Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FURAÇÃO
João Pessoa - PB
25 de fevereiro de 2014
2
Sumário
1- Introdução .......................................................................................................... 3
2- Objetivos ............................................................................................................. 4
3- Fundamentação Teórica ...................................................................................... 5
4- Conclusão ......................................................................................................... 23
5- Bibliografia ...................................................................................................... 24
3
1. Introdução
Neste trabalho nós vamos apresentar uma operação de usinagem, que além da
sua grande importância no universo da mecânica é muito comum sendo utilizada
constantemente no nosso dia-a-dia, sendo também uma operação muito antiga. Os
arqueólogos garantem que ela era utilizada a mais de 4 mil anos, no antigo Egito.
Vamos tratar da furação, que é uma operação de usinagem que se destina a abrir furos
em peças, apresentar a ferramenta que permite a execução desses furos, a broca, e
reconhecer alguns tipos de brocas existentes e as suas utilizações. Apesar da furação ser
uma operação comum ela necessita que você tenha conhecimentos tecnológicos
específicos, com relação às ferramentas e máquinas utilizadas.
4
2. Objetivos
3. Fundamentação Teórica
Apesar de sua importância, tal processo recebeu poucos avanços ate alguns anos
atrás. As ferramentas de outros tipos de processo, como torneamento e fresamento,
progrediram rapidamente com a introdução de novos materiais para as ferramentas,
como o metal duro, cerâmico e diamante, enquanto que a ferramenta ainda mais
utilizada no processo de furação é a broca helicoidal de aço rápido.
Porém, atualmente no Brasil, mais da metade das operações de furação ainda são
realizadas com brocas helicoidais de aço rápido, com ou sem camada de cobertura. Isto
torna o processo de furação extremamente lento.
3.1. Brocas
A ferramenta que faz o trabalho de furação tem o nome de broca, sendo ela a
responsável pelo furo. Na execução do furo, a broca recebe um movimento de rotação
que produz o corte, e um movimento de avanço responsável pela penetração da
ferramenta. E na maioria das operações de furação que se encontram na indústria
mecânica, as brocas utilizadas são do mesmo tipo. Elas são denominadas brocas
helicoidais.
A broca helicoidal é uma ferramenta de corte, com uma forma cilíndrica, que
corta com as suas duas arestas cortantes, como se fosse um sistema de duas ferramentas,
o que permite formar, simultaneamente, dois cavacos.
Núcleo: parte interior da broca que serve para conferir rigidez à broca;
7
Guias: são as duas regiões externas a superfície de uma broca que apresentam
diâmetro maior que o diâmetro das paredes da broca, tem como funções guiar a
broca dentro do furo e evitar que a parede externa da broca atrite com a do furo;
Uma broca bem afiada possui boa precisão dimensional, maior vida útil evitando
quebra e desgaste prematuro da ferramenta, maior produtividade pois os ângulos estão
de acordo com o material a ser furado. A formação do cavaco e sua consequente
expulsão são consequências de uma boa afiação. Além da diminuição dos esforços de
corte e maior segurança durante o processo.
ocorrer, é necessário que o ângulo lateral efetivo de folga αfe, seja tanto quanto possível
positivo para qualquer diâmetro da broca.
αfe = αf - η
Entretanto, para que αfe seja sempre positivo é necessário que αf seja maior que η
em qualquer diâmetro da broca.
𝑓 𝑓 𝑓
𝑡𝑔η𝑎 = 𝑡𝑔η𝑏 = 𝑡𝑔η𝑐 =
𝜋. 𝐷𝑎 𝜋. 𝐷𝑏 𝜋. 𝐷𝑐
Devemos atentar que na região mais central da broca, o ângulo lateral de folga
(αf) precisa ser maior para compensar o crescimento do ângulo de direção efetiva de
corte η e com isso, possibilitar a obtenção de um αfe positivo. Isto deve ser conseguido
através da afiação adequada da broca. O tipo de afiação de broca mais difundido é a
afiação em cone de revolução ou simplesmente afiação cônica, cujo princípio está
mostrado na figura abaixo.
A broca é colocada em frente a um rebolo de copo, de tal maneira que seu eixo
geométrico forme com a face do rebolo, um ângulo igual à metade do ângulo de ponta
9
desejado. Uma vez encostada ma das arestas cortantes da broca na face do rebolo, a
broca é girada em torno de um eixo denominado eixo de rotação do aparelho.
Assim, é fundamental induzir a geração de cavacos que tenham forma tal que
sejam de fácil remoção do furo. Se o cavaco formado for em fita, será muito difícil
extraí-lo do furo. Cavacos em lascas ou helicoidais são os que mais facilmente podem
ser removidos dos furos.
10
Assim, o aumento do avanço para facilitar a quebra do cavaco faz com que o
ângulo efetivo de folga diminua e com isso aumente a deformação plástica do fundo do
furo, principalmente próximo ao centro, onde este ângulo é menor ainda.
Por este motivo a força de avanço resulta alta, gerando deformação da broca e do
eixo-árvore e, consequentemente, desvio de forma e posição do furo. Uma outra
consequência dessa dificuldade de realização do corte no entro do furo é a deformação
plástica do material do fundo do furo, causando encruamento em materiais dúcteis, o
que aumenta ainda mais a força de avanço necessária.
geometria e mecânica da furação, mas Pal por volta de (1965) foi o primeiro a
considerar a zona de cisalhamento no modelo de corte da furação, orientado pela
abordagem analítica do modelo. A abordagem mecanica foi adotada para modelar as
forças de corte na furação nos trabalhos de Stephenson e Bandyopadhyay (1992) e
Chandrasekharan (1998).
