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CAPA

LISTA DE TERMOS, ABREVIATURAS E SIGLAS PR — Paraná


SEBRAE — Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SMDEMAT — Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turis-
ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas mo
APP — Área de Preservação Permanente LISTA DE FIGURAS
CAOPMA — Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio
Ambiente Figura 1 — Ipê roxo (nome científico) na Praça Independência de Mandaguari............ 09
CAP — Circunferência à Altura do Peito Figura 2 — Clareira em linha reta para ligação entre Londrina e Maringá, passando
CEMIG — Companhia Energética de Minas Gerais por Mandaguari – Rodovia do Café................................................................................. 10
CF — Constituição Federal Figura 3 — Retirada de árvores, em 1937, com cobertura da via onde hoje é a Aveni-
CO² — Dióxido de Carbono da Amazonas................................................................................................................... 10
COCARI— Cooperativa Agropecuária e Industrial Figura 4 — Homens cortando árvore em Mandaguari (A); Figueira branca centenária
COMDEMA — Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Ficus spp) nas proximidades de onde hoje é o Colégio Vera Cruz (B)............................ 11
COPEL — Companhia Paranaense de Energia Figura 5 — Pátio da Serraria Vitória, de onde saíram as madeiras para construção das
CTIAPMAUEPR — Comitê de Trabalho Interinstitucional para Análise dos Planos Municipais primeiras casas do povoado............................................................................................ 11
de Arborização Urbana do Estado do Paraná Figura 6 — Praça Independência.................................................................................... 12
CTNP — Companhia de Terras Norte do Paraná Figura 7 — Vista aérea da Praça Independência............................................................. 12
DAP — Diâmetro à Altura do Peito Figura 8 — Rua João Ernesto Ferreira em 1964 (A) e em 2011, com as árvores adultas
EPI — Equipamento de Proteção Individual (B).................................................................................................................................... 12
FMMA — Fundo Municipal do Meio Ambiente Figura 9 — Desfiles em frente à Praça Independência, mostrando ao fundo a evolu-
IAP — Instituto Ambiental do Paraná ção da arborização, em 1964 (A), 1972 (B), 1987 (C) e 2012 (D).................................... 13
IAP-DIDEF — Instituto Ambiental do Paraná - Diretoria de Desenvolvimento Florestal Figura 10—Modificação da paisagem urbana ao longo dos anos: local onde era a
IAP-ERMAG — Instituto Ambiental do Paraná - Escritório Regional de Maringá Bicicletaria Ideal em meados dos anos 90 (A), com uma Sibipiruna; em 2011 (B), com
IBAMA — Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dois Hibiscos; e em 2014 (C), sem árvores...................................................................... 13
IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Figura 11 — Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides)..................................................... 14
IDH-M — Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Figura 12 — 1977: árvores pequenas com manilhas no entorno do fuste..................... 14
IPARDES — Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social Figura 13 — Desfile em 1987, na Avenida Amazonas: as sibipirunas crescem imperio-
ITCG — Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná sas................................................................................................................................... 15
MP — Ministério Público Figura 14 — “A ordem é reurbanizar”............................................................................ 16
MPPR — Ministério Público do Estado do Paraná Foto 15 — Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis).................................................................. 17
MRG — Microrregião Geográfica Figura 16 — Plantio de Hibiscos na Avenida Amazonas.................................................. 17
ONGs — Organizações Não Governamentais Figura 17 — Plano Municipal de Arborização Urbana de 2014...................................... 18
OMMA’s — Órgãos Municipais de Meio Ambiente Figura 18 — Importância da Arborização Urbana........................................................... 26
PDAU — Plano Diretor de Arborização Urbana Figura 19 — Localização do Município de Mandaguari, Estado do Paraná, Brasil.......... 32
PIA — População em Idade Ativa Foto 20 — Sede do Município...................................................................................... 32
PIB — Produto Interno Bruto Figura 21 — Corte de vegetação nativa em Mandaguari no início de sua colonização.. 33
PMM — Prefeitura Municipal de Mandaguari Foto 22 — Erosão em APP localizada no bairro Jardim Imperial.................................. 35
Figura 23 — Classificação climática de Koppen.............................................................. 36
Figura 24 —Temperatura média anual............................................................................ 36 Figura 59 — Existência de afloramento de raízes........................................................... 57
Figura 25 — Precipitação média anual............................................................................ 37 Figura 60 — Avaliação das condições do tronco............................................................. 57
Figura 26 — Umidade relativa anual............................................................................... 37 Figura 61 — Avaliação das condições da copa................................................................ 57
Figura 27 — Direção predominante do vento................................................................. 37 Figura 62 — Nível de inclinação das árvores................................................................... 57
Figura 28 — Passer domesticus....................................................................................... 38 Figura 63 — Avaliação das condições fitossanitárias das árvores................................... 58
Figura 29 — Artibeus lituratus......................................................................................... 38 Figura 64 — Quantidade de lesões existentes nas árvores............................................. 58
Foto 30 — Fluxo de pessoas e veículos na principal avenida da cidade.......................... 39 Figura 65 — Quantidade de pragas e doenças existentes nas árvores........................... 58
Foto 31 — Vista parcial do Parque Industrial I................................................................ 40 Figura 66 — Tipos de lesões existentes.......................................................................... 58
Foto 32 — Vista parcial do Parque Industrial I................................................................ 40 Figura 67 — Principais problemas encontrados............................................................. 59
Figura 33 — Bairro Paris em processo de loteamento.................................................... 41 Figura 68 — Principais problemas encontrados............................................................. 60
Figura 34 — Bairro Cj. Boa Vista em processo de arborização........................................ 41 Figura 69 — Principais problemas encontrados............................................................. 61
Figura 35 — Mapa de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo........................................ 42 Figura 70 — Principais problemas encontrados............................................................. 62
Foto 36 — Realização do inventário de arborização urbana em Mandaguari................. 46 Figura 71 — Principais problemas encontrados............................................................. 63
Figura 37 — Mapa do Município de Mandaguari quadriculado em escala 1:150.000.... 47 Figura 72 — Principais problemas encontrados............................................................. 64
Figura 38 — Mapa dos Bairros de Mandaguari............................................................... 49 Figura 73 — Principais problemas encontrados............................................................. 65
Figura 39 — Mapa do Inventário de Arborização Urbana............................................... 50 Figura 74 — Principais problemas encontrados............................................................. 66
Figura 40 — Estimativa de árvores em Mandaguari........................................................ 51 Figura 75 — Principais problemas encontrados............................................................. 67
Figura 41 — Diversidade de Espécies.............................................................................. 52 Figura 76 — Principais problemas encontrados............................................................. 68
Figura 42 — Idade das Árvores........................................................................................ 52 Figura 77 — Principais problemas encontrados............................................................. 69
Figura 43 — Bairros com maiores índices de arborização............................................... 52 Figura 78 — Principais problemas encontrados............................................................. 70
Figura 44 — Área livre no entorno das árvores............................................................... 53 Figura 79 — Ligustro (Ligustrum spp.)............................................................................ 76
Figura 45 — Valor das médias das principais características das árvores, como CAP, Figura 80 — Espirradeira (Nerium oleander).................................................................. 76
primeira bifurcação, altura, raio, diâmetro e distâncias em relação aos equipamentos Figura 81 — Ficus (Ficus spp.)......................................................................................... 76
urbanos, além de medidas das árvores até o alinhamento predial e o meio-fio............. 53 Figura 82 — Leucena (Leucaena leucocephala).............................................................. 77
Figura 46 — Localização das árvores no ambiente urbano............................................. 53 Figura 83 — Mangueira (Magnifera indica).................................................................... 77
Figura 47 — Largura das calçadas onde as árvores estão localizadas............................. 54 Figura 84 — Murta (Murraya paniculata)....................................................................... 77
Figura 48 — Média do CAP por espécie........................................................................... 54
Foto 85 — Árvore da Praça Micheletti, centro de Mandaguari.................................... 85
Figura 49 — Média da altura por espécie........................................................................ 54
Figura 50 — Largura das ruas onde as árvores estão localizadas.................................... 54 Foto 86 — Estacionamento, centro de Mandaguari................................................... 86
Figura 51 — Tipos de podas existentes........................................................................... 55 Foto 87 — Canteiro central da Avenida Fermino Corazza, Centro de Mandaguari..... 86
Figura 52 — Médias de medidas do diâmetro da copa (por espécie)............................. 55 Foto 88 — Lote vazio no centro de Mandaguari.......................................................... 87
Figura 53 — Médias das medidas do raio da copa (por espécie).................................... 55 Figura 89 — Porte das árvores em relação a rede de energia........................................ 89
Figura 54 — Tipos de manejos necessários nas árvores.................................................. 55 Figura 90 — Referências para definição de plantio conforme locais e portes das plan-
Figura 55 — Existência de conflitos................................................................................ 56 tas.................................................................................................................................... 90
Figura 56 — Tipos de fiação existentes........................................................................... 56
Figura 91 — Mapa com a indicação de locais para plantio............................................. 93
Figura 57 — Existência de interferências da copa na passagem de pedestres e/ou
veículos............................................................................................................................ 56 Figura 92 — Esquema da calçada ecológica.................................................................... 96
Figura 58 — Ausência ou presença de fiação.................................................................. 56 Figura 93 — Modelo de árvore bem conduzida e pronta para plantio........................... 97
Figura 94 — Plantio realizado por profissional autônomo.............................................. 98 Figura 129 — Aquisição de triturador de galhos............................................................. 125
Figura 95 — Mudas prontas para serem plantadas........................................................ 98 Figura 130 — Remoção de toco manualmente............................................................... 126
Foto 96 — Localização do viveiro florestal do IAP, em Mandaguari............................. 99 Figura 131 — Remoção de toco com uso de máquina.................................................... 126
Foto 97 — Estrutura da administração......................................................................... 99 Figura 132 — Toco de Flamboyant (Delonix regia) em frente a uma garagem.............. 127
Foto 98 — Canteiros de espera..................................................................................... 99 Figura 133 — Geração de resíduos durante serviços de poda e corte........................... 129
Foto 99 — Casa de vegetação e canteiros.................................................................... 99 Figura 134 — Equipe de corte e poda............................................................................. 130
Figura 100 — Oiti (Licania tomentosa) e Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis)........ 100 Figura 135 — Caminhão para cortes e podas................................................................. 130
Figura 101 — Vista frontal do lote sugerido para implantação de Viveiro Municipal..... 102 Figura 136 — Equipe de trituração de galhos................................................................. 131
Figura 102 — Exemplos de carreta para reboque........................................................... 103 Figura 137 — Equipe de recolhimento de resíduos........................................................ 131
Figura 103 — Mudas no viveiro da COPEL....................................................................... 104 Figura 138 — Tesoura de poda....................................................................................... 132
Foto 104 — Levantamento de locais de plantio........................................................... 104 Figura 139 — Podão........................................................................................................ 132
Figura 105 — Áreas de canteiro suficiente e insuficiente............................................... 106 Figura 140 — Serra manual............................................................................................. 132
Figura 106 — Abertura de cova....................................................................................... 106 Figura 141 — Motosserra............................................................................................... 132
Figura 107 — Preparação da muda................................................................................. 106 Figura 142 — Machado, Foice, Facão e Corda................................................................ 132
Figura 108 — Tutoramento............................................................................................. 107 Figura 143 — Andaime.................................................................................................... 133
Figura 109 — Amarração................................................................................................. 107 Figura 144 — Escada....................................................................................................... 133
Figura 110 — Forração.................................................................................................... 108 Figura 145 — Plataforma elevatória............................................................................... 133
Figura 111 — Irrigação da muda...................................................................................... 108 Figura 146 — Gruas......................................................................................................... 133
Figura 112 — Gradil......................................................................................................... 108 Figura 147 — Triturador de galhos................................................................................. 133
Figura 113 — Modelo para calçada estreita: canteiro descontínuo medindo Figura 148 — Caminhão compactador............................................................................ 133
1,50x1,00......................................................................................................................... 109 Figura 149 — Picareta..................................................................................................... 134
Figura 114 — Modelo para calçada larga: canteiro descontínuo medindo 1,50x1,00 Figura 150 — Pá.............................................................................................................. 134
para árvores de pequeno porte e canteiro predial opcional........................................... 110 Figura 151 — Rebaixador de tocos................................................................................. 134
Figura 115 — Modelo para calçada larga: canteiro descontínuo medindo 2,50x1,20 Figura 152 — Caminhão caçamba................................................................................... 134
