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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

CAMPUS ITABIRA

BRENDA MONIZE RIBEIRO - 2019009784


GIOVANNI PARAIZO TORTURELLA - 2019014739
KLUYVERT ALLAN BRAGANÇA PATROCÍNIO -
2019016152

ESTUDO DE CASO
EMEI25 - Turma 01

DIMENSIONAMENTO DE UM REDUTOR DE ENGRENAGENS DE DENTES


RETOS

Itabira - MG
Dezembro de 2022

Estudo de caso – Parte II1


1 CONTEXTUALIZAÇÃO DAS APLICAÇÕES

Um virador de vagões é equipamento que promove o giro de vagões GD com objetivo


de descarregá-lo. O giro obedece a um padrão de 180° e a carga se desloca do vagão pelo
efeito da gravidade. A carga mais comum para esse tipo de descarregamento é o minério de
ferro. O virador de vagões é um equipamento robusto, pesando mais de 280 toneladas. Ele
descarrega 2 vagões de cada vez que possuem 80 toneladas cada quando carregados,
totalizando 440 toneladas, tendo uma capacidade de descarga nominal de 8,8 mil toneladas
por hora.
Para que esse equipamento funcione precisamos de um motor elétrico de alta
potência, e para transmitir essa potência de forma a atender as necessidades do equipamento
durante o processo de descarga, precisamos de um redutor de velocidade. Esse redutor de
velocidade tem que ser capaz de transmitir a força necessária ao movimento de giro do
equipamento em uma velocidade baixa e constante, além de fazer o movimento reverso,
virando o vagão para a descarga e depois retornando-o para o estado inicial.
A caixa redutora é um mecanismo responsável por reduzir a velocidade proveniente de
um motor, do qual está interligada por meio de uma engrenagem, que faz com que o eixo gire
lentamente e promova a redução da velocidade e um ganho de torque. Uma caixa redutora
dispõe de um conjunto composto por eixos de saída e de entrada, engrenagens e rolamentos,
sua carcaça normalmente é feita de ferro fundido ou alumínio.
De acordo com Norton (2014), os eixos são os responsáveis por transmitir movimento
de rotação e torque, de um lado ao outro, no qual podem fazer parte integral do acionador ou
pode ser um eixo livre que pode estar interligado a um outro elemento por meio de um
acoplamento.
Ainda de acordo com Norton (2014) às cargas das quais o eixo está submetido podem
ser de dois tipos, sendo elas de torção, provenientes do torque que é transmitido, ou flexão
devido às cargas transversais atuantes nas engrenagens ou polias que por ventura estejam
acopladas ao eixo.

2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Os métodos utilizados para realização do projeto de dimensionamento de uma caixa


redutora, com engrenagens de dentes retos para aplicação em um virador de vagões, estão
pautados em análises de dados extraídos de artigos relacionados ao tema, verificações
bibliográficas, além de comparações com outros redutores presentes no mercado.

3 DISCUSSÃO
O motor W50 mining de 1250 CV de potência e tensões até 690 V é designado para
viradores de vagões. O diâmetro da estrutura circular frontal possui aproximadamente 10,5
metros e 22 metros de comprimento, capaz de virar dois vagões por vez. Os vagões possuem
em média 10 metros de comprimento, 2,9 metros de largura e 3,3 metros de altura.
Todos os componentes estarão expostos ao ar livre e por isso estarão sujeitos às
condições climáticas, sendo afetados pela umidade e corrosão. Os vagões estão
constantemente se chocando com as folgas quando o vagão é engatado, fixado, virado,
descarregado, subitamente e retorna à posição inicial com menos carga. Todos esses
movimentos provocam oscilações em todo o equipamento, o material deve ser coerente com
todos os dados de entrada. Abaixo, é apresentado os dados das tensões no vagão em
Megapascal durante o descarregamento e retorno de um ciclo completo de um oscilograma:

Figura 1 - Oscilograma ao descarregar o vagão

Fonte: Richmond Engineering Works

Estudo de caso – Parte II3


Figura 2 - Oscilograma ao retornar o vagão

Fonte: Richmond Engineering Works


A caixa de redução aciona o virador por uma corrente ou diretamente por engrenagem
como mostrado na figura 4, o componente 28, ligada à estrutura frontal e traseira do virador
que são circulares, respectivamente da seguinte forma:
Figura 3 - Virador de vagão acionado por corrente

