Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NACALA-PORTO
JANEIRO, 2022
Gaudêncio Jone Amós
Nacala-Porto
JANEIRO, 2022
Simbologia
Carga máxima na correia;
velocidade da correia;
é o comprimento do cubo
Limite de fadiga por contacto das superfícies dos dentes correspondente ao número
equivalente de ciclos de variação das tensões.
Coeficiente que leva em conta a rugosidade das superfícies dos dentes conjugados.
Coeficiente de segurança.
Limite de fadiga por contacto das superfícies dos dentes correspondente ao número
equivalente de ciclos de variação das tensões
Coeficiente que leva em conta a rugosidade das superfícies dos dentes conjugados.
1.1. Introdução
Uma transmissão é um dispositivo utilizado para fornecer um jogo de saídas de velocidade angular
de uma fonte de velocidade, cujo objectivo é permitir que o motor permaneça em seu regime
de máximo torque ou potência durante o maior intervalo de tempo possível.
É de salientar que o redutor é um dos elementos de transmissão que tem apenas uma redução
fixa. Isto é, para cada rotação de entrada só tem uma e única rotação de saída respectiva.
A razão entre as velocidades de saída pode variar de acordo com a necessidade do equipamento a
ser accionado, dentro de certos limites entre as velocidades máxima e mínima do projecto
do redutor. Os redutores mais comuns são sistemas de transmissão mecânica basicamente
formada por engrenagens, correntes, correias, polias, rodas de atrito, etc.
1.2. Objectivos
O objectivo desse trabalho é projectar (Desenvolver) um redutor de velocidade que possa ser
fabricado e utilizado nas indústrias de máquinas que operam com uma frequência de
rotação de saída de aproximadamente, com um motor de potência nominal e uma
velocidade nominal de entrada. .
1.3. Metodologia
Através de uma pesquisa bibliográfica feita tanto na internet quanto no material fornecido na
cadeira de Projecto de Maquinas como guia para a elaboração do trabalho, e indicado ao longo
do curso de Engenharia Mecânica.
2. Dimensionamento do Redutor
CAPITULO I
Componente Indicação
Motor eléctrico 1
Acoplamentos / uniões elásticos 2e7
Rolamentos 3, 5, 9 e 10
Engrenagens cónicas 4
Engrenagens cilíndricas de dentes rectos 6
Veio de entrada do redutor I
Veio intermediário do redutor II
Veio de saída do redutor III
Veio de accionamento IV
Motor eléctrico que será responsável por gerar a potência inicial do accionamento;
Correias e polias, responsáveis por transformar a frequência de rotação do motor eléctrico
na frequência de entrada no redutor;
Quatro (04) Veios, sendo o Veio I o veio do motor, que faz parte directamente do redutor;
o Veio II que é veio intermediário do redutor, onde são acopladas as engrenagens cónicas
e cilíndricas de dentes rectos; Veio III que é o eixo de saída do redutor, onde são
acopladas as engrenagens cilíndricas de dentes rectos, e por fim o Veio IV que é o veio
de accionamento da máquina;
Dentre outros elementos mecânicos com rolamentos e elementos de vedação e lubrificação para
evitar o contacto directo dos elementos em movimento relativo, e para evitar a corrosão dos
mesmos, de modo o redutor possa funcionar livremente.
É de salientar que a instalação da cinta (ou correia) será na horizontal, isso quer dizer que as
polias serão alinhados no mesmo eixo. Os dados dos parâmetros fornecidos estão listados na
tabela (2):
Dados do projecto
Força tangencial:
Largura da correia:
Comprimento da correia:
Velocidade da correia:
2.2.1. Passos para o dimensionamento cinemático
Onde:
velocidade da correia;
Para calcular a potência desenvolvida no veio escolheu-se o valor médio de para evitar a escolha
nenhum valor muito perto do limite inferior ou que excedesse o necessário, portanto:
Número de camadas Para calcular o número de camadas de tela cauchutada usa-se a seguinte
equação:
Como deseja-se instalar um sistema de accionamento de potencia com uma correia horizontal,
logo o valor de Cs=10.
Com este resultado verificou-se que o pertence ao intervalo de 3…8. Isso quer dizer que a cinta
será constituída de quatro (04) camadas.
Para determinar a frequência de rotações do veio do tambor, em rotações por minuto, usa-se a
equação:
Para calcular a potência requerida ao motor eléctrico, usa-se a equação que se segue:
Tabela 1: Pré-selecção dos motores eléctricos e suas frequências de rotações nominais (AUTOR)
Para cada uma das transmissões faz-se a partição da relação de transmissão geral pelas diversas
transmissões dos órgãos (engrenagens, correia, acoplamentos/uniões, rolamentos, etc). Usando as
tabelas 11 e 12 e 14 arbitram-se as relações de transmissão para os dois escalões de transmissões
por engrenagens (dentro do redutor).
Como não há transmissão por cadeia no esquema cinemático, então: . A partir dai
calcula-se a relação de transmissão por correia de acordo com a equação abaixo:
Nomenclatura Transmissão
I II III IV
Relação de transmissão equivalente 67,49 33,86 22,57 16,99
Relação de transmissão de engrenamento 11,2 11,2 11,2 11,2
Relação de transmissão por correia 6,03 3,02 2,02 1,52
Potência desenvolvida em cada veio desde o motor eléctrico até veio de saída
Para a energia no veio movido na transmissão por correia chegar ao veio II do redutor, primeiro
deve passar no acoplamento elástico, no rolamento e pela engrenagem cônico. Então:
Potencia desenvolvida no veio III do redutor (Veio de saída do redutor)
Para chegar no veio IV, primeiro a energia é consumido no rolamento da engrenagem maior e
pelo acoplamento elástico, logo:
Para calcular a rotação nesse veio é necessário a relação de transmissão na engrenagem cónico.
Pois, este veio tem maior potência em comparação ao veio III:
Neste caso, pode-se observar que a rotação do veio III corresponde a rotação do veio IV da saída
do accionamento, pois os acopladores de veios não reduzem e nem aumentam a rotação dos
veios e união.
Calculo dos torques nos veios
Os torques sobre todos os veios da transmissão são determinados usando a equação a seguir:
Para veio I:
CAPITULO II
Onde:
√ √
Cálculo da espessura da parede da tampa do redutor
Para calcular a espessura levamos o valor médio entre 2…2,5. Logo, o valor médio é igual a
2,25. Então,
Para determinar o diâmetro dos parafusos deve-se escolher um valor entre 1,5…2,5, neste caso,
foi escolhido o médio do intervalo. O valor escolhido é 2, logo a equação torna-se:
Como o diâmetro dos parafusos dos do fundamento já foi calculado na alínea anterior, então
podemos calcular a largura das flanges de fixação do redutor ao fundamento:
Neste caso, a largura das flanges de fixação do redutor deve ser maior ou igual a 28,644 mm.
Antes de calcular, primeiro escolha-se um valor entre 0,5…0,6, para este caso, foi escolhido um
valor médio desse intervalo.
Largura das flanges que unem o corpo à tampa do redutor na zona dos rolamentos
Então:
Diâmetro dos parafusos que unem a tampa e o corpo do redutor na zona dos rolamentos
Então:
Escolhe-se um factor no intervalo da equação, e escolheu-se o valor 1,05, e a equação acima fica
da seguinte maneira:
Isso quer dizer que todos os pinos de centragem do redutor a ser construído terão 12 mm de
diâmetro para cada um.
Como o diâmetro dos parafusos da tampa de inspecção vária de 6...10 mm, houve a preferência
de escolher um valor igual a 8 mm como diâmetro dos parafusos da tampa de inspecção do
redutor. Logo,
Diâmetro da rosca do bujão do redutor
O diâmetro da rosca do bujão do redutor, segundo a norma estabelecida, pode ser determinado de
acordo com a equação:
Nesta parte efectuaremos o cálculo de alguns parâmetros importantes que nos levarão na
construção dos parafusos, dos componentes dos rolamentos e por fim, realizar construção de
todo redutor proposto. Para isso, alguns passos são seguidos:
Para garantir uma dimensão suficiente do cárter do redutor recomenda-se que a distância entre as
coroas dos dentes da roda movido e o fundo seja calculada de acordo com abaixo:
Escolhendo uma constante do intervalo a equação fica da seguinte maneira:
Usando a equação da tabela de construção das rodas dentadas cilíndricas para o cálculo da
largura da coroa :
Segundo a norma, sabe-se que o comprimento do cubo é maior ou igual a largura da coroa , então:
Logo, o comprimento das consolas dos veios rápido e lento é igual a 160,6 mm.
A largura das abas das tampas dos rolamentos é dada pela equação a seguir:
Sabe-se que a distância que vai desde a face do rolamento até ao cubo do pinhão é dada pelo
intervalo:
Neste caso, para determinar este parâmetro faz-se a escolha de um valor pertencente ao intervalo.
Para este caso, escolheu-se o valor 14 mm, logo:
A medida axial da tampa do rolamento no veio de saída é dada pelo intervalo abaixo:
Neste caso, foi escolhido aleatoriamente um valor pertencente ao intervalo. Para este caso,
escolheu-se o valor 20 mm, logo:
Onde:
então, pode ser arbitrado um valor para o e menor do que , igual a 156 mm. Como o
já é conhecido, logo:
Analise: de acordo com os cálculos realizados nessa parte, é fácil constatar que o redutor a ser
desenvolvido deve ter todas essas dimensões no mínimo.
Método de
Elementos da roda Parâmetro obtenção da peça
bruta
Designação Valor Laminação
(mm)
COROA Espessura 10,23
Largura 160,6
Diâmetro 92
Diâmetro interna 146 d
CUBO Diâmetro exterior 226
Comprimento do 160,6
cubo
Espessura 44
DISCO Espessura 158
CAPITULO III
Para a fabricação de veios são utilizados usualmente aços. Para este projecto será utilizado aço
40X para sua fabricação, pois apresenta menor sensibilidade à concentração de tensões, alta
rigidez e baixo custo. Estes podem ser com ou sem elementos de liga.
Os veios dos redutores estão sujeitos a dois tipos de deformações: por flexão e por torção. A
deformação por torção surge devido à acção de momentos torsores, provenientes do motor
eléctrico. A deformação por flexão é causada pelos momentos das forças nas engrenagens,
associadas ao efeito das forças em consola das transmissões abertas e uniões de veios.
Como sabido, o diagrama cinemático representado anteriormente demostra que o redutor do
projecto proposto é constituído por dois pares de engrenagens:
Nessas engrenagens, o pinhão esta directamente conectado e accionado pelo veio principal (ou
veio de entrada no redutor), por sua vez acciona a roda movida acoplada com o veio II ou
intermediário. O pinhão cónica actua como engrenagem 1 e a roda movida cónica como
engrenagem 2.
Nessa secção será feita o calculo completo das engrenagens cónicas com dentes rectos, incluindo
as suas dimensões e os esforços de engrenamento actuantes entre elas.
Onde:
limite de fadiga por contacto das superfícies dos dentes correspondente ao número
equivalente de ciclos de variação das tensões, em Mpa
coeficiente que leva em conta a rugosidade das superfícies dos dentes conjugados. O valor
de ZR é o mesmo para o pinhão e para a roda dentada movida e depende do grau de precisão dos
dentes. Para o 7º grau de precisão dos dentes (Ra = 1,25...0,63) ZR = 1; para o 6º grau de
precisão (Ra = 2,5...1,25) ZR = 0,95; para o 5º e 4º graus (Rz = 40...10) ZR = 0,9.
coeficiente que leva em conta a velocidade circular ou tangencial. Os valores de Zv
escolhem-se na tabela 3 ou pela figura 2. Podem, também, ser calculados pela fórmula:
coeficiente que leva em conta as dimensões da roda dentada. Para diâmetros primitivos
dw ≤ 700 mm toma-se KxH = 1,0 e para outros casos usa-se a figura 3, a tabela 4 ou a fórmula:
√
Para o pinhão:
∑[ ]
Isso quer dizer que o ciclograma de carregamento é simétrico na horrizontal. De acordo com o
diagrama, temos que:
Para o pinhão:
∑[ ] [ ]
[ ]
Então:
Neste caso podemos calcular as tensões admissíveis de contacto para o pinhão e roda dentada
movida, respectivamente, em MPa por:
Para o pinhão:
Para a roda movida:
Como a engrenagem tem dentes rectos, então para a tensão admissível de cálculo toma-se a
tensão menor:
Nessa secção será feita o calculo do valor de orientação do diâmetro primitivo médio do pinhão
pela fórmula em seguida, em [mm]:
√
√
⁄
Como trata-se de engrenagens de dentes rectos, então
Como Logo foi escolhido o valor médio (recomendações 46).
(vide tabela 29 para )
(Torque do veio de entrada que liga com o pinhão cónico)
Então:
√
√
Onde:
O número de dentes do pinhão pode ser calculado de acordo com a equação que se segue:
dentes
Então o módulo tangencial médio real será dado pela expressão conhecida:
(a superfície de transição dos pés dos dentes não é endurecida por deformação)
(trata-se de carga irreversível)
(Para todos os aços)
Para tal
e logo
ix) Cálculo Dos esforços na transmissão
Força tangencial sobre o diâmetro médio do pinhão (N):
Onde:
Força axial:
Como há uniões dos veios na transmissão, então houve a necessidade de calculo das forcas nas
respectivas uniões:
Para veio de alta velocidade (veio de entrada no redutor)
√ √
Escolhendo o valor médio, obtemos a equação:
√
√
Onde:
Para tal, foi escolhido o valor máximo do intervalo dado na expressão acima:
Trata-se neste caso de um veio com três (03) escalões. O seu comprimento nesse trecho é dada
por:
Onde:
A partir dai calcula-se o diâmetro entre o apoio (ou mancal de rolamento) e o pinhão cónico, isto
é:
Parâmetros valores
Nessas engrenagens, o pinhão esta directamente conectado e accionado pelo veio intermediário
ou veio II, por sua vez acciona a roda movida acoplada com o veio III ou veio de saída. Nessa
secção será feita o cálculo completo das engrenagens cilíndricas com dentes rectos, incluindo as
suas dimensões e os esforços de engrenamento actuantes entre elas.
Parâmetros de entrada Magnitude
Potencia no veio II 6,28 kW
Potencia no veio III 6,08 kW
Torque no veio I
Torque no veio III
Relação de transmissão entre as
engrenagens cilíndricas
Onde:
limite de fadiga por contacto das superfícies dos dentes correspondente ao número
equivalente de ciclos de variação das tensões, em Mpa
coeficiente que leva em conta a rugosidade das superfícies dos dentes conjugados. O valor
de ZR é o mesmo para o pinhão e para a roda dentada movida e depende do grau de precisão dos
dentes. Para o 7º grau de precisão dos dentes (Ra = 1,25...0,63) ZR = 1; para o 6º grau de
precisão (Ra = 2,5...1,25) ZR = 0,95; para o 5º e 4º graus (Rz = 40...10) ZR = 0,9.
coeficiente que leva em conta a velocidade circular ou tangencial. Os valores de Zv
escolhem-se na tabela 3 ou pela figura 2. Podem, também, ser calculados pela fórmula:
coeficiente que leva em conta as dimensões da roda dentada. Para diâmetros primitivos
dw ≤ 700 mm toma-se KxH = 1,0 e para outros casos usa-se a figura 3, a tabela 4 ou a fórmula:
√
Usando a equação a seguir podemos determinar o número básico de ciclos de variação das
tensões
Para o pinhao:
O número equivalente de ciclos de variação das tensões pode ser calculado pela fórmula
seguinte:
∑[ ]
Isso quer dizer que o ciclograma de carregamento é simétrico na horrizontal. De acordo com o
diagrama, temos que:
Para o pinhão:
∑[ ] [ ]
[ ]
Então:
Neste caso podemos calcular as tensões admissíveis de contacto para o pinhão e roda dentada
movida, respectivamente, em MPa por:
Para o pinhão:
Como a engrenagem tem dentes rectos, então para a tensão admissível de cálculo toma-se a
tensão menor:
Nessa secção será feita o calculo do valor do diâmetro primitivo médio do pinhão cilíndrico pela
fórmula em seguida, em [mm]:
⁄
Como trata-se de engrenagens de dentes rectos, então
Como Logo escolheu-se 1,2 (segundo as recomendações da tabela 17
para disposição simétrica das rodas dentadas relativamente aos apoios).
Sabe-se que
Onde:
Para transmissões sem deslocamento (correcção) e com a distância interaxial não normalizada
determinam-se os diâmetros primitivos:
(a superfície de transição dos pés dos dentes não é endurecida por deformação)
(trata-se de carga irreversível)
(Para todos os aços)
Para tal:
e logo
Carga radial:
Onde:
Como há uniões do veio médio na transmissão, então houve a necessidade de calculo das forcas
nas respectivas uniões:
Para veio de alta velocidade (veio intermediário no redutor)
√ √
Escolhendo o valor médio, obtemos a equação:
√
√ √
Parâmetros valores
√ √
2,5
√ √
√ √
∑
√ √
Para o veio intermediário será considerado um comprimento total de 176,80 mm. Será usado um
modelo de viga bi-apoiada nos mancais de rolamento.
∑
√ √
√ √
Para o veio de saída será considerado um comprimento total de 239,51 mm. Será usado um
modelo de viga bi-apoiada nos mancais de rolamento.
Tabela de resumo de cálculo das reacções nos apoios: