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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA – APOLITECNICA

Instituto Superior Politécnico e Universitário de Nacala – ISPUNA

PROJECTO MECÂNICO

TEMA:

PROJECTO DE ACCIONAMENTO DE UM TRANSPORTADOR DE PLACAS

Ahemed Atumane

Nacala – Porto, 2023

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Ahemed Atumane

PROJECTO DE ACCIONAMENTO DE UM TRANSPORTADOR DE PLACAS

Trabalho da cadeira de projecto de máquinas


de curso de Engenharia mecanica 4° Ano do
ensino superior .

Docente: Lic. Maulana J. Rupava

Nacala – Porto, 2023

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INDICE DE TABELAS

Tabela 1: Parâmetros de entrada........................................................................................8


Tabela 2: Condições de humidade atmosférica.................................................................9
Tabela 3: Valores das cargas de ruptura das cadeias desmontáveis................................10
Tabela 4: Rendimentos mecânicos de componentes de accionamentos..........................11
Tabela 5: Escolha dos órgãos do accionamento e seus rendimentos...............................11
Tabela 6: Características dos motores eléctricos.............................................................13
Tabela 7: Escolha dos motores eléctricos........................................................................14
Tabela 8: Recomendações para a escolha do número de escalões do redutor.................15
Tabela 9: Relação de transmissão para transmissões de um escalão...............................16
Tabela 10: Partição das relações de transmissão pelos escalões do redutor....................17
Tabela 11: Resultados do cálculo cinemático do accionamento.....................................19

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ÍNDICE
CAPITULO 1....................................................................................................................1

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

1.1. OBJECTIVOS....................................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral...........................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................2

CAPITULO 2....................................................................................................................3

2. METODOLOGIA......................................................................................................3

CAPITULO 3....................................................................................................................4

3. CALCULO CINEMATICO DO ACCIONAMENTO...............................................4

3.1. Dados do projecto ou de entrada.........................................................................4

3.2. Determinação da potência, frequência de rotação..............................................4

3.3. Cálculo da carga de ruptura calculada................................................................4

3.4. Cálculo da frequência de rotações do veio do tambor....................................6

3.5. Determinação do rendimento mecânico global do accionamento......................6

3.6. Determinação da potência requerida do motor...................................................8

3.7. Cálculo da relação de transmissão geral...........................................................10

3.8. Cálculo de potência em cada veio.................................................................12

3.9. Cálculo da frequência de rotação de cada veio do accionamento.................13

3.10. Cálculo do torque sobre todos veios da transmissão.................................13

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CAPITULO 1

1. INTRODUÇÃO
A revolução industrial iniciou-se em Inglaterra no último terço do século XVIII,
estendendo-se gradualmente a toda a Europa. Esta teve como ponto de partida, o
melhoramento que James Watt introduziu, em 1765, na máquina a vapor de Thomas
Newcomen, desenvolvida pelo último em 1712. Esta mudança de paradigma ficou
caracterizada pela substituição da produção artesanal pela produção fabril, onde a mão-
de-obra diminuiu progressivamente, sendo os operários substituídos por máquinas.

Este facto mostra a grande importância do estudo da cadeira de órgãos de máquinas


(Projecto mecânico) na engenharia mecânica. O presente projecto corresponde a uma
avaliação da cadeira de Projecto Mecânico pertencente ao curso de Licenciatura em
Engenharia Mecânica.

No início faz-se o cálculo cinemático onde faz-se a distribuição da relação de


transmissão geral pélas diferentes transmissões que constituem o accionamento. O
cálculo cinemático culmina na escolha do motor eléctrico adequado para o
accionamento.

O accionamento pode ser feito por desde um sistema simplificado, como um motor-
redutor acoplado directamente ao eixo do tambor até por múltiplos sistemas completos,
compostos por motor, acoplamento de alta rotação, redutor, acoplamento de baixa
rotação, freio, dispositivo contra recuo e volante de inércia.

Na segunda, faz-se o cálculo do accionamento que tem por objectivo final fazer a
escolha do motor com parâmetros de funcionamento, económicos e dimensões óptimas
para o accionamento em projecção.

