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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Instituto de Ciência e Tecnologia

Engenharia Mecânica

Isabella Silva Borges

SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA

Diamantina
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
2. OBJETIVO ...................................................................................................................................... 4
3. SISTEMA DE TRANSMISSÃO .................................................................................................... 5
4. ÁNALISE DO SISTEMA ............................................................................................................... 7
4.1 Relação de transmissão ................................................................................................................. 8
4.2 Rotação.......................................................................................................................................... 9
4.3 Potência....................................................................................................................................... 10
4.4 Torque ......................................................................................................................................... 11
5. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 13
. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 14
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1. INTRODUÇÃO

A furação é importante processo para criação de peças e atualmente um dos processos


de usinagem mais utilizados, envolvendo aproximadamente 30% de todas as operações de
usinagem de metal (BOEIRA, 2010). Devido a sua ampla funcionalidade as operações de
furação com brocas helicoidais são as ferramentas mais frequentemente empregadas.
Possuindo uma complexa geometria e formas, pode resultar em várias operações diferentes.

Muitas pesquisas ainda são desenvolvidas na área apesar de ser um procedimento com
uma longa data de conhecimento. Isso é decorrente da necessidade de aprimoramento do
rendimento desta operação, brocas helicoidais constituem normalmente o gargalo das
operações de usinagem. Assim, é de suma importância um maior conhecimento deste
processo, no sentido de permitir sua otimização (BOEIRA, 2010).

O rendimento do processo de furação depende do seu sistema de transmissão,


relacionados ao torque, rotação e potência. As unidades geradoras de energia elétrica
normalmente estão situadas distantes dos centros consumidores, dessa forma ela pode ser
mais igualmente distribuída entre os componentes de transmissão. O mecanismo de
transmissão em uma furadeira funciona da mesma maneira, com a unidade motora,
reproduzindo energia que será distribuída aos componentes do sistema.

2. OBJETIVO

Aplicar os conhecimentos adquiridos na disciplina de Elementos de Máquinas I e realizar


um estudo sobre o sistema de transmissão de potência de uma furadeira com 8 brocas
helicoidais. Objetivando compreender o envolvimento do torque, rotação, potência e
rendimento desenvolvido em cada etapa.
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3. SISTEMA DE TRANSMISSÃO

O sistema de transmissão escolhido para análise é parte do funcionamento de uma


fundeira que possui oito brocas helicoidais, que devem girar no mesmo sentido, com a mesma
rotação.

Figura 1: Componentes do sistema de transmissão da furadeira sem a unidade motora.

Fonte: FIGUEIREDO, 2021.

O sistema escolhido possui o total de onze engrenagens, onde cada engrenagem está em
seu próprio eixo, conectada a uma próxima engrenagem de outro eixo. A engrenagem conectada
ao motor se localiza na região central. Sendo assim enumeraremos os eixos e engrenagens
começando da engrenagem motora.
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Figura 2: Representação esquemática do sistema de transmissão proposto.

Fonte: Autor.

Como a vista representada é lateral a compreensão e visualização das disposições das


últimas oito engrenagens, fica um pouco complexa. Decorrente disso há necessidade de expor
também a vista frontal do sistema.

Figura 3: Vista frontal do sistema de transmissão proposto.

Fonte: FIGUEIREDO, 2021.

Como a relação de transmissão entre engrenagens depende diretamente do número de


dentes que elas possuem, a seguir vemos uma tabela com a especificações das engrenagens
numeradas.
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Figura 4: Tabela com a numeração das engrenagens e seus respectivos números de dentes.

Fonte: Autor

Consideraremos também que cada eixo possuirá um par de mancais de rolamento em


suas extremidades, exceto o eixo motor.

4. ÁNALISE DO SISTEMA

Como foi dito anteriormente há três aspectos a serem examinados: a potência, o torque e
a rotação. Seguiremos analisando cada um dos três fatores seguindo do eixo motor até descobrir
o quanto chega a cada uma das brocas. Logo após isso, será feita uma análise do sistema ao
total.

Para fazer tal estudo, precisamos de uma referência para potência e rotação de entrada.
Diante disso, será adotado que o motor possui uma potência de 550 W e uma rotação de 2400
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rpm. Além disso, para os rendimentos das engrenagens será de acordo com as indicações
encontradas em RODRIGUES, 2022.

