Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3 Granuladores ou “Peletizadores”
1 PREPARAÇÃO DE MATERIAL
Com o princípio de funcionamento semelhante aos moinhos, estes equipamentos
têm a função de cortar o material, fazendo assim os “peletes” ou “pellets”.
Uma extrusora, especificamente utilizada para reciclagem, é alimentada por
1.1 EQUIPAMENTOS PARA RECICLAGEM
material previamente moído. Após a plastificação do material pela máquina, são
1.1.1 Moinhos ou Trituradores extrudados fios (vulgarmente chamados de “espaguete”), que depois de resfriados em
Têm a função de moer o material a ser recuperado. Existem muitos tipos, embora o um tanque de água, passam por este granulador, que os cortam em pequenos cilindros,
mais utilizado seja o de facas. Este equipamento é composto por um conjunto de facas os pellets. Existem extrusoras que já incorporam um granulador próprio, montado logo
giratórias que cortam o material em pedaços pequenos suficientes para serem após a matriz. Neste caso, o resfriamento se dá após a granulação.
reprocessados. O número de facas depende da quantidade de material a ser processado,
e disso depende a potência instalada.
1.4 SECADORES
São utilizados para a secagem do material. Alguns materiais termoplásticos são
extremamente higroscópios. Esta água retida acaba prejudicando o seu processamento,
sendo necessário que este material passe algum tempo secando. O tempo de secagem
necessário deve ser fornecido pelo fabricante do material, juntamente com a temperatura
em que deve permanecer.
O princípio de funcionamento é simples. Em um dispositivo, o ar é aquecido e
passado pelo material (daí a dificuldade de em secar um material em forma de pó), 1.5 TRANSPORTADORES
removendo sua umidade. O secador já é construído de forma a facilitar a retirada do
Estes sistemas podem ser individuais ou parte de um conjunto, que é responsável
material depois de seco. Alguns depósitos de transportadores possuem um aquecedor
por alimentar um grande número de máquinas a partir de um único depósito de
que evita a reabsorção de água pelo material.
materiais (silo).
Transportadores pneumáticos possuem um reservatório montado sobre o funil da
máquina ou no lugar do próprio funil. São providos de sensores que determinam o nível
de material no depósito da máquina (funil), se estiver muito baixo é acionado uma
válvula ou outro dispositivo, dependendo do sistema usado, para se completar o nível
material. Alguns destes incorporam dispositivos que permitem a dosagem de material
virgem e recuperado, misturando-os no próprio depósito. Geralmente este transporte é passando novamente pelas máquinas e equipamentos, retirando calor e retornando ao
feito a vácuo (transporte pneumático), mas pode também ser feito por parafusos sem- topo da torre.
fim ou esteiras.
F figura 12 – Um com-
pressor aspira o ar de
um funil, fazendo com
que o mesmo seja ali-
mentado com material
de um silo, saco ou
tambor. Quando o fu-
nil da máquina (em
baixo) precisa ser
alimentado, o funil do
transportador abre e
despeja seu conteúdo.
figura 11 – À esquerda, um moinho com transportador
pneumático; à direita, o material é retirado do moinho
por uma parafuso .
figura 3 –À direita uma vista explodida do conjunto de telas e placa figura 4 – troca-telas automático tipo fita 2.4.1 BOMBA DE ENGRENAGENS
perfurada. À esquerda, uma placa- filtro limpa, sem as telas.
Algumas extrusoras mono ou bifuso incorporam, entre
5- Adaptador: o cilindro e a matriz uma bomba de engrenagens para
Este componente é uma conexão do cilindro com a matriz. Seu desenho muda com estabilizar a vazão de saída do extrudado e/ou aumentar a
o processo para o qual é utilizado. Pode ser um simples cilindro com duas flanges, como pressão sobre a massa plástica. As desvantagens são a
na extrusão de “espaguete” para granulação. Já para o revestimento de cabos elétricos é baixa capacidade de mistura do material, baixa eficiência
utilizada uma cruzeta. O adaptador também deve ser aquecido. As placas filtro podem energética, alta suscetibilidade a desgaste e o alto custo.
ser montadas no próprio adaptador, conforme a configuração da máquina. São usadas em extrusoras com baixa capacidade de figura 9 – Bomba de engrenagens. A
cilindro “entrada” é acoplada à frente do
gerar pressão (dupla rosca em co-rotação e em roscas multi-
parafuso cilindro. A matriz (ou adaptador) é
matriz estágio para degasagem) ou quando se precisa de montada após a “saída”.
uniformidade na vazão do material extrudado dentro de um
tolerância menor do que 1%, como em casos de extrusão de fibras, tubos e mangueiras
de precisão e em co-extrusão. Porém, este tipo de máquina não pode processar
polímeros com abrasivos, devido às suas pequenas folgas, nem polímeros suscetíveis à
degradação (baixa estabilidade térmica).
extrudado
tela
contraplaca adaptador 2.5 FENÔMENOS OCORRIDOS DURANTE ROTAÇÃO DO PARAFUSO –
MODELO DE TADMOR
A seguir explica-se a ocorrência de 4 fenômenos no interior do cilindro de
aquecimento deextrusoras, injetoras, extrusoras-sopradoras e qualquer máquina
figura 5 – Tipos de adaptadores de matrizes. A “abertura de figura 6 – Adaptador e contraplaca (placa- transformadora que utilize umparafuso plastificador: transporte de material sólido,
alimentação” é o funil da extrusora. filtro). plastificação, transporte de material plastificadoe homogeneização. Somente com a
ocorrência desses 4 fenômenos, pode-se dizer que o materialplástico está pronto para ser
conformado.
Observações:
1) Um fator de extrema importância na determinação da espessura do filme, é a
folga radial entre o filete ("fligth") e o cilindro ("barrel"). Quanto menor a folga,
mais fina será esta camada fundida e maior será a taxa de plastificação.
