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ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM SISTEMAS COM

ENGRENAGENS
ANÁLISE DE VIBRAÇÕES EM SISTEMAS COM
ENGRENAGENS
Mini curso: Análise de Vibrações em Sistemas com
Engrenagens.

ANO 2012
VIBRAÇÕES MODULADAS EM SISTEMAS COM
ENGRENAGENS.
Este artigo discute as cinco freqüências fundamentais geradas por um par de
engrenagens em engrenamento. Também discute duas freqüências pouco
conhecidas: freqüência de passagem de fase de montagem e freqüência de
repetição em que os dentes se encontram.

Sistemas de engrenagem variam desde um engrenamento simples


composto por um, pinhão e uma engrenagem até arranjos complexos com
muitas engrenagens. O aumento da potencia de transmissão das engrenagens e
das velocidades de rotações das mesmas tem conseqüentemente aumentando
níveis de vibrações destes sistemas. Logicamente a engrenagem para estas
situações requerem uma qualidade maior.

A “Americam Gear Manufactures Association”, ou AGMA, estabeleceu


um número de qualidade para engrenagens, em função da velocidade
tangencial do circulo primitivo. Os números de qualidade das engrenagens
variam de 3 a 15, que crescem com aumento de precisão. Valem para
engrenagens de dentes retos, com dentes helicoidais, cônicas, etc..

A tabela 1 abaixo apresenta uma tabela simplificada da recomendação

Velocidade do circulo primitivo Número de qualidade


Em m/min. Recomendado pela AGMA
0-300 3–8
300 – 1500 9 – 11
1500 – 3000 11 – 12
3000 – 4500 12 – 13
4500 – 6000 13 – 14
6000 – acima Requer controle especial.

Tabela 1 – velocidade do círculo primitivo x número de qualidade

A velocidade tangencial das engrenagens deve ser calculada pela expressão:


Onde:

N= rotação de engrenagem em RPM

D= diâmetro primitivo da engrenagem em metros

Geralmente sistemas com engrenagens são comumente encontrados em:


compressores, ventiladores e sistemas de acionamento de bomba hidráulica
usando motor elétrico ou motor de combustão interna.

Muitos sistemas com engrenagens existentes operam com velocidade


tangenciais de 177.8 m/ sec, ou rotações que chegam até 40.000 RPM e
capacidades de transmissão de potência de até 30.000 CV (22.4MW). Este
nível de complexidade requer que certos parâmetros operacionais como:
temperatura, pressão, e vibração sejam monitoradas para prover em longo
prazo uma operação continua e confiável.

Não e interesse deste artigo discutir aspectos de projetos de


engrenagens. Embora, o projeto possa influenciar na resposta dinâmica de
sistemas com engrenagens, e conseqüentemente com os espectros de
vibrações gerados na operação destes sistemas.

O propósito deste artigo é apresentar uma análise sistemática das cinco


freqüências discretas que são geradas por um conjunto de cinco freqüências
discretas que são geradas por um conjunto de engrenagens parelhas.

O engrenamento básico:

Este artigo examinara um conjunto de engrenagens que envolvem duas


engrenagens parelhas engrenadas (pinhão e coroa). A fórmula para um sistema
fundamental em engrenamento ou cômicas. Na terminologia técnica pinhão é
a engrenagem menor e coroa a maior.

A seguinte nomenclatura será usada neste texto estabelecer os equipamentos:


Número de dentes no pinhão (Zp)
Velocidade do pinhão (RPM) (Np)
Numero de dentes na coroa (Zc)
Velocidade da coroa (RPM) (Nc)
Relação, Zc / Zp ou Np / Nc (r)

Usaremos neste artigo a seguinte nomenclatura para cinco freqüências a serem


estudas. Cada uma destas freqüências será discutida separadamente:

Freqüência de rotação da coroa, Hz (Frc)


Freqüência de rotação do pinhão, Hz (Frp)
Freqüência de engrenamento, Hz (Feng)
Freqüência de repetição dos dentes, Hz (Fr)
Freqüência de passagem de fase de montagem, Hz (ff)

Freqüência de rotação de Coroa.

A freqüência de rotação da coroa é simplesmente a freqüência com que a coroa


gira em torno de seu eixo, expressa em revoluções por segundo ou Hertz.
Lembre – se que esta será a freqüência em que um dente especifica da coroa
entrará em engrenamento. A distinção é importante. Sem uma instrumentação
adequada, uma engrenagem desbalanceada e uma engrenagem com um
único dente danificado podem gerar espectros bem parecidos.
Matematicamente a freqüência de rotação da coroa é:

Frc = rotação da coroa em RPM/ 60

Freqüência de rotação do pinhão.


