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MANUTENÇÃO
ANÁLISE DE
VIBRAÇÃO I
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | MANUTENÇÃO
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | II
MANUTENÇÃO
ANÁLISE DE
VIBRAÇÃO I
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO |
MANUTENÇÃO
Autores:
Colaboradores:
Responsáveis Técnicos:
2017
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | III
MANUTENÇÃO
Todos os direitos desta edição são reservados a VALE, Pelotização, Av. Dante Michelini,
5500 Vitória 29090 900 - ES Brasil.
A reprodução em todo, ou em partes deste material sem autorização constitui violação
conforme Lei 9.610/98.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | IV
MANUTENÇÃO
Prefácio
Quando ao final de 2010 pensávamos como implantar
uma manutenção de alto desempenho na Pelotização, Sabedoria
um dos grandes dilemas era a questão da competência
e do conhecimento. Ao iniciar todo processo foi Conhecimento
fundamental treinar, dar informação e assegurar que
cada grupo tenha realizado a transformação da
Infomação
informação em conhecimento.
Dados são apenas símbolos ou números, que sozinhos não conseguem nos direcionar em busca
da tomada de decisões corretas.
Quando se entende o significado e as relações dos dados podemos dizer que possuímos
informações. A união das informações sobre determinado assunto proporciona conhecimento
sobre o mesmo. A detenção dos conhecimentos leva a sabedoria.
Assim, aqui foram reunidas todas as informações técnicas necessárias, bem como os riscos das
atividades e exemplos de formas produtivas de realizar as atividades e sustentar os processos.
Lista de Figuras
Sumário
1
1 INTRODUÇÃO A
TEORIA DA
VIBRAÇÃO
A vibração da máquina está relacionada à movimentação para
frente e para trás de seus componentes em
reação às forças internas e externas. As forças
internas são produzidas no interior da máquina,
IMPORTANTE: tais como desbalanceamentos e
desalinhamentos. As forças externas são
produzidas a partir da influência de máquinas
próximas por meio da vibração do solo, tubulação
e até mesmo do ar.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 13
MANUTENÇÃO
Movimento Harmônico Simples pode ser representado como a projeção numa linha
reta de um ponto que se move numa circunferência à velocidade constante,
conforme mostrado na Figura 3. A velocidade angular da linha ω e o deslocamento x
são expressos pela Equação 1.2. A velocidade angular ω é dada pela Equação 1.3,
onde T é o período e f a frequência.
x A . sen wt (1.2)
ω = 2 π /T ou ω = 2 π f (1.3)
1.3.2 Vibrações
Força Dinâmica
Resposta (Amplitude de Vibração) (1.4)
Resistência Dinâmica
1.8.1 Amplitude
Devido a adição de massa no ponto indicado, o nível de vibração aumenta, a medida
que aumenta a velocidade de giro.
A amplitude é a máximo tamanho que uma oscilação pode alcançar. Pode ser
expressada em Deslocamento (mils, micra), Velocidade (pol/seg, mm/seg), ou
Aceleração (G´s).
(19100. V)
D=
F (1.5)
(1,7.109 . A)
D=
F2 (1.6)
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MANUTENÇÃO
D .F
V=
19100 (1.7)
D.F2
A=
(1,79 . 109 ) (1.9)
V.F
A=
93580 (1.10)
Esta informação é útil para determinar qual grandeza de medida é mais adequada
para uma dada aplicação. Para a velocidade operacional normal da maioria dos
equipamentos industriais, de 2 Hz a 200 Hz, a amplitude da velocidade fornece a
melhor indicação da condição da máquina.
Na Figura 8 pode-se ver que para uma velocidade de vibração constante, as linhas
de aceleração e deslocamento se cruzam a aproximadamente em 120 Hz. O
deslocamento acentua as baixas frequências e atenua amplitude de frequências
elevadas. Inversamente, a aceleração atenua as baixas frequências e acentua as
frequências elevadas. A velocidade tem uma resposta plana ao longo da faixa de
interesse.
Os espectros das Figuras 9, 10 e 11 mostram um mesmo sinal de falha na pista
interna de um rolamento em aceleração, velocidade e deslocamento,
respectivamente.
