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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

TECNOLOGIA EM MECÂNICA - PROCESSOS DE SOLDAGEM

Prof. Me. Amir Rivaroli Junior

Aula 10 - Conformação Mecânica -


Laminação
Laminação
Laminação
É um processo que consiste na passagem de um corpo sólido entre
dois cilindros que giram à mesma velocidade periférica, mas em
sentidos contrários.
Laminação
A força de atrito entre o material e o cilindro provoca a
deformação.

O material tem sua espessura reduzida de acordo com a abertura


entre os cilindros de laminação. Sucessivas passadas através dos
cilindros, com aberturas decrescentes, reduzem o material à
espessura desejada.

Através da laminação é possível obter-se tanto produtos acabados


(chapas, barras, perfis), como produtos semi-acabados (placas).
Laminação

É um processo no qual modifica-se a geometria / dimensões de


um corpo metálico pela passagem entre dois cilindros
laminadores.

Partindo-se do princípio de que não há perda de material na


diminuição de seção, maior será o alongamento do perfil até o
limite de ruptura do material.

diminuição da seção -------------→ aumento do comprimento


Laminação
Laminação

Laminação é o processo de conformação mecânica que


consiste em deformar o metal pela passagem entre dois
cilindros com geratriz retilínea (laminação de produtos
planos) ou contendo canais entalhados de forma mais ou
menos complexa (laminação de produtos longos).
Laminação

• Além dos laminadores, existem também equipamentos que


são dispostos de acordo com a sequência de operações de
produção na laminação, na qual os lingotes entram e, aos
saírem, já estão com o formato final desejado seja como
produto final ou seja como produto intermediário.

São eles:
- fornos de aquecimento e reaquecimento de lingotes;
- placas e tarugos;
- sistemas de roletes para deslocar os produtos;
- mesas de elevação;
- tesouras de corte.
Laminação
A laminação é o processo mais empregado dentre os processos de
conformação mecânica de metais.
Segundo o Instituto Aço Brasil, em 2008, 73% do aço bruto produzido
no Brasil foi conformado por laminação.
3.500
aço bruto
3.000
laminado

2.500

Desses, 58% foi laminado 2.000


(10³ t)
em produtos planos e 42% 1.500
em produtos longos.
1.000

500

-
jan/08 abr/08 jul/08 out/08 fev/09 mai/09
(*): Fonte: Instituto Aço Brasil.
Laminadores
• Em princípio, o laminador é constituído de uma estrutura metálica
que suporta os cilindros com os mancais, montantes e todos os
acessórios necessários.

• Esse conjunto é chamado cadeira de laminação.


Laminadores

• Um laminador consiste basicamente de cilindros (ou


rolos), mancais, uma carcaça chamada de gaiola ou quadro
para fixar estas partes e um motor para fornecer potência
aos cilindros e controlar a velocidade de rotação.

• As forças envolvidas na laminação podem facilmente


atingir milhares de toneladas, portanto é necessária uma
construção bastante rígida, além de motores muito potentes
para fornecer a potência necessária.
Laminadores

• Os laminadores podem ser montados isoladamente ou em


grupos, formando uma seqüência de vários laminadores em
série.

• Esse conjunto recebe o nome de trem de laminação.

• Junto a esse conjunto, trabalham os equipamentos


auxiliares, ou seja, os empurradores, as mesas
transportadoras, as tesouras, as mesas de elevação, etc.
Laminadores

• O custo, portanto de uma moderna instalação de


laminação é da ordem de milhões de dólares e
consome-se muitas horas de projetos uma vez que
esses requisitos são multiplicados para as sucessivas
cadeiras de laminação contínua (“tandem mill”).
Laminação
• Laminadores:

– Tipo de trabalho (quente/frio);

– Tipo de disposição (duo, trio, quádruo)

– Tipo de produto laminado, redução, qualidade


superficial
Laminação
• Solicitações do trabalho:

– Desgaste

– Resistência mecânica x tenacidade

– Acidentes x cargas severas


Laminação
• Condições de controle:

– Manutenção dos cilindros

– Controle de desempenho

– Existência de inspeções

– Gestão da utilização x demanda da produção


Vista Geral
Vista Geral
Vista Geral
Vista Geral
Vista Geral
Vista Geral
Vista Geral
Passes
Laminação
Classificação dos Laminadores

• Pelas condições de trabalho: em laminadores a quente


e a frio.
• Pela função: em primários e acabadores.
• Pelo tipo de produto.
• Pelo diâmetro dos cilindros.
• Pela disposição das diversas cadeiras de laminação.
Laminação
Antes era assim...

