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ZOROTUSHTRA – ZARATHUSHTRA – ZARATUSTRA

No decorrer do final do séc. VII e no início do séc. VI a.C. Zoroastro reformou a religião que os
antigos Iranianos tinham herdado de seus antepassados Indo-Iranianos (cerca de 1500 a.C.). Ele
viveu e ensinou entre as tribos seminômades do que é atualmente o nordeste do Irã, longe de todo o
contato com a civilização das cidades da Babylonia e da parte ocidental do Irã.

A religião que ele pregou espalhou-se por todo o Irã e por outros países, e influenciou o
desenvolvimento posterior do Judaísmo, do Cristianismo, e também o pensamento Grego e
Islâmico. Os Parsis da Índia – persas que emigraram para a Índia, pressionados pelos muçulmanos
- conservam viva, até hoje, a sua religião.

O PROFETA
Zoroastro é a forma Grega do nome Zarathustra no antigo idioma Iraniano. De acordo com a
tradição Iraniana, ele viveu “258 anos antes da conquista da Pérsia por Alexandre Magno” em 330
a.C. Considerando que Zoroastro tinha 30 anos quando teve a sua primeira visão, considerando
também que ele começou a sua pregação aos 40 anos e que ele converteu o Rei Hystaspes dois
anos depois, pode-se determinar que Zoroastro viveu no período de 630 a 553 a.C.

Zoroastro reformou e sistematizou o antigo e tradicional politeísmo Iraniano, dando-lhe uma base
ética e moral. Ele pregou não só a reforma religiosa como também a reforma das condições sociais
que prevaleciam na época. Com freqüência denunciou a desorganização do nomadismo e lutou pela
fixação do homem à terra, introduzindo a prática da agricultura.

Em sua pregação, Zoroastro foi bastante combatido pelos sacerdotes dos antigos cultos e seus
seguidores, a quem ele acusou de seguidores do demônio. Embora não se conheça muito de sua
vida, pode-se afirmar que Zoroastro foi uma figura histórica e não um mito criado pelas lendas
populares. No Zend Avesta, de sua autoria, Zoroastro proclama uma nova filosofia de vida que
reflete as esperanças e as dúvidas, os medos, os ódios e os triunfos de uma personalidade
marcante.

Após a sua morte, apareceram várias lendas ligadas ao seu nome. Uma delas, por exemplo, dizia
que a Natureza festejou o seu nascimento, enquanto que os demônios, que percorriam o mundo em
forma humana, fugiram para debaixo da terra. Também se dizia que Zoroastro já nasceu rindo, além
de ter falado com Ahura Mazda (o grande deus) e seus anjos, e de ter repudiado Ahriman (o
demônio) que o tentou. Zoroastro foi o modelo para todos os sacerdotes e guerreiros, sendo
também insuperável na medicina e em todas as artes. As principais fontes destas lendas são os
textos Pahlavi, do séc. IX a.C. e as Seleções de Zatspram.

No Ocidente, também foi grande a reputação de Zoroastro, de quem se diz ter sido mestre de
Pitágoras. Inúmeros foram os livros, escritos em grego, atribuídos a Zoroastro. Estes livros
versavam sobre ciências naturais, astrologia e magia. Tanto os Judeus quanto os Cristãos
identificaram Zoroastro com alguns de seus próprios profetas, incluindo Ezequiel e Baruch.

Durante toda a Idade Média ele foi conhecido na Europa apenas como mago. Foi somente no final
do séc. XVIII que emergiu uma nova imagem de Zoroastro, devido à ação de estudiosos europeus,
liderados por A.H. Anquetil-Duperron. No séc. XIX Nietzshe, visceral inimigo da Igreja Católica, em
sua obra “Also sprach Zarathustra” (Assim falou Zaratustra), para atingir seus objetivos literários e
filosóficos, mudou a doutrina de Zoroastro, mostrando-o não como um dos primeiros grandes
moralistas, como efetivamente foi, mas como o primeiro dos imorais.

A RELIGIÃO À ÉPOCA DE ZOROASTRO


A religião Indo-Iraniana da época de Zoroastro era politeísta e bastante influenciada pelos Vedas da
Índia. Mitra e Varuna eram alguns dos deuses adorados pela população, que era dividida em três
classes: os governantes e sacerdotes, os guerreiros e o povo. E cada uma destas classes tinha os
seus próprios deuses. A classe alta praticava rituais que incluíam o sacrifício de bois e a ingestão de
uma bebida sagrada, feita com uma erva chamada soma e que provocava sensações de
imortalidade e visões do Nirvana (esta bebida é bastante citada por Bertrand Russel na obra
Admirável Mundo Novo).
Zoroastro rejeitou o culto de todos estes deuses, exceto um, Ahura Mazda que, em língua Parsi
significa “Sábio Senhor”. Este deus já era cultuado na 3.época de Dario I (522-486 a.C.) A origem do
demônio é explicada da seguinte maneira no sistema de Zoroastro: no inicio da Criação havia dois
espíritos gêmeos, filhos de Ahura Mazda, que escolheram entre o bem e o mal. Um, Ormuzd,
escolheu o bem; ele é associado à verdade, à justiça e à vida. O outro, Ahriman, a Mentira, escolheu
o mal e é associado à destruição, à injustiça e à morte.

