricantes. No caso das correias em “V”, para máquinas
industriais, seus perfis, com as suas respectivas dimensões, encontram-se ilustrados a seguir:

As correias em “V” com perfis maiores são utilizadas para as transmissões pesadas, e as com perfis
menores para as transmissões leves. O uso de correias com perfil menor, em transmissões pesadas,
é contraproducente, pois exige a presença de muitas correias para que a capacidade de transmissão
exigida seja alcançada.

Outra correia utilizada é a correia dentada, são


feitas de borrachas e fios de aço para suportar
tensões axiais. Têm dentes que encaixam nas
polias dentadas feitas de nylon, para não haver
nenhum deslizamento e nem esticamento. Tem
como principais características:
 transmite potência com velocidade constante;  eficiência [97 - 99]%;
 trabalha numa larga faixa de velocidade;  não escorrega;
 não depende de pré-tensão;  funcionamento silencioso;
 não usa lubrificação;  polias adequadas.
 não alonga;
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Material das correias

Os materiais empregados na fabricação de correias são os seguintes: borracha; couro; materiais


fibrosos e sintéticos à base de algodão, viscose, perlon, náilon e materiais combinados à base de
couro e sintéticos. A grande maioria das correias utilizadas em máquinas industriais, é aquela
constituída de borracha revestida de lona. Essas correias apresentam cordonéis vulcanizados em
seu interior para suportarem as forças de tração.

Colocação das correias

Para colocar uma correia vinculando uma polia fixa a uma móvel, deve-se recuar a polia móvel
aproximando-a da fixa. Esse procedimento facilitará a colocação da correia sem perigos de danificá-
la. Não se recomenda colocar correias forçando-as contra a lateral da polia ou usar qualquer tipo de
ferramenta para forçá-la a entrar nos canais da polia. Esses procedimentos podem causar o
rompimento das lonas e cordonéis das correias.

Tensionamento de Correias

O tensionamento de correias exige a verificação dos seguintes parâmetros:


· tensão ideal: deve ser a mais baixa possível, sem que ocorra deslizamento, mesmo com picos
de carga;
· tensão baixa: provoca deslizamento e, consequentemente, produção de calor excessivo nas
correias, ocasionando danos prematuros;
· tensão alta: reduz a vida útil das correias e dos rolamentos dos eixos das polias.

Proteção de sistemas

Todo sistema que trabalha com transmissão de correias deve ser


devidamente protegido para evitar acidentes. Os tipos de
proteção mais adequados são aqueles que permitem a passagem
do ar para uma boa ventilação e dissipação do calor. Aconselha-
se a colocação de telas ou grades de aço para essas proteções.
Deve-se verificar periodicamente se as malhas das telas estão
limpas e se as telas não estão em contato direto com o sistema.

2.2.3 - Transmissão
Na transmissão por polias e correias, a polia que transmite movimento e força é chamada polia
motora ou condutora. A polia que recebe movimento e força é a polia movida ou conduzida. A
maneira como a correia é colocada determina o sentido de rotação das polias. Assim, temos:

sentido direto de rotação sentido de rotação inverso


a correia fica reta e as polias a correia fica cruzada e o sentido de
têm o mesmo sentido de rotação. rotação das polias inverte-se.
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Transmissão de rotação entre eixos não paralelos Correias Planas (valores máximos):

 Potência 2200cv;
 Rotação 18000 RPM;
 Força tangencial 5000Kgf;
 Velocidade tangencial 90 m/s;
 Distância entre centros 12m;
Para ajustar as correias nas polias, mantendo tensão
 Relação de transmissão máxima 1:10.
correta, utiliza-se o esticador de correia.
Correias “V”:

 Potência 1500cv;
 Velocidade tangencial 25 m/s;
 Relação de transmissão máxima 1:15;
 Relação ideal 1:8.

Cálculos das Transmissões para Correias Trapezoidais - V


Na transmissão por polias e correias, para que o funcionamento seja perfeito, é necessário obedecer alguns
limites em relação ao diâmetro das polias e o número de voltas pela unidade de tempo. Para estabelecer
esses limites precisamos estudar as relações de transmissão.

