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CUIABÁ
AGOSTO, 2019
Ana Paula Barcelos dos Santos
CUIABÁ
AGOSTO, 2019
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Sumário
RESUMO ...................................................................................................................... 6
01 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 8
02 CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................................ 8
03 CENTRO POLÍTICO ADMINISTRATIVO ............................................................... 12
04 CONJUNTO HABITACIONAL ................................................................................ 17
05 ANÁLISE DO PALÁCIO PAIAGUÁS ...................................................................... 20
06 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 28
07 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 29
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Índice de Ilustrações:
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Figura 22 - Vista do jardim para o antigo vão, que hoje abriga a recepção do Palácio
Paiaguás. Foto: Ana Barcelos. .................................................................................... 23
Figura 23 - Escada que dá acesso ao gabinete do governador. Foto: Ana Barcelos... 23
Figura 24 - Moldes para a grelha nervurada do jardim interno. Fonte: CASTOR, 2013,
p. 296. ........................................................................................................................ 24
Figura 25 - Teto verde originário do projeto. Fonte: CASTOR, 2013, p. 296. .............. 25
Figura 26 - Cobertura Atual de telhas metálicas. Foto: Talita H. Matsubara, 2019. ..... 25
Figura 27 - brises já previstos em projeto. Fonte: Plantas cedidas pelo Profº Dr.
Ricardo Castor ............................................................................................................ 25
Figura 28 - Brises metálicos móveis ainda presentes em algumas fachadas do
complexo. Foto: Ana Barcelos, 2019. ......................................................................... 25
Figura 29 - Pilar que sofreu descaracterização. Foto: Ana Barcelos, 2019. ................ 26
Figura 30 - Alvenaria aparente ainda originária do projeto, na secretaria vizinha ao
palácio. Foto: Ana Barcelos, 2019. ............................................................................. 26
Figura 31 - Parede divisória de gesso acartonado. Foto: Karine Pimenta, 2019. ........ 26
Figura 32 - Planta Baixa original do primeiro pavimento do Palácio Paiaguás. Fonte:
Planta cedida pelo Prof. Ricardo Castor. .................................................................... 27
Figura 33 - Destaque aos 4 módulos que compõem a grelha aberta. Foto: Talita H.
Matsubara................................................................................................................... 28
Figura 34 - Mural bovinocultura de Espindola, tombado em 2014. Foto: Ana Barcelos,
2019. .......................................................................................................................... 28
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AGRADECIMENTOS
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RESUMO
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01 INTRODUÇÃO
02 CONTEXTO HISTÓRICO
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Nesse contexto, no final da década de 50 ocorreu um movimento de
renovação destrutiva que comprometeu a identidade nos centros históricos de
Mato Grosso através de intervenções renovadoras (CASTOR, 2013, p.14).
Dentre diversas transformações espaciais, que representavam tensões entre o
velho e o novo, a dinamitação da catedral do Senhor Bom Jesus, em 1968
(Figura 2, Figura 3 e Figura 4), configura-se como um marco simbólico do início
do “Ciclo da Modernização”, segundo Freire (1997, p.135). A demolição ocorreu,
de acordo com o então arcebispo de Cuiabá, D. Orlando Chaves, devido à antiga
catedral ser insuficiente diante das aspirações de seus usuários, sendo
inaugurada a nova igreja em 1973, projetada pelo arquiteto Benedito Calixto.
Junto da nova catedral: “terminava [...] a primeira fase de modernização da
arquitetura regional, com um templo de formas duras, pesadas,
pseudomodernas roubando o lugar do monumento que balizava a identidade
histórica da cidade” (CASTOR, 2013, p. 13).
Figura 3 - Antiga Catedral do Senhor Bom Figura 4 - Nova Catedral do Senhor Bom Jesus,
Jesus, construída em 1722 (antes de sua construída em 1973. Fonte: Acervo Arquivo Público
demolição). Fonte: Acervo Arquivo Público de de Mato Grosso.
Mato Grosso.
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Somado à intervenção renovadora supracitada, a construção do Palácio
Alencastro (1950) sobre as ruínas de casarões históricos, reforça o anseio por
modernidade que envolveu Cuiabá nesse período. O Palácio Alencastro foi
construído sob forte influência do estilo carioca - edificação solta no lote e dotada
de pilotis, possuindo uma marquise responsável por demarcar a entrada principal
-, vigente na construção de Brasília. Essa linguagem arquitetônica, segundo
Castor (2013, p. 434), esteve presente durante a fase de modernização da
cidade, pois atuava, simbolicamente, como o rompimento com o passado,
marcado pelos casarões.
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Figura 6 - Fórum de Três Lagoas. Arq. Oscar Arine e Iranick Arakelian. 1967-69
Fonte: CASTOR, 2013, p. 240.
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foi desmantelada por arquitetos cariocas durante o governo de Fragelli quando,
por intermédio do engenheiro Sátyro Castilho, foi encomendado um anteprojeto
a arquitetos cariocas, os quais propuseram a implantação do Centro Cívico no
oeste da cidade, onde hoje está implantado o bairro residencial Santa Rosa,
região em que já se concentravam os principais edifícios governamentais
(CAMINHA, 2006, apud CASTOR, 2013). Logo, “seria a consagração de um eixo
monumental concebido nos moldes do Plano Piloto de Brasília” (CASTOR, 2013,
p.292), entrando em conflito com arquitetos de formação brasiliense como Júlio
De Lamônica, que havia sido empossado em 1971 como diretor do
Departamento de Obras Públicas e que recomendava uma linguagem moderna
distinta do proposto pelos cariocas.
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arruamento interno que ultrapassa o térreo entre os pilotis de alguns edifícios
(Figura 9).
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Figura 10 - Orfanato de Amsterdam, destacando seus
módulos. Fonte: http://hasxx.blogspot.com
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Figura 11 - Recorte da planta de locação dos blocos do CPA-MT, Cuiabá. Déc. de 70.
Destaque à laje nervurada aberta do Palácio Paiguás posicionada na parte mais elevado do
terreno. Destaca-se também o arruamento que passa entre as edificações. Fonte: Planta
cedida pelo Prof. Dr. Ricardo S. Castor.
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04 CONJUNTO HABITACIONAL
Nesse sentido, Júlio de Lamonica Freire critica em seu livro “Por uma
Poética Popular da Arquitetura”, 1997, a implantação de habitações populares
como o COOPHAMIL (Figura 13 e Figura 14), construído com financiamento do
Banco Nacional de Habitação, pois o conjunto de edifícios possui um desenho
que, segundo o autor: “agride profundamente a fisionomia de Cuiabá, com a sua
dureza e aridez. Visto de cima, é uma enorme cicatriz no tecido urbano”
(FREIRE, 1997, p. 178).
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cinco quilômetros do Palácio Paiaguás –, o que poderia vir a ser um fator elitista
de interesse do mercado. Entretanto, por se tratar de um conjunto habitacional
de propriedade estatal, as amarras da especulação imobiliária que assolavam
Cuiabá não tinham poder de influência.
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padrão de habitação da COHAB. As calçadas passaram a possuir 1,5 metros e
os lotes foram significantemente diminuídos. Ao todo, 10.000 habitações foram
edificadas, fazendo do complexo uma “pequena cidade”. (CASTOR, 2013).
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Figura 16 - Planta Baixa CPA 3/Cuiabá. Fonte: BARCELOS,
2011.
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Atrelado a isso, o conceito de interdependência garantiria ao edifício uma
sincronia de linguagem, seja em escala macro ou micro.
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Figura 19 - Esboço para o Centro Cívico de Cuiabá, Moacyr Freitas. Fonte: CASTOR, 2013, p. 290.
Figura 20 - Sede do Palácio Paiaguás, recém construída, década de 70. Fonte: CASTOR, 2013.
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Entretanto, atualmente as áreas livres do térreo perderam espaço para
novas divisões do governo, descaracterizando o projeto original e a intenção de
ramificação horizontal pela qual foi projetado. Somado a isso, as escadas que
davam acesso direto e indistinto foram perdendo sua intenção conforme
mudanças foram feitas: o gradeamento do conjunto gerou um fator limitante para
o acesso, os corredores e fluxos previstos no projeto original foram boicotados
conforme novas salas e repartições eram implantadas, deixando assim, um
acesso desarticulado (Figura 21 e Figura 22).
Figura 21 - Vão livre do térreo, hoje ocupado pela Figura 22 - Vista do jardim para o antigo vão, que hoje
recepção do palácio. Fonte: CASTOR, 2013, p. 299. abriga a recepção do Palácio Paiaguás. Foto: Ana
Barcelos.
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Apesar da linguagem de conjunto, ainda preservada pela volumetria,
atualmente, cada secretaria se comporta como um bloco individual, haja vista
que os corredores internos foram vetados, a locomoção de uma divisão à outra
se dá, muitas vezes, pelo ambiente externo ao bloco, tornando o acesso
dificultoso e o caminho a ser percorrido mais comprido que o necessário.
Figura 24 - Moldes para a grelha nervurada do jardim interno. Fonte: CASTOR, 2013, p. 296.
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descaracterização (Figura 29), os tijolos aparentes também sofreram: alguns
locais tiveram sua alvenaria rebocada e/ou pintada deixando os tijolos aparentes
raros e presente apenas em “becos” (Figura 30).
Figura 29 - Pilar que sofreu descaracterização. Foto: Figura 30 - Alvenaria aparente ainda
Ana Barcelos, 2019. originária do projeto, na secretaria vizinha
ao palácio. Foto: Ana Barcelos, 2019.
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Figura 32 - Planta Baixa original do primeiro pavimento do Palácio Paiaguás. Fonte: Planta cedida pelo Prof.
Ricardo Castor.
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Embora o edifício tenha sido planejado para possuir múltiplos acessos
secundários, foi implantada uma praça ajardinada correspondente a 4 módulos
que:
“foi pensada como um verdadeiro hall público, [...] o conforto
térmico da cobertura, que filtra radiação solar sem impedir a saída de ar
quente não deixa dúvidas de que a praça foi pensada como um local de
estar, não apenas de contemplação” (CASTOR, 2013, p.298).
Figura 33 - Destaque aos 4 módulos que compõem a Figura 34 - Mural bovinocultura de Espindola, tombado em
grelha aberta. Foto: Talita H. Matsubara. 2014. Foto: Ana Barcelos, 2019.
06 CONCLUSÃO
07 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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