Fonte:https://www.fabricadoprojeto.com.br/tag/virador-de-vagoes/?lang=en

Figura 4 - Acionamento direto por engrenagem


Fonte: https://www.patentsencyclopedia.com/app/20120048627

Estudo de caso – Parte II5


Figura 5 - Drive Base

Fonte: https://www.richmondengineering.com/wp-content/uploads/2017/02/REW-brochure-e-2.pdf

Segundo o consultor Luis Morgado, de manuseio de material sólido e granel em uma


publicação sobre virador de vagões “...o cálculo estrutural deve levar em considerações
fatores de impacto e limites de deformações que foram obtidas pelas experiências
passadas…”. Portanto, sabe-se que esse equipamento passará por impactos consideráveis e
repetitivos. A carga é subitamente aplicada nas correntes e carga é reduzida gradualmente
conforme o vagão é descarregado até atingir o ângulo máximo de rotação e para subitamente e
faz o mesmo percurso de retorno. O diâmetro do virador é de aproximadamente 10,5 metros e
isso servirá para calcular o torque necessário.
Por fim, nota-se a importância deste mecanismo implementado ao virador de vagão
para facilitar o processo de descarga de material, como também tornar a logística de
transporte mais eficiente. Além do que, um bom dimensionamento dos componentes torna o
processo menos custoso, mais seguro e eficiente.
Foram obtidos os dados para que sejam utilizados nos cálculos de dimensionamento
da caixa de redução. Foram considerados as vibrações, o ambiente, a potência de entrada do
motor, a estrutura do virador de vagões, a carga e o modo que está sendo aplicada que aciona
o virador de vagões.
4 MEMORIAL CÁLCULO
4.1 DADOS DE ENTRADA PARA DIMENSIONAMENTO

Potência máxima do motor 200 CV

Tensão Máxima 690 V

Dimensão do virador 10,5 metros de diâmetro da estrutura e 22


metros de comprimento

Dimensão do vagão 10 metros de comprimento, 2,9 metros de


largura e 3,3 metros de altura. (obs: 2 vagões
em cada ciclo)

Peso do virador 280 toneladas

Peso dos vagões carregados 80 toneladas

Peso total 440 toneladas

Torque Máximo de entrada 2439,95 Nm

Rotação Máxima de entrada 300 rpm

Ciclos 15 Vagões por hora

Tensão Máxima 152 MPa

Estudo de caso – Parte II7


4.2 DADOS DIMENSIONADOS

Para determinar os diâmetros das engrenagens foram utilizadas a seguintes fórmulas:


• Para o diâmetro primitivo:
𝑑𝑝 = 𝑧 ⋅ 𝑚 [1]
Onde, z: números de dentes
m: módulo
• Para o diâmetro externo:
𝑑𝑒 = 𝑑𝑝 + 2 ⋅ (𝑚) [2]
• Para o diâmetro interno:
𝑑𝑖 = 𝑑𝑝 − 2.333 ⋅ 𝑚 [3]

Para determinar o torque nos pinhões e engrenagens pode-se utilizar a seguinte expressão:
𝑃𝑝
𝑇 = 𝜔𝑝 [4]

Onde, Pp: Potência [Watts]


𝜔𝑝 : Velocidade angular [rad/s]

Em relação as cargas, é possível estabelece-las por meio das equações:


• Carga tangencial (wt):
2𝑇
𝑤𝑡 = 𝑑𝑝 [5]

• Carga radial (wr):


𝑤𝑟 = 𝑤𝑡 ⋅ 𝑡𝑔𝜙 [6]
• Carga total (w):
𝑤𝑡
𝑤 = 𝑐𝑜𝑠𝜙 [7]

O cálculo das tensões de flexão baseia-se na equação de Lewis juntamente com outros
parâmetros adicionais.
(𝑤𝑡⋅𝑃𝑑) (𝑘𝑎⋅𝑘𝑚)
𝜎= ⋅ ⋅ 𝑘𝑠 ⋅ 𝑘𝑏 ⋅ 𝑘𝑖 , [8]
𝐹⋅𝑚⋅𝐽 𝑘𝑣

