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1. Motivação
Nos dias atuais, com os avanços tecnológicos alcançados pelo homem durante
décadas, diversos produtos e tecnologias tiveram um exponencial desenvolvimento e
massivo crescimento, permitindo que certas tecnologias sejam barateadas e estejam hoje
presentes nas mais acessíveis camadas sociais. Sendo assim, pode-se afirmar que
determinadas soluções tecnológicas disponíveis hoje no mercado deixaram de ser vistas
como um luxo, e passaram a se tornar sinônimo de conforto e segurança.
Nesse sentido, os portões eletrônicos estão presentes hoje na maioria das casas e
residenciais, devido à praticidade, conforto e segurança oferecidos por eles em detrimento
de portões manuais. Os portões eletrônicos, controlados à distância e acionados por
motores elétricos, permitem ao usuário a automatização de suas ações de abertura e
fechamento, minimizando esforços do próprio usuário e garantindo a segurança das
residências.
2. Referencial Teórico
Definida a aplicação do projeto, é fundamental compreender os componentes básicos
que constituem o sistema a ser trabalhado para a modelagem da planta. Um portão
automático é constituído fundamentalmente por um motor elétrico, um redutor, o próprio
portão e seu comando. Especificamente para portões deslizantes, ou popularmente
conhecidos como “portões de correr ou portão corrediço”, existe a necessidade de se
converter o movimento de rotação advindo do acionamento do motor para um movimento
de translação, o que é feito geralmente por meio da utilização de componentes mecânicos
como um sistema de pinhão cremalheira.
O acionamento do portão se dá pelo comando do usuário por meio do botão do controle
de comando, o qual envia um sinal codificado de infravermelhos para um receptor no
portão. Este sinal é interpretado por um descodificador que dá a ordem de funcionamento
ao motor elétrico, que converte a energia elétrica de sua alimentação em energia mecânica
via rotação de seu eixo, caracterizando uma velocidade angular e torque, correspondendo
a uma potência. O movimento de rotação é transmitido para um sistema de engrenagens
que constituem um redutor, fazendo com que se aumente o torque do sistema para enfim
movimentar o portão através da rotação do pinhão que desloca uma cremalheira, abrindo
ou fechando o portão.
O conjunto eletromecânico composto pelo motor elétrico, redutor e pinhão de saída
para uma cremalheira é costumeiramente chamado de moto-redutor e é o sistema
principal de análise para o controle de um portão eletrônico. A utilização do redutor
objetiva aumentar o torque disponível para a movimentação do portão por meio de um
engrenamento, permitindo com que seja utilizado um motor de menor potência.
Usualmente, fabricantes de moto-redutores para portões eletrônicos adotam um
redutor composto de um parafuso sem fim e uma engrenagem de coroa com razões de
engrenamento de 10:1 até 60:1, enquanto o motor elétrico possui uma rotação na faixa de
1000 a 2500 rpm.
Com configurações nestes padrões, obtém-se um sistema com baixo ruído e baixas
vibrações, com consumo de energia baixo decido às baixas potências do motor e a
utilização esporádica do portão.
O sistema moto-redutor e seus componentes para um portão deslizante pode ser
representado pela Figura (2):
3. Dimensionamento do Sistema
3.1. Representação da planta via Equações Diferenciais
𝑁
𝐽 =𝐽 +𝐽 ã +𝐽 + 𝐽 ∙
𝑁
Diante da ausência de amortecimento relativo à rotação, o amortecimento rotacional
equivalente do sistema é dado por:
𝐷 =0
𝐽 𝜃̈ + 𝑇 =𝑇 ã
𝐹(𝑡) = 𝑚𝑥̈ + 𝑓 + 𝑓 𝑥̇
𝐹(𝑠) = 𝑚𝑠 + 𝑓 + 𝑓 𝑠 𝑋(𝑠)
3.2. Representação da planta por Função de Transferência
Buscando realizar o controle da velocidade do portão em função da tensão aplicada no
motor, é necessário modelar a planta por meio de uma função de transferência que
relacione a rotação do pinhão do moto-redutor (visto que é por meio dele que o
movimento linear da cremalheira ocorre) com a tensão aplicada nos terminais do motor.
