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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA


4º Período De Engenharia Civil 1º semestre de 2015
MECÂNICA DOS FLUIDOS – Professor Emmanuel Teixeira

DIMENSIONAMENTO DE UMA INSTALAÇÃO DE RECALQUE

Alunos: Ana Cláudia Marinho Trindade 144150020


Anderson Ravik dos Santos 134150013
Bárbara Ariane Pereira 134150021
Caroline Camargo Caires de Lima 134150025
Francisco Baccarini Santana 134150066

Ouro Branco – Minas Gerais


Junho de 2015
Grupo: 05

Bomba:
 Vazão necessária (𝑄): 50 𝐿/𝑠
 Jornada de trabalho diária (𝑇): 8 ℎ

Tubulação:
 Material adotado para a tubulação: PVC
 Coeficiente de Hazen-Williams (𝐶): 145
 Altura geométrica de sucção (𝐻𝑆 ): 5 𝑚
 Altura geométrica de recalque (𝐻𝑅 ): 40 𝑚
Sucção:
 Comprimento da tubulação de sucção (𝐿𝑆 ) : = 10,0 𝑚
 Peças especiais: 1 Válvula de pé e crivo; 1 curva de 90°; 1 redução excêntrica
Recalque:
 Comprimento da tubulação de recalque (𝐿𝑅 ) ∶ 300 𝑚
 Peças especiais: 2 curvas de 45°; 2 curvas de 90°; 1 válvula de gaveta; 1 válvula de retenção;
1 saída livre; 1 ampliação concêntrica.

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1. Cálculo dos diâmetros das tubulações de sucção e de recalque

Como a jornada de trabalho diário da bomba é inferior a 24 horas, utilizou-se a fórmula de


Forchheimmer (1) – recomendada pela ABNT para o cálculo do diâmetro:
𝑇 0,25
𝐷 = 1,3 ( ) √𝑄 (1)
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onde 𝐷 é o diâmetro da tubulação, 𝑇 é a jornada de trabalho diário equivalente a 8 ℎ e 𝑄 é a vazão
necessária e equivale a 50 𝐿/𝑠 = 0,05 𝑚³/𝑠.
Chegou-se a 𝐷 = 0,2209 𝑚.

Na tubulação de sucção, quanto maior o diâmetro, menor é a tendência de ocorrer a cavitação.


Na tubulação de recalque, quanto menor o diâmetro, menor o custo. Sendo assim, adotou-se para o
diâmetro da tubulação de sucção (𝐷𝑆 ), o diâmetro comercial imediatamente superior ao diâmetro
calculado e para o de recalque (𝐷𝑅 ), o diâmetro imediatamente inferior.
Logo, 𝐷𝑆 = 0,25 𝑚 e 𝐷𝑅 = 0,20 𝑚

Para verificar se a velocidade de escoamento se enquadra nos limites de não favorecimento à


cavitação, foi usada a Equação (2):
4𝑄
𝑄 =𝐴∙𝑣 ∴𝑣 = (2)
𝜋𝐷 2
onde 𝐴 corresponde a área da seção tubular.
Utilizando 𝐷𝑆 e 𝐷𝑅 , obtiveram-se os valores respectivos das velocidades nas linhas de sucção
(𝑣𝑆 ) e recalque (𝑣𝑅 ): 𝑣𝑆 = 1,02 𝑚/𝑠 e 𝑣𝑅 = 1,59 𝑚/𝑠.

Seguindo o critério econômico, os limites médios de velocidade para as linhas de sucção e


recalque são de 1, 0 𝑚/𝑠 e 2,0 𝑚/𝑠 respectivamente. A velocidade na linha de sucção (𝑣𝑠 ) encontrada
foi ligeiramente superior ao limite médio, porém está abaixo da velocidade máxima de 2, 0 𝑚/𝑠.
Assim, concluiu-se que as velocidades encontradas se enquadram nos limites de parâmetro.

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2. Cálculo da altura manométrica da instalação

Primeiramente, calcularam-se os comprimentos equivalentes de sucção (𝐿𝑉𝑆 ) e de recalque


(𝐿𝑉𝑅 ) pelo método dos diâmetros equivalentes das principais peças especiais (3 e 4):

𝐿𝑉𝑆 = 𝐿𝑆 + ∑ 𝑛 ∙ 𝐷𝑆 (3)

𝐿𝑉𝑅 = 𝐿𝑅 + ∑ 𝑛 ∙ 𝐷𝑅 (4)

onde 𝑛 é o número de diâmetros de cada peça especial, 𝐷𝑆 e 𝐿𝑆 são o diâmetro e comprimento da


tubulação de sucção e valem 0,25 𝑚 e 10 𝑚 respectivamente. Acrescenta-se que 𝐷𝑅 e 𝐿𝑅 são o
diâmetro e comprimento da tubulação de recalque e valem 0,20 𝑚 e 300 𝑚 respectivamente.
Utilizando a Tabela 01, que contém os diâmetros equivalentes das peças especiais que
compõem a tubulação, chegou-se a 𝐿𝑉𝑆 = 81,5 𝑚 e 𝐿𝑉𝑅 = 349 𝑚

Tabela 01 – Diâmetros equivalentes das peças especiais das tubulações de sucção e recalque
Tipo da Peça Nº de diâmetros

Válvula de pé e crivo 250

curva de 90°; 30

redução excêntrica 6

curvas de 45° 15

válvula de gaveta 8

válvula de retenção 100

saída livre 35

ampliação concêntrica 12

De posse dos valores de 𝐿𝑉𝑆 e 𝐿𝑉𝑅 , foram calculadas as perdas de carga total de sucção (ℎ 𝑇𝑆 )
e de recalque (ℎ 𝑇𝑅 ) através da equação de Hazen-Williams (5 e 6):
𝑄 1,852 𝐿𝑉𝑆
ℎ 𝑇𝑆 = 10,646 ( ) ( 4,87 ) (5)
𝐶 𝐷𝑆
𝑄 1,852 𝐿𝑉𝑅
ℎ 𝑇𝑅 = 10,646 ( ) ( 4,87 ) (6)
𝐶 𝐷𝑅
onde 𝐶 é coeficiente de Hazen-Williams de acordo com o material da tubulação, que neste caso é
PVC, e vale 145. Obteve-se ℎ 𝑇𝑆 = 0,287 𝑚𝑐𝑎 e ℎ 𝑇𝑅 = 3,644 𝑚𝑐𝑎.

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Sabe-se que a altura geométrica total (𝐻𝐺 ) corresponde à soma das alturas geométricas de
sucção e de recalque (7):
𝐻𝐺 = 𝐻𝑆 + 𝐻𝑅 (7)
onde 𝐻𝑆 = 5 𝑚 e 𝐻𝑅 = 40 𝑚.
A partir da equação (7) chegou-se a 𝐻𝐺 = 45 𝑚.

Finalmente, munidos de todos os valores necessários procedeu-se o cálculo da altura


manométrica (8):
𝐻𝑚 = 𝐻𝐺 + ℎ 𝑇𝑆 + ℎ 𝑇𝑅 (8)
De onde obteve-se 𝐻𝑚 = 49 𝑚.

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3. Seleção da bomba mais adequada, identificando suas principais características

Utilizou-se o diagrama disponível no folheto de curvas características da empresa © KSB


Aktiengesellschaft, a fim de selecionar o melhor modelo de bomba para a vazão necessária e altura
manométrica encontrada. Foram avaliados rotores com rotação de 1750 rpm e 3500 rpm.

Rotação de 1750 rpm:

Analisando o gráfico 𝑄 × 𝐻𝑚 disposto na Figura 01, e de posse dos valores de 𝑄 = 180𝑚³/ℎ


e 𝐻𝑚 = 49 𝑚, chegou-se ao modelo MegaCPK 80-315 como sendo o mais adequado ao projeto.

Figura 01 – Gráfico dos Modelos MegaCPK para rotação de 1750 rpm.

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Utilizando o gráfico de especificações deste modelo (Figura 02), chegou-se a um diâmetro do
rotor de 334 𝑚𝑚 (curva imediatamente superior ao diâmetro encontrado) e, por interpolação, a um
rendimento (𝜂) de 76,8 %.

Figura 02 – Gráfico de Especificações do Modelo MegaCPK 80-315.

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Rotação de 3500 rpm:

Analisando o gráfico 𝑄 × 𝐻𝑚 disposto na Figura 03, e de posse dos valores de 𝑄 = 180𝑚³/ℎ


e 𝐻𝑚 = 49 𝑚, chegou-se ao modelo MegaCPK 80-160 como sendo o mais adequado ao projeto.

Figura 03 – Modelos MegaCPK para rotação de 3500 rpm.

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Utilizando o gráfico de especificações deste modelo (Figura 04), chegou-se a um diâmetro do
rotor de 174 𝑚𝑚 (curva imediatamente superior ao diâmetro encontrado) e, por interpolação, a um
rendimento (𝜂) de 78,8 %.

Figura 04 – Gráfico de Especificações do Modelo MegaCPK 80-160.

Foi escolhido o modelo de bomba MegaCPK 80-160 (3500 rpm), uma vez que o mesmo
apresentou um rendimento superior em relação ao modelo MegaCPK 80-315 (1750 rpm).

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4. Cálculo da potência do motor elétrico

4.1. Considerando que a curva característica da bomba selecionada não será alterada

No cálculo da potência do motor, como o diâmetro do rotor adotado foi superior ao diâmetro
do ponto de projeto, fez-se necessário calcular um novo ponto de funcionamento da bomba, afim de
que o motor não viesse a trabalhar sobrecarregado. Este ponto de funcionamento encontra-se na
interseção entre a curva característica da tubulação e a curva característica da bomba. Sendo assim, foi
preciso construir a curva característica da tubulação, já tendo em posse o catálogo com a curva
característica da bomba.

Primeiramente, foi usada a formula modificada de Hazen-Williams (9) para calcular a


constante característica do sistema (𝐾′):
𝐻𝑚 − 𝐻𝐺
𝐻𝑚 = 𝐻𝐺 + 𝐾′𝑄1,852 ∴ 𝐾 ′ = (9)
𝑄1,852
onde 𝐻𝑚 = 49,0 𝑚, 𝐻𝐺 = 45,0 𝑚 e 𝑄 = 180,0 𝑚³/ℎ.
Chegou-se a 𝐾 ′ = 2,66 × 10−4

De posse do valor de 𝐾′, arbitraram-se valores para vazões na Equação (9) a fim de se obter as
alturas manométricas correspondentes e traçar a curva característica da tubulação. Os valores obtidos
encontram-se na Tabela 02.

Tabela 02 – Valores de vazões arbitrados e suas alturas manométricas correspondentes


Vazão Q (m³/h) Altura Manométrica Hm (m)

170 48,59

180 49,00

190 49,42

200 49,86

210 50,32

220 50,79

230 51,29

240 51,81

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Utilizando os dados da Tabela 02, foi construído o gráfico 𝑄 × 𝐻𝑚 (Figura 05).

Figura 05 – Gráfico 𝑸 × 𝑯𝒎 (Interseção das curvas características da tubulação e da bomba)

Deu-se a partir da análise do gráfico, que a vazão e altura manométrica do novo ponto de
funcionamento da bomba são 𝑄 = 197,5 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 49,75 𝑚.
Voltando à curva característica da bomba escolhida (Figura 04), agora utilizando o novo
ponto de funcionamento, chegou-se por interpolação a um novo rendimento (𝜂) de 81,5 %. Os valores
de projeto da rotação e diâmetro do rotor foram preservados.

Calculou-se enfim o valor da potência do motor necessária ao funcionamento da bomba pela


equação (10).
𝛾𝑄𝐻𝑚
𝑃𝑜𝑡 = (10)
75 ∙ 𝜂
onde 𝛾 é o peso específico da água e vale 1000 𝑘𝑔𝑓/𝑚³, 𝑄 é a vazão do ponto de funcionamento e
vale 197,5 𝑚³/ℎ = 0,055 𝑚³/𝑠, 𝐻𝑚 é a altura manométrica do ponto de funcionamento e vale
49,75 𝑚 e 𝜂 é o rendimento no novo ponto de funcionamento e vale 81,5% = 0,815.
Encontrou-se 𝑃𝑜𝑡 = 44,76 𝑐𝑣.

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Acrescentou-se ao valor da potência uma margem de segurança de 10%, estabelecida por
norma, de acordo com a Tabela 03, obtendo-se 𝑃𝑜𝑡 = 49,24 𝑐𝑣. O valor da potência final obtido foi
de 50 𝑐𝑣 (valor comercial imediatamente superior de acordo com o Quadro 01).

Tabela 03 – Margem de segurança recomendada de acordo com a potência exigida pela bomba
Margem de segurança
Potência exigida pela bomba (cv)
recomendada (%)
Até 2 cv 50%

De 2 a 5 cv 30%

De 5 a 10 cv 20%

De 10 a 20 cv 15%

Acima de 20 cv 10%

Quadro 01 - Valores para a potência comercial (cv)


1/4 – 1/3 – 1/2 – 3/4 – 1 – 1 ½ – 2 – 3 – 4 – 5 – 7 ½ – 10 – 12 ½ –
15 – 20 – 25 – 30 – 40 – 50 – 60 – 75 – 100 – 125

4.2. Mediante variação da rotação do rotor, para atender o ponto de projeto

Inicialmente, construiu-se a curva de iso-eficiência a fim de encontrar o ponto homólogo de


funcionamento da bomba, de acordo com a Equação (11)
𝐻1
𝐻2 = ∙ 𝑄2 2 (11)
𝑄1 2
onde 𝑄1 e 𝐻1 são a vazão e altura manométrica do projeto e valem respectivamente 180 𝑚³/ℎ e
49 𝑚, e 𝑄2 e 𝐻2 são a vazão e altura manométrica utilizados para construir a curva de iso- eficiência.
O ponto homólogo se encontra na interseção desta última com a curva característica da bomba.
Arbitraram-se valores para 𝑄2 em (11) a fim de se obter as alturas manométricas
correspondentes e traçar a curva de iso- eficiência. Os valores obtidos encontram-se na Tabela 04.

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Tabela 04 – Valores de vazões arbitrados e suas alturas manométricas correspondentes
Vazão Q2 (m³/h) Altura Manométrica H2 (m)

170 43,7

180 49,0

190 54,6

200 60,5

Utilizando os dados da Tabela 04, foi construído o gráfico 𝑄 × 𝐻𝑚 (Figura 06).

Figura 06 – Gráfico 𝑄 × 𝐻𝑚 (Interseção da curva característica da bomba e da curva de isso-eficiência)

Analisando o gráfico, chegou-se ao ponto homólogo com vazão e altura manométrica


𝑄 = 184 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 51,1 𝑚.
Feito isso, calculou-se a nova rotação do rotor. Para tanto, fez-se uso da Equação (12).
𝑄𝑝
𝑛= ∙𝑛 (12)
𝑄2 𝑝
onde 𝑄𝑝 e 𝑛𝑝 são a vazão e rotação do rotor do projeto e valem respectivamente 180 𝑚³/ℎ e
3500 𝑟𝑝𝑚, 𝑄2 é a vazão do ponto homólogo e vale 184 𝑚³/ℎ, e 𝑛 é a nova rotação a ser calculada.
Chegou-se a 𝑛 = 3424 𝑟𝑝𝑚.
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Com a rotação alterada, a potência do motor pôde ser calculada através da Equação (10)
utilizando os valores do ponto de projeto: 𝑄 = 0,05 𝑚³/𝑠, 𝐻𝑚 = 49,0 𝑚 e 𝜂=0,788.
Chegou-se a 𝑃𝑜𝑡 = 41,5 𝑐𝑣. Acrescentou-se uma margem de segurança de 10%, de acordo
com a Tabela 03, obtendo-se 𝑃𝑜𝑡 = 45,7 𝑐𝑣. Seguindo o Quadro 01 de valores comerciais para a
potência, o valor da potência final obtido foi de 50 𝑐𝑣, mesmo valor encontrado no primeiro caso.

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5. Verificação quanto à possíveis problema de cavitação para o novo ponto de funcionamento

Encontrado o ponto de funcionamento, foi feita a verificação quanto aos possíveis problemas
de cavitação que o sistema poderia vir a enfrentar. Para isso, foi necessário um estudo sobre o NPSH
(Net Positive Suction Head) requerido pela bomba e o NPSH disponível de acordo com o projeto.
O NPSH requerido (𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 ) pôde ser encontrado através da análise do gráfico disponível no
catálogo do fabricante conforme apresentado na Figura 07.

Figura 07 – Gráfico 𝑄 × 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅

Obteve-se a partir desta análise, 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 = 7,6 𝑚.

Para o cálculo do NPSH disponível (𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 ), foi utilizada a Equação (13).


𝑝𝑎𝑡𝑚 𝑝𝑣
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = − (𝐻𝑠 + + ℎ 𝑇𝑆 )
𝛾 𝛾 (13)

𝑝𝑎𝑡𝑚
onde 𝛾
é a carga de pressão atmosférica e vale 8,44 𝑚, 𝐻𝑠 é a altura geométrica de sucção e vale
𝑝𝑣
5 𝑚, 𝛾
é a carga de pressão de vapor e vale 0,238 𝑚 e ℎ 𝑇𝑆 é a perda de carga total da linha de

sucção e vale 0,343 𝑚.


Chegou-se a 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 2,859.

Para o cálculo da carga de pressão atmosférica, utilizou-se a Equação (14), e para a perda de
carga total na linha de sucção, a Equação (5). Para a carga de pressão de vapor, fez-se uso da Tabela
05 dispondo do valor da temperatura 𝑇 = 20℃. Sendo os valores utilizados: altitude (𝐴𝑙𝑡=1300 m),
peso específico da água (𝛾 = 1000 𝑘𝑔𝑓/𝑚2 ), pressão de vapor (𝑝𝑣 = 0,0238 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2 ) e a vazão do
ponto de funcionamento (𝑄 = 197,5 𝑚³/ℎ).

𝑝𝑎𝑡𝑚
= 10 − 0,0012 ∙ 𝐴𝑙𝑡 (14)
𝛾

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Tabela 05 – Pressão de vapor da água de acordo com a temperatura
Temperatura (ºC) Pressão de vapor (kgf/cm²)

15 0,0174

20 0,0238

25 0,0322

30 0,0429

35 0,0572

40 0,0750

De posse dos valores do 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 e 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 , verificou-se se os mesmos atendem ao critério


ideal de não cavitação (15).
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 ∙ 1,15 ≤ 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 (15)
Como 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 ∙ 1,15 = 8,740 > 2,859, concluiu-se que ocorrerá o processo de cavitação.

Uma medida a ser tomada para contornar este problema seria tornar a linha de sucção o mais
curta e reta possível. Se o processo de cavitação persistisse, outra bomba deveria ser selecionada, visto
que a cavitação é um problema grave e pode vir à danificar as paredes e carcaça do rotor.

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6. Ponto de funcionamento de duas bombas idênticas operando em paralelo

Visando construir o gráfico da curva característica da associação em paralelo de duas bombas


idênticas à escolhida, foram analisados alguns pontos da curva característica da bomba disponível no
catálogo. Os dados obtidos se encontram na Tabela 06.

Tabela 06 – Vazão e altura manométrica de alguns pontos da curva característica da bomba


𝑸 (𝒎³/𝒉) 130 160 190 220 250 280 310
𝑯𝒎 (𝒎) 55,0 53,0 50,5 48,0 45,0 41,5 38,0

Para duas bombas operando em paralelo, as vazões se somam para uma mesma altura
manométrica. No caso de duas bombas idênticas, as vazões dobram. Assim, utilizando os dados da
Tabela 06, obtiveram-se alguns pontos da curva característica da associação em paralelo, dispostos na
Tabela 07.
Tabela 07 – Vazão e altura manométrica de alguns pontos da curva
característica da associação em paralelo
𝑸 (𝒎³/𝒉) 260 320 380 440 500 560 620
𝑯𝒎 (𝒎) 55,0 53,0 50,5 48,0 45,0 41,5 38,0

Utilizando os dados da Tabela 06 e Tabela 07, foram construídas as curvas características da


bomba e da associação em paralelo. Elas se encontram, juntamente com a curva característica do
sistema, na Figura 08.

Figura 08 – Curvas características do sistema, da bomba e da associação em paralelo.


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O ponto de funcionamento da associação em paralelo se encontra na interseção da curva
característica da associação com a do sistema. Sendo assim, de acordo com a análise do gráfico, temos
na associação:
𝑄 = 288 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 54,4 𝑚.

Tem-se também que o ponto de funcionamento de cada bomba trabalhando na associação


(representado pela interseção da curva característica da bomba com a do sistema) é dado por:
𝑄 = 144 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 54,4 𝑚.
Analisando este último ponto de funcionamento no gráfico de especificações do modelo
escolhido (Figura 09), temos por interpolação que o rendimento (𝜂) de cada uma das bombas na
associação é de 70,58 %.

Figura 09 – Ponto de funcionamento de cada bomba associada no Gráfico de especificações do Modelo.

Para o cálculo do rendimento total na associação em paralelo, utilizou-se a Equação (16).


∑𝑛𝑖=1 𝑄𝑖
𝜂= (16)
𝑄
∑𝑛𝑖=1 𝑖
𝜂𝑖
Chegou-se a 𝜂 = 70,58%
Por fim, calculou-se a partir da Equação (10), o valor da potência total da associação em
paralelo utilizando 𝑄 = 288 𝑚³/ℎ = 0,08 𝑚3 /𝑠, 𝐻𝑚 = 54,4 𝑚 e 𝜂 = 70,58%.
Obteve-se 𝑃𝑜𝑡 = 82,21 𝑐𝑣.

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7. Ponto de funcionamento de duas bombas idênticas operando em série

Para duas bombas operando em série, as alturas manométricas se somam para uma mesma
vazão. No caso de duas bombas idênticas, as alturas manométricas dobram. Assim, utilizando
novamente os dados da Tabela 06, obtiveram-se alguns pontos da curva característica da associação
em série de duas bombas idênticas à escolhida. Estes dados se encontram disponíveis na Tabela 08.

Tabela 08 – Vazão e altura manométrica de alguns pontos da curva


característica da associação em série
𝑸 (𝒎³/𝒉) 130 160 190 220 250 280 310
𝑯𝒎 (𝒎) 110 106 101 96 90 83 76

Utilizando os dados da Tabela 06 e Tabela 08, foram construídas as curvas características da


bomba e da associação em série. Elas se encontram, juntamente com a curva característica do sistema,
na Figura 10.

Figura 10 – Curvas características do sistema, da bomba e da associação em série.


Percebe-se que com as informações disponíveis a respeito das curvas características, não é
possível obter o ponto de interseção da curva característica da associação com a do sistema. Sendo
assim, não há vantagem nesta associação.

Assim, para ser associada à bomba do projeto, foi escolhida uma bomba de mesmo modelo,
porém com um diâmetro de rotor diferente: 153 𝑚𝑚.

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Para a construção do gráfico da curva característica desta nova bomba, foram utilizados os
pontos contidos na Tabela 09. E para o gráfico da associação em série, foram somados os valores da
altura manométrica das duas bombas e mantidos os valores das vazões, como mostrado na Tabela 10.

Tabela 09 – Vazão e altura manométrica de alguns pontos da curva


característica da bomba MegaCPK 80-160 (∅153 mm)
𝑸 (𝒎³/𝒉) 130 160 190 220 250 280 310
𝑯𝒎 (𝒎) 33,0 30,5 28,5 26,0 23,0 19,5 16,0

Tabela 10 – Vazão e altura manométrica de alguns pontos da curva


característica da associação em série
𝑸 (𝒎³/𝒉) 130 160 190 220 250 280 310
𝑯𝒎 (𝒎) 88,0 83,5 79,0 74,0 68,0 61,0 54,0

Utilizando os dados da Tabela 06, Tabela 09 e Tabela 10, foram construídas as curvas
características das bombas e da associação em série. Elas se encontram, juntamente com a curva
característica do sistema, na Figura 11.

Figura 11 – Curvas características do sistema, das bombas e da associação em série.


Bomba 1: MegaCPK 80-160 (∅174𝑚m).
Bomba 2: MegaCPK 80-160 (∅153𝑚m).

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O ponto de funcionamento da associação em série se encontra na interseção da curva
característica da associação com a do sistema. Sendo assim, de acordo com a análise do gráfico, temos
na associação:
𝑄 = 303 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 55,5 𝑚.

Foram coletados, através da análise do gráfico da Figura 11, os pontos de funcionamento de


cada bomba trabalhando na associação (representado pela interseção da curva característica de cada
bomba com a do sistema):
Bomba 1 - MegaCPK 80-160 (∅174 mm): 𝑄 = 303 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 38,75 𝑚.
Bomba 2 - MegaCPK 80-160 (∅153 mm): 𝑄 = 303 𝑚³/ℎ e 𝐻𝑚 = 16,75 𝑚.

Analisando o ponto de funcionamento de cada bomba da associação no gráfico de


especificações do modelo escolhido (Figura 12), temos por interpolação que o rendimento (𝜂) das
Bombas 1 e 2 são, 𝜂1 = 83,96% e 𝜂2 = 68,45%, respectivamente.

Figura 12 – Ponto de funcionamento de cada bomba associada no Gráfico de especificações do Modelo.

Para o cálculo do rendimento total na associação em série, utilizou-se a Equação (17).


∑𝑛𝑖=1 𝐻𝑖
𝜂= (17)
𝐻
∑𝑛𝑖=1 𝑖
𝜂𝑖
Chegou-se a 𝜂 = 78,59%
Por fim, calculou-se a partir da Equação (10), o valor da potência total da associação em série
utilizando 𝑄 = 303 𝑚³/ℎ = 0,084 𝑚3 /𝑠, 𝐻𝑚 = 55,5 𝑚 e 𝜂 = 78,59%.
Obteve-se 𝑃𝑜𝑡 = 79,09 𝑐𝑣.

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