É importante que as duas arestas principais de corte estejam igualmente afiadas, pois
caso contrário o esforço de corte de uma aresta é diferente do esforço da outra aresta,
podendo causar flexão da ferramenta. Dado os três tipos de resistência que uma broca
tem que vencer para realizar o corte, tem-se que:
Onde:
𝑀𝑡 = 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑟𝑠𝑜𝑟
𝐹𝑓 = 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑛ç𝑜
𝑎, 𝑏 𝑒 𝑐
= 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑎, 𝑏 𝑒 𝑐 𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎𝑠 𝑎𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜𝑠 𝑀𝑡 𝑒 𝐹𝑓
Porém, para que equações empíricas que possam estimar os valores destes esforços
sejam estabelecidas, é necessário que o número de parâmetros de influência seja
reduzido, a fim de que se tenha uma equação possível de ser utilizada. Assim, os
pesquisadores que desenvolveram fórmulas de cálculos dos esforços de corte na
furação, fizeram-no utilizando principalmente os parâmetros diâmetro do furo(que na
furação é proporcional á profundidade de usinagem), avanço e material da peça.
Se tais parâmetros se afastarem demais dos usados nos ensaios, alguma correção
precisa ser realizada. As principais equações empíricas para o cálculo dos esforços de
corte na furação são:
𝑀𝑡 = 𝐶1 × 𝐷 𝑥1 × 𝑓 𝑦1 [𝑘𝑔𝑓 × 𝑚𝑚]
Onde:
F = avanço (mm/volta)
Nota-se na tabela 1.1 que o expoente x1 a que o diâmetro está elevado varia entre
1.77 e 2.33, e que o expoente y1 a que o avanço está elevado varia entre 0.70 e 0.86.
Isto demonstra que a influência do diâmetro no momento torsor é muito maior que a
influência do avanço.
𝐹𝑓 = 𝐶2 × 𝐷 𝑥2 × 𝑓 𝑦2 [𝑘𝑔𝑓]
36,4 × 𝑀𝑡
𝜎𝑖 =
𝐷3
Sabendo que a tensão admissível (valor limite de tensão) para uma broca normal
de aço rápido é: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 25 𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚2 e utilizando a equação:
𝑀𝑡 = 𝐶1 × 𝐷 𝑥1 × 𝑓 𝑦1 [𝑘𝑔𝑓 × 𝑚𝑚]
𝑦1 0,69 × 𝐷3−𝑥1
𝑓𝑚𝑎𝑥 =
𝐶1
Toda máquina furadeira tem um limite para a força de penetração que pode
realizar. Acima deste limite ela não consegue continuar o movimento de avanço da
broca. Em furadeiras radiais costuma-se tomar a força máxima como aquela que produz
no braço da máquina uma flecha de 1.5mm por metro de braço.
Partindo da equação: 𝐹𝑓 = 𝐶2 × 𝐷 𝑥2 × 𝑓 𝑦2
𝑦2 𝐹𝑓𝑚𝑎𝑥
𝑓𝑚𝑎𝑥 =
𝐶2 × 𝐷 𝑥2
𝐹𝑐𝑚𝑎𝑥 × 𝑉𝑐
𝑃𝑐𝑑𝑖𝑠𝑝 = 𝑃𝑚 × 𝜂 = [𝐶𝑉]
60 × 75
20
2×𝑀𝑡𝑚𝑎𝑥 𝜋×𝐷×𝑛 𝑦1
Como: 𝐹𝑐𝑚𝑎𝑥 = ; 𝑉𝑐 = e 𝑀𝑡𝑚𝑎𝑥 = 𝐶1 × 𝐷 𝑥1 × 𝑓𝑚𝑎𝑥
𝐷 1000
𝑦1 716200×𝑃𝑚 ×𝜂
Logo, tem-se: 𝑓𝑚𝑎𝑥 = 𝑛×𝐶1×𝐷𝑥1
cavaco. Sua aplicação e qualidade do furo obtido são idênticas aos da broca
BTA.
Brocas ocas de trepanação – quando o furo é muito grande (acima de 120 mm) e
não se tem um pré-furo realizado em operação anterior, a furação com broca
helicoidal causaria grande desperdício de material na forma de cavaco e
consumiria muito tempo de usinagem. Para este caso tem-se como opção as
brocas ocas para trepanação, que somente usinam a periferia do furo, mantendo
intacto o material da parte central. É lógico que este tipo de broca somente pode
ser usado em furos passantes.
Todas estas brocas especiais necessitam de máquinas também especiais para serem
utilizadas, com: potência disponível elevada, altas rotações, muitas vezes cursos longos
no carro de avanço e altas pressões da bomba de fluido de corte.
Temos ainda casos em que a broca comum não é indicada, podendo ser necessária
utilização de um rebaixador ou escareador. Isto pode acontecer principalmente nas
operações de montagem de máquinas, quando for necessário embutir parafusos que não
devem ficar salientes.
4. Conclusão
Neste trabalho vimos que a furação é uma operação realizada pelo homem a
mais de 4 mil anos. Compreendemos que esta é uma operação de usinagem destinada a
abrir furos em peças, e que esses furos são feitos através de uma ferramenta conhecido
como broca. Concluímos que a maioria das operações de furar existentes na indústria
mecânica utiliza um tipo de broca conhecida como broca helicoidal. Analisamos as
partes principais das brocas, quais os seus principais ângulos, os tipos de brocas e como
escolher a broca certa para realizar determinado furo em material específico, sendo
constatado que em alguns casos é preciso utilizar brocas especiais, que se diferenciam
pelo formato e aplicação. Por fim, todas essas ferramentas dependem de uma máquina
denominada furadeira.
24
5. Bibliografia
[2] http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAJCwAG/processos-furacao
[3] http://www.youtube.com/watch?v=pnUy5ngY2kk