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CURSO TÉCNICO MECATRÔNICA

SENAI CARLOS TANNHAUSER


SANTA CRUZ DO SUL

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
FURADEIRA

PROF: ENG.FERNANDO A. ALEXANDER


INTRODUÇÃO

Na área de usinagem metal-mecânica existem diversas formas


de se obter furos em peças. Pode-se destacar os seguintes meios:
puncionamento, fundição, forjamento, serra copo; eletroerosão,
oxiacetileno e por meio de brocas.

Será focada a atenção apenas na obtenção de furos através do


uso de brocas pois é o meio mais largamente utilizado na indústria,
devido à sua versatilidade, baixo custo envolvido e também a
simplicidade de operação.
Formas de obtenção de furos
PROCESSO DE FURAÇÃO

O processo de furação é um dos processos de usinagem mais utilizados


na indústria manufatureira. A grande maioria das peças de qualquer tipo de
indústria, tem pelo menos um furo e, somente uma parte muito
pequena dessas peças, já vem com o furo pronto do processo de obtenção da
peça bruta, seja ele fundição, forjamento etc.

Em geral, as peças têm que ser


furadas em cheio ou terem seus
furos aumentados através do
processo de furação. Isto torna o estudo
visando a otimização do processo de
furação muito importante.
FURADEIRA

As máquinas de furar, ou simplesmente furadeiras, consistem


basicamente de uma árvore, que gira com velocidades determinadas,
onde fixa-se a ferramenta. Esta árvore pode deslizar na direção de seu
eixo. Também pode-se ter uma mesa onde fixa-se e movimenta-se a
peça.
Pode-se classificar as furadeiras de diversas maneiras. Quanto
ao sistema de avanço pode-se classificar como manual (ou
sensitiva) ou automática (elétrico ou hidráulico).

Quanto ao tipo de máquina pode-se classificar como: portátil,


de coluna, de bancada, radial e horizontal.
TIPOS DE FURADEIRA
FURADEIRA
Tipos de mandril

Aperto rápido “manual”

Mandril de Jacobs

Com pinça para fresa


Cone Morse

Normalmente na extremidade inferior da árvore de trabalho há


um furo cônico (cone Morse ou ISO), que é uma das características
importantes da máquina.
Como a fixação em cone Morse ocorre por força de pressão, a
retirada de uma ferramenta ou de um mandril porta ferramenta é feita
por meio de uma cunha introduzida em uma ranhura existente na
árvore
Tolerância das hastes cônicas
FIXAÇÃO DAS PEÇAS
Os dispositivos de fixação de peças utilizados nas furadeiras
são similares, e muitas vezes os mesmos, utilizados nas fresadoras,.
Utiliza-se cantoneiras, morsas, grampos, blocos e gabaritos.
FIXAÇÃO DAS PEÇAS
Fatores que contribuem para qualidade de furos com de brocas helicoidais
PROCESSO DE FURAÇÃO
A furação subdivide-se nas operações:

-Furação em cheio – Processo de furação destinado à abertura de um furo cilíndrico numa


peça, removendo todo o material compreendido no volume do furo final, na forma de
cavaco (Figura -a). Caso seja necessário fazer furos de grandes profundidades, há a
necessidade de ferramenta especial (Figura -e);

-Furação escalonada – Processo de furação destinado à obtenção de um furo com dois ou


mais diâmetros, simultaneamente (Figura -c);

-Escareamento – Processo de furação destinado à abertura de um furo cilíndrico numa


peça pré-furada (Figura -b);

-Furação de centros – Processo de furação destinado à obtenção de furos de centro,


visando uma operação posterior na peça (Figura -d);

- Trepanação – Processo de furação em que apenas uma parte de material compreendido


no volume do furo final é reduzida a cavaco, permanecendo um núcleo maciço (Figura -f).
GEOMETRIA DE CORTE

Direção dos movimentos de corte, de avanço e efetivo na furação


ESPECIFICAÇÕES DA BROCA
ESPECIFICAÇÕES DA BROCA
ESPECIFICAÇÕES DA BROCA
ESPECIFICAÇÕES DA BROCA
ESPECIFICAÇÕES DA BROCA
ESPECIFICAÇÕES DA BROCA
AFIAÇÃO NORMAL
AFIAÇÕES ESPECIAIS
AFIAÇÕES ESPECIAIS
AFIAÇÕES ESPECIAIS
AFIAÇÕES ESPECIAIS
AFIAÇÕES ESPECIAIS
ÂNGULOS INDICADOS PARA FURAR
RPM E AVANÇOS

N = VC . 1000
d . TT
CLASSIFICAÇÃO DA BROCAS

De uma maneira geral as broca, como as fresas, são


classificadas como H, N e W. As brocas do tipo H são indicadas para
materiais duros, tenazes e/ou que produzem cavaco curto
(descontínuo).
CLASSIFICAÇÃO DA BROCAS
As brocas tipo N são indicadas para materiais de tenacidade e
dureza normais (medianos)
CLASSIFICAÇÃO DA BROCAS
As brocas tipo W são indicadas para materiais macios e/ou que
produzem cavaco longo
BROCAS ESPECIAIS
QUAL A DIFERENÇA ENTRE AS BROCAS ABAIXO ?
TIPOS DE BROCA
TIPOS DE BROCA
TIPOS DE BROCA
TIPOS DE BROCA
TIPOS DE BROCA

