Você está na página 1de 70

DESGASTE E VIDA DA FERRAMENTA

Capítulo 7

Prof.: Eng.º M.Sc.Antonio Fernando Mota


Vida da ferramenta é o tempo que a mesma
trabalha efetivamente, até perder sua capacidade
de corte, dentro de um critério previamente
estabelecido.
Atingido este tempo a ferramenta deve ser
reafiada ou substituída.
• O percurso de corte (Lc) e o percurso de avanço (Lf)
para uma vida de T minutos, são dados por:
• Lc = vc.T (km)
1000
• Lf = f.n.T (mm)
• Os fatores que determinam a fixação de um
determinado valor limite de desgaste para o
fim da vida da ferramenta são vários.
• A ferramenta deve ser retirada de uso
quando:
• a) Os desgastes atingirem proporções tão
elevadas que se receia a quebra da aresta
de corte. Isto é crítico em operações de
desbaste onde, por não ser necessárias a
obtenção de tolerâncias apertadas e bons
acabamentos superficiais, permite-se que os
desgastes cheguem a valores altos;
• b) devido ao desgaste da superfície de folga
da ferramenta não é mais possível a
obtenção de tolerâncias apertadas e/ ou de
bons acabamentos superficiais da peça. Isto
é crítico em operações de acabamento;
• c) Os desgastes crescem muito, fazendo com
que a temperatura da aresta cortante
ultrapasse a temperatura na qual a
ferramenta perde o fio de corte (a aresta de
corte se decompõe).
• Isto é crítico em ferramenta de aço rápido
que suportam temperaturas menores que
outros materiais para ferramentas;
• d) o aumento da força de usinagem, proveniente
dos desgastes elevados da ferramenta, interfere
no funcionamento da máquina.
• Nas ferramentas de metal duro o desgaste frontal
é geralmente maior que o desgaste de cratera.

Desgaste Frontal Desgaste de Cratera


• Como o operador não conta com um rugosímetro ao lado
da máquina
• e como a comparação da rugosidade da peça usinada
com uma peça padrão que tenha a rugosidade limite
estabalecida em projeto é um procedimento
extremamente impreciso,
• o operador não tem condições objetivas para decidir
sobre o momento ótimo de troca da ferramenta.
• O resultado, geralmente, é o grande desperdício
de ferramentas, pois dada a dificuldade que o
operador encontra para estabelecer o fim da
vida da ferramenta,
• ele o faz de uma maneira bem conservadora
para não estragar a peça e não causar algum
outro dano à produção.
• A solução para este problema está no
monitoramento indireto do desgaste da
ferramenta usando sensores de vibração, de
emissão acústica, de parâmetros elétricos da
máquina ou de força de usinagem
• e/ ou educar o operador a fim de que ele tenha
mais subsídios para poder decidir o momento da
troca da ferramenta.
• Pires e Diniz (1996) aplicaram com sucesso, a
técnica de correlacionar o desgaste da
ferramenta com o crescimento da corrente
elétrica do motor de acionamento da máquina,
ao qual o operador tinha acesso visual num
amperímetro instalado na máquina.
• O percentual de arestas desperdiçadas caiu de
68% para 16,6%
7.1- Fatores de Influência no Desgaste e
Vida da Ferramenta
a) Condições de Usinagem
A progressão do desgaste é influenciada
principalmente pela velocidade de corte, depois
pelo avanço e por último pela profundidade de
usinagem.
Assim, por exemplo, a diminuição da vida da
ferramenta causado por um aumento de 10% na
velocidade de corte é muito maior do que aquele
que ocorreria se o avanço fosse aumentado na
mesma proporção.
• A velocidade de corte é o parâmetro que mais
influencia no desgaste, pois com o aumento da
mesma, aumenta a energia (calor) que é
imputada no processo, sem um aumento da
área da ferramenta que recebe este calor.
• O aumento do avanço, por sua vez, também
aumenta a quantidade de calor imputada no
processo, porém também aumenta a área da
ferramenta que recebe este calor.
• A tabela 7.1 mostra alguns dados da vida da
ferramenta para vários avanços e velocidades de
corte diferentes (Bonifácio e Diniz, 1994).
• O critério de vida neste caso foi a elevação da
rugosidade superficial da peça.
• Pode-se constatar aí a grande influência da
velocidade de corte e a menor influência do
avanço na vida da ferramenta.
Mecanismo de formação do cavaco

Controle da Forma do Cavaco

Problemas relacionados à forma do cavaco:


 Segurança do Operador
 Possíveis danos à ferramenta e à peça
 Dificuldades de manuseio e armazenagem
do cavaco
 Forças de corte, temperatura e vida da
ferramenta

18 Penteado.
Prof. Fernando
Ângulos de saída positivos e negativos

19 Penteado.
Prof. Fernando
MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO
Contínuo: O ângulo de saída deve ser grande
De ruptura: O ângulo de saída deve ser baixo, nulo
ou negativo.

