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Dezembro de 2013
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Dezembro de 2013
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Agradecimentos
Agradecemos primeiramente ao Professor André Pissolatti, nosso orientador, que acreditou
em nós e incentivou-nos para a conclusão deste trabalho, face aos inúmeros percalços do
trajeto.
Alguns experimentos e vários “entendimentos” não teriam sido possíveis sem a colaboração
de Leo Ângelo Zambone Jr, da empresa EagleBurgmann.
Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 Objetivos .............................................................................................................................. 2
1.2 Justificativa ........................................................................................................................... 2
3 METODOLOGIA........................................................................................................ 34
3.1 Arranjo Físico ..................................................................................................................... 34
3.1.1 Teste Dinâmico ................................................................................................. 36
3.1.1.1 Levantamento de Dados ............................................................................. 36
3.1.1.2 Dados da bancada de teste .......................................................................... 36
3.1.1.3 Dados de Operação..................................................................................... 36
3.1.2 Opções de vedação para a bomba centrífuga ..................................................... 37
3.1.2.1 Selo Mecânico e Plano API 53B ................................................................. 38
3.1.2.2 Acoplamento Magnético............................................................................. 39
3.1.3 Montagem dos dispositivos de teste .................................................................. 39
3.1.4 Aquisição de dados ........................................................................................... 39
3.2 Análise de custo .................................................................................................................. 40
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 48
5.1 Contribuições ...................................................................................................................... 48
5.2 Extensões ............................................................................................................................ 49
PECCIN, Ismael Jr; GARBIM, Renan F.; TEIXEIRA, William S. Comparação e Retrofit Selo
Mecânico e Acoplamento Magnético. 2013. 50f. Monografia (Bacharelado em Engenharia
Mecânica - Automação e Sistemas) – Curso de Engenharia Mecânica - Automação e Sistemas
da Universidade São Francisco, Campus de Campinas.
Resumo
Esta monografia tem como tema a comparação entre o selo mecânico e o acoplamento
magnético, dois sistemas de vedação de bombas centrifugas e a realização do retrofit de um
sistema para o outro. Com o avanço da tecnologia, novos sistemas são criados com o objetivo
de melhorar a eficiência ou solucionar problemas dos sistemas anteriores. Uma questão
existente atualmente é do impacto ambiental, em indústrias que utilizam bombas centrifugas
em operações com fluidos danosos ao meio ambiente, o vazamento através do eixo do motor
se torna um ponto a ser considerado. Com o objetivo de eliminar o vazamento, foi realizado
um trabalho avaliativo e comparativo dos sistemas, consistindo de analise de material teórico
e a realização de testes práticos para avaliar a melhor solução para o problema supracitado. A
parte teórica consistiu de uma analise de material produzido por autores da área como LIMA e
de catálogos de fabricantes de componentes para bombas centrifugas como a
EAGLEBURGMANN. O ensaio prático foi baseado nas normas API (American Petroleum
Institute). O estudo demonstrou as diferenças e os pontos forte e fraco de cada tipo de sistema,
permitindo a determinar a melhor opção para sanar o problema do vazamento.
Abstract
his monograph has as its theme the comparison between the mechanical seal and
magnetic coupling, two seal systems for centrifugal pumps and the execution of a retrofit
from one system to another. With the advancement of technology, new systems are created
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with the goal of improving efficiency or solve problems of previous systems. Nowadays an
existing issue is the environmental impact, in industries using centrifugal pumps in operations
with harmful fluids, the leakage to the environment through the shaft of the motor becomes a
point to be considered. In order to eliminate the leak, an evaluative and comparative job was
realized between the systems, consisting of analysis of theoretical material and conducting
practical testing to evaluate the best solution to the above problem. The theoretical part
consisted of an analysis of material produced by authors in the area as LIMA and
manufacturers catalogs of components for centrifugal pumps as EagleBurgmann. The
practical test was based on the API (American Petroleum Institute) norms. The study
demonstrated the differences and the strong and weak points of each type of system, allowing
determining the best option to solve the leakage problem.
KEY WORDS: Mechanical Seal, Magnetic Coupling, Centrifugal Pumps, Retrofit, Zero
Leak.
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1 INTRODUÇÃO
A hidráulica, como muitos outros ramos da engenharia, é tão antiga quanto moderna. A
resolução de problemas relacionada ao deslocamento de líquidos tem sido um desafio aos
homens desde tempos remotos.