Os comentários relativos à freqüência de rotação da coroa são aplicáveis
ao pinhão e não há necessidade de repeti - los aqui.

Matematicamente a freqüência de rotação do pinhão é:

Frp = rotação do pinhão em RPM/60

Freqüência de engrenamento.

A freqüência de engrenamento é a razão em que um par de dentes entra em


contato a cada segundo de tempo. Geralmente esta freqüência é escrita em Hz.
Em engrenagens de alta rotação esta freqüência pode atingir alguns KHz.

Matematicamente, a freqüência de engrenamento pode ser expressa como


uma função do número de dentes do pinhão ou da coroa e suas respectivas
velocidades de rotação:

F eng = f rp. Zp = F rc .Z c (Hz)

Por exemplo, um conjunto de engrenagens que tem uma coroa com100


dente e girando a 1800 rpm gerará uma freqüência de engrenamento de 3000
Hz.

F eng = 30x100 = 3000 Hz


A figura 1 mostra um esquema composto por um pinhão e coroa e suas
respectivas freqüências nos espectros:

Figura1- sistema com um par de engrenagens.


Fatores comuns e incomuns em um pra de engrenagens.
Fator comum:

É uma propriedade do par de engrenagens, ou seja, é o Maximo divisor comum do número


de dentes das engrenagens.

Exemplo:

 Engrenagem A: 36 dentes – fatorando 36 temos 2*2*3*3*

 Engrenagem B: 9 dentes – fatorando 9 temos 3*3

Fator comum (FC) = 3*3 = 9

Fator incomum:

É uma propriedade de cada engrenagem, ou seja, é o número de dentes da


engrenagem dividido pelo seu fator comum.

Exemplo:

 Engrenagem A: 36 dentes

 Engrenagens B: 9 dentes

FICEnga = =4

FicEngb= =1

Freqüência de passagem de fase de montagem.

Um determinado par engrenagens em engrenamento pode exibir várias fases de


montagens diferentes. O conceito de “fase de montagem” é explicado melhor através de um
exemplo. Considere um conjunto composto por uma coroa que tem 15 dentes e um pinhão
de 9 dentes.De um ponto de vista de projeto, esta combinação particular de dentes teria uma
única de vibração. Para propósitos de exemplo, a combinação de 15 e 9 é conveniente.

Assuma que os 15 dentes da coroa e 9 dentes do pinhão tenham sido numerados, e no


momento de montagem o dente #1 da coroa e esteja em contato com o dente 1#do pinhão .
Com esta fase de montagem, o dente da coroa com o número #1 só entrará em contato com
os dentes números #1, #7 e #4 do pinhão.
O dente da coroa com número #1 não vai entra em contato com os outros seis dentes do
pinhão, a menos que mudemos a montagem original. Veja figura 2.

Figura 2 – 3 fases de montagens do conjunto pinhão e coroa.


Partindo de uma nova montagem com o dente #1 da coroa em contato com o dente
#2 do pinhão, teremos uma segunda fase de montagem. Desta maneira, o dente 1# da coroa
entrará em contato com os dentes #2,#8 e #5 do pinhão.

A terceira e ultima fase de montagem será o dente #1 da coroa partir em contato com
o dente #3 do pinhão, neste caso ele entrará em contato como os dentes #3,#9 e #6 do
pinhão. Assim, três fases de montagem existirão para um conjunto para a combinação 15
e 9 dentes. Estas fases são mostradas por meio de ilustrações na figura 2.

Matematicamente o número de fases de montagem (nf) em uma determinada


combinação de dentes é iguais ao produto dos fatores primos comuns de dentes das duas
engrenagens existentes na coroa e pinhão. Entre os número 15 e 9, os fatores comuns são
1e 3Então,existentes 3 fases de montagens.

O número de fases de montagem determina a distribuição de desgaste entre os dentes


da coroa e pinhão. Em nosso exemplo de sistemas de engrenagens, foi mostrado que um
único dente da coroa engrena com somente 3 dentes do pinhão. De um amaneira
semelhante, pode ser mostrado que um único dente do pinhão só engrena com 5 dentes da
coroa.

Como a coroa e pinhão desgastam em serviços, cada uma tem que acomodar cada um
tem que acomodar suas pequenas falhas ou defeitos, para manter o engrenamento e a relação
de transmissão entre os eixos.