Formas construtivas de brocas em função do material


AFIAÇÃO DE BROCAS

Processo mecânico de usinagem por abrasão no qual é dado o


acabamento (fio de corte) das superfícies da cunha cortante da ferramenta, com o
fim de habilitá-la à fazer sua função. Desta forma, são obtidos os ângulos finais da
ferramenta.
Este tipo de processo poder ser manual ou automático, através de
afiadores de brocas.
PROBLEMAS EVENTUAIS DE MÁ AFIAÇÃO
•Núcleo da broca trincado

Existem várias causas para esse problema.

a) Golpear a ponta da broca com um objeto pesado e duro, para


assegurar-se de que está bem encaixada no cone. Tal
procedimento danifica a ponta da broca e ocasiona uma
pequena fissura que trincará a broca tão logo se tente utilizá-la.
Para se realizar tal operação, deve-se utilizar um martelo de
plástico ou de borracha.

•Velocidade de corte muito elevada com o intuito de se conseguir um melhor rendimento.

•Extrair a broca deixando-a cair. Não se deve permitir que a broca caia sobre a mesa de
usinagem, nem sobre uma superfície dura.

•Afiação com ângulo de folga insuficiente. Assegurar-se de que a afiação foi feita corretamente.

•Redução da aresta transversal de corte excessiva.


•Desgaste excessivo na ponta de corte

Ocorre quando a velocidade periférica da broca é excessiva para a


dureza do material que se está usinando. Ao manter-se a mesma
velocidade, poderá ocorrer a quebra da ferramenta.

Consultar as tabelas de velocidades e reduzir a velocidade, até que se


observe um desgaste mínimo e que a afiação dure o tempo esperado.

É essencial interromper a usinagem tão logo se verifique desgaste nas arestas de corte. A não
interrupção da furação poderá provocar a quebra da ferramenta.

Quando se reduz a velocidade de corte, frequentemente torna-se possível o aumento do


avanço, mantendo a penetração no mesmo nível de antes, dando assim maior vida à broca, se
diminuir a produção.
•As arestas de corte quebram ou lascam

Estas falhas ocorrem frequentemente quando se usinam peças de pequena


espessura e inadequadamente fixadas. Sob estas circunstâncias, o material
sofre uma flexão devido à pressão de corte da broca. Quando esta pressão
é sensivelmente diminuída pelo fato de a aresta transversal de corte Ter
atravessado a referida peça, essa volta rapidamente à posição inicial,
prendendo a broca e ocasionando o lascamento das arestas de corte. Para
que isso não ocorra, os apoios da peça devem estar o mais próximo
possível um do outro.

As arestas de corte da broca também poderão danificar-se no caso de se utilizar um broca de dois cortes para
alargar um furo já existente. Para esta operação, deve-se utilizar uma broca de vários cortes (brocas helicoidais
calibradoras).
A folga axial no fuso ou, no caso de o avanço ser hidráulico, a má regulagem da válvula de retenção, também
poderão resultar nesse tipo de problema na ferramenta.
•Lascas nas arestas principais de corte

Esta fala ocorre quando o ângulo de folga é excessivo. A reafiação


deverá seguir as instruções contidas.
A broca quebra-se no fim dos canais

Duas causas originam este tipo de ruptura:

Se a peça a ser usinada está fixada inadequadamente, pode ocorrer que, quando a broca atravessa
a peça, a mesma vibre, submetendo o corpo da broca a pressões que podem ocasionar a sua quebra.

Quando se quer usinar uma superfície curva ou inclinada com uma broca de diâmetro pequeno, se a
mesma não for guiada através de buchas, sua ponta desliza, e a broca poderá quebrar-se. Na
impossibilidade da utilização de buchas de guia, aconselha-se que se marque bem o centro com um
punção, o que permitirá centrar a ponta da broca.
Os canais ficam obstruídos

Quando se usinam furos profundos, os cavacos não são transportados pelos


canais ao mesmo tempo em que são produzidos. Este inconveniente torna-se mais
evidente quando se usinam furos horizontais em um torno em que a peça gira e a broca
permanece parada.

Freqüentemente, os cavacos comprimem-se e torce-se de tal forma que


impedem a saída dos outros.

Devido a isto, o líquido do lubrificante não chega até a ponta da broca, que
se aquece em demasia e perde o corte. Pequenos cavacos podem aderir às guias da
broca, provocando lascas. Em casos extremos, a broca quebra-se em vários pedaços.

