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10/03/2020

EEL410.1

Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
Alternada
Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

1. Tensão e Corrente
Alternadas

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Introdução

• No sistema elétrico, a forma mais comum de


fornecimento de energia elétrica é através de
tensão e corrente alternadas

• Motivo principal: simplicidade com a qual as tensões


alternadas são produzidas

• Com base na Lei da Indução de Faraday, é possível


produzir geradores de grande capacidade e eficiência
associados a elevados níveis de potência

4
Introdução

• Tensão ou corrente alternada: o valor da tensão ou da


corrente se alterna, ao longo do tempo, regularmente
entre dois níveis predefinidos
• CA: Corrente Alternada
• AC: Alternating Current

• Há diferentes tipos de formas de onda alternadas:

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Introdução

Tensão CA Senoidal

• É uma tensão alternada cuja variação pode ser


representada por uma função senoidal:

= +

ou

= + − 90°

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Introdução

Tensão CA Senoidal

• Esse tipo de sinal é encontrado na grande maioria das


aplicações: uso dos termos tensão CA e corrente CA

• Um dos principais motivos para focar na tensão alternada


senoidal: esse tipo de tensão é gerado nas usinas de
energia elétrica em todo o mundo

• Outras razões incluem seu uso em diversos sistemas


elétricos, eletrônicos, de comunicação e industriais

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Geração de Tensão Senoidal

Fontes de Corrente Alternada

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Geração de Tensão Senoidal

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Geração de Tensão Senoidal

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Geração de Tensão Senoidal

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Geração de Tensão Senoidal

• Para uma espira retangular, tem-se que:

• O campo magnético que atravessa essa espira depende da


sua posição relativa. Seja o campo dado por:

=−

• Se essa posição varia a uma velocidade constante, ω, tem-


se que:

=−

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Geração de Tensão Senoidal

• Pela lei de Lenz-Faraday, a força eletromotriz induzida é


dada por:

ℰ=−

• Considerando-se a variação senoidal do fluxo, a tensão


induzida na espira será dada por:

ℰ=− = cos

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Geração de Tensão Senoidal

• Um ciclo de tensão corresponde a uma rotação da espira


em torno de um ciclo, assim os trechos deste círculo são
expressos em ângulos:

• O ciclo completo equivale a uma rotação completa da espira,


ou 360 graus
• Meio ciclo, ou uma alternação, correspondem a meio ciclo de
rotação da espira, 180 graus

• Os ângulos também podem ser representados em


radianos:
• 360 graus = 2π rad

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Geração de Tensão Senoidal

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Corrente Senoidal

• Quando uma fonte de tensão senoidal é conectada a uma


resistência de carga, a corrente resultante no circuito é
uma onda senoidal:

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Características da Onda Senoidal

• O valor instantâneo da tensão em qualquer ponto da onda


senoidal é dado por:

= sen +

Obs.: Pode-se usar o cosseno ou o seno. As duas funções diferem


apenas por um valor de fase (90°).

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Forma de onda: Gráfico da grandeza (por exemplo,


tensão em função do tempo ou ângulo).
• Forma de onda periódica: Forma de onda que se repete
continuamente após certo intervalo de tempo constante.

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Valor instantâneo: Amplitude de uma forma de onda em


um instante de tempo qualquer. É representado por letras
minúsculas.

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Amplitude de pico: Valor máximo de uma forma de onda


em relação ao valor médio. É representado por letras
maiúsculas.

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Valor de pico: Valor máximo instantâneo de uma forma


de onda medido a partir do nível de zero volt. (Nesse
caso, é igual à amplitude de pico, porque o valor médio é
zero)

21

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Valor de pico – observações:


• Se a onda for simétrica, os picos positivos e negativos são
iguais;
• VP ou VMax ou

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Valor pico a pico: Diferença entre os valores dos picos


positivo e negativo, ou seja, a soma dos módulos das
amplitudes positiva e negativa.

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Período (T): Intervalo de tempo entre repetições


sucessivas de uma forma de onda periódica.

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Ciclo: Parte de uma forma de onda contida em um


intervalo de tempo igual a um período.

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Características da Onda Senoidal

Parâmetros Importantes de uma Tensão Senoidal

• Frequência (f): Número de ciclos que ocorrem em 1 s.

Obs.: No Brasil, a rede elétrica trabalha na frequência de 60 Hz.

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Relações de Fase

Expressão geral: ±

Deslocamento de Fase

+ −

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Relações de Fase

Expressão geral: ±

+ 90° = cos

= cos − 90°

28

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Relações de Fase

• O ângulo de fase entre duas formas de onda de mesma


frequência é a diferença angular entre as duas formas de
onda em um dado instante

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Relações de Fase

30

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Valor Médio e Valor Eficaz
• Valor médio:
Corresponde à média aritmética dos valores de tensão
(soma algébrica da área dividido pelo comprimento da
curva)

• No caso de uma onda simétrica, o valor médio é nulo para


um ciclo completo
• Vm ou

• Valor RMS ou valor eficaz de uma onda senoidal:


Corresponde a um valor que representa a quantidade de
um valor contínuo capaz de produzir a mesma potência de
aquecimento

• VRMS ou Vef

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Valor Médio e Valor Eficaz

32

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Valor Médio

Definição de Valor Médio

33

34
Valor Eficaz

Definição de Valor Eficaz

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Valor Eficaz

• O valor RMS (root mean square) é calculado através de:

1
= ( )

• Se a onda é uma senoide perfeitamente simétrica:

=
2

• O valor RMS é normalmente utilizados nos cálculos


envolvendo circuitos AC:
=

= =

35

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Nível DC

• Quando somamos um sinal de tensão senoidal a um


sinal de tensão contínuo, cada valor instantâneo da
onda senoidal é somado ao valor da onda contínua

• Diz-se que a onda resultante apresenta um nível DC

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37
Nível DC

37

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Harmônicos

• Nas aplicações elétricas, a frequência de interesse na qual


uma onda senoidal é utilizada ou gerada é chamada de
frequência fundamental

• As ondas cuja frequência são múltiplos da frequência


fundamental são chamadas de harmônicas

• O sistema elétrico está sujeito a ocorrência de ondas


harmônicas que poluem o sinal da onda na frequência
fundamental

• A presença de harmônicos em excesso acarreta em


prejuízos e redução da vida útil de alguns equipamentos

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39
Harmônicos

39

40
Harmônicos

40

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Harmônicos

• À medida em que somamos os harmônicos ímpares à


frequência fundamental, a onda resultante se aproxima de
uma onda quadrada

• Este resultado ilustra um princípio formulado pelo


matemático francês Joseph Fourier:

“Qualquer forma de onda cíclica pode ser construída pela


superposição de ondas senoidais puras, harmônicas
particulares da onda fundamental”.

41

42
Exemplo 1

• Considerando a rede elétrica no Brasil:

• Quantos ciclos de tensão ocorrem em 1 s?

• Qual o período da onda senoidal?

• Qual o valor de tensão RMS fornecida às residências?

• Qual o valor da amplitude de tensão fornecida às


residências?

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Exemplo 2

• Calcule o tempo de atraso para uma defasagem de 45º


em uma frequência de 250 Hz.

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44
Exemplo 3

• Uma onda senoidal, na frequência de 50 Hz e valor de


pico de 100 V encontra-se atrasada de 60º de uma outra
onda senoidal, também de 50 Hz e valor de pico de 50 V.

• Esboce o diagrama das duas ondas.

• Calcule a defasagem de tempo entre as duas.

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Exemplo 4

• Uma espira quadrada de lados 10 cm e 20 cm gira,


através de um eixo central, no interior de um campo
magnético de 20 mT. Esta espira gira a uma velocidade de
10 rad/s é nos seus terminais está ligada uma resistência
de 100 .

• Qual o valor máximo da corrente que passa pela resistência?

• Qual a frequência desta corrente?

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Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.

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EEL410.1

Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
Alternada
Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

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Conteúdo

1. Tensão e Corrente Alternadas


2. Fasores
3. Impedância
4. Análise de Circuitos AC
5. Ressonância
6. Potência em Circuitos AC

1
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Revisão sobre Números


Complexos

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Números Complexos

• Um número complexo pode ser representado por:

= +

• A parte real e a parte imaginária deste número são dadas


por:

=
=

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Números Complexos

• Um número complexo pode ser


representado por um ponto em
um plano bidimensional,
associado a um sistema de eixos
cartesianos

• Esse ponto também determina um


vetor a partir da origem até o
ponto

• Eixo horizontal: eixo real


• Eixo vertical: eixo imaginário

6
Números Complexos

Representações

Forma Retangular Forma Polar

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Números Complexos

Conversão entre as Duas Formas

Retangular para Polar Polar para Retangular

• Módulo de z: • Parte real de z:

= + = cos θ

• Fase de z: • Parte imaginária de z:

= sen θ
=∠ =

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Números Complexos

Conversão entre as Duas Formas

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Números Complexos

• Na forma polar, tem-se a representação alternativa:

= ∠ =

• Esta representação alternativa vem da Fórmula de Euler:

= cos + sen

• Assim:
=
= cos + sen = cos + sen

• Note: cos é a parte real e sen é a parte imaginária


do número complexo

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Operações com Números Complexos

• Número imaginário j (operador j):

= −1
= × = −1
= × =−
= × =1
= × =

• Multiplicação por escalar (a):

+ = +
∠ = ∠

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Operações com Números Complexos

• Adição / Subtração:

• Quando estão na forma retangular, os números


complexos podem ser somados / subtraídos

• Para somar / subtrair, basta somar / subtrair as partes


reais e imaginárias separadamente

2+ 4 + 3− 1 = 2+3 + 4− 1 =5+ 3

3 + 3 − −2 + 5 = 3 + 2 + 3 − 5 = 5 − 2

11

12
Operações com Números Complexos

• Multiplicação:

• A multiplicação de números complexos pode ser feita na


forma polar ou na forma retangular

• Na forma retangular, basta seguir as regras convencionais da


álgebra:

2+ 4 3− 1 =2 3+2 − 1 + 4 3+ 4 − 1 = 10 + 10

• Na forma polar, deve-se multiplicar os módulos e somar as


fases:

5∠30° 10∠ − 20° = 5 10 ∠ 30° − 20° = 50∠10°

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Operações com Números Complexos

• Conjugado:

• O conjugado de um número complexo é obtido trocando o


sinal da parte imaginária, na forma retangular, ou trocando o
sinal do ângulo, na forma polar

= 2+ 4 = 5∠30°
∗ ∗
= 2− 4 = 5∠ − 30°
• Um número complexo e seu conjugado são denominados de
par conjugado
• A multiplicação de um número complexo por seu conjugado
sempre resulta em um número real:

2+ 4 2 − 4 = 20 5∠30° 5∠ − 30° = 25

13

14
Operações com Números Complexos

• Divisão:

• A divisão de números complexos pode ser feita na forma


retangular ou na forma polar

• Na forma retangular, basta seguir as regras convencionais da


álgebra. Multiplique o numerador e o denominador pelo
complexo conjugado do denominador.