Na combinação 15 dentes na coroa e 9 no pinhão, o pinhão desenvolverá 3 padrões


distintos de uso.

Veja a seguinte tabela:

Número de dente da coroa em contato com o dente do pinhão número:

1 – 10 – 4 – 13 – 7 1–7–4
2 – 11 – 5 – 14 – 8 2–8–5
3 – 12 – 6 – 15 - 9 3–9-6

Note que os dentes do pinhão números #1, #7 e #4 só entrarão em contato com os


dentes da cora de números #1, #10, #4, #13 e #7 e então desenvolverão um padrão de
desgaste que será gerado como um resultado de uma fase particular de montagem. Mais
adiante examinaremos que dois padrões de desgastes poderão ser gerados como o resultado
de uma fase particular de montagem. O efeito dos padrões de desgaste é gerar um
componente 3x em cada rotor. Em geral (Zc/Nf) dentes da engrenagem entrarão em contato
com (Zp/Nf) dentes do pinhão e gerarão (Nf) padrões de desgaste.
A amplitude relativa do componente de mais alta ordem para o componente 1x é
uma função do grau de desgaste, sendo considerada como desgaste uma
mudança na forma e precisão do perfil do dente, bem como o espaçamento entre
eles (passo circunferencial).

Outro efeito da “fase de montagem” pode existir em um conjunto de


engrenagens que sofreu separação para inspeção interna ou substituição dos
rolamentos. No exemplo de 15 e 9 dentes, o conjunto foi montado com o dente
da coroa número #1em contato com o dente número #1do pinhão.se o conjunto
for montado agira como dente da engrenagem número #1em contato com o
número #2 do pinhão, um novo padrão de desgaste se desenvolverá. Durante
esta fase de operação, a freqüência de engrenamento normal será evidente tão
bem como um componente de1/3da freqüência de engrenamento. Este
componente é gerado como resultado da ação complexa do engrenamento que
ocorre como um resultado do padrão de desgaste desenvolvido anteriormente.
Geralmente padrões prévios se interagem com os “os novos padrões de
desgaste” gerados. Este pode não ser o único componente de freqüência em
evidencia. O processo de engrenamento sobre tais condições envolve
modulações em amplitude e freqüência da freqüência de engrenamento com
muitas somas e diferenças aparentes no espectro (rotações dos eixos5, por
exemplo).

Em resumo, a freqüência de passagem de fase de montagem é expressa


por:

F f = f eng / n f (Hz)

Se você entendeu o conceito de passagem de fase de montagem,


conseqüentemente você entenderá porque é desejável selecionar combinações de
dentes que não compartilham números inteiros comuns entre a coroa e pinhão.
Em tal um caso, um determinado dente da coroa entrará e contato com todos
os dentes do pinhão durante a operação. Isto é chamada uma combinação de
dente “hunting” e geralmente será encontrada em sistemas de engrenagens
com alta precisão.

Devido à freqüência de passagem de fase montagem, é uma excelente


prática marcar o conjunto de engrenagens, para que quando o sistema for
desmontado possa assegurar a mesma fase de montagem após a manutenção.
Normalmente isto pode ser feito marcado dois dentes adjacentes da coroa
com um “x” e o dente de pinhão que cai entre eles com um “o”.

Freqüência de repetição de dentes.

Referindo-se ao exemplo do sistema com 15 e 9 dentes e afigura 2, você


notará que após 3 revoluções da coroa o sistema volta ao mesmo par de dentes
que começaram o movimento. Se uma falha existir em ambos os dentes (da
coroa e do pinhão), um pulso com máxima vibração será notado quando as
respectivas falhas do pinhão e a coroa entram em contato ao mesmo tempo.
Estas falhas podem ser um resultado do processo de fabricação ou manuseio
inadequado.

Este componente de vibração geralmente tem uma freqüência muito


baixa. O ruído não é audível ( Hz), mas como sua característica é
impulsiva, ou seja, de batida. Geralmente pode ser ouvido através do
estetoscópio, ou através do sinal de aceleração no tempo. Também é detectável
em envelope de aceleração, usando um filtro passa banda.

Matematicamente, a freqüência de repetição (ou coincidência) dos dentes:

Fr = (F eng. N f) / (Z c. Z p)

Desde que (Nf) seja igual á unidade para uma verdadeira combinação
“hunting” de dentes, matematicamente os dentes repetem seu contato, como uma
freqüência dada por:

Fr = Frc / Z p (Hz)

É importante perceber que esta expressão não se aplica a um conjunto de


engrenagens com muitas fases de montagem.
Relação entre componentes em freqüência.
Apresentamos uma tabela para calcular as freqüências fundamentais de um
sistema de engrenagens. Como exemplo usaremos a cora com 15 dentes e o
pinhão com 9 dentes..