para árvores de médio e grande porte e canteiro predial opcional................................ 110 Figura 153 — Materiais de sinalização........................................................................... 134
Figura 116 — Atividade de educação ambiental no dia da árvore, em Mandaguari....... 112 Figura 154 — Equipamento de Proteção Individual (EPI)............................................... 134
Figura 117 — Poda drástica............................................................................................. 116 Figura 155 — Organograma da Prefeitura Municipal..................................................... 141
Figura 118 — Poda de elevação da copa......................................................................... 117 Figura 156 — Organograma da SMDEMAT..................................................................... 142
Figura 119 — Poda de limpeza........................................................................................ 117 Figura 157 — Ciclo de vida da política pública................................................................ 146
Figura 120 — Técnica dos três cortes para remoção de galhos...................................... 117
Figura 121 — Situações propensas à poda emergencial................................................. 118
Figura 122 — Técnica de poda de raízes......................................................................... 118 LISTA DE QUADROS
Figura 123 — Situações propensas à poda emergencial................................................. 119
Figura 124 — Poda de palmeira realizada indevidamente.............................................. 119
Figura 125 — Técnica de corte por eliminação parcial.................................................... 122 Quadro 1 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte
Figura 126 — Técnica de corte por eliminação por inteiro............................................. 122 1)......................................................................................... ............................... ............ 19
Figura 127 — Safenas em árvore danificada................................................................... 123 Quadro 2 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte
Figura 128 — Cupins e brocas......................................................................................... 124 2)........................................................................ ............................... ............................. 20
Quadro 3 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte Quadro 29 — Espécies recomendadas para plantio em locais COM rede elétrica
3).................................................................. ............................... ................................... 21 (Parte 01)......................................................................................................................... 78
Quadro 4 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte Quadro 30 — Espécies recomendadas para plantio em locais COM rede elétrica
4)...................................................................... ............................... ............................... 22 (Parte 02)......................................................................................................................... 79
Quadro 5 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte Quadro 31 — Espécies recomendadas para plantio em locais SEM rede elétrica
5).................................................................... ............................... ................................. 23 (Parte01)......................................................................................................................... 80
Quadro 6 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte Quadro 32 — Espécies recomendadas para plantio em locais SEM rede elétrica
6)...................................................................................................................................... 24 (Parte 02)......................................................................................................................... 81
Quadro 7 — Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte Quadro 33 — Espécies recomendadas para plantio em praças, parques e locais aber-
7)...................................................................................................................................... 25 tos (Parte 01)................................................................................................................... 82
Quadro 8 — Cronograma de elaboração do Plano de Arborização Urbana.................... 27 Quadro 34 — Espécies recomendadas para plantio em praças, parques e locais aber-
Quadro 9 — Áreas Verdes de Mandaguari...................................................................... 34 tos (Parte 02)................................................................................................................... 83
Quadro 10 — Número de habitantes em Mandaguari, Estado do Paraná e Brasil por Quadro 35 — Critérios para definição de locais de plantio em ruas.............................. 84
ano................................................................................................................................... 39 Quadro 36 — Critérios para definição de locais de plantio em praças, parques e jar-
Quadro 11 — Produção a cada unidade de R$1,00 por ramos de atividade em Man- dins.................................................................................................................................. 85
daguari............................................................................................................................. 40 Quadro 37 — Critérios para definição de locais de plantio em estacionamento........... 86
Quadro 12 — Conglomerados coletados......................................................................... 48 Quadro 38 — Critérios para definição de locais de plantio em canteiros centrais......... 86
Quadro 13 — Problemas quanto a Bairros e Diversidade de espécies............................ 59 Quadro 39 — Critérios para a definição de locais de plantio em lotes vazios................ 87
Quadro 14 — Problemas quanto a Idade das árvores e Largura da rua.......................... 60 Quadro 40 — Espaçamento e distâncias mínimas de segurança entre árvores e equi-
Quadro 15 — Problemas quanto a Área livre e Largura da calçada................................ 61 pamentos urbanos nas legislações de Mandaguari........................................................ 88
Quadro 16 — Problemas quanto a Interferência da copa, Distância do meio-fio, Dis- Quadro 41 — Distanciamento das árvores em relação aos elementos urbanos............ 89
tância do alinhamento predial, Diâmetro da copa e Raio da copa.................................. 62 Quadro 42 — Definição do porte das árvores................................................................ 89
Quadro 17 — Problemas quanto a Condição da copa, Condição do tronco e Aflora- Quadro 43 — Definição de plantio conforme locais e portes das plantas...................... 90
mento das raízes.............................................................................................................. 63 Quadro 44 — Indicação dos locais de plantio................................................................. 91
Quadro 18 — Problemas quanto a Distância da garagem, Tipo de fiação, Conflito com Quadro 45 — Características das mudas (Parte 01)....................................................... 96
fiação e Inclinação............................................................................................................ 64 Quadro 46 — Características das mudas (Parte 02)....................................................... 97
Quadro 19 — Problemas quanto a Fitossanidade geral, Pragas, Doenças e Lesões....... 65 Quadro 47 — Espécies produzidas no Viveiro Florestal do IAP...................................... 100
Quadro 20 — Problemas quanto a tipos de lesões......................................................... 66 Quadro 48 — Tópicos necessários à implantação de Viveiro Municipal........................ 102
Quadro 21 — Problemas quanto a tipos de podas existentes........................................ 67 Quadro 49 — Espécies solicitadas ao Viveiro da COPEL................................................. 104
Quadro 22 — Problemas quanto a Necessidade de manejo........................................... 68 Quadro 50 — Espécies produzidas no viveiro do IAP..................................................... 105
Quadro 23 — Problemas quanto a CAP e Altura por espécie.......................................... 69 Quadro 51 — Espécies produzidas no viveiro da COPEL................................................. 105
Quadro 24 — Problemas quanto a Raio e Diâmetro por espécie.................................... 70 Quadro 52 — Procedimentos de plantio e replantio (Parte 01)..................................... 106
Quadro 25 — Critérios para escolha de espécies em áreas urbanas (Parte 01).............. 74 Quadro 53 — Procedimentos de plantio e replantio (Parte 02)..................................... 107
Quadro 26 — Critérios para escolha de espécies em áreas urbanas (Parte 02).............. 75 Quadro 54 — Procedimentos de plantio e replantio (Parte 03)..................................... 108
Quadro 27 — Espécies não recomendadas..................................................................... 76 Quadro 55 — Campanha de conscientização ambiental: educação ambiental
Quadro 28 — Espécies não recomendadas..................................................................... 77 formal............................................................................................................................. 111
Quadro 56 — Campanha de conscientização ambiental em educação ambiental não-
formal.............................................................................................................................. 112
Quadro 57 — Tipos de podas comuns............................................................................ 117
Quadro 58 — Tipos de podas especiais.......................................................................... 118
Quadro 59 — Podas junto a redes elétricas.................................................................... 119
Quadro 60 — Critérios para avaliação de árvores de risco e da necessidade de remo-
ção.................................................................................................................................... 121
Quadro 61 — Técnicas de corte de árvores..................................................................... 122
Quadro 62 — Medidas de controle de pragas e doenças em árvores............................. 124
Quadro 63 — Uso de resíduos de madeira...................................................................... 128
Quadro 64 — Sugestão de gestão dos resíduos sólidos provenientes dos serviços de
arborização urbana.......................................................................................................... 129
Quadro 65 — Principais ferramentas e equipamentos necessários para manejo de
árvores............................................................................................................................. 132
Quadro 66 — Principais ferramentas e equipamentos necessários para manejo de
árvores (Parte 02) ........................................................................................................... 133
Quadro 67 — Principais ferramentas e equipamentos necessários para manejo de
árvores (Parte 03)............................................................................................................ 134
Quadro 68 — Procedimento de monitoramento............................................................ 139
Quadro 69 — Identificação dos problemas e formação da agenda política com base
no PDAU (Parte 1)............................................................................................................ 147
Quadro 70 — Identificação dos problemas e formação da agenda política com base
no PDAU (Parte 2)............................................................................................................ 150
SUMÁRIO 5.2.1 Viveiro municipal .................................................................................99
5.2.2 Equipe de trabalho .............................................................................102
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................09 5.2.3 Aquisição de mudas para arborização urbana ................................103
1.1 História da Política de Arborização Urbana de Mandaguari ..............10 5.2.4 Experiência com mudas de arborização ...........................................104
1.2 Legislação aplicada à Arborização Urbana...........................................19 5.3 Procedimentos de plantio e replantio ................................................106
1.3 Importância da Arborização Urbana ....................................................26 5.4 Campanha de conscientização ambiental ............................................111
1.4 Objetivos e Cronograma ........................................................................27 6 MANUTENÇÃO DE ARBORIZAÇÃO DE RUAS ..........................................115
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ..........................................................31 6.1 Poda de árvores ....................................................................................116
2.1 Localização Geográfica ..........................................................................32 6.2 Remoção e substituição de árvores .....................................................120
2.2 Unidade Fitogeográfica .........................................................................33 6.3 Tratamento de lesões ...........................................................................123
2.3 Áreas Verdes ............................................................................................34 6.4 Trituração de galhos ...........................................................................125
2.4 Solo ..........................................................................................................35 6.5 Remoção de tocos .................................................................................126
2.5 Clima ........................................................................................................36 6.6 Destinação de resíduos .........................................................................128
2.6 Fauna .......................................................................................................38 6.7 Equipes ...................................................................................................130
2.7 População ................................................................................................39 6.8 Ferramentas e equipamentos necessários ..........................................132
2.8 Socioeconomia ........................................................................................40 7 MONITORAMENTO ..............................................................................138
2.9 Malha Urbana .........................................................................................41 8 GESTÃO ................................................................................................140
3 DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO ....................45 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................145
3.1 Levantamento de informações quali-quantitativas da arborização de ANEXOS...................................................................................................155
ruas .........................................................................................................46 ANEXOS DIGITAIS.....................................................................................159
3.2 Características da arborização urbana do Município .........................51
3.3 Principais problemas encontrados ........................................................59
4 PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA .........................................73
4.1 Critérios para a escolha de espécies para arborização urbana ..........74
4.2 Critérios para definição dos locais de plantio .....................................84
4.3 Espaçamento e distâncias mínimas de segurança entre árvores e equi-
pamentos urbanos .................................................................................88
4.4 indicação dos locais de plantio..............................................................91
5 IMPLANTAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA ...........................................95
5.1 Características das mudas .....................................................................96
5.2 Produção ou aquisição de mudas .........................................................98
As árvores são um dos seres vivos mais importantes para a sobrevivên-
Figura 1: Ipê roxo (Handroanthus heptaphyllus) na Praça Independência de Mandaguari.
cia da biosfera. Nas cidades, desempenham um papel importante ao bem
estar da população e ao meio ambiente.
No entanto, as cidades são um espaço de constantes conflitos sobre os
valores de uso da arborização urbana. Somada à importância da arborização
em nível internacional, como a Agenda 21, e nacional, como a Constituição
Federal, esta agenda política vem se tornando um assunto cada vez mais im-
portante e desafiador.
O desenvolvimento de planos diretores de arborização urbana vem de
encontro ao desafio de se elaborar uma agenda política que seja possível be-
neficiar toda a comunidade e ao mesmo tempo proporcionar a preservação e
o manejo sustentável das árvores.
Este documento apresentará as informações necessárias para se plane-
jar, implementar, avaliar e trazer efetividade à política de arborização urba-
na. Foi utilizado como referência o Manual Para Elaboração do Plano Munici-
pal de Arborização Urbana, desenvolvido pelo Comitê de Trabalho Interinsti-
tucional para Análise dos Planos Municipais de Arborização Urbana no Estado
do Paraná. Com uma proposta simples e moderna de apresentação das infor-
mações, o presente documento reunirá as diretrizes promovidas pelo Manual
e ao mesmo tempo proporcionará aos gestores condições práticas de se tra- Fonte: Acervo próprio (2016).