Historicamente, levar água a vilarejos distantes de rios obrigou o homem a desenvolver
meios e inventos para tais fins. Podemos citar a roda d’água como exemplo de dispositivo
hidráulico que antecede a história escrita.
Arquimedes (287-212 A.C) foi o responsável pela invenção da primeira bomba de
parafusos e Ctesibus (270 A.C) propôs um modelo de bomba de êmbolo, dois exemplos da
origem do que conhecemos de hidráulica nos dias de hoje.
O progresso da tecnologia, no que diz respeito às bombas hidráulicas, tornou possível a
construção de tipos próprios para cada aplicação, como esgotos sanitários, dragagem,
bombeamento de argamassa, líquidos extremamente viscosos e muito voláteis, entre inúmeras
outras.
Há ainda, bombas para atender a toda gama de produtos químicos altamente corrosivos
e até mesmo líquidos com elevados índices de radioatividade. As indústrias que utilizam estes
líquidos e produtos químicos (Químicas e Petroquímicas em geral) tem uma grande
preocupação em relação ao bombeamento desses líquidos, tendo em vista que um vazamento,
mesmo em pequena quantidade, pode acarretar em grandes problemas, como por exemplo,
problemas ambientais como poluição do solo.
Vedações tradicionais como gaxetas e selos mecânicos, estão sujeitas a vazamentos
indesejáveis, logo a busca por novas tecnologias é constante nas indústrias.
Entre estas novas tecnologias estão os acoplamentos magnéticos. Simplificadamente
pode-se definir uma bomba com acoplamento magnético como sendo uma bomba blindada, o
eixo não atravessa a carcaça e o torque é transmitido através do campo magnético. Imãs
(magnetos) permanentes são fixados no eixo do rotor da bomba e no eixo do motor e esses são
responsáveis em criar o campo magnético. Por não existir contato com o ambiente externo,
nota-se que são à prova de vazamentos.
2
1.1 Objetivos
O objetivo do presente trabalho é demonstrar, através de projetos comparativos, como
as bombas vedadas com acoplamentos magnéticos podem substituir com maior eficiência as
vedadas com os tradicionais selos mecânicos.
.
1.2 Justificativa
Um dos grandes problemas de projetos de bombas sempre foi o vazamento,
principalmente onde o eixo de transmissão atravessa a carcaça. Para reduzir o vazamento, que
causa perda de eficiência ou problemas ambientais, foram desenvolvidos diversos tipos de
vedações. Uma das primeiras vedações foram as gaxetas, que apesar de reduzirem o
problema, ainda apresentavam vazamento e sofriam desgaste rapidamente, necessitando de
substituições freqüentes.
Com a criação do selo mecânico, tem-se um redução significativa do vazamento no
eixo. Selos mecânicos apresentam durabilidade muito mais extensa do que as gaxetas. Mas
para algumas aplicações especiais, como o trabalho com fluidos tóxicos, onde mesmo um
vazamento mínimo representa um problema, os selos mecânicos podem tornar a vedação de
tais fluidos precárias, ocasionando transtornos e diversos problemas.
No inicio dos anos 90 foi desenvolvido o sistema de transmissão por Acoplamento
Magnético. Com o uso de imãs, o torque pode ser transmitido do eixo do motor para o rotor
da bomba sem que exista contato mecânico, tornando possível vedar completamente a carcaça
da bomba, reduzindo o vazamento à zero.
Nos próximos capítulos, serão apresentados com detalhes os tipos de vedação descritos
acima e uma analise comparativa entre o Selo Mecânico e o Acoplamento Magnético.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.2 Classificação
As bombas hidráulicas são classificadas de acordo com a forma de deslocamento do
líquido sob pressão. Segundo MATTOS E FALCO (1998), podem ser classificadas da
seguinte forma:
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Os rotores abertos são utilizados em operações envolvendo lama, pastas, areia, esgotos
sanitários entre outros.
Rotores semiabertos são utilizados no bombeamento de fluidos viscosos, com sólidos
abrasivos em suspensão, tais como os concentrados de esgotos e drenagens e fluidos contendo
materiais fibrosos, como, por exemplo, celulose.
Já os rotores fechados são os mais comuns e utilizados em bombas centrífugas por
apresentarem melhor rendimento em operação. São utilizados no bombeamento dos mais
variados tipos de fluidos, preferencialmente limpos.