Figura 5: Tabela de rendimentos de acordo com utensílio utilizado.

Fontes: RODRIGUES, 2022.

4.1 Relação de transmissão

Primero faremos a análise do eixo 1, passando pelo eixo 2 e finalizar chegando ao eixo 4,
ou seja, a iniciaremos com a engrenagem n1, que está conectada ao motor, então transmitindo
movimento para engrenagem n2, que por sua vez movimenta a engrenagem n4.

Para isso primeiramente calcularemos a relação de transmissão em duas etapas,


primeiramente entre o eixo 1 e o eixo 2, ou seja, da engrenagem n1 para a engrenagem n2. Para
calcular a relação dividiremos o número de dentes da engrenagem movida pela a engrenagem
motora.
𝑛2
𝑖1 =
𝑛1

113
𝑖1 =
100

𝑖1 = 1,13 ∶ 1

Isso significa que houve uma transmissão de 1,13 : 1, ou seja, uma transmissão de
redução, a cada 1,13 voltas da engrenagem motora, a engrenagem movida movimenta apenas 1
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volta. O que é condiz com a condição, já que a segunda engrenagem é maior, ela se
movimentará mais lentamente que a menor.

Já a segunda etapa de transmissão é composta por a transmissão entre a engrenagem n2 e


a engrenagem n4, onde dessa vez é a peça motora é a n2 e a peça movida é a n4.
𝑛4
𝑖2 =
𝑛2

44
𝑖2 =
113

𝑖2 = 0,39 ∶ 1

Isso significa que houve uma transmissão de 0,39 : 1, ou seja, uma transmissão de
aumento, a cada 1 volta da engrenagem motora, a engrenagem movida movimenta 2,56 voltas.
O que é condiz com a condição, já que a segunda engrenagem é menor, ela se movimentará
mais rapidamente que a maior.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, considerando também que as dimensões das


engrenagens para as próximas engrenagens finais são idênticas, pois elas têm que ter a mesma
rotação e sentido, a relação de transmissão para as engrenagens de saídas (n4, n5, n6, n7, n8,
n9, n10, n11) serão idênticas.

calcularemos a potência de entrada no motor, a partir do dado de rotação fornecido.

30 . 𝑃
𝑇=
π. n

T = Torque (N.m)

P = Potência (W)

n = Rotação (rpm)

4.2 Rotação

Tendo em vista as relações de transmissão, através desta obteremos a rotação de cada


engrenagem do sistema, sendo:
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Figura 6: Rotações das engrenagens.

Número da engrenagem Número da Rotações (rpm)

1 2400

2 2123,89

3 2123,89

4 5445,88

5 5445,88

6 5445,88

7 5445,88

8 5445,88

9 5445,88

10 5445,88

11 5445,88

Fonte: Autor.

4.3 Potência

Tendo em vista a potência de entrada, dada pelo motor de 550 W, que é integralmente
transmitida a engrenagem n1, calcularemos a potência útil no eixo 2, através do rendimento
entre a as peças n1 e n2. Para o rendimento de todas as engrenagens, como tem dentes
helicoidais, usaremos o rendimento para engrenagens usinadas de 0,97, e o rendimento para o
par de mancais de rolamento será 0,98.

𝑃2 = 𝑃1 . 0,97 . 0,98

𝑃2 = 550 . 0,97 . 0,98

𝑃2 = 522,83 𝑊

A potência dissipada nesse caso é de 27,17 W. Seguindo para o eixo seguinte,


encontramos o segundo a potência de n2 transmitida a n4.
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Considerando que há outras três engrenagens, o rendimento da engrenagem terá que ser
aplicado quatro vezes para a engrenagem final. Também será aplicado o rendimento do par de
mancais daquele eixo.