A relação de transmissão será dada por: D1  n1  D2  n2


Onde: D1 e D2 são os diâmetros das polias 1 e 2, respectivamente;
n1 e n2 são as rotações das polias 1 e 2, respectivamente.
A distância entre centros e o comprimento da correia são arbitrários,
de acordo com o espaço disponível ou convenientes no projeto.
Quando a distância entre os centros não é conhecida ou fornecida, um
bom valor a ser adotado é dado pela fórmula ao lado e os valores de: L 3d  D
(comprimento da correia) e C (distância entre centros) serão dadas C
2
pelas fórmulas abaixo:

L - comprimento da correia C - distância entre centros

L  2  C  1,57  D  d  
D  d 2
L  D  d 
2
onde: C'   0,785  D  d    onde:
4C 2  2L 
D e d - são os diâmetros maior e menor; D e d - são os diâmetros maior e menor;
C - distância entre centros L - comprimento da correia
Finalidade: Determinar a referência da correia. Finalidade: Determinar a nova distância entre centros

Temos ainda que: a velocidade e a força tangencial que atuam nas correias, para que possam transmitir uma
determinada potência a uma determinada rotação é dada por:

 Dn 75  IN
Velocidade de correia: V  m s  Força tangencial: Ft  Kgf 
60 V
Onde: D = diâmetro da polia em [m]; Onde: IN = potência em [CV];
n = rotação da polia em [RPM] V = velocidade em [m/s]

Para que possamos selecionar as correias trapezoidais, ou em “V” temos que determinar o número de correias,
que é dado por:
IN T  Potência Total em CV ;
IN T  fs IN C  Potência por Correia em CV ;
N º Correias  onde:
IN C  fca fs  Fator de Serviço e
fca  Fator de correção do arco.
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1º Passo: Determinar  D1 , D2 , n1 , n2 e C da relação de Transmissão e V (velocidadeda correia)


2º Passo: Selecionar o perfil da Correia, sabendo-se a potência em [CV] e a rotação, usando Tabela I
3º Passo: Selecionar a potência por correia sabendo-se o perfil e a velocidade da correia, usando Tabela II
4º Passo: Determinar o fator de serviço sabendo-se o tipo de motor e máquina e utilizando  Tabela III
5º Passo: Determinar o fator de correção do arco de contato, calculando-se 60  D  d 
o ângulo  , conforme a formula ao lado e com o valor do ângulo   180º 
em graus localiza-se o fator de correção usando  Tabela IV C
6º Passo: Determinar o número de Correias, de acordo com a fórmula anterior.

IMPORTANTE  “Só desprezar o número depois da vírgula se for inferior a 10% do valor inteiro”

7º Passo: Determinar o comprimento da correia para identificar a referência da correia, com o uso da Tabela. Se
o comprimento tabelado for muito diferente do encontrado é necessário fazer a correção do valor de C’.

EXERCÍCIOS

1. Um motor de combustão interna, de 11,5 CV de potência, girando a 900 rpm, aciona através de
correias trapezoidais, uma bomba de pistão, por uma polia de diâmetro nominal igual a 486 mm,
girando a 550 rpm. Considerando a distância entre centros C = 567 mm e que essa bomba trabalha
de 8 a 10 horas por dia em ambiente úmido. Determinar:
a) O tipo e o número de correias necessárias para a transmissão, considerando dois tipos de
correias, para que o cliente possa fazer a escolha;
b) A força tangencial e a força no eixo do motor.

2. Um motor elétrico de C. A. síncrono, de 3 CV, girando a 1750 rpm, aciona uma prensa, por correias
trapezoidais. A prensa possui uma polia com diâmetro externo de 49 cm girando a 320 rpm. Sabendo-
se que a distância entre centros das polias é de 592 mm e deve trabalhar de 8 a 10 horas por dia.
Determinar:
a) O tipo e o número de correias necessárias para a transmissão e; (justificar a escolha!)
b) A força tangencial e a força no eixo do motor.

3. Um motor elétrico de corrente alternada com potência de 11,5 CV e rotação de 1160 rpm, aciona
um compressor de um sistema de refrigeração que deve girar com rotação de 300 rpm.
Considerando a distância entre centros C = 946 mm, trabalhando de 8 a 10 horas por dia e o diâmetro
externo da polia do compressor com 650,5 mm. Determinar:
a) O tipo e o número de correias necessárias para a transmissão e
b) A força tangencial e a força no eixo do motor.

4. Uma bomba de pistão gira a 500 rpm é aciona por correias trapezoidais, um motor de combustão
interna, de 10 CV. Se a polia do motor, que gira a 900 rpm, tem um diâmetro de 25 cm, a distância
entre centros das polias é de 800 mm e deve trabalhar em ambiente muito úmido. Determinar:
a) O tipo e o número de correias necessárias para a transmissão, considerando os dois casos para
que o cliente faça a escolha;
b) A força tangencial e a força no eixo da bomba.
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TABELA PERFIS DE CORREIAS TRAPEZOIDAIS


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DIMENSÕES STANDARD DE POLIAS PARA CORREIAS INDUSTRIAIS

Esta tabela é importante para verificar as dimensões mínimas das polias de acordo com o tipo
de perfil adotado.

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