Laminador de tiras a quente


Ficou assim...

Laminador de tiras a quente


Antigamente, laminava-se chapa grossa assim...

Laminador de chapas grossas – plate mill


Agora... Inclusive as “coisas” cresceram...

Laminador de chapas grossas – plate mill – atual


Blooming era assim...

Laminador Blooming – 1950


Laminador Blooming – 1940
Blooming não mudou muito... Mas...

Blooming Mill de NEDSTAAL, ALBLASSERDAM.


Trem contínuo de longos...

Trem contínuo de longos (*)


Classificação pelas Condições de Trabalho

Placas Blocos Tarugos

Laminação
a quente

Chapas Perfis Trilhos Barras

Laminação
a frio
Folhas Barras

Tubos Trefilados

Tubos
• Aquecimento / manutenção da tempe-
ratura do material

• Limpeza superficial primária da carepa


do material
LAMINAÇÃO A QUENTE
• Laminação de desbaste (redução da
placa de ~ 200 mm até ~ 50 mm)

•Limpeza superficial secundária da


carepa do material

LAMINAÇÃO DE BARRAS E PERFIS


LAMINAÇÃO A QUENTE
Tipos de produtos:
Em função do tipo de Semi-acabados – placas, blocos
produto produzido e tarugos

Planos – chapas e bobinas, em


aço carbono e/ou aços
especiais/ligados

Longos – barras, perfis, fio


máquina, vergalhões, arames e
tubos sem costura, em aço
carbono e/ou aços
especiais/ligados

Para cada tipo de produto existe um tipo adequado de cilindro. A


qualidade dos produtos depende da qualidade dos cilindros
Laminação a Quente

• Matéria-prima: lingotes fundidos, placas e


tarugos lingotados, laminados

• preparação, “desbaste”
• grandes deformações
• grandes dimensões
• geometrias complexas
• produtos semi-acabados
Laminação a Quente

• As temperaturas recomendadas para o reaquecimento


antes da laminação são as seguintes:
• Aço doce: 1250-1350°C
• Aços de baixo teor de liga: 1250-1300°C
• Aços de alto teor de liga: 1250°C máx.
• Aços inoxidáveis austeníticos: 1100-1200°C
Laminação a Quente - Informações Básicas

• Curvas tensão-deformação reais, pelas quais torna-se


possível avaliar os esforços de conformação envolvidos.

• Dutilidade a quente, pois uma dutilidade inadequada


pode conduzir a defeitos superficiais ou trincas durante o
processamento.

• Microestrutura, pois esta além de definir nos fatores


acima mencionados determina também as propriedades
mecânicas do produto seja acabado a quente ou a frio.
Laminador Mandrilador

Tubos com
diâmetro interno
entre 57 e 426 mm,
com espessura
entre 3 e 30 mm
Laminação a Quente
Laminação a Quente
Produtos fabricados a partir de barras e fios-máquina
Utilização de tiras laminadas a quente na indústria automobilística
Linha de fabricação de folhas de flandres (tinplates)
Aplicação das folhas estanhadas
Aplicação das folhas cromadas
LAMINAÇÃO

•acabamento superficial e tolerâncias


dimensionais superiores às tiras produzidas
por laminação a quente
LAMINAÇÃO A FRIO
• o encruamento resultante da redução a frio
garante maior resistência ao produto final,
além de melhor aspecto superficial (menor
rugosidade e livre de oxidações aparentes).

Na laminação a frio consegue-se um aumento da resistência


mecânica da chapa laminada por encruamento e um excelente
acabamento superficial (até polido, se desejado).
• Matéria-prima: chapas e barras laminadas a quente

• operações de acabamento
• pequenas deformações
• superfícies regulares
• produtos acabados
Laminação a Frio
DECAPAGEM

DECAPAGEM
PÁTIO DE BOBINAS

BOBINA A QUENTE DECAPADA

CFQD LTQ BQD/BGD LAMINADOR A FRIO - TCM


Laminação a Frio
DECAPAGEM

HCl

ÓXIDOS = FEO (95%), FE2O3 (4%), FE304 (1%)


DECAPAGEM

1 Retirar a camada de óxido gerada durante o processo de


laminação a quente no resfriamento do material,
utilizando solução de ácido clorídrico

2 Fazer a união das bobinas a quente objetivando aumentar


o peso das bobinas a frio para os processos subsequentes
(Peso máximo de 30t)

3 Aparar as bordas e inspecionar o material produzido


LAMINADOR A FRIO
TANDEM COLD MILL (TCM)
FINALIDADES DO PROCESSO

• Obter tiras com espessuras menores e com faixa de


tolerância mais restrita que os laminados a quente;

• Obter tiras com alto grau de planicidade;

• Imprimir a rugosidade necessária para atender os processos


subsequentes.
Laminação de tiras a frio
Laminador Seqüencial de Perfis
Tipos de Laminadores
Tipos de Laminadores

• A máquina que executa a laminação, ou seja, o


laminador abrange inúmeros tipos, dependendo cada um
deles do serviço que executa, do número de cilindros
existentes, etc.

