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Ft ≤ F = Fn . f (RF. 1)
onde:
Ft - Força tangencial
F - força de atrito
f - Coeficiente de atrito
A figura 1 mostra uma transmissão com dois rolos cilíndricos com superfícies
de trabalho lisas, tendo eixos de revolução dispostos em paralelo.
A figura 2 mostra o esquema de um variador de face. O rolão motor pode
deslocar-se axialmente. Deste modo, a relação de transmissão pode variar
suavemente, de acordo com a variação do diâmetro correspondente ao ponto de
Transmissões por rodas de fricção Rui V. Sitoe 2001-2007 Página 2
contacto na face da roda movida. O deslocamento do rolão motor para o lado
diametralmente oposto na face do disco permite mudar o sentido de rotação do disco,
o que confere reversibilidade ao movimento do veio movido.
Aplicações
ω1 n1 d2 d
i= = = ≈ 2
ω 2 n2 d1 (1 − ε ) d1
e (RF 2)
K .Ft
Fn =
f
ω 2teórico − ω 2 real
onde ε ≈ 0,01 ...0,03 – é o coeficiente de deslizamento =
ω 2teórico
K – é a reserva da embraiagem (coeficiente de segurança) que toma os valores
1,25 ...1,5 para transmissões de força e até 3 para transmissões de aparelhos.
O coeficiente de atrito, para os seguintes pares de atrito, tem os valores:
aço-aço, com lubrificação f ≈ 0,04 ....0,05
aço-aço/aço-f.fundido, sem lubrificação f ≈ 0,15 ...0,20
aço – textolite ou fibra, sem lubrificação f ≈ 0,2 ...0,3
Dos valores dos coeficientes de atrito, é evidente que a força de aperto entre as
superfícies pode ser várias (dezenas de) vezes maior que força tangencial. Por isso,
usam-se materiais que conferem elevados coeficientes de atrito, tais como borracha,
couro, madeira, papel, etc.
i ≈ d2/d1 (RF. 3)
senδ 2
i= (RF. 4)
senδ 1
i = tgδ 2 = ctgδ 1
F1 F2
K ⋅ Ft = f ⋅ Fn = f ⋅ ; K ⋅ Ft = f ⋅ (RF.6)
senδ 1 senδ 2
K ⋅ Ft K ⋅ Ft
ou F1 = ⋅senδ 1 ; F2 = ⋅ senδ 2
f f
Variadores
ω 2 max imax
D= = ;
ω 2 min imin
n1 d 2 max
imax = ≈
n2 min d1
(RF 7)
n2 max d 2 max
D= = (RF.8)
n2 min d 2 min
d 2 max d
imax ≈ ; imin ≈ 2 min (RF.9)
d1 min d1 max
d 2 max ⋅ d1 max
D=
d1min ⋅ d 2 min
O cálculo das forças de atrito é feito com base na teoria de transmissões por
correia ou com a ajuda de tabelas especiais. A carga máxima (de cálculo) da correia
determina-se na posição da correia correspondente a imax, que corresponde a d1min.
Pelas condições da construção, o diapasão de regulação pode depender da
largura da correia. A norma das correias trapezoidais é GOST 1284.1-80 e tem
correias para accionamentos que permitem um diapasão de regulação até 1,5 e
correias com largura especial permitem diapasões de regulação até 5. Os variadores
com correias trapezoidais são simples e suficientemente seguros.
Variador toroidal
n1 r2 r0 − r ⋅ cos(γ + α )
i= ≈ = (RF.10)
n2 r1 r0 − r cos(γ − α )
K ⋅ Ft
Fn = Fax = m ⋅ Fn1 ⋅ sen(γ − α ) = m ⋅ ⋅ sen(γ − α ) =
f ⋅m
(RF.11)
K ⋅ T1
= ⋅ sen(γ − α )
f [r0 − r ⋅ cos(γ − α )]
onde:
K ⋅ Ft K ⋅ T1
Fn1 = = e r1 = r0 − r ⋅ cos(γ − α )
f ⋅m f ⋅ m ⋅ r1
Fn1 – é a força normal de aperto dos rolos sobre os pratos em cada ponto de
contacto com o prato motor;
K – é um coeficiente de segurança;
f – é o coeficiente de atrito entre os pratos e os rolos;
r1 – é o raio de trabalho do prato motor;
m - é o número de rolos (normalmente m = 2)
Ft1 T1
tgβ = = (RF 12) Faxmax
Fax max r3 ⋅ Fax max
T1
Fn1max = (RF.13)
m ⋅ r3 ⋅ tgβ ⋅ sen(γ − α max )
onde:
Fn1max – é a força normal máxima num só ponto de contacto entre os rolos e os
pratos;
T1 – é o momento torsor de trabalho;
m – é o número de rolos;
r3 – é o raio de disposição das esferas do dispositivo de aperto, em relação ao
eixo de rotação dos pratos;
β - é o ângulo de inclinação dos planos de contacto das esferas no dispositivo
de aperto;
γ - é metade do ângulo ao centro do triângulo com vértice no centro de rotação
do eixo dos rolos O e com base igual ao diâmetro de trabalho dos rolos;
αmax – é o valor máximo do ângulo de rotação do eixo dos rolos.
