Você está na página 1de 23

Isabella Silva Borges

Pedro Henrique Lobato Guerra

RELATÓRIO DE PROJETO
Cálculo de rotores radiais

Relatório de projeto para a disciplina


EME204 Máquinas de Fluxo, semestre
2023/2, do curso de graduação em
Engenharia Mecânica da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri.
Diamantina
2023
SUMÁRIO

1 OBJETIVO............................................................................................................................ 3
2 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO...............................................................................3
3 DIMENSIONAMENTO E VERIFICAÇÕES.................................................................... 3
3.1 Dados de projeto........................................................................................................... 3
3.2 Definição do tipo de rotor............................................................................................. 3
3.3 Estimativa dos rendimentos.......................................................................................... 4
a) Rendimento Hidráulico, h:.........................................................................................5
b) Rendimento Volumétrico, v:......................................................................................5
c) Rendimento de Atrito de Disco, a:.............................................................................5
d) Rendimento Mecânico, m:........................................................................................ 5
e) Rendimento Total, t:.................................................................................................. 5
3.4 Cálculo da potência no eixo...........................................................................................5
3.5 Cálculo do diâmetro do eixo..........................................................................................5
3.6 Fixação do diâmetro do cubo........................................................................................ 6
3.7 Cálculo da velocidade na boca de admissão ou sucção................................................ 6
3.8 Determinação do diâmetro da boca de sucção............................................................. 7
Da = diâmetro da boca de sucção, em m;.............................................................................7
3.9 Cálculo da altura de sucção máxima............................................................................. 7
3.10 Fixação do ângulo de saída das pás do rotor...............................................................8
3.11 Cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor.......................................................9
3.12 Cálculo do diâmetro de entrada do rotor....................................................................9
3.13 Cálculo da largura na entrada do rotor....................................................................... 9
3.14 Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás de entrada................................10
3.15 Cálculo do número de pás do rotor...........................................................................11
3.16 Fixação da velocidade meridiana de saída................................................................ 11
3.17 Cálculo provisório da largura de saída do rotor........................................................ 11
3.18 Fixação da espessura das pás.................................................................................... 12
3.19 Correção do ângulo das pás na entrada do rotor...................................................... 12
3.20 Cálculo do salto energético específico ideal, Ypá∞................................................... 14
3.21 Correção da velocidade tangencial na saída do rotor............................................... 15
3.22 Cálculo definitivo do diâmetro e da largura de saída do rotor.................................. 16
3.23 Triângulo de velocidade na saída do rotor................................................................ 17
3.24 Traçado das pás do rotor........................................................................................... 17
3.25 Construção do rotor.................................................................................................. 18
3.26 Estudo paramétrico................................................................................................... 18
4 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 19

1
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 20
APÊNDICE A – Triângulos de velocidades e representação do rotor...............................21
1 OBJETIVO

O seguinte relatório apresenta a proposta de projetar um rotor de uma bomba


centrífuga de fluxo radial. Para tal escopo, foi definido inicialmente um modelo e algumas
condições, sendo representada pela máquina TH 80-400.

2 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJETO

O desfecho do projeto apresenta a bomba centrífuga com vazão de 215 m³/h, altura
manométrica de 67 m, rotação de 1750 rpm, diâmetro de entrada de 0.126 m, diâmetro de
saída de 0.409 m, ângulo de entrada das pás de 21,7° e ângulo de saída das pás de 25°. O
rendimento total atingiu 68,7%, com salto energético de 657,27 J/kg e potência de eixo de
57,15 kW. Destaca-se que cada etapa e cálculo seguiram o roteiro do livro texto (HENN,
2006).

3 DIMENSIONAMENTO E VERIFICAÇÕES

Inicialmente com o suporte do catálogo da Ebara Corporation, “Thebe, Bombas


Hidráulicas”, temos as informações básicas do modelo do rotor. Ademais, será seguido o
passo-a-passo para projetos, apresentado na seção 12.3 do livro de HENN (2006).

