Elementos de Apoio - Prof.

Venâncio 1

1. - MANCAIS DE DESLIZAMENTO

Podemos distinguir os Apoios em: Externos (pontas) e Intermediários.

Os apoios extremos são solicitados à flexão e cisalhamento. Já os apoios intermediários são solicitados à flexão,
cisalhamento e torção.

O dimensionamento dos apoios deverá ser baseado na:

1º - Resistência
2º - Pressão específica
3º - Aquecimento

Para os mancais de deslizamento costuma-se fazer:

n [rpm] 0 a 150 151 a 350 351 a 500 501 a 800 > 800
a = 0,07d + 3
1,5 2,0 2,5 3,0 4,0

1ª - Condição: Resistência [ l e d ]:

Desprezando o efeito de cisalhamento, teremos:

a - Para as pontas de eixos que são submetidas apenas à flexão:

    d3 
P   f  Wf  P    f   P   f  0,1  d 3
2 2 32 2

P 5 P  5 P 
d3  d3  d 
0,2   f f f d

b - Para os apoios intermediários, que geralmente são submetidos a flexo-torção:

10  M id
M id   f  W f  M id   f  0,1  d 3 mas d 3
f
Como já vimos: M id  0,35  M f  0,65  M 2f  M t2

2ª - Condição: Pressão específica [ p ]:

P
Define-se pressão nos apoios a relação: p
l d
Substituindo este valor nas fórmulas da 1ª condição, temos:

  0,2   f
pd   0,1   f  d 3  
2 d p
Para não haver desgaste nem expulsão do lubrificante é necessário escolher uma pressão específica
adequada. O valor de p depende de:

 Qualidade e acabamento dos materiais;  Lubrificação;  Velocidade;

 Mudança de direção do carregamento;  Temperatura;  Resfriamento;
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Para eixos em contínua rotação e em condições normais podemos adotar os valores da tabela a seguir

MATERIAIS EM CONTATO ACABAM. LUBRIF. Pmax [kgf/mm2]

Aço temperado Aço temperado retificado Boa de 1,5 à 2,0
Aço temperado Bronze ou metal patente retificado Boa de 0,9 à 1,0
Ferro ou aço doce Bronze ou metal patente liso Boa de 0,5 à 0,6
Ferro ou aço doce Ferro fundido liso escassa de 0,2 à 0,3

Indicando com V em [m/s] a velocidade periférica do eixo e com p em [kgf/cm2] a pressão desse no
mancal, a prática aconselha os seguintes valores máximos:

Mancais sem resfriamento p.v

Lubrificação deficiente (atrito misto) 2
Lubrificação boa (atrito fluido) 8 à 20
Lubrificação com anéis lubrificantes 20 à 24
Mancais com resfriamento a ar
Vagões ferroviários p = 20 à 40 kgf/cm² 50 à 100
Locomotivas velozes p = 15 kgf/cm² 70
Pinos de manivelas (p = pressão média de uma volta)

Máquinas a vapor, bombas, etc (aço, bronze ou metal pat.) 20 à 40

Máquinas a vapor bem ventiladas 47
Virabrequins com lubrificação contínua e boa ventilação 53
Eixos motores com volantes 5à8
Eixos motores com volantes e lubrificação forçada 10 à 12

Mancais com resfriamento forçado

Altas rotações e carregamento com sentido constante
150
P = 5 à 6 kgf/cm² v = 25 à 30 m/s
Altas rotações e máquinas pesadas
280 à 300
V = 40 m/s
Motores a explosão
500
Pmax = 80 à 100 kgf/cm²
Motores a explosão
Pmax = 80 à 100 kgf/cm² 280

3ª - Condição: Aquecimento [ W ]:

A resistência de atrito produz o aquecimento dos mancais. A elevação da temperatura aumenta com a
rotação do eixo. Em Máquinas Térmicas é visto que a quantidade de calor gerada pelo atrito é dada por:

Q
N atr M atr    n
427

30  427
Kcal s 
A quantidade de óleo ou refrigerante que deverá circular será:

Q
G onde:
Cm  t
t  diferença de temperatura (entrada e saída) do óleo ou refrigerante [ºC];
para os óleos lubrificante c = 0,5 [Kcal/Kg ºC]
Cm  calor específico médio [Kcal/Kg ºC]
para o ar atmosférico c = 0,24 [Kcal/Kg ºC]
Quanto maior for a quantidade de calor, menor será a possibilidade de dispersão no ar ambiente e,
consequentemente maior será a elevação da temperatura do mancal.
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Para que o aquecimento não altere as propriedades do óleo lubrificante, a prática aconselha que:

P = força sobre o apoio [Kgf]

Pn
W  onde: n = rotação do eixo [rpm]
l
l = comprimento do apoio [mm]
Obs. Quando o valor de P for variável, toma-se o valor médio.

W  4.000 para lubrificação comum

4.000 ≤ W  7.000 para lubrificação forçada

7.000 ≤ W  20.000 para lubrificação com resfriamento artificial

Os valores de W poderão ser gradualmente aumentados se

o sistema de lubrificação e resfriamento for muito eficiente

EXERCÍCIOS

1. Dimensionar um mancal de extremidade sabendo que a reação de apoio é

P = 3000 Kgf
n = 400 rpm
Aço trefilado NB 1010
Com adm = 5 Kgf/mm²

2. Dimensionar um mancal de deslizamento com lubrificação comum e

casquilho de metal patente, destinado a suportar uma carga P = 6.000 Kgf com
uma rotação de n = 80 rpm. O material do eixo é aço ABNT 1045, com fator
de segurança N = 6 [rup = 67 Kgf/mm²].

3. Dimensionar o mancal de extremidade de uma turbina sabendo-se:

Carregamento: P = 8.000Kgf;
Rotação: n = 1500 r p m
Lubrificação: forçada à óleo
Resfriamento: circulação de água
Pressão no mancal: p = 5,5 Kg / cm²
Comprim. do mancal: l = 2,5 d
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2. - MANCAIS DE ROLAMENTO
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SELEÇÃO DE ROLAMENTOS
Para a seleção deve-se conhecer a Força P que atua no rolamento, na unidade do catálogo
em uso.
Fr - Força radial
P  x.Fr  y.Fa onde:
Fa - Força axial
x e y - Fator de carga radial e axial,
respectivamente.

EXERCÍCIOS

1. Qual deve ser a vida, em horas de funcionamento, que pode alcançar um rolamento fixo de
uma carreira de esferas 6308, com uma carga radial constante Fr = 280 kgf a uma rotação
de 800 rpm.

2. Precisa-se um rolamento fixo de uma carreira de esferas, para suportar uma carga radial
Fr = 315 kgf, a 1000 rpm e com vida de 20.000 horas de funcionamento.

3. Qual o rolamento fixo de uma carreira de esferas que girando a 1.000 rpm, possa suportar
uma carga radial Fr = 220 kgf e uma carga axial Fa = 45 kgf? Deseja-se uma vida de 10.000
horas de funcionamento.

4. Qual deve ser a rotação do rolamento fixo, com uma carreira de esferas 6304, quando
estiver atuando: Fr = 512 kgf e Fa = 195 kgf, para que tenha vida útil de trabalho = 2.500 horas
de funcionamento?

5. Qual o rolamento fixo de esferas da série 63 deve ser empregado para suportar uma carga
radial Fr = 400 kgf e uma carga axial Fa = 220 kgf, a 1.000 rpm e com vida mínima de 10.000
horas de funcionamento?