O fator pico representa a amplitude na forma de distância ao pico máximo, seja ele
positivo ou negativo, da forma de onda do impacto medida a partir da referência
zero. A amplitude do pico é frequentemente utilizada na medição da velocidade e da
aceleração. É um valor válido para indicação de choques de curta duração, porém
indica somente a ocorrência de pico.
O fator pico-a-pico é a amplitude medida a partir do ponto mais alto da forma de
onda em direção à parte mais baixa de sua base negativa e é igual a duas vezes o
valor de pico (pico-a-pico = 2 x pico) A amplitude pico-a-pico é muito utilizada para
medir deslocamentos ou pontos de Envelope.
O fator RMS (do inglês Root Mean Square = Valor Médio Quadrático) é geralmente
usado para medir a energia efetiva da vibração, que é aleatória ou que consiste em
muitos sinais de vibração em frequências diferentes. Tecnicamente é o valor médio
quadrático (RMS) de pontos da curva que descreve um sinal de vibração. O valor
RMS é 0,707 vezes o valor do pico (RMS = 0,707 x pico). Essa medida é a mais
relevante, pois está diretamente relacionada à energia contida na vibração e,
portanto, à capacidade destrutiva da mesma. Segundo Bezerra (2004) e Mitchell
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MANUTENÇÃO
(1993), o valor RMS é usado para estimar a severidade de vibração proveniente da
estrutura de uma máquina ou de fatores externos, sendo mais usado que a média.
As relações entre os tipos de fatores são:
Pico-a-Pico= 2 x Pico.
Pico= 1,414 x RMS.
RMS= 0,707 x Pico.
Geralmente, quando se comparam os sinais de vibração com os limites de alarme
ou os limites de vibração recomendados pelo fabricante da máquina, é imperativo
que ambos os sinais sejam medidos na mesma faixa de frequência e com os
mesmos fatores de escala.
Os instrumentos de vibração fornecidos por diferentes fabricantes podem produzir
valores gerais diferentes. Quando comparar as leituras a partir de instrumentos de
um fabricante ou de outras plantas industriais, identifique os instrumentos que foram
usados para a obtenção das leituras, visto que essa medida poderá auxiliar a
identificar as incoerências.
Quando o ponto vermelho atinge 12 horas ou realiza 1/2 volta, o valor da força no
gráfico cruza o eixo, correspondendo a uma variação de fase igual a 180º. Neste
ponto a força sofrida pelo sensor instalado horizontalmente é novamente igual à
zero, Figura 16.
Quando o ponto vermelho gira 90º adicionais, completando 3/4 de volta, a fase
marca uma defasagem de 270º ficando em uma posição oposta à posição do
sensor. Neste ponto a força desbalanceadora alcança o pico negativo referente a
leitura realizada pelo sensor, Figura 17.
2
2 SENSORES DE
VIBRAÇÃO
Um sensor, ou transdutor, é um dispositivo que capta e
converte o movimento mecânico em sinais
elétricos de escala equivalente que podem ser
IMPORTANTE: medidos, registrados e exibidos em forma de
gráficos. Os sensores são instalados em pontos
estratégicos nas máquinas para monitorar sua
condição.
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MANUTENÇÃO
3
3 PLANO DE
MONITORAMENTO
DAS MÁQUINAS
Embora cada instalação seja única em função do projeto do
equipamento, das condições de operação e foco
dos negócios, existem sempre certas relações
IMPORTANTE: mecânicas e físicas básicas que permitem uma
prática padrão, independentemente dos
equipamentos existentes na planta industrial.
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MANUTENÇÃO
Motor Compressor
Marca: Marca:
Carcaça: Modelo:
Escorregamento: Rotação:
Gaiola Rolamentos:
Vértice do Ponto
É responsável pela identificação do Mancal que está sendo medido (Ex. Mancal 1 do
motor)
Vértice da Direção
É de extrema importância para análise inicial da máquina.
Exemplos:
Vértice da Técnica
É responsável pela identificação do defeito ou anormalidade presente na máquina.