3.1 Dados de projeto

Apoiando no catálogo disponibilizado, temos a máxima eficiência do rotor TH 80-400


de 69%, onde, considerando o diâmetro de 404 mm, é possível obter a vazão, potência, altura
e rotação ao qual o rotor deverá operar.
Para a vazão e altura temos que a eficiência máxima ocupa uma área entre 66m e
68m de altura, ademais, a vazão possui um intervalo entre 221,7m³/h e 208,7m³/h.
Considerando uma média dos intervalos, temos:

Q = 215 m³/h = 0,05972 m³/s (Vazão)

H = 67 m (Altura manométrica)

n = 1750 rpm (Rotação)

P = 75 cv = 55,1624 kW (Potência)

Para o salto energético, temos a equação de HENN (2006):

Y = 𝐻 · 𝑔 = 67 · 9, 81
Y = 657,27 J/kg

Onde, 𝑄 (m³/s) é a vazão que passa pelo rotor, 𝑛 (rpm) é a rotação, H (m) é a altura
manométrica, g (m/s2) é a gravidade da terra e 𝑌 (J/kg) é o salto energético.

2
3.2 Definição do tipo de rotor

Conforme descrito por HENN (2006, p.326) no Esquema 5.1 (Figura 1), o intervalo
ideal para a rotação das bombas centrífugas é de 30 a 250 unidades de 𝑛qA. Essa faixa
possibilita a determinação do tipo de rotor a ser empregado e sua forma aproximada
através da velocidade de rotação específica.

Figura 1: Quadro de valores para máquinas de fluxo.

Fonte: HENN, 2006.

1/2 1/2
3 𝑄 3 1750 0,05972
nqA = 10 · 𝑛 · 3/4 = 10 · 60
· 3/4
𝑌 657,27
nqA = 54,909

3.3 Estimativa dos rendimentos

Para o cálculo do rendimento total de uma bomba temos a equação 4.29 do livro
texto:
η𝑡 = ηℎ· η𝑣· η𝑎· η𝑚
Onde, apesar de existirem inúmeras variações destes rendimentos dependendo das
dimensões da máquina, o livro nos sugere alguns valores para orientação geral de
projeto.

3
a) Rendimento Hidráulico, ηℎ:
ηℎ= 0,81
b) Rendimento Volumétrico, η𝑣:
η𝑣= 0,94
c) Rendimento de Atrito de Disco, η𝑎:
η𝑎= 0,93
d) Rendimento Mecânico, η𝑚:
η𝑚= 0,97
e) Rendimento Total, η𝑡:
η𝑡= 0,687

Considerando que o rendimento da máquina que foi adotado é de 69%, podemos dizer
que o valor estimado de 0,687, está dentro do esperado. Tendo isso em vista,
conforme a aproximação dos valores, continuaremos utilizando a eficiência de 0,687.
Vale ressaltar que todos os valores de rendimentos são adimensionais.

3.4 Cálculo da potência no eixo

Será calculada pela equação 4.31 do livro texto:


ρ·𝑄·𝑌
𝑃𝑒 = η𝑡

Onde:
Pe = potência do eixo, em W;
ρ = massa específica do flúido recalcado, em kg/m3;
Q = vazão, em m3/s;
Y = trabalho ou salto energético específico fornecido ao fluido, em J/kg.

Consideramos o fluido recalcado em nosso projeto como sendo a água, assim ρ =


1000 kg/m3.

ρ·𝑄·𝑌
𝑃𝑒 = η𝑡
1000 · 0,05972 · 657,27
𝑃𝑒 = 0,687
𝑃𝑒 = 57, 149 kW

3.5 Cálculo do diâmetro do eixo

3 𝑃𝑒
𝑑𝑒 = 𝐾𝑒 𝑛

4
Onde:
de = diâmetro do eixo, em cm;
Pe = valor máximo da potência no eixo para a rotação de cálculo, em kW;
n = velocidade de rotação, em rpm;
Ke = coeficiente adimensional dependente da tensão de cisalhamento admissível, τadm.