balhar em torno desta agenda.

1
Inicialmente chamada de Vila Vitória, de Patrimônio Lovat, de Distrito A mata fechada era derrubada para, logo em seguida, serem iniciadas
Mandaguari e, por fim, de Cidade de Mandaguari, sua origem está associada as plantações de subsistência. As terras férteis permitiram a consolidação
ao processo de colonização realizado pela Companhia de Terras Norte do das famílias (PERES, 1977 apud MEDEIROS, 2014), e o plantio do café, que se
Paraná (CTNP) que, nos anos 1930 comprou terras férteis no entorno dos tornou o símbolo da fertilidade e do progresso da região (SILVA, 1988, apud
rios Tibagi, Paranapanema e Ivaí. Áreas de Floresta Estacional Semidecidual MEDEIROS, 2014).
pertencentes ao Bioma da Mata Atlântica foram desmatadas para dar lugar a
plantações e edificações (Figura 2). Com isso, não somente espécies vegetais Figura 3: Retirada de árvores, em 1937,
com abertura da via onde hoje é a Avenida Amazonas.
foram levadas, mas memórias e aspectos da biodiversidade (MEDEIROS,
2014).
Figura 2: Clareira em linha reta para ligação entre Londrina e Maringá, passando por
Mandaguari – Rodovia do Café.

Fonte: Adaptado de YOKOYAMA ([s.d.], In SILVA, 1982 apud MEDEIROS, 2014).

Fonte: Akimitsu Yokoyama, [s.d.] (In: BONI, 2009 apud MEDEIROS, 2014).

10
O desmatamento era usado para a construção de moradias, fabricação
Figura 4: Homens cor-
de móveis e carvão vegetal (Figuras 4 e 5). Entre algumas espécies importan- tando árvore em Man-
tes, o cedro rosa (Cedrela), a canela (Nectandra; Ocotea), o imbuia (Fhoebe), daguari (A); Figueira
branca centenária (Ficus
a peroba (Aspidosperma), o pau d'alho (Gallesia intergrifolia); a palmeira jus- spp) nas proximidades
de onde hoje é o Colégio
sara (Euterpe) e o jerivá (Recastrum) eram utilizadas (FONTES, 1987 apud Vera Cruz (B).

MEDEIROS, 2014). Fonte: Autor desconhe-


cido [s.d.] (In: Facebook,
A Serraria Vitória, uma das principais empresas, foi, então, inspiração 2014 apud MEDEIROS,
2014).
para o nome do local (FONTES, 1987 apud MEDEIROS, 2014). Quando a cida-
de possuía cerca de 100 casas, teve o seu nome mudado pela CTNP, em
1938, para Patrimônio Lovat, sendo tal nome conservado somente até 1942,
devido a exigência de troca de nomes estrangeiros por nomes brasileiros.
Assim surge Mandaguari (MEDEIROS, 2014).
Apesar disso, o acervo de fotografias apresentadas no trabalho de Me-
Figura 5: Pátio da Serraria
deiros (2014) permite compreender a história de Mandaguari em relação ao
Vitória, de onde saíram as
processo de plantio e manutenção das florestas urbanas. Gonçalves (2013, madeiras para a construção
das primeiras casas do po-
apud Medeiros, 2014) chama este movimento de “urbanização da terra arra- voado.

sada”. Ou seja, quando há uma reintrodução das árvores na cidade em pos- Fonte: Autor desconhecido
[s.d.] (In: FONTES, 1987
terior processo de devastação de uma vegetação original por atividades an- apud MEDEIROS, 2014).
trópicas.

11
Figura 6: Praça Independên- A Rua João Ernesto Ferreira é um exemplo dessa transformação. Uma
cia.
das principais vias da cidade, em 1964, tinha árvores jovens e mudas dentro
Fonte: Autor desconhecido,
[195-] (In: FACEBOOK, 2014 de gradis de proteção, e em 2011, as árvores estão adultas (Figura 8).
apud MEDEIROS, 2014).
As árvores plantadas nas primeiras décadas de existência da cidade
causaram mudanças na paisagem urbana. Muitas foram suprimidas, mas
uma grande parte ainda resiste ao tempo e às adversidades (MEDEIROS,
2014).
Figura 8: Rua João Ernesto Ferreira em 1964 (A)
e em 2011, com as árvores adultas (B).
O primeiro prefeito de Mandaguari foi Ary da Cunha Ferreira, em
1947. Em caráter provisório, ele deu lugar ao Prefeito Décio Medeiros Pullin,
que assumiu o Município até 1951. Nesta época, já eram evidentes as trans-
formações da cidade, com novas edificações, inserção de mudas de árvores
nos passeios públicos e a construção de áreas verdes (Figura 6). A Praça Inde-
pendência foi a primeira área verde da cidade destinada à prática do lazer
(Figura 7). A
Figura 7: Vista aérea da Praça
Independência.

Fonte: Autor desconhecido,


[19--] (In: FACEBOOK, 2014
apud MEDEIROS, 2014).

B
Fonte: (A) Autor desconhecido, 1964 (In: FACEBOOK, 2014 apud
MEDEIROS, 2014); (B) GOOGLE (2011 apud MEDEIROS, 2014).

12
A arborização de Mandaguari, como ocorre em todas as cidades, sofreu
muitas modificações ao longo do tempo, fazendo com que a paisagem urbana
fosse alterada permanentemente (Figuras 9 e 10).

A C

B D
Figura 9: Desfiles em frente à Praça Independência, mostrando ao fundo a evolução da arbo-
rização, em 1964 (A), 1972 (B), 1987 (C) e 2012 (D).

C
Fonte: (A) Autor desconhecido, 1964 (In: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014); (B) Autor
desconhecido, 1972; (In: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014); (C) Autor desconhecido,
1987 (In: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014); (D) Assessoria de Imprensa da FAFIJAN, Figura 10: Modificação da paisagem urbana ao longo dos anos: local onde era a Bicicletaria
2012 (In: FAFIJAN, 2012 apud MEDEIROS, 2014). Ideal em meados dos anos 90 (A), com uma Sibipiruna; em 2011 (B), com dois Hibiscos; e em
2014 (C), sem árvores.

Fonte: (A) Autor desconhecido (In: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014); (B) GOOGLE,
2011 (apud MEDEIROS, 2014); (C) Acervo próprio (2014).

13
No final da década de 1970, o então prefeito Alexandre Elias Nacif fi- Em uma foto tirada em 1977, é possível visualizar árvores da espécie
cou lembrado por ter sido o prefeito que plantou uma grande proporção de Sibipiruna, ainda jovens, na principal avenida da Cidade, a Avenida Amazonas
árvores da espécie Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) (Figura 11) (Figura 12).
(MEDEIROS, 2014).
Figura 12: 1977: árvores pequenas com manilhas no entorno do fuste.
Figura 11: Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides).

Fonte: Acervo próprio (2014). Fonte: Autor desconhecido (In: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014).

14
Em 1987, na gestão do Prefeito Antônio Galera Gonçalez, as árvores bem como proteger e recompor a arborização em áreas públicas e privadas,
da espécie Sibipiruna aparecem novamente na Avenida Amazonas, em condi- incluindo ruas e praças.
ções maiores do que registradas há 10 anos atrás, como mostra a Figura 13. No ano seguinte, a ex-vereadora Maria Inês Botelho assume o
mandato da Prefeitura. Em seu primeiro ano, instituiu três leis municipais
Figura 13: Desfile em 1987, na Avenida Amazonas: as sibipirunas crescem imperiosas.
visando uma série de ações em defesa do meio ambiente e educação.
A primeira delas foi a Lei Municipal nº 252/97, que visou a implanta-
ção de hortas e pomares em escolas da rede de ensino municipal.
A Lei Municipal nº 257/97 institui o Código de Arborização e Ajardina-
mento Urbano do Município.
Ainda no mesmo ano, o Município instituiu a Lei nº 269/97, que dis-
põe sobre a Política de Proteção, Controle, Conservação e Recuperação do
Meio Ambiente de Mandaguari. Nela, cria-se o Conselho Municipal de Defesa
do Meio Ambiente (COMDEMA), competindo-lhe ação consultiva, deliberati-
va e normativa acerca das políticas ambientais, incluindo a aplicação de re-
cursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente e medidas destinadas à melho-
Fonte: Autor desconhecido (In: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014).
ria da qualidade ambiental do Município.

