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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CAMPUS ITAQUI

CURSO DE AGRONOMIA

Projeto de Dimensionamento de Estação de Bombeamento

Discentes: André Pacheco, Gabrielli Noetzold


Pedro Paré, Ronaldo Dorneles
Docente: Professor Doutor Cleber Maus Alberto

ITAQUI
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................3
2. OBJETIVO..................................................................................................3
3. MATERIAIS UTILIZADOS NO PROJETO..................................................4
4. CALCULO DA VAZÃO................................................................................4
5. DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO.................................................................... 4
6. PERDAS DE CARGA (SUCÇÃO E RECALQUE)....................................... 5
7. ALTURA MANOMÉTRICA DO SISTEMA................................................... 7
8. SELEÇÃO DA BOMBA............................................................................... 7
9. RENDIMENTO DA BOMBA....................................................................... 10
10. CÁLCULO DO NPSH REQUERIDO E DISPONÍVEL...............................11
11. POTÊNCIA DA MOTOR........................................................................... 12
12. CÁLCULO MENSAL DE ENERGIA.......................................................... 14
13. TRANSFORMADOR NECESSÁRIO PARA LIGAR A ESTAÇÃO DE
BOMBEAMENTO.............................................................................................15
14. PAINEL DE COMANDO AUTOMÁTICO, SOFTSTARTER SW07 WEG.. 16
15. CONCLUSÃO............................................................................................ 17
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 18
1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho iremos desenvolver um projeto de dimensionamento de


uma estação de bombeamento. Hoje em dia uma estação de bombeamento é
de suma importância para suprir necessidades hídricas de lavouras, tanto de
grandes extensões como pequenas como estufas hortícolas, levando a água
para locais de diferentes distâncias e níveis elevatórios.

Uma estação de bombeamento pode ser utilizada para diferentes funções e tipos
de irrigação, como por exemplo, irrigação por inundação, por aspersão e pivôs
centrais.

Projetos de estações de bombeamento são utilizados para calcular, dimensionar


e orçar parte de sistemas de irrigação, com isso podemos saber tipos de
bombas, motores, tubulações e peças que devemos utilizar para montar um
sistema, assim ajustando e adaptando o mesmo para que tenha um maior
aproveitamento e rendimentos sem problemas e gastos desnecessários.

2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é dimensionar uma estação de bombeamento para


uma lavoura de 75 há de arroz inundado, com uma altura de sucção de 2,2m e
15,8m de recalque, com comprimento de sucção de 8m e do recalque de 480m.
3. MATERIAIS UTILIZADOS NO PROJETO

MATERIAIS UTILIZADOS QUANTIDADE


Válvula de pé com crivo 1 un
Curva de 90° 2 un
Redução gradual 1 un
Ampliação gradual 1 un
Registro de gaveta 1 un
Válvula de retenção 1 un
Saída da canalização 1 un
Tubulação de ferro fundido 488 m

4. CÁLCULO DA VAZÃO

Para a determinação da vazão foi utilizado um valor recomendado,


disponibilizado pelo Docente Cleber Maus Alberto, que é 3,2 L/s/ha.

Para a realização de cálculos posteriores é necessário transformar de litros por


segundo para metros cúbicos por segundo, e posteriormente multiplicar pelo
número de hectares a serem irrigados.

3,2𝑙/𝑠
Q= × 75 ℎ𝑎 = 0,24 𝑚3/ha
1000

5. DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO

É de extrema importância sabermos o diâmetro da tubulação que vamos utilizar,


para calcularmos as perdas de carga.

Para o cálculo do diâmetro da tubulação, utilizamos a seguinte equação:


4. 𝑄
𝐷=√
𝜋. 𝑉

Diâmetro da sucção:

Ds = √4 𝜋𝑥 𝑥0,24
1
= 0,55 m

Diâmetro do recalque:

Dr = √4 𝜋𝑥 𝑥0,24
2
= 0,40 m

6. PERDAS DE CARGA (SUCÇÃO E RECALQUE)

Para determinação da perda de carga será utilizado o Método do Comprimento


Equivalente, ou seja, (Com comprimentos virtuais das peças).

Tabela 1 - Comprimento Virtual por Peça na Sucção.

PEÇA COMP. EQ. * Ø SUCÇÃO COMP. VIRTUAL

Válvula de Pé com Crivo 250 * 0,55 137,5 m

Curva de 90º 30 * 0,55 16,5 m

Redução Gradual 6 * 0,55 3,3 m

Total 157,3 m
Tabela 2 - Comprimento Virtual por Peça no Recalque.

PEÇA COMP. EQ. * Ø SUCÇÃO COMP. VIRTUAL

Ampliação Gradual 12 * 0,40 4,8 m

Registro de Gaveta 8 * 0,40 3,2 m

Válvula de Retenção 100 * 0,40 40 m

Curva de 90º 30 * 0,40 12 m

Saída da Canalização 35 * 0,40 14 m

Total 74 m

A perda de carga é calculada através da seguinte equação:

Perda de Carga da Sucção:


165,3 0,24 1,852
hf = 10,643 x x( ) = 0,27983 m
0,554,87 130

Perda de Carga no Recalque:


554 0,24 1,852
hf = 10,643 x x( ) = 4,42251 m
0,404,87 130
7. ALTURA MANOMÉTRICA DO SISTEMA

Após a obtenção das perdas de carga na sucção e no recalque será definida a


altura manométrica. Este valor nos auxiliará na escolha da bomba e na potência
do motor posteriormente.

O cálculo da altura manométrica se dá pela seguinte equação:

Altura Manométrica:

Hm = 0,28 + 4,42 + 18 = 22,70 m

Através dos cálculos se obteve um total de 22,70 metros de altura manométrica.

8. SELEÇÃO DA BOMBA

Para seleção da bomba foi necessário observar a altura manométrica e a vazão


(m³h-1) para irrigação de 75 hectares.
Por este motivo foi necessário transformar a vazão da bomba de metros cúbicos
por segundo para metros cúbicos por hora, através do seguinte cálculo:

Vazão = 0,24 x 3600s = 864 m³/h


Com base na vazão e altura manométrica previamente calculadas, foi
selecionado e dimensionado uma bomba centrífuga da marca KSB, modelo ETA
250-29.
A seguir será mostrado o gráfico que foi utilizado para seleção da bomba.

Campo de Aplicação 60 - Hz

Figura 1: Gráfico para seleção da bomba.


Figura 2: Bomba KSB ETA 250-29.

Figura 3: Bomba KSB ETA 250-29.


Figura 4: Dados de Operação da Bomba.

9. RENDIMENTO DA BOMBA

Para determinação do rendimento da bomba foi utilizado o gráfico abaixo, onde


foi analisada a altura manométrica juntamente com a vazão, assim constando-
se um rendimento de 83 %.

Figura 4: Gráfico de Rendimento da Bomba


10. CÁLCULO DO NPSH REQUERIDO E DISPONÍVEL

A cavitação em bombas centrífugas é a formação de bolhas de vapor e posterior


implosão das mesmas nas pás do impulsor da bomba. Este fenômeno ocorre
quando a pressão estática do fluido bombeado, a uma determinada temperatura,
desce até a pressão de vaporização e posteriormente sofre uma súbita subida
de pressão.
Assim é feito o cálculo para evitar a cavitação no sistema, onde o NPSH
disponível deve ser maior que o requerido pela bomba.

NPSHd > NPSHr + 0,6


Foi considerada uma temperatura da água de 30°C.
E uma altura em relação ao nível do mar de 100m.

NSPHd = 10,33 - 0,433 - 2,2 - 0,27 = 7,42


NPSHr = 4,6+0,6= 5,2
7,42 > 4,6 + 0,6
11. POTÊNCIA DO MOTOR

Com o modelo de bomba escolhido e seu rendimento, é de extrema importância


a realização do cálculo de potência do motor, para determinar em CVs qual será
utilizado.
Para realização do cálculo de potência temos a seguinte fórmula:

𝟏𝟎𝟎𝟎 𝒙 𝟐𝟐,𝟕𝟎 𝒙 𝟎,𝟐𝟒


Pot = + 𝟏𝟎% = 101,33 CV
𝟕𝟓 𝒙 𝟎,𝟖𝟑 𝒙 𝟎,𝟗𝟓

Já com o valor da potência calculado, o próximo passo é escolher a marca e


modelo do motor a ser utilizado na estação de bombeamento. O modelo
escolhido foi o Motor Trifásico WEG, modelo W22 IR2 de 100 CV e 1750 rpm. A
bomba ETA 250-29 possui a mesma rotação do motor, portanto será utilizado o
método de acoplamento direto entre motor e bomba.
A seguir temos uma imagem ilustrativa do motor e posteriormente suas
características técnicas:

Figura 5: Imagem Ilustrativa do Motor.


Figura 6: Características Técnicas do Motor

Figura 7: Dados de Eficiência do Motor

Figura 8: Motor 100 CV Acoplado à Bomba KSB ETA 250-29.


Figura 9: Motor 100 CV Acoplado à Bomba KSB ETA 250-29.

12. GASTO MENSAL DE ENERGIA

É possível ter uma estimativa de gasto mensal da estação de bombeamento


através da seguinte fórmula:

Conforme a fabricante WEG, o rendimento do motor é de 95%.


A média de horas de funcionamento da estação de bombeamento é determinada
com o valor de 18 horas.

100 𝑥 0,736
C= 𝑥 100% = 77,47 kw/h
95

18 x 30 = 540 h/mês

540 x 77,47 = 41,834 kw/h/mês

41,834 kwh/mês x 0,46 = R$ 19.243,64

Os preços utilizados para realizar os cálculos do gasto mensal de energia foram


retirados de uma conta de energia do mês de setembro de 2021, da empresa
RGE Energia.

13. TRANSFORMADOR NECESSÁRIO PARA LIGAR A ESTAÇÃO


DE BOMBEAMENTO
Para uma estação de bombeamento funcionar é necessário fazer um projeto
elétrico, nesse caso foi escolhido um transformador trifásico 75 KVA da marca
WEG, onde irá suprir todas as necessidades elétricas do motor e do painel de
comando que também é de extrema importância para o funcionamento e
proteção do motor.

Figura 10: Imagem Ilustrativa do Transformador 75 KVA.


14. PAINEL DE COMANDO AUTOMÁTICO, SOFTSTARTER
SW07 WEG.
Antigamente para se realizar os comandos de uma estação de bombeamento,
na parte elétrica utilizava-se muito as chaves de partidas compensadoras, mas
elas possuíam diversas desvantagens, tais como o alto custo para montar uma,
e o alto consumo de energia elétrica pois no momento de partida do motor elas
elevam a amperagem em níveis muito altos e também a voltagem, fazendo ter
um pico de energia muito alto.
Atualmente os produtores estão modernizando suas lavouras e investindo em
SoftStarter, traduzindo para o português fica partida suave, o próprio nome já
revela um pouco o porque muitos produtores estão utilizando elas, pois no
momento da partida, ela parte o motor em estágios fazendo com que ele
aumente um pouco a rotação e assim suavemente atinja sua rotação nominal.
Os painéis montados com uma SoftStarter, economizam energia e protegem
mais ainda a vida útil do motor, e também alguns modelos podem ser
comandados atráves de sinal de internet ou via rádio.
O modelo de painel a seguir é com uma SoftStarter SSW07 WEG 171A,
podendo partir um motor de até 125CV, mas como o motor do projeto é de 100
CV ela faz o funcionamento perfeitamente, suprindo os 75 ha.

Figura 11: Painel de comando SoftStarter SSW07 WEG, por fora.


Figura 12: Painel de comando SoftStarter por dentro.

15. CONCLUSÃO
Com base neste projeto, foi concluído que é extrema importância para uma
lavoura de arroz irrigado, ter uma estação bem dimensionada, com materiais
corretos, de qualidade e cálculos precisos para evitar gastos desnecessários
como energia elevada e desgastes nos componentes da estação de
bombeamento.
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica, Ed. Edgard Blucher Ltda.,


8. Ed., São Paulo, 1998.

CANCIO, L. D. Avaliação da eficiência energética em sistemas de irrigação


mecanizados nas lavouras de arroz da fronteira oeste. 2016.Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação engenharia elétrica) – Universidade Federal do
Pampa.

KOPP, L. M. Índices de desempenho para estações de bombeamento em


lavouras de arroz irrigado. 2015. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) –
Programa de Pós-Graduação em Área de Concentração Engenharia de Água e
Solo, da Universidade Federal de Santa Maria.

OCACIA, G. C.; DUARTE, H. A.; MARTINS, F. M. Uso racional de energia em


estações de bombeamento de água para irrigação de arroz. In: ENCONTRO DE
ENERGIA NO MEIO RURAL, 4., Anais... 2002, Campinas. Documento
disponívelem:http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d= MSC0000000022002000200063&lng=en&nrm=abn>.

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