Considerando o eixo SAE 1045 para bombas de apenas um estágio, temos:

Ke = 14; e τadm = 21 Mpa


Sendo assim:
3 𝑃𝑒
𝑑𝑒 = 𝐾𝑒 𝑛
3 57,149
𝑑𝑒 = 14 · 1750
de = 4,475 cm

3.6 Fixação do diâmetro do cubo

De acordo com o livro texto, o diâmetro do cubo pode ser adotado de 10 a 30mm
maior que o diâmetro do eixo. Assim, adotaremos 20mm.

dc = de + 2
dc = 6,475 cm

3.7 Cálculo da velocidade na boca de admissão ou sucção

Pode ser feito pela expressão:

𝑐𝑎 = 𝐾𝑐 2 · 𝑌
𝑎

Onde:
ca = velocidade na boca de admissão ou sucção, em m/s;
Y = salto energético específico fornecido ao fluido, em J/kg;
Kca = coeficiente de velocidade na boca de sucção, adimensional.

Para bombas, Kca é definido pela fórmula:

−3 2/3
𝐾𝑐 = 10 · 6, 84 · 𝑛𝑞𝑎
𝑎
−3 2/3
𝐾𝑐 = 10 · 6, 84 · 54, 908
𝑎

𝐾𝑐 = 0,0988
𝑎

5
Portanto:
𝑐𝑎 = 𝐾𝑐 2 · 𝑌
𝑎

𝑐𝑎 = 0, 0988 2 · 657, 27
𝑐𝑎 = 3, 583 m/s

Esse valor está dentro do esperado de acordo com HENN (2006, p. 331), pois
geralmente a velocidade 𝑐𝑎 para bombas está compreendida entre 2 a 5 m/s.

3.8 Determinação do diâmetro da boca de sucção

2
𝐷𝑎 =
4·𝑄
π·η𝑣·𝑐𝑎
+ ( )
100
𝑑𝑐

Da = diâmetro da boca de sucção, em m;


Q = vazão, em m³/s;
ca = velocidade da boca de sucção, em m/s;
dc = diâmetro do cubo, em m;
η𝑣= rendimiento volumétrico, adimensional.

6,475 2
𝐷𝑎 =
4·0,05972
π·0,94·3,583
+ ( 100 )
𝐷𝑎 = 0,164 m

3.9 Cálculo da altura de sucção máxima

Segundo HENN (2016, p. 332), a altura de sucção máxima Hsmáx, englobando a altura
de sucção geométrica, Hsg, e a perda de carga na canalização de sucção, Hps, será
calculada pela expressão 6.14. Para isso, precisamos do coeficiente de cavitação σ𝑚𝑖𝑛,
calculado pela fórmula 6.6:
−4 4/3
σ𝑚𝑖𝑛 = 2, 9 · 10 · 𝑛𝑞𝐴
−4 4/3
σ𝑚𝑖𝑛 = 2, 9 · 10 · 54, 909
σ𝑚𝑖𝑛 = 0, 0605

Onde σ𝑚𝑖𝑛 é adimensional. Assim, podemos calcular Hsmáx:


2
𝑃2 𝑃𝑣 𝑐𝑎
𝐻𝑠𝑚á𝑥 = (𝐻𝑠𝑔 + 𝐻𝑝𝑠) = γ
− γ
− σ𝑚𝑖𝑛 · 𝐻 − 2·𝑔
𝑚á𝑥

6
𝐻𝑠𝑚á𝑥 = altura de sucção máxima, em m;
𝑃2= pressão atmosférica, em Pa;
𝑃𝑣 = pressão de vapor para uma temperatura de 25°C, em Pa;
γ = peso específico da água, em N/m³;
σ𝑚𝑖𝑛 = coeficiente de cavitação, adimensional;
H = altura manométrica, em m;
g = aceleração da gravidade, em m/s²;
ca = velocidade na boca de admissão ou sucção, em m/s.

Figura 2: Valores da pressão de vaporização e peso específico da água em função da


temperatura.

Fonte: HENN, 2006.

10000 322 3,585²


𝐻𝑠𝑚á𝑥 = 997
− 997
− 0, 0605 · 67 − 2· 9,81

𝐻𝑠𝑚á𝑥 = 4,997 m

3.10 Fixação do ângulo de saída das pás do rotor

De acordo com HENN (2016), o ângulo de inclinação das pás na saída do rotor, β5,
será com a seguinte faixa de valores recomendados:

- para bombas centrífugas:


β5 = 20 a 30º

Sendo assim, adotaremos β5 = 25º.