Onde, Pd: passo diametral


F: Largura da engrenagem
J: Fator de geometria de flexão
ka: Fator de aplicação da carga
km: Fator de distribuição da carga
ks: Fator de tamanho
kb: Fator de espessura de borda
ki: Fator ciclo de carga
kv: Fator de carga de vibração
Sendo que para determinar o kv utiliza-se da seguinte fórmula:

𝐴 𝐵
𝑘𝑣 = (𝐴+√200𝑣𝑡) [9]

Onde,
𝑑𝑝
𝑣𝑡 = ⋅ 𝜔𝑝 [10]
2

3
√(12−𝑄𝑣)
𝐵= [11]
4

𝐴 = 50 + 56(1 − 𝐵) [12]

Eixos
Dimensões das engrenagens e pinhões
Componentes Diâmetro externo Diâmetro interno Diâmetro primitivo
[mm] [mm] [mm]
Pinhão 1 512.00 442.672 480.00
Pinhão 2 592.00 522.672 560.00
Coroa 1 911.984 842.656 879.984
Coroa 2 704.00 634.672 672.00

Torque nas engrenagens e pinhão


o
Torque no pinhão 1 estágio [Nm] 4747.27
Torque no coroa 2o estágio [Nm] 8703.18
Torque no coroa 3o estágio [Nm] 10443.81
Torque final atuando no virador [Nm] 469971.5

Rotações nas engrenagens e pinhões


Pinhão 1 300 rpm
Coroa/Pinhão 1 163.93 rpm
Coroa 2 136.61 rpm
Rotação total do conjunto virador 3 rpm

Tensões de flexão [MPa]


Pinhão 1 54.22
Pinhão 2 52.84
Estudo de caso – Parte II9
Coroa 1 71.22
Coroa 2 51.91
Tensão de superfície [MPa] 556.79

Cálculos de resistência à fadiga


Fadiga por flexão [MPa] 386.56
Fadiga de superfície [Mpa] 948.46
Fator de Segurança - Tensão de flexão
Pinhão 1: 6,80 Pinhão 2: 6,98
Coroa 1: 5,17 Coroa 2: 7,10
Fator de Segurança - Tensão de craterização
Pinhão/coroa
2,90
1:
Pinhão/coroa
2,40
2:
Dimensionamento do eixo 1
Eixo de entrada
Torque [Nm] 2553,528335
Força 10,63970139
tangencial [N]
Momento 165,6558948
fletor [Nm]
Material SAE 3150 Temperado e revenido a 550°
Tensão de 107,034 kgf/mm²
Escoamento
(Sigma e)
Tensão de 91,743 kgf/mm²
Ruptura
(Sigma r)
Tensão 24,08265 kgf/mm²
admissivel
Módulo de 21414,12 kgf/mm²
Elasticidade
(E)
Módulo de 8157,76 kgf/mm²
Elasticidade
Transversal
(G)
Limite de 64,2204 kgf/mm²
Escoamento
no
Cisalhamento
(Tao e)
Limite de 45,8715 kgf/mm²
Resistencia à
Fadiga
peso 7,8
específico
(g/cm³)
a 0,428569427
Momento 1106,830981 convertendo 112865,7688
ideal [Nm]
Diâmetro do 232,5177809 Diâmetro comercial 240
eixo [mm]

Dimensionamento do eixo 2
Eixo de entrada
Torque [Nm] 4681,383496
Força 10,63970139
tangencial [N]
Momento 303,696952
fletor [Nm]
Material SAE 3150 Temperado e revenido a 550°
Tensão de 107,034 kgf/mm²
Escoamento
(Sigma e)
Tensão de 91,743 kgf/mm²

