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GRUPO VI
AQUACULTURA
Aquacultura de Camarão
Aquacultura de Algas
Aquacultura de Moluscos
Elementos do Grupo:
Márcio NO 51
Maria Ornalda N0 52
Muksito Saide N0 55
Nladina Abu N0 56
Narciso António N0 57
Natercia Isaura N0 58
Osvaldo Da Donesia N0 59
Paulo Torres N0 60
Estefania Joaquim N0 63
Nos últimos anos, o consumo de alimento proveniente do mar tem vindo a aumentar
substancialmente, como consequência de uma maior consciencialização do seu elevado valor
nutricional. A aquacultura surge com o objectivo de garantir alimento à população mundial, de
uma forma mais sustentável, e sem colocar em causa o stock das espécies aquáticas.
Ao longo dos séculos, as algas marinhas, têm vindo a ser utilizadas por todas as partes do
mundo. Para além de serem bastante utilizadas em diversas indústrias, contribuem de forma
significativa para o estado nutricional do ser humano, devido à sua composição em
macronutrientes (proteínas, lípidos e hidratos de carbono) em minerais (sódio, cálcio, magnésio,
potássio, cloro, enxofre, fósforo, iodo, ferro, zinco, cobre, selénio, molibdênio, fluoreto,
magnésio, boro, níquel e cobalto) e em vitaminas (FAO, 2018a).
Os Moluscos estão entre os animais invertebrados mais abundantes na natureza e familiares para
os seres humanos. Muitos moluscos são utilizados na alimentação humana, tais como: mariscos
(mexilhões), ostras, lulas, polvos e caramujos.
As macroalgas marinhas são utilizadas há milénios, sobretudo por povos orientais, como parte de
sua dieta alimentar, na produção de rações, adubos, na indústria farmacêutica e alimentícia.
Durante as últimas décadas, as técnicas de cultivo têm sido aperfeiçoadas e a produção de algas
tem aumentado para atender à demanda crescente do mercado global. Actualmente, os métodos
utilizados são o de cultivo de fundo, em gaiolas, em cordas ou espinhel e em balsas flutuantes.
Os moluscos bivalves (animais com uma concha dividida em duas partes ou valvas – ostras,
mexilhões, vieiras) representam um dos grupos cultivados na Aquacultura mais importante sob
os pontos de vista produtivo e económico, ainda mais quando comparados ao custo de produção,
muitas vezes mais baixo que o verificado na produção de peixes (Piscicultura) e de camarões
(Carcinicultura), por exemplo.
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1.1. OBJECTIVOS
1.1.1. Geral
O trabalho tem como objectivo principal conhecer como é feita a aquacultura
(criação/produção) de camarão, de algas e de moluscos num contexto geral.
1.1.2. Específicos
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2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
A aquacultura é a forma mais eficaz e sustentável de garantir que haja proteínas suficientes para
alimentar um mundo cuja população não pára de crescer. A aquacultura tem como meta a
sustentabilidade do sector pesqueiro.
Ao avaliar a produção da aquicultura por grupo de espécie, verifica-se que os peixes são o grupo
de maior produção, correspondendo a quase metade da produção aquícola mundial, enquanto que
o grupo dos crustáceos, no qual se inserem os camarões, ocupa a quarta posição, com uma
participação de 7% da produção total.
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2.1. Aquacultura de Camarão
O termo camarão é a designação comum a diversos crustáceos da ordem dos decápodes, podendo
ser marinhos ou de água doce. Tais crustáceos possuem o abdome longo, corpo lateralmente
comprimido, primeiros três pares de pernas com quelas e rostro geralmente desenvolvido. A
pesca e a aquacultura de camarões é uma das actividades económicas mais importantes, devido
ao elevado valor comercial destes produtos de luxo da alimentação humana
Dentro da carcinicultura, encontramos tanto o cultivo de camarões marinhos, como de água doce.
Dentre as espécies produzidas, as principais são o Litopenaeus vannamei (Figura 2),
popularmente chamado de camarão cinza (espécie de água salgada) e o Macrobrachium
rosenbergii (Figura 3), conhecido como camarão de água doce).
Figure 2: Exemplar de camarão de água salgada Figure 3: Exemplar de camarão de água doce
Viveiros para o cultivo escavados directamente no solo, com declividade no fundo de 0,5
a 1%, para facilitarmos a drenagem completa (tamanho e formato dos viveiros dependem
do formato da área e topografia do terreno);
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Canal de acesso entre o rio e os viveiros, por onde a água entra e sai dos viveiros;
Porta d'água de alvenaria ou concreto em cada viveiro, que possibilite regular o nível de
água e esgotamento completo, geralmente com altura entre 2 e 2,5 m;
Depósito para armazenamento de equipamentos, ferramentas, utensílios e insumos (ração,
cal e fertilizantes entre outros);
Equipamentos: caiaque para alimentação, comedouros, telas para abastecimento,
compressor de ar, tarrafa, balança, caixa d'água, caixas plásticas, bagnet, rede de pesca,
carrinho de mão, balde, instrumentos de medição de temperatura, transparência da água,
oxigénio dissolvido, salinidade, pH, dente outros.