Desbalanceamento – 1X
Desalinhamento – 1X,2X
Engrenamentos – Z*rpm
Velocidade (mm/s)
Deslocamento (Micron)
Vértice da Técnica
Problemas de Impacto : Definidos como sendo problemas não relacionados com a
rotação da máquina, em geral provocados por contatos e friccões metálicas entre
componentes internos.
Defeitos em rolamentos.
Defeitos em engrenagens.
Problemas de lubrificação.
Roçamentos.
Nas Figuras 41, 42 e 43, tem-se os espectros para a faixa de frequência de 0 a 500
Hz utilizando-se, para 200, 800 e 3200 linhas, respectivamente, correspondendo a
resoluções espectrais (fRes) de 2,5 Hz/linha, 0,625 Hz/linha e 0,156 Hz/linha.
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MANUTENÇÃO
Como visto anteriormente, é importante se ter uma boa resolução para realizar uma
análise mais detalhadas dos espectros. Neste sentido, podem-se estabelecer os
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MANUTENÇÃO
respectivos valores de fmax, fmin e da resolução para aumentar a eficiência do
diagnóstico de falhas.
Uma alternativa seria aumentar o número de linhas à medida que a frequência
aumenta. Contudo, este procedimento aumenta o tempo de coleta de dados, o que
pode ser indesejável para a realização da rotina de coleta de dados.
Geralmente a rota é realizada, em uma primeira etapa, com resolução de frequência
suficiente para detectar a presença de defeitos ou vibrações indesejáveis. A
segunda etapa seria a de investigação, na qual se usa uma melhor resolução com
intuito de detectar a causa raiz que provoca o defeito ou viração indesejável.
Tomando-se, como exemplo, uma análise realizada em um conjunto de acionamento
por correia de um filtro de manga, pode-se verificar, através da Figura 44 de um dos
espectros coletados na radial, a existência de uma amplitude alta e indesejável de
5,8 mm/s (RMS) em uma frequência de 37,5 Hz, próxima a de operação da maquina
de 30 Hz.
Essa frequência indesejável é provavelmente proveniente de uma excitação
causada por correias mal tensionadas. Seria difícil detectar a causa da vibração
indesejável com uma resolução menor em relação à utilizada.
3.6 Médias
Em termos de porcentagem de confiança na repetição de sinais, 6 médias resultam
normalmente em uma qualidade de repetição de 75% em sinais periódicos. Para 8
médias aumenta-se esta repetitividade para aproximadamente 95%. Recomenda-se
que seja usado um mínimo de 8 médias na coleta de dados espectrais. Contudo,
surgem dois problemas, pequeno aumento no tempo de coleta de dados, e
problemas de baixa rotação do equipamento afetando a coleta de dados.
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MANUTENÇÃO
O pequeno aumento no tempo necessário para o processamento de dados de 8 a 6
médias é mínimo para frequências fMax maiores que 100Hz, equivalendo a 40
milissegundos a mais no processamento dos sinais, já que 20 milissegundos
equivalem ao tempo necessário para cada média.
A baixa rotação do equipamento apresenta problemas únicos. Pode ser necessário
um número menor de médias, e isto é responsabilidade do analista para determinar
o compromisso da duração do evento em função da disponibilidade dos dados.
Entretanto, a prática para se medir equipamentos industriais deve ser de 4 a 8
médias.
O espectro do Envelope de Aceleração (gE) é um sinal processado que apresenta
apenas os sinais repetitivos e modulados, normalmente associados com frequências
de rolamentos e engrenagens. Nesta aplicação, apenas uma amostra, ou média, é
suficiente.
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MANUTENÇÃO
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MANUTENÇÃO
4
4 ESTUDO DAS
FONTES DE
VIBRAÇÃO
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MANUTENÇÃO
4.1 Desbalanceamento
Com o avanço tecnológico, em todas as áreas, a engenharia passou a ter altos
níveis de desenvolvimento em equipamentos e técnicas de acompanhamento de seu
desempenho no campo. Paralelamente às técnicas de projeto, fabricação, controle,
entre outras, tem-se as técnicas de balanceamento que são responsáveis pelas
sutilezas nos requisitos de montagens e manutenção de máquinas de alto
desempenho, Lima e Brito (2006).
A boa qualidade do balanceamento assegura vibrações mínimas das peças móveis,
especialmente dos rotores. Isto implica em níveis mais baixos de esforços
dinâmicos, principalmente sobre os mancais, Brito (2002).
Como resultado geral, além do desempenho superior, as máquinas balanceadas
exigem menor número de paradas para manutenção. Este fato, sob todos os
aspectos, é de grande vantagem econômica, justificando plenamente os
investimentos necessários para o balanceamento das máquinas.
Um rotor é considerado rígido quando ele não se deforma na velocidade de
operação. Na Figura 45, tem-se a representação de um rotor rígido desbalanceado,
onde pode-se observar que o centro de massa é diferente ao cento do rotor.
Cada erro de massa que ocorre em um rotor provoca mudança de posição do centro
de gravidade da seção transversal que contém o erro. A somatória destes desvios é
o afastamento do centro de massa do centro de rotação, ou seja, a massa do rotor
não estará perfeitamente distribuída ao redor do eixo de rotação.
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MANUTENÇÃO
A vibração causada pelo desbalanceamento puro produz uma forma da onda na
frequência de operação da máquina. Em geral, se o sinal possui harmônicos da
velocidade de operação mais altos do que o normal, a falha não é um puro
desbalanceamento. Contudo, os harmônicos podem aparecer conforme o
desbalanceamento se torna mais severo, ou quando a rigidez dos suportes
horizontal e vertical é muito diferente. O desbalanceamento puro em uma máquina é
raro. Sempre há algum grau de desalinhamento em qualquer máquina contendo
acoplamentos, por mais que sejam mínimos. Portanto, o analista de vibração deve
ser capaz de determinar se é “mais provável” que a máquina esteja desbalanceada
ou se é “mais provável” que a máquina esteja desalinhada. Um desbalanceamento
pode gerar um desalinhamento, a correção desse desalinhamento produzirá uma
melhora insignificante, já que o desbalanceamento voltará a desalinhar a máquina.
O desbalanceamento pode ser causado por inúmeros fatores, incluindo fabricação
inadequada, o desenvolvimento irregular de fragmentos nos rotores, nas hélices ou
nas pás, ou a adição de enchimentos do eixo sem os contrapesos apropriados. No
caso de bombas, o desgaste irregular dos rotores, devido à, por exemplo, uma
cavitação, pode causar desbalanceamento.
As forças de desbalanceamento crescentes colocam cargas parasitas crescentes
nos rolamentos adjacentes, fazendo com estes sofram uma carga dinâmica maior
em relação àquela que o mesmo foi projetado, podendo causar a falha prematura do
rolamento em razão de sua fadiga. A fadiga é o resultado das tensões aplicadas
imediatamente abaixo das superfícies que sofrem a carga, neste caso as pistas, e
pode ser observada com o tempo na forma de fissuras ao longo da superfície das
pistas.
Através das medições de nível global de vibração, observa-se o desbalanceamento,
ao detectar energia elevada, frequência baixa e vibração radial semelhante às
radiais. Caso as amplitudes na medição axial aumentem mais em relação às radiais
poderá estar ocorrendo desalinhamento. Em máquinas horizontais, as amplitudes
nas medições horizontais serão iguais às medições na vertical, caso as amplitudes
na vertical sejam maiores em relação à da horizontal o conjunto pode estar
apresentando falta de rigidez.
Em um espectro no domínio da frequência, o desbalanceamento é evidenciado pelo
aparecimento de uma amplitude (pico) elevada no primeiro harmônico da velocidade
de operação (frequência de rotação = 1 x fr).
Na Figura 46, tem-se o espectro de um rotor desbalanceado operando a 1800 rpm
(30 Hz), com amplitude de 3,305 mm/s (Pico). Na Figura 47, tem-se o espectro do
mesmo rotor após seu balanceamento, com amplitude igual a 0,1332 mm/s (Pico).