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1.1. OBJECTIVOS

1.1.1. Objectivo Geral


 O presente trabalho tem como objectivo geral, projectar um accionamento de um
transportador de placas para aplicação industrial.

1.1.2. Objectivos específicos


 Dar conceito de transportador de placas;
 Representar o esquema cinemático do transportador de placas;
 Realizar o cálculo cinemático do accionamento;
 Realizar o cálculo das transmissões para a escolha de materiais adequados para
os órgãos do redutor;
 Realizar o cálculo das dimensões do redutor.

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CAPITULO 2

2. METODOLOGIA
O projecto foi elaborado com base nos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos nas
diversas disciplinas do curso de engenharia mecânica. Tais conhecimentos serviram
como caminho para se conseguir chegar ao resultado pretendo, que é projectar um
transportador de placas na indústria.

De seguida, foram usadas as referências bibliográficas dos livros referentes as


disciplinas de órgãos de máquinas para, por meio de cálculo, fazer a escolha das
transmissões que possam resistir aos parâmetros de funcionamento definidos.

Por fim, fez-se a parte gráfica do projecto com base no software de desenho o
AUTOCAD.

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CAPITULO 3

3. CALCULO CINEMATICO DO ACCIONAMENTO

3.1. Dados do projecto ou de entrada


Para o dimensionamento ou cálculo cinemático é necessário alguns parâmetros de
entrada para caracterização do transportador.

Tabela 1: Parâmetros de entrada

Parâmetros de entrada
Ft v( m/s) L(mm) K dia Tempo de vida (anos)
4 1,75 1000 1 5

3.2. Determinação da potência, frequência de rotação


A partir do valor da força tangencial Ft calcula-se a potência no veio do tambor motor
do transportador, em kW:

P=K s∗F t∗v

Onde:

K s −Coeficiente de segurança da potência[ K s =1,0 … 1,2¿

m
v−é a velocidade da correia ( cinta ) transportadora , em
s

F t−é a força tangencial , emkN .

Escolhe-se o valor médio de K s de 1,10. Então:

P=1,1∗4 kN∗1,75 m/ s

P=7,70 kW

3.3. Cálculo da carga de ruptura calculada


A carga de ruptura pode ser calculada de acordo com a equação:

F r=C s∗Cir ∗S max

Smax - é o esforço máximo na cadeia, em kN;

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Cs - é o coeficiente de segurança; para o transportador de placas:

Cs = 5...10 (pode ser utilizado para o transportador de placas com diversos tipos de
trajectos: horizontais, inclinados e mistos);

Cir - coeficiente de irregularidade da distribuição da carga entre duas cadeias paralelas:

Cir = 1.1...1.25 (para uma só cadeia é óbvio que Cir = 1.0).

Para o cálculo da força máxima Smax no transportador de placas, aplica-se as equações


abaixo:

S max
F t=S max−S min e Smin =
e f ∗α

Onde: e f ∗α −coeficiente de tensão total do tambor motor ;

α −−ângulo de abraçamento da correia sobre o tambor , em radianos ;

f −coeficiente de atrito entre a correia e o tambor .

Assumindo que o transportador de placas vai operar em ambiente seco, segundo a tabela
2, então e f ∗α =3,51 e f =0,3.

Tabela 2: Condições de humidade atmosférica

Então tem-se o seguinte sistema de duas equações com duas incógnitas ( Smin e S max ¿ .

{ 4=Smax −Smin
S max =3,51∗Smin

Logo resolve-se o sistema para Smax e encontra-se finalmente: Smax =5,594 kN .

F r=7,5∗1∗5,594 kN

F r=41,955 kN ≅ 42 kN

Após isso escolhe-se o valor de passos t em função da carga de ruptura da cadeia de


placas calculada de tracção de acordo com a tabela 3.

As cadeias escolhem-se pela seguinte condição:

F r ≤ [F ¿¿ r ]¿

Onde:

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[Fr] - é a carga de ruptura (admissível) da cadeia, em kN, dada nas normas (tabelas 3,4).

Fr - é a carga de ruptura calculada acima.

A partir dai, escolhe-se o passo 80 mm para uma carga de ruptura de 106 kN ¿ 42 kN .

t=80 mm

Tabela 3: Valores das cargas de ruptura das cadeias desmontáveis.