8 − 4 8 − 4 2 − 1 16 − 8 − 8 − 4 12 − 16
= = = = 2,4 − 3,2
2+ 1 2+ 1 2− 1 4+1 5

• Na forma polar, deve-se dividir os módulos e subtrair as


fases:
10∠20° 10
= ∠ 20° + 10° = 5∠30°
2∠ − 10° 2

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Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade, 2014.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.

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04/04/2020

EEL410.1

Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
Alternada
Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

2. Fasores

1
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Fasores

Trabalhando com ondas senoidais...

4
Fasores

• Seja tomar uma onda senoidal genérica:

= cos

• Pode-se observar que esta onda, na frequência ω, fica


completamente determinada por sua amplitude Amax e sua
fase φ

• Da Fórmula de Euler, tem-se que:

= cos + sen

• Assim:
= = cos

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Fasores

• Seja agora a representação de uma tensão senoidal:

= cos +

• Assim:

= Re = Re cos + + sen +

= cos +

• Conclui-se que a senoide pode ser associada a um número


complexo

6
Fasores

• Para uma frequência ω fixa, a tensão senoidal fica


completamente determinada por meio de sua amplitude,
VP, e sua fase, 

• Esta tensão pode ser representada por meio de um


número complexo, ̇ , de forma que:
• VP é o módulo do número complexo, ̇
•  é a fase do número complexo, ∠ ̇

• Ao número complexo associado à representação de uma


tensão (ou corrente) senoidal se dá o nome de fasor

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Fasores

• Representações:

= cos + = Re

= cos + →

= cos + → ∠

• Teorema Fundamental
A soma algébrica de qualquer número de senoides de mesma
frequência angular  com suas derivadas de qualquer ordem é
também uma senoide de frequência angular .

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Fasores

Valor Eficaz

• Nas expressões anteriores, chegou-se a um fasor


utilizando o valor de pico da tensão

• Porém, para grandezas elétricas, o valor RMS é mais


representativo que o valor de pico

• Desta forma, daqui em diante, os fasores de tensão e


corrente serão representados usando-se o valor eficaz
(RMS)

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Fasores

• Utilização

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Fasores

• Utilização

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Exemplo 1

• Seja a tensão = 2 220 cos 2 60 + 2 /3 . Pede-se


determinar:

a) Sua fase
b) A frequência da senoide
c) O valor de pico da tensão
d) O valor RMS da tensão
e) Sua representação fasorial

11

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Exemplo 2

• Converta as expressões a seguir do domínio do tempo


para o domínio dos fasores:

a) 2 50 sen ωt
b) 69,6 sen (ωt + 72°)
c) 45 cos ωt

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Exemplo 3

• Escreva a expressão senoidal para os fasores a seguir se a


frequência for 60 Hz:

a) I = 10∠30°
b) V = 115∠ − 70°

13

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Exemplo 4

• Calcule a tensão de entrada no circuito a seguir se:

• = 50 sen 377 + 30°


• = 30 sen 377 + 60°
• = 60

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15
Exemplo 4

• Na forma senoidal:

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3. Impedância

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Impedância
• No estudo de circuitos em corrente contínua,
define-se a resistência elétrica como uma medida
da oposição a circulação de corrente

• O resistor é como uma carga que irá utilizar


parte da potência gerada pelas fontes

• O termo mais abrangente a ser utilizado é a


impedância, Z

• A impedância representa qualquer carga


acoplada à fonte de tensão ou corrente, podendo
ser resistiva, capacitiva ou indutiva

17

18
Definição de Impedância
• Seja um circuito de um único acesso formado por uma ligação
arbitrária de elementos lineares invariantes e alimentado por
uma fonte de tensão senoidal de frequência angular 

= Re = cos +∠
= Re = cos +∠

• A impedância de entrada do circuito, na frequência angular ω,


é definida pela razão entre a tensão resposta V e o fasor
corrente I:

̇
̇ =
̇

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Definição de Impedância
• Tem-se a seguinte relação entre módulo e fase da impedância
com módulo e fase dos fasores:

̇
̇ =
̇

∠ ̇ =∠ ̇ −∠ ̇

• Além disso:

̇ = ̇ ̇

= ̇ ̇ cos +∠ ̇ +∠ ̇

19

20
Definição de Admitância
• Seja um circuito de um único acesso formado por uma ligação
arbitrária de elementos lineares invariantes e alimentado por
uma fonte de tensão senoidal de frequência angular 
• A admitância é definida como:
̇ 1
̇ = =
̇ ̇( )
• Relações de módulo e fase:
̇
̇ =
̇

∠ ̇ =∠ ̇−∠ ̇
• Ainda:
̇= ̇ ( ) ̇

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Impedância Resistiva
• Seja um circuito puramente resistivo alimentado por uma fonte
senoidal:

21

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Impedância Resistiva

• Para um dispositivo puramente resistivo, a tensão e a


corrente que atravessam o dispositivo estão em fase, com
seus valores de pico (ou RMS) relacionados pela lei de
Ohm

• A impedância é igual ao próprio valor de resistência do


circuito:

• Na forma fasorial:

̇= + 0 = ∠0°

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Impedância Indutiva

• O indutor é um componente de circuito elétrico, cujo


parâmetro L, indutância, representa uma medida da
oposição à variação de corrente
• A relação tensão-corrente em um indutor é dada por:

( )
( )=

• Quando se está lidando com tensões e correntes AC, vem


o parâmetro chamado reatância indutiva, que representa
o módulo da impedância imposta ao circuito pelo indutor
• A reatância indutiva é dada por:

= =2

23

24
Impedância Indutiva

• A impedância indutiva é um valor complexo dado por:

̇ = = = ∠90°

• Note que a tensão está 90° adiantada da corrente (ou a


corrente está 90° atrasada da tensão)

• Podemos, assim, usar a lei de Ohm considerando os


fasores de tensão e corrente:

̇ = ̇ ̇= ̇

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Impedância Indutiva

• Circuito indutivo alimentado por uma fonte senoidal:

25

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Impedância Capacitiva
• O capacitor é um componente de circuito elétrico, cujo
parâmetro C, capacitância, representa uma medida da oposição
à variação de tensão
• A relação tensão-corrente em um capacitor é dada por:

( )
( )=

• Quando se está lidando com tensões e correntes AC, vem o


parâmetro chamado reatância capacitiva, que representa o
módulo da impedância imposta ao circuito pelo capacitor
• A reatância capacitiva é dada por:

1 1
= =
2

26

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Impedância Capacitiva

• A impedância capacitiva é um valor complexo dado por:

1 1
̇ = =− =− = ∠ − 90°

• Note que a tensão está 90° atrasada da corrente (ou a


corrente está 90° adiantada da tensão)

• Podemos, assim, usar a lei de Ohm considerando os


fasores de tensão e corrente:

̇ = ̇ ̇=− ̇

27

28
Impedância Capacitiva

• Circuito capacitivo alimentado por uma fonte senoidal:

28

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Impedância Mista

• Circuito formado por um resistor e um indutor


conectados em série:

̇= + = +

• Módulo e fase da impedância complexa:

̇= ̇∠

̇ = +

∠ ̇= =

29

30
Impedância Mista

• Circuito formado por um resistor e um capacitor


conectados em série:

1
̇= − = −

• Módulo e fase da impedância complexa:

̇= ̇∠

̇ = + −


∠ ̇= =

30

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Impedância Mista
• Circuito formado por um resistor, um indutor e um capacitor
conectados em série:

1
̇= + − = + −

̇= + −

• Módulo e fase da impedância complexa:

̇= ̇∠

̇ = + −


∠ ̇= =

31

32
Diagrama de Impedâncias

• Como associamos ângulos de fase à resistência, à


reatância indutiva e à reatância capacitiva, cada uma
dessas três grandezas pode ser representada no plano
complexo

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Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.

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Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
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4. Análise de Circuitos AC

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Análise de Circuitos AC
Ideia Geral
• Trabalhar com fasores (tensão, corrente e impedância), em
geral em RMS

• Simplificar o circuito (impedância equivalente), quando


necessário e/ou conveniente

• Uso da Lei de Ohm


̇ = ̇ ̇

• Uso das Leis de Kirchhoff

• Podem-se utilizar os mesmos métodos utilizados para análise


de circuitos em corrente contínua, a diferença é que agora
estaremos trabalhando com fasores (números complexos)

4
Análise de Circuitos AC

• Normalmente toma-se um valor de tensão ou corrente


como referência, ou seja, uma função na forma de seno
com defasagem inicial igual a zero, a não ser que seja
dada uma função específica

• Lembrete – impedâncias:

̇ =

̇ = = ∠90°

̇ =− = ∠ − 90°

2
10/04/2020

5
Análise de Circuitos AC

Impedância Equivalente
• Uma vez determinada a impedância total de um circuito,
seu módulo pode ser usado para determinar a intensidade
da corrente (com uso da lei de Ohm) e seu ângulo indicará
a natureza do circuito (se é especialmente indutivo,
capacitivo ou resistivo)

• Para qualquer configuração, o ângulo associado à


impedância total é igual ao ângulo de fase da tensão
aplicada em relação ao ângulo da corrente da fonte

• Para circuitos indutivos, θ é positivo

• Para circuitos capacitivos, θ é negativo

6
Circuito RLC

Circuito RLC em Série

• A corrente ̇ é a mesma em todos


os elementos

= ( ̇ = )̇

= ( ̇ = )̇

= ( ̇ =− )̇

̇ = ̇ + ̇ + ̇

3
10/04/2020

7
Circuito RLC

Circuito RLC em Série

Diagrama Fasorial para >

8
Circuito RLC

Circuito RLC em Série

Diagrama Fasorial para >

4
10/04/2020

9
Circuito RLC

Circuito RLC em Série

Impedância

> >

10
Circuito RLC

Circuito RLC em Paralelo

• A tensão ̇ é a mesma em todos


os elementos
( ̇ = ̇ = ̇ = ̇ )

= ( ̇ = ̇ )

= ( ̇ = ̇)

= ( ̇ =− ̇ )

̇ = ̇ + ̇ + ̇

5
10/04/2020

11
Circuito RLC

Circuito RLC em Paralelo

Diagrama Fasorial para >

12
Circuito RLC

Circuito RLC em Paralelo

Diagrama Fasorial para >

6
10/04/2020

13
Circuito RLC

Circuito RLC em Paralelo

Impedância

• Utilizar relação geral:

̇
̇ =
̇

14
Exemplo – Circuito Puramente
Resistivo
• Calcule I1, I2, I3, V1, V2 e V3 no circuito abaixo

7
10/04/2020

15
Circuito Puramente Indutivo

16
Exemplo – Circuito Puramente
Indutivo
• Uma bobina de resistência desprezível limita a corrente
através dela em 50 mA, quando uma tensão de 25 V e
400 kHz é aplicada aos seus terminais. Calcule o valor da
sua indutância.