Infelizmente, ocorre desgaste tanto na rosca como no cilindro exatamente nesta
região, no fim da seção de compressão da rosca, aumentando a folga e
prejudicando a plastificação. A plastificação pode ser até mesmo insuficiente, o
que leva a uma falta de uniformidade na temperatura do material plastificado e a
flutuações de pressão. Já o desgaste em outras regiões da rosca não prejudica
tanto a plastificação. 2.6 PERFIS DE ROSCAS (PARAFUSO PLASTIFICADOR)
2) Sob condições normais de operação a contribuição do calor viscoso é maior do Cada polímero possui características especificas no que diz respeito a sua
que o dos aquecedores e aumenta com a velocidade de rotação da rosca e com a processabilidade, tais como: temperatura de fusão e amolecimento, compressibilidade,
viscosidade do polímero. É importante salientar que um aumento na temperatura índice de fluidez, etc. Por isso, diversos tipos de roscas têm sido desenvolvidos de modo
do cilindro nem sempre aumenta a plastificação. Altas temperaturas do cilindro a se obter a maior eficiência possível no que diz respeito às três principais funções de
aumentam a condução de calor dos aquecedores, mas, por outro lado, reduzem a um parafuso plastificador: Transporte do material, plastificação e homogeneização
geração de calor por atrito viscoso pois a viscosidade do polímero diminui com o (térmica e física)
aumento da temperatura. Portanto, polímeros cuja viscosidade seja muito 2.6.1 Rosca universal
sensível a variações de temperatura exibem reduzida performance na
plastificação quando há aumento da temperatura do cilindro. Polímeros amorfos A chamada rosca universal ou rosca convencional é assim chamada porque, embora
têm uma sensibilidade térmica maior (particularmente PVC, ABS, PMMA e PS). não tenha as condições ideais para o processamento de cada material, possui
A viscosidade de semicristalinos tende a variar menos com a temperatura. características geométricas que lhe permite processar a maioria dos polímeros
comerciais. A grande vantagem desse tipo de parafuso, é que permite a troca de material
sem a necessidade de paradas para troca de rosca.
2.5.3 TRANSPORTE DE MATERIAL PLASTIFICADO As características geométricas de uma rosca universal é baseada em relações de
A zona de transporte de material plastificado inicia onde a zona de plastificação proporcionalidade que tem como base o seu diâmetro.
termina. O avanço do material continua ocorrendo como resultado da rotação da rosca e Comprimento total (L) ou
20 a 30D
da configuração helicoidal do seu filete, mas a pressão gerada influi no fluxo, podendo relação L/D
Comprimento da seção de
reduzir a vazão de saída. O fluxo de arrasto é independente da viscosidade do polímero, alimentação
4 a 8D
ou seja, polímeros diferentes terão a mesma vazão de saída quando se fixam todos os Comprimento da seção de
demais parâmetros que possam variar a vazão. 6 a 10D
dosagem
Número de filetes 1
1 D (passo
2.5.4 HOMOGENEIZAÇÃO Passo
quadrado)
O material plástico deve ter temperatura e composição (no caso de uso de aditivos) Largura do filete 0,1D
homogêneas. A seção de dosagem, com profundidade constante, não homogeneiza Profundidade da seção de
0,10 a 0,15 D
alimentação
eficientemente. Isto ocorre devido ao escoamento laminar resultante que tem como Taxa de compressão 2a4
conseqüência diferentes porções do fundido continuar a mover-se com um padrão Figura 1 - Características geométricas de uma rosca universal
circular quase constante impedindo a mistura das porções heterogêneas do fundido.
Assim, com um parafuso plastificador convencional, o material plastificado pode
resultar heterogêneo e suas propriedades ficarem prejudicadas. A mistura de pigmentos
também fica deficiente. Melhor mistura (homogeneização) pode ser obtida pela redução
da profundidade do canal, mas isto é feito às custas de mais superaquecimento e menor
produção por unidade de rotação (revolução) da rosca. Entretanto, é notório que quanto
mais tempo o material permanecer no canal do parafuso em rotação, melhor será a
homogeneização da massa. A figura 19 representa um corte transversal do canal do
Figura 5 - Rosca sem zonas de alimentação e dosagem
2.8.2 Rosca tipo Barr • Pinos misturadores: são pinos instalados radialmente na seção de
A parte inicial da rosca tipo Barr é semelhante a tipo Maillefer, no entanto, assim que o dosagem da rosca. São bastante utilizados devido a sua fácil instalação e
canal de material fundido atinge uma largura ideal, o filete de barreia torna-se paralelo manutenção.
filete principal, ou seja, não há mais uma variação na largura dos canais (Figura 12).
Com isso, a área do canal sólido em contato com o cilindro permanece constate, • Dulmage: pequenos canais estreitos e paralelos inclinados em relação a
rosca;
• Abacaxi: consiste em elementos em forma de losangos dispersos
uniformemente em linhas radiais na rosca
• Filete ranhurado: são pequenas aberturas no filete ao longo de uma
pequena seção.
2.9.2 Tipo distributiva (cisalhante) A desvantagem das seções misturadoras distributivas é o seu grande cisalhamento, que
pode provocar degradação de materiais sensíveis, tais como o PVC.
Diferentemente do que acontece nas seções do tipo dispersiva onde o fluxo sofre uma
turbulência, no caso das distributivas o material sofre um grande cisalhamento. São
utilizados em situações onde há a necessidade da quebra de grânulos ou partículas tais 2.10 EXTRUSORAS PARA DESVOLATIZAÇÃO (degasagem,
como material não plastificado (principalmente em casos de fabricação de produtos de desgaseificação)
pequena espessura como filmes e fios) e quebra e mistura de aglomerados em
pigmentos e aditivos ao polímero. Extrusoras são usadas quando há ncessidade de:
Dentre os principais tipos de seções misturadoras distributivas, destacam-se: • remoção de monômeros e oligômeros na polimerização ou na preparação de
• Mandock: consiste em canais dispostos paralelos a rosca, onde os canais polímeros;
de entrada têm sua saída fechada no final da • remoção de voláteis na composição de polímeros com aditivos.
rosca para que o material seja obrigado a • remoção de produtos de reações de polimerização (água, metanol, solventes,
passar pela folga entre este e o cilindro, etc.);
passando para o canal de saída (Figura 15). Já • remoção de ar de polímeros com carga, principalmente polímeros reforçados
o canal de saída tem a posição da abertura com fibras;
invertida em relação ao de entrada: aberto no • remoção de umidade;
final da rosca para que o material possa sair e Figura 15 - seção misturadora tipo
fechado na outra extremidade, de maneira que Mandock Uma extrusora deste tipo é equipada com uma ou mais aberturas no cilindro, pela
este não possa retornar pela rosca (Figura 16). qual gases voláteis escapam. Além disso, estas aberturas podem ser usadas como
alimentadores de aditivos, aumentando a versatilidade deste tipo de máquina. Elas
também podem funcionar como as convencionais quando se vedam as aberturas.
figura 9bis – Corte de um cilindro com duas aberturas, mostrando um parafuso de três estágios.