𝑃4 = 𝑃2 . 0,97 . 0,97 . 0,97. 0,97 . 0,98

𝑃4 = 522,83 . 0,97 . 0,97 . 0,97 .0,97 . 0,98

𝑃4 = 453,6 𝑊

A potência dissipada nesse caso é de 69,23 W. Para a saída nos outros eixos (do eixo 4
ao eixo 11) será o mesmo método, portanto o mesmo valor de saída de potência

4.4 Torque

O torque a pode ser encontrado através da seguinte expressão:

30 . 𝑃
𝑇=
π. n

T = Torque (N.m)

P = Potência (W)

n = Rotação (rpm)

Sendo assim, seguindo o raciocínio já demonstrado calcularemos o torque para os eixos,


visualizando que os eixos de saída possuem o mesmo torque. No entanto, quando há
engrenagens presentes no sistema, rendimento da engrenagem também é aplicado sobre o
torque. Considerando novamente que há outras três engrenagens sendo movidas pela
engrenagem motora do último estágio da transmissão.

Da mesma forma feita anteriormente, encontraremos o torque da engrenagem de n1 para


n2, e depois de n2 para n4. E o mesmo acontecerá para as outras engrenagens de saída.

30 . 550
𝑇1 =
π . 2400

𝑇1 = 2,188 𝑁. 𝑚
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30 . 522,83
𝑇2 = 𝑥 0,97
π . 2123,89

𝑇2 = 2,28 𝑁. 𝑚

30 . 453,6
𝑇4 = 𝑥 (0,97 . 0,97 . 0,97 . 0,97)
π . 5449,88

𝑇4 = 0,704 𝑁. 𝑚

Figura 7: Tabela de torque nos eixos

Número do eixo Torque ( N.m)

1 2,188

2 2,28

3 2,28

4 0,704

5 0,704

6 0,704

7 0,704

8 0,704

9 0,704

10 0,704

11 0,704

Fonte: Autor.
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5. CONCLUSÃO

Para finalizar analisaremos agora o sistema como um todo, definindo o que entra e o que
saí, considerando que há oito eixos de saídas, mas todos possuem a mesma configuração.

1. Relação de transmissão:
Para esta, devemos saber que a relação de transmissão em um trem de engrenagens, pode-
se ser obtida de dois jeitos. Onde o primeiro consiste em multiplicar todas as relações de
transmissão encontradas no sistema, desde da entrada até a saída.
Já a segunda forma é fazendo a relação de transmissão somente entre a primeira
engrenagem motora e a última engrenagem movida (saída).
Optaremos pela primeira opção já que as relações já foram encontradas, sendo assim
temos a relação do sistema como 044 : 1.

2. Fresamento:
Para a rotação de entrada já foi definida incialmente de 2400 rpm, a rotação de saída de
que será transmitida para cada uma das brocas é de 5445,88 rpm.

3. Potência:

A potência de entrada também foi definida de 550 W, já a potência de saída (potência


útil) é de 453,6 W. Sendo assim a potência dissipada no processo foi de 96,4 W.

4. Torque:

O torque de entrada foi encontrado utilizando a potência e rotação de entrada, obtendo


como resultado o torque de 2,188 N.m. Já o torque de saída, que será transmitida para cada eixo
da broca será de 0,704 N.m.

Podemos então concluir que houve uma grande perda de potência, no entanto também há
um aumento significativo na rotação, assim como uma diminuição do torque.
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. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOEIRA, Angelo Marcos Gil. Modelagem e simulação das forças na furação com brocas
helicoidais a partir de dados obtidos no torneamento de segmentos cilíndricos.
Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Orientador: Rolf Bertrand
Schroeter - Tese (doutorado). Programa de Pós- Graduação em Engenharia Mecânica.
Florianópolis, SC, 2010.

FIGUEIREDO, Guilherme Sousa Brito. Projeto e fabricação de um dispositivo de furação


múltipla para produção de luminárias de LED. Orientador: Prof. Dr. Gabriel Mendes de
Almeida Carvalho. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) -
Instituto Federal de Minas Gerais. Betim, 2021.

RODRIGUES, Júnior. Rendimento das transmissões. [S. l.], 2022. Disponível em:
https://pt.scribd.com/document/402069957/Rendimentos-Das-Transmissoes. Acesso em: 24
ago. 2022.

PS: O link da monografia que achei a furadeira:

https://www2.ifmg.edu.br/betim/biblioteca/tccs/eme_guilhermefigueiredo.pdf >

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