Avançando mais dez anos, em 1996, novamente com o Prefeito Ale-


xandre Elias Nacif, o município institui o seu primeiro Plano Diretor, regula-
mentado pela Lei Complementar nº 191/96, que assegura a compatibilização
da ocupação urbana, visando manter uma qualidade urbanística e ambiental,

15
Em 1999, diversos acontecimentos tornaram o ano como um dos Figura 14: “A ordem é reurbanizar”.

mais importantes na evolução da história da arborização da cidade. No mês


de maio de 1999, o Jornal Gazeta Regional (MANDAGUARI, 1999) publicou
uma matéria com o título: “Mandaguari sofre com queda de árvores”. A cida-
de sofria com quedas constantes da energia elétrica devido às chuvas torren-
ciais e com danos, sobretudo às atividades econômicas, como indústria e co-
mercio.
Em junho, a prefeitura desenvolveu um projeto de rearborização da
Avenida Amazonas. Como relatado desde o início do surgimento de Manda-
guari, a já referida Avenida foi alvo de inúmeras ações de plantio de árvores
desde a construção da cidade. As sibipirunas, já imperiosas em 1999, eram
vistas como um problema à população, principalmente aos comerciantes si-
Fonte: A ORDEM (1999).
tuados naquele local.
Esses conflitos desencadearam, entre maio e junho de 1999, a remo- Em 21 de julho de 1999, o IAP-ERMAG submeteu o Ofício nº 060/99 à
ção de 60 a 100 sibipirunas na Avenida Amazonas. Isso gerou opiniões dividi- Prefeitura, dando um parecer a respeito do projeto enviado pela Prefeitura.
das na cidade, como a ocorrida na charge, “A ordem é reurbanizar” (A OR- O IAP-ERMAG afirma não houve ampla divulgação do projeto em toda a cida-
DEM, 1999), fazendo alusão ao processo que estava ocorrendo na cidade de, bem como incoerências na proposta técnica.
(Figura 14).

16
Também nesse dia, foi emitido o Requerimento nº 212/99 pelo Poder Figura 16: Plantio de Hibiscos na Avenida Amazonas.

Legislativo local, exigindo apuração interna e punição dos responsáveis por


terem realizado o corte na cidade (MANDAGUARI, 1999c). Em consonância
com os fatos, o MPPR abriu, por meio de uma Portaria, o Procedimento In-
vestigatório Preliminar nº 003/99, justificando haver “indícios da ocorrência
de danos ao meio ambiente” (MPPR, 1999).
Em 17 de agosto de 1999, em assembleia realizada pelo COMDEMA,
ficou decidida a espécie a substituir as sibipirunas na Av. Amazonas. Tratava-
se da arvoreta Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis) (Foto 15 e Figura 16).
Fonte: IAP-ERMAG (2000).

Foto 15: Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis).


O jornal Gazeta Regional publicado em 02 de novembro de 2002 apre-
sentou a seguinte manchete: “Mandaguari avalia estragos causados pelo ven-
daval” (MANDAGUARI, 2002). Segundo a matéria, mais de 100 árvores caíram
e 30 postes foram danificados com o vendaval. Em 5 de Fevereiro de 2005, a
Gazeta Regional apresentou nova matéria sobre as árvores da cidade. Sob o
título “Árvores velhas e doentes são um perigo para cidades”, a matéria re-
tratou os conflitos existentes entre os benefícios estéticos das árvores e os
problemas ocasionados pela falta de planejamento. Entre algumas razões, a
inadequação de espécies, conflitos com as redes de energia elétrica, calçadas
Fonte: Dos autores (2017).
e tubulações (ÁRVORES, 2005).

17
Em 4 de maio de 2006, o Prefeito Cyllêneo Pessoa Pereira Júnior apre- nicípio” (MANDAGUARI, 2013). Em 19 de fevereiro de 2014, a Prefeitura de-
sentou à Promotora um Relatório de Arborização Urbana, porém este docu- cretou o Comitê Executivo para a Elaboração do Plano Municipal de Arboriza-
mento não foi legitimado como um Plano Diretor de Arborização Urbana. ção urbana do Município de Mandaguari. No dia 27 de agosto do mesmo
Posteriormente, a Prefeitura apresentou também o Levantamento e Avalia- ano, houve a primeira audiência pública para apresentação do Plano Munici-
ção da Arborização Urbana do Município. O documento destacou a necessi- pal de Arborização Urbana de Mandaguari – PR (Figura 17), desenvolvido pe-
dade da escolha de espécies adequadas ao espaço urbano, de forma a com- la equipe da própria Prefeitura. O documento foi submetido ao MPPR no
patibilizá-las com os equipamentos urbanos, como redes de energia, etc. mesmo mês, sob aguardo para avaliação pelo CAOPMA.
“Arborização no município de Mandaguari é de grande importância para a No dia 20 de abril de 2015, o CAOPMA apresentou o Parecer Técnico
qualidade de vida, o que necessita para o momento é compatibilizar as árvo- nº 10/2015 a respeito do Plano Municipal de Arborização Urbana. Foram su-
res com os equipamentos urbanos e essa compatibilização é possível desde geridos 19 itens de mudança no documento oficial do Plano, sob condição de
que utilize-se adequadas espécies nos locais adequados” (MANDAGUARI, ser legitimado como Plano oficial da cidade.
2006b). Figura 17: Plano Municipal de Arborização Urbana
de 2014.
Em 2007, o MPPR promulgou a Recomendação nº 002, orientando os Fonte: MANDAGUARI (2014).
municípios à elaboração de um Plano de Arborização Urbana, com avaliação
junto ao IAP. Em 30 de Julho de 2010, o MPPR decidiu por transformar o Pro-
cedimento Investigatório por Dano Ambiental nº 003/99 em Inquérito Civil.
Em 2013, na gestão de Romualdo Batista, o MPPR deu continuidade
ao processo, exigindo da Prefeitura uma atualização sobre a elaboração do
referido Plano de Arborização. Em resposta, a Prefeitura, “ciente da impor-
tância da arborização no aspecto ecológico, estético e social da cidade, inici-
ou em 2013 uma articulação para promover um Plano de Arborização do Mu-

18
Este item corresponde à apresentação de uma síntese das principais
diretrizes, ementas e demais informações relacionadas à política de arboriza- Quadro 1: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 01).
Fonte: Dos autores (2017).
ção urbana nas esferas internacionais, nacionais, estaduais e municipais.
Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque
A Carta de Atenas define as áreas verdes ou espaços verdes como essenciais ao planejamento urbano, re-
comendando a criação desses espaços em bairros residenciais e considerando alguns objetivos, entre os
Internacional Carta 1933 Carta de Atenas
quais, o lazer, o paisagismo, a substituição do patrimônio histórico prejudicial e a redução dos limites da
densidade urbana.

Nacional Lei Federal 4.717/65 Regula a ação popular


Art. 4o A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em
caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001).
§2º A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em área urbana, dependerá de
Nacional Lei Federal 4.771/65 Código Florestal autorização do órgão ambiental competente, desde que o município possua conselho de meio ambiente
com caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual compe-
tente fundamentada em parecer técnico.

Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças,
Nacional Lei Federal 6.766/79 Uso e Ocupação do Solo os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do
projeto e do memorial descritivo.

Art. 158—A Prefeitura colaborará com o Estado e a União para evitar a devastação das florestas e estimular
a plantação de árvores;
Art. 162– A derrubada de mata dependerá de licença da Prefeitura, desde que observados os moldes esta-
belecidos pelos órgãos estaduais e federais
Municipal Lei Municipal 028/84 Código de Posturas §1º—A Prefeitura só concederá licença quando o terreno se destinar à construção ou plantio pelo proprie-
tário
§2º— A licença será negada se a mata for considerada de utilidade pública

19
Quadro 2: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 02).
Fonte: Dos autores (2017).

Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque

Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor,
Nacional Lei Federal 7.347/85 Ação Civil Pública a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e dá outras provi-
dências.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretri-
zes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem estar de seus habitantes.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadro, por cinco
Nacional Constituição 1988 Constituição Federal anos, initerruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I—Legislar sobre assuntos de interesse local;
VIII—promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX—promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizado-
ra federal e estadual.
Art. 5º As florestas e demais formas de vegetação nativa existentes no território paranaense ficam classifi-
cadas, para efeito das disposições desta Lei, em:
I—preservação permanente;
II—reserva legal:
III—produtividade;
Estadual Lei Estadual 11.054/95 Lei Florestal do Paraná
IV—unidades de conservação.
Art. 60. O Poder Executivo Estadual, através da autoridade florestal em convênio com a União ou com o
Município, fiscalizará a aplicação das normas desta Lei.
Parágrafo único. Nas áreas urbanas, referidas no art. 2º do Código Florestal Brasileiro, a fiscalização é de
competência dos municípios, atuando a União e a autoridade florestal do Estado supletivamente.
Recomendação ao manejo florestal sustentável para atendimento aos aspectos sociais, necessidades eco-
Internacional Agenda 21 1995 Princípios Florestais nômicas, ecológicas, culturais e espirituais das gerações presentes e futuras

20
Quadro 3: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 03). * - Sugerida leitura na íntegra.
Fonte: Dos autores (2017).

Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque


Seção III Art. 7º—O desenvolvimento urbanístico e o saneamento ambiental de Mandaguari serão pelas seguin-
tes diretrizes
- compatibilização da ocupação urbana com o sítio geográfico, de modo a contribuir para a garantia de um bom
Municipal Lei Municipal 191/96 Plano Diretor
padrão de qualidade urbanística e ambiental
- proteção e recomposição intensiva da arborização das áreas públicas e privadas, incluindo ruas, praças, matas
ciliares, lotes e quarteirões.
Implantação de Hortas e
Municipal Lei Municipal 252/97 pomares nas escolas na rede
de ensino municipal
Art. 14— São áreas verdes [....] áreas de mata natural, em propriedade pública, com árvores e plantas represen-
Código de Arborização e
Municipal Lei Municipal 257/97 tativas da flores de Mandaguari, localizadas na zona urbana, agrourbana e rural, determinadas pelo Município,
Ajardinamento Urbano*
que visem à preservação das águas, estabilidade dos solos, habitat da fauna e proteção paisagística.
Política de Proteção, Contro- Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) e do Fundo Municipal
le, Conservação e Recupera- do Meio Ambiente (FMMA)
Municipal Lei Municipal 269/97
ção do Meio Ambiente de
Mandaguari*
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação:
Pena—detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logra-
douros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena—detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo Único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.
Nacional Lei Federal 9.605/98 Lei de Crimes Ambientais
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de man-
gues, objeto de especial preservação:
Pena—detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio
público ou devolutas, sem autorização do órgão competente:
Pena—reclusão de 2(dois) a 4(quatro) anos e multa.
Proíbe o plantio das espé-
Municipal Lei Municipal 478/99 cies Ficus nos logradouros
públicos

21
Quadro 4: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 04). * - Sugerida leitura na íntegra
Fonte: Dos autores (2017).
Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque

Cria o Programa Municipal de


Municipal Lei Municipal 496/99
Hortas em Terrenos Baldios

Institui o Programa
Especial de Plantio de
Municipal Lei Municipal 578/00
Árvores nas Escolas da
Rede Municipal
Art. 1º Fica criado o Projeto Árvore da Vida, destinado ao plantio, em área reservada para esse fim, de árvo-
Municipal Lei Municipal 589/00 Projeto Árvore da Vida
res ligadas a fatos ou eventos memoráveis da vida dos munícipes e ao fomento da consciência ecológica.
Art. 2º—A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I—Garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como direito à terra urbana, ao saneamento ambi-
Nacional Lei Federal 10.257 Estatuto das Cidades*
ental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presen-
tes e futuras gerações.
g) a poluição e a degradação ambiental;
Art. 99. São bens públicos:

I—os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II—os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da adminis-
Nacional Lei Federal 10.406/02 Código Civil tração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III—os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pesso-
as jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Casos excepcionais, de utilidade,


pública, interesse social ou baixo
Resolução impacto ambiental, que
Nacional 369/2006
CONAMA possibilitam a intervenção ou su-
pressão da vegetação em Área de
Preservação Permanente (APP)

22
Quadro 5: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 05).
Fonte: Dos autores (2017).

Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque


Art. 1º - Determinar a inexigibilidade de aprovação prévia pelo IAP para o corte de árvores exóticas, situados em
áreas públicas que estejam localizadas no perímetro urbano dos Municípios, ficando tal demanda sob responsabili-
dade dos Municípios desde que atendidas suas diretrizes, programas e planos, em especial o Plano Diretor quando
existir.
Art.2º - No caso de retiradas significativas de árvores ou espécies que
representem interesse especial para a população, envolvendo remodelação de ruas e/ou avenidas, praças e par-
ques, deverá haver consulta pública com anuência do Ministério Público.
Art. 3º - O corte de árvores exóticas situadas em áreas públicas, localizadas no perímetro urbano dos Municípios
deverá atender prioritariamente os seguintes objetivos:
Estadual Portaria IAP 121/07 Corte de árvores exóticas - Promover a substituição por espécies adequadas à finalidade pretendida;
- Revigorar o paisagismo;
- Evitar riscos para a segurança do patrimônio ou da integridade física da
pessoas;
- Ser necessário para a realização de obras de interesse público e/ou social;
devidamente motivado por ato público.

1. que qualquer corte de árvores destinadas à arborização urbana, praças ou parques, só seja executado em qual-
quer espécie, nativa ou exótica, desde que apresente condições fitossanitárias desfavoráveis, atestada por profissi-
onal habilitado e, mediante autorização ambiental do Instituto Ambiental do Paraná, e em caso de negativa de
Recomendação- referido órgão ao IBAMA, em caráter supletivo;
Estadual 002/07 Corte de árvores urbanas
MPPR 2. que seja oficiado aos municípios de sua Comarca para que apresentem Plano de Arborização Urbana, submeten-
do à analise do Instituto Ambiental do Paraná, com cópia integral, em meio digital, ao Ministério Público, atestan-
do as condições fitossanitárias dos indivíduos existentes, com georreferenciamento.

Cria o Parque Natural


Municipal Lei Municipal 1325/08 Municipal Nossa Senhora
Aparecida

23
Quadro 6: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 06).
Fonte: Dos autores (2017).
Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque
Municipal Lei Municipal 1356/08 Plano Diretor Municipal
Art. 41. Nenhum elemento do canteiro de obras poderá prejudicar a arborização da rua, a iluminação pública, a
visibilidade de placas, avisos ou sinais de trânsito e outras instalações de interesse público.
Art. 66. Estacionamentos em áreas descobertas sobre o solo deverão ser arborizados e apresentar, no mínimo,
Municipal Lei Municipal 1408/08 Código de Obras uma árvore para cada 04 (quatro) vagas.
Art. 70. Para análise do espaço destinado ao estacionamento ou garagem deverá ser apresentada planta da
área ou pavimento com a demarcação das guias rebaixadas, acessos, corredores de circulação, espaços de ma-
nobra, arborização e vagas individualizadas, de acordo com o disposto nesta lei.
Art. 94.
§ 1° A Prefeitura fará projeto de manejo, recuperação e arborização das vias e logradouros públicos.
Municipal Lei Municipal 1410/08 Código de Posturas
§ 2° O particular interessado poderá substituir, às suas expensas, a árvore em seu passeio, desde que devida-
mente autorizado pela Prefeitura quanto ao local e espécie.
Atualiza a Lei de Zoneamen-
Municipal Lei Municipal 2422/13 to, Uso e Ocupação do Solo
Urbano
Art. 1º No ato de vistoria para erradicação de árvores mortas, condenadas ou de espécie cujo plantio é proibido
Disciplina a erradicação e ou não recomendado para o perímetro urbano, se esta for deferida, o munícipe será notificado para reservar e
Municipal Lei Municipal 1641/10 substituição de árvores do adequar espaço no respectivo passeio público para o plantio de uma nova árvore
passeio público Art. 2º - O órgão competente da municipalidade deverá utilizar no plantio da nova árvore, espécie adequada
para o perímetro urbano.
Art.2º - Os requerimentos de Autorização Florestal nas modalidades de corte de vegetação nativa para utilidade
pública ou interesse social, corte raso/desmate em área urbana e corte raso/desmate para fins de mineração
em área urbana ou rural deverão ser instruídos com a devida Publicação de súmula do pedido de Autorização
Florestal em jornal de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolu-
ção CONAMA nº 006/86 (as publicações deverão ser comprovadas através da apresentação dos respectivos
jornais – originais).
Estadual Portaria-IAP 225/11 Corte de Espécies Nativas
Art.3º - Os requerimentos de Autorização Florestal nas modalidades de corte de vegetação nativa para
utilidade pública ou interesse social, corte raso/desmate, bem como cortes isolados de árvores nativas
ameaçadas de extinção ou outras espécies nativas acima de 05 (cinco) exemplares e que se localizem
em área urbana deverão ser também instruídos com a devida Certidão do Município, quanto ao uso e
ocupação do solo e legislação municipal de meio ambiente, conforme modelo apresentado no ANEXO
8 da Resolução CEMA nº 065/2008.
24
Quadro 7: Relação das principais diretrizes aplicadas à Arborização Urbana (Parte 07). * - Sugerida leitura na íntegra
Fonte: Dos autores (2017).

Jurisdição Diretriz Nº Ementa Destaque


Art. 1o - A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as
áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financei-
ros para o alcance de seus objetivos.
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade
civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e
Nacional Lei Federal 12.651/12 Novo Código Florestal sociais nas áreas urbanas e rurais;
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
XX - área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa,
natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, in-
disponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade am-
biental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifesta-
ções culturais;
CRITÉRIOS PARA A EXTRAÇÃO DE ÁRVORES EM VIAS, PRAÇAS, PARQUES E LOGRADOUROS PÚBLICOS
Tags: Observações
Art.1º O Conselho de Defesa do Meio Ambiente define, no uso das suas atribuições legais, em complemento ao Art.
29 da Lei Municipal 257/1997, os seguintes critérios para a extração de árvores em vias, praças, parques e logradou-
ros públicos, mediante permissão e execução pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Meio Am-
Critérios para extração
biente e Turismo:
Resolução de árvores em vias, pra-
Municipal 002 I – Em terreno a ser edificado, quando o corte for indispensável à realização da obra;
COMDEMA ças, parques e logradou-
II – Quando a senilidade e a senescência da árvore justificar;
ros públicos
III – Nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos permanentes ao patrimônio público ou priva-
do;
IV – Quando se tratar de espécies exóticas invasoras, com propagação prejudicial comprovada;
V – Quando a prática da poda for insuficiente, em casos de risco iminente de interrupção do fornecimento de ener-
gia elétrica e/ou descargas elétricas, geradas pela interferência entre árvores e redes de alta e baixa tensão.
Art. 1º Ficam reconhecidas como espécies exóticas invasoras no estado do Paraná as espécies relacionadas nos Ane-
xos 1 (Plantas), 2 (Vertebrados) e 3 (Invertebrados) da presente Portaria.
§ 1º Os ambientes referenciados na lista de espécies exóticas invasoras (Anexos 1, 2 e 3) indicam que as espécies
Espécies Exóticas
Estadual Portaria-IAP 59/15 foram neles registradas. A não citação de um ambiente não significa que a espécie não possa tornar-se invasora no
Invasoras*
mesmo.
§ 2º A inclusão de indicação de caráter invasor de uma espécie pode ser oriunda de seu comportamento invasor
constatado em qualquer ambiente no estado do Paraná ou além de suas fronteiras.
25
Figura 18: Importância da Arborização Urbana.
Fonte: Dos autores (2017).

26
O Plano Diretor de Arborização Urbana de Mandaguari tem como objetivo geral fornecer informações que subsidiem o planejamento
e a implementação de políticas, programas, projetos e serviços públicos relativos a política de arborização urbana.

Entre os objetivos específicos, estão:


I. Descrever as principais características de Mandaguari relacionadas à arborização urbana;
II. Realizar o diagnóstico quali-quantitativo da arborização de ruas;
III. Definir melhores práticas de planejamento, implantação, manutenção e gestão da arborização urbana local;

Quadro 8: Cronograma de elaboração do Plano de Arborização Urbana.

Atividades/Meses Nov/2016 Dez/2016 Jan/2017 Fev/2017 Mar/2017


Levantamento bibliográfico
Coleta de dados
Tratamento dos dados
Análise dos dados coletados
Elaboração do Relatório Final
Apresentação dos Resultados
Audiência Pública
Fonte: Dos autores (2017).