Ao contrário do que se possa pensar à primeira vista, os filmes duplos não são
obrigatoriamente destinados à produção de sacos e sacolas. O que determina a
confecção de determinado produto a partir de um filme simples ou de um filme duplo
são suas propriedades, especialmente as relacionadas à transparência, ao brilho e à
resistência ao rasgamento.
Calibrador de Pressão interna de ar ou tampão: 2.15.3 Processo Plano De Extrusão (Filmes Simples)
Seu funcionamento é o inverso do tanque de vácuo. Um tampão interno ao tubo, Após ser extrudado através de uma matriz larga, de espessura regulável, o filme é
preso à matriz por um cabo ou corrente, impede a saída do ar soprado por um canal na resfriado rapidamente, ou por imersão em um tanque de água ou pelo contato com rolos
matriz para dentro do tubo. A pressão gerada tende a expandir radialmente o tubo, que, metálicos com resfriamento interno. Rolos de tração estiram o filme e diminuindo sua
pressionado contra anéis ou uma superfície metálica tubular, toma suas dimensões espessura em até proporções de 10:1. O filme é continuamente puxado pelos roletes de
finais. O resfriamento também é feito com água, que circula dentro do tanque onde tração, até ser bobinado em cilindros (rolos) específicos para esta função. Antes do
estão os anéis ou a superfície tubular. A figura 22 ilustra este tipo de calibrador. bobinamento, as laterais do filme, são aparadas e bobinadas para futuro
reprocessamento. Esta operação é feita porque as laterais podem ser mais espessas que o
restante do filme, ou para determinar a largura desejada para o filme, já que durante a
extrusão pode haver variações na largura do extrudado. Quando uma bobina é
completada, corta-se transversalmente o filme, troca-se a bobina e enrola-se a
extremidade do filme na nova bobina, dando continuidade à produção.
Neste processo, diferentemente do processo tubular, que é vertical, a
transformação em filme ocorre de modo horizontal, não requerendo, portanto, galpões
muito altos para sua instalação.
Figura 22 – Calibrador de pressão interna ou tampão montado imediatamente após uma matriz
tipo pernas-de-aranha para extrusão de tubos.
A abertura da matriz é regulável através de parafusos dispostos ao longo do
comprimento da mesma para ajustar a espessura do filme. Na saída da matriz os filmes
têm espessuras que variam de 0,2 a 0,6
Figura 23 – Extrusão de filmes mm e largura total de até 2,0 m,
planos utilizando resfriamento dependendo do porte da extrusora.
por rolos refrigerados. Porém, a espessura do filme é regulada
pela velocidade dos rolos de tração que
estiram o filme, posicionados após os
rolos de resfriamento. A espessura final
do filme, após o processo de estiramento
e resfriamento, pode ficar entre 10 e 20μ.
Se a redução de espessura conseguida
com o estiramento não ocorresse, a
abertura da matriz deveria ser
Figura 25 – Componentes básicos de uma
extrusora de filmes planos: além do cilindro extremamente fina. Isto acarretaria uma
de aquecimento, são destacados a unidade de menor produção, devido à alta resistência
transmissão (motor e caixa), a placa filtro, ao fluxo, e uma extrema dificuldade do
uma bomba de engrenagens e a matriz. ajuste de paralelismo dos lábios inferior e
superior da matriz (pequenos
desalinhamentos causam grandes diferenças de espessura ao longo da seção transversal
do filme).
No processo plano, a matriz é horizontal, geralmente do tipo "rabo de peixe” ou do Logo após a saída do produto da
tipo “cabide”. Sua saída pode ser oblíqua em relação à linha da extrusora para propiciar matriz, inicia-se o processo de
um fluxo uniforme, não turbulento, da massa fundida, principalmente quando for resfriamento, que costuma ser efetuado
utilizado o tanque de resfriamento ao invés dos rolos refrigerados. A matriz do tipo de duas formas diferentes: por imersão
cabide possui uma régua estranguladora que faz com que a pressão do termoplástico em água ou pelo contato com cilindros
seja introduzida no centro é distribuída por todo a largura, tendo na saída a mesma resfriados.
pressão. Conseqüentemente, teremos a mesma espessura em toda a largura do filme. Na Em principio, a distância entre a
saída existe um jogo de lábios para regular a matriz, na espessura desejada. matriz e o sistema de refrigeração deve
ser a mínima possível, a fim de se evitar
a contração transversal do filme, que lhe
reduz a largura. Da magnitude dessa
contração depende a quantidade de
Figura 27– Matriz tipo “cabide” vista de cima.
material que deverá ser aparada das laterais, e, portanto, a perda do processo. Por outro c) Papel alumínio - na confecção de embalagens para sopas e alimentos que
lado, porém, um intervalo muito curto entre a matriz e o sistema de refrigeração poderá requeiram a exclusão do oxigênio;
provocar o rasgamento do filme nos lábios da matriz, além de prejudicar, d) Filme poliéster - para embalagens que tenham de reter o aroma do produto, ou
inevitavelmente, a qualidade ótica do filme. Cada material possui sua combinação que tenham de ser aquecidas;
específica de parâmetros do processo: temperatura de extrusão, velocidade de produção
e distância ao sistema de arrefecimento. e) Tecidos - na confecção de entretela para golas e para embalagens especiais.
Cilindros resfriados:
Neste sistema o filme quente é resfriado por contato
direto com cilindros de aço mantidos à baixa temperatura,
geralmente em torno de 10ºC. Estes cilindros ou rolos,
também chamados de chill-rolls, exercem uma pequena
força de puxamento do filme, que poderá ou não alterar
as propriedades físicas do mesmo.
Para otimizar as qualidades ópticas do filme é
necessário trabalhar bem próximo das temperaturas
máximas recomendadas para cada termoplástico. Os Figura 28 – Cilindros (ou rolo)
refrigerado para resfriamento de
cilindros de refrigeração devem ser altamente polidos
filmes planos. Um jato de ar
para que sua superfície espelhada não transmita aumenta a adesão do filme à
imperfeições à superfície do filme, o que prejudicaria seu superfície do rolo.
brilho e sua transparência.
