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USINAGEM

PROFESSOR: MSC. JUAREZ POMPEU DE AMORIM NETO


DESGASTES
• DESGASTE DA FERRAMENTA DE CORTE (INTRODUÇÃO)
- Por maior que seja a dureza da ferramenta, ou por menor que seja a resistência da peça
de trabalho, sempre haverá o desgaste da ferramenta.
- O objetivo desse estudo é prolongar a vida da aresta cortante.
- O desgaste acelerado causa paradas nas máquina que impactam na produção.
DESGASTES
• CLASSIFICAÇÃO
- Avaria:
- Ocorre de maneira repentina e inesperada.
- Causado pela quebra, lascamento ou trinca da aresta de corte.
- A quebra e o lascamento levam à destruição total ou parcial da aresta cortante.
- A trinca compromete o processo de corte.
- A avaria é mais comum em operações de corte interrompida, devido aos choques
mecânicos e térmicos.
DESGASTES
• CLASSIFICAÇÃO
- Avaria:
DESGASTES
• CLASSIFICAÇÃO
- Desgaste:
- Mudança na sua forma gradual durante o corte.
- Ao desgaste em usinagem relaciona-se a mudança da geometria de corte por perda de
material.
- A perda de material acontece de forma progressiva e contínua e em pequenas
proporções.
- Temperatura é um fator de desgaste.
DESGASTES
• CLASSIFICAÇÃO
- Deformação plástica:
- Mudança da geometria da aresta de corte pelo deslocamento de material.
- Ocorre por cisalhamento devido às altas tensões.
- É mais comum em materiais com maior tenacidade.
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem térmica
- Acontece durante o corte interrompido como no fresamento.
- Na fresa, cada aresta experimenta uma fase ativa (aquecimento da ferramenta).
- Cada aresta da fresa também experimenta uma fase inativa (resfriamento).
- As temperaturas flutuam ciclicamente.
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem térmica
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem térmica
- As camadas a uma temperatura bastante alta se dilatam mais.
- Há constantes tensões de compressão e tração.
- As flutuações cíclicas de tensões promovem o aparecimento de trincas por fadiga.
- Materiais mais tenazes suportam variações nas tensões.
- Materiais mais duros se lascam ou quebram antes que apareçam as trincas.
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem térmica

https://www.researchgate.net/publication/32283504
Sulcos desenvolvidos em forma de pente (combcracks) 1_Design_of_coated_cemented_carbide_with_impr
oved_comb_crack_resistance
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem térmica
- O aumento da velocidade de corte aumenta o número de sulcos.
- O aumento do avanço reduz o número de sulcos (Ferraresi, 1997)
- O uso de fluido de corte de forma intermitente aumenta o número de sulcos.
- As trincas térmicas são perpendiculares à aresta de corte.
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem mecânica
- Surge devido aos choques mecânicos.
- Normalmente ocorre paralela à aresta de corte.
- spallinng: interação entre as trincas paralelas e perpendiculares, ou seja, há interação
entre as trincas térmicas e mecânicas.
- Cada impacto da ferramenta pode causar lascamentos, quebras ou até trincas por fadiga.
DESGASTES
• AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Avaria de origem mecânica
- Grandes profundidades de corte, grandes avanços, alta resistência da peça, favorecem a
avaria de origem mecânica.

Lascamento
DESGASTES
• DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- Mesmo que a ferramenta tenha tenacidade suficiente para evitar avaria, sempre está
sujeita ao desgaste.
- O desgaste acontece na superfície de folga e superfície de saída da ferramenta.
- Antes que algum desgaste alcance grandes proporções, é recomendado trocar a
ferramenta ou reafiar.
DESGASTES
• DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE
- A: Desgaste de cratera.
- B: Desgaste de flanco.
- C e D: Desgaste de entalhe.
DESGASTES
• CURVA DE DESGASTE DE UMA FERRAMENTA DE CORTE
DESGASTES
• CURVA DE DESGASTE DE UMA FERRAMENTA DE CORTE
- Estágio I: No início do corte com um desgaste acelerado.
- Estágio II: A taxa de desgaste é praticamente constante, onde a ferramenta se adequa aos
mecanismos de desgaste.
- Estágio III: Novamente o desgaste é acelerado ocorrendo a quebra da ferramenta.
- A quebra da ferramenta impacta nos custos de usinagem.
- É aconselhável adotar a curva de vida da ferramenta para evitar chegar no estágio III.
DESGASTES
• CRITÉRIOS DE FIM DA VIDA DE UMA FERRAMETA DE AÇO RÁPIDO,
METAL DURO E CERÂMICA EM OPERAÇÕES DE DESBASTE (ISO 1977)
- Desgaste de flanco médio VBB = 0,3 mm .
- Desgaste de flanco máximo (VBmáx = 0,6 mm).
- Profundidade de cratera (KT = 0,06 + 0,3f), onde f é o avanço.
- Desgaste de entalhe (VBN e VBC = 1 mm).
- Falha catastrófica.
- Quando algum limite for ultrapassado, recomenda-se a substituição ou afiação.
DESGASTES
• CRITÉRIOS DE FIM DA VIDA DE UMA FERRAMETA DE AÇO RÁPIDO,
METAL DURO E CERÂMICA EM OPERAÇÕES DE DESBASTE (ISO 1977)
- Uma maneira prática na indústria é utilizar a aresta de corte até que os materiais
fabricados estejam na tolerância desejada.
DESGASTES
• MEDIDORES DE DESGASTE