De acordo com Zoroastro o fim do mundo estaria próximo e somente os crentes renasceriam para
uma nova vida imortal. Até que isto acontecesse as almas dos mortos atravessariam a “Ponte do
Recompensador” de onde as almas boas seriam encaminhadas ao paraíso, e as más seriam
enviadas ao inferno para se purificar pelo fogo, de modo a prepará-las para a Renovação Final do
Mundo. Em relação aos rituais, Zoroastro condenava tanto os sacrifícios de sangue, (animais eram
imolados, principalmente o boi) quanto o sacrifício da ingestão do soma. Ele manteve o sacrifício do
fogo, que considerava o símbolo da Verdade e da Ordem. Após a morte de Zoroastro a sua religião
expandiu-se vagarosamente para o sul, em direção ao que é agora o Afeganistão, e para o oeste,
na direção dos Medas e dos Persas.

OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAIS DE ZOROASTRO


Zoroastro ao nascer, ao invés de chorar sorriu, de acordo com a lenda. Essa história traduz muito
bem a sua visão positiva e alegre do mundo e de seu destino. O antigo sistema de pensamento de
Zoroastro, com todos os seus desdobramentos filosóficos, políticos e religiosos, continua atual em
seus desafios e em sua surpreendente abertura para a renovação. A busca de Zoroastro começou
como a de muitos dos profetas de então e de agora. Chocado com as contradições da sociedade de
sua época e decepcionado com as respostas dadas pelo meio pensante, ele decide fazer a sua
própria descoberta. Contudo, a sua busca é diferente das dos outros, por não ter como
desencadeante o problema da morte, mas o do estado de convivência social injusto de seu tempo.

É interessante notar, desde logo, que ele começou fazendo perguntas e terminou descobrindo algo
que o ajudou a fazer mais perguntas ainda, sem necessariamente acompanhá-las com respectivas
respostas. Zoroastro descobriu o que queria, não como uma revelação e nem como coisa privativa
sua. Ele encontra o óbvio, o que está escrito nas páginas da vida e que pode ser lido por qualquer
um. Ele é uma pessoa comum que, no esforço de seu intelecto e na sensibilidade de seu espírito,
consegue ver que este é um mundo bom, criado por um Deus bom e destinado a um estado de
alegria radiante.

Constatando isso, ele desenvolve uma proposta que tem tanto uma elaboração filosófica como
conseqüências práticas para a vida. A grande questão, colocada para ser resolvida por todos os
sistemas filosóficos e religiosos, o bem e o mal, para Zoroastro se resolve dentro da mente humana.
O bom pensamento ou boa mente cria e organiza o mundo e a sociedade, o mau pensamento ou
má mente faz o contrário. Cabe ao ser humano fazer uma escolha e ele tem o poder e a capacidade
de fazê-la.

O Cosmo inteiro está a seu favor quando escolhe a boa mente, enquanto que a má mente isola e,
portanto, angustia quem por ela opta. Essa escolha é feita no dia-a-dia da pessoa, em cada ação.
Ninguém pode fazer uma opção definitiva, esse é um mecanismo dinâmico e progressivo. Essa
escolha não desencadeia a salvação ou perdição de ninguém, porque ela é parte de um processo
de aprendizagem contínuo, aberto e reformável de acordo com o contexto. Com o progresso de
cada indivíduo também progride o mundo, e assim é acelerado o aperfeiçoamento do universo. O
quadro só será completado quando todos tiverem chegado lá, quanto todos estiverem no mesmo
nível de progresso.

É como numa orquestra; o concerto só é possível após cada instrumento estar afinado. Aliás, essa é
a organização interna de todas as coisas em suas especificidades. A perfeita condição de cada
parte garante o perfeito funcionamento do todo. Essa descoberta de Zoroastro levou a conclusões
inusitadas e revolucionárias. Acenou com uma nova organização social e uma nova religião. A
religião baseada no medo do mistério e no apaziguamento de suas forças através da magia e da
expiação não fazia mais sentido. Ele descobrira a religião da alegria participativa. Admirada pelo do
fato de ser parceira de Deus em seu projeto para a humanidade, através de um processo de livre
escolha e de colaboração, a pessoa responde com o cultivo da Boa Mente, de Boas Palavras e de
Boas Ações. Essa é a ética da responsabilidade.