Estudo de caso – Parte II 11


Ruptura
(Sigma r)
Tensão 24,08265 kgf/mm²
admissivel
Módulo de 21414,12 kgf/mm²
Elasticidade
(E)
Módulo de 8157,76 kgf/mm²
Elasticidade
Transversal
(G)
Limite de 64,2204 kgf/mm²
Escoamento
no
Cisalhamento
(Tao e)
Limite de 45,8715 kgf/mm²
Resistencia à
Fadiga
peso 7,8
específico
(g/cm³)
a 0,428569427
Momento 2029,153238 convertendo 206916,814
ideal [Nm]
Diâmetro do 284,5775802 Diâmetro comercial 290
eixo [mm]

Dimensionamento do eixo 3
Eixo de entrada
Torque [Nm] 5617,660195
Força 16,71922677
tangencial [N]
Momento 364,4363424
fletor [Nm]
Material SAE 3150 Temperado e revenido a 550°
Tensão de 107,034 kgf/mm²
Escoamento
(Sigma e)
Tensão de 91,743 kgf/mm²
Ruptura
(Sigma r)
Tensão 24,08265 kgf/mm²
admissivel
Módulo de 21414,12 kgf/mm²
Elasticidade
(E)
Módulo de 8157,76 kgf/mm²
Elasticidade
Transversal
(G)
Limite de 64,2204 kgf/mm²
Escoamento
no
Cisalhamento
(Tao e)
Limite de 45,8715 kgf/mm²
Resistencia à
Fadiga
peso 7,8
específico
(g/cm³)
a 0,428569427
Momento 2434,983885 convertendo 248300,1768
ideal [Nm]
Diâmetro do 302,4088042 Diâmetro comercial 300
eixo [mm]

Rolamentos

Para o dimensionamento dos rolamentos, foram encontrados os seguintes valores a partir do


catálogo geral da NSK, pag. B 102:

Especificação do Rolamento - Eixo 1*


Tipo de Rolamentos de Rolos Cilíndricos
rolamento
Diâmetro 240 mm
interno do
rolamento
NU 264

Especificação do Rolamento - Eixo 2*


Tipo de Rolamentos de Rolos Cilíndricos
rolamento
Diâmetro 290 mm
interno do
rolamento
NU 1080

Especificação do Rolamento - Eixo 3*


Tipo de Rolamentos de Rolos Cilíndricos
rolamento
Diâmetro 300 mm
interno do
rolamento
NU 1084

*Dados retirados do catálogo NSK, pag B102

Estudo de caso – Parte II 13


Figura 6 – dimensionamento de rolamento

Fonte: Catálogo NSK


Figura 7 – Dimensionamento de rolamentos

Fonte: Catálogo NSK

O lubrificante definido foi o Lubrax ISO 460 Gear, que é um mancal de rolamento operando com altas
cargas.

Chavetas

Para dimensionar as chavetas, foi realizado o estudo da aplicação dos diversos tipos de
chavetas e suas capacidades. Com o foco em chavetas, visando o melhor desempenho, foi
selecionada a chaveta tipo Kennedy, como segue os cálculos apresentados na tabela à seguir.
Dimensionamento da chaveta 1
Dados de
Chaveta Kennedy
entrada
comprimento
480
(L-mm)
largura (b-
60
mm)
altura da
chaveta (t- 60
mm)
área da 57600
chaveta
diâmetro do
240
eixo (mm)
raio do eixo
120
(mm)
momento
1276,764167 kgf/mm
torçor (T)
Tensão de
cisalhamento
0,000369434
da chaveta
(Tao s)
Tensão
admissivel ao
1276,764167 Ts=Tc
cisalhamento
(Ts)
Tensão de
compressão da
0,000738868
chaveta
(Sigma c)
Torção da
1276,764167 Ts=Tc
chaveta (Tc)
Material da
SAE 1020
chaveta
Tensão de
Escoamento 34,659 kgf/mm²
(Sigma e)
Tensão de
Ruptura 55,046 kgf/mm²
(Sigma r)
Tensão
admissivel kgf/mm²
(Sigma adm) 7,798275
Módulo de
Elasticidade 21414,12 kgf/mm²
(E)
Módulo de
Elasticidade
8157,76 kgf/mm²
Transversal
(G)
Limite de
Escoamento
no 17,3295
Cisalhamento
(Tao e)
Tensão
induzida de
cisalhamento 0,000369434
(Tao ind=Tao
adm)
Tensão
induzida de
0,000738868
Compressão
(Sigma ind)