Banho de imersão:
O resfriamento também pode ser feito
com a imersão do filme em um tanque com
água circulante. Contudo, é importante que a
circulação de água não cause perturbações à Figura 30– Processo de extrusão-laminação
passagem do filme extrudado, de forma a
não modificar sua espessura.
A instalação empregada para extrusão-laminação apresenta grande similaridade
Para materiais como o PP, um alto grau
com a que é usada na produção de filmes planos (Figura 30). Usa-se uma matriz tipo
de transparência não pode ser atingido com
fenda, que produz um filme fino que é, em seguida, aplicado sobre o material a cobrir.
este tipo de resfriamento, pois não é tão
Isso é feito em um sistema constituído de um cilindro de arrefecimento e de um cilindro
brusco com o efetuado pelos rolos
de pressão, recoberto com borracha. O substrato a ser recoberto é suprido
refrigerados.
continuamente desde uma posição de desbobinamento, passando sobre o cilindro de
Figura 29 – Banho de imersão para resfriamento de
filmes planos pressão. O filme plástico é fortemente comprimido sobre o substrato. A espessura da
camada aplicada pode ser em parte regulada pela taxa de extrusão e pela velocidade do
2.15.4 Extrusão-laminação substrato.
Esse processo, que esta ilustrado na figura 55, consiste na aplicação de uma O cilindro de resfriamento é, normalmente, cromado e altamente polido, e
camada de polietileno (ou outras resinas, em menor escala) sobre papel, tecidos, filmes projetado de forma a remover o máximo de calor do plástico aquecido. Essa é condição
metálicos ou quaisquer outros substratos flexíveis. O processo encontra ampla aplicação essencial para garantir a aderência do plástico ao substrato. A temperatura em que se dá
na cobertura de produtos como: a laminação (com polietileno) deve ser da ordem de 25 a 30° C. Se ela for mais alta,
existe a tendência ao arrancamento da camada de polietileno, e a conseqüente
a) Papel kraft - na produção de sacos de papel multifolhados para embalagem de delaminação parcial.
fertilizantes e produtos químicos e outros artigos que requeiram garantia de
vedação da umidade e da contaminação pelas fibras do papel;
b) Cartolina - na confecção de embalagens para leite, sucos de frutas ou
similares;
2.15.5 Processo tubular de extrusão EQUIPAMENTOS DA LINHA
(filmes duplos)
1- Extrusora:
O filme obtido do processo tubular não
Máquina monofuso, geralmente com parafuso universal com seções de mistura
difere muito daquele produzido no processo
distributiva e dispersiva na seção de dosagem.
plano, no tocante à aparência visual, mas oferece
um balanceamento melhor de propriedades 2- Cabeçote:
mecânicas, seja na direção longitudinal, seja no Nas máquinas para extrusão de filmes tubulares, dá-se o nome de cabeçote para
direção perpendicular ao fluxo. um conjunto onde estão montados a matriz, o anel de resfriamento, resistências elétricas
No processo tubular, o filme é extrudado e termopares, entrada de ar para insuflamento do balão, além de alguns outros
através de uma matriz circular e, em seguida, elementos. Em linguagem de chão-de-fábrica, costuma-se chamar a própria matriz de
resfriado externamente por contato direto com o cabeçote ou vice-versa.
ar. Quando o filme sai da matriz, ar é soprado O cabeçote é conectado ao cilindro da extrusora através de um adaptador, onde se
no seu interior, fornecendo pressão suficiente encontra a placa-filtro e um sistema troca-tela.
para a formação de um 'balão' ou 'bolha' e De forma a se conseguir uma boa uniformidade de espessura, muitas máquinas
configurando, desta forma, o filme tubular. empregam cabeçotes giratórios. Como vários motivos causam a desunifromidade da
Durante a passagem do produto desde a matriz espessura do balão, com o emprego do cabeçote giratório, a desuniformidade é “
até os rolos puxadores no alto da torre, ocorre o distribuída” por igual em todo o perímetro do balão.
resfriamento do filme, que toma a espessura
requerida. Os rolos puxadores achatam o balão,
Figura 33 – mais a direita vê-se o funil
formando um filme duplo, que a seguir é de alimentação e o cilindro de
bobinado ainda duplo ou cortado e bobinado aquecimento, enquanto mais para a
como se fosse dois filmes simples (em dois rolos esquerda são mostrados o cabeçote,
diferentes). o anel de resfriamento, a ventoinha
Existem três tipos de processos tubulares: de ar de resfriamento e as
Figura 31 – Extrusão vertical ascendente de filmes mangueiras de ar para o anel.
tubulares de PE.
¾ vertical ascendente
¾ vertical descendente
¾ horizontal
Figura 32 – Extrusão
horizontal de filmes
tubulares de PVDC.
3- Matriz:
A matriz circular (anular) é composta de duas partes concêntricas, e entre elas
passa o termoplástico fundido. A parte interna, normalmente cônica, é chamada
também de mandril interno ou pino central. A parte externa tem a função principal de
permitir ajustes pequenos de espessura final, através de parafusos. As superfícies destas
duas partes da matriz devem ser muito polidas para assegurar boas propriedades ópticas
ao filme e devem ter uma geometria que permita um fluxo contínuo, sem pontos-
mortos.
O primeiro se caracteriza pela formação do balão no sentido ascendente, ou seja, Podem ser encontrados três tipos básicos de matriz: a de alimentação lateral, a de
de baixo para cima. Polietilenos de alta, baixa e linear de baixa densidades são canal espiral e a do tipo pernas-de-aranha, ambas com alimentação axial.
produzidos exclusivamente pelo processo tubular ascendente.