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MANUTENÇÃO
Uma das razões mais comuns das paralisações não planejadas de máquinas
acionada por correia é o desalinhamento de polias. O desalinhamento de polias
pode aumentar o desgaste em polias e correias, além de aumentar os níveis de
vibração e ruído.
Conforme mostrado na Figura 55, existem três tipos de desalinhamento: Angular
Vertical, Angular Horizontal e Paralelo. O Desalinhamento das polias produz alta
vibração em 1 x fr, predominantemente na direção axial.
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MANUTENÇÃO
Este tipo de vibração não ocorre sem que haja outras forças excitando o sistema,
tais como desbalanceamento e desalinhamento. Quando há folga excessiva, mesmo
nos pequenos desbalanceamentos e desalinhamentos, aparecem elevados níveis de
vibração, ou seja, as folgas mecânicas amplificam as vibrações.
O plano dominante é o radial e a relação de fase é variável. Harmônicas mais altas e
também sub harmônicas de 1 x fr (0,5 x fr; 1,5 x fr; 2,5 x fr , etc.) podem estar
frequentemente presentes devido a não linearidade causadas por truncamento.
4.5 Rolamentos
As principais causas de defeitos em rolamentos são: lubrificação (36%),
fadiga (34%), montagem inadequada (16%) e contaminação (14%), Brito (2006).
Mesmo geometricamente perfeitos, os rolamentos podem gerar vibrações devido a
variações de conformidade ou dos esforços entre seus componentes no tempo.
Segundo Abreu et al. (2006), as variações nos níveis de carga afetam
significantemente a vibração e a taxa de desenvolvimento de falhas nos rolamentos.
As variações dos esforços estão diretamente relacionadas ao número de elementos
girantes, esferas ou rolos. Ao longo do tempo, esses esforços tendem a causar
fadiga nos componentes do rolamento.
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MANUTENÇÃO
Segundo Bezerra, mesmo não ocorrendo erro de montagem, lubrificação, ou não
havendo a contaminação, os rolamentos estão sujeitos a falhas por fadiga natural.
Para uma melhor compreensão do surgimento deste tipo de falha em um rolamento,
considera-se que a região de carregamento do rolamento não se movimenta e que
uma das pistas é estacionária. Desta forma, à medida que os elementos girantes se
deslocam ao longo da pista passarão por esta região, provocando tensões cíclicas
de cisalhamento na camada abaixo da pista.
As tensões cíclicas de cisalhamento trazem, como consequência, micro fissuras
que, em sua maioria, surgem em pontos de pouca resistência, onde o material é
anisotrópico em pontos onde ocorrem inclusões de materiais não metálicos. Com o
passar do tempo, as micro-fissuras evoluem para a superfície da pista onde surgirão
micro-trincas que evoluem gradativamente, Harris (1991), Juvinall e Marshek (1991).
Com a passagem contínua dos elementos rolantes na trinca, que atingiu a superfície
da pista, ocorrerá a formação de pequenos buracos (pittings) e/ou descascamento
(spalls) que evoluirá, gradualmente, até que o rolamento sofra uma falha que
impossibilite o seu uso, Juvinall e Marshek (1991). Na Figura 60, pode-se observar o
surgimento de uma falha no anel externo de um rolamento.
n d
BPFO f r 1 - cosβ (4.2)
2 D
n d
BPFI fr 1 cosβ (4.3)
2 D
d d
2
1 d
FTF = f 1+ cosβ (4.5)
2 r D
Segundo Abreu et al. (2007), essas frequências podem ser identificadas, caso o
rolamento apresente falha, no domínio da frequência através da FFT como uma
amplitude, não síncrono da velocidade de operação, numa região de alta frequência
(frequência central de ressonância) e espaçado por bandas laterais na frequência de
falha correspondente às pistas, esferas e ou gaiola.
Na Figura 62, tem-se um espectro FFT de uma falha na pista interna e externa (BPFI
e BPFO) de um rolamento da série 6206.
