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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

MAURO ARSÉNIO DOS SANTOS DOMINGOS

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PILARES EM PERFIS


TUBULARES E PERFIS ABERTOS EM UMA ESTRUTURA
DE AÇO

LUANDA

2022
MAURO ARSÉNIO DOS SANTOS DOMINGOS

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PILARES EM PERFIS TUBULARES E PERFIS


ABERTOS EM UMA ESTRUTURA DE AÇO

Trabalho de fim de curso, apresentado ao


Instituto Superior Politécnico Metropolitano
de Angola como requisito parcial para a
conclusão da Licenciatura em Engenharia
Civil, sob orientação do professor Mestre
Adão António Domingos.

LUANDA

2022
MAURO ARSÉNIO DOS SANTOS DOMINGOS

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PILARES EM PERFIS TUBULARES E PERFIS


ABERTOS EM UMA ESTRUTURA DE AÇO

Trabalho de fim de Curso, apresentado ao Instituto Superior Politécnico Metropolitano de


Angola como requisito parcial para a conclusão da Licenciatura em Engenharia Civil, sob a
orientação do professor Mestre Adão António Domingos.

Aprovado aos: ________/________/________

Coordenação do Curso de Engenharia Civil

Considerações:_______________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Dedico este trabalho aos senhores David Domingos,
Maria dos Santos, Miguel Cabral e principalmente ao
Excelente JAH, que foram o sustento para que
chegasse até aqui.
AGRADECIMENTOS

No decorrer da formação até a realização do trabalho, não faltou o apoio, a ajuda, a


disponibilidade de pessoas que se comprometeram eficazmente em prestar toda as suas
capacidades e esforços, para que conseguisse alcançar minha meta, as quais expresso a minha
total gratidão.

Primeiramente ao mais esplêndido amigo e companheiro, JAH, porque foi ele o pioneiro de
toda a motivação, e a sua assistência fez com que eu pudesse concluir esta formação.

Agradeço a minha mãe, Maria dos Santos, pela disponibilidade, pelo cuidado e todo esforço ao
seu alcance, ao apoiar-me na realização dos meus objectivos.

Agradeço aos pais, David Domingos, e ainda Miguel Cabral, pelo sustento durante todo o tempo
de formação.

Agradeço aos meus companheiros, irmãos e amigos irmãos, refiro-me a inexpugnável Abiúde
Vieira, ao sacerdote Abel Daniel e ainda ao master Lourivaldo Domingos.

Agradeço ao professor Adão António Domingos, meu orientador, que prestou atenção,
paciência e disponibilidade ao dar-me orientações para conclusão do trabalho.

Agradeço aos professores, Amaro Catumbaiala, Nelson de Almeida e Luís Arestuche, pela
atenção e paciência e disponibilidade que sempre apresentaram para mim.

Agradeço a minha avó Teresa Massaqui, a minha tia Yeta, e aos meus colegas, designadamente
o João Nicolau e Mauro Malundo que também fazem parte dessa realização e foram também
um grande apoio.
RESUMO

O aço estrutural é comercializado de diversas formas, atendendo as exigências para cada tipo
de obra específica. Na concepção de estruturas metálicas é fundamental compreender e avaliar
a influência das propriedades nas secções dos elementos, bem como no comportamento geral
da estrutura. Os perfis abertos e tubulares, são soluções usais de elementos em estruturas de
aço. Com o presente trabalho estabeleceu-se uma comparação entre pilares em perfis tubulares
e abertos de um viaduto, sendo o perfil tubular do tipo circular (CHS 457×20), e o perfil aberto
do tipo (HD 400×421). Na comparação entre as soluções, verificou-se que os dois perfis
apresentam boa resistência aos esforços, sendo estes mais reduzidos nos perfis tubulares.
Quanto as quantidades de material, para os perfis abertos houve necessidade de maior
quantidades em relacção aos perfis tubulares.

Palavras Chaves: Aço. Estruturas. Perfis.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Tipos de perfis laminados ........................................................................................ 17


Figura 1.2 - Representação esquemática do comportamento tensão-deformação para materiais
dúcteis e frágeis, carregados até a ruptura à tracção. .................................................................. 20
Figura 1.3 - Superfície de pintura para secções abertas vs secções tubulares ........................... 23
Figura 1.4 - Estrutura de aço na Estação Ferroviária Central de Antuérpia .............................. 24
Figura 1.5 - Perfis tubulares em pontes ....................................................................................... 25
Figura 2.1 - Comportamento das secções à flexão...................................................................... 29
Figura 2.2 - Dimensões e eixos das secções ................................................................................ 33
Figura 3.1 - Local de estudo ......................................................................................................... 40
Figura 3.2 - Planta do viaduto ...................................................................................................... 40
Figura 3.3 - Perfil longitudinal do viaduto .................................................................................. 41
Figura 3.4 - Perfil transversal do viaduto .................................................................................... 41
Figura 3.5 - Perfil tubular e perfil aberto tipo H ......................................................................... 42
Figura 3.6 - Modelo de análise, vista em planta e em 2D .......................................................... 46
Figura 3.7 - Modelo de cálculo, vista 3D. ................................................................................... 46
LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Propriedades mecânicas do aço estrutural .............................................................. 19


Tabela 1.2 - Valores nominais da tensão de cedência fy e da tensão última à tracção fu para aços
estruturais laminados a quente...................................................................................................... 26
Tabela 1.3 - Valores nominais da tensão de cedência fy e da tensão última à tracção fu para
secções tubulares ........................................................................................................................... 27
Tabela 2.1 - Limites máximos das relações largura-espessura para componentes comprimidos
........................................................................................................................................................ 30
Tabela 2.2 - Limites máximos das relações largura-espessura para componentes comprimidos
........................................................................................................................................................ 31
Tabela 2.3 - Limites máximos das relações largura-espessura para componentes comprimidos
........................................................................................................................................................ 32
Tabela 2.4 - Constante de torção das secções abertos VS secções tubulares ............................ 37
Tabela 3.1 - Elementos constituintes do tabuleiro ...................................................................... 42
Tabela 3.2 - Características geométricas do perfil CHS 457 × 20............................................. 43
Tabela 3.3 - Características geométricas do perfil HD 400 × 421 ............................................ 43
Tabela 3.4 – Peso próprio do tabuleiro ........................................................................................ 44
Tabela 3.5 - Restantes cargas permanentes ................................................................................. 45
Tabela 3.6 - Sobregarcas do Load Model 1 (LM1) ..................................................................... 45
Tabela 3.7 - Esforços atuantes nos perfis CHS 457×20 devido as acções ................................ 47
Tabela 3.8 - Esforços atuantes nos perfis HD 400 × 421 devido as acções ............................. 47
Tabela 3.9 - Comparação dos esforços entre os perfis................................................................ 48
Tabela 3.10 - Resumo das quantidades de material da Solução A............................................ 49
Tabela 3.11 - Resumo das quantidades de material da Solução M ............................................ 50
Tabela 3.12 - Comparação das quantidades de material............................................................. 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

Abreviaturas

CHS Circular Hollow Section (secção circular tubular)

EC0 Eurocódigo 0

EC1 Eurocódigo 1

EC3 Eurocódigo 3

ELS Estado Limite de Serviço

ELU Estado Limite Último

FF Força de frenagem

LM1 Modelo de Sobrecarga 1

PP Peso próprio

RCP Restantes cargas permanentes

TS Tandem System (veículos-Tipo segundo o EC1)

UDL Sobrecarga Uniformemente Distribuída (EC1)

Símbolos

A Área da secção transversal

A eff Área efectiva de uma secção transversal

A0 Área inicial de uma secção transversal

Af Área no ponto de fractura de uma secção transversal

b largura do banzo da secção

d Altura da parte recta de uma alma

D Diâmetro externo de uma secção circular tubular (oca)


σ Tensão

ε Extensão. Factor que depende de 𝑓𝑦

E Módulo de elasticidade

G Módulo de distorção

𝑓𝑦 Tensão de cedência

𝑓𝑢 Tensão última

h Altura de uma secção transversal

I Momento de inércia de uma secção transversal

It Constante torsional de inércia

i Raio de giração relativo ao eixo considerado

L Comprimento de um elemento

MEd Valor de cálculo do momento flector actuante

Mc,Rd Valor de cálculo do momento flector resistente em relação a um eixo principal


de uma secção transversal

My,Ed Valor de cálculo do momento flector actuante, em relação ao eixo y-y

Mz,Ed Valor de cálculo do momento flector actuante, em relação ao eixo z-z

My,Rd Valor de cálculo do momento flector resistente em relação ao eixo y-y

Mz,Rd Valor de cálculo do momento flector resistente em relação ao eixo z-z

NEd Valor de cálculo do esforço normal actuante

Nb,Rd Valor de cálculo do esforço normal resistente à encurvadura de um elemento


comprimido

Nt,Rd Valor de cálculo do esforço normal resistente de tracção

Nc,Rd Valor de cálculo do esforço normal resistente de compressão


Npl,Rd Valor de cálculo do esforço normal resistente plástico da secção bruta

n Relação entre os valores de cálculo dos esforços normais actuante e resistente


plástico de uma secção transversal bruta

V Ed Valor de cálculo do esforço transverso actuante

V pl,Rd Valor de cálculo do esforço transverso resistente plástico

Wpl Módulo de flexão plástico de uma secção transversal

tw Espessura da alma

tf Espessura do banzo

r Raio de concordância

T Espessura especificada da secção oca

λ1 Valor da esbelteza de referência para determinar a esbelteza normalizada

λ̅ Esbelteza normalizada

χ Coeficiente de redução para a curva de dimensionamento (de colunas à


encurvadura) relevante

α Factor de imperfeição para a encurvadura de elementos comprimidos


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 14

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 17

1.1 AÇOS ESTRUTURAIS ................................................................................................ 17

1.2 PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO........................................ 18

1.2.1 Elasticidade e plasticidade ..................................................................................... 18

1.2.2 Ductilidade .............................................................................................................. 19

1.2.3 Tenacidade .............................................................................................................. 20

1.2.4 Resiliência ............................................................................................................... 20

1.2.5 Dureza ..................................................................................................................... 21

1.2.6 Vantagens e desvantagens do aço como material estrutural ................................ 21

1.3 PROTECÇÃO CONTRA A CORROSÃO .................................................................. 22

1.4 ESTRUTURAS DE AÇO COM PERFIS ABERTOS ................................................ 24

1.5 ESTRUTURAS DE AÇO COM PERFIS TUBULARES ........................................... 25

1.6 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS PERFIS ........................................................ 26

2 CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS ....................................................... 28

2.1 ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................................................... 28

2.1.1 Classificação das secções transversais .................................................................. 28

2.1.2 Convenção dos eixos das secções ......................................................................... 33

2.2 PRINCIPAIS ESTADOS LIMITES ............................................................................. 34

2.3 ESTADOS LIMITE ÚLTIMOS ................................................................................... 34

2.3.2 Resistência dos elementos à encurvadura ............................................................. 38

3 CASO DE ESTUDO ............................................................................................................ 40

3.1 ANÁLISE DO PERFIL DOS PILARES ...................................................................... 44

3.1.1 Verificação da segurança ....................................................................................... 44

3.1.2 Acções ..................................................................................................................... 44

3.1.3 Combinações de acções efetuadas......................................................................... 45


3.1.4 Modelo de análise................................................................................................... 46

3.2 RESULTADOS .............................................................................................................. 47

3.3 ANÁLISE COMPARATIVA ....................................................................................... 49

3.3.1 Quantidade de material .......................................................................................... 49

CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 51

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 52

APÊNDICE AP ............................................................................................................................. 56
14

INTRODUÇÃO

A utilização de elementos estruturais de aço na construção apresenta um crescimento


significativo, o que se traduz numa ampla expansão do crescimento e evolução desde a
descoberta das propriedades do aço, de longa data.

Com a utilização do aço, as estruturas são executadas em tempo reduzido, e também


conduzem a soluções mais leves, ou seja, com peso reduzido se comparadas a estruturas em
betão armado. Isto deve-se pelas propriedades do aço e também pela geometria da secção dos
elementos. Destas secções existem várias que são padronizadas, também conhecidas por perfis
estruturais.

Os perfis de aço são de variadas tipologias, das quais distinguimos os perfis tubulares e
perfis abertos. As secções abertas são muito utilizadas em construções, mas em princípio não
são estas preferenciais em relação as secções tubulares, que também têm larga aplicação em
construções. Somente com a definição de pontos de análise e comparação específicos, é que se
pode definir quando uma das secções poderá ser preferencial à outra.

Vários são os exemplos na natureza que demonstram as fascinantes propriedades de


secções tubulares, principalmente a secção circular, como elemento estrutural na
resistência à compressão, tracção, flexão e torção. Além disso, a secção tubular
circular provou ser a melhor forma para elementos sujeitos a carga de vento, água ou
ondas (WARDENIER, 2000).

PROBLEMA

Em determinadas situações a utilização dos perfis de aço em estruturas pode trazer


dúvidas na fase de escolha. Assim a pergunta central da pesquisa é: Como comparar soluções
de pilares em perfis abertos e perfis tubulares em uma estrutura de aço?
15

OBJECTIVOS

Objectivo geral

O presente trabalho tem como objetivo geral estabelecer uma comparação de soluções
de pilares em perfis tubulares e em perfis abertos, em um viaduto. A base da comparação estão
as quantidades de material necessárias, e o comportamento aos esforços solicitantes.

Objectivos específicos

• Definir as principais propriedades mecânicas do aço estrutural;

• Estabelecer uma comparação entre a utilização dos perfis tubulares e dos perfis abertos
em um viaduto;

• Analisar o comportamento dos perfis face aos esforços solicitantes.

JUSTIFICATIVA

Considera-se que o aço apresenta grande aplicabilidade em estruturas. Esta afirmação


pode ser provada, tanto por especialistas que trabalham nas respectivas áreas, como também
pelas obras feitas. Em estruturas metálicas é fundamental analisar, e conhecer as propriedades
do aço estrutural, que deve ser aplicado como solução, para concepção das estruturas,
considerando que a falta de conhecimento pode causar constrangimentos que poderão
comprometer a estrutura ou a utilização de materiais excessivos ocasionando gastos
desnecessários ou desperdícios.