Tabela 2 - de freqüências fundamentais das engrenagens (exemplo fig. 3):

Dados das engrenagens:

1. Número de dentes do pinhão Zp = 9

2. Rotação do pinhão em rpm Np =3000

3. Número de dentes em engrenagem Zc = 15

4. Rotação da coroa rpm Nc = 1800

5. Relação Zc/ Zp ou Np/Nc r = 1.667

Figura3 – pinhão e coroa com marcas dos dentes que se encontram com a freqüência de
repetição.
Determinação de número de fases de montagem (nf)

6. Fatores de números de dentes da coroa

F 1 x f 2 x f 3 =Zc 1x3x5=15

7. Fatores de número de dentes do pinhão

F1x f2x f3 = Zp 1x3x3 =9

8. Produtos de fatores primos comuns para a engrenagem e pinhão.

Nf = 1x 3=3

Cálculo das freqüências fundamentais do conjunto de engrenagens:

9. Freqüência de rotação do pinhão, Frp (Hz)

Frp = Np/60 = 50

10. Freqüência de rotação da coroa, Frc (Hz)

Frc = Nc/60 = 30

11. Freqüência de engrenamento, Feng (Hz)

Feng = frp x Zp = frc x Zc = 450

12. Freqüência de repetição dos dentes em, fr (Hz)

Fr = (feng x Nf ) / (Zc x Zp ) =10

13.freqüência de passagem de fases de montagem,ff (Hz)

Ff = feng / Nf = 150

A relação fr < frc <frp <ff <feng se verifica?

10 < 30< 50< 150< 450

Se não, verifique os cálculos de 6 até 13 !

A expressão fr < = frc < = frp < = ffa <= feng aparece como verificação final
da tabela2. Esta declaração é verdadeira para qualquer par de engrenagens em
engrenamento.
A tabela 3 resume as relações entre as freqüências para quaisquer duas
engrenagens em engrenamento.

Tabela 3: relações entre freqüências de engrenagens

PARA - FR FRC FRP FF FENG


OBTER
Multiplica - - - - - -
r
Frp Por Nf/Zc 1/r 1 Zp / Nf Zp
Frc Por Nf/Zp 1 R Zc / Nf Zc
Feng Por Nf/ 1 /Zc 1 / Zp 1 / Nf 1
(Zc.Zp)
Onde:

Nf = número de fases de montagem

Zp = número de dentes de pinhão

Zc = número de dentes de coroa

R = relação de transmissão

Fr = freqüência de repetição de dentes (Hz)

Frc = freqüência de rotação de corão (Hz)

Frp = freqüência de rotação do pinhão (Hz)

Ff = freqüência de passagem de fases de montagem (Hz)

Feng = freqüência de engrenamento (Hz)

Podemos dizer que os efeitos dos componentes de rotações são geralmente


identificáveis e bem compreendidos pelo analista de vibração.

As freqüências referentes ao engrenamento real e seus componentes vibratórios podem ser


difíceis de serem entendidos e avaliados. A dinâmica do engrenamento é não - linear e é
influenciada pesadamente por muitas variáveis. É muito provável que soma e diferenças de
freqüências ocorram no espectro. Este trabalho estudará identificação das freqüências básicas
que acontecem durante operação das freqüências básicas que acontecem durante operação de
sistemas com engrenagens.

Expectativa de vida de uma engrenagem.


A expectativa de vida de uma engrenagem com relação ao seu desgaste pode
ser baseada no fator comum que existe entre o número de dentes da coroa e do
pinhão. Quando as engrenagens não possuem um fator comum é 1 – todos os
dentes de uma engrenagem devem engrenar com todos os dentes de sua
engrenagem parelha. O número de anos de vida de uma engrenagem geralmente
varia em função da dureza, carregamento, lubrificação, velocidade, e outras
variáveis. Um bom conjunto de engrenagens pode durar 20 anos ou mais.

Se um par de engrenagens tem um ator comum, o mesmo dente pode


desgastar numa razão acelerada. Este dente desgastado pode causar falha
prematura nas engrenagens. Então podemos esperar que a expectativa de vida de
uma engrenagem seja inversamente proporcional ao fator comum (estimativa).