Depois disso, determina-se o diâmetro da circunferência divisora da roda estrelada


motriz, em [mm]:

t
D 0=
sen (
180 °
z )
As rodas estreladas fabricam-se com números de dentes que vão de 5 a 8. Estas rodas
estreladas e respectivas cadeias podem, também, ser usadas para transportadores de
placas. Logo, escolheu-se o valor de z=6 .

80 mm 80 mm
D 0= = =160 mm
sen(180 °
6 )
sen ( 30 ° )

3.4. Cálculo da frequência de rotações do veio do tambor


Para descobrir a frequência de rotações do veio do tambor, em [RPM], aplica-se a
equação matemática seguinte:

60000∗v
n ℜ=
π∗D0

60000∗1,75 m/s
n ℜ=
π∗160 mm

n ℜ =209[ RPM ]

3.5. Determinação do rendimento mecânico global do accionamento


Recorreu-se os parâmetros da tabela (x) para o cálculo do rendimento global:

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Tabela 4: Rendimentos mecânicos de componentes de accionamentos

O rendimento global pode ser calculo segundo a equação:

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η g=η eng∗ηuniao∗ηcad∗η rol

Tabela 5: Escolha dos órgãos do accionamento e seus rendimentos

Órgão de transmissão Rendimento


Transmissões por cadeia 0,95
Transmissões por engrenagens fechadas Cilíndrica de dentes 0,975
rectos
Mancais (para 1 par) De rolamento 0,995
Uniões de veios Elástica 0,993

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Logo: η g=0,975∗0,993∗0,95∗0,995
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η g=0,906 ≈ 90,6 %

3.6. Determinação da potência requerida do motor


A potência requerida do motor eléctrico, calcula-se de acordo com a equação
matemática a seguir:

P
Pcalc =
ηg

Onde:

P - potência no veio motor da máquina accionada;

η g - rendimento global do accionamento.

A condição para a escolha do motor eléctrico é:

Pm ≥ P calc

7,70 kW
Preq = =8,499 kW
0,906

Depois disso faz-se a escolha do motor eléctrico para o accionamento de acordo com a
tabela (4):

Tabela 6: Características dos motores eléctricos

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Foi pré-definido, no esquema cinemático, que os motores (motores industriais) que se
encontram disponíveis são os de 3000 e de 1500 rpm, visto que são duas transmissões.
Após isso entrou-se com uma potência calculada de 8,499 Kw para se seleccionar uma
potência do motor de 11 kW. Os motores escolhidos são dados na tabela (5) abaixo:

Tabela 7: Escolha dos motores eléctricos

Variavel Designação do Potência Frequência de rotação


motor nominal (kW) Síncrona n sinc Assíncrona n
I 4A132M2Y3 11 3000 2900
II 4A132M4Y3 11 1500 1460

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3.7. Cálculo da relação de transmissão geral
A relação de transmissão geral para cada uma das variáveis dos motores escolhidos na
tabela 7 é dada pela seguinte expressão a seguir:

Relações de transmissão geral


n1 n2
u g 1= u g 2=
nt nt
2900 1460
u g 1= u g 2=
209 209
u g 1=13,88 u g 2=6,99

Como trata-se da relação de transmissão média de um redutor com um escalão (segundo


a tabela 8).

Tabela 8: Recomendações para a escolha do número de escalões do redutor

Como o redutor apresenta uma transmissão por meio de roda cilíndrica vária de 2,5 a 5
tendo como valor máximo admissível 6,3 segundo a tabela 9.

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Tabela 9: Relação de transmissão para transmissões de um escalão

Neste caso, observa-se que as relações de transmissão das duas variáveis estão fora do
intervalo como se vê na tabela 9. Logo arbitra-se as relações de transmissão para (
ueng =4 ,tabela 10 ¿ e (u¿¿ eng=3 , tabela 9) ¿.