2.1.4.2 Carcaça
Componente responsável pela contenção do fluido bombeado. A carcaça coleta o fluido
que o rotor abandona e o leva até o bocal de saída da bomba centrifuga, durante o trajeto,
promove a transformação de parte da energia cinética em energia pressão.
As carcaças possuem dois bocais:
Boca de sucção: é onde ocorre a entrada do fluido, que é dirigido para a parte
central do rotor;
Bocal de descarga: onde o fluido é encaminhado para fora da bomba.
Existem diferentes tipos de carcaças. As mais comuns são:
Carcaça concêntrica (fig. 2.3-a): possui um formato circular e seu centro coincide
com o centro do rotor, a sua seção é igual em toda a periferia do rotor.
Carcaça voluta (fig. 2.3-b): possui formato de espiral, tem seção crescente em
volta do rotor.
2.1.4.3 Eixo
A função do eixo em uma bomba centrífuga é transmitir o torque e o movimento de
rotação fornecido pelo acionador (motor elétrico) ao rotor. O eixo é projetado para que tenha
uma deflexão máxima pré-estabelecida quando em operação. Este fator é importante para
evitar que as folgas entre as peças rotativas e as estacionárias se alterem em operação, o que
provocaria seu contato, desgaste prematuro e aumento de consumo de energia.
O eixo (fig. 2.4) deve ser construído em material que suporte a variações de
temperatura, quando para aplicações que envolvam líquidos quentes.
2.1.4.5 Mancais
Segundo o Manual KSB Bombas, os mancais tem a função de suportar o peso do
conjunto girante (eixo e rotor), forças radiais e axiais do rotor que ocorrem durante a
operação. Mancais para forças radiais são chamados de mancais radiais e os que suportam as
forças axiais, são chamados de mancais axiais.
Nas bombas horizontais, normalmente utilizam-se mancais de rolamento, que suportam
as forças radiais e axiais e nas bombas verticais são utilizados buchas de mancais que servem
para guiar o eixo.
2.1.5 Funcionamento
Segundo os estudos de Lima (2003), o principio de funcionamento de uma bomba
centrífuga consiste em: o fluido entra pelo bocal de sucção e é encaminhado até a parte central
do rotor, onde entra em movimento de rotação e é impelido para a periferia do rotor pela ação
da força centrífuga, adquirindo grande velocidade; em seguida, o líquido percorre o contorno
da carcaça, onde uma parcela da energia de velocidade do fluido é transformada em energia
de pressão, então este fluido é lançado para fora da bomba através do bocal de descarga.
Para o perfeito funcionamento da bomba, é importante que a carcaça esteja afogada, ou
seja, completamente cheia de líquido.
Conforme afirma Mattos e Falco (1998) quando a pressão em um sistema de
bombeamento atingir valor igual ou inferior à pressão de vapor do fluido bombeado, na
temperatura de bombeamento, uma parte desse fluido vaporizará e haverá uma grande
formação de bolhas. Quando essas bolhas (misturadas ao fluido) encontrarem uma região
onde a pressão for novamente superior á pressão de vapor do fluido, na temperatura de
bombeamento, haverá um colapso dessas bolhas com retorno a fase líquida.
Esse colapso provocará vários micros jatos que incidem diretamente sobre a superfície
metálica, ocasionando a deterioração do material.
Em muitos casos dependendo de quanto tempo a bomba trabalhe com cavitação, o rotor
e a carcaça serão condenados e, por conseqüência, sucateados.
2.2 Vedações
Segundo MAYER (1979), “a função das vedações é a de isolar entre si meios onde
ocorrem pressões, temperaturas, ou onde estão contidos agentes propulsores diferentes”.
As vedações são um conjunto de elementos mecânicos projetados no trecho em que o
eixo atravessa a carcaça da bomba, cuja função básica é impedir o vazamento do fluido
bombeado ou impedir a infiltração de ar no interior da bomba. De acordo com Lima (2003), o
vazamento do fluido ocorrerá quando a pressão no interior da bomba for maior que a pressão
atmosférica. Já quando ocorre o contrário, pressão no interior da bomba menor que a pressão
atmosférica, haverá infiltração de ar no interior da bomba.
Com o avanço no desenvolvimento de novos materiais, as vedações trabalham nas mais
adversas condições de operação, tais como: altas rotações, temperaturas elevadas, altas
pressões e com fluidos altamente corrosivos.
