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2.1 Máquinas-ferramentas
As máquinas e ferramentas utilizadas para a produção das peças são de classe tradicional
para fins mecânicos, sendo as máquinas: Torno convencional, ou CND para produção de 3 ou
mais peças em série, furadeira convencional, brocas para corte de aço rápido com revestimento
de nitrito de titânio, morsa de bancada para trabalho da placa, e uma fresadora de uso
convencional.
3. Análise do Desenho
Tolerâncias geométricas
No desenho vê-se um total de sete tolerâncias geométricas pertencentes às quatro
diferentes classes: forma, orientação, posição e batimento. Elas são necessárias, pois garantem a
intercambialidade das peças e a qualidade. Tais tolerâncias estão indicadas por números de 1 a 7
para facilitar a explicação detalhada de cada uma no decorrer do projeto.
As tolerâncias geométricas de forma indicam desvios que um elemento pode apresentar
em relação à sua forma geométrica ideal. Já as de orientação são definidas para pontos ou
superfícies nos quais há a intersecção de suas linhas. As de posição indicam a diferença entre
uma aresta ou superfície da peça e sua posição no projeto da mesma, e são necessárias para
corresponder às distâncias nominais e tolerâncias da peça que será acoplada ao mancal através
das flanges. Por fim, as tolerâncias geométricas de batimento controlam a relação funcional de
um elemento em relação a um eixo de referência.
Tolerâncias de forma:
- Planeza (1): denota que a superfície de fixação do mancal deve estar contida em um
campo de tolerância limitado por dois planos paralelos com uma distância de 0,02 mm
entre si. Tal especificação tem como importância a melhor nivelação e fixação da peça.
Tolerâncias de orientação:
- Perpendicularidade (2): tolerância utilizada para superfícies ou diâmetros que formem
um ângulo de 90º em relação a referência, assegurando a funcionalidade da peça. Nesse
caso essa indica que a superfície deve estar dentro de um cilindro de diâmetro 0,08mm,
perpendicular ao eixo inferior em relação à referência A, e indiretamente em relação a
referência C. Foi aplicada para evitar tensões de cisalhamento indevidas com a peça que
será acoplada ao mancal.
- Paralelismo (3): Tolerância utilizada para superfícies ou diâmetros que estejam em
paralelo em relação à referência. É necessária para certificar que as tensões que ocorrem
correspondam às calculadas para a peça, permitindo que haja um assentamento correto
com o limite de desvio de paralelismo fornecido. No caso estudado a superfície indicada
deve estar entre duas superfícies que estejam afastadas por 0,06mm e paralelas ao eixo
inferior, que está indicado por A.
Tolerâncias de posição:
- Posição (4): Tolerância utilizada para indicar a posição ideal em relação à referência. Na
peça estudada o eixo do furo deve estar dentro de um cilindro de diâmetro 0,1mm, cujo
eixo se encontra na posição geométrica ideal indicada pelas cotas em relação à referência
B. Assim, respeitando o projeto original e diminuindo um possível desgaste da peça.
- Posição (5): Foi empregada tal tolerância para manter uma distância de referência entre
as flanges, considerando que uma segunda peça possa ser acoplada ao mancal. No caso, o
eixo do furo deve estar dentro de um cilindro de diâmetro 0,14mm, cujo eixo se encontra
na posição geométrica ideal indicada pelas cotas em relação ao furo, tendo como
referência A e C.
Tolerâncias de batimento:
- Circular (6): Tolerância utilizada para garantir a funcionalidade do eixo que rotacionará
no mancal e referindo-se à imprecisão da peça ao realizar tal movimento de rotação. Ao
girar-se o eixo em relação às referências A e C, e indiretamente à referência B, o
movimento na direção radial, de qualquer região do cilindro cotado, não deve ultrapassar
0,06mm.
- Circular (7): Necessária para evitar desgaste do eixo com o mancal ao mesmo tempo que
mantém uma folga para diminuir o atrito durante a rotação. Ao girar-se o eixo em relação
à referência B o movimento na direção radial, de qualquer região do cilindro cotado, não
deve ultrapassar 0,1mm.