20
Prof. Fernando Penteado.
FORMAS ASSUMIDAS PELOS CAVACOS

Em fita

Em pedaços


He
lic oid
a l

21
Prof. Fernando Penteado.
MECANISMO DE RUPTURA DO CAVACO

A melhor maneira de se promover a curvatura


vertical do cavaco, para causar a sua ruptura é
a colocação de um obstáculo no caminho do
fluxo do cavaco, chamado de quebra-cavaco

A diminuição do ângulo de saída e/ou


inclinação da ferramenta e o aumento do atrito
cavaco-ferramenta, também promovem a
curvatura vertical

22 Penteado.
Prof. Fernando
MECANISMO DE RUPTURA DO CAVACO

Quebra-cavaco

Pastilha

Os quebra-cavacos podem ser moldados na superfície de saída


da ferramenta ou postiços 23
Prof. Fernando Penteado.
INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE CORTE
NA QUEBRA DO CAVACO
 Em baixas velocidades de corte os cavacos
geralmente apresentam boa curvatura,
quebrando com facilidade.

 Quando as velocidades aumentam, no caso de


materiais dúcteis, pode haver maior dificuldade
para a quebra.

24 Penteado.
Prof. Fernando
INFLUÊNCIA DA PROFUNDIDADE DE
USINAGEM NA QUEBRA DO CAVACO
 Grandes profundidades de usinagem facilitam
a quebra do cavaco.
 A relação entre o raio da ponta da ferramenta
r
e a profundidade de usinagem influencia na
quebra do cavaco:
ap/r pequeno = dificuldade na quebra
ap/r grande = facilidade na quebra

25
Prof. Fernando Penteado.
ACABAMENTO ADEQUADO DA FERRAMENTA
(Grau de rugosidade)
b) Geometria da Ferramenta
• Uma diminuição do ângulo de posição x para
mesmo avanço e mesma profundidade de
usinagem, acarreta uma diminuição da
espessura de corte h (h = f.sen x) e ao mesmo
tempo um aumento da largura de corte b
(b= a/sen x).
Cont. Geometria da Ferramenta
• Esta variação de x permite maior vida da
ferramenta, pois resulta numa melhor
distribuição da temperatura de corte num trecho
da ferramenta b maior.
• O ângulo da ponta ε deve ser o maior possível
para não enfraquecer a ponta da ferramenta.
7.2- Fatores de Influência na Rugosidade da Peça

• O aumento do raio de ponta torna a ponta da


ferramenta mais resistente, mais também
aumenta a vibração da ferramenta devido ao
aumento do atrito causado pela maior área de
contato entre a ferramenta e a peça.
• O acabamento da superfície depende muito da
relação entre avanço e raio de ponta.
• Este par (f – r) tem uma contribuição geométrica
à rugosidade superficial da peça dada pela
equação 7.3 e mostrada na figura 7.

• Rmax teor = f2 (7.3)


• 8rε
Avanço (f)
Erros Macrogeométricos

Erros
Microgeométricos
Rugosímetros

Rugosímetro portátil
Com apalpador mecânico tipo estilete
7.3- Curva de vida da Ferramenta
• A curva de vida de uma ferramenta é um ábaco
que fornece a vida da ferramenta em função da
velocidade de corte.
• Para a execução desta curva deve-se
geralmente construir em primeiro lugar gráficos
auxiliares,
• que forneçam os desgastes da ferramenta para
diferentes velocidades e tempos de trabalhos,
em determinadas condições de usinagem do
par ferramenta-peça (condições de avanço,
profundidade de usinagem, geometria da
ferramenta, etc).
• A figura 7.6 a apresenta a variação do desgaste VB em função do
tempo de usinagem com pastilhas de metal duro para diferentes
velocidades de corte.
• De posse destas curvas, pode-se fixar o valor do desgaste (por
exemplo VB = 0,8 mm) que definirá a vida da ferramenta nas
condições de usinagem desejadas.
• Obtém-se assim nesta figura, para VB = 0,8 mm os pontos m, n e o
nas curvas para as diferentes velocidades de 180,144 e 128 m/min.

(a) (b)
Figura 7.6- Determinação da Curva de Vida de uma Ferramenta;
a) Curvas de Desgaste em Função do Tempo de Usinagem, para diferentes
Velocidades de Corte, em determinadas Condições de Usinagem;
b) Curva de Vida da Ferramenta para o desbaste V B = 0,8 mm
Figura 7.7- Desgastes da Ferramenta em função da Velocidade de Corte para
um determinado Tempo de Usinagem

Obs.: A região c é economicamente a mais interessante,


apesar do desgaste ser menor no trecho b
• A equação da curva T= f(vc) de vida da
ferramenta para o trecho C da curva é:

• T = K. vc-x

• Proposta por Taylor, onde K e x são


constantes do material para determinadas
condições de usinagem.
AÇOS INOXIDÁVEIS COM USINABILIDADE MELHORADA
(CORFAC)