As vedações mais comumente utilizadas em bombas centrífugas são as gaxetas, os selos
mecânicos e em condições muito severas, onde se requer vazamento zero, utiliza-se os
acoplamentos magnéticos.
2.2.1 Gaxetas
Segundo Lima (2003), “As gaxetas são elementos pré-formados, de estrutura flexível,
empregadas para impedir a passagem de um fluido ao longo de uma região.”
As gaxetas são fabricadas em cordões (fig. 2.11) com fios trançados de fibras naturais
ou sintéticas, e se caracterizam por ser um elemento flexível, macio e elástico, possui boa
resistência mecânica, utilizadas em aplicações estáticas (hastes de válvulas) e dinâmicas
(bombas centrífugas).
.
Figura 2.11: Formas construtivas de Gaxetas
Fonte: Juntas Brasil (2013)
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A maioria das gaxetas tem seção quadrada. As tiras são cortadas e instaladas em volta
do eixo (fig. 2.12), a ajustagem é feita por compressão resultante do aperto de uma peça
chamada sobreposta ou preme-gaxeta (fig. 2.13).
A função da gaxeta em uma bomba centrifuga não é impedir totalmente a saída do
fluido bombeado, na prática é necessário que exista um pequeno vazamento (30 a 60 gotas
por minuto). Esse vazamento é importante, pois, além de fazer a lubrificação ele também
minimiza o calor gerado no atrito entre o eixo (ou luva protetora) e gaxeta.
Se a preme-gaxeta for apertada em excesso, o atrito no eixo (ou na luva) será maior,
implicando em grande geração de calor, que pode levar até travar a bomba.
2.2.2 Características
Para atender às condições operacionais, as gaxetas devem ser:
Bastante flexíveis, a fim de atender aos diversos ajuste operacionais;
Elásticas, para absorver os movimentos radiais normais do eixo em movimento;
Livres de componente solúvel atacável pelo líquido bombeado;
Não podem causar abrasão ou corrosão ao eixo ou à luva;
Não desgastar-se rapidamente.
As gaxetas são classificadas em três tipos básicos: trançadas, plásticas e metálicas.
Podem ser fabricadas com diversos tipos de materiais, em particular algodão, rami, fibra de
vidro, PTFE (TEFLON), fibra de grafite e fibra de carbono.
As gaxetas, ao serem trançadas, para formação das tiras, são impregnadas de
lubrificante especial, por diversos motivos, como por exemplo: preencher a estrutura interna
(aumento de densidade); melhorar a resistência química; reduzir o coeficiente de fricção;
dissipação de calor.
O trançado de uma gaxeta pode ser total ou parcial. Em alguns casos, o trançado esta
presente apenas na capa, em outros casos, reforça-se a gaxeta com alma de arame metálico.
2.2.3 Aplicações
As gaxetas são aplicadas nos mais diversos tipos de equipamentos e nas mais diversas
condições operacionais. Bombas centrífugas, bombas de pistão, válvulas, ventiladores, filtros,
misturadores e agitadores são exemplos de equipamentos onde podemos utilizar gaxetas.
2.2.4 Vantagens
Material versátil;
Baixo risco de danificação durante transporte, estocagem e instalação;
Baixo custo de estocagem e manuseio;
Fácil Instalação, remoção e manutenção;
Não é necessário retirar a bomba do local onde está instalada;
Somente uma única pessoa para instalação e remoção.
2.2.5 Desvantagens
De acordo com Lima (2003, p.89), “As gaxetas não são empregados para vedar
integralmente. Seu objetivo é restringir ao mínimo o vazamento do líquido.“
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Diante de tal afirmação, pode-se perceber claramente que a grande desvantagem no uso
de gaxetas, no caso da vedação de equipamentos dinâmicos, é a necessidade de uma
lubrificação muito intensa. O fluido bombeado “vaza” em grande quantidade para a atmosfera
(30 a 60 gotas/minuto), isso as tornam inadequadas para a vedação de bombas que trabalham
com fluidos tóxicos ou que tragam problemas para o meio ambiente (ex. contaminação).
Para aplicações onde o fluido bombeado não pode vazar, é aconselhado o uso de
vedações como o selo mecânico ou acoplamento magnético.
VEDAÇÕES
ESTÁTICAS Juntas
DINÂMICAS
COM CONTATO
2.3.1 Características
Tomando como base os estudos de Kretschek (1995), o selo mecânico é um tipo de
vedação dinâmica com contato que compensa o seu desgaste axialmente e destina-se a isolar
dois, ou mais ambientes, quando entre eles passar um eixo rotativo com nenhum ou com
pouco deslocamento axial.