7
3.11 Cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor

Para o cálculo provisório do diâmetro de saída do rotor, D5, HENN (2016) nos fornece
o passo a passo. Primeiramente, representar o coeficiente de pressão, Ψ, baseado nos
estudos de Stepanoff:
Ψ = 1, 1424 − 0, 0016 · 𝑛𝑞𝐴
Ψ = 1, 1424 − 0, 0016 · 54, 908
Ψ = 1, 055
Onde Ψ é adimensional.

Feito isso, determina-se a velocidade tangencial de saída do rotor, u5, pela equação
5.41:
2·𝑌
𝑢5 = Ψ

2·657,27
𝑢5 = 1,055
𝑢5 = 35, 306 m/s

e o diâmetro de saída do rotor, D5:


𝑢5
𝐷5 = π·𝑛
Onde:
n é a rotação em rps e D5 é o diâmetro de saída em metros.

35,306
𝐷5 = π·29,16
𝐷5 = 0, 409 m

3.12 Cálculo do diâmetro de entrada do rotor

Utilizando os critério empírico-estatísticos Tedeschi no livro do HENN (2006, p.


335), temos a seguinte fórmula:

𝐷4 1/2 1/2
𝐷5
= 0, 044 · 𝑛𝑞𝐴 𝐷4 = 0, 044 · 𝑛𝑞𝐴 · 𝐷5
1/2
𝐷4 = 0, 044 · 54, 909 · 0, 409
𝐷4 = 0, 126 m

3.13 Cálculo da largura na entrada do rotor

Pelas equações 4.12 e 12.18 do livro de HENN (2006, p. 336), temos:


𝑄
𝑏4 = π·η𝑣·𝐷4·𝑐𝑚3

Onde:

8
b4 = largura na entrada do rotor, em m;
ηv = rendimento volumetrico, adimensional;
Q = vazão da máquina, em m3/s;
D4 = diâmetro de entrada do rotor, em m;
cm3 = componente meridiana da velocidade absoluta na entrada do rotor, em m/s.

Para bombas, a componente cm3 ainda fora do recinto ocupado pelas pás, deve ser
tomada ligeiramente superior à velocidade ca na boca de sucção, ou seja:
cm3 = 1,05 ca = 1,05 ⋅ 3,583
cm3 = 3,762 m/s
Assim:
0,05972
𝑏4 = π· 0,94 · 0,126 · 3,762
𝑏4 = 0, 0428 m

3.14 Cálculo provisório do ângulo de inclinação das pás de entrada

Considera-se ⍺4 = ⍺3 = 90º. Assim:


𝑐4
β4 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 𝑢4

Conforme HENN (2016, p. 336), ao calcular a velocidade absoluta do fluido na


entrada do rotor, situada nos canais formados pelas pás (c4), é necessário estimar o
fator de estrangulamento para a entrada do rotor. Geralmente, esse fator está na faixa
de fe4 = 0,8 a 0,9 para bombas. Assim, para a entrada radial, a equação 12.23
possibilita a seguinte expressão:
𝑐𝑚3
𝑐4 = 𝑐𝑚4 = 𝑓𝑒4

Adotando fe4 = 0,8:


𝑐𝑚3 3,762
𝑐4 = 𝑐𝑚4 = 𝑓𝑒4
= 0,8

c4 = 4,702 m/s

A velocidade tangencial para a entrada do rotor, u4, em m/s é:

𝑢4 = π · 𝐷4 · 𝑛
𝑢4 = π · 0, 126 · 29, 16
𝑢4 = 11, 511 m/s

Onde n é a rotação do rotor em rps. Logo:

4,702
β4 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 11,511
β4 = 0,408 rad

9
1,347·180 𝑜
β4 = π
= 22, 2

3.15 Cálculo do número de pás do rotor

Apoiando na fórmula de Pfleiderer mostrada por HENN (2006, p. 337) na equação


12.45, é possível calcular calcular o número de pás como:

𝐷5 + 𝐷4 β5 + β4
𝑁 = 𝐾𝑁 · 𝐷5 − 𝐷4
· 𝑠𝑒𝑛 2

O K é um coeficiente adimensional, estando diretamente relacionado ao processo de


fabricação do rotor. Sendo assim, para o presente projeto foi selecionado um
coeficiente de correção para rotores fundidos, apresentando um valor de 6,5.