Variador de discos
d2
i≈ = va riável
d1
O conceito principal da construção do variador de discos baseia-se no aumento
do número de pontos de contacto entre os elementos de fricção, o que permite uma
considerável redução das tensões de contacto e, consequentemente, redução do
desgaste dos discos. De igual modo, a força de aperto dos discos Fn reduz
significativamente.
Desprezando o efeito da conicidade dos discos, pode-se escrever que:
K ⋅ Ft1 2 ⋅ K ⋅ T1
Fn = Fax = = (RF.14)
m ⋅ c ⋅ f m ⋅ c ⋅ f ⋅ d1
onde:
m - é o número de pontos de contacto, equivalente ao dobro do número de
discos motores (no esquema); torna-se m = 18... 42 ou mais;
c - é o número de veios motores (o variador de discos pode ser construído à
semelhança de um mecanismo planetário).
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d1- e o diâmetro dos discos motores.
O aperto dos discos é feito por uma mola montada no veio ou por meio de um
dispositivo de aperto de esferas (como o do variador toroidal). Os discos são feitos de
aço e são temperados para alta dureza (HRC 50 ... 60). O variador funciona com
lubrificação, o que permite um funcionamento estável, sem influência de factores
relacionados com o atrito, e com reduzido desgaste. A redução do coeficiente de atrito
devida à lubrificação do variador é compensada pelo aumento do número de pontos
de contacto. Produzem-se discos com forma cónica (conicidade 1º30'...3º00') de modo
a reduzir o deslizamento (e respectivas perdas). Por isso, resulta um contacto
"pontual", que se dá numa pequena zona, sob acção da carga.
Os discos de aço estirado permitem obter construções compactos para
potências elevadas. Os variadores de discos são fabricados para potências até 40 kW,
com diapasão de regulação até 4,5, e rendimentos 0,8...0,9.
Outros esquemas têm contacto interior, diferentemente dos de contacto
exterior. Nestas construções, o disco motor assume a forma anular e envolve o
movido. O contacto interior possibilita a redução das perdas por deslizamento, tal
como a construção com "transmissão directa" (i = 1), que tem muita importância nos
variadores de automóveis.
Deslizamento
O deslizamento provoca desgaste, reduz o rendimento e não permite uma
relação de transmissão constante nas transmissões por fricção. Há três tipos de
deslizamento: patinagem, deslizamento elástico e deslizamento geométrico.
n1 d 2
=
n2 d1
Fn ⋅ f
F'=
b
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Assim:
⎡⎛ b ⎞ ⎛b ⎞⎤ d F ⋅ f ⋅ d1 ⋅ Δ
T1 = F ′ ⋅ ⎢⎜ + Δ ⎟ − ⎜ − Δ ⎟⎥ 1 = n (RF.15)
⎣⎝ 2 ⎠ ⎝2 ⎠⎦ 2 b
ou
T1 ⋅ b
Δ=
d1 ⋅ Fn ⋅ f
Da semelhança de triângulos:
vd v v
= 2 ≈ 1
(b / 2 + Δ ) d 2 / 2 d 2 / 2
2 ⎛b ⎞ π ⋅ n1 ⎛ b ⎞
v d = v1 ⋅ ⋅ ⎜ + Δ⎟ = ⋅ ⎜ + Δ⎟ (RF.16)
d2 ⎝ 2 ⎠ 30 ⋅ i ⎝ 2 ⎠
Rendimento
O rendimento do variadores depende das perdas de energia por deslizamento e
perdas nos apoios dos veios. As perdas devidas ao atrito de deslizamento são
proporcionais à velocidade de deslizamento vd. A fórmula (11.16) mostra que nos
variadores de face (frontais) a velocidade de deslizamento vd diminui com o aumento
da relação de transmissão i. Para pequenos valores da relação de transmissão, o
variador tem baixo rendimento. Por causa disso, o diapasão de regulação deste tipo de
variadores é limitado. As perdas por atrito nos apoios dependem dos valores das
cargas nos veios, que são determinadas a partir das forças de aperto Fn (não para
todas as construções). Para forças Fn constantes, as perdas nos apoios são constantes
e, por conseguinte, o rendimento é menor nos variadores que funcionam com carga
abaixo da nominal. Por isso, usam-se mecanismos tensores com relação T1/Fn
constante. Dado o aspecto complexo do cálculo do rendimento, em geral os valores do
mesmo avaliam-se experimentalmente e constam em manuais.