Matriz de alimentação lateral:
Já o segundo apresenta o balão sendo extrudado no sentido descendente, ou seja,
O fluxo proveniente do cilindro é distribuído ao redor do pino central. Como a
de cima para baixo. Isto é necessário para que possa haver resfriamento com água, cujo
massa polimérica atinge o pino central lateralmente, o mesmo se inclina. A cada
choque térmico com as paredes quentes do balão resulta num grau de transparência
mudança de velocidade de produção ou de pressão a inclinação do pino é, logicamente,
muito maior para o polipropileno. Em alguns casos o PP também pode ser processado
alterada. Desta forma, é necessário um freqüente ajuste dos parafusos da matriz, para
em extrusoras ascendentes, mas com resfriamento do balão por ar.
que a espessura do balão seja sempre uniforme. Este motivo está levando este tipo de
O terceiro tipo de processo, horizontal, é bem menos empregado e se destina,
matriz a ser cada vez menos usado, sendo substituído pela alimentação axial.
principalmente ao processamento de filmes duplos de PVDC.
Além disso, quando o fluxo dividido se reencontra deixa uma linha de solda, uma sistema adequado de labirintos, contendo equalizadores de pressão e defletores internos.
região de menor resistência e, portanto, de fácil rasgamento (figura 34). Isso faz com que se tenha velocidade e distribuição uniformes de ar, em toda a
circunferência dele. Podem ser instalados um manômetro e um termômetro, que darão
Matriz de alimentação axial tipo pernas-de-aranha: informações valiosas para um controle mais efetivo do sistema.
Também chamadas de matrizes de sustentação em estrela ou cruzeta, são muito Uma das condições mais importantes na construção do anel é que a saída de ar
similares às já referidas para o processo de extrusão de perfis. Também forma linhas de esteja num ângulo de 45 a 60 ° da horizontal, para que o ar toque a superfície do filme,
solda (nas pernas-de-aranha), mas menos visíveis do que as formadas com o tipo de maneira que não o corte e ajude a estabilizá-lo. A abertura do anel (saída) deve estar,
anterior. normalmente, a 10-20 mm de distância da borda da matriz e deve ser regulável. Uma
É o tipo de matriz mais adequado ao processamento de filmes de paredes muito pequena abertura resulta em altas velocidades de ar e bons efeitos de resfriamento. Uma
finas e de precisão de espessura (figura 35). grande abertura, ao contrário, produz um grande volume de ar, mas a velocidade é,
geralmente, tão baixa que somente parte do ar contribui para o resfriamento do filme.
Matriz de alimentação axial tipo espiral:
Igualmente semelhante às matrizes espirais para extrusão de perfis, è indicada para
operações de alta produção.
Consiste de um mandril interno com vários canais helicoidais com profundidade
decrescente na direção da saída da matriz. Como se vê na figura 36, parte do fluxo de
material pastoso é conduzido pelos canais (fluxo circunferencial) e parte é axial, no
sentido direto da extrusão. O efeito final é uma massa extremamente homogênea e sem
linhas de solda.
7
Algumas serão apresentadas brevemente mais adiante, nesta e em outras unidades. Discussões mais
6
consultar ROMAN, Ademar “Transforamção do Polietileno-PEBD”; Editora Érica; São Paulo, 1995; aprofundadas a respeito não são objetivo desta disciplina, mas serão revistas em Matérias-Primas e
pg. 252-257 Máquinas/Fabricação.
do estiramento transversal a direção de extrusão e causado pelo ar soprado dentro Outra variável de grande influencia no processamento de filmes é a razão de
do balão. insuflamento que, associada à largura do filme a ser produzido, constituem os
parâmetros básicos pelos quais podem ser selecionadas as matrizes. Em outras
2.15.7 VARIÁVEIS OPERACIONAIS DO PROCESSO TUBULAR DE palavras, o diâmetro apropriado da matriz para extrusão de um determinado filme
EXTRUSÃO só deve ser definido após a definição da razão de insuflamento ideal para a sua
O processamento de polímeros envolve muitos princípios físico-químicos e extrusão. Quando se opera com a razão correta, são obtidas melhores
termodinâmicos. O comportamento viscoelástico das longas cadeias moleculares dos propriedades mecânicas e ópticas do filme extrudado. Em geral razões de
polímeros ocasiona um fluxo de material dentro da extrusora, que terá uma insuflamento de 3 1 a 5,5:1 são as mais utilizadas para a produção de filmes de PEAD
ordenação orientada ou não, dependendo dos variáveis operacionais de e entre 1,5 e 2,5 para o PEBD
processamento. E isso define uma série de propriedades mecânicas no filme que A influência da razão de insuflamento nas propriedades do filme, considerando
está sendo produzido. constantes todas as demais variáveis do processo, ocorre da seguinte forma:
A extrusora dispõe dos recursos tecnológicos necessários para o controle operacional • Com relação à resistência ao impacto, quanto maior for a RI, maior será a
do processo de transformação, aproveitando-se da natureza termoplástica dos resistência do filme. Ao se processar o balão com maior insuflamento, haverá
polímeros Genericamente falando, o operador pode controlar diretamente os naturalmente uma maior orientação das moléculas na DT, fazendo com que
seguintes parâmetros de uma máquina-extrusora: suas moléculas fiquem mais entrelaçadas, fortalecendo, então, a resistência ao
• Potência de aquecimento e acionamento das resistências elétricas do impacto desse filme.
• Outras propriedades que apresentam dependência da razão de insuflamento
cilindro;
são as ópticas. O brilho se mostra com tendência inversa à transparência.
• Acionamento das ventoinhas do cilindro; Quando se aumenta a razão de insuflamento para o processamento de um dado
filme, também ocorre o aumento do brilho, devido à maior refletância apresentada por
• Vazão de ar de resfriamento externo; sua superfície mais regular.
• Velocidade de rotação da rosca; • A razão de insuflamento também influencia a estabilidade do balão. De uma
maneira não muito acentuada, a diminuição da RI implica no aumento da estabilidade
• Velocidade dos rolos puxadores; do balão, tornando-o mais firme e dimensionalmente estável Esta característica deve
• Volume de ar soprado no balão, ou seja, a razão de insuflamento do balão. ser observada quando se quer processar o filme com maiores velocidades.