• Os três principais tipos são os laminadores duo, trio e


quádruo.
Tubos com diâmetro interno entre 10 e 114 mm e
espessura de parede entre 2 e 5 mm
Tipos de Cadeira de Laminação

https://www.youtube.com/
watch?v=u4djkKG92p8
Componentes de um Laminador Quádruo
Cilindro de Trabalho: são sempre dois em cada cadeira e
normalmente possuem diâmetro menor do que os cilindros de
apoio. São mais frequentemente trocados, pois estão sujeitos a
um maior desgaste por estarem em contato direto com o material
a ser laminado, portanto mais sujeitos ao atrito e ao calor.

Cilindro de Apoio: são cilindros de maior diâmetro e resistência


mecânica. Sua função é apoiar os cilindros de trabalho, evitando
que frexionem, o que geraria uma variação dimensional no
material laminado. Vida útil bem maior que os cilindros de
trabalho, pois não estão expostos a um atrito tão elevado.
Tipos de Laminadores - Duo
• O mais simples, é constituído por dois cilindros de eixo
horizontais, colocados verticalmente um sobre o outro.

• Pode ser reversível ou não.

• Nos duos não reversíveis, o sentido do giro dos cilindros não


pode ser invertido e o material só pode ser laminado em um
sentido.

• Nos reversíveis, a inversão da rotação dos cilindros permite que


a laminação ocorra nos dois sentidos de passagem entre os
rolos.
Seqüência de Passes

Laminador Duo Reversível


LAMINADOR TRIO – são usados três cilindros. O material
passa primeiramente entre os cilindros inferiores em uma
direção e volta entre os cilindros superior e intermediário;

No laminador trio, os cilindros sempre giram no mesmo


sentido.

O material pode ser laminado nos dois sentidos, passando-o


alternadamente entre o cilindro superior e o intermediário e
entre o intermediário e o inferior.
Tipos de Laminadores – Trio
• Os modernos laminadores trio são dotados de mesas
elevatórias para passar as peças de um conjunto de cilindros a
outro.
LAMINADOR QUÁDRUO – são utilizados quatro cilindros, dois
menores centrais (cilindros de trabalho) e dois maiores que
conferem a rigidez necessária (cilindros de encosto);

• A medida que se laminam materiais cada vez mais finos, há


interesse em utilizar cilindros de trabalho de pequeno diâmetro.

• Estes cilindros podem fletir, e devem ser apoiados por cilindros


de encosto.

• Este tipo de laminador denomina-se quádruo, podendo ser


reversível ou não.
Componentes de um Laminador Quádruo
LAMINADOR SENDZIMIR – agrupados ou combinados, são de
alto custo sendo utilizados para laminação a frio e para
acabamento de produtos cujas tolerâncias dimensionais são muito
rígidas;

Quando os cilindros de trabalho são muito finos, podem fletir tanto


na direção vertical quanto na horizontal e devem ser apoiados em
ambas as direções; um laminador que permite estes apoios é o
Sendzimir.
“Cluster” ou Sendzimir
Sendzimir
Nova Tecnologia para Laminação a Frio

Quatro colunas
Sendzimir

Sistema de troca
rápida de cilindros
(1 a 2 minutos)

“Cartuchos” inseridos
hidraulicamente
Sendzimir
Arranjo 1-2-3-4
com 20
cilindros

Folhas de aço
inox e aço-Si

tol = 1 a 5 mm
LAMINADORES UNIVERSAIS – combinam conjuntos de cilindros
horizontais (responsáveis pela redução na espessura) e cilindros
verticais (responsáveis pela manutenção da largura do material em
processamento).

• Dispõe de dois pares de cilindros de trabalho, com eixos


verticais e horizontais.

• Se destina a produção de placas que necessitam ter também as


bordas laminadas. Um tipo particular é o laminador Gray para vigas
com perfil H de grande largura.
Laminador

Cilindros Juntas Distribuição Redutor Motor


universais
Cilindros de Laminação

• A produção de um laminador é limitada pela resistência


dos cilindros ao:
• Desgaste;
• À ruptura.