Para melhorar a usinabilidade dos aços inoxidáveis, a


Gerdau utiliza uma tecnologia consagrada mundialmente: o
tratamento metalúrgico das inclusões não-metálicas,
provocando a formação das inclusões que são benéficas
para a usinabilidade e modificando as prejudiciais para
minimizar sua nocividade.
Outra vantagem é o aumento da durabilidade do
ferramental. As inclusões causam um efeito lubrificante na
aresta de corte facilitando a quebra do cavaco na zona de
cisalhamento.
Consequentemente o atrito entre o aço e a ferramenta é
menor, reduzindo o desgaste da ferramenta e a
temperatura de ponta.
CORFAC CB300 com bismuto e CORFAC S300.
Para velocidades próximas a 350 m/min o comportamento dos dois aços é similar.
www.inep.gov.br

T = K. vc-x ou T. Vcx =K
ENADE 2011 -ENGENHARIA GRUPO III

31) Um fabricante de discos de freio desenvolveu um novo material para


essas peças e não dispunha de parâmetros de usinagem de referência
para operação de faceamento dos discos nos seus tornos frontais,
especialmente adquiridos
para essa finalidade, com faixa de rotações escalonadas por caixa de
engrenagens de 100 a 6500 rotações por minuto (rpm). O faceamento
deverá ser feito a partir do diâmetro de 25 mm até o diâmetro de 150 mm
do disco, que,
associado à faixa de rpm da máquina, é possível realizar velocidades de
corte desde 7 até 3 063 m/min. Considerando que a decisão do melhor
material de ferramenta, juntamente com seus parâmetros de corte, deve
estar embasada
nos resultados de ensaios de usinabilidade e nos custos de produção dos
discos, especialmente nos custos do tempo de troca de ferramentas, dos
salários e das máquinas, a empresa realizou esses ensaios com o
material dos discos
e com três tipos de materiais de ferramenta: aço-rápido, metal duro e
cerâmica. O resultado dos experimentos está apresentado na figura
Considerando a situação descrita, analise as seguintes asserções.
Dos três materiais de ferramentas experimentados, o aço-rápido proporcionará o
menor custo de produção dos discos de freio.
PORQUE
Com ferramenta de aço-rápido e a inevitável condição do aumento da velocidade
de corte, ao facear cada disco de freio no percurso de avanço da ferramenta desde
o diâmetro 25 mm até 150 mm, tem-se a menor taxa de redução da vida útil da
ferramenta e a possibilidade de menores tempos de produção.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é um
a justificativa correta da primeira.
B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma
justificativa correta da primeira.
C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma
proposição falsa.
D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição
verdadeira.
E - Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
ENADE 2011 - ENGENHARIA GRUPO III

35) A análise das condições econômicas de usinagem leva em


consideração, direta ou indiretamente, todas as informações técnicas e
econômicas envolvidos no processo, sobretudo os tempos, os custos e a
usinabilidade dos materiais, esta última representada pelas constantes K e
x da equação de Taylor (T = K . Vc-x). Depois de processadas tais
informações, obtém-se, para cada situação particular de usinagem, o
comportamento dos tempos e dos respectivos custos em função da
velocidade de corte, conforme modelo apresentado no gráfico de custos
abaixo.
No gráfico, emprega-se a seguinte notação:
C1: parcela de custo relativa aos tempos de preparação da tarefa (setup de máquina, material,
ferramentas, fixações) e improdutivos independentes da velocidade de corte (fixar /soltar peça,
aproximar/afastar ferramenta, controle de qualidade).
C2: parcela de custo relativa aos tempos de efetivo corte, incluindo as despesas com mão de obra
(salários) e com máquina (depreciação, energia consumida, manutenção, espaço ocupado).
C3: parcela de custo relativa à ferramenta (aquisição e troca).
Kp: custo total de usinagem por peça.
VC (m/min): Velocidade econômica de corte.
Considerando os fatores da usinagem influentes nos custos de produção por peça e o comportamento das
linhas de custos (curvas e reta) que compõem o gráfico-modelo acima, analise as seguintes asserções.
Na conjuntura competitiva atual do setor industrial metal-mecânico que pratica altos custos produtivos, a
necessária efetivação do menor custo de usinagem por peça (Min. Custo Û Vcmin) implica a necessária
disponibilidade de máquinas com altas rotações e de ferramentas de alto desempenho.
PORQUE
Com o uso de máquinas de baixas rotações que possibilitam apenas baixas velocidades de corte, o custo
relativo ao tempo efetivo de corte (C2) será elevado, assim como a adoção de ferramentas de baixa
resistência ao desgaste e de baixo desempenho técnico operacional fará aumentar o custo de
ferramentas, principalmente devido às paradas de máquina para suas trocas (C3).
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é um
a justificativa correta da primeira.
B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda nã
o é uma justificativa correta da primeira.
C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira.
E - Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
FILMES QUE MARCARAM ÉPOCA E SUAS
CANÇÕES INEQUECÍVEIS

1942 - As time goes by

Candelabro italiano:
Emilio Pericoli - Al Di La

JK e Louis Armstrong THE END Love is a meny splendored thing


Hong Kong durante a Guerra da Coréia

Você também pode gostar