c) Linha de névoa:
Os dois primeiros parâmetros listados ter influência direta na temperatura de extrusão A resina fundida emergente do lábio da matriz e soprada no estado termoplástico e
da massa polimérica pastosa. A velocidade de rotação da rosca também influi na toma sua dimensão final. O processo de deformação pára na região da linha de
temperatura de extrusão, pois quanto maior for maior será a dissipação viscosa de névoa, onde o plástico se solidifica,
calor dentro do cilindro (maior atrito), porem influencia outra variável de processo Tal "linha", também chamada de linha de resfriamento, é uma região distinta do balão,
importante, a velocidade da extrusão (velocidade de produção ou vazão de saída). que corresponde à passagem da massa polimérica do estado pastoso para o
Comentou-se anteriormente que a espessura do filme é controlada pela velocidade estado sólido. Pode ser definida como o ponto onde a temperatura do filme fica
dos rolos puxadores em relação à velocidade de extrusão. Estas velocidades, em imediatamente abaixo da temperatura de cristalização do termoplástico. Neste
conjunto com a temperatura de extrusão e com a vazão de ar de resfriamento influem ponto é onde ocorre a recristalização do termoplástico, e, logicamente, acima deste
nas propriedades mecânicas e óticas do filme, pois alteram a altura da linha de névoa, ponto o diâmetro do balão toma sua dimensão final. Normalmente, a linha de névoa
como será discutido adiante. Finalmente, a razão de insuflamento, que também varia de 30 a 60 cm da altura da matriz, dependendo das condições operacionais da
modifica propriedades óticas e mecânicas é controlada pelo volume de ar que insufla o extrusora. Essa altura se reduz quando são produzidos filmes com maior diâmetro
balão no início do processo. do balão, ou seja, mais largos.
a) Temperatura de extrusão: (ou temperatura de massa) O controle da altura desta linha de névoa é essencial, pois exerce uma influência
A seguir, é apresentada uma série de comentários sobre a influência desta variável no direta na orientação molecular, tanto na direção de extrusão (DM) como
processamento de filmes tubulares. Porém, é importante salientar que tais efeitos também na direção transversal (DT) Por conseguinte, há influência nos
são verdadeiros se isolados dos demais parâmetros de controle envolvidos Deve-se, propriedades físicas, tais como resistência ao impacto, resistência à tração e ao
portanto, considerar constantes a altura da linha de névoa, a razão de insuflamento, rasgo.
a velocidade dos puxadores, a rotação da rosca e a espessura do filme. Ajustes necessários para posicionar a altura desta linha são feitos pela variação
Já se comentou sobre a influência da temperatura do material em relação ao da rotação da rosca (que influencia a velocidade de extrusão), fazendo-se também o
fenômeno cio bloqueio do filme, que tende a ocorrer quanto, mas quente estiver o ajuste correspondente na velocidade de puxamento do filme. Estes ajustes devem
balão Embora a temperatura do balão no topo da torre também dependa do ser aplicados no inicio do processamento, para que seja alcançada a espessura
resfriamento externo com ar, é claro que quanto maior for a temperatura de requerida do filme Já os ajustes de menor sensibilidade, recomenda-se que sejam
extrusão mais alta ela será. feitos por meio da alteração da vazão de ar de resfriamento no interior do balão ou
Quanto á estabilidade do balão, um aumento de temperatura diminui sua por meio da abertura do anel calibrador.
sustentação, pois a região não solidificada, mais pastosa, perde sua rigidez. A linha de névoa apresenta alta sensibilidade de variação quanto à espessura ao
Ao contrário da estabilidade, a resistência ao impacto do filme é incrementada longo do perímetro do filme. Se a espessura variar de um lado ao outro, a linha de
com aumento da temperatura, uma vez que assim há mais tempo para uma névoa também apresentará variações acentuadas em sua altura, fazendo com que o
orientação molecular adequada. filme tenha regiões de diferentes cristalinidades prejudicando então suas
b) Razão de insuflamento: (razão de sopro)
propriedades físicas fingis Portanto a linha de névoa deve sempre se apresentar Muitos filmes co-extrudados apresentarem camadas que executam mais de uma
perfeitamente horizontal ao redor do balão para que haja uniformidade no filme. destas funções, graças às propriedades dos materiais que as compõem. O material de
As influências da modificação da altura da linha de névoa comentadas abaixo se cada camada pode ser um homopolímero, um copolímero ou mesmo uma blenda.
referem a hipótese de que todas as demais variáveis do processo estejam Os equipamentos pós-extrusão são os mesmos utilizados na obtenção de filmes
mantidas constantes monocamada simples ou duplos. A diferença é que, assim como na já referida co-
Durante o processamento de um filme, a elevação da linha de névoa se relaciona a
extrusão de tubos e perfis, utiliza-se uma extrusora específica para cada tipo de matéria-
um maior tempo para solidificação da massa fundida, fazendo com que a superfície
do filme se torne mais polida, com melhor brilho e melhor transparência. Portanto, as prima e uma matriz com canais internos que conectam as extrusoras aos lábios,
propriedades ópticas são favorecidas com esta condição. Como desvantagem formando o filme multicamadas.
poderá ocorrer bloqueio do filme após o seu achatamento pelos rolos puxadores.
Conclui-se, desta maneira, que o coeficiente de fricção, aquele que mede o
nível de bloqueio do filme, aumenta muito quando linha de névoa se eleva durante o
processamento. Portanto, deve-se tomar cuidado para que, buscando-se melhorar
as propriedades ópticas não se esqueça de observar o nível de bloqueio do filme.
Logicamente, o coeficiente de fricção do filme com a matriz também se eleva,
dificultando o deslizamento do filme
Como era de se esperar, a resistência ao impacto do filme extrudado é inversamente
proporcional à altura da linha de névoa. Quinto maior esta altura, menor a
resistência ao impacto do material, pois ela favorece o prevalecimento da orientação
molecular no sentido da extrusão (DM). Assim, deve-se sempre buscar um Figura 44 - Matrizes para co-
equilíbrio entre melhores propriedades ópticas e boa resistência ao impacto do filme. extrusão de filmes tubulares
Também, uma altura muito grande da linha de névoa trará dificuldades na
estabilização d balão, o que é extremamente prejudicial a qualquer controle de
processo. Figura 43– Máquina para co-extrusão de filmes planos. Nota-se três extrusoras