Portanto, o número de pás para o rotor em estudo será de:

36 + 11,7 25 + 22,2
𝑁 = 6, 5 · 36 − 11,7
· 𝑠𝑒𝑛 2
N = 5,1

Como não existem número de pás decimais, o valor de N deve ser aproximado para o
número inteiro mais próximo, ou seja, N = 5.

3.16 Fixação da velocidade meridiana de saída

Na expressão 12.48 de HENN (2006, p. 337), temos que a velocidade de meridiana de


saída é:

1/2
𝑐𝑚5 = 0, 0135 · 𝑢5 · 𝑛𝑞𝐴

u5 = velocidade tangencial de saída do rotor, em m/s;


𝑐𝑚5 = componente meridiana da velocidade de saída do rotor, em m/s.
1/2
𝑐𝑚5 = 0, 0135 · 35, 306 · 54, 909
𝑐𝑚5 = 3,532 m/s

3.17 Cálculo provisório da largura de saída do rotor

Sucedendo o passo-a-passo do livro HENN (2006, p. 338), pelo termo 12.49,


dispomos que:

𝑄
𝑏5 = π · η𝑉· 𝐷5 · 𝑐𝑚5 · 𝑓𝑒5

10
b = largura na saída do rotor, em m;
Q = vazão da máquina, em m3/s;
η𝑣= rendimento volumetrico, adimensional;
D5 = diâmetro de saída, em m;
𝑓𝑒5 = 1, consideração do fator para cálculo provisório, adimensional;
𝑐𝑚5 = componente meridiana da velocidade de saída do rotor, em m/s.

0,05972
𝑏5 = π · 0,94 · 0,409 · 3,532 · 1

𝑏5 = 0,0140 m

3.18 Fixação da espessura das pás

Nessa seção é necessário considerar os parâmetros de fabricação e propriedades dos


materiais, tais como resistência e rigidez. HENN (2006, p. 338), através de Tedeschi,
apresenta a uma fórmula empírica para cálculo:

Para bombas com rotor fundido:

1/3
𝑒 = 0, 3 · (𝐷5 · 𝑏5)

e = espessura das pás, em mm;


D5 = diâmetro saída do rotor, mm;
b5 = largura na saída do rotor, mm.

1/3
𝑒 = 0, 3 · (0, 409 · 0, 014)
e = 5,367 mm

3.19 Correção do ângulo das pás na entrada do rotor

Após obter as informações sobre a espessura das pás e seu número, é possível
verificar o valor do fator de estrangulamento para a entrada do rotor, inicialmente
estimado pela equação (12.22), de HENN (2066, p. 323). Em seguida, calculam-se os
novos valores de C4 e do ângulo de entrada β4, conforme o procedimento adotado no
item 3.14.

𝑡4 − 𝑒𝑡4
𝑓𝑒4 = 𝑡4

𝑓𝑒4 = fator de estrangulamento corrigido no ponto 4, adimensional;

11
𝑡4 = passo, em m;
𝑒𝑡4 = espessura tangencial das pás na entrada do rotor, em m.

Para isso é necessário primeiramente encontrar as variáveis 𝑒𝑡4 e 𝑡4, facilmente


descobertas pelas expressão (12.19) e (12.20) de HENN (2006, p. 322):

π · 𝐷4
𝑡4 = 𝑁

D4 = diâmetro na entrada do rotor, em m;


N = número de pás do rotor, adimensional;

π · 0,126
𝑡4 = 5
𝑡4 = 0,079 m

Já para 𝑒𝑡4, temos:

𝑒
𝑒𝑡4 = 𝑠𝑒𝑛 β4

e = espessura das pás, em m;


β4= ângulo de inclinação das pás, em graus.