27
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30
2
O Município de Mandaguari está situado na Mesorregião Norte Central A sede da Prefeitura está localizada na Avenida Amazonas, nº 500, Cen-
do Estado do Paraná , Microrregião Geográfica MRG—Maringá, sob as coor- tro de Mandaguari, onde se encontra a Divisão de Meio Ambiente (Foto 20).
denadas de Latitude 23° 32’ 51”S e Longitude 51° 40’ 12”W (Figura 19). Pos-
Foto 20: Sede do Município.
sui uma área de 336,323Km² (ITCG, 2017), altitude de 741m (ANEXO I)
(IPARDES, 2017), e distância de 390,80 km em relação a capital do Estado do
Paraná, Curitiba.

Figura 19: Localização do Município de Mandaguari, Estado do Paraná, Brasil.

Fonte: Dos autores (2017).

Fonte: ABREU (2006).

32
A cobertura vegetal existente na superfície terrestre constitui-se por matas virgens. São encontradas pequenas áreas em matas, onde ainda obser-
enorme diversidade de espécies e é resultante de um longo processo de evo- vamos o equilíbrio entre fauna e flora (IPARDES, 2017).
lução, proporcionado pela adaptação das plantas em conjunto com toda a
Figura 21: Corte de vegetação nativa em Mandaguari no início de sua colonização,
biosfera aos sucessivos ambientes geológicos e climáticos de nosso planeta
(NAKATA; COELHO, 1986 p.115).
A vegetação é o reflexo da interação de um conjunto de fatores natu-
rais, dentre os quais notadamente a latitude, a altitude, a formação pedológi-
ca e o clima. As abundantes precipitações pluviais em regime de alternâncias
climáticas durante o quaternário recente permitiram o surgimento de matas,
sobrepujando a dos campos através dos vales, dos rios, propiciando ao Esta-
do do Paraná, até poucos, uma das mais ricas áreas de mata do Brasil.
O município de Mandaguari está distribuído em área correspondente à
Bacia Hidrográfica do Pirapó (IPARDES, 2017), sob domínio da Floresta Estaci-
onal Semidecidual (IPARDES, 2017). De uma maneira geral, pode-se dizer que
Fonte: Autor desconhecido [s.d] (in: FACEBOOK, 2014 apud MEDEIROS, 2014).
o perímetro da área da Bacia do Pirapó está em área de formações da Flores-
ta Estacional Semidecidual (submontana) (ANEXO I).
As áreas de matas cederam lugar à atividade da pecuária e agricultura
(soja e cana-de-açúcar) (Figura 21). A redução da vegetação natural passou a
constituir-se por diferentes estágios sucessivos de vegetação secundária.
Atualmente, raros são os locais onde ainda podem ser encontradas
manchas de vegetação arbórea primitiva. A rigor, na região não existem mais

33
Embora sejam raros os locais onde ainda são encontradas manchas de Quadro 10: Áreas verdes de Mandaguari.
Item Tipo Nome Referência
vegetação arbórea primitiva, Mandaguari possui áreas de vegetação com po-
Rodovia BR 376(altura do Parque In-
1 APP Córrego Galo
tencial para manutenção do equilíbrio da biodiversidade. Somado a isso, o dustrial)
2 APP Córrego Jequeri Rua Maria Delgado Gonçalves
Município possui outras áreas que promovem a diversidade das espécies ve-
3 APP Córrego Curuá Rua Aquilino Fernandes Gulho
getais e proporcionam, entre outros benefícios, o lazer e o aumento da quali-
Ribeirão Keller (Córregos Arquibaldo e
4 APP Rua Arthur Luiz Lacerda
dade de vida. Mahu)
5 APP Ribeirão Keller (Córregos Tatuhy e Suarita) Rua Luiz Gori
Essas áreas são classificadas pelo Município como áreas verdes. Segun-
6 APP Córregos Tupiniquim e Tutoya Estradinha
do o Código de Arborização e Ajardinamento Urbano, o sistema de áreas ver- 7 APP Córregozinho Altura do Lote 24 (Zona Rural)

des contempla: 8 APP Córrego Poty Altura do Lote 24 (Zona Rural)


9 APP Córrego Juquiá Rua Zacarias de Vasconcelos

Art. 14 - [...] áreas de mata natural, em propriedade públi- 10 APP Ribeirão Tabatinga Rua Pedro Alvares Madeira
ca, com árvores e plantas representativas da flora de Man- 11 APP Ribeirão Vitória Parque da Pedreira
daguari, localizadas na zona urbana, agrourbana e rural,
12 RL Reserva Legal Rua Projetada G
determinadas pelo Município, que visem à preservação das
águas, estabilidade dos solos, habitat da fauna e proteção 13 HF Horto do IAP Rua Gomercindo Bortolanza
paisagística. (MANDAGUARI, 1997). 14 HF Horto do IAP Rua Mário Benedetti
15 PÇ Independência Av. Amazonas
Entre as áreas verdes da cidade, estão as áreas com cobertura 16 PÇ Igreja Bom Pastor Av. Amazonas

florestal de propriedade do IAP e da COPEL, as áreas de preservação perma- 17 PÇ Tiradentes Av. Amazonas
18 PÇ Geraldo Francisco Micheletti Av. Presidente Vargas
nente (APPs), reserva legal, remanescentes florestais nativos ou plantados,
19 PQ Nossa Senhora Aparecida Rua Zacarias de Vasconcelos
com fins de preservação da microbacia dos rios Pirapó e Caitu, assim como as
20 PQ Parque da Pedreira Rua Aroldo Ferreira
árvores da arborização em vias públicas, praças e parques da cidade (Quadro Fonte: Dos autores (2017).

10). Legenda:
PÇ: Praça PQ: Parque HM: Horto Municipal
HF: Horto Florestal RL: Reserva Legal APP: Área de Preservação Permanente
34
O neossolo litólico eutrófico típico e latossolo vermelho eutrófico Foto 22: Erosão em APP localizada no bairro Jardim Imperial.

típico, são as grandes ordens de solos que ocorrem na região (ANEXO II).
O solo originado pela decomposição do Basalto é do tipo Podzólico
Vermelho, conhecido como “terra roxa”. Consiste num solo argiloso de colo-
ração vermelho escuro, proveniente das alterações da Olivina e Epídoto.
Esses solos apresentam certo grau de evolução, mas não o suficiente
para decompor totalmente minerais primários de fácil intemperização, como
feldspato, mica, horblenda, augita e outros. As acumulações de óxido de fer-
ro, húmus e argilas, não são significativas a ponto de permitir identifica-los
como possuindo B textural ou B podzol (LARACH et. al., 1984 a).
Portanto, os solos da Bacia Hidrográfica do Ivaí (ANEXO III) são pouco
desenvolvidos e esse aspecto associado a pouca profundidade dos perfis e ao
relevo ondulado, os tornam suscetíveis ao processo de degradação, como a
Fonte: Dos autores (2017).
erosão superficial e o processo de percolação da água na parte interna
(Figura 22). Esses fatos requerem processos de manejo adequado para o uso
agrícola e urbano.
A formação geológica do município de Mandaguari fica no Planalto
de Apucarana na formação Serra Geral.

35
Situado no hemisfério sul, no ponto de afunilamento do extremo sul
Figura 23: Classificação climática de Koppen.
brasileiro e cortado pela linha do Trópico de Capricórnio, a região sofre in-
fluência de vários fatores macroclimáticos que originam a migração de mas-
sas de ar da zona atlântica equatorial e tropical, depressão baixa, nos meses
de verão, onde ventos dominantes são do Nordeste e Oeste, com força 3 na
Escala Beaufort; Infiltração de massas de ar frio da frente polar, nos meses de
inverno, impulsionadas por anticlones do atlântico sul em direção inversa ao
verão, ou seja, sudoeste e sul com força quase idêntica. A corrente marítima
quente do Brasil provoca uma expansão das características de clima tropical
quente e úmido em direção ao sul do Brasil (Paraná), tornando o ar mais úmi- Fonte: CAVIGLIONE et al (2000).
do e com temperaturas estáveis (CAVIGLIONE et al., 2000).
O clima predominante na região é do tipo subtropical úmido mesotér- Figura 24: Temperatura média anual.

mico, CFA , com verões quentes e geadas pouco frequentes (Figura 23).
A temperatura média do município de Mandaguari é de 21 graus centí-
grados (Figura 24), sendo que, a temperatura nos meses mais quentes é su-
perior a 22 graus centígrados, com máxima de 38,6 graus centígrados, em
Novembro, e a dos meses mais frios inferior a 18 graus centígrados, com mí-
nima de 16,8 graus centígrados, em Junho (CAVIGLIONE et al., 2000).

Fonte: CAVIGLIONE et al (2000).

36
As chuvas têm ocorrido em média de 1200 a 1400mm ao ano,
tendo como média de 175 a 200mm no mês de dezembro, o mais chuvoso, e Figura 26: Umidade relativa anual.

50 a 75 mm em julho, o mês mais seco (Figura 25). A umidade relativa do ar


tem uma média anual de 70,3% (Figura 26). Segundo Caviglione et. al. (2000),
os ventos predominantes na região próxima à Mandaguari têm Leste como
direção de maior frequência anual, sendo variável nas direções nordeste e
sudeste (Figura 27).

Figura 25: Precipitação média anual.

Fonte: CAVIGLIONE et al (2000).

Figura 27: Direção predominante do vento.

Fonte: CAVIGLIONE et al (2000).

Fonte: CAVIGLIONE et al (2000).

37
A fauna da região pertence à Província Zoogeográfica Guarani, caracte- possui ampla distribuição na área urbana da cidade, podendo ser encontrado
rizando a presença de animais de pequeno porte e ainda reduzido número de em qualquer região, possuindo hábitos sinantrópicos tão destacados que le-
indivíduos. Os dados disponíveis no Plano Diretor Municipal (2007) apresen- vam esses seres a ser confundidos com animais de estimação (Figura 29). Os
tam a ocorrência de aproximadamente 51 espécies de mamíferos, pertencen- hábitos urbanos dessa ave justificam-se nos hábitos dos próprios seres huma-
tes a 24 famílias e 9 ordens. nos, que varrem farelos e pequenos grãos ou mesmo chacoalham toalhas
Sobre os aspectos da avifauna, os reduzidos remanescentes florestais da cheias de restos de comida para fora de casa (SUPERINTERESSANTE, 2009).
região comprometem a sobrevivência de grande parte das espécies, princi-
palmente nas áreas de preservação permanente.
Mesmo assim, a diversidade de aves é bastante elevada, tendo sido re-
gistradas 427 espécies somente no baixo Tibagi, representando 61% da avi- Figura 28: Artibeus lituratus.
Fonte: NOVAES (2011).
fauna total do Estado do Paraná (ANJOS, 2002 apud IPARDES, 2004).
Galina e Gimenes (2006) destacaram a importância de serem mantidos frag-
mentos florestais na cidade, bem como a própria cobertura vegetal urbana
para a preservação da biodiversidade faunística. Exemplo disso é a constata-
ção de Gazarini (2008) ao observar a atuação de morcegos frugívoros
(Artibeus lituratus) nas copas de árvores urbanas de Maringá (Figura 28).
A Messoregião Norte Central possui a ocorrência de algumas espécies Figura 29: Passer domesticus.
Fonte: ANDINA (2012).
ameaçadas de extinção (PARANÁ, 1995 apud IPARDES, 2004). Algumas dessas
espécies dependem ainda dos remanescentes florestais e outras, por sua vez,
possuem hábitos sinantrópicos.
O Pardal (Passer domesticus), por exemplo, mesmo sendo exótico,

38
O Município de Mandaguari possui 34.425 habitantes e uma densidade (IBGE, 2011). Isto implica, portanto, em uma maior urbanização. A População
demográfica de 102,35 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2016). em Idade Ativa (PIA) do Município, ou seja, a quantidade de pessoas aptas a
Desde 1991 há um crescimento populacional de 22,56% , ao mesmo tempo exercerem atividades econômicas representa 28.654 (87,71%) do total, sen-
que no Estado do Paraná há um aumento de 33,07%, e no Brasil de 40,35% do a População Economicamente Ativa 18.290 (56%) e a População Ocupada
(IBGE, 2016). 17.487 (53,54%) (IBGE, 2011).
Quadro 10: Número de habitantes em Mandaguari, Estado do Paraná e Brasil por ano. Da distribuição populacional em Atividades Econômicas, destaca-se a

Ano Mandaguari Paraná Brasil Indústria de transformação (4.367), o Comércio (2.866) e a Agricultura

1991 28.086 8.448.713 146.825.475 (2.166) (IBGE, 2011). Em 2015, mais de 10.090 empregos locais foram distri-

156.032.944 buídos (IPARDES, 2017).


1996 28.451 8.942.244

2000 31.395 9.563.458 169.799.170


Foto 30: Fluxo de pessoas e veículos na principal avenida da cidade
2007 31.890 10.284.503 183.987.291

2010 32.658 10.444.526 190.755.799

2016 34.425 11.242.720 206.081.432

Fonte: IBGE (2016).

Do total de habitantes em 2010, 30.934 (94,72%) residem em área ur-


bana e 1.724 (5,28%) em área rural (IBGE, 2011). São 11.004 domicílios inseri-
dos na área urbana (94,10%) e 689 na área rural (5,90%) (IBGE, 2011). A taxa
de crescimento geométrico populacional por tipo de domicílio em Manda-
guari apresenta 0,90% em área urbana e decréscimo de 5,74% em área rural
Fonte: Dos autores (2017).

39
No aspecto socioeconômico, Mandaguari apresenta um PIB per capita cionam o Município em 29º lugar em relação ao Estado e 526º lugar no Bra-
de R$25.756 (a cada Unidade de R$1,00), em relação a R$30.265 do Paraná e sil.
Foto 31: Vista parcial do Parque Industrial I.
R$26.445 do Brasil (IPARDES, 2017). No que diz respeito aos ramos de ativi-
dades locais, a Produção Primária contribuiu em 2015 R$125.351.413, a Pro-
dução Industrial R$456.029.008 e Comércio e Serviços R$156.869.515
(IPARDES, 2017). Isto reflete a característica do Município na região em virtu-
de da sua força no setor industrial.

Quadro 11: Produção a cada unidade de R$1,00 por ramos de atividade em Mandaguari.

Ramo de Atividade Produção (R$)

Produção Primária 125.351.413 Fonte: Dos autores (2017).

Produção Industrial 456.029.008


Foto 32: Vista parcial do Parque Industrial I.
Comércio e Serviços 156.869.515

Recursos/Autos (1) 646.974

Total 738.896.910
Fonte: IPARDES (2017).

Mandaguari apresenta Índice de GINI inferior à média Estadual e Naci-


onal, sendo 0,4513, 0,5416 e 0,6086, respectivamente. Quanto menor o índi-
ce, maior a desigualdade social encontrada. Em relação ao Índice de Desen-
volvimento Humano Municipal, Mandaguari possui IDH-M de 0,751, onde a
Longevidade apresenta o maior Índice (0,840), seguido por Renda (0,732) e
Educação (0,689). A renda per capita local é de R$762,54. Esses índices posi-
Fonte: Dos autores (2017).

40
A Prefeitura do Município de Mandaguari elabora todo o processo de
zoneamento urbano a partir do Plano Diretor Municipal (2007). De acordo Figura 33: Bairro Paris em processo de loteamento.

com a Lei Complementar nº. 1.356/2008, são realizados estudos e posterior-


mente a definição da expansão da malha urbana, bem como a escolha de pa-
râmetros para a construção e execução de projetos.
O Mapa de Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo (Figura 35) apresen-
ta as áreas residenciais, industriais, de controle ambiental, interesse social e,
por último, a zona de expansão urbana (localizada na cor laranja). Esta área
possui elevado potencial para o desenvolvimento de projetos de arborização,
dentro dos novos critérios a serem estabelecidos por este Plano.
Fonte: Taguchi (2016).
Segundo informações obtidas no Portal Interativo do Paranacidades,
Mandaguari possui 121.180,60m de ruas asfaltadas (PARANACIDADES, 2017).
Considerando estes valores, há um potencial para plantio de árvores nesta
Figura 34: Bairro Cj. Boa vista em processo de arborização.
extensão das ruas pavimentadas (Figuras 33 e 34).
Segundo as diretrizes do Sistema Viário do Município, Lei Complemen-
tar nº 1.412/2008, a arborização urbana precisa ter em média uma distância
de 10 metros de uma árvore para outra. Considerando os 121.180,60m de
vias pavimentadas, há um potencial para a quantidade de 12.118,06 árvores
nas ruas, isso sem contar critérios como espaçamento em relação à esquina,
equipamentos urbanos, bem como o plantio em praças, parques e demais
áreas verdes da cidade.

Fonte: Taguchi (2016).

41
Figura 35: Mapa de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo.
Fonte: Mandaguari (2007).

42
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43
TAGUCHI. Bairro Paris. Fotografia. Cor. 2016. Disponível em: <http://
www.mandaguaripr.com.br/bairros.php>. Acesso em: fev. 2017.

TAGUCHI. Bairro Cj. Boa Vista. Fotografia. Cor. 2016. Disponível em: <http://
www.mandaguaripr.com.br/bairros.php>. Acesso em: fev. 2017.

44
3
O inventário de arborização pode ser definido como uma “atividade
Foto 36: Realização do inventário de arborização urbana em Mandaguari.
que visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais
existentes em uma determinada área” (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2007,
p.18).
Segundo Takahashi (1994 apud SILVA, 2003), os principais objetivos de
um inventário são:

• Conhecer o patrimônio arbóreo;


• Definir uma política de administração a longo prazo;
• Estabelecer previsões orçamentárias para o futuro;
• Preparar um programa de gerenciamento de árvores;
• Identificar necessidades de manejo;
• Definir prioridades nas intervenções;
• Localizar áreas de plantio;
• Localizar árvores com necessidade de tratamento ou remoção;
• Utilizar a árvore como um vetor de comunicação.

O inventário pode ser realizado na forma de censo ou através de amos-


tragem. No caso do Município de Mandaguari, o inventário é classificado co- Fonte: Dos autores (2017).
mo quali-quantitativo, realizado pelo método de amostragem, com processo
por conglomerado.

46
A amostragem consiste em observar apenas uma porção da população atender geograficamente todas as regiões da cidade com ocupação ur-
para se atingir estimativas representativas do todo. Algumas das vantagens bana, além do maior número de bairros possíveis da cidade.
de se utilizar amostragem na coleta dos dados são: custo reduzido, maior ra-
pidez e maior amplitude e flexibilidade quanto aos tipos de informações que Figura 37: Mapa do Município de Mandaguari quadriculado em escala 1:150.000.

podem ser coletadas (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2007, p.18).


A principal razão para a utilização do processo por conglomerado é a
não existência de uma lista que identifique todos os elementos da população,
sendo possível produzir somente uma lista de unidades maiores
(conglomerados) distintas e identificáveis que contêm todos os elementos
amostrais. Neste trabalho, a construção dos conglomerados foi feita de acor-
do com os procedimentos seguintes:

• Obtenção de um mapa em escala 1:150.000;


• Recorte do mapa em quadrículas, com numeração nas linhas (a até dd)
e nas colunas (1 a 33), em dimensões 150mx150m, levando em consi-
deração o tamanho da maior quadra da cidade;
• As quadriculas vazias (sem identificação de ocupação urbana) foram
eliminadas para o cálculo das quadriculas válidas;
• Foram totalizadas 957 quadrículas, sendo 460 válidas para o cálculo;
• Para a sistematização da escolha das quadrículas, foram levadas em Fonte: Adaptado de Mandaguari (2016).

consideração a escolha de no mínimo uma quadricula por linha para

47
Como descrito anteriormente, o método de coleta de dados consistiu Quadrícula Bairro Frequência Percentual
na divisão da região de Mandaguari em 460 conglomerados válidos. Dentre Centro
J21 / 07 Hawai II 81 9,42%
os 460 conglomerados, foram selecionados 16 conglomerados para compor a
Hawai I
amostra e todas as árvores presentes nos 16 conglomerados foram avaliadas. Boa Vista
Assim, obteve-se um total de 860 árvores registradas no total dos 16 conglo- J29 / 16 Alípio Costa 40 4,65%

merados definidos (Quadro 12). Em relação aos cálculos de precisão das esti- Da Mata
Centro
mativas obtidas e descrição dos procedimentos utilizados para a coleta dos
Santa Inês
K22 / 08 39 4,53%
dados, entre outras informações aprofundadas, sugere-se a leitura da Versão Brianez
Independência
Completa do Relatório (ANEXO DIGITAL).
L18 / 09 Centro 40 4,65%

Quadro 12: Conglomerados coletados. M27 / 10 Centro 70 8,14%


Ipacaray
Frequência
Quadrícula Bairro Percentual N06 / 11 Cj. Mandaguari 96 11,16%
(árvores)
Jd. Lorena Ernesto Trolezzi
D14 / 01 Jd. Do Sol 70 8,14% Tancredo Neves
O10 / 12 40 4,65%
Jd. Delgado Esplanada
Cristina II São Marcos
E16 / 02 49 5,70% P18 / 13 50 5,81%
Gleba Patr. Mandaguari Esplanada
F05 / 03 Industrial II 9 1,05% Brasília
Q22 / 14 Vila Nova 44 5,12%
G06 / 04 Progresso II 66 7,67%
Esplanada
Progresso II
H04 / 05 Planalto 67 7,79% R27 / 15 Centro 49 5,70%
TOTAL 860 100,00%
PE. Max Kauffman
Industrial I Fonte: Dos autores (2017).
I08 / 06 50 5,81%
Progresso II

48
Mandaguari possui no momento 66 bairros (Figura 38) (TAGUCHI, 2017). Como referido anteriormente, o diagnóstico obteve informações de
16 quadrículas, representando um total de 27 bairros. O Centro foi o bairro com maior repetição de quadrículas, levando em consideração a sua
importância no histórico da arborização na cidade e o seu tamanho em relação aos demais bairros da cidade.
Figura 38: Mapa dos Bairros de Mandaguari Atualizado.
Fonte: Taguchi (2017).

