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Instituto Politécnico de Lisboa

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa


Mestrado em Engenharia Civil

Tecnologia de Construção e Sistemas


Construtivos

Pontes e Passadiços em Madeira: Sistemas Construtivos,


Durabilidade e Casos

Trabalho Teórico

Autor
50186 – Mauro Alberto Cossa

29 de Dezembro de 2022
ADEC / Mestrado em Engenharia Civil
TCSC – Pontes e Passadiços de Madeira

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ADEC / Mestrado em Engenharia Civil
TCSC – Pontes e Passadiços de Madeira

Resumo
Com a evolução a evolução na área de ciência dos materiais associado a inovação tecnológica
na construção civil, torna-se cada veia mais notória a procura da madeira como material de
construção para vários tipos de infraestruturas, pelas suas inúmeras propriedades e
vantagens, como também pelo baixo impacto ambiental.

O presente trabalho consiste em explorar os sistemas construtivos existentes para


construção de pontes e passadiços de madeira, descrevendo os seus componentes, os
materiais que podem ser adoptados bem como as combinações que estes podem ter.

Depois são abordados os aspetos que devem ser observados para garantir uma boa
durabilidade da infraestrutura, desde a fase de concepção do projeto, construção até a
componente de manutenção de modo a garantir o desempenho no nível igual ou superior
ao concebido.

Por fim apresenta-se casos concretos da aplicação dos sistemas descritos, seus detalhes de
construção e ilustrações.

Palavras-chave: Pontes de Madeira, Estruturas de Madeira

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ADEC / Mestrado em Engenharia Civil
TCSC – Pontes e Passadiços de Madeira

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ADEC / Mestrado em Engenharia Civil
TCSC – Pontes e Passadiços de Madeira

Índice
RESUMO ..................................................................................................................................................... III

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................................... VI

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................................. VII

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 9

1.1 Enquadramento ...................................................................................................................................9

1.2 Objeto da Pesquisa ........................................................................................................................... 10

1.3 Objetivos .............................................................................................................................................. 10

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................................. 10

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................................................... 10

1.4 Resultados Esperados ..................................................................................................................... 10

1.5 Estrutura do Trabalho .................................................................................................................... 11

2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE PONTES E PASSADIÇOS DE MADEIRA...........................................13

2.1 Estrutura e componentes .............................................................................................................. 13

2.2 Sistemas Estruturais e Construtivos de Pontes de Madeiras ........................................... 14

2.2.1 Pontes Vigadas ............................................................................................................................................... 15

2.2.2 Pontes em arco ............................................................................................................................................... 17

2.2.3 Pontes em Pórtico ......................................................................................................................................... 18

2.2.4 Pontes em placa ............................................................................................................................................. 19

3 DURABILIDADE................................................................................................................................23

4 CASOS DE PONTES E PASSADIÇOS DE MADEIRA .............................................................................27

5 CONCLUSÕES ....................................................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................................37

ANEXOS ..................................................................................................................................................39

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Índice de Figuras
Figura 2-1. Composição da subestrutura. (Fonte: York Bridge Concepts, 2018) ..................... 13
Figura 2-2. Estrutura de uma ponte tradicional de madeira. (Fonte: Kim & Andrawes, 2017)
.................................................................................................................................................................................... 13
Figura 2-3. Variações das subestruturas. (Fonte: Brigde Engineering et al., 2008)................ 14
Figura 2-4. Composição de uma Ponte em arco. (Fonte: Júnior et al., 2006) ............................. 18
Figura 2-5. Ponte em pórtico. (Fonte: Júnior et al., 2006) ................................................................. 18
Figura 3-1. Processo e factores que contribuem para uma boa durabilidade da construção
em madeira. (Fonte: Autor, 2022) ............................................................................................................... 23
Figura 3-2. Sistema para tomada de decisão na concepção de um projeto de construção em
madeira. (Fonte: Machado et al., 1997) ..................................................................................................... 24
Figura 4-1. Ponte Krúsrak. (Heavy Duty Bridge Sneek, 2010; Mayer, sem data) ...................... 27
Figura 4-2. Ponte sobre o Rio Neckar. (FonteBurkhard Walther Architekturfotografie, sem
data) ......................................................................................................................................................................... 28
Figura 4-3. Ponte de Wan´an. (XINHUANET, 2012) ............................................................................. 29
Figura 4-4. Passadiço do Mondego. (Passadiços do Mondego, 2022)........................................... 30
Figura 4-5. Ponte Sainte-Tchècle. (Fonte: Nordic Structures, 2022) ............................................ 31
Figura 4-6. Ponte da Floresta de Montmorency. (NORDIC STRUCTURES, 2022) .................... 32
Figura 4-7. Ponte Bialto de Ruhpolding. (Fonte: IB-MIEBACH, 2022) ......................................... 33
Figura 4-8. Ponte sobre o Rio Vircava. (Fonte: ZAZA TIMBER, sem data) .................................. 34
Figura 5-1. Tipos de vigas em treliças adotadas para pontes de madeira. (Fonte: Júnior et al.,
2006)........................................................................................................................................................................ 39
Figura 5-2. Variações de Pontes em Arco. (Fonte: Júnior et al., 2006) ......................................... 40

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Índice de Tabelas
Tabela 2-1. Tipos de vigas adotadas nas construções de pontes e passadiços de madeira.
(Fonte: Autor, 2022) .......................................................................................................................................... 15
Tabela 2-2. Tipos de sistemas construtivos para tabuleiros. (Fonte: Autor, 2022) ................ 19
Tabela 3-1. Tipos de manutenção a considerar nas construções de madeira. (Fonte: Autor,
2022)........................................................................................................................................................................ 26
Tabela 4-1. Detalhes de construção da Ponte Krúsrak. (Fonte: Autor, 2022) ........................... 27
Tabela 4-2. Detalhes de construção da Ponte sobre o Rio Neckar. (Fonte: Autor, 2022) ..... 28
Tabela 4-3. Detalhes de construção da Ponte Wan´na. (Fonte: Autor, 2022) ............................ 29
Tabela 4-4. Detalhes de construção do Passadiço de Mondego. (Fonte: Autor, 2022) .......... 30
Tabela 4-5. Detalhes de construção da Ponte Sainte-Tchècle. ......................................................... 31
Tabela 4-6. Detalhes construtivos da Ponte Montmorency. (Fonte: Autor, 2022) .................. 32
Tabela 4-7. Detalhes de construção da Ponte de Ruhpolding. (Fonte: Autor, 2022).............. 33
Tabela 4-8. Detalhes de construção da Ponte sobre o Rio Vircava. (Fonte: Autor, 2022) .... 34

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Lista de Siglas

ADEC Área Departamental de Engenharia Civil


MLC Madeira Laminada Colada
TCSC Tecnologia de Construção e Sistemas Construtivos

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1 Introdução

1.1 Enquadramento
Segundo Mishra, (sem data) antes de Ponte ser vista ou referenciada como uma construção, é
definida como o conceito de atravessar grandes extensões em terra ou em massas de água para
ligar dois pontos distantes proporcionando uma passagem sobre obstáculos físicos. Acredita-se
que estas têm a sua origem natural, que passou por existirem troncos de árvores caídos sobre
rios que permitia os animais e atravessarem estas linhas de água em segurança.

Começaram a ser utilizadas pela primeira vez em tempos antigos quando surgiram as primeiras
civilizações modernas na Mesopotâmia. Estas eram estruturas simples, construídas a partir e
recursos naturais facilmente acessíveis tais como troncos de madeira, pedra e terra. Porém, estas
só permitiam percorrer pequenas distâncias e a sua integridade estrutural não era elevada, o que
fazia com que em caso de alguma intempérie, a estrutura ficasse comprometida. (History of
Bridges, 2022)

Com revolução na construção civil, que culminou com a descoberta/invenção de argamassas,


permitiu construir estruturas muito mais resistentes, poderosas e maiores.

No entanto, mesmo com o desenvolvimento de pontes de aço e Betão, as pontes de madeira


continuam a ser construídas em estradas secundárias e de baixo volume, com especial enfoque
nos países nórdicos que são fortemente florestadas e a madeira é abundante.

Para vários tipos de construções, são utilizados na sua maioria os materiais: betão, pedra, aço e
madeira. E segundo IBRACON, (2019)o material atualmente mais utilizado depois da água, é o
Betão, material este que tem na sua composição: agregado, cimento, água e eventualmente
aditivos ou adjuvantes. Estes recursos são naturais ou derivados de processos realizados com
recursos naturais, o que põe em causa a sustentabilidade ambiental pois estes recursos tendem a
ficar cada vez mais escassos.

Com o progresso tecnológico e na área da ciência dos materiais, torna-se cada vez mais frequente
a procura da madeira como material para construção de vários tipos de estruturas uma vez que
este é um material celular natural, com peso relativamente leve, resistente, com facilidades de
manuseio e ambientalmente sustentável. A adoção deste material permite a redução de emissões,
conservação dos recursos naturais, conforto, saúde e segurança. (Guilherme, 2019)

Acompanhando a história, com esta revolução, as grandes civilizações é que conseguiam construir
melhores pontes devido ao seu poder econômico. Atualmente, maior parte das pontes são
construídas através de fundos públicos uma vez que o interesse é público. De modo a servir da

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melhor maneira esse interesse, as pontes devem integrar três componentes: eficiência, economia
e estética. (Billington et al., 2022)

Onde a eficiência é a componente científica que valoriza a redução dos materiais e aumenta o
desempenho. A economia que é a componente social que valoriza a redução dos custos de
construção, manutenção em simultâneo com a eficiência. E por fim a componente estética que
valoriza a expressão visual do objeto.

Neste contexto, o presente relatório apresenta informações relativas a pontes e passadiços de


madeira, focando-se nos sistemas construtivos existentes, sua durabilidade e apresentação de
casos específicos.

1.2 Objeto da Pesquisa


Este relatório tem como objeto de pesquisa as Pontes e Passadiços de Madeira.

1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma pesquisa qualitativa sobre Pontes e Passadiços de Madeira utilizando a análise
documental das informações existentes.

1.3.2 Objetivos Específicos


• Apresentar o histórico e o estado actual de arte sobre pontes de madeira;
• Descrever os principais componentes da estrutura que compõem a mesma e materiais
utilizados;
• Apresentar os sistemas construtivos que são comumente utilizados e casos específicos da
aplicação dos sistemas;
• Apresentar os factores que contribuem para a durabilidade da infraestrutura e de que
maneira estes contribuem para um bom desempenho.

1.4 Resultados Esperados


Com a realização do trabalho espera-se conhecer os diversos sistemas construtivos existentes
para Pontes e Passadiços de Madeira, os materiais que podem ser utilizados para seus
componentes, os fatores que contribuem para um bom desempenho da infraestrutura, de modo

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a poder aplicar os conhecimentos para a melhor tomada de decisões técnicas para implementação
de projetos desta natureza de acordo com os termos de referência dados pelo proponente, a
disponibilidade dos materiais, tipo de tráfego e outros aspectos.

1.5 Estrutura do Trabalho


Para elaboração do relatório apresentado, dividiu-se em 5 capítulos principais, nomeadamente:

CAPÍTULO 1 – Introdução: apresenta o enquadramento da investigação, objecto da investigação,


objectivos e razões que motivam o estudo.

CAPÍTULO 2 – Sistemas Construtivos de Pontes e Passadiços de Madeira: descreve como é


composta a estrutura, os sistemas que são mais utilizados para construção deste tipo de
infraestruturas e as respectivas variações.

CAPÍTULO 3 – Durabilidade: são abordados os aspectos que concorrem para um bom


desempenho da infraestrutura a longo prazo sem comprometer a integridade da mesma, desde a
fase da concepção do projeto até a conservação desta após construção.

CAPÍTULO 4 – Casos de Pontes e Passadiços de Madeira: são apresentados alguns casos


específicos da aplicação dos sistemas construtivos abordados no trabalho.

CAPÍTULO 5 – Conclusões: é apresentado as conclusões tiradas com o desenvolvimento do


trabalho.

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2 Sistemas Construtivos de Pontes e Passadiços de Madeira


Nesta seção são apresentados os tipos de pontes de madeira, componentes e/ou sistemas
construtivos que são mais utilizados neste tipo de infraestruturas, desde as tradicionais até as
atualmente mais comuns.

2.1 Estrutura e componentes


A subestrutura mais comum em pontes de madeira utiliza pilares (estacas) de madeira em toros,
como mostra a Figura 2-1. Tradicionalmente, estes são combinados com um par de vigas de
madeira (tipicamente 300 mm x 150 mm) ou usando uma peça de viga de madeira sólida em cima
dos pilares para fornecer um suporte para os componentes da superstrutura. Esta é chamada por
capwales ou pile cap em maior parte das bibliografias e para além de madeira pode ser feita em
betão armado como ilustra a Figura 2.

Figura 2-1. Composição da subestrutura. (Fonte: York Bridge Concepts, 2018)

A resistência lateral dos pilares permite o uso de pranchas de madeira (abtment) para conter os
solos em aterro na zona dos pilares, tal como indicado na Figura 2-2.

Figura 2-2. Estrutura de uma ponte tradicional de madeira. (Fonte: Kim & Andrawes, 2017)

A estrutura pode sofrer várias variações, utilizando pilares de betão armado, metálicos ou as
bases das fundações podem ser em betão tal como ilustrado na figura abaixo.

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Figura 2-3. Variações das subestruturas. (Fonte: Brigde Engineering et al., 2008)

São também colocados barras de contraventamentos, para proporcionar maior estabilidade


lateral. Estes são aplicados em pilares ou grupo de pilares com comprimentos longos acima do
solo, ou em estruturas que podem ser submetidas a elevadas cargas laterais tais como as causadas
por inundações. (Brigde Engineering et al., 2008)

A subestrutura recebe o tabuleiro como parte da superestrutura da ponte que forma a plataforma
de circulação (pavimento) e distribui as cargas dos rodados dos veículos para as vigas principais.
O tipo, a espessura e o material do tabuleiro são baseados no peso e volume de tráfego que ele
precisa suportar. (Júnior et al., 2006)

Este tabuleiro pode ser de vários tipos, tais como pranchas de madeira colocadas
transversalmente, longitudinalmente ou com orientação oblíqua de 45°, ou em placa. Estas são
apresentadas na secção que desenvolve os sistemas construtivos de pontes de madeira.

2.2 Sistemas Estruturais e Construtivos de Pontes de Madeiras


De um modo geral, as pontes de madeira seguem os mesmos sistemas estruturais de outros
materiais, mas pela versatilidade da própria madeira e associada a leveza do material, é possível
ter soluções únicas para algumas situações. Pode-se conceber um projeto composto basicamente
por elementos lineares e elementos bidimensionais e podem ser aplicados madeira maciça em
torro ou serrada, chapas de madeira laminada compensada, chapas de madeira prensada,
madeira recomposta, etc.

Os sistemas construtivos de pontes de madeira que são apresentados são os seguintes:

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Pontes em vigas/vigadas
Pontes em arco
Pontes em pórtico
Pontes em placa

2.2.1 Pontes Vigadas


As pontes em vigas são as mais práticas e comumente encontradas, as vigas são, geralmente,
utilizadas na forma de vão único (vigas bi-apoiadas). Quando o comprimento é excessivo, pode-
se construir apoios intermediários (vigas contínuas). As variações de seção transversal são
apresentadas a seguir.

Tabela 2-1. Tipos de vigas adotadas nas construções de pontes e passadiços de madeira. (Fonte: Autor, 2022)

Descrição Ilustração

Vigas simples em toros


As vigas principais são de seção
circular, com vigas secundárias
para assentamento das pranchas
que são colocadas
longitudinalmente ou podem ser
fixadas directamente nas vigas
principais. Dependendo da espécie
da árvore pode-se obter diâmetros
de cerca de 70 cm e podem
ultrapassar vãos de 20 metros.

Vigas com peças em toros


compostas
São agrupadas peças de madeira em
toros para compor uma viga única.
Esta conexão é realizada por
parafusos que atravessam
transversalmente e as peças
associadas para transmitir as
tensões de corte, são tarugos ou
anéis metálicos. Estes

agrupamentos permitem utilizar

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toros de diâmetros menores,


aumentando a relação rigidez/peso
da viga
Vigas de peças serradas
Pontes com este tipo de viga em
princípio, tem menores vãos. Os
vãos raramente ultrapassam 4m
sem que grandes seções (difíceis de
obter) sejam necessárias. As
seções dos elementos geralmente
variam de 10cm x 30cm até 20cm x
50cm e os comprimentos de 3m
a 7 m. Estas utilizam o mesmo
princípio que as pontes com vigas
de madeira em torro. A vantagem é
que a geometria facilita nas
ligações.
Vigas de peças serradas
A função básica dos agrupamentos
é aumentar a rigidez dos elementos
seguindo os mesmos princípios
de montagem do agrupamento de
toros (parafusos passantes e
tarugos) mas com as vantagens de
possuírem maior área de contato,
linearidade longitudinal e peças
mais resistentes.

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Vigas laminadas coladas


Estas podem ser fabricadas com
qualquer seção transversal,
observando apenas as restrições
industriais (as prensas
geralmente não fabricam alturas de
seção maiores que 1,5 m) e de
transporte da peça. Podem ser
aplicadas para vãos de 20 metros
desde que seja possível o
transporte dos elementos até a
obra. permitem diferentes formatos
(curvas, seções variáveis, etc.) e a
qualidade do material produzido
chega a ser maior que da madeira
original.

Vigas treliçadas
Sua geometria permite estrutras de
alta rigidez com baixo peso. São
basicamente construídas com peças
serradas, em toros ou laminadas
coladas dependendo da
disponibilidade dos materiais.
Asligações podem ser realizadas
por pregos, parafusos, cavilhas,
anéis, chapas com dentes
estampados, etc. e seus elementos
estão sujeitos a tensões normais de
tração e compressão.
São apresentados em anexo vários
tipos de treliças que são
comumente utilizadas.

2.2.2 Pontes em arco


Estes tipos de pontes predominam desde a antiguidade. O principal fator para adoção deste
sistema é que as altas solicitações a flexão que ocorreriam em vigas passam a atuar em escala
menor nos arcos onde predominam as tensões de compressão. E o outro fator relevante é a
estética proporcionada pelos arcos da estrutura.

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Figura 2-4. Composição de uma Ponte em arco. (Fonte: Júnior et al., 2006)

Usualmente para estas pontes os elementos dos arcos são peças de madeira serrada para os arcos
treliçados ou peças laminadas coladas (MLC) quando os elementos são de alma cheia. Os vãos
alcançados por estes sistemas chegam a 30 metros, para peças de alma cheia, e mais de 50m, se
utilizados arcos treliçados. (Júnior et al., 2006)

Em anexo apresenta-se as várias disposições estruturais que podem ser adotadas para este tipo
de ponte.

2.2.3 Pontes em Pórtico


Este sistema tem a finalidade de transmitir as cargas de apoios intermediários para as
extremidades e permitem uma distribuição mais homogênea das solicitações. O seu maior
constrangimento está nas emendas e ligações em ângulo. Face a altas solicitações de cargas. Estas
podem vencer vãos de aproximadamente 30 metros.

Maior parte das pontes que foram construídas com este tipo de sistema, foram adoptados
elementos estruturais eucalipto citriodora, interligados por anéis metálicos. (Júnior et al., 2006)

Figura 2-5. Ponte em pórtico. (Fonte: Júnior et al., 2006)

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2.2.4 Pontes em placa


O diferencial deste sistema é que a superestrutura da ponte é a própria placa que é compostas
por vários elementos de madeira laminada serrada que funcionam de forma única, não existindo
assim outros elementos para transmitir as ações para a subestrutura das pontes tais como as
vigas principais e transversais. Quanto maior for a o funcionamento integrado dos elementos que
compõem a placa, maior será a rigidez do sistema. Porém, quanto pior for a conexão entre os
elementos que compõem a placa, maior será a necessidade de utilização de seções maiores dos
elementos. Geralmente são aplicados para pontes com vãos pequenos a médios, isto é, na ordem
de 10 metros.

De acordo com Brigde Engineering et al., (2008) e Júnior et al., (2006), são apresentados os vários
tipos de sistemas em placa.

Tabela 2-2. Tipos de sistemas construtivos para tabuleiros. (Fonte: Autor, 2022)

Descrição Ilustração
Placa laminada colada
Os tabuleiros de MLC são
constituídos por painéis com
dimensões que podem variar de
10 a 20 cm (espessura) e 100 a
150 cm (largura), que são
colocados lado a lado na direção
transversal ou longitudinal.
Estes podem formar uma
superfície impermeável e
fornecem uma base rígida para
aplicação de um pavimento
betuminoso que é também
utilizado como um protetor
superficial.
Placa laminada pregada
Tabuleiros de madeira laminada
pregada também feitas com
peças serradas, geralmente com
6 cm de espessura e 12 a 30 cm
de altura. São mais usados na

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orientação transversal das vigas


longitudinais. Este sistema foi
largamente utilizado antes da
descoberta da madeira laminada
colada.

Placa laminada aparafusada


Os tabuleiros deste tipo são
ligados com pinos metálicos para
melhorar a distribuição de
cargas e reduzir os
deslocamentos diferenciais nas
juntas entre os painéis. Estes têm
custo mais elevado na fabricação
e construção, mas podem
resultar em painéis mais esbeltos
e, com isto, melhorar o as
condições de suporte para o
revestimento superficial de
asfalto. É de forma resumida o
reforço de uma placa laminada
colada com pinos aparafusados
nas extremidades.
Placa compósita de madeira
em toros e betão
Este sistema consiste em uma
laje de betão rigidamente
conectada aos elementos
estruturais de madeira de tal
modo que a construção funciona
como monolítica. O betão resiste
à compressão enquanto a
madeira resiste à tração.

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Placa compósita de madeira


em serrada e betão
É composta por uma camada de
betão em uma base
contínua de peças de madeira
pregadas ou coladas
longitudinalmente. As peças de
madeira são colocadas lado a
lado na direção do fluxo do
tráfego (longitudinal), com
lâminas alternadas de diferentes
alturas, variando de 3 cm a 5 cm,
para formar encaixes na base da
laje substituindo o papel dos
pregos quando se trata da
madeira em toros.
Placa laminada pré-esforçada
São construídas comprimindo
componentes de madeira
serrada com barras de aço de alta
resistência. Essa compressão
desenvolve fricção e distribuição
de carga entre os componentes
de modo que atuem juntos como
uma grande placa ortotrópica.

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3 Durabilidade
O elemento-chave para esta previsão é sua durabilidade, definida como a capacidade de um
produto manter seu desempenho acima de valores mínimos preestabelecidos, em consonância
com os usuários, nas condições previstas de uso. Um grande número de agentes ambientais tem
o potencial de reduzir a performance da madeira ao longo do tempo.

De modo a garantir a durabilidade dos elementos de madeira da ponte, é importante observar


três factores como ilustrado na figura a seguir.

Detalhes do Projecto Tratamento Inspeção, manutenção e


• Escolha da espécie da madeira; preservativo reparações
• Ambiente de exposição dos • Tratamento superficial; • Periodização e sistematização
elementos; • Preservação química sob de inspeções
• Drenagem rápida das águas; pressão. • Intervenções para conservação
da infraestrutura com base no
resultado das inspeções.

Figura 3-1. Processo e factores que contribuem para uma boa durabilidade da construção em madeira. (Fonte: Autor,
2022)

Para que haja um bom desempenho do material é necessário definir os requisitos de qualidade
da madeira, necessários de acordo com o pretendido (propriedades físicas e mecânicas,
durabilidade natural, impregnabilidade com produtos preservativos, fixação mecânica, etc.). Ao
identificar a espécie de madeira é possível através da NP EN 350-2 obter estas informações.

A escolha da espécie com base na classificação da madeira quanto a durabilidade natural


permitirá definir o tipo de tratamento a adotar de acordo com o Sistema de Classes de Risco
através do da Norma NP EN 335 2018.

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Figura 3-2. Sistema para tomada de decisão na concepção de um projeto de construção em madeira. (Fonte: Machado
et al., 1997)

As técnicas de preservação química consistem basicamente, em introduzir, através de processos


adequados, produtos químicos na estrutura da madeira, visando torná-la tóxica aos organismos
que a utilizam como fonte de alimentos. A escolha do processo e do produto preservativo
dependerá, principalmente, do tipo de madeira e das condições de utilização das mesmas. (Júnior
et al., 2006)

Segundo (Júnior et al., 2006) a especificação de um tratamento preservativo, baseado nas classes
de risco, requer penetração e retenção adequada, que depende do método de tratamento
escolhido. As normas técnicas e a experiência do fabricante podem relacionar estes parâmetros
de qualidade do tratamento, considerando:

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Quanto maior a responsabilidade estrutural do componente de madeira, maior deverá ser


a retenção e penetração do produto preservativo;
Maior vida útil está normalmente relacionada a uma maior retenção e penetração do
produto;
Uma mesma classe de risco, diferenças de micro e macroclima entre regiões, podem exigir
maiores retenções e penetrações;
Economia em manutenção e a acessibilidade para reparações ou substituições de um
componente podem exigir maiores retenções e penetrações;
Controlo de qualidade de toda a madeira preservada deverá ser realizado para garantir
os principais parâmetros de qualidade: penetração e a retenção do preservativo
absorvido no processo de tratamento.

Os métodos de aplicação dos produtos preservativos podem ser superficiais ou sob pressão, mas
no geral, para as madeiras utilizadas nas pontes, por se apresentarem numa situação de serviço
exterior em contacto com o solo e/ou água (doce ou salgada), ou regularmente submerso, isto é,
Classe de Risco 4 e 5, é recomendado o tratamento sob pressão com produtos de natureza
hidrossolúvel e/ou oleosa.

Uma vez tratados os elementos, devido a natureza química dos produtos preservativos
recomendados, podem estar em contato direto com pessoas ou animais, é recomendada a
aplicação de material de acabamentos adequados, como tinta, vernizes para evitar a lixiviação do
produto preservativo.

Depois do processo de concepção do projecto, adopção de medidas preventivas para conservação


dos elementos que compõem a estrutura da ponte e construção da mesma, vem a fase de
acompanhamento da infraestrutura de modo a garantir o funcionamento desta de acordo com o
estabelecido.

A fase de acompanhamento corresponde a realização de vistorias periódicas e sistemáticas para


identificação de patologias, necessidades de intervenções de manutenção, reparação ou
substituição de elementos.

Pode-se dividir os tipos de manutenção de acordo com a tabela abaixo:

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Tabela 3-1. Tipos de manutenção a considerar nas construções de madeira. (Fonte: Autor, 2022)

Tipo Descrição
Esta manutenção inclui actividades de limpezas para
evitar formação de acúmulos de humidade, refazer os
Manutenção de Rotina
acabamentos protetores no tempo adequado e
pequenas reparações em pontos localizados.
Esta manutenção corretiva devida à presença de
deterioração inicial, mas que não afeta a capacidade ou
desempenho normal de serviço da peça de madeira.
Os elementos apresentam danos iniciais iminentes e
Manutenção periódica
podem ser sanados com a introdução de ações
corretivas adequadas.
Ex: Fumigação, injeção, aspersão, renovação do
acabamento, etc.
Neste tipo de manutenção, envolve a restauração da
capacidade requerida para a madeira, bem como de
suas condições iniciais. As degradações progridem em
direção aos elementos estruturais que desempenham
Manutenção de Emergência
funções essenciais para a integridade da estrutura,
tornando as reparações ou substituições
imprescindíveis para manter a capacidade de carga da
estrutura.

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4 Casos de pontes e passadiços de madeira


Tabela 4-1. Detalhes de construção da Ponte Krúsrak. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema Construtivo Viga em treliça


Material da Subestrutura Madeira laminada colada
Placa de madeira laminada
Tabuleiro
colada
Ano de conclusão 2010
Veículos automóveis, ciclistas e
Tipo de Tráfego
pedestres
Extensão: 32 metros
Dimensões Largura: 8.80 metros
Altura: 15 metros
Localização Sneek, Holanda

Figura 4-1. Ponte Krúsrak. (Heavy Duty Bridge Sneek, 2010; Mayer, sem data)

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Tabela 4-2. Detalhes de construção da Ponte sobre o Rio Neckar. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema construtivo Vigas simples


Material da subestrutura Madeira laminada colada
Placa de madeira laminada
Tabuleiro
colada
Ano de conclusão 2017
Tipo de Tráfego Ciclistas e pedestres
Extensão: 96 metros
Dimensões
Largura: 3 metros
Localização Neckartenzlingen, Alemanha

Figura 4-2. Ponte sobre o Rio Neckar. (FonteBurkhard Walther Architekturfotografie, sem data)

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Tabela 4-3. Detalhes de construção da Ponte Wan´na. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema Construtivo Ponte em Pórtico

Material da subestrutura Madeira em toros


Tabuleiro Pranchas serradas
Ano de conclusão 1127
Tipo de Tráfego Pedestres
Dimensões Extensão: 98.2 metros
Localização China, Pingnan

Figura 4-3. Ponte de Wan´an. (XINHUANET, 2012)

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Tabela 4-4. Detalhes de construção do Passadiço de Mondego. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema construtivo Ponte em vigas


Material da subestrutura Madeira serrada

Tabuleiro Pranchas serradas

Ano de conclusão 2022

Tipo de Tráfego Pedestres

Dimensões Extensão: 12 quilómetros


Localização Portugal, Videmonte

Figura 4-4. Passadiço do Mondego. (Passadiços do Mondego, 2022)

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Tabela 4-5. Detalhes de construção da Ponte Sainte-Tchècle.

Sistema construtivo Ponte em vigas simples

Material da Subestrutura Madeira laminada colada

Tabuleiro Madeira laminada colada

Ano de Conclusão 2011

Tipo de Tráfego Veículo automóvel

Dimensões Extensão: 13.5 metros

Localização Canadá, Québec

Figura 4-5. Ponte Sainte-Tchècle. (Fonte: Nordic Structures, 2022)

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Tabela 4-6. Detalhes construtivos da Ponte Montmorency. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema Construtivo Ponte em Arco


Material da Subestrutura Madeira laminada colada
Tabuleiro Madeira laminada colada
Ano de Conclusão 2022
Tipo de Tráfego Pedestres e Automóveis
Dimensões Extensão: 32.90 metros
Localização Canadá, Cidade de Québec

Figura 4-6. Ponte da Floresta de Montmorency. (NORDIC STRUCTURES, 2022)

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Tabela 4-7. Detalhes de construção da Ponte de Ruhpolding. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema Construtivo Ponte em viga simples


Material da Subestrutura Madeira laminada colada
Placa de Compósito de Madeira e
Tabuleiro
Betão
Ano de Conclusão 2022
Tipo de Tráfego Competição desportiva de Bialto
Dimensões Extensão: 32.90 metros
Localização Alemanha, Baviera

Figura 4-7. Ponte Bialto de Ruhpolding. (Fonte: IB-MIEBACH, 2022)

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Tabela 4-8. Detalhes de construção da Ponte sobre o Rio Vircava. (Fonte: Autor, 2022)

Sistema Construtivo Ponte em Viga


Material da Subestrutura Madeira serrada
Tabuleiro Placa de madeira serrada pré-
esforçada
Ano de Conclusão 2022
Tipo de Tráfego Automóveis
Dimensões Extensão: 23.4 metros
Localização Letônia, Jelgava

Figura 4-8. Ponte sobre o Rio Vircava. (Fonte: ZAZA TIMBER, sem data)

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5 Conclusões
Com o desenvolvimento do trabalho foi possível os objetivos que foram definidos no início
do trabalho, apresentando de forma qualitativa informação relevante em relação aos
sistemas construtivos existentes para a construção de pontes e passadiços de madeira, suas
principais diferenças e soluções combinadas que podem ser adoptada de modo a atingir um
objetivo específico estabelecido para implementação de um projeto desta natureza.

A madeira foi o primeiro material que foi adotado para construção de pontes, que por sinal
surgiu de forma natural e espontânea em espaços florestais. As técnicas construtivas destas
construções foram evoluindo com tempo e com o desenvolvimento tecnológico na área da
ciência dos materiais, e para a madeira em particular, as suas técnicas foram largamente
desenvolvidas por países nórdicos, por possuírem áreas que são na sua maioria florestais,
o que leva a abundância desta matéria-prima. Para melhor exploração desta matéria estes
investem na utilização desta para várias finalidades, de modo a reduzir os custos de
construção, operação logística, contribuir positivamente para ambiente, uma vez que o
processamento desta matéria apresenta menores valores de emissões de efluentes em
relação aos outros materiais e combinar materiais de modo a colmatar os pontos fracos.

Atualmente o ramo industrial da madeira permite a implementação de vários tipos de


projetos que consigam atender a necessidades estéticas e de resistência. A madeira
laminada colada é o material que é mais utilizado para a construção de pontes e grande
envergadura, enquanto os passadiços e as pontes de menor importância, são construídos
em madeira serrada e madeira em toros (geralmente eucalipto).

Para responder com as necessidades de eficiência, economia e de estética, que são factores
imprescindíveis para a tomada de decisão face ao método construtivo a adoptar para
determinado projeto, é necessário obedecer os critérios estabelecidos com as Normas
existentes, no que refere a concepção do projecto (escolha dos materiais, definição do
ambiente de exposição na qual a infraestrutura estará sujeita, solicitações de carga, etc.),
implementação do mesmo (procedimentos operacionais) e desenvolvimento de medidas de
conservação (programação da manutenção )do projeto de modo a manter o desempenho da
infraestrutura nos níveis iguais ou superiores ao estabelecido.

Segundo (Wan’an Bridge (Pingnan), 2022) a Ponte Wan´an, que se localizava na China em
Pingnan, construída em 1127 e colapsou em 2022, com as devidas acções de manutenção e
reabilitação atingiu uma idade de aproximadamente 900 anos, o que reitera a perspetiva
que as infraestruturas de madeira, com os devidos cuidados tem uma alta durabilidade.

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ANEXOS

Figura 5-1. Tipos de vigas em treliças adotadas para pontes de madeira. (Fonte: Júnior et al., 2006)

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Figura 5-2. Variações de Pontes em Arco. (Fonte: Júnior et al., 2006)

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