0,005367
𝑒𝑡4 = 𝑠𝑒𝑛 22,2

𝑒𝑡4 = 0,0143 m

Sendo assim, temos:

0,079 − 0,0143
𝑓𝑒4 = 0,079

𝑓𝑒4 = 0,819

Agora para corrigir β4 , voltaremos à equação 12.1 e 12.23, HENN (2016, p. 336),
onde, a expressão 12.1 diz:

𝑐4
β4 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 𝑢4

Corrigindo c4 através da expressão 12.23:

12
𝑐𝑚3
𝑐4 = 𝑐𝑚4 = 𝑓𝑒4
3,762
𝑐4 = 0,819
c4 = 4,586 m/s

Sendo assim, β4 corrigido é:

4,586
β4 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 11,511
β4 = 0,379 rad
β4 = 21, 72 graus

Conforme HENN (2006, p.310) indica, para minimizar perdas por choque, é
recomendado manter o ângulo de entrada entre 15° e 20° nas bombas. Mesmo que o
ângulo β4 corrigido tenha excedido a faixa mencionada no material, essa discrepância
pode ser atribuída a imprecisões nos cálculos devido a valores estimados e
temporários que impactam diretamente o ângulo das pás de entrada.

3.20 Cálculo do salto energético específico ideal, Ypá∞

Através da equação 4.10 apresentada em HENN (2006, p. 339), calculamos o valor do


trabalho específico fornecido pelo rotor com número finito de pás Ypá:

𝑌 657,27
𝑌𝑝á = ηℎ
= 0,81

Ypá = 811,44 J/kg

Agora, pela equação 3.31, calculamos o salto energético específico fornecido pelo
rotor com número infinito de pás, Ypá∞:

𝑌𝑝á
𝑌𝑝á∞ = µ

Onde μ é o fator de deficiência de potência, que será definido pela expressão 12.8 de
HENN (2006, p. 317):
1
µ=
( )
2
π·𝑟5
1+𝐾𝑝 𝑁·𝑆𝑓
𝑠𝑒𝑛 β5

μ = 0,724
Onde:
N = número de pás do rotor, adimensional;
r5 = raio de saída do rotor, em m;
β5 = ângulo de inclinação das pás na saída do rotor, em graus;
Sf = momento estático do filete médio da corrente com relação ao eixo de rotação, em

13
m2;
Kp = coeficiente de correção experimental, que depende do ângulo β5, adimensional.

Sf pode ser definido como:

𝑟5 2 2
𝑟5−𝑟4
𝑆𝑓 = ∫ 𝑟 𝑑𝑟 = 2
𝑟4

Sf = 0,0166 m2

Sendo r4 o raio de entrada do rotor.

Kp pode ser definido como:

𝐾𝑝 = 0, 6
(1+ ) β5
60º

π·𝑠𝑒𝑛 β5

Kp = 0,640

Portanto:

𝑌𝑝á 811,44
𝑌𝑝á∞ = µ
= 0,724
𝑌𝑝á∞ = 1120, 153 J/kg

3.21 Correção da velocidade tangencial na saída do rotor

Pela equação 3.29 de HENN (2006), temos:


Ypá∞ = u5 cu5

Pelo triângulo de velocidades, temos que:


𝑐𝑚5
𝑐𝑢5 = 𝑢5 − 𝑡𝑔 β5

Figura 3: Triângulo de velocidades genérico.

Fonte: HENN, 2006.

Então:

14
2 𝑐𝑚5
Ypá∞ = 𝑢5 − 𝑡𝑔 β5
𝑢5

2
𝑢5 =
𝑐𝑚5
2 𝑡𝑔(β5)
+ ( 𝑐𝑚5
2 𝑡𝑔(β5) ) + 𝑌𝑝á∞
u5 = 37,469 m/s

3.22 Cálculo definitivo do diâmetro e da largura de saída do rotor

Utilizando o valor corrigido de u5 podemos calcular o valor definitivo do diâmetro de


saída, D5, novamente pela equação 12.38 e, após sua determinação, podemos
encontrar o novo valor da largura de saída, b5, novamente pela equação 12.49 agora
com o valor real de fe5 pelas equações 12.25 e 12.26.

Para o valor do diâmetro de saída do rotor em definitivo, temos:

𝑢5
𝐷5 = π·𝑛
37,469
𝐷5 = π·29,16
𝐷5 = 0,409 m

Para o cálculo de b5, é necessário o novo fator de estrangulamento:

π · 𝐷5
𝑡5 = 𝑁
π · 0,409
𝑡5 = 5
𝑡5 = 0,257 m

5,367
𝑒 1000
𝑒𝑡5 = 𝑠𝑖𝑛(β5)
= 𝑠𝑖𝑛(25)

et5 = 0,0127 m

𝑡5−𝑒𝑡5 0,257−0,0127
fe5 = 𝑡5
= 0,257

fe5 = 0,951

Por fim, pode-se determinar a largura de saída definitiva da seguinte maneira:

𝑄 0,05972
𝑏5 = π · η𝑉· 𝐷5 · 𝑐𝑚5 · 𝑓𝑒5
= π·0,94·0,409·0,951·3,532

b5 = 0,0147 m

15
3.23 Triângulo de velocidade na saída do rotor

De acordo com HENN (2006, p. 341), uma vez que todas as variáveis foram
previamente estabelecidas, torna-se viável determinar as componentes da velocidade
para um ponto imediatamente após a saída dos canais formados pelas pás do rotor.
Portanto, podemos afirmar que:

cm6 = 𝑐𝑚5 · 𝑓𝑒5 = 0, 951 · 3, 53


cm6 = 3,357 m/s

Calculando a componente da velocidade tangencial na saída do rotor (ponto 5):

𝑐𝑚5 3,53
𝑐𝑢5 = 𝑢5 − 𝑡𝑔(β5)
= 37, 469 − 𝑡𝑔(25)

cu5 = 29,895 m/s

Com isso, é possível determinar a componente da velocidade tangencial no ponto


imediatamente após a saída do rotor (ponto 6):

𝑐𝑢6 = µ · 𝑐𝑢5 = 0, 724 · 29, 895


cu6 = 21,656 m/s

Como ⍺4 = 90º, temos que cu4 = 0.


Segundo Henn (2006, p.342), no contexto de bombas, o ângulo ⍺6 (inclinação logo
após a saída do rotor) varia entre 5 e 12°. Dessa forma, é possível determinar esse
ângulo da seguinte maneira:

α6 = 𝑡𝑎𝑛 ( )
−1 𝑐𝑚6
𝑐𝑢6
= 𝑡𝑎𝑛 (
−1 3,357
21,656 )
⍺6 = 8,8º

No apêndice A é possível visualizar o triângulo de velocidade na entrada e saída do


rotor projetado.

3.24 Traçado das pás do rotor

Segundo HENN (2006, p.342), o raio de curvatura do rotor pode ser calculado da
seguinte maneira:

𝐷5 2 𝐷4 2

𝑅𝑐 =
( ) ( )
2
− 2

( 𝐷5 2 𝐷4 2
2· ( ) ·𝑐𝑜𝑠( β )−( ) ·𝑐𝑜𝑠( β )
2 5 2) 4

16
0,409 2 0,126 2

𝑅𝑐 =
( ) −(
2 2 )
2· (( 0,409 2
2 ) ·𝑐𝑜𝑠( 25)−( 2 ) ·𝑐𝑜𝑠( 21,72))
0,126 2

𝑅𝑐 = 0,149 m

𝑅c = raio de curvatura, em m;
D4 = diâmetro na entrada do rotor, em m;
D5 = diâmetro definitivo na saída do rotor, em m;
β4 = ângulo de inclinação das pás corrigido, em graus;
β5 = ângulo de saída das pás do rotor, em graus.

3.25 Construção do rotor

Após a conclusão de todos os cálculos e a definição dos parâmetros construtivos do


rotor, procedeu-se ao projeto no software SolidWorks, incluindo as vistas solicitadas.
No apêndice A, encontra-se a representação visual do rotor da bomba centrífuga
projetado.