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MANUTENÇÃO
Figura 77
4.6 Engrenamento
Os problemas de vibrações relacionados com engrenagens são facilmente
identificados porque eles ocorrem geralmente na frequência de engrenamento
(feng), isto é, número de dentes vezes a rotação da engrenagem defeituosa.
Na Figura 64, tem-se um espectro típico de vibrações em engrenagens
(feng = 1883 Hz). Em arranjos complexos de engrenagens onde estão presentes
várias frequências de engrenamento, é bom esquematizar o arranjo e testar todos os
produtos a fim de identificar a origem do problema.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 92
MANUTENÇÃO
4.7 Ressonância
A partir do piso da fábrica pode-se identificar um dos problemas dinâmicos mais
comuns de estrutura das máquinas, a ressonância.
A ressonância é uma condição na qual uma estrutura vibra em grandes amplitudes
para um determinado nível de força. Isso significa que, em algumas máquinas,
mesmo quando elas estão alinhadas dentro de tolerâncias e balanceadas, as
amplitudes de vibração podem estar inaceitavelmente elevadas. Ademais, quando o
alinhamento e o balanceamento são ruins, as amplitudes de vibração podem
exceder os valores de referência. Se a condição de ressonância puder ser
identificada corretamente e corrigida, haverá uma redução nos níveis de vibração
podendo-se até mesmo evitar uma possível falha catastrófica.
A ressonância não é uma fonte de vibração. Trata-se de um fenômeno que amplifica
a vibração de um determinado equipamento ou sistema. Toda estrutura ou peça
possui sua frequência natural, que é a frequência na qual este equipamento se
excita ou começa a vibrar.
Quando um sino toca, ele produz som em sua frequência natural. Diz-se que o sino
ressoa, ou que ele está ressoando. Todas as vezes que o sino tocar, ele ressoará
nas mesmas frequências naturais. Na realidade, uma estrutura possui um número
infinito de frequências naturais. O som que ouvimos de um sino, em especial, é, na
realidade, uma combinação de todas as suas frequências naturais que são excitadas
por um dispositivo usado para fazê-lo tocar. Em sinos menores, as frequências
naturais, ou ressonantes, são maiores em relação aos sinos maiores que ressoam a
frequências mais baixas.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 95
MANUTENÇÃO
O mesmo ocorre com as cordas de um violão ou de um violino. Ao tocar uma das
cordas ela ressoará em um conjunto peculiar de frequências de acordo com a
alteração de sua geometria. Ao pressionar a corda na metade do braço do
instrumento as suas frequências ressonantes aumentarão. As frequências
ressonantes se tornam mais baixas conforme a corda é afrouxada.
Alguns problemas de vibração em máquinas se devem à ressonância causada pelas
forças de impacto, tais como rolamentos danificados ou cavitação em bombas. A
maioria das condições de ressonância se deve a uma força rotativa ou periódica
produzida no interior da máquina.
Um automóvel fornece uma boa analogia. A ressonância é uma propriedade física
de um automóvel. Portanto, há frequências específicas em que o automóvel se torna
ressonante. Se tudo estiver corretamente balanceado e montado, geralmente não
temos consciência da existência da ressonância. Entretanto, uma roda que esteja
desbalanceada pode causar uma quantidade considerável de energia vibratória que
pode excitar as propriedades ressonantes do carro inteiro.
Suponha que a roda dianteira esquerda esteja desbalanceada. A uma baixa
velocidade, o motorista pode nem saber que existe o problema. No entanto,
conforme a velocidade aumenta, a 93 Km/h, o carro começa a trepidar e o volante
começa a tremer levemente. A 100 Km/h, o carro ainda roda suavemente, mas uma
leve trepidação pode ser sentida no volante. A trepidação aumenta à medida que o
carro se aproxima das 112 Km/h. A 115 Km/h o painel começa a tremer
violentamente. Essa experiência envolve duas frequências de ressonância
diferentes, uma a 93 Km/h e outra a 115 Km/h. Sabendo-se a velocidade do
carro e a circunferência do pneu, é possível determinar as reais frequências das
ressonâncias e medi-las com um instrumento de vibração. Em casos semelhantes a
este, a solução é simples, basta balancear a roda a um nível de precisão e ela não
mais produzirá tanta energia ao ponto de excitar as propriedades ressonantes do
carro. Os problemas de vibração desaparecerão. A ressonância ainda existirá, mas
está eficientemente sob níveis aceitáveis.