Esse esforço, que inicialmente é individual e continuará a sê-lo, recebe, contudo o poder
transformador de Deus, que traz em si todas as virtudes: justiça, retidão, cooperação, verdade,
bondade etc. O poder transformador de Deus age no mundo em todos os setores e especialmente
nas pessoas que lhe abrem a mente. Ele incentiva e capacita o ser humano à escolha e à prática do
bem.

As pessoas que vão descobrindo a capacidade que têm de fazer essa opção vão se unindo na
descoberta natural de que são parte de um todo magnífico, que se forma em parceria com Deus.
Nesse sistema não há lugar de destaque a fé ou para a crença. Não é necessário crer; é preciso
saber e agir de acordo com o que se sabe. Temos aqui, então, a religião do conhecimento. É a
razão que se sobrepõe à fé e à emoção.

A visão de mundo de Zoroastro não coloca o ser humano como o centro, o motivo de ser do planeta.
Ao contrário, uma das tarefas dadas pelo pensamento de Zoroastro é que o ser humano ache o seu
lugar no mundo de forma harmoniosa, de modo a não desequilibrar o seu meio. Reverenciar e
proteger a terra, a água, o ar e o fogo, além dos outros seres viventes, é uma preocupação
constante que aparece no pensamento de Zoroastro. Não há diferença de raças ou de gênero em
Zoroastro. O Deus descoberto por Zoroastro não é tribal e não tem um povo escolhido dentre os
outros povos. Tanto o homem como a mulher pode tomar a liderança, mesmo nos ritos religiosos.

Talvez o que há de melhor em Zoroastro seja a abertura, quase desafio para se seguir adiante
perguntando, descobrindo, mudando, e tudo isso, num movimento dinâmico de progresso. Nada
está fechado numa ortodoxia oficial. Em seus cânticos ele faz 93 perguntas e as deixa sem
respostas. Está ausente ali a arrogância de dono de uma verdade estática e acabada. E isso não
traz insegurança e sofrimento, antes, a certeza de que o que importa está além e acima das idéias.
A doutrina de Zoroastro ensina a emancipação e a autonomia do indivíduo. Só a partir disso se torna
possível a descoberta do próximo como pessoa e, conseqüentemente, a criação da comunidade.
Não há lugar nessa visão para qualquer anulação do ego. Ao contrário, o ego é reafirmado e
colocado como base do encontro com o próximo. Se sadio e bem amado, o ego forte é poderoso na
capacidade de doação e desprendimento.

A sociedade é para ser organizada dentro desses princípios de livre escolha, da boa mente e da
busca do bem de todos os seres. Os líderes têm que ser escolhidos por serem justos e equilibrados.
Zoroastro, apesar das dificuldades que enfrenta em seu tempo e que, também desencadeiam a sua
busca, não vê o mundo como arruinado, do qual urge fugir e se possível salvar alguns. Antes, o
mundo é uma obra em fase de construção, ao qual somos convidados a unir criativamente as
nossas vidas. Essa visão de mundo provoca uma ética diferente da que dominou o mundo ocidental,
que recorre à punição/recompensa como veículo principal de estímulo ou contenção.

A prática profunda desse pensamento na sociedade não teria criado um sistema judiciário com
prisões. O ser humano não está contaminado pelo pecado, antes, pelo contrário, capacitado para
escolher a boa mente e para construir um mundo diferente e melhor. Uma leitura de Zoroastro com
essa abundância de negações não lhe faz justiça. O contexto judaico cristão onde estamos
inseridos, porém, nos obriga a usar esses termos, pelo menos num primeiro momento.

Resgatado e atualizado, esse velho pensamento pode fornecer material para a ética que precisamos
nesse nosso tempo. Ele é aberto, estimula o conhecimento e a pesquisa, é ecológico, inclusivo e
pode ser também fonte de uma profunda e rica espiritualidade.

O PERÍODO SASSÂNIDA
Com o início de uma nova dinastia nacional Persa, os Sassânidas, em 224 d.C., a religião de
Zoroastro foi oficializada no país. A sua hierarquia detinha considerável poder político, e as outras
religiões (Cristianismo, Maniqueísmo e Budismo) foram perseguidas. O Avesta foi compilado,
editado e traduzido com comentários explicativos, em Pahlavi, dialeto de uma região do centro da
Pérsia. A esta tradução comentada chama-se Zend. Daí o nome Zend-Avesta, dado ao livro sagrado
dos seguidores de Zoroastro.
As últimas obras do período Pahlavi informam que a religião de Zoroastro incorporou contribuições
Gregas e Indus. As idéias gregas podem ser identificadas nos mitos cosmológicos; o mundo foi
criado inicialmente no estado espiritual, uma espécie de Matéria Prima no sentido aristotélico; e a
origem do mundo material é atribuída à condensação gradual do elemento sutil – a Luz – através de
sucessivos estágios, começando pela Água, depois pela Terra e finalmente por todas as formas de
matéria densa. Durante o período Sassânida prevaleceu no reino persa a doutrina de Mazda, ou
mazdeismo.