3.26 Estudo paramétrico

Nessa fase do projeto, optou-se por focar no estudo do ângulo de saída das pás do
rotor (β5), sendo escolhido inicialmente como 25º, dentro da faixa indicada no livro texto
(HENN, 2006, p.333). Vale ressaltar que, para bombas centrífugas, esse ângulo varia
geralmente entre 20 a 30°.
Para o estudo paramétrico, optamos por realizar dois novos ensaios, um com o valor
mínimo do ângulo de saída das pás (20º) e outro com o valor máximo (30º) segundo o livro
texto. As variáveis analisadas foram aquelas utilizadas para a construção do rotor no
SolidWorks®, ou seja, o Ângulo de Entrada das Pás (β4c), a Largura de Saída Definitiva (b5), a
Largura de Entrada (b4), o Diâmetro de Saída definitivo do rotor (D5c), o Diâmetro de Entrada
do rotor (D4), o Raio de Curvatura (Rc), Diâmetro da Boca de Sucção (Da), Diâmetro do Cubo
(dc), Diâmetro do Eixo (de) e a Espessura das Pás (e).
Na tabela 1 podemos observar os valores que se mantiveram (em verde) e os que
diferenciam (em vermelho) e, apesar da faixa de mudança ser a mesma, 5º acima para o valor
máximo e 5º abaixo para o valor mínimo, notamos que, em relação ao projeto inicial (25º), os
resultados obtidos para β5 = 30º são mais distantes que os de β5 = 20º.

17
Tabela 1: Parâmetros utilizados para construção do rotor

β5 25º 20º (mínimo) 30º (máximo)

β4c 21,7º 21,7º 22,6º

D5c 409 mm 419 mm 394 mm

D4 126 mm 126 mm 126 mm

Rc 149 mm 144 mm 155 mm

de 44,75 mm 44,75 mm 44,75 mm

dc 64,75 mm 64,75 mm 64,75 mm

Da 164 mm 164 mm 164 mm

e 5,367 mm 5,367 mm 5,367 mm

b5c 14,7 mm 14,5 mm 15,32 mm

b4 42,8 mm 42,8 mm 42,8 mm

4 CONCLUSÃO

Com base nos cálculos e resultados obtidos, é possível concluir que o objetivo do
projeto foi alcançado. O rotor projetado para a bomba centrífuga de fluxo radial atendeu às
condições específicas de vazão e altura. Apesar das variáveis carregarem alguns erros
decorrentes de escolhas durante o projeto, os valores do rotor permaneceram dentro das
expectativas, alinhados com o livro texto e o catálogo disponibilizado. Vale ressaltar que os
parâmetros construtivos do rotor, como o diâmetro interno e externo, largura do rotor e os
ângulos de entrada e saída, se aproximaram significativamente dos valores encontrados na
literatura.
O estudo paramétrico nos mostrou que há diferenças nos valores utilizados para a
construção do rotor quando modificamos β5, e que a mudança para valores mais próximos do
máximo causam, também, maiores mudanças nas medidas do projeto. Cabe um estudo do
porquê aumentar o valor do ângulo de saída causa maiores modificações do que sua
diminuição.
Assim, este projeto permitiu a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em sala
de aula, proporcionando uma experiência semelhante à de um profissional que precisa
projetar um rotor para uma aplicação específica. Nesse contexto, o profissional enfrenta
escolhas cruciais e difíceis durante o processo de projeção.

18
REFERÊNCIAS

EBARA CORPORATION. Thebe Bombas Hidráulicas. São Paulo. 95 p.

HENN, E. Máquinas de Fluido. 2. ed. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2006.

SCILAB. 2023.1.0. Inria: Dassault Systèmes, 1989. Software de Computação


Numérica. Disponível em: https://www.3ds.com/. Acesso em: 12 nov. 2023.

SOLIDWORKS. 2019. Inria: Dassault Systèmes, 1989. Software de CAD. Disponível


em: https://www.3ds.com/. Acesso em: 12 nov. 2023.

19
APÊNDICE A – Triângulos de velocidades e representação do rotor

Triângulo de velocidades.

Representação gráfica do rotor.

20
21
22

Você também pode gostar