Tabela 4 – expectativa de vida em %

Fator comum % de vida esperada


1 100
2 50
3 33
4 25
5 20
6 16
7 14
8 12
9 11
10 10

Observe que esta tabela trabalha com valores percentuais. Se uma


engrenagem perfeita possuir uma vida “infinitamente longa”, então 1
%corresponde a uma vida muito longa. Por outro lado, se duas engrenagens
possuem um fator comum 5, por exemplo, a sua expectativa de vida for 2,5anos
poderá ser reduzida para 6 meses. Neste caso, teríamos o fator comum 5- então:

2,5x (1/5) = 0,5 anos ou 6 meses

A figura 4 abaixo, mostra um pinhão que teve um dente danificado, e


conseqüência da freqüência de repetição danificou 4 dentes da coroa. Com o tempo
as regiões danificadas foram aumentadas pelos impactos.
Figura 4- a- pinhão com dente quebrado.

Figura 4- b- coroa danificada em virtude de repetições do impacto quebrado do dente na co


roa.

Vibrações moduladas.
Sempre que dois ou mais sinais de vibrações ocorrem simultaneamente, é
possível que alguns deles se combinem gerando sinais de outras formas. Em
análise de vibrações, com o objetivo de diagnosticar defeitos em máquinas
rotativas, o analista reconhecer os muitos tipos de sinais e associá- los ás causas
que geram. Para conseguir proficiência na análise de sinais, é imperioso conhecer
as formas de combinações destes.

As formas mais comuns de modulação são as seguintes:

AM (Amplitude modulada), e

FM (Freqüência Modulada).

A modulação é composta de um sinal MODULADOR e de um sinal


PORTADO, chamado portadora. O sinal modulador modifica o portador alterando
– lhe a amplitude (AM) ou freqüência (FM). O sinal portador em sua propagação
“transporta” o sinal modulador.

Portando, modulação de uma operação sistemática de uma forma de


onda, chamada onda portadora, de acordo com as características de outra forma de
onda denominada sinal modulador.

VIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE ENGRENAGENS MODULADAS EM AM.


Neste caso, o sinal de vibração de maior freqüência (onda portador ) tem
sua amplitude variando conforme o sinal de outra vibração de menor
freqüência (onda moduladora)

Características:

Sinal no tempo:

Amplitude variável.

Freqüência constate e idêntica a freqüência da portadora.

Amplitude variando segundo um envelope com as freqüências do sinal


modulador.

Em sistemas com engrenagens, a freqüência portadora é a freqüência de


engrenamento (f eng), e a freqüência moduladora é a rotação da engrenagem. A
figura 5 mostra um exemplo de uma modulação AM resultante de um pinhão
excêntrico.
Figura 5- pinhão excêntrico modulando em amplitude.

Aparecerá um componente central com freqüência da portadora (freqüência de


engrenamento), e um par de bombas laterais para cada componente da onda
moduladora (rotação do pinhão – que é a engrenagem excêntrica).

VIBRAÇÕES DE SISTEMAS DE ENGRENAGENS MODULADAS EM FM.

Neste caso, o sinal de vibração de maior freqüência (onda portadora) tem


freqüência variando conforme o sinal de outra vibração de menor freqüência (onda
moduladora).

Características:

Sinal no tempo – figura 6.

A freqüência instantânea é variável.

A amplitude constante é igual á amplitude da portadora.

Figura 6 – sinal de tempo em freqüência modulada.


Sinal em freqüência - espectro de freqüências - figura 7.

Aparecem muitas bandas laterais centradas na freqüência da portadora (a


freqüência da banda é da moduladora).

A modulação em freqüência não é linear, portanto, não vale o principio da


supervisão; assim fica difícil tirar conclusões acerca de um sinal modulado por
uma moduladora complexa, a partir do estudo de um simples senoidal.

Figura 7 – espectro de freqüência de um sinal FM.

Falhas distribuídas e falhas localizadas.

Falhas distribuídas e falhas localizadas criam vibrações diferentes tanto na forma


de onda espectral.

A falha localizada, tipo dente quebrado, cria um espectro com um aspecto de


espinha de peixe (choque) – figura 8 – diferente do espectro de falha distribuída
(desgaste dos dentes sem dentes quebrados, por exemplo) figura 9.
Figura 8 – espectro correspondente á falha localizada.