HIPÓTESES

Nas estruturas metálicas, o uso de perfis tubulares em comparação aos perfis abertos,
oferecem vantagens consideráveis na poupança de material, e também melhor capacidade face
à acção dos esforços solicitantes.
16

ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de licenciatura encontra-se estruturado em capítulos, conforme a descrição


que se segue:

Capítulo 1 Revisão bibliográfica: apresenta uma contextualização do tema do


trabalho.

Capítulo 2 Concepção de estruturas metálicas: descrição dos procedimentos de


dimensionamento de estruturas metálicas.

Capítulo 3 Caso de estudo: Apresentação e comentários dos dados da pesquisa


realizada.

METODOLOGIA

No desenvolvimento do trabalho utilizou-se o método dedutivo, qual seguiu os passos


ordenados:

• Definiu-se o tema a ser pesquisado e os objetivos;


• Planificou-se a pesquisa; e procedeu-se ao levantamento da situação atual;
• Efetuou-se a análise do contexto atual;
• Elaborou-se a monografia na qual se apresentaram algumas considerações finais,
em função dos resultados obtidos e do aprendizado obtido através da pesquisa e dos
estudos realizados.
17

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 AÇOS ESTRUTURAIS

“Os aços são ligas de ferro que contêm, para melhorar as suas propriedades, elementos
como o carbono, manganês, silício, cromo e também impurezas não metálicas como
combinações de fósforo e enxofre.” (MARTINS, 2011, p. 23).

O aço estrutural é geralmente utilizado como barras, chapas, parafusos, pregos e perfis.
Dentre estes para o trabalho em causa os de maior interesse são os perfis, podendo ser laminados
ou soldados.

Segundo Ferreira (et al, 2017):

Os perfis são empregados na construção de estruturas e obedecem a normas e


requisitos de propriedades bem definidos, podendo ser, laminados, ou soldados.

Perfis Laminados: obtidos diretamente por laminação a quente, podem ser em secção
aberta ( H, I, L, C, e outras), conforme mostra a Figura 1.1, a), ou tubular, conforme
mostra a Figura 1.1, b).

Perfis soldados: são perfis fabricados de chapas planas soldadas. A sua secção
transversal é semelhante à de um perfil I com abas mais alargadas e as faces das mesas
paralelas. São fabricadas em grande variedade de dimensões de alma e mesa.

Figura 1.1 - Tipos de perfis laminados

Fonte: Adaptado de Simões, 2022.


18

1.2 PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO

1.2.1 Elasticidade e plasticidade

Quando sobre um corpo estão aplicadas forças que o deformam, e quando estas
cessam, o corpo tende a recuperar a sua forma primitiva. Esta tendência, que, em
maior ou menor grau, todos os sólidos têm é chamada de elasticidade. As deformações
que neles ocorrem consistem numa parte da deformação elástica, que desaparece
quando as forças aplicadas cessam, e uma parte da deformação permanente, que é
mantida mais tarde (RUIZ e DÍAZ, 2015, p. 13).

No que diz respeito a plasticidade Hernández, (2008, p. 13) diz que:

é uma propriedade oposta, um material é perfeitamente plástico quando a carga que o


deforma mantém a sua configuração deformada quando deixa de agir. Na realidade,
nenhum material é perfeitamente elástico ou perfeitamente plástico. Alguns materiais
como o aço, o alumínio, a borracha e até mesmo a madeira e o betão podem ser
considerados perfeitamente elásticos dentro de certos limites, ou seja, se não
estiverem excessivamente carregados. Outros materiais, como o barro e a massa,
podem ser considerados perfeitamente plásticos.

“A relação linear da função tensão-deformação foi apresentada por Robert Hooke em


1678 e é conhecida por Lei de Hooke.”(GASPAR, 2005, p. 31). Hernández, (2008, p. 13) diz
que “a Lei de Hooke forma a base da Resistência dos Materiais e é válida dentro do chamado
regime linear-elástico. Esta lei afirma que a tensão normal σ é directamente proporcional a
deformação, conforme a equação 1.1:”

σ = ε ∙ E (1.1)

Na tabela 1.1 estão indicadas algumas das propriedades do aço estrutural.


19

Tabela 1.1 - Propriedades mecânicas do aço estrutural

Módulo de Módulo de Coeficiente de dilatação


Coeficiente de Poisson
elasticidade (E) distorção (G) térmica linear (α)
em regime elástico (ν)
N⁄mm2 N⁄mm2
210 000 81 000 0,3 12 × 10−6 por K

Fonte: EC3, 2010

1.2.2 Ductilidade

Segundo Callister (2002):

A ductilidade representa uma medida do grau de deformação plástica que foi


suportado antes da fratura. Um material que experimenta uma deformação plástica
muito pequena ou mesmo nenhuma deformação antes de fraturar é chamado de
material frágil.” Os comportamentos tensão-deformação em tracção para materiais
dúcteis e frágeis estão ilustrados esquematicamente na Figura 1.2. A ductilidade pode
ser expressa quantitativamente tanto como alongamento percentual, como redução de
área percentual, conforme as equações 1.2 e 1.3, respectivamente:

lf − l0
AL% = ( ) × 100 (1.2)
l0

A0 − Af
RA% = ( ) × 100 (1.3)
A0

lf , A f Comprimento e área no ponto de fratura, respectivamente

l0 , A 0 Comprimento e área inicial do material, respectivamente


20

Figura 1.2 - Representação esquemática do comportamento tensão-deformação para materiais dúcteis e frágeis,
carregados até a ruptura à tracção.

Fonte: Adaptado de Callister (2002)

1.2.3 Tenacidade

Segundo Martins (2011) “a tenacidade é uma propriedade dos materiais medida em


termos de energia necessária para fracturar um corpo de prova, através de um ensaio de
impacto.”

Para que um material seja tenaz, deve apresentar tanto resistência como ductilidade.
Frequentemente materiais dúcteis são mais tenazes do que materiais frágeis, conforme
demonstrado na Figura 1.2, onde as curvas tensão-deformação estão plotadas para
ambos os tipos de materiais. Assim sendo, embora o material frágil tenha maior limite
de escoamento e maior limite de resistência à tracção, ele possui menor tenacidade do
que o material dúctil, em virtude da sua falta de ductilidade. (CALLISTER, 2002).

1.2.4 Resiliência

Segundo Callister (2002), “a resiliência é a capacidade de um material absorver energia


quando ele é deformado elasticamente e depois, com o descarregamento, ter essa energia
recuperada.”
21

1.2.5 Dureza
A dureza é uma medida da resistência de um material a uma deformação plástica
localizada (por exemplo, uma pequena impressão ou um risco). Foi desenvolvido um
sistema qualitativo, e um tanto arbitrário, de indexação da dureza conhecido por escala
de Mohs, que varia entre 1, na extremidade macia da escala, para o talco, até 10, para
o diamante. Técnicas quantitativas para determinação da dureza foram desenvolvidas
ao longo dos anos, nas quais um pequeno penetrador é forçado contra a superfície de
um material a ser testado, sob condições controladas de carga e taxa de aplicação.
(CALLISTER, 2002).

1.2.6 Vantagens e desvantagens do aço como material estrutural

Vantagens

Segundo Cortez, (et al., 2017), as principais vantagens do aço são:

Alta resistência do material nos diversos estados de solicitação – tracção, compressão,


flexão, torção, etc., o que permite aos elementos estruturais suportarem grandes
esforços apesar das dimensões relativamente pequenas dos perfis que os compõem.

Apesar da alta massa específica do aço, na ordem de 7850 kg/m 3, as estruturas


metálicas são mais leves do que, por exemplo, as estruturas de betão armado,
proporcionando assim, fundações menos onerosas.

As propriedades dos materiais oferecem grande margem de segurança, em vista do


seu processo de fabricação que proporciona material único e homogêneo, com limites
de escoamento, ruptura e módulo de elasticidade bem definidos.

As dimensões dos elementos estruturais oferecem grande margem de segurança, pois


por terem sido fabricados em oficinas, são seriados e sua montagem é mecanizada,
permitindo prazos mais curtos de execução de obras.

Apresenta possibilidade de substituição de perfis componentes da estrutura com


facilidade, o que permite a realização de eventuais reforços estruturais, caso se
necessite estruturas com maior capacidade de suporte de cargas.
22

Desvantagens

Segundo Cortez, (et al., 2017), as principais desvantagens do aço são:

Corrosão: é a principal desvantagem dos aços, uma vez que o ferro oxida com muita
facilidade, aumentando seu volume e causando trincas superficiais que permitem o
progresso da oxidação até a peça estar completamente consumida;

Custo de manutenção: necessidade de tratamento superficial das peças estruturais


contra oxidação devido ao contacto com o ar, sendo que esse ponto tem sido minorado
através da utilização de perfis de alta resistência à corrosão atmosférica;

Necessidade de mão-de-obra e equipamentos especializados para a fabricação e


montagem;

Sensibilidade estrutural em caso de incêndio, o que torna muito oneroso a protecção


face a incêndio. O aço é incombustível, mas suas propriedades mecânicas
fundamentais são severamente afetadas por altas temperaturas;

Suscetibilidade à encurvadura: como membros submetidos a compressão eles são


mais longos e finos, maior o perigo de encurvadura.

1.3 PROTECÇÃO CONTRA A CORROSÃO

A Associação de Galvanizadores por Imersão a Quente da África do Sul (HDGASA,


2009), refere-se a corrosão como:

A destruição ou deterioração de um determinado material por conta da reacção


ocorrida com o ambiente. O processo de corrosão do aço pode ser impedido dentre
várias opções, as seguintes principais:

Através de uma ligação do aço com elementos químicos como cromo, níquel,
molibdênio, entre outras, e desta ligação surgem o conhecido aço resistente a corrosão
atmosférica, o aço inoxidável. Entretanto, para estruturas de aço comuns, estes
elementos são muito caros;

Mudança do ambiente corrosivo, reduzindo o acesso de água e oxigênio através de


técnicas como desumidificação, coberturas atmosféricas inertes, etc. Em ambientes
aquáticos com imersão total, inibidores podem ser acrescentados para reduzir a
agressividade da solução;

Revestimento com materiais orgânicos ou inorgânicos, que serve para isolar a


superfície do aço do contato com água e oxigênio. Este é o método mais utilizado de
23

protecção contra corrosão. Os materiais inorgânicos podem ser metais e esmaltagem


vítrea. Os materiais orgânicos podem ser tintas, produtos de betume ou plásticos. O
revestimento metálico do aço proporciona protecção contra corrosão, resistência ao
desgaste e ocasionalmente, um efeito decorativo.

Segundo Wardenier, (2000),

as estruturas feitas de secções tubulares oferecem vantagens no que diz respeito à


protecção contra a corrosão, em relação as estruturas abertas. As secções tubulares
têm cantos arredondados que resultam numa melhor protecção do que as secções
abertas, com cantos afiados, conforme mostram as Figuras 1.3. Esta melhor protecção
aumenta o período de protecção dos revestimentos contra a corrosão.

Figura 1.3 - Superfície de pintura para secções abertas vs secções tubulares

Fonte: Adaptado de Wardenier (2000)


24

1.4 ESTRUTURAS DE AÇO COM PERFIS ABERTOS

De acordo a Zhou e Hood (apud ALMEIDA, 2013, p. 6) algumas das vantagens na


utilização destes perfis são:

Produção específica para uma resistência à flexão mais elevada, devido à existência
de uma área maior mais distante do eixo da peça;
Peso próprio reduzido, tendo em conta que é um elemento laminado inteiro, em vez
de um conjunto de barras (treliça por exemplo);
Custo de fabrico reduzido;
Facilidade de execução de ligações.

´ Para Zhou e Hood (apud ALMEIDA, 2013, p. 6) Os pontos desfavoráveis na utilização


destes perfis são:

Menor resistência à torção, quando comparadas com secções tubulares;


Necessidade de uma secção muito maior quando o elemento também é solicitado no
seu eixo fraco;
Possibilidade de rotura do elemento por encurvadura em flexão-torção, também
conhecida por encurvadura lateral.

Na Figura 1.4, pode-se observar a aplicação de perfis abertos em um edifício.

Figura 1.4 - Estrutura de aço na Estação Ferroviária Central de Antuérpia

Fonte: www.Pixabay.com, 2022


25

1.5 ESTRUTURAS DE AÇO COM PERFIS TUBULARES

Segundo Eekhout (2011) “as secções tubulares são melhores em compressão, mas têm
também uma aparência estética que os destaca em relação aos perfis abertos.”

Para KalyanshettI e Mirajkar (2012), algumas das vantagens na utilização de perfis


tubulares são:
Maior relação força/peso pode resultar numa poupança de até 30% no aço;

Devido à elevada rigidez torsional e à força compressiva, as secções tubulares


comportam-se de forma mais eficiente do que a secção de aço em secções abertas;

Para tubos de carga dinâmica têm uma frequência de vibração mais alta do que
qualquer outra secção laminada;

Facilidade de manutenção, fabricação e ereção;

Livre de arestas afiadas.

Segundo Almeida (2013), as principais desvantagens na utilização de perfis tubulares


são:
Custo de fabrico mais elevado quando comparado com o custo de fabrico de secções
abertas;
Maior desperdício de material quando o esforço atuante predominante é a flexão,
quando comparadas com as secções abertas, devido a existir mais material próximo
do eixo neutro;
Dificuldade de execução de ligações que aliem a estética ao bom comportamento
estrutural, devido à geometria da secção.

Na Figura 1.5, pode-se observar a aplicação de perfis tubulares em pontes.

Figura 1.5 - Perfis tubulares em pontes

Fonte: Adaptado de Wardenier (et al., 2022)


26

1.6 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS PERFIS

As Tabelas 1.2 e 1.3, apresentam os valores nominais da tensão de cedência fy e da


tensão última à tracção fu para secções abertas, e para secções tubulares, respectivamente.

Tabela 1.2 - Valores nominais da tensão de cedência fy e da tensão última à tracção fu para aços estruturais
laminados a quente

Espessura nominal t do componente da secção [mm]


Norma e classe
de aço t ≤ 40 mm 40 mm < t ≤ 80 mm
fy [N⁄mm2 ] fu [N⁄mm2 ] fy [N⁄mm2 ] fu [N⁄mm2 ]
EN 10025-2
S 235 235 360 215 360
S 275 275 430 255 410
S 355 355 490 335 470
S 450 450 550 410 550
EN 10025-3
S 275 N/NL 275 390 255 370
S 355 N/NL 355 490 335 470
S 420 N/NL 420 520 390 520
S 460 N/NL 460 540 430 540
EN 10025-3
S 275 M/ML 275 370 255 360
S 355 M/ML 355 470 335 450
S 420 M/ML 420 520 390 500
S 460 M/ML 460 540 430 530
EN 10025-5
S 235 W 235 360 215 340
S 355 W 355 490 335 490

EN 10025-6
460 570 440 550
S 460 Q/QL/QL1

Fonte: EC3, 2010


27

Tabela 1.3 - Valores nominais da tensão de cedência fy e da tensão última à tracção fu para secções tubulares

Espessura nominal t do componente da secção [mm]


Norma e classe
de aço t ≤ 40 mm 40 mm < t ≤ 80 mm
fy [N⁄mm2 ] fu [N⁄mm2 ] fy [N⁄mm2 ] fu [N⁄mm2 ]
EN 10210-1
S 235 H 235 360 215 340
S 275 H 275 430 255 410
S 355 H 355 510 335 490
S 275 NH/NLH 275 390 255 370
S 355 NH/NLH 355 490 335 470
S 420 NH/NLH 420 540 390 520
S 460 NH/NLH 460 560 430 550
EN 10219-1
S 235 H 235 360
S 275 H 275 430
S 355 H 355 510
S 275 NH/NLH 275 370
S 355 NH/NLH 355 470
S 460 NH/NLH 460 550
S 275 MH/MLH 275 360
S 355 MH/MLH 355 470
S 420 MH/MLH 420 500
S 460 MH/MLH 460 530

Fonte: EC3, 2010


28

2 CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS

Uma estrutura metálica é constituída por diferentes elementos estruturais que se


encontram ligados entre si por variadas formas. As ligações devem, pois, garantir a
transferência de esforços considerados no projecto estrutural como um todo, bem
como garantir a devida resistência nas ligações ao exterior. (PILOTO, 2006).

Para este trabalho, não serão analisados aspectos relacionados as ligações entre
elementos metálicos.

Existem normas que regem os princípios para análise e concepção (dimensionamento)


de uma estrutura de aço. Trataremos dos princípios estabelecidos nos Eurocódigos estruturais,
os quais foram utilizados neste trabalho, especificamente os seguintes:

EN 1990 - Eurocódigo 0 (EC0) Bases de dimensionamento de estruturas

EN 1991 - Eurocódigo 1 (EC1) Acções em estruturas

Parte 1-1 Acções gerais: pesos volúmicos, pesos próprios, sobrecargas em edifícios

Parte 1-2 Cargas de tráfego em pontes

EN 1993 - Eurocódigo 3 (EC3) Dimensionamento de estruturas de aço

Parte 1‐1 Regras gerais e regras para edifícios

2.1 ANÁLISE ESTRUTURAL

2.1.1 Classificação das secções transversais


O EC3 (2010, p. 48) define quatro classes de secções, tendo por base a esbelteza dos
elementos constituintes e a distribuição de tensões:

Classe 1 Secções em que se pode formar uma rótula plástica, com uma capacidade
de rotação superior à mínima exigida para a utilização de métodos plásticos de análise.

Classe 2 Secções em que se pode atingir o momento plástico, mas que possuem
uma capacidade de rotação limitada.
29

Classe 3 Secções em que a tensão na fibra extrema mais comprimida pode atingir
a tensão de cedência, mas a encurvadura local impede que se atinja o momento plástico.

Classe 4 Secções em que a encurvadura local impede que se atinja a tensão de


cedência nas fibras mais comprimidas.

O comportamento das secções relativamente a flexão, nas referidas classes definidas,


pode ser observado conforme mostra a Figura 2.1.

Figura 2.1 - Comportamento das secções à flexão

Fonte: Adaptado CATUMBAIALA, 2020.

Com efeito, o EC3 (2010, p.51-53) apresenta os critérios para classificação das secções
dos elementos metálicos, tanto de secções abertas, como de secções tubulares, conforme
indicadas nas Tabelas 2.1, 2.2 e 2.3.
30

Tabela 2.1 - Limites máximos das relações largura-espessura para componentes comprimidos

Fonte: EC3, 2010


31

Tabela 2.2 - Limites máximos das relações largura-espessura para componentes comprimidos

Fonte: EC3, 2010


32

Tabela 2.3 - Limites máximos das relações largura-espessura para componentes comprimidos

Fonte: EC3, 2010

“Geralmente os perfis laminados a quente (HD, HE, IPE etc.) são de classe 1,2 e 3. Por
outro lado, os perfis soldados e enformados a frio são da classe 4.” (SIMÕES, 2007). As secções
transversais de classe 4 devem ser substituídas por secções efectivas.

Nas secções transversais da Classe 4 o EC3 sugere que poderão adoptar-se larguras
efectivas para ter em consideração as reduções de resistência devidas aos efeitos da encurvadura
local. A redução da resistência devido à encurvadura local dá-se em partes comprimidas dos
elementos.
33

2.1.2 Convenção dos eixos das secções

A convenção utilizada para os eixos de um elemento é a seguinte:

𝑥 − 𝑥 : eixo longitudinal de um elemento;

𝑦 − 𝑦 : eixo da secção transversal perpendicular a alma, ou a aba maior no caso de cantoneiras;

𝑧 − 𝑧 : eixo da secção transversal paralela a alma, ou a aba maior no caso de cantoneiras.

O eixo 𝑦 − 𝑦 é normalmente o eixo principal de maior inércia da secção enquanto o eixo


𝑧 − 𝑧 é normalmente considerado o eixo principal de menor inércia.

Os símbolos utilizados para as dimensões e eixos das secções transversais dos perfis de
aço laminados são indicados na Figura 2.2.

Figura 2.2 - Dimensões e eixos das secções

Fonte: EC3, 2010


34

2.2 PRINCIPAIS ESTADOS LIMITES

São definidos no EC3 dois estados limites, que garantam a adequada concepção das
estruturas:

Estado Limite Último, relacionado com a resistência da estrutura:

• Cedência
• Encurvadura
• Derrubamento

Estado Limite de Serviço, preocupado com funções:

• Deformação
• Vibração

Desta forma, podem ser destacados os princípios de concepção:

• Definição de estados limite;

• Determinação das acções de projecto;

• Análise e determinação:
-Os efeitos das acções, E
-Da resistência de projecto, R

• Verificação, para cada estado limite de: {R > E}

2.3 ESTADOS LIMITE ÚLTIMOS

Os valores de cálculo da resistência deverão depender da classificação da secção


transversal. A resistência plástica das secções transversais deverá ser verificada através de uma
distribuição de tensões em equilíbrio com os esforços internos, em que não seja excedida a
tensão de cedência.

A soma linear das relações esforço/resistência, correspondentes a cada esforço actuante,


poderá ser utilizada como uma estimativa conservativa para todas as classes de secções
transversais. No caso das secções transversais da Classe 1, 2 ou 3, sujeitas a uma combinação
35

de esforços NEd , My,Rd e Mz,Rd, este método poderá ser aplicado através do critério condição
apresentado pela equação 2.4:

NEd My,Ed MZ,Ed


+ + ≤ 1 (2.4)
NRd My,Rd Mz,Rd

Em que NRd, My,Rd e Mz,Rd são os valores de cálculo dos esforços resistentes, os quais
dependem da classe da secção transversal e incluem qualquer redução associada aos efeitos do
esforço transverso. Neste trabalho, foi considerada apenas uma direcção na análise da
resistência.

2.3.1.1 Tracção

A força de dimensionamento de um membro sob uma carga de tracção depende da área


da secção transversal e da tensão de cedência, e é independente da forma da secção. O valor de
cálculo do esforço de tracção actuante N Ed em cada secção transversal deve satisfazer a equação
2.1:

NEd
≤ 1 (2.1)
Nt,Rd

Afy
Nt,Rd = Npl,Rd = (2.2)
γM0

2.3.1.2 Compressão

O valor de cálculo do esforço de compressão actuante NEd em cada secção transversal


deve satisfazer a condição, conforme a equação 2.3:

NEd
≤ 1 (2.3)
Nc,Rd

Afy
Nc,Rd = Para classes 1, 2 e 3 (2.4)
γM0
36

A eff fy
Nc,Rd = Para classes 4 (2.5)
γM0

2.3.1.3 Flexão

O valor de cálculo do momento flector actuante MEd em cada secção transversal deve
satisfazer a condição apresentada pela equação 2.6:

MEd
≤ 1 (2.6)
Mc,Rd

Wpl fy
Mc,Rd = Mpl,Rd = Para classe 1 ou 2
γM0 (2.7)

Wel,min fy
Mc,Rd = Mel,Rd = Para classe 3
γM0 (2.8)

Weff,min fy
Mc,Rd = Para classe 4 (2.9)
γM0

2.3.1.4 Esforço transverso

O valor de cálculo do esforço transverso actuante VEd em cada secção transversal deve
satisfazer a condição apresentada pela equação 2.10:

VEd
≤ 1
Vc,Rd (2.10)

A v (fy ⁄√3)
VPl,Rd = (2.11)
γM0

No caso de um cálculo plástico, Vc,Rd representa o valor de cálculo do esforço transverso


resistente plástico VPl,Rd.. Na ausência de torção, o valor de cálculo do esforço transverso
plástico resistente é obtido pela equação (2.11).
37

2.3.1.5 Flexão composta

No caso de secções transversais das Classes 1 e 2, deve ser satisfeito o critério,


apresentado pela equação 2.12:

MEd ≤ MN,Rd (2.12)

MN,y,Rd = MN,z,Rd = MPl,Rd (1 − n1,7 ) Para secções circulares tubulares (2.13)


MN,y,Rd = MPl,y,Rd = (1 − n)⁄(1 − 0,5a) Para secções abertas (2.14)

em que:

n = NEd ⁄ NPl,Rd

As secções tubulares, especialmente a secção circular, têm a secção


transversal mais eficaz para resistir a momentos torsores, porque o
material é distribuído uniformemente sobre o eixo polar. Uma
comparação de secções abertas e tubulares de peso quase idêntico na
Tabela 2.4, mostra que a constante de torsão das secções tubulares é
muito superior à das secções abertas. (WARDENIER, 2000).

Tabela 2.4 - Constante de torção das secções abertos VS secções tubulares

Secção
CHS SHS RHS
HE 100 B UPN 180
114,3 × 8 100 × 8 120 × 80 × 8

Peso
20,4 22 21 21,4 21,4
(Kg/m)

Constante de
Torção 9,25 9,55 759 645 584
It (cm4)

Fonte: Adaptado de BS-EN 10219-2 e Profil Arbed, 2022.


38

2.3.2 Resistência dos elementos à encurvadura

Na presença de esforço normal de compressão em um elemento deverá ser verificado à


encurvadura através da condição apresentada pela equação 2.15:

NEd
≤ 1
Nb,Rd (2.15)

O valor de cálculo da resistência à encurvadura de um elemento comprimido deverá ser


considerado igual ao valor obtido da equação 2.16:

χ A fy
Nb,Rd = Para secções transversais das classes 1, 2 e 3 (2.16)
γM1

χ A eff fy
Nb,Rd = Para secções transversais da classe 4 (2.17)
γM1

χ Coeficiente de redução para o modo de encurvadura relevante.

No caso de elementos solicitados à compressão axial, o valor de χ, correspondente à


adequada esbelteza normalizada λ̅, deverá ser determinado a partir da curvatura relevante,
através da equação 2.18:

1
χ = ≤ 1 (2.18)
Φ + √ Φ 2 + λ̅2

em que:

Φ = 0,5[1 + α ( λ̅ − 0,2 ) + λ̅2 ]

A fy
λ̅ = √ Para secções transversais da classes 1, 2 e 3
Ncr

A eff fy
λ̅ = √ Para secções transversais da classe 4
Ncr

Ncr valor crítico do esforço normal associado ao modo de encurvadura elástica relevante,
baseado nas propriedades da secção transversal bruta.
39

No caso de elementos solicitados à flexão, o valor da esbelteza normalizada, deverá ser


determinado através da equação 2.19 e 2.20, para as distintas classes:

A fy Lcr 1
λ̅ = √ = Para classes 1,2 e 3 (2.19)
Ncr i λ1

A eff
A eff fy Lcr √ A (2.20)
λ̅ = √ = Para classe 4
Ncr i λ1
em que:

Lcr comprimento de encurvadura no plano de encurvadura considerado;

i raio de giração em relação ao eixo apropriado, determinado com base nas propriedades
da secção transversal bruta;

E 235
λ1 = π√ = 93,9ε ; ε =√ (fy em N⁄mm2 )
fy fy

Ncr = Ncr,TF mas Ncr < Ncr,T

Ncr,TF valor crítico do esforço axial associado ao modo de encurvadura elástica por flexão-
torção;

Ncr,T valor crítico do esforço axial associado ao modo de encurvadura elástica por torção.
40

3 CASO DE ESTUDO

O presente caso de estudo é referente a uma proposta de aplicação de pilares em perfil


tubular circular CHS, ou em alternativa perfil aberto do tipo HD, situado na província de
Luanda, no município de viana, na atual localização da ponte partida, conforme mostra a Figura
3.1.

Figura 3.1 - Local de estudo

Fonte: Google earth, 2022

Principais características do viaduto:

O tabuleiro será executado em laje maciça contínua em betão armado, simplesmente


apoiada nos encontros na direção longitudinal, e apiada em duas vigas metálicas HE 800 × 444,
e ainda com vigas de travamento lateral, em perfil HE 260 B, espaçadas de 4m. O vão a ser
vencido pelo viaduto, é de 40,00 m. A Figura 3.2 e a Figura 3.3, ilustram a vista em planta e o
perfil longitudinal do viaduto, respectivamente.

Figura 3.2 - Planta do viaduto

Fonte: O autor, 2022


41

Figura 3.3 - Perfil longitudinal do viaduto

Fonte: O autor, 2022

Transversalmente o tabuleiro do viaduto possui uma plataforma com uma largura


constante de 8,00 m, dois passeios com 1,00 m de largura cada, em betão assentes no tabuleiro,
duas faixas de circulação com 3,00 m de largura cada; guarda-corpos colocados nos lados
exteriores dos passadiços. A Figura 3.4 ilustra esquematicamente a secção transversal. Na
Tabela 3.1 apresentam-se mais detalhes do tabuleiro.

Figura 3.4 - Perfil transversal do viaduto

Fonte: O autor, 2022


42

Tabela 3.1 - Elementos constituintes do tabuleiro

Elemento Material
Betão armado:
Laje C 30/37
A 400 NR
Vigas principais HE 800 × 444 Aço 355
Vigas de travamento HE 260 B Aço 355
Tapete Betuminoso Betão betuminoso

Fonte: O autor, 2022

Quanto aos elementos da mesoestrutura, especificamente os pilares, para a análise


comparativa, foram utilizados perfis circular CHS 457 × 20 e perfis abertos HD 400 × 421. Na
Figura 3.5 apresentam-se as secções dos perfis.

Figura 3.5 - Perfil tubular e perfil aberto tipo H

Fonte: O autor, 2022


43

As Tabelas 3.2 e 3.3 apresentam algumas das características geométricas dos perfis
tubulares e abertos, respectivamente.

Tabela 3.2 - Características geométricas do perfil CHS 457 × 20

M A D T i I It Wpl,y

Kg/m cm2 mm mm cm cm4 cm4 cm3

216 275 457 20 15,5 65680 131400 3822

Fonte: Adaptada de EN 10219-2, 2022

Tabela 3.3 - Características geométricas do perfil HD 400 × 421

M A h B t𝑤 tf r iy Iy It Wpl,y

Kg/m cm2 mm mm mm mm mm cm cm4 cm4 cm3

421,5 537 425 409 33 52,5 15 17,23 159400 4388 8880

Fonte: Adaptada de PROFIL ARBED, 2022


44

3.1 ANÁLISE DO PERFIL DOS PILARES

As características geométricas dos perfis, apresentadas nas Tabelas 3.2 e 3.3, mostram
que a secção aberta, apresenta um valor de momento de inércia, no seu eixo maior, que é quase
o dobro da secção tubular, e para o valor da constante de torção, a secção tubular é quase 30
vezes superior ao da secção aberta.

3.1.1 Verificação da segurança

Para as acções, combinações e critérios a considerar na segurança do viaduto, seguiu-se


o proposto no Eurocódigo 0 (EC0), no Eurocódigo 1 parte 2 (EC1-2), e no Eurocódigo 3 (EC3).

3.1.2 Acções

As acções consideradas atuando na estrutura do tabuleiro, foram:

Acções permanentes: peso próprio (PP) e restantes cargas permanentes (Rcp)

Acções variáveis: Modelo de sobrecarga Load Model 1 (LM1) e Força de frenagem (Ff).

Nas Tabela 3.4 e 3.5 apresentam-se as acções de especificadas, peso próprio e restantes
cargas permanentes, respectivamente.

Tabela 3.4 – Peso próprio do tabuleiro

Área da secção Peso específico do material


Elemento
transversal (m2 ) (kN⁄m3 )
Laje maciça 2,80 25,00
Vigas
0,0566 78,5
HE 800 × 444
Vigas HEB 260 0,01184 78,5

Fonte: O autor, 2022


45

Tabela 3.5 - Restantes cargas permanentes

Peso específico do
Área da secção transversal
Elemento material
(m2 )
(kN⁄m3 )
Guarda de segurança - -
Guarda-corpo - -
Lancil 0,04 24,00
Enchimento de
0,16 24,00
passeios
Tapete betuminoso 0,30 24,00

Fonte: O autor, 2022

A Tabela 3.6 apresenta as acções variáveis especificadas, sendo estas constituídas de


cargas concentradas e distribuídas uniformemente, que cobrem os efeitos do tráfego de camiões
e automóveis, com base ao modelo de sobrecarga LM1. Considerou-se também a acção da força
horizontal de frenagem, seu valor pode ser observado no apêndice AP1.

Tabela 3.6 - Sobregarcas do Load Model 1 (LM1)

Largura Tandem System TS Carga Sobrecarga uniformemente


Plataforma
(m) por eixo (kN) distribuída UDL (kN⁄m2 )
Linha Número 1 3,00 300 9,0
Linha Número 2 3,00 200 2,5
Área
2,00 0 2,5
remanescente

Fonte: O autor, 2022

3.1.3 Combinações de acções efetuadas

Foi utilizada a combinação fundamental de acções para a verificação da segurança aos


estados limites últimos de flexão, compressão, e flexão composta, com base ao EC0, conforme
apresenta a equação 3.1.

𝑚 𝑛

𝑆𝑑 = ∑ 𝛾𝑔 ∙ 𝑆𝐺𝑖𝑘 + 𝛾𝑞 [𝑆𝑄𝑖𝑘 + ∑ 𝛹0,𝑗 ∙ 𝑆𝑄𝑖𝑘 ] (3.1)


𝑖=1 𝑗=1
46

3.1.4 Modelo de análise

A estrutura foi modelada com o auxílio do software BRIDGE, em 3D. Neste modelo de
cálculo, serão analisados apenas os esforços nos pilares. As Figuras 3.6 e 3.7, ilustram a vista
em planta, a vista 2D e a vista 3D do modelo de análise da estrutura, respectivamente.

Figura 3.6 - Modelo de análise, vista em planta e em 2D

Fonte: O autor, 2022

Figura 3.7 - Modelo de cálculo, vista 3D.

Fonte: O autor, 2022


47

3.2 RESULTADOS

Nas Tabelas 3.7 e 3.8, apresentam-se os valores dos esforços nos pilares, em perfil tubular
e em perfil aberto, respectivamente.

Tabela 3.7 - Esforços atuantes nos perfis CHS 457×20 devido as acções

Esforço
Momento fletor Esfoço axial
Acção L (m) transverso
(kNm) (kN)
(kN)
PP 10,06 −0,95 581,375

RCP 2,52 −0,24 −151,92


10,63
Linha N.º 1
69,72 −6,60 −1532,9
TS + UDL + FF
Linha N.º 2
41,11 −3,87 −465,32
TS + UDL + FF

Combinação - 188,1 −17,27 4010,11

Fonte: O autor, 2022

Tabela 3.8 - Esforços atuantes nos perfis HD 400 × 421 devido as acções

Esforço
Momento fletor Esfoço axial
Acção L (m) transverso
(kNm) (kN)
(kN)

PP 15,64 −1,47 616,17

RCP 3,83 −0,36 −161,05


10,63
Linha N.º 1
148,45 −13,96 −1622,23
TS + UDL + FF
Linha N.º 2
91,95 −8,65 −490,86
TS + UDL + FF

Combinação - 387,47 −36,45 4243,03

Fonte: O autor, 2022


48

As Tabelas 3.7 e 3.8, mostram que os perfis tubulares apresentam cerca de duas vezes
mais resistência aos esforços solicitantes de flexão e transverso, isto é,
MEd,HD = 2,0599 MEd,CHS e VEd,HD = 2,1105 VEd,CHS. Quanto ao esforço axial, os perfis
tubulares ainda apresentam um melhor desempenho, com redução de esforço até 5,5 %. O
comprimento L representa o comprimento total do pilar inclinado, e os esforços axial e
transverso são constante ao longo de todo o comprimento. No Apêndice AP2, ilustram-se os
diagramas de esforços da estrutura. Na Tabela 3.9 apresenta-se o resumo das comparações dos
esforços entre os dois perfis.

Tabela 3.9 - Comparação dos esforços entre os perfis

Momento fletor Esforço transverso Esforço axial


Secção
(kNm) (kN) (kN)

Pilar CHS 457 × 20 188,1 −17,27 4010,11

Pilar HD 400 × 421 387,47 −36,45 4243,03

Diferença 199,37 19,18 232,92


Diferença (%) 51,45 52,62 5,5

Fonte: O autor, 2022


49

3.3 ANÁLISE COMPARATIVA

Neste subcapítulo realizam-se comparações ao nível da quantidade de material utilizado


em cada uma das soluções analisadas e ao nível da absorção dos esforços. Designar-se-á de
Solução A, a solução em perfis tubulares, e de Solução M, a solução em perfis abertos. Nestas
soluções são consideradas as vigas principais, as vigas de travamento lateral, e os pilares.

3.3.1 Quantidade de material

É possível obter a quantidade de material para cada uma das soluções proposta,
conforme se apresentam nas Tabelas 3.10 e 3.11, e na tabela 3.12, comparam-se as quantidades
totais entre as soluções.

Tabela 3.10 - Resumo das quantidades de material da Solução A

Nº de elementos Peso total Área de pintura


Secção Peso (kg/m)
iguais (kg) (m2 )
Pilar
4 216 9 184,32 61,23
CHS 457 × 20
Viga
2 444 35 520 225,92
HE 800 × 444
Viga
10 93 4 650 74,95
HE 260 B

Total - - 49 354,32 362,1

Fonte: O autor, 2022


50

Tabela 3.11 - Resumo das quantidades de material da Solução M

Nº de elementos Peso total Área de pintura


Secção Peso (kg/m)
iguais (kg) (m2 )
Pilar
4 421,5 17 922,2 102,05
HD 400 × 421
Viga
2 444 35 520 225,92
HE 800 × 444
Viga
10 93 4 650 74,95
HE 260 B

Total - - 58 092,2 402,92

Fonte: O autor, 2022

Tabela 3.12 - Comparação das quantidades de material

Peso total Área de pintura


Solução
(kg) (m2 )

Solução A 49 354,32 362,1

Solução M 58 092,2 402,92

Diferença 8 737,88 40,82

Diferença (%) 15,04 10,13

Fonte: O autor, 2022

Observando os dados da Tabela 3.12, percebe-se claramente, que a opção pela solução
A, apresenta melhor poupança, com uma economia de 8,74 toneladas de aço, e uma menor área
de pintura em volta dos 40,82 m2. Com a solução A, em perfis tubulares, haverá menos
quantidades de material em relação a solução B, em perfis abertos.
51

CONCLUSÃO

Neste trabalho efectuou-se a comparação das soluções propostas para a secção de pilares
metálicos de um viaduto, sendo a solução em perfil tubular CHS 457×20, e em perfil aberto
HD 400×421. Não se apresentou qualquer análise de dimensionamento.

Das comparações realizadas concluiu-se que a solução em pilares tubulares, apresenta


melhor vantagem em termos económicos, traduzidos em uma economia de 15%, na quantidade
de aço, e ainda 10% na área de pintura.

Quanto ao comportamento frente esforços solicitantes, verificou-se nos perfis tubulares


uma redução de até 51,45% para esforço de flexão, e cerca de 52,62% para o esforço transverso.
Com relação ao esforço axial, a secção tubular apresentou um melhor desempenho, com
redução de 5,5% de esforço.

Relativamente as propriedades geométricas, notou-se que a solução em perfis abertos,


necessita de uma maior área para resistir aos mesmos esforços que nos perfis tubulares, e nisso
concluiu-se que para a estrutura em estudo, os perfis abertos devem ter quase o dobro da área
dos perfis tubulares.
52

BIBLIOGRAFIA
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56

APÊNDICE AP

AP1 Aplicação do Modelo de Sobrecarga LM1

a) Divisão da plataforma em linhas nacionais

Tabela A1 – Divisão da plataforma

Largura da Número da linha Largura da linha Largura da área


plataforma 𝑤 nacional nacional remanescente

𝑤 < 5,4 𝑚 𝑛1 = 1 3𝑚 𝑤−3

5,4 𝑚 < 𝑤 < 6 𝑚 𝑛2 = 2 𝑤 ⁄2 0

6𝑚< 𝑤 𝑛1 = 𝐼𝑛𝑡 (𝑤 ⁄3) 3𝑚 𝑤 − 3𝑛1

Fonte: Adaptada de EC 1-2, 2022

Figura AP1.1 – Linhas da plataforma

Fonte: Adaptada de EC 1-2, 2022


57

b) Representação do carregamento do Tandem System e da carga Uniformemente


Distribuída UDL

Figura AP1.2 – Sobrecarga aplicada na estrutura

Fonte: Adaptada de EC1-2, 2022

c) Força horizontal de frenagem (EC1-2, p. 41)

FF = Q1k = 0,6αQ1 (2Q1k) + 0,10αq1 q1kw1 L

O valor de Q1k é limitado a 900 kN

Linha Nº. 1 FF = 300 kN/m

Linha Nº. 2 FF = 240,9 kN/m


58

AP2 Combinação Fundamental das Acções e Diagramas de Esforços

𝑆𝑑 = ∑ 𝛾𝑔 ∙ 𝑆𝐺𝑖𝑘 + 𝛾𝑞 [𝑆𝑄𝑖𝑘 ]
𝑖=1

𝑆𝐺𝑖𝑘 Valor de cálculo do esforço resultante da ação permanente, tomada com o seu valor
característico;

𝑆𝑄𝑖𝑘 Valor de cálculo do esforço resultante de uma ação variável distinta da ação base,
tomada com o seu valor característico;

𝑆𝑄1𝑘 Valor de cálculo do esforço resultante da ação variável considerada como ação de base
da combinação, tomada com o seu valor característico.

Para determinar os Esforços atuantes, as combinações realizadas foram as seguintes:

MEd = γG MPP + γG MRCP + γQ [MLM1−1 + MLM1−2 ]

VEd = γG VPP + γG VRCP + γQ [VLM1−1 + VLM1−2 ]

NEd = γG NPP + γG NRCP + γQ [NLM1−1 + NLM1−2 ]

Nas Figuras AP2-1, AP2-2 e AP2-3, ilustram-se o comportamento dos diagramas


esforços, para a combinação Fundamental das acções na estrutura.

Figura AP2-1 - Diagrama de Esforço Axial

Fonte: Própria, 2022


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Figura AP2-2 - Diagrama de Momento Fletor

Fonte: Própria, 2022

Figura AP2-3 - Diagrama de Esforço Transverso

Fonte: Própria, 2022

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