radialmente dispostas num mezanino, conectadas a uma matriz oblíqua tipo
2.15.8 Co-extrusão de filmes cabide.
Muitos produtos necessitam de propriedades de vedação (barreira) à umidade, 2.15.9 EXTRUSÃO DE FILMES PLANOS BI-ORIENTADOS
CO2, ou a O2, combinadas com boa resistência ao impacto e à tração e ainda bom Neste processo, o filme plano é extrudado com uma largura relativamente
aspecto visual. Assim, quando não se encontra uma resina que confira ao filme todos os pequena, sendo estirado longitudinal e transversalmente, até atingir a largura final,
requisitos do gênero e que seja economicamente viável, passa-se a produzir filmes com várias vezes maior do que a inicial. A orientação longitudinal ocorre pela tração de rolos
mais de uma camada pelo processo conhecido como co-extrusão. O crescimento deste puxadores ao final da linha, como no processo plano convencional. A orientação
tipo de processo vem sendo muito grande nos últimos anos, principalmente no ramo de transversal, não realizada no processo convencional, é conseguida através da
embalagens. movimentação diagonal (para frente e para os lados) de grampos que prendem as
laterais do filme. Através deste sistema, a largura final do filme costuma ser várias
De forma geral, as camadas podem ser classificas em:
vezes a largura da matriz. A bi-orientação confere ao filme propriedades mecânicas
♦ camadas de acabamento: geralmente externas, devem proporcionar semelhantes às obtidas nos filmes tubulares.
caraterísticas como brilho, transparência, capacidade de impressão ou
capacidade de soldagem; Dois métodos são utilizados para o processamento de filmes planos bi-
orientados:
♦ camadas de estrutura: devem possuir boas propriedades mecânicas, como
resistência ao impacto, resistência à tração, além de características especiais, 1) Estiramento Seqüencial: o filme plano extrudado ainda estreito passa por
como, por exemplo, capacidade de encolhimento (filmes encolhíveis); uma unidade de estiramento longitudinal, onde uma série de rolos de tração
orientam as moléculas do polímero na direção da extrusão, para só então
♦ camadas de barreira: normalmente servem como barreira, ou seja, diminuem passar pela unidade de estiramento transversal (funcionamento já descrito
a permeabilidade do filme à umidade, oxigênio, gás carbônico e outros gases; acima).
os materiais mais empregados como barreira são o EVOH, PA, PET e PVDC.
2) Estiramento Simultâneo: não existe a primeira unidade, após a extrusão o
♦ camadas de adesão: como nem todos os materiais usados em camadas filme é orientado longitudinal e transversalmente ao mesmo tempo na
estruturais são compatíveis alguns materiais usados em camadas de função, mesma unidade, como mostra a figura 73.
utiliza-se entre os dois uma camada de material com excelente adesão com
ambos; Polipropileno bi-orientado (BOPP) é empregado como base de fitas adesivas,
em álbuns de fotografia, rótulos, revestimentos metalizados de capacitores, embalagens
metalizadas à vácuo para produtos alimentícios e sobre-embalagens para carteiras de
cigarros, revistas, pacotes de produtos alimentícios, caixas de produtos eletroeletrônicos
e estojos para CDs e fitas de vídeo. Também são muito empregados como revestimento Vários processos foram desenvolvidos para a obtenção de fibras sintéticas, entre os
de laminados de papel usados na confecção de embalagens para produtos alimentícios. quais a extrusão de material plastificado (melt spinning).
Além de algumas destas aplicações, o PET bi-orientado também se aplica à fitas Basicamente 4 tipos de matérias-primas são empregadas para a transformação em
magnéticas para áudio e vídeo, disquetes, filmes encolhíveis, filmes para raio-X, sacos fibras sintéticas por extrusão:
de café embalado à vácuo e isolamento elétrico, entre outras. Filmes bi-orientados de • Poliéster (PET);
outros materiais, como PVC, PC, PMMA, PELBD, PEN, PS e PA, também já • Poliamidas (PA);
encontram aplicações. Muitos destes filmes planos bi-orientados são co-extrudados. • Polipropileno (homopolímero e copolímero);
• Polietileno (de alta, média, baixa densidades e linear de baixa densidade;
Outras fibras comerciais, produzidas em escala menor, são a Saran (baseada em
PVDC), Spandex (copolímero elastomérico de poliuretano e poliuréia) e a Sulfar (PPS).
PROCESSAMENTO
Geralmente são usadas extrusoras de rosca simples, com perfil específico para a
matéria-prima escolhida, incluindo seções de cisalhamento. Bombas de engrenagem
costumam ser acopladas à extrusora. O polímero plastificado é filtrado por telas ou por
Figura 45– Unidade de estiramento simultâneo uma vela (como as de um filtro de água) antes de chegar à matriz.
longitudinal e transversal para bi-orientação Várias fibras são extrudadas simultaneamente pela fiandeira. A fiandeira é uma
de filmes planos. A matriz e a extrusora não matriz, cuja parte posterior é, geralmente, uma placa circular com vários furos,
são mostrados no desenho, apenas o filme e
os grampos de estiramento. assemelhando-se à um chuveiro. As fibras podem ter seções transversais redondas,
trilobais, pentagonais, octogonais entre outras, de acordo coma sua aplicação. Fibras
trilobais, por exemplo, refletem mais a luz, dando um efeito mais atrativo a roupas,
enquanto as ocas, por aprisionarem ar, tornam tecidos e carpetes isolantes térmicos.
As fibras extrudadas passam por um processo de resfriamento e solidificam, em
2.15.10 Extrusão de fibras tanques de água ou estufas de ar horizontais (para monofilamentos) ou em torres de ar
verticais (para multifilamentos).
Fibras são materiais caracterizados pela altíssima razão comprimento/largura. O próximo passo é o estiramento, que aumenta a resistência à tração dos fios e
Fibras naturais, como linho, algodão, seda e lã são muito empregadas pela indústria diminui sua espessuras (em razões freqüentemente situadas entre 3 e 10:1). Para que o
têxtil, mas é crescente o uso de fibras sintéticas, desenvolvidas para novas aplicações estiramento cause a orientação molecular requerida, os fios devem estar dentro de uma
ou para substituir as naturais. determinada faixa de temperatura, o que muda conforme a matéria-prima e a aplicação
Quando a fibra extrudada continuamente é bobinada em roletes semelhantes a final do produto. Filamentos de PET, por exemplo, precisam ser estirados a
carretéis, ela á dita filamento. Fibras curtas ou diversos filamentos podem ser trançado, temperaturas bem superiores à de transição vítrea (80-90 ºC) para que, além da
produzindo-se um fio dito multifilamento (yarn). Os multifilamentos, assim como os orientação, haja recristalização durante o estiramento. As linhas de transformação
monofilamentos, podem ser usados para a confecção de artigos como cordas, sacolas, podem incluir mais de um equipamento condicionador de temperatura, com
sacos, telas para pintura, linhas para pesca, tecidos para artigos de vestuário e conseqüentes estiramentos a diferentes temperaturas.
mobiliário, tecidos de uso industrial (filtros, correias, cintos, mantas), não-tecidos em O condicionamento térmico após o estiramento pode ser necessário para a
geral, camadas internas de pneus, mangueiras para bombeiros, mantas geotêxteis e estabilização, ou seja, a remoção de tensões residuais internas. Este processo diminui a
airbags. possibilidade de rompimento dos filamentos quando em uso.