Excentricidade do círculo primitivo e distribuições do erro de passo são exemplos


de falhas distribuídas simples. Podem gerar modulação em amplitude (somente
duas bandas laterais). Entretanto, com a evolução dos desgastes dos dentes. Os
passos circunferenciais entre dentes ficarão desiguais o que provocará variações
nos empós de engrenamento entre cada dois dentes, isto por sua vez variará a
freqüência de engrenamento instantânea para cada volta da engrenagem.Neste
caso a freqüência portadora (freqüência de engrenamento) variará segundo um
padrão para rotação da engrenagem (freqüência moduladora ), resultando num
exemplo típico de modulação FM resultante de falhas distribuídas. Neste caso, o
espectro aparece com muitas bandas laterais numa forma de arvore de natal –
figura 9.

Figura 9 – Espectro correspondente á falha distribuída.

Resumo das freqüências de desafios:

Podemos concluir que com o movimento do conjunto de engrenagens surgem


várias freqüências e modulações.
 Freqüência de engrenamento

 Sub e inter harmônicas de engrenamento

 Freqüência de repetição ou de coincidência

 Modulações com a rotação das engrenagens (AM e FM)

É importante salientar que algumas destas freqüências, como as de


engrenamento e coincidência, por serem freqüências que normalmente existem
pelo movimento das engrenagens, só se tornarão freqüências de defeitos,
quando as amplitudes de vibração nestas atingirem níveis elevados. Já a simples
presença de modulações ou sub e inter harmônicas em espectros, denotam
defeitos nas engrenagens, ou má qualidade de fabricação.

Presença de harmônicas, sub e inter harmônicas da freqüência de


engrenamento:

São freqüências múltiplas da freqüência de engrenamento. É comum encontra r-


se em espectro até a 5 harmônicas desta freqüência.

É preciso atenção aos sub e inter harmônicas da freqüência de engrenamento.

Estas podem aparecer sobre diversas frações (1


) da freqüência de engrenamento.

Sub e inter harmônicas = . F engre

Onde:

N= nº inteiro de 1 a fc

Fc= fator comum

F engre= freqüência de engrenamento

Principais defeitos de engrenagens e suas causas:

Podemos neste ponto apresentar os principais defeitos das engrenagens e como


estes refletem ou aparecem nos espectros de vibração.

Excentricidade:
A excentricidade nas engrenagens pode se dar de várias formas, para facilidade
de estudo, dividiu- se em quatro categorias :

 Engrenamento de engrenagens que tem um fator comum e uma


engrenagem esta excêntrica

 Engrenagens que não tem um fator comum e uma ou ambas as


engrenagens estão excêntricas

 Engrenagens ovalizadas ou com pontos elevados

 Engrenagens montadas em um eixo em penado

Se uma engrenagem está excêntrica, a cada FC dentes da outra engrenagem,


um dente será marcado pela engrenagem excêntrica. O FC indica neste caso, o
número de dentes entre um dente ruim e o próximo, e o FIC identificam o
número de dentes ruins em cada engrenagem.

A presença de sub e inter harmônicas da freqüência de engrenamento indicará


também excentricidade .

Mesmo nos casos de engrenagens quem não tem o fator comum e uma ou
ambas estão excêntricos, sub e inter harmônicas da freqüência de

engrenamento podem set geradas. Por exemplo, ,1 , ou 1 da


freqüência de engrenamento podem ser geradas pela existência de um dente que
contenha qualquer forma de excentricidade. E estas formas de excentricidade
causam um aumento da amplitude da freqüência de engrenamento de cada
ciclo.

Este tipo de excentricidade normalmente afeta poucos dentes em im ou mais


pontos da engrenagem.a forma desta excentricidade é usualmente dada por
dentes com erros na forma, deformações no diâmetro primitivo, ou até mesmo
passo incorreto dos dentes.

Outra forma que causa excentricidade são as engrenagens ovalizadas ou com


pontos altos (deformações). As deformações, que normalmente ocorre, são
causadas por algum erro na fabricação, na deformação permanente depois de
um aquecimento para montagem em um eixo co interferência, no próprio
engrenamento, quando na expansão térmica ou pelo uso de engrenagens de
baixo número de qualidade AGMA.

O resultado deste tipo de defeito gera, além do aumento da amplitude da


freqüência de engrenamento, o aparecimento de uma freqüência de valor igual
ao número de pontos altos vezes a velocidade da engrenagem excêntrica. Se por
exemplo, numa engrenagem de velocidade de 18000 RPM tiver um número de
pontos altos igual a quatro, ter- se- á então no espectro a presença da freqüência
de 120 Hz. Outra maneira de aparecimento desta freqüência é com modulação
da freqüência de engrenamento em ambos os lodos de maior amplitude.