• São produzidos com materiais desde aço simples


(0,50%C) até ferros fundidos especiais (3,80% Fofo).
LAMINAÇÃO DE PERFIS: A laminação de perfis é sempre
realizada a quente a partir de tarugos e pode ser feita através
de:

CILINDROS DE LAMINAÇÃO – utilizado para a fabricação de


perfis geometricamente mais complexos;

LAMINADORES UNIVERSAIS – utilizado para perfis com


geometria mais simples.
Esquema mostrando a sequência de laminação
de um perfil na forma de um trilho de trem.
LAMINAÇÃO DE PERFIS
Usinagem de Cilindros
Laminando um produto plano

1. O lingote, pré-aquecido em fornos especiais, passa pelo


laminador de desbaste e se transforma em placas.

2. A placa é reaquecida e passa então por um laminador que


quebra a camada de óxido que se formou no aquecimento.
Nessa operação usa-se também jato de água de alta pressão.

3. Por meio de transportadores de roletes, a placa é levada a


um outro laminador que diminui a espessura e também aumenta
a largura da placa original. Na saída dessa etapa, a chapa
também passa por um dispositivo que achata suas bordas e por
uma tesoura de corte a quente.
Laminando um produto plano

4. Finalmente, a placa é encaminhada para o conjunto de


laminadores acabadores, que pode ser formado de seis
laminadores quádruos. Nessa etapa ela sofre reduções
sucessivas, até atingir a espessura desejada e se transformar
finalmente em uma chapa.

5. Quando sai da última cadeira acabadora, a chapa é


enrolada em bobina por meio de bobinadeiras.
Produtos Laminados
Produtos Laminados
• A classificação dos produtos laminados é realizada em função
das suas formas e dimensões de acordo com as normas técnicas
tradicionalmente estabelecidas.

• Os produtos laminados podem ser inicialmente classificados em:


produtos semi-acabados e produtos acabados.
Produtos Laminados
• Produtos não-planos: fabricados a partir de blocos, são os
perfis estruturais (na forma de I, T, L, C, etc.) e os trilhos (trilhos
convencionais, trilhos para pontes rolantes, etc.).

• Produtos não-planos, obtidos a partir de tarugos, são as barras


(de secção redonda, quadrada, hexagonal, etc.), as barras para
trefilação e os tubos sem costura.
Produtos Laminados

• Os produtos planos, provenientes do


processamento de placas, são as chapas grossas,
as chapas e tiras laminadas a quente, as chapas e
tiras laminadas a frio, as fitas e tiras para a
fabricação de tubos com costura e as folhas.
Mecânica da Laminação
• Esforço predominante: compressão direta

• Arco de contato

• Ponto neutro: pressão máxima dos cilindros sobre a peça

• Ângulo de laminação: ângulo de contato, ângulo de ataque,


ângulo de mordida

• Forças de atrito: no sentido da laminação até o ponto neutro


e contrário a partir dele tendência de movimento para trás
e para frente da peça a laminar
Mecânica da Laminação
• Forças de atrito: no sentido da laminação até o ponto neutro
e contrário a partir dele tendência de movimento para trás
e para frente da peça a laminar

• Carga de laminação: força de separação dividida pela área de


contato Tensão de laminação

• Área de contato menor


• Cilindros de diâmetros menores
• Força de separação menor
• Forças de atrito menores
• Maior rigidez e precisão
• Aplicação nos quádruos
e múltiplos
Forças e Relações Geométricas

A entrada da peça entre os


cilindros, depende:
✓do ângulo de contato;
✓do atrito entre o
material e os cilindros
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO
Laminação Leve
PRODUTOS
LINHA DE PRODUTOS LAMINADOS
LAMINAÇÃO PESADA
LAMINAÇÃO PESADA
LAMINAÇÃO PESADA
LAMINAÇÃO LEVE

BLOCO CALIBRADOR ( REDUCING AND SIZING BLOCK)

❑ FABRICANTE : KOCKS
❑ FAIXA DE BITOLA: 16,9 mm 76,2 mm
❑ PERMITE OBTENÇÃO DE TOLERÂNCIA ¼ DIN ( ou ½ ASTM)
❑ POSSUI 4 GAIOLAS COMPOSTA POR JOGOS DE 3 ROLOS COM
CONFIGURAÇÃO Y E Y INVERTIDO, POSTADOS A 120°
LAMINAÇÃO LEVE
BLOCO LAMINADOR (DANIELI) COMPOSTO POR :
❑ 10 gaiolas para produção de bitolas redondas de 23,81 mm até 5,50 mm.
❑ Velocidade máxima 100 m/s.
❑ Sistema de resfriamento controlado.
❑ Peso bobina – max 2,5 t
FIM

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