A corda de um violão não ressoará, a menos que seja tocada. Uma bomba ou um
ventilador não ressoará, a menos que seja excitado por determinadas forças, tais
como o desbalanceamento ou o desalinhamento.
Uma bomba acionada por um motor horizontal é projetada de modo tal que a
primeira frequência natural do conjunto seja 2475 rpm. Uma vez que a velocidade de
operação é de 1785 rpm, há suficiente separação entre quaisquer forças que a
máquina venha a produzir na velocidade de operação e na frequência de
ressonância. Portanto, não há nenhuma amplificação de ressonância. Porém, a
bomba possui seis pás no seu elemento propulsor. Sob determinadas condições de
vazão, ela produz pulsações de vibração iguais ao número de pás vezes rpm.
Trata-se de sua “frequência de passagem das pás”. Nesse caso, a frequência da
passagem das pás é 6 x 1785, ou 10.710 rpm.
Exemplificando, a tubulação de descarga foi instalada no local após os sistemas
principais terem sido instalados, e devido ao cumprimento, ao diâmetro e à
espessura de uma das seções da tubulação, há uma frequência natural a 10.500
rpm. Essa frequência está dentro da faixa de 20 a 30 %, onde a ressonância pode
ser excitada, Figura 66.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 97
MANUTENÇÃO
Visto que a vazão da bomba é variada, determinados ajustes fazem com que a
tubulação comece a vibrar violentamente. A compreensão da interação entre as
forças e a resposta vibratória resultante em um caso como este torna relativamente
fácil diagnosticar a falha e corrigi-la. Contudo, muitos profissionais não têm essa
compreensão e, portanto, esses problemas de ressonância são muito comuns nas
indústrias. Em outros casos, a máquina inteira pode ressoar sobre sua base ou
fundação. Frequentemente, os fabricantes de uma máquina a projetam para uma
determinada aplicação. Eles escolhem um determinado motor e uma determinada
bomba e montam esses componentes em uma base ou estrutura padrão.
Determinadas combinações de componentes podem produzir uma máquina que
ressoa exatamente na velocidade de operação. Essas máquinas geralmente trazem
muitas dificuldades, visto que são sensíveis à mais leve alteração no balanceamento
ou no alinhamento. Em alguns casos, elas nunca funcionarão bem. Novamente,
reconhecendo-se isso como um problema de ressonância, correções simples podem
produzir uma melhora significativa. A seguir tem-se algumas características da
ressonância.
Amplitude incomum e alta quando comparada com outras.
Sensibilidade às alterações de velocidade e aumentos e reduções na
velocidade, produzindo alterações grandes na amplitude.
Episódios repetidos de surgimento de trincas devido à fadiga produzida pelas
altas tensões provenientes da condição ressonante.
Dificuldade em realizar o balanceamento devido a ressonância que ocorre na
velocidade de operação.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 98
MANUTENÇÃO
É necessário diagnosticar a máquina para que se possa confirmar que a
ressonância não é a causa de problemas de tal equipamento. Se a ressonância não
for considerada desde o início, a correção de um problema óbvio pode ser ignorada.
4.9 Truncamento
Quando ocorre uma folga mecânica, a rigidez do sistema na direção do movimento
da vibração muda de acordo com a própria amplitude do movimento, restringindo a
vibração em um dos extremos do percurso.
O aspecto visual seria uma senóide saturada em um extremo, e o seu espectro de
frequência é caracterizado por um grande número de harmônicas superiores, sub-
harmônicas da frequência de rotação (1 x fr) e ordens fracionárias (1/2, 1 1/2, 2 1/2),
dependendo do tipo de excitação.
