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TECNOLOGIA MECÂNICA
ANÁLISE DE ESTRUTURAS MECÂNICAS Pág: 1/16
OBJETIVO
-VERIFICAR A INTEGRIDADE ESTRUTURAL DO EQUIPAMENTO NA NOVA CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO
As informações de número 2,5 e 6 da tabela podem ser verificadas nos desenhos CSP-1-AB-331-EM131-20631 e CSP-1-AB-331-
EM131-20630. As outras informações foram extraídas do modelo da estrutura.
A velocidade de corte foi solicitada pela operação. O ângulo disponível para aceleração foi escolhido de forma a garantir uma
aceleração e desaceleração de pelo menos 1.5s e de forma a permitir que a caçamba atinja a velocidade necessária de corte ao
passar pela correia de sínter. Foi informado pela equipe da EIC que os inversores de frequência capazes de gerar acelerações e
desalecerações inferiores à 1.5s requerem um tipo de painel especial instalado na área, para diminuir os custos de instalação do
novo acionamento o projeto foi adaptado para ter acelerações e desacelerações de 1,5s. O percurso do amostrador será dividido em
quatro momentos, dois de velocidade constante e dois movimentos acelerados.
1.2 Torque necessário para gerar a aceleração angular no início do movimento do amostrador
T = 440.192 N.m T = 𝐼𝑜 ∗ 𝛼
onde: Dcg = distância do centro de gravidade ao centro de rotação (ver fig. XX) = 97,15 mm
g = gravidade local
1.5 Força mínima necessária para acionamento durante a aceleração do amostrador (0 a 1,51 s)
Será utilizado o princípio de impulso e quantidade de movimento angular para determinar a força necessária do atuador linear para
acionar o amostrador, esse princípio afirma que a soma dos impulsos angulares atuando sobre o corpo durante um intervalo de
tempo é igual a variação da quantidade de movimento angular durante esse intervalo.
𝑡2
𝑀𝑜 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊1 − 𝐼𝑜 ∗ 𝑊𝑜 (1)
𝑡1
Onde:
Mo = Momentos atuantes no sistema
Io = Momento de inércia da estrutura
Wo = Velocidade angular no início do período = 0
W1 = Velocidade angular no final do período = 0.208 rad/s
t1 = Tempo inicial = 0 s
t2 = Tempo final = 1.51 s
Intervalo de tempo = t2 - t1 = 1.51 s
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑀𝑝 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝑀𝑎 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2
Onde Mp é momento causado pelo peso da estrutura e Ma é o momento
causado pela força de acionamento do atuador linear.
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝐶 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2
Sabendo que o comprimento do arco (C) varia de acordo com um Figura 1 : Amostrador na posição de repouso e
movimento circular uniformemente variado podemos equacionar a variação forças atuantes (início do movimento)
desse fator da seguinte forma:
𝐶 = 𝛥𝜃 ∗ 𝑅𝑐𝑔
∆𝜃 = 𝑊𝑜 + 𝛼 ∗ 𝑡 2 ∗ 1/2
Assim teremos:
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝛥𝜃 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2
Sabendo que apenas o momento da força peso varia com o tempo, retira-se da integral as variáveis constantes:
𝑡2 1 𝑡2 2 𝑡2
𝑃 ∗ 𝑅𝑐𝑔 ∗ 𝑊𝑜 𝑡1
𝑑𝑡 + 𝑃 ∗ 𝛼 ∗ 2 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑡1
𝑡 𝑑𝑡 + 𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑡1
𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2
Fa = 263.643 N
Nesse período do movimento a força de acionamento é baixa, pois grande parte da sua função (fazer com que a estrutura atinja 0,6
m/s) está sendo desenvolvida pelo próprio peso da estrutura.
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1.5 Força necessária para acionamento até a linha neutra (1.51 a 2.78 s)
𝑡2
𝑀𝑜 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2 − 𝐼𝑜 ∗ 𝑊1 (2)
𝑡1
Onde:
Mo = Momentos atuantes no sistema
Io = Momento de inércia da estrutura
W1 = Velocidade angular no início do período = 0.208 rad/s
W2 = Velocidade angular no final do período = 0.208 rad/s
t1 = Tempo inicial = 1.51 s
t2 = Tempo final = 2.78 s
Intervalo de tempo = 1.27 s
Serão aplicados os mesmos princípios da análise feita no item 1.5, porém nesse
período o movimento do mecanismo possui velocidade constante, sendo assim temos
o seguinte desenvolvimento na equação (2):
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝐶 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = 0
Assim teremos:
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝛥𝜃 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = 0
Fa = -2727.1 N
Nesse período do movimento a estrutura já está em velocidade constante, pois a caçamba está passando pela correia de sínter, a
força de acionamento possui um valor negativo, pois seu sentido é o oposto ao da figura 2. Esse fato ocorre, pois a força de
acionamento mantém a velocidade do conjunto constante, enquanto o peso tende a acelerar a estrutura. Logo os momentos
causados pelas forças devem possuir sentidos opostos.