Inicialmente, é necessário relacionar o movimento rotacional do moto-redutor com o
movimento linear do portão. Isso pode ser realizado por meio da representação do torque
de oposição ao movimento da massa do portão em função da força linear, obtendo então:
𝑇 (𝑡) = 𝐹(𝑡) ∙ 𝑟
𝑇 (𝑠) = 𝐹(𝑠) ∙ 𝑟
Pode-se então, reescrever a equação do movimento linear correlacionando-a com o
torque da massa do portão:
𝑇 (𝑠) = 𝑚𝑠 + 𝑓 + 𝑓 𝑠 𝑋(𝑠) ∙ 𝑟
Para enfim relacionar o movimento linear com o movimento rotacional, pode-se pautar
na relação que ambos possuem em função do raio. Assim, o movimento linear da
cremalheira pode ser expresso em função da rotação do pinhão através do raio do pinhão
por:
𝑋(𝑠) = 𝑟𝜃 (𝑠)
Reescrevendo a relação linear agora transformada para o movimento rotacional,
temos:
𝑇 (𝑠) = 𝑚𝑠 + 𝑓 + 𝑓 𝑠 𝜃 (𝑠)𝑟
𝑇 ã = 𝐽 𝑠 𝜃 (𝑠) + 𝑚𝑠 + 𝑓 + 𝑓 𝑠 𝜃 (𝑠)𝑟
𝑇 ã = 𝐽 + 𝑚𝑟 𝑠 + 𝑓 + 𝑓 𝑟 𝑠 𝜃 (𝑠)
Assim, é possível determinar o torque produzido pelo pinhão uma vez determinada
sua rotação, e consequentemente, pode-se encontrar o movimento linear do portão, por
meio das relações com o movimento linear.
Agora, para encontrar uma função de transferência que relacione a rotação do pinhão
com a tensão aplicada nos terminais do motor, precisamos referir o torque do pinhão
𝑇 ã para o primário do sistema eletromecânico, de modo a relacioná-lo com a
tensão do motor.
Assim, temos o novo sistema equivalente:
Figura 5: Sistema Eletromecânico Equivalente
Onde
𝑁
𝐽 =𝐽 + 𝐽 + 𝑚𝑟
𝑁
𝑁
𝐷 =𝐷 + 𝑓 +𝑓 𝑟
𝑁
Para modelagem do sistema eletromecânico, consideramos as relações da mecânica e
da elétrica no domínio “𝑠”:
𝑉 (𝑠) = 𝐾 𝑠𝜃
𝑇(𝑠) = 𝐾 𝐼(𝑠)
𝜃 (𝑠) 0,091/2,84 × 10
=
𝐸(𝑠) 1
𝑠 𝑠+ (1,09 × 10 + 0,091 ∙ 1,21)
2,84 × 10
𝜃 (𝑠) 320,42
=
𝐸(𝑠) 𝑠[𝑠 + 388,09]
Uma vez que nosso objetivo é determinar a rotação do pinhão 𝜃 , utilizamos a relação
do engrenamento no moto-redutor:
𝑁
𝜃 = 𝜃
𝑁
𝜃 = 25 ∙ 𝜃
Por fim, encontramos então a função de transferência da planta que relaciona a rotação
do pinhão do moto-redutor, que promoverá o movimento linear da cremalheira e
consequentemente do portão, em função da tensão aplicada nos terminais do motor que
promove a força motriz do conjunto:
25 ∙ 𝜃 (𝑠) 320,42
=
𝐸(𝑠) 𝑠[𝑠 + 388,09]
𝜃 (𝑠) 12,82
=
𝐸(𝑠) 𝑠[𝑠 + 388,09]
Convertendo o movimento rotacional do pinhão para movimento linear, tem-se:
𝜃 (𝑠) . 𝑟 = 𝑋(𝑠)
𝑋(𝑠)
𝜃 (𝑠) =
𝑟
Substituindo na função de transferência
𝑋(𝑠) 12,82
=
𝐸(𝑠) . 𝑟 𝑠[𝑠 + 388,09]
Assumindo, ainda, o raio do pinhão como
𝑟 = 0,03 𝑚
Então:
𝑋(𝑠) 12,82 . 0,03
=
𝐸 (𝑠) 𝑠 . (𝑠 + 388,09)
𝑋(𝑠) 0,3846
𝐺(𝑠) = =
𝐸 (𝑠) 𝑠 . (𝑠 + 388,09)
0,3846
𝐾.
𝑠 . (𝑠 + 388,09)
𝑇(𝑠) =
0,3846 0,336
1+𝐾. .
𝑠 . (𝑠 + 388,09) 𝑠 + 5,46
𝐾 . 0,3846
𝑠 . (𝑠 + 388,09)
𝑇(𝑠) =
𝑠 . (𝑠 + 388.09) . (𝑠 + 5,46) + 𝐾 . (0,3846) . (0,336)
𝑠 . (𝑠 + 388.09) . (𝑠 + 5,46)
Simplificando:
𝐾 . 0,3846 . (𝑠 + 5,46)
𝑇(𝑠) =
𝑠 . (𝑠 + 393,55𝑠 + 2118,97) + 𝐾 . (0,129)
𝐾 . 0,3846 . (𝑠 + 5,46)
𝑇(𝑠) =
𝑠 + 393,55𝑠 + 2118,97𝑠 + 0,129𝐾