O truncamento pode também ocorrer quando a excitação se torna mais forte,
forçando a estrutura a maiores deformações e, consequentemente, atingindo
regimes de rigidez não linear. Este é o caso do desalinhamento mais severo
gerando fortes vibrações em 2 x fr, 3 x fr e 4 x fr, e que, dependendo da rotação
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 100
MANUTENÇÃO
síncrona do motor, poderá ocorrer batimento com a componente elétrica a 120 Hz (2
x fl). Na Figura 67, tem-se a forma de onda de um batimento truncado.
4.10 Ventilação
Os ventiladores produzem vários tipos de excitações dinâmicas que geram
vibrações. A seguir destacam-se as mais importantes.
Passagem das pás: com frequência igual à rotação vezes o número de pás,
que vão induzir tensões nas pás e gerar fadiga, principalmente se excitarem
ressonâncias.
Região instável do ventilador: as vibrações são provocadas por flutuações na
pressão dinâmica do ventilador, podendo ser resolvido variando as aberturas
de fluxo de ar.
Desbalanceamento: ocorrem devido a incrustações e/ou desgastes nas
ventoinhas gerando esforços dinâmicos e gerando vibrações ou fadiga.
As ventoinhas internas do motor merecem atenção especial. A quebra de uma das
pás pode danificar seriamente o estator ou até mesmo destruí-lo.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 101
MANUTENÇÃO
4.11 MOTOR
Estágio de Falha 2
- Defeitos de pequena monta começam a "cercar" as
freqüências naturais dos componentes do
rolamento (Fn) que ocorrem
predominantemente na faixa de 30K a 120K
CPM.
- Freqüências das bandas laterais aparecem acima e abaixo
do pico da freqüência natural ao fim do
Estágio 2.
- A energia de ponta cresce, por exemplo, de 0,25 para
0,50 gSE.
5 NORMAS
TÉCNICAS -
ALARMES -
ANÁLISE E AÇÃO
PROATIVA
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 112
MANUTENÇÃO
Tabela 21 - GRUPO 4
Tabela 20 - GRUPO 3 Tipo de Deslocamento Velocidade
Tipo de Deslocamento Velocidade Zona
Zona Suporte μm rms mm/s rms
Suporte μm rms mm/s rms
A/B 11 1,4
A/B 18 2,3
Rígido B/C 22 2,8
Rígido B/C 36 4,5
C/D 36 4,5
C/D 56 7,1
Tabela 24 - Diagnóstico de vibrações para máquinas com eixo horizontal com rotor
em balanço.
Vibração
Vibração Vibração
Vibração Estrutura
Vertical Axial
Horizontal l Observações
Excessiv Excessiv
Excessiva Excessiv
a a
a
Desbalanceame
SIM NÃO SIM NÃO Horizontal e Axial > Vertical
nto
Desalinhamento SIM NÃO SIM NÃO Horizontal e Axial > Vertical
Folga Mecânica SIM SIM NÃO SIM Vertical = Horizontal
Para se detectar um
problema elétrico desligue a
Falhas Elétricas
máquina e monitore a
Medidas como
vibração. Se a vibração
Vibração
cessar imediatamente, o
problema é elétrico.
Figura 95 - Alarme de Projeção de um rolamento: Perigo Ato 0,6 e Alerta Alto 0,4.
Existe uma lista suspensa no item Alarmes Globais que exibe todos os alarmes
globais criados e ainda uma opção <Alarme particular>, que se refere
exclusivamente a um ponto específico que se deseja monitorar.
Na Figura 71, as opções da área Propriedades relacionam-se aos valores de alarme
de Alerta e Perigo especificados na área Configurações e com os seguintes
significados:
Nenhum - Utilizado quando não se deseja definir o alarme,
Nível - Para uma condição de alarme de Perigo Alto e Alerta Alto, medições
que estão dentro de definições especificadas,
Na Janela - Para uma condição de alarme de Alerta Alto e Alerta Baixo,
medições que estão dentro de definições especificadas,
Fora da Janela – Para uma condição de alarme de Alerta Alto, Alerta Baixo,
Perigo Alto e Perigo Baixo, medições que estão dentro de definições
especificadas.
ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE: PELOTIZAÇÃO | 121
MANUTENÇÃO
As medições que estiverem fora das definições especificadas resultarão numa
condição de alarme.