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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

CEARÁ
CAMPUS MARACANAÚ
EIXO DA INDÚSTRIA
DISCIPLINA: Termodinâmica
PROFESSOR: Francisco Frederico dos Santos Matos

RUAN CHAVES XIMENES

Projeto Do Sistema Hidráulico De Um Poço Semiartesiano

MARACANAÚ – CE
2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................................3
1.1 CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS ....................................................................................................................3
2. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ...................................................................................................................6
3. PROPRIEDADES DO FLUÍDO. ..........................................................................................................................7
4. CÁLCULO DAS DIFERENÇAS DE PRESSÃO NO SISTEMA. .......................................................................8
4.1 FOTOS DO LOCAL .............................................................................................................................................8
4.2 DIAGRAMA REPRESENTATIVO DO SISTEMA: ..................................................................................... 10
4.3 CÁLCULOS ........................................................................................................................................................ 12
5. TORNEIRA BOIA ............................................................................................................................................... 13
6. CURVA CARACTERÍSTICA DA BOMBA ...................................................................................................... 15
7. VARIAÇÃO DA PRESSÃO POR COORDENADAS CILÍNDRICAS ........................................................... 20
8. VARIAÇÃO DA PRESSÃO POR TEOREMA DE PI’ .................................................................................... 22
1. Introdução
O presente trabalho busca analisar de forma técnica, com os
conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina de Mecânica dos fluidos de um
sistema de bombeamento, classificado como um poço semiartesiano doméstico
que compõe bomba submersa do tipo palito, poço, tubulações, caixa d’água e
torneira do tipo boia. A maior parte desse projeto está sendo baseado em
catálogos que são disponibilizados pelos fabricantes e em dados retirados in
loco.

1.1 Considerações prévias


Primeiro devemos observar como um poço semiartesiano se comporta
no espaço geológico.

1.1-1 Representação geológica do local.

Como mostrado na figura acima, a região que poço se encontra é uma


região serrana onde as veias d’agua que descendem das nascentes dos rios da
região. O poço deve ser colocado na região onde há o menor número de
ramificações previas possíveis. Ou seja, onde as veias se encontram em uma
maior. Isso ajuda principalmente na qualidade da água do sistema, devido ao
menor risco de contato com solo contaminado e menor interação com terreno
arenoso além de fornecer uma maior disponibilidade de água para o meu
sistema. Em contrapartida essa prática não é tão comum nas casas devido ao
relativo aumento de custos financeiros, já que haverá um esforço bem maior para
a escavação do poço e haverá a necessidade de uma maior de uma bomba
centrifuga mais potente devido a diferença de altura manométrica.
Segunda consideração será referente aos cálculos utilizados para esse
sistema, Como o das diferenças de pressão nesse sistema, irá ser considerado
como fluido estático, ou seja, sem levar em consideração a cinética do fluido
dentro do recipiente.

1.1-2 representação poço semiartesiano

1.1-3 Representação do vetor velocidade na caixa d'agua


A última consideração é que inicialmente iremos desconsiderar todas as
tubulações que estão acopladas do poço até a caixa d’agua para facilitar os
cálculos e devido a isso nossa bomba estará provavelmente super dimensionada
devido a quantidade de casas atendidas nessa ramificações, porém é de
intenção desse trabalho adicionar todas as tubulações existentes nos trabalhos
posteriores.
2. Características do sistema

Tabela de dados:
Características gerais
Demanda de água 5 x 150l = 750l
Tempo de enchimento 2h (375l/h)
Diâmetro da tubulação 32 mm
Comprimento da tubulação 38 m
Cotovelos 5 Unidades
Válvulas 2 Unidades
Tês 2 Unidades
Dados da Bomba
Modelo SUB40-15S4E6
Fabricante Schneider Motobombas
Altura manométrica máxima 49 m.c.a
Vazão máxima (para altura máxima) 2,5 m³/h
Potência nominal 1,5 cv
3. Propriedades do fluído.
As seguintes propriedades do fluido são as mais relevantes para nosso
sistema:

• Pressão e Velocidade: Responsável pelo escoamento do fluido no


sistema.
• Temperatura: É a propriedade que mede o grau de aquecimento ou
resfriamento do um sistema. Pode gerar prejuízos nos componentes que
fazem parte do sistema em temperaturas elevadas.
• Viscosidade: É a resistência do fluído do sistema ao escoamento.
• Massa específica: Devido ao valor da massa específica do líquido não
variar, faz com que o fluido do sistema seja tratado como
incompressível.
• Peso específico: Utilizado para aplicações de pressão hidrostática.
4. Cálculo das diferenças de pressão no sistema.