As principais diferenças entre multi e monofilamentos são citadas abaixo: Filamentos produzidos por uma linha de extrusão são bobinados em vários
• monofilamentos têm diâmetro consideravelmente menor; carretéis, os quais são vendidos para produtores de artigos finais ou destinados ao
• cordas, linhas, redes e tecidos podem ser produzidos a partir de linhas próprio setor têxtil da empresa transformadora.
compostas por um único filamento (monofilamento) ou por vários filamentos Ao invés de carretéis, o final da linha pode apresentar cortadores, que dividem o
trançados (multifilamentos); filamento em pequenos segmentos (Staple Fibers). Fibras de polipropileno para
• a escala de produção é maior para a extrusão de multifilamentos; carpetes, por exemplo, costumam ter comprimento entre 20 e 120 mm.
• geralmente multifilamentos são extrudados para baixo, para possibilitar um
estiramento gravitacional e/ou induzido por jatos de ar descendentes;
• devido às duas últimas diferenças citadas, as instalações industriais para o
processo de multifilamentos costumam ser maiores e mais caras.
Figura 48– Linha de produção de fi-
bras de PP: 1) extrusora com
bomba de engrenagens; 2) fian-
deira; 3) resfriamento por jatos de
ar em uma câmara vertical; 4, 6 e
8) unidades de estiramento e pu-
xamento; 5) estufa de condicio-
namento térmico; 7) estufa para
estabilização; 9) rolos texturiza-
Figura X– Linha de produção de fibras de PP: 1) extrusora com bomba de engrenagens; 2) fiandeira; 3) resfriamento dores; 10) cortador de fibras.
por jatos de ar em uma câmara vertical; 4, 6 e 8) unidades de estiramento e puxamento; 5) estufa de
condicionamento térmico; 7) estufa para estabilização; 9) rolos texturizadores; 10) cortador de fibras.
H G E F E D C B A
Figura 55– Linha de extrusão de fitas de ráfia: A) extrusora com bomba de engrenagens; B) tanque de resfriamento;
C) D); E) estufas de condicionamento térmico; F) unidade de estiramento; G) unidade de estiramento; H) roletes
bobinadores; I) tubulação de sucção de aparas laterais e fitas rejeitadas
Este processo tem a vantagem de oferecer chapas de PP, PS, PE, PA e PVC
flexível mais leves em função da densidade menor, por volta de 0,2 g/cm3, causada pela
introdução no sistema de um agente expansor. O agente expansor (isopentano,
azodicarbonamidas, tricloro fluor metano ou nitrogênio) pode ser impregnado nos
pellets ou injetados na extrusora. A injeção do expansor no polímero fundido origina
chapas com densidade maiores do que as expandidas pela vaporização do agente
impregnado nos pellets, porém mais resistentes e rígidas.
27. O que é uma rosca sem zonas de alimentação e dosagem e qual a sua
Exercícios sobre periféricos, extrusão e tipos de rosca. aplicação?
28. O que é uma rosca de compressão rápida e qual a sua aplicação?
1. Para que servem os moinhos no processamento de polímeros?
29. Quais as vantagens de uma rosca multifiletada convencional?
2. Qual o principal tipo de moinho utilizado no processamento de polímeros e
30. Quais as vantagens e desvantagens de uma rosca com filete adicional
como funciona?
somente na zona de alimentação?
3. Quais as limitações do uso de moinhos de facas?
31. O que é e como funciona o filete de barreira?
4. Para que servem os aglutinadores?
32. Como funciona uma rosca de filete de barreira do tipo Barr e qual sua
5. Como funciona o aglutinador?
vantagem em realação ao Maillefer?
6. Para que servem os granuladores?
33. Descreva a utilidade dos seguintes equipamentos de pós-extrusão:
7. Qual o tipo mais comum de granulador?
calibrador, equipamento de resfriamento, puxador ou equipamento de
8. Qual a utilidade dos misturadores no processamento de polímeros?
arraste, serra, mesa recolhedora e bobinadeira.
9. O que são dosadores?
34. Como são extrudadas mangueiras e tubos finos?
10. Quando dever ser utilizados os secadores?
35. Como é realizado o processo de revestimento de arames e fios por
11. Para que servem o como funcionam as torres de resfriamento?
termoplásticos?
12. Para que servem as unidades de água gelada?
36. Quais as duas técnicas utilizadas para o recobrimento de fios metálicos. Por
13. No que consiste a extrusão de termoplásticos?
que são utilizadas matrizes tipos “pernas-de-aranha” na extrusão de tubos
14. Como as extrusoras são classificadas segundo suas configurações?
lisos?
15. Quais as funções de uma extrusora?
37. O que é o inchamento (die swell)?
16. Descreva quais as funções dos seguintes componentes de uma extrusora
38. O que são calibradores de deslizamento?
de rosca simples: Funil, Canhão, Rosca ou parafuso plastificador, Placa
39. Como funciona o calibrador do tipo “tanque de vácuo” ou “banheira vácuo-
filtro e telas, Cabeçote ou adaptador e Matriz.
spray”?
17. Descreva as três seções que compõe uma rosca universal:
40. Como funciona o calibrador tipo “tampão”?
18. Explique o que é e para que serve a contra-pressão:
41. Para que são utilizados os calibradores internos?
19. Para que serve uma bomba de engrenagens?
42. Que tipo de filme (simples ou duplo) é indicado para produção de sacos e
20. O que são e quando são utilizadas extrusoras para desvolatilização? sacolas?
21. Como ocorre o transporte de material sólido na rosca? 43. Descreva o processo básico de extrusão de filmes planos ou simples: