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Resumo de Usinagem – Capítulo 3 (pg.

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3. Formação de Cavaco

Formado em altíssimas velocidades de deformação, seguidas de ruptura do material.


Dividido em 4 eventos:

Recalque inicial: pequena porção é pressionada contra a superfície de saída devido à


penetração da cunha no material. Depois disso, passa a sofrer deformações plásticas mais
profundas até chegar na zona primária de cisalhamento.

Deformação e ruptura: o material pressionado sofre uma deformação elástica e em


seguida plástica, aumentando até o estado de tensões provocar ruptura por cisalhamento
(em geral). Existe um estado de tensões que combina compressivas, trativas e cisalhantes
e leva à ruptura e propagação de trincas pelas naturezas dos materiais. Pelo processo ser
dinâmico, há planos de ruptura e propagação de trinca que definem a zona primária de
cisalhamento entre a peça e o cavaco. Pode ou não ser visível. Em algum momento, depois
de acumular deformação plástica sofre cisalhamento até a ruptura e forma cavaco. Outro
volume é formado e movimenta o próximo – deslizamento de lamelas.

Deslizamento de lamelas: com a continuação da penetração da ferramenta na peça,


haverá uma ruptura parcial ou completa na região de cisalhamento dependendo da
propagação da trinca. As propriedades, condições de avanço e velocidade de corte irão
determinar o quanto o material rompido permanecerá unido, formando cavacos contínuos
ou descontínuos, conforme a resistência da união das lamelas. Grãos altamente
deformados, parecem lamelas

Saída do cavaco: movimento relativo entre a peça e a ferramenta – acarreta em um


escorregamento de uma porção do material deformado e rompido (o cavaco) sobre a
superfície de saída da ferramenta. Durante esse processo, uma nova lamela,
imediatamente adjacente, está se formando e vai passar pelos mesmos processos,
repetindo o ciclo. Movimenta sobre a superfície de saída
O escorregamento não obedece ao Modelo de Coulomb, já que as tensões normais e a
velocidade relativa e a temperatura tendem a ser muito elevadas. Surgimento da zona de
cisalhamento secundário. Atrito na zona de escorregamento
O fenômeno da formação de cavaco, nas condições normais, é periódico e cíclico,
repetindo as fases de recalque, ruptura, deslizamento e saída do cavaco para cada lamela
removida. Isso provoca excitações dinâmicas na ferramenta. Foi idealizado o modelo de
baralho de cartas.

3.1. Corte Ortogonal

A aresta de corte é uma reta normal à direção de corte e a de avanço. A formação


do cavaco pode ser considerada bidimensional e ocorre no plano de trabalho.
Bidimensionalizar o estudo do cavaco, facilitar o estudo da raiz do cavaco e das forças
e temperaturas de usinagem.

h’ é a espessura do cavaco. Velocidade de corte é a velocidade da peça na direção de


corte – processos rotativos ela é tangencial.
Simplificações:
 Os cavacos são contínuos, sem formação de aresta postiça de corte (APC).
 Não há contato entre a superfície de folga e a usinada.
 A espessura de corte h, equivalente ao avanço f, é suficientemente pequena
em relação à largura de corte b.
 A largura da aresta de corte é maior que a largura de corte b.
 A largura de corte b e a largura do cavaco b’ são idênticas.
 A aresta de corte é idealmente afiada e perpendicular ao plano de trabalho.
Passando pelos eventos anteriores, define-se a zona primária de cisalhamento,
representada pelo traço de cisalhamento OD. Klmn após total deformação
plástica se transforma em pqrs que entra em contato com a superfície de saída da
ferramenta OB.

Vc> Vcav – há um acúmulo de volume na superfície de saída da ferramenta,


volume maior na saída. Vc=Vcav sem deformação plástica. Phi – ângulo do plano
de cisalhamento primário.
Deforma plasticamente até cisalhar – material da peça x material do cavaco. Zona
de cisalhamento primário – deformações plásticas, cisalhantes, geração de calor,
alteração de estruturas. Segunda região, zona de cisalhamento secundário, no
cavaco cisalhamento e um pouco de deformação plástica.

3.2. Relações Cinemáticas e Geométricas no Corte Ortogonal

Grau de recalque: simboliza o nível de deformação plástica que o material sofreu para
se tornar cavaco. De forma mais simplificada. – Usinar um ferro fundido cinzento
(material frágil) não sofre ou sofre pouca deformação plástica – Rc~=1. É sempre
acima que 1, maior o grau de recalque, maior a deformação, pela espessura ou pelas
velocidades. Importante para entender a velocidade do cavaco.

Ângulo de Cisalhamento: do plano de cisalhamento primário. Definido pelo ângulo de


saída e o grau de recalque. Varia com o ângulo de saída, se diminui o ang de saída,
diminui o de cisalhamento. Aumenta o grau de recalque aumenta a espessura do
cavaco, diminui o ang. de cisalhamento. Aumenta o ângulo, diminui a força, dificulta
mais o dobramento

3.3. Tipos de Cavaco/ Classes

Maneira de classificar quanto a sua morfologia

Contínuos: formados na usinagem de materiais dúcteis. Cisalha na zona de


cisalhamento primária e permanece homogêneo sem fragmentar. Toda vez que for
contínuo o material é dúctil, mas nem sempre que for dúctil ele é contínuo. Trinca fica
na iminência de abrir, mas as tensões de compressão no plano de cisalhamento
primário interrompem a trinca. Material é comprimido, velocidade de corte é maior
que a do cavaco, ele chega e encontra resistência na região e se comprime. Quanto
mais próximas as velocidades, menor tensões compressivas, é o caso dos frágeis e
não tem compressão para segurar o cavaco. Grau de recalque alto para ter tensões
compressivas e manter o cavaco contínuo. Inferior é onde passa pela ferramenta.
Linhas – grãos deformados. Acima - rugosidade

Descontínuos: formado em materiais frágeis ou heterogêneos (2 ou mais fases bem


distintas). Essas fases fazem com que a propagação seja facilitada. Não suportam
grandes deformações sem fraturar, trinca aberta e propagada. Ferro fundido cinzento
forma pó, frágil e heterogêneo, não suporta nenhuma tensão e propaga trinca. Trinca
se inicia nos dois sentidos. Vc ~Vcav, poucas tensões compressivas + fragilidade.

Latão forma 3 classes de cavaco – cavaco parcialmente descontínuo é similar a uma


agulha – lamelas se soltam e propagam as trincas

Parcialmente contínuos: intermediário entre as duas classes. A trinca se propaga até


um ponto e depois é fechada. Há tensões compressivas e impedem a propagação da
trinca ao longo de todo o plano de cisalhamento – material precisa de uma certa
ductilidade.

Latão: é um material menos dúctil (certa fragilidade). Se forma contínuo – dúctil.


Descontínuo - heterogêneo . Parcialmente contínuo. Condições de corte que vão
influenciar
Cavaco contínuo – baixas profundidades de corte e ângulos mais positivos.
Profundidade de corte – aumenta o diâmetro da “barra”, quanto mais fino mais difícil
de fraturar no dobramento, grãos deformam menos (arame). Espessuras maiores
facilitam a propagação da trinca. Ângulos mais positivos, dobra menos a barra, mais
negativos dobra menos a barra.

Segmentados: grandes deformações continuadas em estreitas bandas entre


segmentos com muito pouca ou quase nenhuma deformação no interior desses
segmentos. Calor gerado proporciona mais taxa amolecimento que encruamento,
estreita banda deformada. Aparece em metais com pobre condução de calor, para
concentrar o calor e aumentar a taxa de amolecimento. Inox, titânio, níquel, pouco
condutor.
Precisa de reter o calor dentro do cavaco. Inox é mais restrito de ocorrer. Na estreita
banda tem altas deformações e no interior tem pouca ou nenhuma deformação. A
trinca se propaga até um certo ponto, não se rompe e forma segmentos.

No núcleo, pouca deformação – observar os contornos de grão. Linhas brancas, altas


deformações, passa pela ferramenta e entre os segmentos. A trinca se inicia e para.
Grau de recalque maior q 1, materiais dúcteis. Maiores velocidades de corte –
aumenta a temperatura, ter mais calor e materiais com pobre condução de calor. Ti e
Ni. Aumentar a vc mostra a transição de contínuo, parcialmente contíuo até
segmentado. Calor é gerado e não propaga, fica no cavaco. Inox precisa de aumentar
muito a Vc.

3.4. Formas de Cavaco

Condições de aderência
Área real = Área aparente. Regime 3
Zona de fluxo é uma zona de variação de velocidades, altura muito pequena. Na
interface a velocidade é estacionária, mas pouco acima já assume a velocidade de
saída do cavaco. Cisalhamento termoplástico adiabático, não troca calor com o
ambiente. Todo cisalhamento é convertido com calor e eleva a temperatura da
ferramenta.

Quick stop: - não da para observar a interface. Forma de provar a aderência, ela
rompe o cavaco e mantei aderido à ferramenta.
Dentro da região de aderência. Mancha cinza – zona de fluxo na interface, velocidade
zero. Acima, velocidade do cavaco. O processo é muito dinâmico, a zona de aderência
se solta e formam outras, muitas tensões no processo de tensões cisalhantes e
normais ?. Deformação cisalhante forma calor e ele vai para a ferramenta. Aumenta a
temperatura. Aumenta a velocidade de corte, aumentam as tensões cisalhantes, de 0
até uma velocidade alta – maior calor gerado.

Condição de escorregamento: aderência é evitada. Casos especial, adição de


elementos de livre corte. Quando chega na zona de fluxo, serve como lubrificante e
atinge a interface, elimina o atrito e elimina a zona de aderência. Materiais de livre
corte – inclusões. Quando a matriz toca a interface, o Pb desliza, funciona como
lubrificante, 327°C. Funde e fica sobre a superfície. Cavaco desliza pelo material
fundido não pela ferramenta. Elimina parte da deformação, observa os contornos de
grão. Pb na superfície de ferramenta. Condição perfeita de usinagem. Elimina a zona
de aderência, melhora a saída do cavaco.
Aresta Postiça de Corte (APC): Condição específica. Não precisa adicionar elementos
de corte. Material da peça deve ter 2 ou mais fases e em baixas velocidades de corte.
Pode ocorrer em muitas condições, muito importante. Material cisalhado que se
movimentava sobre a ferramenta passa a se movimentar por cima de outra porção de
material. Porção considerável e não como uma zona de fluxo. Não vai existir zona de
fluxo. Primeiro forma a zona de aderência e material adere sobre a zona de aderência
– material encruado sobre a ferramenta. Cavaco passa a se formar sobre essa porção.
Uma hora ela se solta e pode voltar a formar-se. Tem uma força de ligação muito
maior e pode lascar a ferramenta, forças de ligações metálicas (duas ou mais fases
favorecem essas ligações). Prejudica muito o acabamento da superfície. Cavaco mais
contínuo. (INDESEJVEL). Mais comum em dúcteis, mas pode formar em frágeis, fofo.

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