Estudo de caso – Parte II 15


Fator de
4,444444444 Definido como torque flutuante - 2,5
Segurança (Fs)

Dimensionamento da chaveta 2 e 3
Dados de
Chaveta Kenedy
entrada
comprimento
580
(L)

largura (b) 73
altura da
73
chaveta (t)
área da
42050
chaveta
diâmetro do
290
eixo
raio do eixo 145
momento
5025,555 kgf/mm
torçor (T)
Tensão de
cisalhamento
0,000824233
da chaveta
(Tao s)
Tensão
admissivel ao
5025,555 Ts=Tc
cisalhamento
(Ts)
Tensão de
compressão da
0,001648466
chaveta
(Sigma c)
Torção da
5025,555 Ts=Tc
chaveta (Tc)
Material da
SAE 1020
chaveta
Tensão de
Escoamento 34,659 kgf/mm²
(Sigma e)
Tensão de
Ruptura 55,046 kgf/mm²
(Sigma r)
Tensão
7,798275
admissivel
Módulo de
Elasticidade 21414,12
(E)
Módulo de
Elasticidade
8157,76
Transversal
(G)
Limite de
17,3295
Escoamento
no
Cisalhamento
(Tao e)
Tensão
induzida de
0,000824233
cisalhamento
(Tao ind)
Tensão
induzida de
0,001648466
Compressão
(Sigma ind)
Fator de
4,444444444 Definido como torque flutuante - 2,5
Segurança (Fs)

Dimensionamento da chaveta 4
Dados de
Chaveta Kenedy
entrada
comprimento
600 0,222222222 4500
(L)
largura (b) 75

altura da
40
chaveta (t)
área da
45000
chaveta
diâmetro do
300
eixo
raio do eixo 150
momento
5198,85
torçor (T)
Tensão de
cisalhamento
0,0007702
da chaveta
(Tao s)
Tensão
admissivel ao
5198,85 Ts=Tc
cisalhamento
(Ts)
Tensão de
compressão da
0,00288825
chaveta
(Sigma c)
Torção da
5198,85 Ts=Tc
chaveta (Tc)
Material da
SAE 1020
chaveta
Tensão de
Escoamento 34,659 kgf/mm²
(Sigma e)
Tensão de
Ruptura 55,046 kgf/mm²
(Sigma r)
Tensão 7,798275 kgf/mm²

Estudo de caso – Parte II 17


admissivel
Módulo de
Elasticidade 21414,12 kgf/mm²
(E)
Módulo de
Elasticidade
8157,76 kgf/mm²
Transversal
(G)
Limite de
Escoamento
no 17,3295 kgf/mm²
Cisalhamento
(Tao e)
Tensão
induzida de
0,0007702
cisalhamento
(Tao ind)
Tensão
induzida de
0,00288825
Compressão
(Sigma ind)
Fator de
4,444444444 Definido como torque flutuante -2,5
Segurança (Fs)

Por outro lado, analisando a viabilidade do uso destas chavetas no sistema, o mesmo se tornou
inviável. Deste modo, o projeto foi adaptado para a utilização de estrias para o acoplamento
das engrenagens nos eixos.
Visando a melhor transmissão do torque, foi selecionado o tipo de ajuste C com o número
máximo de estrias, 16. O dimensionamento foi realizado seguindo as relações à seguir:
Figura 9 - Fórmulas para estrias retas SAE.

Fonte: Material de apoio Elementos de Máquina 1 – Cálculos de estrias

Figura 10 - Capacidade de torque para estrias retas por polegada de comprimento.