8
10/04/2020

17
Circuito RL Série

̇ = ̇ + ̇
=

̇ = +

18
Exemplo – Circuito RL Série

• Um circuito RL série ca tem uma corrente de 1 A de pico


com R = 50  e XL = 50 . Calcule VR, VL, VT e . Faça o
diagrama de fasores entre VT e I e o diagrama de tempo
de i, vr, vL e vT. Determine a impedância total do circuito.

9
10/04/2020

19
Exemplo – Circuito RL Série (cont.)

20

10
10/04/2020

21
Circuito RL Paralelo

̇ = ̇ + ̇
=−

̇ = +

22
Exemplo – Circuito RL Paralelo

• Um circuito RL paralelo apresenta uma tensão eficaz de


100 V aplicada através de uma resistência de 20  e uma
reatância indutiva de 20 . Calcule IR, IL, IT e . Desenhe o
diagrama fasorial e o diagrama de tempo de vT, iR, iL e iT.

11
10/04/2020

23
Exemplo – Circuito RL Paralelo (cont.)

24

12
10/04/2020

25
Circuito Puramente Capacitivo

26
Circuito RC Série

̇ = ̇ + ̇
=−

̇ = +

13
10/04/2020

27
Exemplo – Circuito RC Série

• Um circuito RC série tem uma corrente de pico de 1 A


com R = 50  e XC = 120 . Calcule VR, VC, VT e .
Desenhe o diagrama fasorial de VT e I e o diagrama de
tempo de i, vR, vC e vT. Qual a impedância total do
circuito?

28

14
10/04/2020

29
Circuito RC Paralelo

̇ = ̇ + ̇
=

̇ = +

30
Exemplo – Circuito RC Paralelo

• Um resistor de 15  e um capacitor com reatância


capacitiva de 20  estão dispostos em paralelo e
conectados a uma linha ca de 120 V. Calcule IR, IC, IT,  e
ZT. Desenhe o diagrama fasorial. Se a tensão fosse
contínua, quais seria os valores de IR, IC, IT?

15
10/04/2020

31
Exemplo – Circuito RLC

• Um circuito apresenta um ramo RL e um ramo RC em


paralelo. Calcule a corrente total, o ângulo de fase e a
impedância equivalente desse circuito.

32
Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.

Direitos autorais das figuras:


• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.

16
03/05/2020

EEL410.1

Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
Alternada
Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

4. Análise de Circuitos AC

Complemento: Divisores de Tensão e de Corrente

1
03/05/2020

3
Introdução

Regras dos Divisores de Tensão e de Corrente

• Facilitar a resolução de circuitos


• Base: lei de Ohm e leis de Kirchhoff

4
Introdução

• Lei de Ohm:

̇ = ̇ ̇

2
03/05/2020

5
Introdução

• Lei de Kirchhoff das Correntes:

A soma vetorial de correntes que entram (ou saem) de um


nó é igual a zero.

̇ =0

6
Introdução

• Lei de Kirchhoff das Tensões:

A soma vetorial das tensões em uma trajetória fechada é


igual a zero.

̇ =0

3
03/05/2020

7
Divisores de Tensão

• Circuito em série

̇ = ̇ + ̇
̇ ̇
̇= ̇ = ̇ ̇ ⇒ ̇ = ̇
̇ ̇

8
Divisores de Tensão

• Regra dos divisores de tensão

̇ ̇
̇ =
̇

4
03/05/2020

9
Divisores de Corrente

• Circuito em paralelo

1 1 1
= +
̇ ̇ ̇

̇ ̇ ̇
̇ = ̇ ̇ ̇ = ⇒ ̇ =
̇ ̇

10
Divisores de Corrente

• Regra dos divisores de corrente

̇ ̇
̇ =
̇

̇ ̇
̇ = ( â )
̇ + ̇

5
03/05/2020

11
Referências

1. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,


Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
2. C. Ferreira, “Eletrotécnica I”.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
• C. Ferreira, “Eletrotécnica I”.

6
29/04/2020

EEL410.1

Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
Alternada
Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

5. Ressonância

1
29/04/2020

3
Introdução

• O circuito ressonante é uma combinação de elementos R,


L e C que possui uma resposta em frequência
característica

4
Introdução

• O circuito ressonante é muito importante por ser


fundamental para o funcionamento de uma grande
variedade de sistemas elétricos e eletrônicos utilizados
atualmente
• Um circuito elétrico ressonante precisa ter tanto
indutância quanto capacitância
• Uma resistência sempre está presente, seja porque não
existem elementos L e C ideais, seja para controlar a
forma da curva de ressonância
• Quando a ressonância ocorre por causa da aplicação da
frequência apropriada (fr), a energia armazenada em um
elemento reativo é igual à fornecida por outro elemento
reativo do sistema

2
29/04/2020

5
Ressonância Série

• Impedância do circuito RLC série:

= + −

• O circuito está em ressonância quando:

=2
1
1 2 =
= 2
2

1
= = = + − =
2

6
Ressonância Série

Ressonância série para o circuito RLC na frequência de


ressonância f

3
29/04/2020

7
Ressonância Série

Características do circuito RLC em ressonância

8
Ressonância Série

Fator de Qualidade
• O grau de seletividade de um circuito sintonizado em
série é proporcional à razão da sua reatância indutiva pela
sua resistência

• É um fator de ampliação que determina quanto a tensão


em L ou C aumenta, devido ao aumento ressonante da
corrente num circuito em série

= =

4
29/04/2020

9
Ressonância Paralelo

Circuito LC em Paralelo Puro


• Condição para ressonância:

• Como os elementos estão em paralelo:

• Assim:

= =

1
=
2

10
Ressonância Paralelo

Circuito paralelo LC puro

5
29/04/2020

11
Ressonância Paralelo
Circuito LC Real em Paralelo
• Há certa resistência
• fr é a frequência para a qual o circuito responde como
uma resistência pura
• Frequência de ressonância:

1 1
= −
2

• Se o Q da bobina for alto ou o termo 1/ ≫ / , o


termo / pode ser desprezado

1
=
2

12
Ressonância Paralelo

Circuito LC Real em Paralelo

• Impedância total:

• Em função do fator de qualidade:

= =2 =
2

6
29/04/2020

13
Ressonância Paralelo

Circuito paralelo LC prático

14
Ressonância Paralelo

Curvas de resposta de impedância e corrente do circuito LC


paralelo prático em ressonância

7
29/04/2020

15
Ressonância Paralelo

Fator de Qualidade

• Num circuito ressonante em paralelo no qual R é muito


baixo comparado com XL:

16
Largura de Banda e Potência

Largura de banda de um circuito LC sintonizado

= − =∆ =

8
29/04/2020

17
Largura de Banda e Potência

Curvas de resposta na ressonância

18
Exemplo 1

• Considere um circuito RLC série com os parâmetros a


seguir.

R = 2 [Ω]
L = 0,01857 [H]
C = 176,83 [µF]
Es = 100 [V]

a) Calcule ̇ e ̇ para f = 60 [Hz].


b) Calcule ̇ e ̇ para f = 85 [Hz].
c) Como seria a forma da curva de ressonância?
d) Calcule fr e ̇ para f = fr.

9
29/04/2020

19
Exemplo 2

• Considere um circuito RLC paralelo com os parâmetros a


seguir.

R = 10 [kΩ]
L = 1 [mH]
C = 1 [µF]
I = 10 [mA]

a) Calcule ̇ e ̇ para f = 1 [kHz].


b) Como seria a forma da curva de ressonância?
c) Calcule fr e ̇ para f = fr.

20
Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.
4. P. P. C. Mendes, Eletrotécnica Geral I (notas de aula),
2008.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.

10
29/04/2020

EEL410.1

Eletricidade II

1. Circuitos em Corrente
Alternada
Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

6. Potência em Circuitos AC

1
29/04/2020

3
Potência Instantânea

• Seja um circuito elétrico AC genérico:

• A potência instantânea fornecida pela fonte ao circuito é


dada por:
=
• Indica o valor da potência em um circuito em um
determinado intervalo de tempo

4
Potência Instantânea

No circuito anterior:

• v e i ambas positivas ou negativas:


• p é positiva
• Transferência de energia da fonte para o circuito

• v e i com sinais opostos:


• p é negativa
• Transferência de energia do circuito para a fonte

2
29/04/2020

5
Potência Instantânea

• Seja considerar tensão e corrente senoidais dadas por:

= ( + )
= ( + )

com = − e− ≤ ≤ .

• A potência instantânea é dada por:

= ( + )

6
Potência Instantânea

• Após manipulações matemáticas e considerando-se


valores eficazes ( = 2 e = 2 ):

= + 2 +

• O primeiro termo é uma constante com valor sempre positivo

• O segundo termo é uma senóide de frequência angular 2ω

3
29/04/2020

7
Potência Instantânea

Carga puramente resistiva

8
Potência Instantânea

Carga puramente indutiva

4
29/04/2020

9
Potência Instantânea

Carga puramente capacitiva

10
Potência Instantânea

Geral

5
29/04/2020

11
Potência Instantânea

• No gráfico, temos valores positivos e negativos para a


curva da potência instantânea

• Valores positivos:

Uma certa quantidade de potência está sendo entregue à


carga e dissipada através da realização de trabalho

12
Potência Instantânea
• No gráfico, temos valores positivos e negativos para a
curva da potência instantânea

• Valores negativos:

• Capacitores e indutores armazenam energia em um campo


elétrico ou magnético

• Em circuitos com C e L, uma parte da potência fornecida pela


fonte é utilizada para criar e manter estes campos

• Esta energia é chamada de energia reativa, circula pelo


circuito e não está disponível para a realização de trabalho
(não é considerada uma energia útil)

6
29/04/2020

13
Potência Eficaz

• Uma forma mais prática para a análise da potência é


através da potência eficaz

• Ela pode ser definida em termos dos valores de tensão e


corrente eficazes e das impedâncias do circuito:

• “R” se refere à resistências e “X” se refere à reatâncias

14
Potência Ativa

• A potência ativa é dada por:

= = =

• P é chamada de potência real ou ativa e está associada às


impedâncias puramente resistivas que dissipam energia
na forma de calor

• Unidade: [W] (watt)

7
29/04/2020

15
Potência Reativa

• A potência reativa é dada por:

= = =

• Q é chamada de potência reativa e está associada à troca


de energia para manutenção dos campos elétrico e
magnético nos capacitores e indutores, respectivamente

• Unidade: [var] (volt-ampère reativo)

16
Triângulo de Potências

• As potências podem ser representadas através de um


triângulo de potências
• P fica no eixo real e Q fica no eixo imaginário

• A hipotenusa do triângulo (módulo da soma vetorial de P


e Q) é chamada de potência aparente (S) e representa a
potência total produzida pela fonte

8
29/04/2020

17
Potência Aparente

• A potência aparente é dada por:

= = +

• Unidade: [VA] (volt-ampère)

18
Potência Complexa

• A potência aparente pode ser representada


matematicamente como um número complexo:

̇= + = ∠

Onde: = + = e =

• A potência complexa pode ser obtida através dos fasores


de tensão e corrente:

̇ = ̇ ∗̇

9
29/04/2020

19
Potência Complexa

• O ângulo corresponde ao ângulo da impedância


equivalente do circuito ( ̇ )
• Circuito indutivo  > 0  Q positiva
• Circuito capacitivo  < 0  Q negativa

20
Fator de Potência

• A potência aparente representa toda a potência produzida


pela fonte
• Apenas a parte referente à potência ativa é utilizada para
realização de trabalho
• Para uma um circuito, o ideal é que a potência reativa
fosse a menor possível de forma que a maior parte da
potência produzida pela fonte fosse aproveitada na forma
de potência ativa
• Uma forma de se avaliar esta proporção entre potência
aparente e potência real é através do parâmetro fator de
potência

10
29/04/2020

21
Fator de Potência

22
Fator de Potência

• O fator de potência (FP) é definido por:

= = cos

• O FP varia entre 0 e 1:

• FP = 1: toda a potência aparente é utilizada como potência


ativa, para a realização de trabalho

• FP = 0: nenhuma potência está sendo gasta ou consumida na


forma de trabalho

11
29/04/2020

23
Fator de Potência

• O FP pode ser positivo ou negativo


• FP > 0 ( > 0)  circuito predominantemente indutivo

• FP < 0 ( < 0)  circuito predominantemente capacitivo

24
Correção do Fator de Potência

• A potência reativa representa uma potência produzida


pela fonte mas não aproveitada para realização de
trabalho
• Baixos fatores de potência podem representar um
carregamento desnecessário da fonte
• Existem métodos que permitem a correção do fator de
potência de um circuito, levando-o para valores próximos
de 1
• Assim, a maior parte da potência aparente produzida pela
fonte é aproveitada na forma de trabalho
• A correção do FP pode ser feita compensando-se as
cargas indutivas ou capacitivas

12
29/04/2020

25
Correção do Fator de Potência

Influência da correção do fator de potência sobre o


triângulo de potências de um circuito

26
Correção do Fator de Potência

Influência de um elemento capacitivo sobre o fator de


potência de um circuito

13
29/04/2020

27
Correção do FP – Ex. Carga Indutiva

• Seja o circuito RL abaixo e seu diagrama de correntes:

• A carga do circuito apresenta característica resistiva-


indutiva
• A corrente indutiva está atrasada de 90º em relação à
corrente resistiva
• Potências: = e =

28
Correção do FP – Ex. Carga Indutiva

• Para a compensação de FP, pode-se colocar uma reatância


capacitiva em paralelo com o ramo RL:

• Tem-se agora uma corrente capacitiva adiantada de 90º


em relação à corrente resistiva
• Se IC = IL, a corrente reativa total é zero, logo:

= e =0

14
29/04/2020

29
Exemplo 1

• Um circuito RLC série é composto por uma resistência de


4 [Ω], uma reatância capacitiva de 2 [Ω] e uma reatância
indutiva de 5 [Ω] alimentados por uma fonte de tensão
eficaz igual a 10 [V].

• Calcule a potência complexa total fornecida pela fonte e o


fator de potência do circuito.

30
Exemplo 2

• A carga de um motor de indução de 1500 [W], com FP =


0,75 atrasado, está combinada com motores síncronos de
500 [VA], cosφ = 0,65 adiantado. Pede-se:

a) Quantos [var] capacitivos são necessários para corrigir


para 0,95 atrasado o FP total dos dois grupos de
motores?
b) Qual a redução percentual de [VA] do sistema?

15
29/04/2020

31
Exemplo 3

• Um circuito monofásico de distribuição, de 208 V, 60 Hz,


alimenta as seguintes cargas:
 12 lâmpadas incandescentes, de 60 W cada;
 Um aquecedor de 6,4 [kW];
 Um motor 5 [HP], com rendimento de 82% e FP = 0,6 ind.
• Pede-se:

a) Verificar o FP da instalação.
b) Compensar a potência reativa de tal forma que se
obtenha ≥ 0,95.

32
Exemplo 4

• Com o auxílio de um diagrama de fasores, mostre como o


FP produzido por um motor indutivo com FP = 0,7 pode
ser corrigido se aproximando da unidade.
• Dado: o motor de indução pode ser representado por um
circuito RL série.

16
29/04/2020

33
Exemplo 5

• Um motor de indução consome 1,5 [kW] e 7,5 [A] de uma


linha de 220 [V] e 60 [Hz]. Qual deverá ser a capacitância
de um capacitor em paralelo a fim de se aumentar o FP
total para 0,92?

34
Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.
4. P. P. C. Mendes, Eletrotécnica Geral I (notas de aula),
2008.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.

17
Exemplo 1
Exemplo 2
Exemplo 3
Exemplo 4
Exemplo 5
08/05/2020

EEL410.1

Eletricidade II

2. Circuitos Trifásicos

Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

1. Características de
Sistemas Trifásicos

1
08/05/2020

3
Introdução

• A geração de tensão AC é feita através de geradores,


sendo que o gerador elementar constitui de uma bobina
girando imersa em um campo magnético

4
Introdução

• Os geradores das usinas bem como os sistemas de


transmissão e distribuição de energia elétrica são
geralmente trifásicos

• Um sistema trifásico é a combinação de três sistemas


monofásicos, com o mesmo nível de tensão, sendo as
tensões defasadas entre si de 120º

2
08/05/2020

5
Geração de Tensões Trifásicas
• Um gerador trifásico funciona da mesma forma que um
monofásico, porém ele é composto por três enrolamentos
(bobinas independentes), cada uma delas produzindo uma
tensão de mesmo módulo, mas com a defasagem de 120º
• O gerador é capaz de produzir uma potência três vezes maior
que ele produziria se fosse monofásico
• Cada bobina representa uma fase do gerador

6
Geração de Tensões Trifásicas

• O sistema de tensões trifásicas pode ser representado


por:

= ( )
= ( − 120°)
= + 120° = − 240°

3
08/05/2020

7
Geração de Tensões Trifásicas

• Utilizando fasores:

̇ = ∠0°
̇ = ∠ − 120°
̇ = ∠120°= ∠ − 240°

8
Tensões Trifásicas

• Note que em qualquer instante de tempo, a soma das três


tensões é sempre zero

4
08/05/2020

Vantagens no Uso de Sistemas 9

Trifásicos (3Φ)
• Vantagem construtiva do gerador trifásico, incluindo a
capacidade de potência três vezes maior que a de um
monofásico

• Equipamento 3Φ possui menores dimensões, sendo mais leve e


eficiente que o equivalente monofásico (redução de custos)

• Permitem flexibilidade na escolha das tensões

• Podem ser utilizados para alimentar cargas monofásicas

• Linhas mais leves são mais fáceis de instalar e torres podem ser
mais delgadas e espaçadas

• Equipamentos e motores 3Φ apresentam melhores


características de partida e operação que os 1Φ

10

2. Conexões em Sistemas
Trifásicos

5
08/05/2020

11
Introdução

• As fases de um gerador trifásico ou de um transformador


trifásico são as fontes de um circuito 3Φ

• Estes equipamentos são formados por bobinas (ou


enrolamentos) em que os pontos finais (e/ou iniciais)
podem ser unidos

• Esta união pode formar uma conexão em Y (estrela ou


ípsilon) ou conexão em Δ (delta ou triângulo)

• Estas conexões também são usadas para as cargas do


circuito

12
Conexões em Y

• Nesta conexão, os pontos de cada terminal são unidos em


um ponto comum, sendo representado por um Y
• O terminal comum é chamado de terminal neutro (N)

6
08/05/2020

13
Conexões em Y

• A conexão em Y pode ser feita a três ou quatro fios


• A conexão a quatro fios possui um quarto condutor
ligando os pontos neutros da geração e da carga

Conexão a três fios

14
Conexões em Y

• A conexão em Y pode ser feita a três ou quatro fios


• A conexão a quatro fios possui um quarto condutor
ligando os pontos neutros da geração e da carga

Conexão a quatro fios

7
08/05/2020

15
Conexões em Y – Tensões

• Dois níveis de tensão podem ser obtidos na conexão Y:


tensão de fase e tensão de linha (ou tensão fase-fase)

Tensão de Fase
• Tensão obtida entre a saída de um terminal (uma linha) e
o ponto neutro
• Representa o valor da tensão produzida por uma bobina
ou fase do sistema trifásico

̇ = ̇ − ̇

16
Conexões em Y – Tensões

• Dois níveis de tensão podem ser obtidos na conexão Y:


tensão de fase e tensão de linha (ou tensão fase-fase)

Tensão de Linha (ou Tensão Fase-Fase)


• Tensão obtida entre dois pontos de saída ou duas fases
quaisquer, ou entre duas linhas do circuito
• É dada pela diferença fasorial entre as tensões das duas
fases

̇ = ̇ − ̇

8
08/05/2020

17
Conexões em Y – Tensões

18
Conexões em Y – Tensões

• Relação entre tensão de linha e tensão de fase:

9
08/05/2020

19
Conexões em Y – Tensões

• Relação entre tensão de linha e tensão de fase:

̇ = 3 ̇ ∠ ± 30°

• Em módulo: = 3

• Em fase: A defasagem entre a tensão de fase e a tensão


de linha mais próxima é de 30º

20
Conexões em Y – Correntes

• As correntes que percorrem cada uma das linhas


(correntes de linha) são as mesmas que percorrem as
fases (correntes de fase)

̇ = ̇

10
08/05/2020

Conexões em Y – Tensões e 21

Correntes (Resumo)

22
Sequência de Fases – Y

• As fases de um circuito 3Φ são representadas por uma


sequência qualquer de letras (em geral: A B C ou R S T)

• Tomando-se uma fase como referência (por exemplo, fase


A), as outras duas estão defasadas em 120º e 240º (ou
-120º)

• A sequência de fases é a ordem na qual as tensões ou


correntes atingem seus valores máximos

• Sequência positiva: ABC


• Sequência negativa: CBA (ou ACB)

11
08/05/2020

23
Sequência de Fases – Y

• Sequência positiva: ABC

• Sequência negativa: CBA (ou ACB)

ABC ACB

24
Conexões em Δ

• Nesta conexão, o ponto final de um enrolamento é


conectado ao ponto inicial do próximo enrolamento,
sendo representado por um Δ
• Nesta conexão, não existe ponto neutro

12
08/05/2020

25
Conexões em Δ - Tensões

• Nesta conexão, as tensões de linha são iguais às tensões


de fase (só há um nível de tensão possível)

̇ ̇ = ̇

26
Conexões em Δ - Correntes

• Dois níveis de corrente ser obtidos na conexão Δ:


correntes de linha ( ̇ , ̇ , ̇ ) e correntes de fase (correntes
nas bobinas) ( ̇ , ̇ , ̇ )

13
08/05/2020

27
Conexões em Δ - Correntes

• Relação entre corrente de linha e corrente de fase:

28
Conexões em Δ – Correntes

• Relação entre corrente de linha e corrente de fase:

̇ = 3 ̇ ∠ ∓ 30°

• Em módulo: = 3

• Em fase: A defasagem entre a corrente de fase e a


corrente de linha mais próxima é de 30º

14
08/05/2020

Conexões em Δ – Tensões e 29

Correntes (Resumo)

30
Sequência de Fases – Δ

• Nesta conexão, é mais usual definir a sequência de fases


em termos das tensões de linha

• Sequência positiva: AB, BC e CA


• Sequência negativa: AB, CA e BC

ABC ACB

15
08/05/2020

31
Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.
• https://www.fiern.org.br/empresa-indiana-vence-leilao-de-linhas-de-transmissao-de-energia-
no-rn/ (acesso em 08/05/20220)

16
15/05/2020

EEL410.1

Eletricidade II

2. Circuitos Trifásicos

Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

3. Cargas Equilibradas em
Circuitos 3Φ

1
15/05/2020

3
Cargas e Conexões

• Uma carga é chamada de equilibrada quando as três


fases possuem a mesma impedância (módulo e ângulo)

• As conexões entre geradores (fontes) e cargas trifásicas


podem ser de quatro padrões diferentes:

• Y-Y, Y-Δ, Δ-Δ, Δ-Y

• Análise (geral):
• Lei de Ohm e Leis de Kirchhoff
• Analisar particularidades de cada conexão (tensões,
correntes)

4
Gerador Y – Carga Y (Equilibrada)

• Se a carga é equilibrada, não há circulação de corrente


pelo neutro

• As correntes de fase do gerador são iguais às correntes


de linha, que também são as correntes de fase da carga

• A tensão de fase da fonte é igual à tensão de fase da


carga à qual está conectada

• Tem-se:

̇
̇ =
̇

2
15/05/2020

5
Exemplo – Conexão Y-Y (Equilibrada)

• Para o circuito abaixo (sequência de fases da fonte ABC),


pede-se: a) os ângulos de fase 2 e 3; b) o módulo das
tensões de linha; c) as correntes de linha; d) mostre que
IN = 0.

6
Gerador Y – Carga Δ (Equilibrada)

• Cada carga do Δ trifásico está submetida à tensão de


linha, VL, proveniente da fonte trifásica em Y

• As tensões de fase da carga são iguais às tensões de linha


da fonte

• A corrente em cada fase da carga é dada pela relação


entre a tensão de linha e a impedância da fase

3
15/05/2020

7
Exemplo – Conexão Y-Δ (Equilibrada)

• Para o circuito abaixo, pede-se: a) os ângulos de fase 2 e


3; b) as correntes de cada fase conectada à carga; c) o
módulo das correntes de linha.

8
Conexões Δ-Δ e Δ-Y (Equilibradas)

• Na conexão Δ-Δ, cada fase da carga em Δ está submetida


à tensão de linha, VL, proveniente da fonte trifásica em Δ

• Na conexão Δ-Y, cada fase da fonte trifásica em Δ


alimenta dois ramos da carga trifásica em Y

• Os cálculos seguem os mesmos procedimentos vistos


para as conexões Y-Y e Y-Δ

4
15/05/2020

9
Exemplo – Conexão Δ-Δ (Equilibrada)

• Para o circuito abaixo, pede-se: a) os ângulos de fase 2 e


3; b) as correntes de cada fase conectada à carga; c) o
módulo das correntes de linha.

10
Exemplo – Conexão Δ-Y (Equilibrada)

• Para o circuito abaixo, pede-se: a) as tensões de cada fase


conectada à carga; b) o módulo das tensões de linha.

5
15/05/2020

11

4. Potência em Circuitos 3Φ

12
Potência – Conexão Y

• Seja um circuito trifásico com uma carga equilibrada


conectada em Y:

• A potência consumida pelo circuito pode ser obtida


através das grandezas de fase ou das grandezas
grandezas de linha

6
15/05/2020

13
Potência – Conexão Y

• A potência ativa fornecida a cada fase pode ser


determinada por:

= cos = =

onde  é o ângulo de fase entre e

• A potência total fornecida à carga é a soma das potências


fornecidas a cada uma das fases

• Para um circuito equilibrado, as potências nas fases são


iguais, logo:

=3

14
Potência – Conexão Y

• Considerando-se tensões e correntes de linha:

= 3
=

• Logo:

= 3 cos =3

7
15/05/2020

15
Potência – Conexão Y

• A potência reativa associada a cada fase é dada por:

= sen = =

• A potência reativa total é a soma das potências fornecidas


a cada uma das fases. Em um circuito equilibrado:

=3

• Em termos de grandezas de linha:

= 3 sen =3

16
Potência – Conexão Y

• A potência aparente associada a cada fase é dada por:

• A potência aparente total é a soma das potências


fornecidas a cada uma das fases. Em um circuito
equilibrado:

=3

• Em termos de grandezas de linha:

= 3

8
15/05/2020

17
Exemplo – Potência em Conexão Y

• Para a carga em Y abaixo, determine a potência real,


reativa e aparente para cada fase e a total, e o fator de
potência.

18
Potência – Conexão Δ

• Considere um circuito trifásico com uma carga equilibrada


conectada em Δ

• A potência consumida pelo circuito pode ser obtida de


forma semelhante ao cálculo utilizado para a conexão em
Y

9
15/05/2020

19
Potência – Conexão Δ

• Potência ativa

= cos = = =3

• Potência reativa

= sen = = =3

• Potência aparente

= =3

20
Fator de Potência

• Para qualquer caso analisado, o fator de potência da carga


representa a relação entre a potencial ativa a potência
aparente fornecida ao circuito

• Logo:

= = cos

10
15/05/2020

21
Exemplo – Potência em Conexão Δ

• Para a carga em Δ abaixo, determine a potência real,


reativa e aparente total, e o fator de potência.

22
Medição de Potência

• Para medição de potência em circuitos CA utiliza-se um


instrumento chamado wattímetro

• O wattímetro é composto de um sensor de corrente e de


um sensor de tensão

• Como a potência é função dos valores de tensão e


corrente, a indicação do valor de potência é feita com
base nos valores medidos de tensão e corrente

• O wattímetro monofásico é um instrumento de quatro


terminais

11
15/05/2020

23
Medição de Potência

• Em um circuito monofásico a medição é feita diretamente


através da medição da corrente e da tensão sobre a carga
• Os sensores de corrente e de tensão do wattímetro são
conectados como um amperímetro e um voltímetro
comuns
• Para a medição de potências trifásicas, podem ser
utilizados dois métodos diferentes:

• Método dos 3 wattímetros

• Método dos 2 wattímetros

24
Método dos 3 Wattímetros

• A potência em cada fase do circuito é medida de maneira


independente, utilizando-se um wattímetro para cada fase

• A potência total fornecida à carga é a soma das potências


medidas nos três wattímetros

• As conexões mudam de acordo com o tipo de conexão


utilizada, Y ou Δ

12
15/05/2020

25
Método dos 3 Wattímetros

26
Método dos 3 Wattímetros

13
15/05/2020

27
Método dos 2 Wattímetros

• A medição de potência em circuitos trifásicos pode ser


feita utilizando-se apenas dois wattímetros

• Escolhem-se duas das fases para a medição de corrente


por cada um dos wattímetros

• Já os valores de tensão são medidos entre as mesmas


duas fases escolhidas e a terceira fase

• A potência total pode ser a soma ou a subtração dos


valores indicados pelos dois wattímetros, dependendo
das características do circuito

• Este método só pode ser utilizado para sistema a 4 fios se


este for equilibrado

28
Método dos 2 Wattímetros

14
15/05/2020

29
Método dos 2 Wattímetros

Determinação se a potência total é dada pela soma ou


pela subtração dos valores obtidos nos wattímetros

• Existem duas verificações possíveis

• A primeira delas é feita a partir do fator de potência do


circuito:

• Quando o fator de potência da carga é maior que 0,5


(indutivo ou capacitivo), os valores dos dois wattímetros
devem ser somados

• Quando o fator de potência é menor que 0,5, os valores


devem ser subtraídos (o valor maior menos o valor menor)

30
Método dos 2 Wattímetros

• A segunda forma é um método prático que deve ser


realizado durante a medição

• Neste caso:
• Seleciona-se a linha na qual não se faz a medição de corrente

• Desliga-se desta linha o ponto de medição de tensão do


wattímetro que apresenta a leitura de menor valor

• Conecta-se este ponto ao ponto de medição de corrente do


wattímetro que apresenta leitura de maior valor

• Se a nova leitura for negativa, a potência total é a diferença


entre as leituras originais

• Se a nova leitura for positiva, a potência total é a soma das


duas leitura originais

15
15/05/2020

31
Determinação do FP

• Para um sistema equilibrado:

= 3 cos

• Assim, o fator de potência pode ser obtido a partir das


leituras dos wattímetros e dos módulos da tensão e da
corrente de linha

32
Circuitos Desequilibrados
• Quando a carga possui impedâncias diferentes, ocorre um
desequilíbrio no sistema trifásico

• Na prática, a maioria dos circuitos 3Φ é desequilibrada,


pois muitas vezes é impossível controlar a quantidade ou
o tipo de carga que está conectada a cada uma das fases

• Como as correntes em cada fase são diferentes, se o


circuito for Y-Y a quatro fios, a solução se torna
simplificada, já que a diferença de corrente flui pelo
neutro

• Para outros circuitos a solução segue as Leis de Kirchhoff,


podendo ser realizada por análise de malhas ou outro
método de resolução de circuitos

16
15/05/2020

33
Circuitos Desequilibrados

Potência em Circuitos Desequilibrados

• A potência em circuitos trifásicos desequilibrados pode


ser medida utilizando-se o método dos 3 wattímetros ou
o método dos 2 wattímetros

• Para cargas em Y, o método dos 2 wattímetros deve ser


usado apenas para sistemas a 3 fios

34
Referências

1. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª


edição, 2009.
2. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”,
Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012
© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.
• http://www.politerm.com.br/Produto-PRODUTOS-Wattimetros-Wattimetro-Monofasico-de-
Bancada-Analogico-Ponteiro-modelo-71-versao-245-262.aspx (acesso em 08/05/2019)

17
24/05/2020

EEL410.1

Eletricidade II

3. Circuitos Magnéticos

Camila Paes Salomon

Universidade Federal de Itajubá


camilapsalomon@unifei.edu.br

1. Revisão sobre
Eletromagnetismo

1
24/05/2020

3
Introdução

• Magnetismo: importante em quase todos os


equipamentos elétricos usados atualmente –
industriais, de pesquisa ou domésticos

• Geradores, motores elétricos, transformadores,


disjuntores, aparelhos de televisão, computadores,
gravadores, telefones...

4
Introdução

Aplicações

2
24/05/2020

5
Campo Magnético

Campo Magnético
• Região em torno de um ímã, onde ocorre uma força
magnética de atração ou repulsão

6
Campo Magnético

Sentido

• As linhas de campo são linhas envoltórias imaginárias


fechadas, que saem do pólo norte e chegam no pólo sul

3
24/05/2020

7
Campo Magnético

Exemplo – linhas de campo magnético

8
Campo Magnético

Exemplos – linhas de campo magnético

4
24/05/2020

9
Espraiamento

• Na prática, dificilmente tem-se um campo magnético


perfeitamente uniforme
• Nas bordas de um elemento magnético há sempre
algumas distorções nas linhas de campo, chamadas de
espraiamento

10
Fluxo Magnético

Fluxo magnético ( )

• Quantidade de linhas de campo que atingem


perpendicularmente uma dada área

• Unidade: [Wb] (weber)

N S

5
24/05/2020

11
Densidade de Fluxo Magnético
Densidade de Fluxo magnético (B)

• Unidade: [T] (tesla)


• 1 [T] = 1 [Wb/m2]

Onde:
• = fluxo magnético [Wb]
• A = área da seção perpendicular ao
fluxo magnético [m2]

12
Permeabilidade Magnética

• Medida de quão facilmente um material permite o


estabelecimento de um campo magnético em seu meio

• Símbolo:
• Unidade: [H/m] ou [Wb/(A.m)]
• Permeabilidade do vácuo: =4 10 [H/m]

• Permeabilidade relativa ( ):

6
24/05/2020

13
Permeabilidade Magnética

Tipos de materiais

• Materiais diamagnéticos: têm a permeabilidade menor


que a do vácuo.

• Materiais paramagnéticos: têm a permeabilidade um


pouco maior que a do vácuo.

• Materiais ferromagnéticos: têm permeabilidade de


centenas e até milhares de vezes maiores que o vácuo.
São ferro, níquel, aço, cobalto e ligas desses materiais

14
Permeabilidade

0 = 4 10-7 [H/m]

7
24/05/2020

15
Relutância
Relutância Magnética (Re)

• Medida de oposição que um meio oferece ao estabelecimento e


concentração de linhas de campo magnético

• Unidade: [Ae/Wb]
Onde:
• l = comprimento médio do caminho magnético das linhas de
campo no meio [m]
• µ = permeabilidade magnética do meio [H/m]
• A = área da seção transversal [m2]

16
Experiência de Oersted
• Existe um campo magnético em torno de qualquer
condutor percorrido por corrente
• Direção e sentido do campo: regra da mão direita (regra
de Ampère)

8
24/05/2020

17
Experiência de Oersted
• Existe um campo magnético em torno de qualquer
condutor percorrido por corrente
• Direção e sentido do campo: regra da mão direita (regra
de Ampère)

Espira:
“1 volta”

18
Solenoide
Campo Magnético em uma Bobina ou Solenoide

Bobina:
Condutor enrolado de
forma que há várias
espiras

Densidade do campo
magnético no centro
de um solenoide:

9
24/05/2020

19
Solenoide
Campo Magnético em uma Bobina ou Solenoide

• Densidade de linhas de campo determina


intensidade do campo magnético
• Bobina: campo mais fraco que ímã permanente

20
Solenoide
Campo Magnético em uma Bobina ou Solenoide

• Inserção de um núcleo de ferro (material ferromagnético):


eletroímã
• Aumento da concentração de fluxo no interior da bobina
• Intensidade do campo magnético pode ser modificada
alterando-se seus parâmetros (corrente, número de espiras,
etc.)

10
24/05/2020

21
Solenoide

Eletroímã

22
Solenoide
Sentido do Campo Magnético

11
24/05/2020

Vetor Intensidade de Campo 23

Magnético
Vetor Intensidade de Campo Magnético ou Vetor
Força Magnetizante (H)

• Ao campo magnético induzido (gerado) pela corrente


elétrica na bobina, independentemente da permeabilidade
magnética do material do núcleo (meio)

= ⇒ = ⇒ =

= = =

Vetor Intensidade de Campo 24

Magnético
Vetor Intensidade de Campo Magnético ou Vetor
Força Magnetizante (H)

= = =

• Unidade: [Ae/m]

Onde:
• N = número de espiras da solenoide
• I = intensidade de corrente no condutor [A]
• l = comprimento do núcleo magnético [m]

• A densidade de fluxo magnético B é o efeito da força


magnetizante H em um dado meio µ

12
24/05/2020

25
Força Magnetomotriz

• Densidade do fluxo de um eletroímã: diretamente


relacionada ao número de espiras em torno do núcleo
pela intensidade da corrente que atravessa o enrolamento

• O produto dos dois é chamado de força magnetomotriz


(fmm), definida por:

• Unidade: [Ae]

26
Força Magnetomotriz

Força Magnetomotriz (fmm)

• = e =

• Relutância: =

• Densidade de campo magnético: =


• Fluxo magnético: =

13
24/05/2020

27
Indução Eletromagnética

• Michael Faraday e Joseph Henry se dedicaram a obter


corrente elétrica a partir do campo magnético

• Experimento de Faraday: se numa região próxima a um


condutor, bobina ou circuito elétrico houver uma variação
de fluxo magnético, aparecerá nos seus terminais uma
diferença de potencial (ddp), chamada de força
eletromotriz induzida (fem) ou tensão induzida

• Se o circuito elétrico estiver fechado, esta força


eletromotriz induzida fará circular uma corrente elétrica
induzida

28
Indução Eletromagnética
Lei de Lenz-Faraday

• Para uma bobina de N espiras:

=−

e = tensão [V]; = fluxo magnético [Wb]; N = número de espiras

• A polaridade da tensão e é tal que a corrente resultante dela


produz um fluxo que se opõe à alteração do fluxo original (ou
corrente originalmente responsável por ela): Lei de Lenz

14
24/05/2020

29
Exemplo 1

• O solenoide da figura (N = 1000; l = 30 cm; = ; A = 10


mm2) é alimentado por uma fonte de 30 V, sendo que a
lâmpada possui potência de 300 W.
• Desprezando a resistência elétrica do fio, pede-se: a) corrente
elétrica; b) relutância; c) permeabilidade; d) intensidade de
campo magnético; e) densidade de campo magnético; f) fluxo
magnético; g) força magnetomotriz.

30

2. Circuitos Magnéticos

15
24/05/2020

31
Circuito Magnético

• Circuito magnético: é um percurso fechado através


do qual circula um fluxo magnético, gerado por uma
força magnetomotriz (fmm)

• Circuitos magnéticos são compostos de:

• Materiais magnéticos
• Fontes de fmm
• Fluxo magnético
• Relutâncias

32
Fonte de Força Magnetomotriz

• A fmm consiste nos ampère-espiras de uma bobina nas


quais uma corrente circulante produz um fluxo

• É análoga à fonte de tensão (ou de corrente) em circuitos


elétricos

• Pode ser representada por uma fonte de tensão ligada aos


terminais de uma bobina

16
24/05/2020

33
Material Magnético

• Representa o meio através do qual o fluxo irá circular


• É análogo aos condutores presentes em circuitos elétricos
• Em geral, são compostos de materiais ferromagnéticos
(alta permeabilidade)
• Assim, promovem um bom confinamento do fluxo em seu
interior

34
Relutância

• Como já visto, a intensidade de campo magnético ou


força magnetizante (H) corresponde à força
magnetomotriz por unidade de comprimento

17
24/05/2020

35
Relutância
• Tem-se:

ℓ=

• Se o comprimento total de uma linha de fluxo for , a fmm


associada à esta linha de fluxo é dada por:

=
• Portanto, se:

• Então:

36
Relutância

• A densidade de fluxo (B) é dada por:

• Logo:

• Considere agora a Lei de Ohm, da Eletricidade:

18
24/05/2020

37
Relutância
• Existe uma semelhança entre as equações:

= e =

• No caso elétrico: tem-se uma força eletromotriz (fonte de


tensão V), uma corrente I, produzida pela fonte de tensão, e
uma medida da resistência à circulação de corrente, R.

• No caso magnético: tem-se uma força magnetomotriz fmm,


um fluxo magnético Φ, produzido pela força magnetomotriz, e
um termo que pode ser considerado uma medida da
resistência à circulação do fluxo magnético.

38
Relutância
• O termo que representa a medida da resistência ao fluxo
magnético é chamado de relutância:

• Unidade: [Ae/Wb]

• Assim:

(Lei de Ohm dos circuitos magnéticos)

19
24/05/2020

39
Relutância
• Análise da definição de relutância:

• Quanto maior a permeabilidade do meio, menor a


relutância:
• Materiais ferromagnéticos são muito utilizados em
circuitos magnéticos por possuírem alta
permeabilidade
• Quanto maior a área do material percorrido pelo fluxo,
menor a relutância
• Quanto mais longo o caminho formado pelo material
magnético, maior a relutância

40
Relutância

• Em circuitos elétricos:
• A corrente procura seguir o caminho de menor
resistência

• Em circuitos magnéticos:
• O fluxo procura seguir o caminho de menor
relutância

20
24/05/2020

41
Relutância
• Análise da relutância

42
Entreferros

• Seja um circuito magnético formado por um toróide


fechado de ferro:
• O fluxo gerado neste circuito irá circular confinado
no interior do ferro

• Seja agora retirar uma pequena seção transversal do


toróide:
• O circuito formado pelo material ferromagnético
será interrompido pelo ar
• Assim, insere-se no circuito original uma elevada
relutância

21
24/05/2020

43
Entreferros

• Seções de materiais de permeabilidades diferentes


inseridas no circuito ferromagnético original são
chamadas de entreferros

• Entreferros são normalmente construídos com dimensões


bem reduzidas, de forma que, mesmo nestas regiões, o
fluxo permanece praticamente todo confinado ao circuito

44
Entreferros
• À medida que o entreferro aumenta, a dispersão do fluxo
também aumenta, reduzindo a quantidade que fica confinada
ao circuito

22
24/05/2020

45
Entreferros

• Representação do circuito magnético com entreferro:

Analogia – Circuito Elétrico e 46

Circuito Magnético

Circuito Magnético Circuito Elétrico

23
24/05/2020

Analogia – Circuito Elétrico e 47

Circuito Magnético

Circuito Elétrico Circuito Magnético


i = Corrente Elétrica = Fluxo Magnético
e = Força Eletromotriz fmm = Força Magnetomotriz
R = Resistência Elétrica Re = Relutância Magnética
G = Condutância Elétrica Pe = Permeância Magnética

Permeabilidade
= Condutividade elétrica =
Magnética

e = . F = =

∑ = 0 (Lei de Kirchhoff) ∑ = 0

48
Exemplo 2
• Uma bobina tem uma fmm de 400 Ae e uma relutância de
2x106 Ae/Wb. Calcule o fluxo total .

24
24/05/2020

49
Exemplo 3
• Um núcleo em anel de aço temperado com uma densidade de
fluxo de 0,72 T possui uma permeabilidade de 8 x 10-3 Tm/Ae.
Se o comprimento do anel for de 20 cm e a área da sua secção
for de 2,5 cm2, calcule a relutância do percurso.

• Se além dos 20 cm de comprimento do percurso houver um


entreferro de 0,2 cm, qual a relutância do espaço de ar e qual a
fmm necessária para manter a densidade de fluxo de 0,72 T?
(μar = μ0)

50
Exemplo 4
• Um toróide é composto de três materiais ferromagnéticos
diferentes e envolvido por uma bobina de 100 espiras. O
material a é uma liga de ferro-níquel, com o comprimento
médio de 0,3 m. O material b é aço-silício médio e tem
comprimento de arco médio de 0,2 m. O material c é aço
fundido com comprimento de arco médio de 0,1 m. Cada
material tem área de secção transversal de 10 cm2.

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Exemplo 4

• Calcule a força magnetomotriz necessária para gerar um


fluxo de 6 x 10-4 Wb.
• Que corrente deve circular pela bobina?
• Calcule a permeabilidade relativa e a relutância de cada
material utilizado.
(μa = 0,06 N/A2; μb = 7,79x10-3 N/A2; μc = 1,87 x 10-3 N/A2)

52

3. Histerese e Perdas no
Ferro

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53
Magnetização do Ferro

• O processo de magnetização e desmagnetização de um


material ferromagnético envolve um armazenamento e
uma liberação de energia que não é totalmente reversível

• Equipamentos como transformadores possuem um núcleo


de ferro que é magnetizado através da aplicação de uma
tensão alternada:
• O ferro passa por um processo cíclico de magnetização
e desmagnetização

• Quando este tipo de material é magnetizado, durante


cada meio ciclo, a quantidade de energia armazenada no
campo magnético excede a que é liberada na
desmagnetização

54
Magnetização do Ferro
• A magnetização de um material magnético pode ser feita
enrolando-se uma espira em um núcleo deste material
• A intensidade de campo H, gerada pelo enrolamento provoca a
circulação de um fluxo magnético no material
• Uma curva B x H pode então ser utilizada para representar a
magnetização deste material

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Magnetização do Ferro

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Magnetização do Ferro
• O processo de magnetização é devido ao alinhamento dos
domínios magnéticos do material
• Em um material magnético, mesmo cessada a fonte de
magnetização, parte dos domínios do material continuam
alinhados
• Esta parcela dos domínios que continua em alinhamento
confere um valor de magnetismo, Br, ao material chamada de
densidade de fluxo residual
• O valor da densidade de fluxo residual depende do valor da
intensidade de campo com a qual o material é magnetizado
• O valor máximo de densidade de fluxo que um material pode
atingir é chamado de retentividade

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Magnetização do Ferro

58
Magnetização do Ferro
• Mesmo quando a intensidade de campo volta a ser zero, o
material permanece magnetizado
• A densidade de fluxo magnético B, encontra-se atrasada
em relação à intensidade de campo H
• Este fenômeno é chamado de histerese (do grego, “ficar
atrás”)
• Para que a densidade de fluxo volte a ser nula, é preciso
que se aplique uma intensidade de campo no sentido
inverso
• O valor da intensidade de campo necessária para zerar a
densidade de fluxo residual, Hc, é chamado de força
coerciva
• O valor máximo de força coerciva em um material é
chamado de coercividade

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59
Magnetização do Ferro

60
Perdas por Histerese

• O ciclo de histerese corresponde à variação da densidade


de fluxo em função da intensidade de campo magnético
para um material ferromagnético numa condição cíclica

• O ponto dominante do ciclo de histerese é a reorientação


lenta dos domínios em resposta a uma força
magnetizante que varia ciclicamente

• Uma característica da curva de histerese é que o retorno


da curva não é feito sobre a trajetória inicial da
magnetização

• Assim, forma-se uma área interna no ciclo da histerese

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61
Perdas por Histerese
• Pelo balanço de energia, a
quantidade de energia liberada
deve ser igual à quantidade de
energia armazenada

• A curva abca representa as


perdas por histerese por meio
ciclo

• Estas perdas estão relacionadas


à energia dissipada como calor
durante o processo de
orientação dos domínios
magnéticos

62
Perdas por Histerese
• A perda por histerese, por ciclo, pode ser calculada através da
área interna do ciclo de histerese

wh = (área do ciclo de histerese)

• Uma estimativa para estas perdas pode ser obtida por:

Onde: Bm = densidade de fluxo máxima; Kh = constante que


depende do material; e o expoente n também depende do
material, variando de 1,5 a 2,5.

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Perdas por Histerese

• Em termos de potência, a perda é dada por:

Onde:

• v = volume do material ferromagnético


• f = frequência de variação de da intensidade de campo

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Perdas por Histerese
• Materiais magneticamente moles são os que apresentam
menores perdas por histerese

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Perdas por Correntes de Foucault

• Outro tipo de perda relacionada ao processo de


magnetização de materiais ferromagnéticos é a perda por
correntes parasitas, conhecidas como correntes de
Foucault

• Estas correntes são corrente que circulam em percursos


fechados no interior do próprio material, causando
aquecimento

• Para se reduzir estas perdas, núcleos ferromagnéticos


são feitos de forma laminada, em vez de utilizar uma
estrutura sólida

66
Perdas por Correntes de Foucault

Estrutura sólida e estrutura laminada

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Perdas por Correntes de Foucault

• De forma geral, as perdas de potência por correntes


parasitas podem ser expressas por:

Onde:
• Ke = constante que depende do material
• f = frequência da variação de fluxo (Hz)
• Bm = densidade de fluxo máxima
•  = espessura da laminação
• v = volume total do material

68
Referências
1. R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson,
12ª edição, 2012.
2. M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.
3. E. T. Wanderley Neto, Eletricidade (notas de aula), 2014.
4. P. P. C. Mendes, “Materiais e Circuitos Magnéticos”, UNIFEI, 2004.

Direitos autorais das figuras:


• R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012 © 2011
Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados.
• M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.
• https://www.codecogs.com/library/physics/magnetism/magnetic-leakage.php (acesso em 24/05/2020)
• https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/fluxo-magnetico.htm (acesso em 24/05/2020)
• https://www.a-levelphysicstutor.com/field-magnet-1.php (acesso em 24/05/2020)
• https://blog.bioquimica.cl/2017/11/08/construye-un-electroiman/ (acesso em 24/05/2020)
• https://docente.ifrn.edu.br/odailsoncavalcante/disciplinas/maquinas-eletricas-e-acionamentos/revisao-de-
eletromagnetismo (acesso em 24/05/2020)
• http://www.barrascarpetta.org/01_ele/m_1/m1_u8.htm (acesso em 24/05/2020)
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_de_Foucault (acesso em 24/05/2020)

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Lista 2 – Tensão e Corrente Alternadas

1. Exercícios Propostos

1) Um alternador de Itaipu tem 78 polos e frequência de 60 [Hz]. Qual é a sua rotação em [rpm]? Quantos graus
mecânicos a bobina deste alternador tem de percorrer para realizar um ciclo completo?

Resposta: n = 92,31 [rpm]; θmec = 9,23º.

2) O condutor no alternador elementar mostrado na figura a seguir está girando a 60 [Hz], e a tensão induzida tem um
pico de 50 [V]. Determine a tensão induzida 20 [ms] após o condutor passar por uma posição horizontal (paralela às
linhas de campo) se a tensão está aumentando.

⃗⃗
𝑩

Resposta: 𝜀 = -15,44 [V].

3) No alternador elementar apresentado na figura acima, qual deve ser a velocidade angular com que deve girar a espira,
cujas dimensões são 20 [cm] x 20 [cm], para gerar uma f.e.m. cujo valor máximo é 1 [V]? Qual será a equação da f.e.m.
instantânea gerada? A indução magnética do campo é B = 2000 [gauss]. Para t = 0, o plano da espira está perpendicular
às linhas de campo.

Resposta: ω = 125 [rad/s]; 𝜀 = 𝑠𝑒𝑛(125𝑡) [V].

4) As características mecânicas de um alternador limitam sua rotação a um valor máximo de 500 [rpm]. Qual é o número
mínimo de polos que deve ter este alternador para que a frequência da tensão gerada seja 60 [Hz]? Nestas condições,
qual será a rotação do alternador?

Resposta: 16 polos; n = 450 [rpm].

5) Uma bobina de 1000 espiras enroladas sobre um núcleo cilíndrico cuja seção transversal é de 3 [cm] de diâmetro está
no interior de um campo magnético 𝐵⃗ = 1,6 cos(400𝑡) [T]. Sabendo-se que nos terminais desta bobina está conectada
uma resistência de 100 [Ω], determine o valor máximo de corrente que passa por esta resistência.

Resposta: Imax = 4,52 [A].

6) Calcule o valor médio e o valor eficaz para as formas de onda a seguir:

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a) b) c)

Resposta: a) Vmed = 25 [V]; V = 28,87 [V]; b) Vmed = 3,33 [V]; V = 5,77 [V]; c) Vmed = 0,637Vmax; V = 0,707Vmax.

7) Escreva a expressão para uma tensão senoidal, cujo valor máximo é 155,6 [V] e frequência 50 [Hz]. A referência para
t = 0 é o ponto onde dv/dt é positivo e v = 77,8 [V].

Resposta: 𝑣(𝑡) = 155,6 𝑠𝑒𝑛 (314,16𝑡 + 30°) [V]

8) Determine a amplitude, o valor eficaz e a frequência para as seguintes expressões:

a) 𝑣 = 28,28 𝑠𝑒𝑛(377𝑡) [V]


b) 𝑖 = 3,54 cos(6283,19𝑡) [A]

Resposta: a) Vmax = 28,28 [V]; V = 20 [V]; f = 60 [Hz]; b) Imax = 3,54 [A]; I = 2,5 [A]; f = 1 [kHz].

9) Determine o ângulo de fase para os seguintes pares de ondas alternadas senoidais:

a) 𝑣 = 32 𝑠𝑒𝑛 (400𝑡 + 30°) [V] e 𝑖 = −18 𝑠𝑒𝑛 (400𝑡 − 60°) [A]


b) 𝑣 = 10 𝑠𝑒𝑛 (377𝑡 + 20°) [V] e 𝑖 = 12 𝑠𝑒𝑛 (754𝑡 − 15°) [A]
c) 𝑣 = 180 𝑠𝑒𝑛 (377𝑡 + 10°) [V] e 𝑖 = 5 cos(377𝑡 + 45°) [A]

Resposta: a) 𝜑 = -90º; b) Não existe; c) 𝜑 = -125º.

10) Uma onda senoidal, na frequência de 50 [Hz] e valor de pico de 100 [V] encontra-se atrasada de 60º de uma outra
onda senoidal, também de 50 Hz e valor de pico de 50 [V]. Esboce o diagrama das duas ondas e calcule a defasagem de
tempo entre as duas.

Resposta: Δt = 3,333 [ms].

2. Exercícios do livro M. Gussow, “Eletricidade Básica”, 2ª edição, 2009

Problemas do Capítulo 12 (sugeridos: 12.19, 12.20, 12.21, 12.31, 12.35).

3. Referências

[1] R. L. Boylestad, “Introdução à Análise de Circuitos”, Editora Pearson, 12ª edição, 2012.
[2] M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.
[3] C. Ferreira, “Eletrotécnica I” (apostila).

2
Lista 2 - Tensão e Corrente Alternadas
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Lista 3 – Fasores e Impedância

1. Exercícios Propostos

1) Uma corrente alternada de forma senoidal, 60 [Hz], de amplitude 5 [A] e defasagem inicial de 30° passa por uma
indutância de 20 [mH]. Qual é a tensão observada nos terminais desta indutância?

Resposta: 𝑉̇ = 26,66∠120° [V] ou 𝑣(𝑡) = 37,70 sen(377𝑡 + 120°) [V].

2) Se aplicarmos uma tensão com a forma

4𝜋
𝑣 = 10𝑠𝑒𝑛(120𝜋𝑡 + 60°) − 2𝑠𝑒𝑛(60𝜋𝑡) + 0,5𝑠𝑒𝑛 (1000𝑡 + ) [V]
5

sobre um capacitor de 10 [µF], que corrente circulará por este capacitor?

Resposta: 𝑖(𝑡) = 37,70 cos(120𝜋𝑡 + 60°) − 3,77 cos(60𝜋𝑡) + 5 cos(1000𝑡 + 144°) [mA].

3) Qual o valor da reatância e da impedância para um capacitor de 2,7 [nF] e para um indutor de 35 [mH], quando utilizados
em uma frequência de 60 [Hz]? E em uma frequência de 1 [kHz]? E se forem utilizados em tensão contínua?

Resposta:
a) Em 60 [Hz]: 𝑋𝐶 = 982,44 [kΩ] e 𝑍̇𝐶 = −𝑗982,44 = 982,44∠ − 90° [kΩ]; 𝑋𝐿 = 13,19 [Ω] e 𝑍̇𝐿 = 𝑗13,19 = 13,19∠90° [Ω].
b) Em 1 [kHz]: 𝑋𝐶 = 58,95 [kΩ] e 𝑍̇𝐶 = −𝑗58,95 = 58,95∠ − 90° [kΩ]; 𝑋𝐿 = 219,91 [Ω] e 𝑍̇𝐿 = 𝑗219,91 = 219,91∠90° [Ω].
c) Em tensão contínua: 𝑋𝐶 = 𝑍̇𝐶 → ∞ ; 𝑋𝐿 = 𝑍̇𝐿 = 0.

4) Um circuito é formado por um resistor de 40 [Ω] e uma capacitância de 36 [μF] ligados em paralelo e alimentados por
uma fonte de tensão senoidal de 60 [Hz]. Calcule o módulo e a fase da impedância do circuito.

Resposta: 𝑍̇𝑇 = 35,15∠ − 28,5° [Ω].

5) Uma fonte alimenta um circuito formado por um resistor de 50 [Ω], uma reatância capacitiva de 200 [Ω] e uma reatância
indutiva de 100 [Ω] ligados em série. Calcule a impedância total do circuito, em módulo e fase. Se a frequência da fonte é
de 1 [kHz], qual é o valor da capacitância e da indutância do circuito? Se a tensão eficaz aplicada é de 220 [V], qual é o
valor de pico da corrente que circula no circuito?

Resposta: 𝑍̇𝑇 = 111,80∠ − 63,43° [Ω]; 𝐿 = 15,92 [mH]; 𝐶 = 795,77 [nF]; 𝐼𝑝 = 2,78 [A].

6) Uma fonte de corrente de 50 [Hz] alimenta uma impedância composta de um resistor de 40 [Ω], uma reatância capacitiva
de 25 [Ω] e uma reatância indutiva de 35 [Ω]. Todos em paralelo. Calcule a impedância total do circuito, em módulo e fase.
Qual o valor da capacitância e da indutância utilizadas? Qual o valor da tensão eficaz aplicada sobre os elementos se a
fonte gera uma corrente de 3 [A] de pico?

Resposta: 𝑍̇𝑇 = 36,38∠ − 24,57° [Ω]; 𝐿 = 111,41 [mH]; 𝐶 = 127,32 [µF]; 𝑉 = 77,17 [V].

1
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̇ ) para os circuitos abaixo:


7) Calcule a impedância equivalente (𝑍𝐴𝐵

a) b)

c) d)

̇ = 7,42∠62,14° [Ω]; b) 𝑍𝐴𝐵


Resposta: a) 𝑍𝐴𝐵 ̇ = 4,54∠58,00° [Ω]; c) 𝑍𝐴𝐵
̇ = 594,75∠4,03° [Ω]; d) 𝑍𝐴𝐵
̇ = 2,88∠27,00° [Ω].

8) Dados os diagramas de fasores abaixo, determine a impedância e a admitância equivalente a eles correspondentes.

a) b)

Resposta: a) 𝑍̇𝑇 = 40∠45° [Ω] e 𝑌𝑇̇ = 25∠ − 45° [mS]; b) 𝑍̇𝑇 = 2,06∠ − 14,1° [Ω] e 𝑌𝑇̇ = 0,49∠14,1° [S];

9) Um circuito é formado por um resistor de 1 [kΩ], uma capacitância de 50 [pF] e uma indutância de 50 [μH], todos em
paralelo. Em que frequência o circuito se torna puramente resistivo? Se os elementos estiverem em série, em que
frequência o circuito se torna puramente resistivo?

Resposta: 𝑓 = 3,183 [MHz].


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2. Exercícios do livro M. Gussow, “Eletricidade Básica”, 2ª edição, 2009

• Problemas do Capítulo 13 (sugeridos: 13.21, 13.22, 13.23, 13.34, 13.40).


• Problemas do Capítulo 14 (sugeridos: 14.20, 14.21, 14.26, 14.39, 14.44).

3. Referências

[1] M. Gussow, “Eletricidade Básica”, Editora Bookman, 2ª edição, 2009.


[2] E. T. Wanderley Neto, “Eletricidade”, 2014.
[3] C. Ferreira, “Eletrotécnica I” (apostila).

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