Para evitar que isso ocorra quando se usinam furos profundos, a broca deve
ser frequentemente retirada do furo para que os cavacos sejam extraídos dos canais.
Quando se utilizam buchas de guia, deve-se observar as recomendações dadas na página
54 ou, se possível utilizar brocas especiais para furos profundos, como as indicadas.
A broca desliza no mandril

É muito importante, quando se utiliza brocas com haste cilíndrica, que o


mandril para fixação esteja em boas condições. Se houver o deslizamento da broca no
mandril, ocorrerá um movimento intermitente da broca, podendo resultar na sua
quebra, com maiores probabilidades no caso de avanço automático.
Para uma correta afiação das brocas, deve-se observar o seguinte:

1 – ângulo da ponta correto e concêntrico;


2 – ângulo da aresta transversal correto;
3 – ângulo lateral de folga correto;
4 – ângulo lateral de folga efetivo suficiente

Ângulo lateral de folga correto

As brocas normais devem ser afiadas com um ângulo da ponta de 118º, pois já
comprovado que é o mais adequado para a realização de trabalhos normais.

Afiando-se a broca comum correto ângulo lateral de folga, conforme indicando


na tabela ao lado, e mantendo-se o ângulo da aresta transversal de corte com
130º, o perfil da aresta principal de corte resultará reto em todo o seu
comprimento. Ambas as arestas principais de corte deverão Ter o mesmo
comprimento, e seus ângulos em relação ao eixo da broca devem ser iguais, o
que resultará uma furação concêntrica e bem equilibrada.
Distribuição das forças axiais pelas arestas transversal e principal de corte

A aresta transversal é responsável por 60 a 70% do esforço axial,


e tal fato é verificado da seguinte maneira (figura ao lado):
- mede-se, inicialmente, o esforço axial em uma furação em
cheio;

- usina-se o material, primeiramente com uma broca de diâmetro


igual ao da aresta transversal e, então executa-se o furo com a
broca que foi utilizada para a furação em cheio.

A operação de redução da aresta transversal pode ser feita com um rebolo dressado na espessura da metade da
largura do canal. As mesmas quantidades de material devem ser removidas de cada lado da aresta transversal.

A redução, no entanto, não pode ser exagerada, para não tornar a ponta da broca muito fina. Como regra geral,
na furação de aço, ferro fundido e materiais semelhantes, a redução da aresta transversal é feita de tal forma que
a espessura do núcleo fica em torno de 0,1 x diâmetro da broca, e, na furação de alumínio, latão, etc., esse valor
é da ordem de 0,07 x diâmetro.
Forma correta da redução da aresta transversal

Note-se que a redução é a mesma nos dois canais. Uma quantidade


similar de material foi removida em cada canal, e não houve uma
excessiva redução da aresta.

Excessiva redução da aresta transveral

A mesma redução que a anterior, porém excessiva quantidade de


material foi removida. Isto resulta em uma fragilidade que poderá
ocasionar quebra da ponta da broca.
Redução da aresta transversal desigual

Neste caso, houve uma redução maior em um canal do que no outro. Isso
ocasiona um desequilíbrio na broca que produzirá furos sobre-
dimensionados e com possibilidades de quebra da ferramenta.

As brocas são constituídas com uma determinada


geometria dos canais, de acordo com o ângulo da ponta
(geralmente 118º), para que as arestas principais de corte
sejam retas em todo o seu comprimento. E o ângulo da
ponta é consideravelmente menor que o original (118º), as
arestas principais de corte tomam uma forma convexa.
Quando se afia uma broca com um ângulo de ponta que
excede visivelmente o original nominal (118º), as arestas
principais de corte tornam-se côncavas, resultando em um
enfraquecimento da ponta de corte.
Ângulo da ponta desigual em relação ao eixo da broca

O detalhe característico deste erro é o ângulo da ponta que


apresenta um de seus ângulos complementares diferentes do
outro, se bem que a aresta transversal se encontra sobre o eixo
da broca.
Quando isso ocorre, a aresta principal de corte com
comprimento menor e consequentemente com ângulo maior
faz a maior parte do trabalho, forçando a broca para o lado
oposto na furação. O resultado disso é que se prejudica o
rendimento, aumenta-se o desgaste na guia oposta e os furos
ficam com um diâmetro maior do que o esperado. Em alguns
casos, a broca quebra-se.

Comprimentos das arestas principais de corte diferentes

Nestas condições, a broca apresenta a aresta transversal


excêntrica em relação ao eixo da broca, ocorrendo que os
furos ficam com diâmetro maior que o esperado, além do que
tanto a máquina como a broca ficam submetidas a esforços
excessivos. Isso significa que a pressão aplicada nas arestas
principais de corte é irregular e que a aresta principal de corte
maior perde o corte rapidamente.
Se, durante a usinagem, observa-se que um dos canais extrai
mais cavaco que o outro, isso significa que a broca foi mal
afiada e que os ângulos da ponta são desiguais ou que uma
aresta principal de corte é maior que a outra. Ambas as
irregularidades podem ocorrer na mesma broca.
Exemplos de desgaste em brocas
Exemplo da volução de desgaste abrasivo em brocas helicoidais
Fatores que influenciam a qualidade e precisão do furo

- Erros geométricos - Processo

- Erros dimensionais - Peça

- Posicionamento - Ferramenta

- Circularidade - Máquina

- Forma - Parâmetros

- Presença de rebarbas - Rigidez.


VIDEOS DE AFIAÇÃO DE BROCAS
VIDEOS DE AFIAÇÃO DE BROCAS

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