Engrenagens montadas em um eixo empenado podem ou não gerar um


aumento na amplitude da freqüência de engrenamento. Isto depende do nível de
empenamento do eixo. No espectro tem-se alta amplitude na freqüência de
engrenamento simultaneamente ao aparecimento dos 2º e 3º harmônicos da
engrenagem.

Folgas e desgastes:

As folgas e desgastes nas engrenagens podem causar ruído em banda larga,


também chamado “ruído branco”, logo acima da linha de base. Algumas vezes,
o ruído pode ser formado por diferentes freqüências, por exemplo, iguais a
velocidade da engrenagem com folgas. Em instalações onde o rolamento gira na
caixa do mancal, a freqüência de quatro vezes a velocidade do eixo pode ser
gerada. Esta freqüência pode aparecer sozinha ou como modulação da
freqüência de engrenamento. Quando a modulação esta em ambos os lados da
freqüência de engrenamento isto indicará folgas e excentricidade.

Desalinhamento;

O desalinhamento em engrenagens significa que o engrenamento não está se


fazendo no diâmetro primitivo das engrenagens. Este desalinhamento pode no
ser provocado por diversas razões:

 Folgas de uma engrenagem

 Rolamento folgado no mancal

 Falta de paralelismo entre os eixos


Este tipo de defeito gera um único espectro. Se as três primeiras harmônicas da
freqüência de engrenamento estiverem presentes, então a engrenagem esta
desalinhada. Embora existam varias formas de como estas três primeiras
harmônicas aparecem, a principal destas é uma eleva amplitude na freqüência
de engrenamento e amplitudes menores nas duas seguintes.

Backlash – jogo ou oscilação das engrenagens:

Quando no aparecimento das harmonias da freqüência de engrenamento,


algumas vezes a amplitude da segunda harmonia é mais elevada que a primeira
ou terceira, q que normalmente indica um problema de folgas geradas por erros
nos dentes, ou engrenagens oscilantes (backlash exagerado).

Dentes quebrados, trincados ou lascados:

Cada engrenagem tem um dente engrenado, um para se engrenar e outro saindo


do engrenamento. Quando existem dentes defeituosos e estes se encontram é
gerado um pulso. Existem 4 características mensuráveis para cada um destes
pulsos:

 Freqüência

 Largura

 Razão

 Amplitude

A freqüência é geralmente uma freqüência de excitação de forma


amplitude ou modulação.

A largura do pulso é determinada pela trinca / desgaste e pela resposta


do sistema.

A razão de repetição é a velocidade da engrenagem que contém o dente


defeituoso. Se há mais de um dente defeituoso, o pulso geralmente é
gerado a cada vez que estes são engrenados. Se 2 dentes defeitosos estão
defasados de 180º, o espectro gerado poderá ter freqüência de duas vezes
a velocidade do eixo, modulando a freqüência de engrenamento .se mais
dentes tiverem defasados de 90° a freqüência gerada será a de quatro
vezes a velocidade do eixo e assim por diante . Mas se os dentes
defeituosos não estiverem espaçados em ângulos múltiplos de 45°, então
a freqüência gerada será a da velocidade do eixo, com aumento na
amplitude de suas harmônicas dependendo do número de dentes
defeituosos.

A amplitude do pulso é afetada pela ressonância, carga e severidade do


defeito. Em alguns casos, o pulso pode não ser gerado a cada revolução;
isto pode ocorrer quando um dente se engrena em um engrenamento sem
carga.

Casos práticos:

Primeiro caso – desgaste e folga em engrenagens – modulação em FM


Equipamento - compressor Atlas coppo
Instrumento – CMVA 55

Diagnostico: desgaste uniforme dos dentes com grandes folgas (backlash)

Número de dentes: coroa Zc = 63 pinhão = 30 dentes


Rotação: coroa Nc= 29,9 Hz pinhão Np = 62.5 Hz

Freqüências:
Freqüências de engrenamento: feng= 63x29. 9 = 1883.7 Hz
Fator comum: 1 e 3 produto 1 x 3 = 3
Freqüência de repetição dos dentes:
Fr = (1883.7 x 3) / (63 x 30 ) = 2.99 Hz
Freqüência de passagem de fases de montagem:
Ff = 1883.7 / 3 = 627. 9 Hz (1/3 da feng)
Figura 10 – Engrenagens do compressor com a marcação dos dentes que se encontram
durante o engrenamento

Figura 11 – Desenho esquemático da unidade compressora


Espectros medidos no ponto 3 – próximo ao engrenamento.

A figura 12 mostra espectro em velocidade, indicando uma vibração global


(overall) de 20.2 mm/s rms - evidenciando um componente na freqüência de
engrenamento modulada com a rotação da coroa - o nível de vibração na feng é de
16.68 mm/s rms.
Figura 12 – Espectro de vibração em velocidade – 2 – 3000 Hz

A figura 13 representa o sinal no tempo medido no ponto 3,em aceleração,


indicado forte modulação com a freqüência de rotação da coroa sobre a freqüência
de engrenamento.
Figura 13 – Sinal no tempo de aceleração.

A figura 14 mostra o sinal em que em aceleração na forma expandida, indicando


com clareza a modulação que não é perfeitamente senoidal, ou seja, os dentes
possuem desgastes, pois os impactos possuem intensidades diferentes.

Figura 14 – Sinal do tempo em aceleração na forma expandida.


A figura 15, é o espectro em envelope de aceleração obtido com o filtro 3,
mostrado a freqüência moduladora com bastante , clareza ou seja, a freqüência de
rotação da coroa.

Figura 15 – Espectro em envelope de aceleração – filtro 3 SKF

Segundo caso – dente quebrado - modulação em FM


Equipamento - redutor transmotécnica / bomba de vácuo.
Instrumento – CMVA 55

Diagnostico: pinhão com 1 dente quebrado e 7 danificados.


Número de dente: coroa Zc = 60 pinhão = 18 dentes
Rotação: coroa Nc = 4.5 Hz pinhão Np = 14.94 Hz

Freqüências: freqüência de engrenamento: f eng = 18x 14.94 = 268. 9 Hz


Fator comum: 1,2 e 3 produto 2x3 = 6
Freqüência de repetição dos dentes:
fr=(268.9 x6) / (60 x 18) = 1.494 Hz
Freqüência de passagem de fases de montagem:
Ff = 268.9 / 6 = 44.82 Hz (1/6 da feng)
A figura 16 abaixo mostra os espectros em velocidade no mancal correspondente
ao eixo de entrada do redutor e velocidade mm/s rms (em cascata) – faixa de 0 a
900 Hz. Observe que os dentes foram danificados (espectros modulados ), em
seguida as engrenagens foram tocadas (espectros em modulações),e após um
período de 5 meses eles voltaram a quebra (espectro modulados ). Com
comentamos anteriormente, para um fator comum igual a 6, a vida de redutor fica
reduzida a16% da vida correspondente para um fator comum 1 (freqüência
hunting). Observe também que a freqüência portadora (freqüência de
engrenamento) fica modulada em FM, de uma maneira diferente daquela
correspondente a um desgaste uniforme (árvore de natal). A freqüência
moduladora neste caso foi à freqüência de rotação do pinhão que tinha o dente
quebrado.

Figura 16- Espectros em cascata do redutor – tendo 1 dente do pinhão quebrado.

A figura 17 mostra o espectro em velocidade antes da troca das engrenagens. O


valor overall da vibração estava em 4.5 mm / s. o aspecto do espectro tem o
formato de espectro de choque. A freqüência moduladora é a rotação do pinhão. A
figura 18 é o espectro medindo no mesmo ponto, após a troca das engrenagens,
note que o valor global foi reduzido para 0.63 mm/s e a modulação desapareceu.

Figura 17 – Espectro em velocidade antes da troca das engrenagens.


Figura 18 – Espectro em velocidade após a troca das engrenagens.

Finalmente a figura 19 mostra as duas engrenagens com as marcas nos dentes que
se encontram repetidamente.

Figura 19 – Pinhão e coroa com marcação nos dentes que se encontram.

A MTA desenvolveu o programa engrena que calcula e simula todas as possíveis


freqüências de defeitos em engrenagens. O custo do programa é de R$380,00 e pode
ser adquirido pelo e-mail mtaev@uol.com.br

Se você tiver interesse numa demonstração entre no home Page www.mtaev.com.br e


faça um download.
Vamos rodar o programa para o exemplo anterior.
TABELA DA MTA ENGEBHARIA DE VIBRAÇÕES S/C
A-ENGRENAGENS SEM DE FEITOS (NÍVEL ÓTIMO)
B- ENGRENAGENSCOM PEQUENOS DEFEITOS – NÍVEL
TOLERAVEL
C- ENGRENAGENS COM DEFEITOS - NÍVEL PERMISSÍVEL
D-ENGRENAGENS EM PERIGO (PARADA IMEDIATA, CORRIGIR
COM URGENCIA) – NÍVEL EM ALARME

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