4.1 Fotos do local


4.2 Diagrama representativo do sistema:

Vista geral do sistema hidráulico


Vista detalhe da localização da bomba

Vista detalhe parte acima do nível do solo


4.3 Cálculos
Tomando o fluido em estado estático e aplicando o teorema de Stevin para
diversos pontos, poderemos definir as aproximações de diferença de pressão. O
teorema em questão é dado por:

Referenciando a bomba submersa na veia de água como ponto 0 m,


𝑑 = 997 𝐾𝑔/𝑚^(3 ) temos um 𝜟𝑯 = 𝟑𝟑𝒎, aceleração da gravidade como:
𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠^2 , portanto 𝛄 = 𝟗𝟕𝟖𝟎, 𝟓𝟕 𝐍/𝐦^𝟑

ΔP = 9780,57N/m3 × 33m = 322758,81KPa


5. Torneira boia
Para conter o fluxo de água quando a caixa estiver cheia será necessária
uma torneira do tipo boia, que em determinada altura irá tampar a saída do tubo,
como visto abaixo:

Onde:
Fx: Força no eixo ‘x’ (𝑃𝑥×𝐴)
E: Força de Empuxo
P: Força Peso

Primeiro iremos somar os momentos:

∑𝑀 = (𝑓𝑥 𝑥 0,2) = (𝐸 𝑥 0,4) − (𝑃(𝐵ó𝑖𝑎 ) 𝑥 0,4)

(Px × A × 0,2) = (Págua × Vboia/2 × g × 0,4) − (Pboia × 0,4)

Px(49mca × 980638) ) − ΔP → Px = 48051262KPa − 322758,8KPa


= 47728503,2Kpa

Calculando a área da seção do tubo e considerando raio interno como 𝑟𝑖=25𝑚𝑚:

A = πri2 = 1,9635x 10−3 𝑚²


Assumindo um peso para a boia:

Massa = 1000g
P = 9,8N

Aplicando na função

(47728503,2Kpa × 1,9635x 10−3 𝑚2 × 0,2) = (Págua × Vboia2 × g × 0,4) − (9,8 × 0,4)

(18742,98) = (1000 × Vboia2 × 9,81 × 0,4) − (9,8 × 0,4)

18742,98 × Vboia = 9,9373

𝑉𝑏𝑜𝑖𝑎=4,77 𝑚³

Logo, para o diâmetro temos:

ⅆ = 𝟏, 𝟎𝟒 𝒎
6. Curva Característica da bomba
A curva característica, da bomba submersa do tipo palito, depende da
característica da bomba ao seu comportamento em relação ao local de onde está
sendo retirado o fluido. Nesse estudo, o objetivo são duas informações, que
podem ser encontradas na forma de plano cartesiano, a vazão e altura
manométrica e, ao se unir ‘n’ pontos temos uma curva.

Para conseguir refazer a curva que possa substituir a curva da bomba,


devemos considerar a fórmula da conservação da quantidade do movimento
angular:
Para descartarmos os valores de entrada iremos assumir que a velocidade de
entrada no rotor 𝑢 ⃗ , devido ao fluxo de fluido de admissão ser
⃗ seja perpendicular a 𝑉
radial, logo 𝑉𝑡1=0, portanto:

𝑢2 𝑥 𝑉𝑡2
Hm =
𝑔
Pela soma dos vetores de velocidades encontramos o triângulo de velocidades por
recursividade geométrica para um rotor de modelo centrifuga:
𝑟2 = 47,5 𝑚𝑚 = 0,0475
𝑏2 = 200mm = 0,200m

Então,

(0,0475 x 366,52)² (0,0475 x 366,52) × Q × cot20°


𝐻𝑚 = −
9,81 9,81 × 2π × 0,2 × 0,0475

𝐻𝑚= 30,8968−13,29𝑄
7. Variação da pressão por coordenadas cilíndricas

Nesse tópico, iremos realizar uma análise, do movimento do fluido do


ponto de vista infinitesimal do escoamento. As equações utilizadas nesse tópico
partem da análise de um campo vetorial cartesiano do movimento. No escopo
desse relatório devemos aplicar essa análise no ponto de vista da secção do
tubo.

Logo temos:

Agora devemos considerar algumas questões de projeto, o primeiro deles


é que o regime do escoamento é permanente, ou seja, a densidade não varia
com o tempo, a segunda consideração é que o líquido é incompressível, logo a
densidade não varia nem com o espaço.

Dessa forma, para regime permanente:

Para o escoamento incompressível:

Temos:
A partir desse momento iremos analisar as equações de quantidade do
movimento linear, analisando o perfil de escoamento, representado nessa
imagem.

Observamos que o escoamento é unidirecional ;(apenas na direção Z),


em 𝜃 𝑒 𝑟=0, logo Convencionando a posição z como vertical (“para cima”) e
𝑔=−𝑔𝑘. Usando a equação dos vetores da quantidade de movimento,

Com as considerações citadas anteriormente:

Temos:
Desenvolvendo o restante da equação e fazendo as considerações de
projeto chegamos à equação simplificada:

𝛿𝑝 = 323,615𝑘𝑝𝑎

8. Variação da pressão por teorema de PI’s


Ressaltando novamente o nosso sistema será considerado apenas um
tubo reto na vertical. Definindo as variáveis da função que irá nos fornece a
variação de pressão temos que:

Sabendo que 𝜟𝑷 é também uma variável, sendo assim:

Temos, 7 variáveis, com 3 dimensões:

𝑘 =𝑛−𝑗 =4

Dessa maneira temos dois grupos adimensionais e independentes, dessa


forma temos:
Agora em suma temos:

Havendo a relação entre a perda de carga e a variação de pressão, que,


também é proporcional a 𝒍/ⅆ . Em suma, para termos a variação de pressão em
dependência do número de Reynolds (𝑣∙𝜌∙𝐷/𝜇), iremos ter:
O substituindo os termos de fator de atrito de Darcy temos,
9. CARGA E NPSH POR VAZÃO
Utilizando a equação da energia que vimos na 1ª lei da Termodinâmica,
porém com algumas considerações que fazemos ao longo dos conhecimentos
adquiridos na disciplina de mecânica dos fluidos. As considerações são as que
o regime é permanente e líquido sendo incompressível. Dito isso temos em
qualquer ponto no sistema teremos igualdade de estado.

A equação é:

No entanto com as considerações temos:

Ao considerarmos os termos de energia cinética e pressão nulas tanto


no ponto de entrada como saída do sistema, reduziremos a equação a apenas:

Agora vamos calcular as perdas de 1 à 2 vamos calcular as perdas de


cargas locais e distribuídas.

Logo fazendo a substituição das perdas na equação de energia, temos:


Calculando o valor do ∑𝑘:

∑𝑘 = 5 × 0,5 + 2 × 13 + 2 × 1 = 28,25

O fator de atrito de Darcy pode ser encontrado pela fórmula de


interpolação de Colebrook, porém o método escolhido será a de Halland, que
por mais que tenha um fator de erro de 2%, será a mais usual no caso proposto.

Aplicando a rugosidade 𝜖=0,0015 para um tubo comercial de plástico


estirado com o diâmetro ⅆinterno=0,028 𝑚:

1
𝑓≈
6,9
[−1,8 log[ + 9,0868𝑥10−3 ]]2
𝑅𝑒𝑑

Para acharmos o valor de 𝑅𝑒𝑑 aplicaremos a seguinte relação, onde o


valor ficará em função da vazão:

Considerando a viscosidade cinemática da água a 25ºc no valor de


0,893𝑥10−6 𝑚2 /𝑠
4𝑄
𝑅𝑒𝑑 = = 41935298,88𝑄
𝜋 𝑥 0,034 𝑥 0,893 𝑥 10−6
1
𝑓=
1,645𝑥10−7
[−1,8 log[ + 9,0868𝑥10−3 ]]2
𝑄
Substituindo valores na equação de K e f na equação de energia vamos ter:

16𝑄² 𝐿
= ∆𝑍 + 2𝑔+𝜋2+𝐷4 𝑥 (28,25 + 𝑓 𝑥 )
𝐷ℎ

1 38
𝐻𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 33 + 134427,8𝑄 2 𝑥 (28,25 + 2
+ )
1,645𝑥10−7 0,028
[−1,8 log[ + 9,0868𝑥10−3 ]]
𝑄

1357,14
𝐻𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 33 + 134427,8𝑄 2 𝑥 (28,25 + 2)
1,645𝑥10−7
[−1,8 log[ + 9,0868𝑥10−3 ]]
𝑄

O NPSH vamos calcular utilizando a equação da energia novamente, porém


com outras considerações dado o objetivo do cálculo:

Colocando em evidência a pressão de sucção:

Desprezando a velocidade na cisterna calculando as perdas de carga pontuais


e distribuídas temos:

Manipulando as relações:
Considerando o nível do mar logo P1=101325 Pa, o comprimento do tubo
da sucção a bomba é 0 devido a bomba se encontrar na ponta da tubulação,
logo também não teremos perda de carga significantes. Aplicando os valores
que conhecemos.

𝑃𝑠 𝑣𝑠² 101325 𝑄2 1 0
+ = −0− (0 + 1,645𝑥10−7
𝑥 )
𝑝𝑔 2𝑔 9790 𝐴2 .2𝑔 [−1,8 log[ +9,0868𝑥10−3 ]]2 0,028
𝑄

Tendo a definição de NPSH como:

Substituindo temos:

101325 3200
𝑁𝑃𝑆𝐻 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = −
9790 9790

Conclusão, o caso de bombas submersas, como estão imersas no fluído


a ser bombeado, a pressão na entrada da bomba é sempre maior do que a
pressão de vapor do líquido, o que evita a formação de bolhas de vapor e,
consequentemente, a ocorrência de cavitação. Outra evidência desse fato é o
fabricante não se preocupar em disponibilizar a curva de NPSH da bomba.
Com isso temos a curva Vazão vs M.c.a da bomba colocada pelo
fabricante,
Nossa bomba é a de 1,5 Cv logo é a linha na cor preta. Encontrando sua
função para plotagem da sua curva unicamente temos:

Sua função se dá por H=49-0,2569Q²


Logo temos a comparação dos dois Gráficos, o H do sistema e o H da
bomba.

Ponto de operação

Logo temos como observação que de acordo com a vazão que é


exigido pelo sistema temos que a bomba está bem dimensionada para a carga
exigida pelo sistema, visto que a vazão que precisamos está dentro da área de
operação que seria o ponto de encontro das suas curvas.

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