PERÍODO PÓS-CONQUISTA MUÇULMANA


Sob o domínio árabe, a maior parte da população foi forçada a abraçar o Islam, mas a religião de
Zoroastro foi tolerada até certo ponto, conseguindo sobreviver por mais trezentos anos. Entre os
séc. IX e X da era cristã, a perseguição muçulmana levou os remanescentes do Zoroastrianismo a
emigrar do Irã para a Índia, para a região de Bombaim, no Hindustão. Os descendentes destes
Zoroastrianos foram os primeiros, na Índia, a receber a influência Européia, tornando-se os
melhores colaboradores dos ingleses, que sucederam os portugueses no domínio do continente
indiano.

No séc. XIX os remanescentes da religião de Zoroastro na Índia, chamados Parsis, retomaram o


contato com os alguns remanescentes da mesma religião no Irã, os Gabars, formando atualmente
as duas únicas comunidades praticantes do Zoroastrianismo.

A LITERATURA ZOROASTRIANA
Esta literatura divide-se em duas partes: o AVESTA, trabalho original escrito na antiga língua
Iraniana chamada Avistak, e os textos escritos muito mais tarde, em língua Pahlavi ou Persa, dialeto
da região central da Pérsia. A palavra Zend significa “interpretação” e é empregada para indicar a
tradução e os comentários explicativos da maior parte do Avesta, existentes em língua Persa. Daí o
nome Zend-Avesta - o Livro Sagrado da religião de Zoroastro.

A COSMOLOGIA
A Cosmologia de Zoroastro concebe a história do mundo como um grande drama dividido em quatro
períodos de 3.000 anos cada um. Num passado de duração infinita existiu Ormuzd, que era a Luz, e
Ahriman, que habitava a escuridão e as profundezas. Ao final dos primeiros 3.000 anos Ahriman
atravessou o vácuo que os separava e atacou Ormuzd que, percebendo que a luta só teria fim se
fosse realizada com regras finitas, fez um pacto com Ahriman, limitando a duração de sua luta. Ele
então recitou a Ahuna Vairya, a oração mais sagrada dos seguidores de Zoroastro. Ahriman,
apanhado de surpresa, caiu no abismo onde permaneceu por mais 3.000 anos, Durante este
período Ormuzd fez a Criação dos seres, os espirituais em primeiro lugar, e em seguida a criação
material correspondente – céu, água, terra, plantas. Em seguida, ofereceu às almas pré-existentes a
escolha entre permanecer para sempre como energia pura, como espíritos, ou encarnar no mundo
físico de modo a assegurar o seu triunfo sobre Ahriman; eles escolheram nascer e combater. Nesse
meio tempo, Ahriman gerou seis demônios e uma criação material oposta à dos seres criados por
Ormuzd.

No final do segundo período de 3.000 anos Ahriman, instigado pela Mulher Primordial, a Prostituta,
atacou o céu e corrompeu a criação de Ormuzd. No terceiro período, Ahriman triunfa no mundo
material, mas é incapaz de escapar dele. Enganado por Ormuzd, ele é sentenciado à sua própria
destruição. O início do último período testemunha a chegada da religião na Terra e o nascimento de
Zoroastro. O final de cada período de 3.000 anos é marcado pela vinda de um salvador, sucessor e
filho póstumo de Zoroastro. O terceiro e último salvador, Saoshyans, realizará o julgamento final,
dispensará a bebida da imortalidade – o soma - e será o porteiro do Novo Mundo, ou Paraíso. Serão
então passados os quatro períodos de 3.000 anos.

De acordo com esta Cosmologia, tudo isto acontecerá ao final do último período, 3.000 anos após o
nascimento de Zoroastro, isto é, daqui a 368 anos.

Os sistemas religiosos predominantes atualmente são o resultado de um sincretismo, de uma


mistura de religiões antigas, em sua maioria já extintas. Saibamos extrair de cada uma delas o que
de melhor têm ou tiveram.
O resumo nos mostrará que a Lei de Talião sempre destrói e que só o Amor constrói.
OBRAS CONSULTADAS
Os Grandes Livros Misteriosos - Guy Bechtel
Zoroaster - Ordem do Graal na Terra
A Doutrina Secreta – H.P.Blavatsky – Volume IV
Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan
O Livro de Ouro da Mitologia - Thomas Bulfinch

ANTÓNIO ROCHA FADISTA


M.'.I.'., Loja Cayrú 762 GOERJ / GOB - Brasil

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