Lupa com retículo para medição de desgaste


DESGASTES
• ELEMENTOS QUE IMPACTAM NO FIM DA VIDA DA FERRAMENTA
- Força de usinagem.
- Potência do motor.
- Temperatura de corte.
- Vibração.
- Emissão acústica.
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• MECANISMOS DE DESGASTE
DESGASTES
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA SUPERFICIAL POR CISALHAMENTO A ALTAS
TEMPERATURAS
- As tensões na interface cavaco/ferramenta são grandes.
- Devido às altas temperaturas o material reduz a resistência ao escoamento.
- A consequência é o cisalhamento do material junto com o cavaco causando crateras.
DESGASTES
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA SUPERFICIAL POR CISALHAMENTO A ALTAS
TEMPERATURAS

https://www2.uned.es/ribim/volumenes/Vol20N1Abril201
6/V20N1A07%20Maranhao.pdf

Evolução da temperatura de corte em função do avanço:


a) avanço de 10 μm/rot; b) avanço de 20 μm/rot; c)
avanço de 40 μm/rot; d) avanço de 80 μm/rot.
DESGASTES
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA SUPERFICIAL POR CISALHAMENTO A ALTAS
TEMPERATURAS

Desgaste de cratera
DESGASTES
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DA ARESTA DE CORTE SOB ALTAS TENSÕES DE
COMPRESSÃO
- A combinação de altas tensões e altas temperaturas causa a deformação plástica.
- As tensões compressivas são máximas na extremidade da aresta e decresce até o ponto
em que o cavaco perde contato com a ferramenta.
- Em ferramentas muito dura (cerâmica) não é possível acontecer essa forma de desgaste.
DESGASTES
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DA ARESTA DE CORTE SOB ALTAS TENSÕES DE
COMPRESSÃO

https://www2.uned.es/ribim/volumenes/Vol20N1Abril201
6/V20N1A07%20Maranhao.pdf

Evolução da tensão de von Mises em função do avanço


no final do comprimento do corte: a) avanço de 10
μm/rot; b) avanço de 20 μm/rot; c) avanço de 40 μm/rot;
d) avanço de 80 μm/rot.
DESGASTES
• DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DA ARESTA DE CORTE SOB ALTAS TENSÕES DE
COMPRESSÃO
DESGASTES
• DIFUSÃO
- Transferência de material no nível atômico.
- Depende fortemente da temperatura.
- Há uma forte interação química entre ferramenta e material ao ponto de quando há
separação, a interface material/ferramenta é mais forte que dentro de um dos materiais.
DESGASTES
• ADERÊNCIA E ARRASTAMENTO
- Também chamado de adesão.
- Ocorre em baixas velocidades de corte.
- O fluxo de material sobre a superfície da ferramenta se torna irregular.
- A aresta postiça de corte pode aparecer.
- Fragmentos microscópicos são arrancados da superfície da ferramenta e arrastado junto
com o fluxo de material adjacente à interface.
DESGASTES
• ABRASÃO
- Ocorre quando o material é removido ou deslocado da superfície por partículas duras
que podem estar soltas ou que pertencem a uma superfície.
- Se as partículas estiverem soltas, então temos a abrasão de três corpos.
- Se as partículas pertencem a uma superfície, então temos a abrasão de dois corpos.
- Na abrasão de dois corpos, as partículas são precipitados duros.
- Na abrasão de três corpos as partículas podem pertencer a peça ou cavaco, que se
desprendem e são mergulhadas no fluxo do material.
DESGASTES
• CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA
- A curva de vida da ferramenta é função da velocidade de corte.
- Foi proposta por Taylor o início do século XX.
- É obtida de forma experimental.
DESGASTES
• CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA
DESGASTES
• CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA
DESGASTES
• CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA (EQUAÇÃO DE TAYLOR)
vT n = C
v: Velocidade de corte (m/min)
T: Vida da ferramenta (min)
n, C: Constantes cujos valores dependem do avanço, profundidade de corte, material da
peça e ferramental.
DESGASTES
EXEMPLO
Determine a equação de vida da seguinte ferramenta:
DESGASTES
• CURVA DE VIDA DA FERRAMENTA (EQUAÇÃO DE TAYLOR)
- Versão expandida
v x f y azp T = K
f: avanço (mm)
ap : Profundidade de corte (mm)
x, y, z, k: Constantes
DESGASTES
QUESTÕES DE REVISÃO
Calcular a rotação de desbaste e acabamento no torno mecânico para uma peça de aço
1020, com Ø38mm, Utilizando uma ferramenta de aço rápido.
DESGASTES
QUESTÕES DE REVISÃO
Dados de desgaste de flanco foram obtidos em uma série de ensaios usando uma ferramenta de metal duro revestido
para tornear uma liga de aço endurecido. A uma velocidade de 125 m/min, o desgaste de flanco = 0,12 mm em 1
min, 0,27 mm em 5 min, 0,45 mm em 11 min, 0,58 mm em 15 min, 0,73 mm em 20 min, e 0,97 mm em 25 min. A
uma velocidade de 165 m/min, o desgaste de flanco = 0,22 mm em 1 min, 0,47 mm em 5 min, 0,70 mm em 9 min,
0,80 mm em 11 min e 0,99 mm em 13 min. O último valor para cada velocidade é quando ocorreu a falha final da
ferramenta. a) Desenhe, em um único gráfico com eixos lineares, as funções do desgaste de flanco em relação ao
tempo para as duas velocidades. Usando 0,75 mm de desgaste de flanco como o critério de falha da ferramenta,
determine as vidas da ferramenta para as duas velocidades de corte. b) Determine C e n da equação de Taylor.

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