Características do motor escolhido

 Tipo de motor: 4A132M2Y3


 Potência: 11,0 kW
 Frequência de rotação síncrona: 3000 rpm
 Frequência de rotação nominal: 2900 rpm
 Diâmetro do veio de saída do motor: 38 mm

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Tabela 10: Partição das relações de transmissão pelos escalões do redutor

3.8. Cálculo de potência em cada veio


 Veio do motor eléctrico:

Pm=P I =8,5 kW

 Veio depois da união (veio entre união e redutor ou veio de entrada do redutor):
P II =P I∗η uniao
P II =8,5∗0,993
P II =8,4405 kW
 Veio de saída do redutor:
P III=P II ∗ηrol∗ηeng
P III=8,4405∗0,995∗0,975
P III=8,2kW
 Veio movido da transmissão por cadeia:
P IV =P III∗ηrol∗ηcad

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P IV =8,2∗0,995∗0,95
P IV =7,75105 kW
 Potência útil no veio de saída de accionamento

A magnitude da potência útil no veio de saída do accionamento é ligeiramente menor


que a potência total no mesmo veio porque parte da potência que entra nos veios perde-
se por atrito nos apoios e o resto é que desenvolve trabalho útil. A potência útil pode ser
calculada:

Putil=P IV ∗ηrol

Putil=7,75105∗0,995

Putil=7,7 kW

3.9. Cálculo da frequência de rotação de cada veio do accionamento


 Veio do motor eléctrico:

n m=n I =290 0 RPM

 Veio depois da união (veio entre união e redutor ou veio de entrada do redutor):

n II =nI =290 0 rpm

 Veio de saída do redutor (veio motor da transmissão por cadeia)


nII 2900 rpm
n III = = =725 RPM
u eng 4
 Veio movido da transmissão por cadeia (veio de saída do accionamento):
n III 725rpm
n IV = = =207,14 [rpm]
u cad 3,5

3.10. Cálculo do torque sobre todos veios da transmissão


9550∗N i
T i=
ni

Onde: i – Representa o número de veios.

 Veio do motor eléctrico:

9550∗N I 9550∗8,5
TI= = =27,99 N . m
nI 290 0

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 Veio depois da união (veio entre união e redutor ou veio de entrada do redutor):
9550∗N II 9550∗8,4405
T II = = =27,78 N . m
n II 2900
3.10.1.1. Veio de saída do redutor:
9550∗N III 9550∗8,2
T III = = =108 N .m
nIII 725
3.10.1.2. Veio movido da transmissão por cadeia (veio de saída do accionamento):
9550∗N IV 9550∗7,75105
T IV = = =357,36 N .m
nIV 207,14

Tabela 11: Resultados do cálculo cinemático do accionamento

Tipo de motor: 4A132M2Y3 Potência: 11 kW Frequência nominal: 2900 RPM


Variáveis Veio Valores
I. Motor eléctrico 8,5
II. Veio depois da união (veio entre união e redutor 8,4405
ou veio de entrada do redutor
Potencia em [kW]
III. Veio de saída do redutor (veio motor da 8,2
transmissão por cadeia)
IV. Veio movido da transmissão por cadeia (veio de 7,75105
saída do accionamento)

I. Motor eléctrico 2900


II. Veio depois da união (veio entre união e redutor 2900
Frequência de ou veio de entrada do redutor
rotação [RPM] III. Veio de saída do redutor (veio motor da 725
transmissão por cadeia)
IV. Veio movido da transmissão por cadeia (veio de 207,14
saída do accionamento)
I. Motor eléctrico 27,99
Momento de II. Veio depois da união (veio entre união e redutor 27,78
torção T [N.m] ou veio de entrada do redutor
III. Veio de saída do redutor (veio motor da 108
transmissão por cadeia)
IV. Veio movido da transmissão por cadeia (veio de 357,36

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saída do accionamento)

3.11. Esquema cinemático de transportador de placas

6 IV
4

II
I

1
2
5

III
3

Legenda

Componentes Item
Motor eléctrico 1
União elástica 2
Redutor 3
Transmissão por engrenagem cilíndrica de dentes rectos 4
Transmissão por cadeia 5
Placas de accionamento 6
Veio do motor eléctrico I
Veio depois da união (veio entre união e redutor ou veio de entrada do II
redutor
Veio de saída do redutor (veio motor da transmissão por cadeia) III
Veio movido da transmissão por cadeia IV

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