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1.6 Força necessária para acionamento da linha neutra até a desaceleração (2.78 a 4.32 s)
𝑡2
𝑀𝑜 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊3 − 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2 (3)
𝑡1
Onde:
Mo = Momentos atuantes no sistema
Io = Momento de inércia da estrutura
W1 = Velocidade angular no início do período = 0.208 rad/s
W2 = Velocidade angular no final do período = 0.208 rad/s
t1 = Tempo inicial = 2.78 s
t2 = Tempo final = 4.32 s
Intervalo de tempo = 1.54 s
Serão aplicados os mesmos princípios da análise feita no item 1.5, porém nesse
período o movimento do mecanismo possui velocidade constante, sendo assim temos
o seguinte desenvolvimento na equação (3):
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝐶 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = 0
Assim teremos:
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝛥𝜃 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊2
Figura 3 : Na posição final do terceiro
Retirando da integral as variáveis constantes: movimento
𝑡2 𝑡2
𝑃 ∗ 𝑊2 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑡1
𝑡 𝑑𝑡 + 𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑡1
𝑑𝑡 =0
Fa = 506.437 N
Nesse período do movimento o momento da força peso tende a desacelerar a estrutura, logo a força de acionamento deve produzir
um momento de sentido oposto ao da força peso para manter constante a velocidade da estrutura.
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1.7 Força necessária para acionamento da linha neutra até a desaceleração (4.32 a 5.83 s)
𝑡2
𝑡1
𝑀𝑜 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 ∗ 𝑊4 − 𝐼𝑜 ∗ 𝑊3
Assim teremos:
𝑡2 𝑡2
𝑡1
𝑃 ∗ 𝛥𝜃 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑑𝑡 + 𝑡1
𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑑𝑡 = −𝐼𝑜 ∗ 𝑊3
Retirando da integral as variáveis constantes:
𝑡2 1 𝑡2 2 𝑡2
𝑃 ∗ 𝑅𝑐𝑔 ∗ 𝑊𝑜 𝑡1
𝑑𝑡 + 𝑃 ∗ −𝛼 ∗ 2 ∗ 𝑅𝑐𝑔 𝑡1
𝑡 𝑑𝑡 + 𝐹𝑎 ∗ 𝑟 𝑡1
𝑑𝑡 = −𝐼𝑜 ∗ 𝑊3
Fa = 4020.74 N
A força de acionamento possui seu maior valor no período final, pois ela deve manter a desaceleração do amostrador constante
(0,1383 rad/s²), enquanto o momento da força peso tende a desalecerar bruscamente o amostrador.
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𝐹𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝛼
Quando um corpo executa um movimento rotacional surgem duas forças resultantes no corpo, uma força tangente à
direção do movimento (Ft) e uma força normal (Fn) que aponta para o ponto de rotação da estrutura, essas forças
resultantes são balanceadas por forças (Ot e On) que surgem no ponto de rotação da estrutura e serão suportadas pelo
eixo que permite que a estrutura gire.
As tensões na estrutura variam conforme o movimento oscilatório é executado, porém a estrutura será avaliada no período
do movimento em que a força de acionamento possui seu maior valor (desaceleração do amostrador) e também no final do
curso do movimento, pois é nesse momento que os esforços na estrutura são maiores.
O objetivo das próximas sessões é determinar os esforços sofridos pelos pontos mais críticos da estrutura.
2.1 Análise estrutural - Corpo 1 - Contrapeso Diagrama de corpo livre - Contra peso
m1 = 439.1 kg
g = 9.81 m/s²
α = 0.1383 rad/s²
w = 0.208 rad/s
r = 1.330 m
𝐹𝑡1 = 𝑚1 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝛼 = 80.76761 N
Ot1 = -1901.58 N
𝐹𝑛1 = 𝑚1 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝑤² = 25.26631 N
𝐹𝑡2 = 𝑚2 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝛼 = 8.7 N
𝐹𝑛2 = 𝑚2 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝑤² = 2.7 N
𝐹𝑡3 = 𝑚3 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝛼 = 32.8 N
Ot3 = 638.164 N
𝐹𝑛3 = 𝑚3 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝑤² = 10.2 N
m4 = 211 kg
g = 9.81 m/s² Diagrama de corpo livre - Caçamba
α = 0.1383 rad/s²
w = 0.208 rad/s
r = 2.878 m
𝐹𝑡4 = 𝑚4 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝛼 = 84.0 N
Ot4 = 1036.56 N
𝐹𝑛4 = 𝑚4 ∗ 𝑟𝑔 ∗ 𝑤² = 26.3 N
2.4 Análise estrutural - Somatório das reações suportadas pelo eixo de balanço do amostrador
As forças produzidas pelo movimento rotacional são muito baixas (Fnr = 36.3 N e Ftr = , pois a velocidade angular, a
aceleração e o raio de giração são muito baixos. Logo os esforços atuantes no corpo são produzidas principalmente pelo
peso próprio da estrutura e pela força de acionamento.
O período do movimento em que a estrutura produz maior esforço de momento fletor sobre ela mesma é durante a parte
final do movimento, que é quando ela está mais inclinada em relação à seu eixo neutro (27,4º) e ainda está sofrendo a ação
da força de acionamento, pois é nessa configuração os esforços de flexão na estrutura são os maiores.
O peso próprio e a força de acionamento da estrutura produzirão esforços interno de três tipos na estrutura: força cortante,
momento fletor e força normal. Esses esforços foram calculados utilizando o software FTOOL, aplicando na estrutura o
peso de cada componente da estrutura nos seus respectivos centros de gravidade e a força de acionamento máxima
durante o movimento do amostrador.
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Figura 7: Modelo do amostrador com os pesos do componentes e a força de acionamento aplicada na condição crítica.
Eixo de balanço
Junta aparafusada
Ponto da viga principal da estrutura sem reforço com maior momento fletor
Figura 8: Desenho de montagem do amostrador e sessões mais solicitadas (Fonte: CSP-1-AB-331-EM131-20631).
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Figura 9: Gráfico da força normal na estrutura Figura 10: Gráfico da força cortante na estrutura
Eixo de balanço
Junta aparafusada
Figura 11: Gráfico de momento fletor atuante na estrutura com indicação dos pontos mais solicitados.
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Para determinar os coeficientes de segurança da estrutura se faz necessário determinar suas tensões admissíveis, esse
equipamento de enquadra na categoria de mecanismos da norma ABNT NRB 8400. Segundo a norma é necessário
determinar a classe de funcionamento e o estado de solicitação para determinar o grupo que o mecanismo se enquadra.
Essa classificação se aplica para todos os componentes do amostrador.
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Após determinar o grupo do mecanismo determina-se a tensão admissível utilizando a seguinte fórmula:
𝜎𝑟
𝜎𝑎 = = 142.86 MPa Propriedades do material
𝑞 ∗ 𝐹𝑆𝑟 Material da estrutura SS400(equivalente a A36)
onde: σa = Tensão admissível Resistência à tração 400 MPa
σr = Resistência à tração
q= Fator de carregamento
FSr = Fator de segurança
𝐼𝑦
Módulo de resistência no eixo y 𝑊𝑦 = = 160 cm^3
𝑐
Tensão de 𝑁
compressão 𝜎𝑐 = = 1.68 MPa
𝐴
Fator de 𝜎𝑎
segurança
FS = 𝜎𝑟
= 4.00 Aprovado
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Figura 13: Junta aparafusada em análise e com indicação dos parafusos analisados
Mf
V
C
𝐶 𝑀
𝑓𝑐.𝑚𝑎𝑥 = + 1.344 N/mm²
𝐴 𝑊𝑦
𝐶 𝑀
𝑓𝑐.𝑚𝑖𝑛 = − -1.18 N/mm²
𝐴 𝑊𝑦
𝑓𝑚𝑎𝑥 𝐿
𝑐= 133.2 mm
𝑓𝑚𝑎𝑥 + 𝑓𝑚𝑖𝑛
𝑎 = 𝑐 − 𝑎1 108.2 mm
𝑦 = 𝐿 − 𝑎1 − b 186.1 mm
𝐿−𝑐
𝑏= 𝑎1 = 25
3
Diâmetro do eixo 90 mm
Comprimento livre (L) 500 mm
Força atuante (F) 10839 N
Área sessão transversal 0.00636 m²
Momento de inércia (I) 3.22E-06 m4
Momento de inércia
6.44E-06 m4
polar (J)
Torque no eixo durante
440.19 N.m
desaceleração (T)
𝐹∗𝐿
Momento atuante (M) = = 1354.822 N.m
4
4𝐹
Tensão cisalhamento(τc) = = 2.27 MPa
3𝐴
𝑇∗𝑟
Torção(τt) = = 3.08 MPa
𝐽
Fator de 𝜎𝑎
segurança
FS = = 6.78 Aprovado
𝜎𝑟
3.0 Conclusão
Conforme os cálculos apresentados neste memorial, a estrutura do amostrador de sínter está aprovada para a nova
condição de operação nas condições estabelecidas pela operação e com os períodos de aceleração e desaleceração
estabelecidos no memorial, para usos ou condições diferentes das apresentadas no memorial se faz necessário
avaliar novamente a estrutura do amostrador. O atuador linear a ser instalado na área deve ter a mesma força
nominal de acionamento do instalado atualmente (4 ton.f) de forma a garantir que a velocidade do amostrador se
mantenha constante. A velocidade nominal deve ser de, no mínimo, 192 mm/s para que a velocidade de corte seja de
0,6 m/s.
Estrutural
Componente Tensão atuante Tensão admissível Fator de segurança Status
Viga principal 35.7 MPa 142.86 MPa 4.00 OK
Junta aparafusada 58.1 MPa 304.0 MPa 5.23 OK
Eixo de giro 21.1 MPa 142.86 MPa 6.78 OK