A forma mais rudimentar de um selo mecânico consiste em um colar usinado no eixo,
deslizando sobre uma superfície polida de uma sobreposta. Em outros termos, uma das faces
de contato é formada pela face frontal de um ressalto no eixo e a outra pela face frontal de um
ressalto na carcaça, como mostrado na figura 2.15.
Nesse tipo de construção, a pressão do fluido na caixa de vedação deve atuar pressionando a
face frontal do ressalto no eixo (colar) contra a sobreposta (face do ressalto na carcaça),
impedindo a passagem de líquido entre a interface formada por essas duas peças.
Conceitualmente, este projeto é bem simples e prático, porém, na prática, seu funcionamento
é insatisfatório. Isso ocorre porque os componentes deste tipo de selo são totalmente rígidos.
De acordo com Lima (2003), a falta de flexibilidade desse sistema ocasiona as seguintes
falhas:
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Além destas regiões citadas, existem mais duas onde há passagem de fluido, porém,
estão fora do campo de atuação do selo mecânico:
A interface da sobreposta com a caixa de vedação (ponto D da figura);
Trecho entre a luva e o eixo (ponto E da figura).
2.3.5 Arranjos
Interface de vedação
A norma API 682 3ª Edição classifica os planos de selagem primários pelos seguintes
códigos: 51, 61, 62.
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O plano de selagem 53 (A, B e C), juntamente com os planos 21 e 23 são os mais usuais
na indústria. Portanto, optou-se neste trabalho detalhar apenas o plano de selagem 53.
O Plano 53 para sistemas de selos duplos pressurizados são usados em serviços onde
não é tolerado vazamento do produto bombeado para a atmosfera. O plano 53 é
costumeiramente escolhido para produtos sujos, abrasivos ou polimerizantes, os quais
poderiam tanto danificar as faces selantes ou causar problemas com o sistema fluido barreira.
Há duas desvantagens do Plano 53, as quais devem ser consideradas. Sempre haverá
algum vazamento do fluido de barreira para dentro do processo. O índice de vazamento pode
ser monitorado pelo monitoramento do nível do reservatório. Entretanto, o produto deve ser
capaz de acomodar uma pequena quantia de contaminação do fluido de barreira.
2.3.7.1 Plano 53 A
2.3.7.2 Plano 53 B
O Plano 53 B é também um selo duplo pressurizado e difere do Plano 53 A na pressão
que é mantida no circuito do selo através do uso de um acumulador tipo balão, conforme se
verifica na figura 2.24.
2.3.7.3 Plano 53 C
Legenda:
1- Caneca
2- Rotor interno
3- Rotor externo
4- Mancais
2.4.1.1 Caneca
A caneca é o elemento de vedação do acoplamento magnético, é responsável pela
contenção do fluido bombeado. É pressurizada com um diferencial de pressão entre a pressão
da caixa de vedação e a atmosfera. Uma junta ou um anel “O” é usado como uma vedação
estática entre a caneca e a caixa da bomba. Em outras palavras, nenhuma vedação dinâmica
com contato é necessária. Deve ter espessura mínima a fim de reduzir as perdas de
transmissão provocadas por correntes parasitas (correntes Eddy) que são induzidas a ela pelo
efeito do campo magnético, deve também ser fabricada em material que suporte a pressão e
temperatura do fluido bombeado.
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Para minimizar o efeito das correntes parasitas, as canecas podem ser fabricadas em
materiais como cerâmica e fibra de carbono que também suportam pressões e temperaturas
elevadas.
2.4.1.4 Mancais
Os mancais são responsáveis em apoiar o rotor interno e equilibrar as cargas estáticas e
dinâmicas geradas durante a operação da bomba, fabricados em carbeto de silício maciço,
material dos mais resistentes encontrados, tem alta condutividade térmica e um coeficiente de
expansão térmica muito baixa. É quimicamente inerte e extremamente resistente à abrasão.
Estes fatores fazem do SiC (silício) a primeira escolha entre os materiais a serem
utilizados internamente nas bombas de acionamento magnético, embora em alguns casos, o
carbono ou outros materiais também são utilizados. Normalmente, as bombas são montadas
com o eixo entre duas buchas de mancal radial e as luvas protetoras do eixo correspondentes
são posicionadas atrás do rotor para suportar as cargas radiais. Cargas axiais são suportadas
por mancais de escora projetados para atender às cargas hidráulicas de todo o range
operacional
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interno do material muito maior que o campo externo. Ao retirar o campo externo, os
domínios não retornam aos seus alinhamentos aleatórios, e um campo magnético residual
permanece no material. Os únicos materiais ferromagnéticos em temperatura ambiente são o
ferro, o níquel e o cobalto.
Na década de 80, o desenvolvimento dos imãs com base de Neodímio, em uma liga com
Ferro e Boro (NdFeB), produziu imãs com produto-energia ainda maior a um custo menor que
os imãs de SmCo, devido a maior disponibilidade dos minerais empregados.
Atualmente a China domina o mercado de terras raras, segundo dados da agência para o
desenvolvimento tecnológico da indústria mineral brasileira (ADIMB3), o país é responsável
por 97% das exportações mundiais. Nos últimos tempos, a China vem racionando o
fornecimento desses materiais o que fez o preço das terras raras no mercado internacional
disparar. Alheios a este fato, o governo brasileiro mostrou interesse em retomar a exploração
dos minerais no país, interrompido desde os anos 90. O Brasil concentra grandes jazidas de
minérios de terras-raras.
2.5 Retrofit
Retrofit é um termo utilizado na engenharia para definir o processo de modernização ou
troca de um sistema em um equipamento sem que ocorra a substituição total do mesmo. O
retrofit é empregado geralmente quando surge um componente mais eficiente, quando é
necessário mudar uma característica do equipamento ou quando é necessário corrigir um
defeito de projeto. Um exemplo de retrofit é substituição do gás refrigerante CFC, um gás
prejudicial a camada de ozônio, pelo R134A.
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3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tempo [min.]
A figura 4.8 apresenta um comparativo entre amperagem motor e sua rotação durante a
execução do ensaio. A rotação foi sendo aumentada gradativamente durante o ensaio,
atingindo o máximo aos 30 minutos, em seguida se manteve constante até o fim do teste.
5 CONCLUSÃO
5.1 Contribuições
Ao analisar os sistemas de vedação, o retrofit do selo mecânico para o sistema co m
acoplamento magnético, apresenta as seguintes contribuições:
• Fator layout: notou-se que o sistema vedado com acoplamento magnético necessita de
menor espaço físico, por possuir menor numero de equipamentos e instrumentação;
• Fator econômico verificou-se que o investimento inicial para sistemas vedados com
acoplamentos magnéticos é maior, porém os gastos com manutenção ao longo do
tempo serão reduzidos, por haver menos desgaste nas peças. O acoplamento também
elimina outros gastos adicionais como, por exemplo, o fluido barreira e nitrogênio;
• Fator confiabilidade: Por ter menos partes, diminui o risco de falha, portanto aumenta
o MTBF (sigla em inglês para tempo médio entre falhas);
• Fator ambiental: o sistema vedado com acoplamento magnético obtém grande
vantagem em relação ao vedado por selo mecânico, devido ao fato do mesmo possuir
realmente vazamento zero e ser melhor aplicado a fluidos perigosos.
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5.2 Extensões
Referências Bibliográficas
FRANCHI, Claiton Moro. Inversores de Frequência: teoria e aplicações. 2. ed. São Paulo:
Érica, 2009. 192 p.
GUTFLEISCH, Oliver.; WILLARD, Matthew A.; BRÜCK, Ekkes; CHENG, Christina H.;
SANKAR, S. G. & LIU, J.Ping. Magnetic Materials and Devices for the 21st Century:
Stronger, Lighter, and More Energy Efficient. Advanced Materials Vol. 23. 7.ed.
Weinheim Wiley-VCH, (2011).
LIMA, Epaminondas Pio Correia. Mecânica das bombas. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora
Interciência: PETROBRAS, 2003.
MATTOS, Edson Ezequiel de; FALCO, Reinaldo de. Bombas industriais. 2.ed. Rio de
Janeiro: Editora Interciência, 1998.
MAYER, Dr. Eng. Ehrhard. Selos mecânicos axiais. Traduzido do alemão para o português
por Vinício Vit. São Paulo: Euro-América, 1979.
SANTOS, Sérgio Lopes dos. Bombas e instalações hidráulicas. São Paulo: Editora LCTE,
2007.
Bibliografia consultada