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Wagner Sade
Laminação
Belo Horizonte
19 de abril de 2023
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A laminação é um processo de conformação mecânica que consiste em passar uma peça
entre dois cilindros que giram em sentido oposto com a mesma velocidade. Com isso há uma
redução na espessura que se deve as tensões de compressão exercidas pelos cilindros.
Enquanto a espessura diminui, ocorre um aumento no comprimento e largura (que é
aproximadamente zero, devido as forças dos cilindros se concentrarem na direção do
comprimento e espessura).
• Placas (Slabs) tem seção transversal retangular 10” x 1.5” ou mais larga. Eles são
laminados para obter placas grossas, chapas, chapas finas, tiras, fitas;
• Tarugos (Billets) tem seção retangular 1.5” x 1.5” ou mais larga. Eles são laminados
para obter hastes, barras, vergalhões;
• Blocos (Blooms) tem seção transversal 6” x 6” ou mais larga. Geralmente, eles são
laminados para obter perfis estruturais.
Entre os tipos de produtos que podem ser laminados, vale a pena ressaltar os laminados
planos (chapas, tiras e folhas), laminados não planos (perfis em “I”, vigas em “U” e trilhos) e
também o fio máquina (utilizado na fabricação de fios finos, arames, porcas, parafusos e pinos
bola forjados a frio).
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O tipo de laminação também pode ser classificado por meio da cinemática: longitudinal,
transversal e cisalhante. Entre as operações de laminação tem-se o desbaste (placas e tarugos)
e acabamento (placas finas).
Outro modo de classificar é com relação aos trens da laminação. Nesse caso temos:
• Trem aberto
◦ Usado na Laminação a Quente para “desbaste” de lingotes. Sendo que nos duos
não reversíveis, o sentido do giro dos cilindros não pode ser invertido e o material
só pode ser laminado em um sentido
• Trio
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• Quádruo
◦ Usado na Laminação a Quente e a Frio para chapas grossas e finas. Pois quando se
laminam materiais mais finos é interessante utilizar cilindros de trabalho de
diâmetros pequenos. Estes cilindros podem fletir, e devem ser apoiados por
cilindros de encosto.
• Sendzimer
• Planetário
◦ Usado na Laminação para chapas finas. Pois quando os cilindros de trabalho são
muito pequenos, podem fletir tanto na direção vertical quanto na horizontal e
devem ser apoiados em ambas as direções.
• Universais
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Classificação de alguns produtos laminados
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Laminação a Frio
Os produtos laminados a frio mais finos (folhas), com espessura de até 0,005 mm, são
produzidos em laminadores específicos, que concebem o processo de laminação de folhas
dupladas com lubrificação entre elas.
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Os produtos obtidos na laminação a frio são:
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Laminação a quente
A laminação a quente, como o nome já indica, é um processo que ocorre com a peça
aquecida a altas temperaturas. Em siderúrgicas, o processo de aquecimento não ocorre, pois o
material já sai do refino a alta temperatura e vai direto para o laminador. Em aços, essa
característica é interessante devido a forma com que o material fica depois de passar pela
laminação. Laminado a frio, os grãos do material tendem a ter uma forma lamelar na direção
da laminação, região essa onde se concentram discordâncias e ocorre o encruamento,
deixando o material mais duro. Há também a alta presença de tensões residuais no material
devido a isso. Para contornar esse problema, e também caso queira ter uma peça mais
maleável, a laminação a quente é a solução.
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Por ser mais maleável, os produtos laminados a quente podem ser fundidos em vários
formatos diferentes, sendo ótimos para componentes estruturais e chapas metálicas.
◦ Desgastes das peças podem causar produções de produtos fora dos conformes e
gerar refugos.
• Ineficiência na produção:
◦ O desgaste prematuro pode fazer com que equipamentos não consigam produzir na
sua capacidade ideal de trabalho.
• Paradas da máquina
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Laminação Tandem
Os laminadores modernos são configurados em tandem, com os laminadores dispostos em
sequência e a redução ou passes de laminação ocorrendo sequencialmente, conforme
mostrado no exemplo abaixo. A rotação dos cilindros das cadeiras a jusante é maior do que a
das cadeiras anteriores para acomodar o aumento do comprimento do metal laminado que
passa continuamente de uma cadeira para a outra. Essa configuração em tandem proporciona
alta produtividade ao laminador.
Defeitos
Entre alguns dos defeitos mais comuns no processo de laminação podem ser citados:
• Defeitos na forma
◦ Podem ser desse tipo pela falta de material, formação de nervuras, abaulamento,
flambagem, desencontro entre as duas metades da seção e retorcimento. Podendo
eles acontecer devido ao descontrole no ajuste e posicionamento dos cilindros de
laminação, posicionamento das guias auxiliares que conduzem o tarugo a ser
laminado e projeto errado da sequência de passes e de ciclos de aquecimento e
resfriamento.
b: largura da peça
l: comprimento
h: espessura (altura)
Admitindo que não haja alargamento da peça (b0 = bf) e que o volume da peça não se altera
durante a laminação:
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Forças de laminação
Força de Laminação (F): pressão (P) x área (bo.L) (componente radial ao cilindro).
bo a largura da chapa
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Potência na laminação
v=ωR
Como Pot = F x v e v = ω R
Logo, Pot = P x A x (ω R)
Equação de Hitchcock
A análise mais frequentemente utilizada para definir a deformação elástica dos cilindros é
aquela desenvolvida por Hitchcock. De acordo com essa análise o raio de curvatura aumenta
de R para R`.
Diversos fatores possuem influência sobre o cálculo de carga durante a laminação a quente,
dentre eles a temperatura desempenha um papel de extrema relevância. A tensão de
escoamento do aço apresenta uma relação de interdependência de forma exponencial com a
temperatura do processo. Desde o início do século XX foram desenvolvidos inúmeros
modelamentos matemáticos que descrevem o processo de laminação de planos. Inúmeros
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pesquisadores como Orowan, Sims e Ekelund desenvolveram modelos matemáticos para
cálculo da força de laminação.
O modelo proposto por Ekelund utiliza o atrito por deslizamento, onde a velocidade da chapa
varia. Sendo inferior na região de mordida do cilindro e aumentando de maneira gradual após
o ponto neutro, até assumir velocidade ligeiramente superior à do cilindro na saída do
laminador.
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