Quanto ao sistema de produção, o camarão pode ser cultivado em uma, duas ou três etapas,
sendo que, em Sergipe, empregam-se basicamente os sistemas com uma (monofásico) ou duas
etapas (bifásico). No sistema monofásico, as pós-larvas são povoadas directamente em um único
viveiro e permanecem nele até o momento da despesca (captura) para a comercialização. Já no
sistema bifásico, temos o viveiro berçário e o de engorda. As pós-lavas são povoadas
inicialmente no berçário, que ocupa de 10 a 20% da área da engorda, geralmente anexo ao
primeiro. Após um período de três a quatro semanas de cultivo, os juvenis de camarões, já com
cerca de 2 g, são transferidos deste berçário para o viveiro de engorda, no qual permanecem até o
momento da despesca. A transferência dos camarões juvenis do berçário para a engorda se faz
geralmente por meio de uma porta d'água (comporta), que conecta essas duas estruturas.
O uso do viveiro berçário facilita o monitoramento e alimentação do lote povoado, pois, nesta
fase inicial as pós-larvas são muito pequenas e frágeis, carecendo de atenção e acompanhamento
especial. Outra vantagem do uso do viveiro berçário é a redução do tempo de ocupação do
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viveiro de engorda, o que possibilita a optimização de seu uso, e o aumento do número de lotes
povoados ao longo do ano.
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Ao atingir tamanho comercial, os camarões são capturados por meio de uma rede (com formato
cilíndrico - bagnet) acoplada na face externa da porta da água (Figura 5). Ao abri-la, os
camarões são arrastados pela força da água e ficam retidos no bagnet, sendo colectados por meio
de cestos. Posteriormente os camarões são imersos em uma caixa d'água contendo gelo e água,
para que sofram um choque térmico, e depositados em caixas plásticas ou de isopor com gelo
para conservação e transporte.
Figure 5: Porta da água com bagnet para despesca dos camarões. (Nakanishi, 2007)
Entre um ciclo de produção e o próximo, é importante que o viveiro despescado permaneça vazio
e receba insolação, durante pelo menos uma a duas semanas. Além da insolação, recomenda-se
que seja feito um expurgo principalmente nas eventuais poças existentes, por meio de aplicação
de cal virgem ou hidratada, de modo a eliminar eventuais espécies competidoras e até mesmo,
predadoras.
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2.2. Aquacultura de Algas
Durante as últimas décadas, as técnicas de cultivo têm sido aperfeiçoadas e a produção de algas
tem aumentado para atender à demanda crescente do mercado mundial, uma vez que as reservas
dos bancos naturais não têm suportado este aumento.
Figure 6: Espécie gracitaria birdiae conhecida popularmente como macarrão Figure 7: Algas na rede de cultivo
Segundo o Ohno & Largo (1998), as algas marinhas têm sido cultivadas há séculos, com registos
por volta de 1650, em vários países asiáticos como a China, Japão e Coreia. Inicialmente, os
cultivos foram desenvolvidos de forma empírica e voltados essencialmente para o consumo
humano. Posteriormente, diferentes técnicas de cultivo foram surgindo e os métodos foram sendo
adaptados a diferentes espécies e aos locais seleccionados para cultivá-las.
Maricultura é o termo que se emprega para designar o cultivo de organismos aquáticos marinhos.
Esta forma de cultivo apresenta a vantagem de facilitar a colheita e o controlo do produto. Evita
a exploração excessiva dos bancos naturais e torna possível o cultivo de espécies de algas
seleccionadas, com rendimento mais elevado e previsível (UNCTAD/GATT, 1981).
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2.2.2. Etapas do Processo Produtivo
A selecção da área de cultivo é fundamental para o sucesso da produção de algas, haja vista que
depende de vários factores que podem contribuir e interferir na produção, como a disponibilidade
de mudas, condições ambientais favoráveis e o conflito de uso da área. A seguir, estão listados
alguns tópicos considerados importantes na implementação de cultivos de algas:
A avaliação técnica para a escolha da área a ser instalado o cultivo de algas passa
necessariamente pela presença de um banco natural de algas abundante, com uma grande
biodiversidade de espécies que deverá ser analisada de forma quantitativa e qualitativa, sempre
com um olhar focado para a escolha da espécie a ser cultivada.
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Conflitos de uso
A utilização de uma área potencialmente propícia ao cultivo de algas passa por um processo de
discussão em que os pescadores, que utilizam área para a pesca, o fundeio e a manobra das
embarcações sejam envolvidos de forma participativa, compartilhada e democrática para que
haja harmonia entre o projecto de algicultura e as demais actividades relacionadas à área em
pauta.
Listamos abaixo algumas condições básicas que deverão ser levadas em consideração para a
produção de algas, como forma de garantir o sucesso do cultivo, em áreas de mar aberto e semi-
aberto.
Profundidade: A profundidade mínima ideal para a instalação das balsas flutuantes de cultivo é
de 1,5 m na maior amplitude de maré baixa. Essa condição se faz necessária, devido à
possibilidade das redes de cultivo tocarem o substrato marinho e com isso provocar sérios
prejuízos ao crescimento das algas e danos às redes tubulares.
Salinidade: O cultivo de algas deverá ser distante de estuários, rios, riachos ou maceiós que
possam alterar a salinidade na área de cultivo de forma significativa, mesmo que sazonalmente.
A salinidade é um factor determinante na sobrevivência e crescimento das algas, e deverá estar
entre 30-35 ups.
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Figure 9: Limpeza das balsas
Doenças: Algas com necroses ou manchas incolores ou brancas ao longo do talo estão
acometidas de doenças que contribuirão para a morte das algas ou as espécies terão o
crescimento afectado.
Epífitas: Outras algas de diferentes espécies das que foram plantadas poderão se fixar nas algas
cultivadas. Com o passar do tempo podem encontrar condições ideais de crescimento e se
sobrepor e invadir as redes de cultivo, matando as algas cultivadas ou retardando o crescimento
das mesmas.
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2.2.2.2. Selecção da área de beneficiamento da produção
Proximidade do cultivo
A área de apoio e de beneficiamento deve estar o mais próxima possível da área de cultivo. Isso
minimiza os custos com transporte das algas produzidas, deslocamento com equipamentos e
agilidade na colheita da produção.
Figure 11: Retirada das algas para beneficiamento após colheita em mar
Para a realização de uma secagem eficiente das algas produzidas, o local deverá ser bem
ventilado, pois a acção dos ventos ajuda no processo de secagem. Assim como a acção dos
ventos a energia solar influi directamente na velocidade de secagem das algas, portanto, deve-se
evitar locais sombreados para que não haja um maior tempo desprendido na secagem.
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Figure 12: Secagem de algas
Os Moluscos estão entre os animais invertebrados mais abundantes na natureza e familiares para
os seres humanos. Muitos moluscos são utilizados na alimentação humana, tais como: mariscos
(mexilhões), ostras, lulas, polvos e caramujos (Escargot).
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Figure 13: Principais moluscos cultivados: mexilhão e ostra
Os moluscos mais conhecidos são os gastrópodes, que correspondem aos caramujos ou búzios,
os bivalves que possuem uma concha dividida em duas partes (valvas), como os mexilhões,
ostras e amêijoas e os cefalópodes, que são quase todos sem concha como os polvos e lulas.
Fonte: http://www.esacademic.com/dic.nsf/eswiki/818326
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Os moluscos bivalves são aquáticos e a maioria é marinha. Habitam o fundo de rios, mares e
lagos, podendo escavar a areia ou a lama com o órgão denominado “pé”, que se expande para
fora das valvas, quando elas se abrem.
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Ambiente Cultivos abertos Sem controlo das variáveis
Cultivos fechados Com controlo das variáveis
Experimental Pesquisa
Escala Artesanal Produção e nível tecnológico baixo
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2.3.3.1. Cultivos fixos
De fundo
Este tipo de cultivo se faz normalmente com espécies de bivalves que possuem condições de se
enterrarem como as almejas (berbigões, lambretas) ou suportar viver sob uma camada de
sedimento, como algumas espécies de ostras.
Neste tipo de cultivo, as sementes dos bivalves são “plantadas” ou lançadas em uma área
propícia ao seu desenvolvimento. Esta área deve ser previamente preparada, retirando-se pedras,
competidores e predadores, para que os moluscos bivalves permaneçam neste local até atingir o
tamanho comercial.
Figure 17: Representação da disposição de redes colocadas sobre as áreas de cultivo de fundo.
Estacas
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Figure 18: Estacas
Empregado em locais com profundidade de até 3 metros, estas estruturas são semelhantes a uma
“mesa”, onde os pés são enterrados em fileiras, espaçadas entre si a cada 2 ou 3 metros
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2.4. CONCLUSÃO
Por fim, pode-se concluir que a produção de algas marinhas ainda representa uma inovação
tecnológica. É considerado um sector em desenvolvimento, com grandes perspectivas
económicas, sociais e ambientais. Todavia, como qualquer início, representa um campo com
muitos desafios a serem desbravados.
Também podemos salientar que antes de iniciar uma criação de camarões recomenda-se a busca
por orientação de profissionais que sejam competentes na actividade; visite algumas criações de
camarão em distintas localidades para conhecer a realidade e as dificuldades que os
carcinicultores enfrentam.
A Produção de moluscos tem cada vez mais importância socioeconómica, mas todos os factores
de risco que estão associados têm afectado essa produção. É fundamental haver um controlo
mais restrito em todas as fases de produção dos diferentes moluscos bivalves. Só assim
possibilitará melhorar o rendimento económico sem pôr em causa o bem-estar animal e ao
mesmo tempo eliminar o risco para a saúde dos consumidores.
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2.5. REFERÂNCIAS BIBLIOGÁAFICAS
[2]. MIRANDA, G.E.C., Bezerra, C.A.B. & Texeira, D.I.A. Cultivo de Algas Marinhas –
Noções Básicas.
[3]. http://www.was.org
[5]. APA, 2017. Agência Portuguesa do Ambiente. Boas Práticas em Cultivo de Ostras –
Algarve.
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