Fonte: Material de apoio Elementos de Máquina 1 – Cálculos de estrias
A partir dessas relações, foram definidas e calculadas as geometrias de cada estria. Seus
resultados estão apresentados na tabela a seguir e expostos nos anexos deste trabalho.
Engrenagem 1
Tipo de ajuste C
Nº de estrias 16
D interno 240 mm
D externo 296,29 mm
Largura 29,03 mm
Comprimento 140 mm
Torque transmitido 60.400 Nm

Engrenagem 2 e 3
Tipo de ajuste C
Nº de estrias 16
D interno 290 mm
D externo 358,02 mm
Largura 35,08 mm
Comprimento 140
Torque transmitido 88.189 Nm

Engrenagem 4
Estudo de caso – Parte II 19
Tipo de ajuste C
Nº de estrias 16
D interno 300 mm
D externo 370,37 mm
Largura 35,29 mm
Comprimento 140 mm
Torque transmitido 94375,85 Nm

Com este dimensionamento calculado, podemos garantir a transmissão do movimento,


garantindo que as perdas do sistema não sejam significativas ao ponto de prejudicar o
desempenho da transmissão.

CONCLUSÃO
Figura 11 – Caixa redutora projetada sem tampa

Fonte: Autores
O presente trabalho possibilitou o desenvolvimento de todo o cálculo estrutural de um
sistema redutor para a aplicação em um virador de vagões. A partir da elaboração da planilha
do memorial de calculo, foi aplicada boa parte dos estudos apresentados em sala.
Uma visão analítica do projeto foi identificada, sendo inviável a construção de uma
caixa redutora para a aplicação em viradores de vagões com engrenagens de dentes retos, uma
vez que o torque e a potencia transmitida por este tipo de sistema é muito inferior ao necessário
para um projeto que seja financeiramente viável. Construir e alocar um redutor deste porte para
viradores de vagões torna-se um projeto caro, com elevado custo de matéria-prima uma vez
que se faz necessária a utilização de materiais de alta resistência às cargas diversas do sistema.
Por fim, a melhoria e conferencia deste projeto pode ser realizada afim de trazer
resultados mais satisfatórios, seja para o cálculo e validação dos componentes, até o projeto e
simulação dos esforços, com a aplicação em ferramentas de construção, simulação e catálogos
de peças pré-fabricadas do sistema.
Figura 12 – Caixa redutora montada, com foco no visor de óleo e nas fixações das
tampas

Fonte: Autores
REFERÊNCIAS

DOVHANIUK, S. et al. Investigation of possibility of hopper cars unloading on the car


dumper VRS–134M. Acesso em: 28 set. 2022.

GUACHALLA, Willam Faria. Avaliação dos reflexos da operação do virador de vagões


em produção e na fila de trens para descarga de produtos. Tese (Mestrado em Geotecnia e
Transportes) - Curso de Mestrado em Geotecnia e Transportes, Universidade Federal de
Minas Gerais. Belo Horizonte, 2012.

NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas: Uma abordagem integrada. 4ª ed. Editora


Bookman, 2014.

Railcar Dumpers and Train Positioners. [s.l: s.n.]. Disponível em:


https://www.richmondengineering.com/wp-content/uploads/2017/02/REW-brochure-e-2.pdf.
Acesso em: 28 set. 2022.

ROTARY RAIL CAR DUMPER LOAD WEIGHING SYSTEM - Patent application.

Estudo de caso – Parte II 21


Disponível em: https://www.patentsencyclopedia.com/app/20120048627. Acesso em: 28 set.
2022.

SANTOS, S. DOS. As capacidades dos vagões ferroviários. Disponível em:


https://portogente.com.br/artigos/13531-as-capacidades-dos-vagoes-ferroviarios. Acesso em:
28 set. 2022.

Sofir do Brasil: Montagens. Disponível em:


https://www.sofirdobrasil.com.br/areas-de-atuacao/montagens-sofir/. Acesso em: 28 set.
2022.

SOLUÇÕES PARA MINERAÇÃO Portfólio completo para cada etapa do processo. [s.l:
s.n.]. Disponível em:
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hae/h9c/50025494_portuguese_web.pdf.
Acesso em: 28 set. 2022.

VIRADOR DE VAGÕES - Especialistas Brasileiros. Disponível em:


https://www.linkedin.com/pulse/virador-de-vag%C3%B5es-especialistas-brasileiros-luis-mor
gado/?originalSubdomain=pt. Acesso em: 28 set. 2022.
Project Factory: Wagon dumper files. Disponível em:
https://www.fabricadoprojeto.com.br/tag/virador-de-vagoes/?lang=en. Acesso em: 30 set.
2022.

Estudo de caso – Parte II <9>

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