Tolerâncias dimensionais
As tolerâncias dimensionais são utilizadas para indicar as dimensões dentro das quais a
peça funciona de maneira correta, uma vez que é praticamente impossível confeccionar peças
com dimensões exatas devido à erros do maquinário, dos instrumentos de medição, além de erros
humanos. As tolerâncias são geralmente empregadas em produções em série, permitindo a
intercambiabilidade das peças e, no caso do projeto, garantem, por exemplo, que haja uma folga
entre o elemento que será rotacionado no mancal já que o conjunto deve girar livremente.
Em geral, as peças apresentam uma dimensão nominal que é a representada no desenho.
Entretanto, para a peça escolhida foram estabelecidas dimensões nominais que não constam na
imagem. Da esquerda para direita, o furo maior apresenta Dnom = 44,5mm; o furo menor
apresenta Dnom = 35,8mm; o furo interno apresenta Dnom = 20,05mm e a parte externa Dnom =
31,7mm. Observando a vista da direita, o furo interno possui Dnom = 57mm, o furo
intermediário Dnom = 86mm e o furo externo Dnom = 99,5mm. Por fim, à flange foi escolhida
uma dimensão nominal Dnom = 8mm. Assim, a dimensão máxima é representada por:
Dmáx = Dnom + As, (1)
Sendo Dmáx a dimensão máxima, Dnom a dimensão nominal e As o afastamento superior da
peça. Já a dimensão mínima é dada por:
Dmín = Dnom + Ai, (2)
Sendo Dmín a dimensão mínima, Dnom a dimensão nominal e Ai o afastamento inferior. Nas
tolerâncias apresentadas na figura, é possível visualizar ambas as dimensões máxima e mínima
das partes da peça. Considerando o furo de tolerância nominal 36mm e 35,5mm é necessário
garantir que esteja centrado para que o eixo rotacione nele e diminua o atrito com as paredes.
Assim, considerando que o sistema furo-base é o mais simples para usinagem, conclui-se que o
acoplamento é H10a12.
No desenho, as dimensões foram separadas por cores, ou seja, retângulos vermelhos
quando referem-se à diâmetro, azuis quando indicam comprimento e verdes quando referem-se à
ângulo. No caso da indicação de comprimento, é necessário seguir a tolerância de cotas da peça.
Como exemplo onde parte das cotas possuem tolerância, o valor do comprimento de Dmáx =
53,5mm e Dmín = 52mm devem ser equivalentes a:
53,5mm = ΣDmáx = (25,5 + 6,6 + 11,8 + 9,6)mm
52,7mm = ΣDmín = (25,4 + 6,1 + 11,8 + 9,4)mm,
Sendo 11,8mm o valor encontrado para a região indicada pelo número 4 a partir da cota total da
peça que varia de Dmín = 52,7mm a D máx = 53,5mm.
3.3 Rugosidades
As superfícies dos componentes mecânicos devem ser adequadas ao tipo de função que
exercem. A rugosidade (erros microgeométricos) é o conjunto de irregularidades, isto é,
pequenas saliências (picos) e reentrâncias (vales) que caracterizam uma superfície. Essas
irregularidades podem ser avaliadas com aparelhos eletrônicos, a exemplo do rugosímetro,
aparelho este que será objeto de estudo posteriormente.
Em relação à rugosidade do mancal foi atribuído o valor de Ra = 10 micrometros na
superfície de apoio nos dois diâmetros internos, para prevenir a deformação do furo no mancal e
maximizar a vida útil do rolamento.. Sendo que Ra significa o desvio médio aritmético das
rugosidades, ou seja, a média entre todos os picos da rugosidade. Para que um eixo possa
encaixar corretamente é necessário uma rugosidade que se encontra entre alta e média para que
tenha um bom encaixe e gire com facilidade, sem que as ranhuras decorrentes da rugosidade
atrapalhem muito o movimento. As figuras 5 e 6 mostram a capacidade de acabamento
superficial possível de ser obtida em cada processo de fabricação.
Figura 5: Parâmetros de rugosidades ob [3].