≤ [σ H ]
Fn E red
σ H = 0,418 ⋅ (RF.17)
b ρ red
⎛ 2 ⎞
σ H = m⎜ 3 Fn ⋅
Ered ⎟≤ [σ ] (RF.18)
⎜ 2 ⎟
ρ red H
⎝ ⎠
Tensões admissíveis
- Para aço temperado com dureza maior que ou igual a HRC60, contacto linear
e boa lubrificação [σH] = 1000 ... 1200 MPa
- Para contacto pontual [σH] = 2000 ... 2500 MPa
solução:
Esquema de cálculo
≤ [σ H ]
Fn E red
Da fórmula: σ H = 0,418 ⋅ (RF 17)
b ρ red
K ⋅ Ft K 2T 30 ⋅ P
Expressa-se: Fn = = ⋅ ; T= N ⋅m
f f d1 π ⋅n
1 1 1 1 1 i ±1 1 2 ⋅ (i ± 1)
= ± = ± = ; =
ρ red R1 R2 R1 i ⋅ R1 i ⋅ R1 ρ red i ⋅ d1
2 ⋅ E1 ⋅ E2 2E 2
Ered = para aço - aço Ered = =E
E1 + E2 2E
b = ψ ⋅ d1 = 0,3 ⋅ d1
2 ⋅ K ⋅T 2 ⋅ E1 ⋅ E 2 2 ⋅ (i ± 1)
σ H = 0,418 ⋅ ⋅ ⋅ ≤ [σ H ]
f ⋅ d1 ⋅ (ψ ⋅ d1 ) E1 + E 2 i ⋅ d1
ou:
0,418 2 2 ⋅ K ⋅ T 2 E1 ⋅ E2 2(i ± 1)
d1 ≥ 3 ⋅ ⋅ ⋅
[σ H ]2 f E1 + E2 ψ ⋅ i
solução:
r0 − r ⋅ cos(γ +α)
− r ⋅ cos(γ − α ) [r0 − r ⋅ cos(γ + α )]
2
imax r
D= = 0 = =
imin r0 − r ⋅ cos(γ − α ) [r0 − r ⋅ cos(γ − α )]2
r0 − r ⋅ cos(γ +α)
2
⎡ ⎛ 150 ⎞⎤
⎢320 − 150 + 200 ⋅ cos⎜ arctg 200 + 20 ⎟⎥
2 2
⎝ ⎠⎦
=⎣ 2
=
⎡ ⎛ 150 ⎞⎤
⎢320 − 150 + 200 ⋅ cos⎜ arctg 200 − 20 ⎟⎥
2 2
⎣ ⎝ ⎠⎦
=
[320 − 250 ⋅ cos(36 ⋅ 87 + 20)]2 =
183,4 2
= 5,16
[320 − 250 ⋅ cos(36 ⋅ 87 − 20)]2 80 ⋅ 7 2
Problema 3*Uma transmissão por rolos cónicos com eixos ortogonais (Σ = 90º) tem
relação de transmissão i = 3,14. A transmissão funciona com
deslizamento ε = 0,02; e deve transmitir uma força tangencial de 80N. O
coeficiente de atrito para os rolos (aço-aço, com lubrificação) é f = 0,04
e o coeficiente de segurança da força de aperto é 1,5.
Transmissão cónica
d2 senδ 2 senδ 2
a) i= ≈ ; i= ; (RF 5)
d1 (1 − ε ) senδ 1 senδ 1 (1 − ε )
K ⋅ Ft 1,5 ⋅ 80
Fn = = = 3000 N (apenas para informação)
f 0,04
Utilizando (RF6) obtêm-se as forças externas de aperto sobre os rolos de aço:
K ⋅ Ft 1,5 ⋅ 80
b.1) F1 = Fn ⋅ senδ 1 = ⋅ senδ 1 = ⋅ sen18 = 927 N
f 0,04
K ⋅ Ft 1,5 ⋅ 80
b.2) F2 = Fn ⋅ senδ 2 = ⋅ senδ 2 = ⋅ sen72 = 2853 N
f 0,04
K ⋅ Ft 1,5 ⋅ 80
c.2) F2 = Fn ⋅ senδ 2 = ⋅ senδ 2 = ⋅ sen72 = 380 N
f 0,3
A comparação das forças para os dois pares de materiais mostra a conveniência da
utlização de textolite.