49
A Figura 39 representa as 860 amostras coletadas na cidade. A planilha com o banco de dados sobre todas as características coletadas por
árvore está disponibilizada no ANEXO DIGITAL deste Plano.
Figura 39: Mapa do Inventário de Arborização Urbana.
Fonte: Taguchi (2017).

50
A frequência observada na amostra de árvores por espécie indica que há uma estimativa de 24.736 árvores na cidade, incluindo árvores em pas-
seios, praças e canteiros em geral. Esse valor estimado é quem nos dará os resultados estatísticos pensando na população da cidade. As Sibipirunas
(Caesalpinia peltophoroides) são, segundo as estimativas, predominantes, com 6.268 unidades, ou 25,35%, seguido de Oiti (Licania tomentosa) com 3.335
(13,49%) e Cerejeira (Prunus serrulata) com 1.208 (4,88%). Espécies não recomendadas estimadas representam um total de 2.991 (12,09%), com destaque
para a Murta (Murraya paniculata) com 1.121 (4,53%), Mangueira (Magnifera indica) com 460 (1,86%) e Ligustro (Ligustrum sp.) com 431 (1,74%). As espé-
cies Não Identificadas (NI) estimadas representam um total 1.438 árvores na cidade (5,81%).
Figura 40: Estimativa de árvores em Mandaguari.
Fonte: Dos autores (2017).

51
Figura 42: Idade das árvores. Figura 41: Diversidade de espécies.
Fonte: Dos autores (2017). Fonte: Dos autores (2017).
Diversidade de espécies

Idade das árvores

Figura 43: Bairros com maiores índices de arborização.


Fonte: Dos autores (2017).
Bairros com maiores índices de arborização

52
Área livre Localização

Figura 46: Localização das árvores no ambiente urbano.


Figura 44: Área livre no entorno das árvores.
Fonte: Dos autores (2017).

Fonte: Dos autores (2017).


Médias

Figura 45: Valor das médias das principais características das árvores, como CAP, pri-
meira bifurcação, altura, raio, diâmetro e distâncias em relação aos equipamentos
urbanos (lixeira, poste, garagem, bueiro, caixas de inspeção e outras árvores), além
de medidas das árvores até o alinhamento predial e o meio-fio.
Fonte: Dos autores (2017).

53
Figura 48: Média do CAP por espécie. Figura 47: Largura das calçadas onde as árvores
Fonte: Dos autores (2017). estão localizadas.
Fonte: Dos autores (2017).
Largura das calçadas

CAP por espécie

Figura 50: Largura das ruas onde as árvores estão


localizadas.
Fonte: Dos autores (2017). Figura 49: Média da altura por espécie.
Fonte: Dos autores (2017).
Altura por espécie

Largura das ruas

54
Figura 52: Médias das medidas do diâmetro da Figura 51: Tipos de podas existentes.
copa (por espécie). Fonte: Dos autores (2017).
Fonte: Dos autores (2017).
Podas existentes

Diâmetro da copa (por espécie)

Figura 53: Médias das medidas do raio da copa


(por espécie)
Fonte: Dos autores (2017).

Figura 54: Tipos de manejos necessários nas árvores.


Fonte: Dos autores (2017).
Raio da copa (por espécie)

Necessidades de manejo

55
Figura 56: Tipos de fiação existentes. Figura 55: Existência de conflitos
Fonte: Dos autores (2017). da copa com a fiação.
Fonte: Dos autores (2017).

Tipo de fiação
Conflito com a fiação

Figura 57: Existência de interferências da copa na passagem


de pedestres e/u veículos.
Figura 58: Ausência ou presença de fiação. Fonte: Dos autores (2017).
Fonte: Dos autores (2017).
Fiação
Interferência da copa

56
Figura 60: Avaliação das condições do tronco.
Fonte: Dos autores (2017).
Figura 59: Existência de afloramento de raízes.
Fonte: Dos autores (2017).

Condições do tronco
Afloramento das raízes

Figura 62: Nível de inclinação das árvores. Figura 61: Avaliação das condições da copa.
Fonte: Dos autores (2017). Fonte: Dos autores (2017).
Inclinação
Condições da copa

57
Figura 64: Quantidade de lesões existentes nas árvores. Figura 63: Avaliação das condições
Fonte: Dos autores (2017). fitossanitárias ds árvores.
Fonte: Dos autores (2017).

Lesões
Condições fitossanitárias

Figura 65: Quantidade de pragas e doenças existentes nas


Figura 66: Tipos de lesões existentes. árvores.
Fonte: Dos autores (2017). Fonte: Dos autores (2017).
Tipos de lesões
Pragas e Doenças

58
Os problemas mais observados durante o diagnóstico dizem respeito a podas
mal realizadas ou excessivas, desalinhamento e descontinuação dos plantios, área
livre no entorno das plantas com menos de 1m2 e lesões provenientes de ações

Figura 67: principais problemas encontrados


antrópicas (perfurações, descascamentos, impactos, entre outros).
Foram elencadas, nos quadros seguintes, todas as variáveis coletadas duran-
te o inventário, comentando-se sobre que tipo de problema/conflito existe em ca-
da uma dessas variáveis.

Fonte : Dos autores (2017).


Quadro 13: Problemas quanto a Bairros e Diversidade de espécies.
Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados


Bairros como o Parque Industrial II e os conjuntos de bairros da
amostragem, como parte do Centro, Santa Inês e Brianez; Boa
Vista, Alípio Costa e Da Mata; Tancredo Neves e Esplanada apre-
Bairros sentaram menores índices de arborização, sendo 9 (1,05%), 39
(4,53%) e os dois últimos 40 (4,65%), respectivamente. Esses da-
dos indicam a necessidade de realização de plantios nessas locali-
dades.
A espécie Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) possui índice já
considerado acima do recomendado, que não deve ser ultrapassar
os 10-15% (GREY; DENEKE, 1986 apud SAMPAIO, 2008). O índice
da espécie Oiti (Licania tomentosa) também está se elevando, à
medida que os plantios sem critério vão sendo realizados. Estima-
se que 2.726 árvores são passíveis de remoção, sendo 1.001 tão
somente por serem espécies exóticas invasoras (IAP, 2009); 1.121
Diversidade por serem da espécie Murta (Murraya paniculata), conforme Lei
de espécies Estadual nº 15.953/08 (ADAPAR, 2008); 374 por serem da espécie
Ficus (Ficus sp.; Lei Municipal 478/99) e 230 por serem a espécie
Espirradeira (Nerium oleander), tóxica (BARG, 2004 apud HO-
FFMANN, 2007). Esses dados indicam que o nível de conhecimento
da lei por parte dos munícipes ainda é pequeno e que o Poder
Público não tomou as medidas estabelecidas pelas Leis já estabele-
cidas quanto a essas espécies. Todas essas remoções exigem pla-
nejamento para que não sejam realizadas de maneira abrupta.

59
Quadro 14: Problemas quanto a Idade das árvores e Largura da rua.
Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados

Foram identificadas 3 árvores mortas (0,35%), que precisam ser removidas. A estima-
tiva de 86 árvores mortas no município requer atenção para sua remoção, além de
Idade
indicar que podem haver problemas com a infestação de pragas ou mesmo danos
antrópicos a essas árvores.
Muitas árvores de pequeno porte foram observadas em ruas mais largas e sem fiação,
tornando o sombreamento disforme e insuficiente. Do mesmo modo, árvores de
Largura da rua
grande porte foram vistas em ruas mais estreitas, levando ao adensamento do som-
breamento e ao aumento dos riscos de interferências com outros elementos urbanos.
Figura 68: principais problemas encontrados
Fonte : Dos autores (2017).

60
Em relação às características da população estimada de Mandaguari, estão:

Quadro 15: Problemas quanto a Área livre e Largura da calçada.


Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados


Área livre menor que 1m2 leva a danos às raízes, principalmente em ár-
vores de grande porte, pois a drenagem de água e a quantidade de oxigê-
nio tornam-se reduzidas (SEITZ, 1996). Esta variável, ao apresentar um
Área livre
índice de 42,14% de árvores com área livre menor de 1m 2 e 10,83% de
árvores sem área livre, indica emergência em ações de readequação e
padronização dos canteiros.
Há um risco de adoecimento das árvores por estarem em áreas livres
com menos de 1m² ou crescimento desordenado por estarem em áreas
localizadas sem calçada. Os problemas mais observados nessa variável
Largura da
foram referentes à falta de um calçamento padronizado e contínuo, le-
calçada
vando os elementos urbanos a serem inseridos fora do alinhamento, cau-
sando desproporção estética e impedindo a mobilidade urbana. Calça-
das ecológicas invertidas também caracterizaram um problema.

Figura 69: Principais problemas

Fonte : Dos autores (2017).


encontrados.
61
Quadro 16: Problemas quanto a Interferência da copa, Distância do meio-fio, Distância do alinhamento
predial, Diâmetro da copa e Raio da copa.

Fonte: Dos autores (2017).


Figura 70: Principais problemas encontrados.
Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados

Houve constatação de árvores com copas que estão interfe-


rindo na passagem de veículos e/ou pedestres, indicando a
Interferência da copa necessidade de planejamento de podas de levantamento de
copa, no intuito de evitar acidentes e melhorar a mobilidade
urbana.

Algumas árvores apresentaram alinhamento rente ao meio-


fio, sendo esta circunstância devida ao grande porte dessas
Distância do meio fio árvores em conjunto com erros de alinhamento durante o
plantio. Algumas plantas acabaram até mesmo por invadir a
pista de rolamento.

Apesar de a média dessa variável ter sido considerada apro-


priada, alguns casos requerem atenção, pois há existência de
árvores que nasceram ou foram plantadas junto ao alinha-
Distância do alinhamento predial
mento predial, o que acarreta em danos ao patrimônio
(público ou privado), além de o desenvolvimento da planta
ser prejudicado.
Algumas árvores apresentaram diâmetro em desconformida-
de com os padrões de sua espécie devido à realização errô-
Diâmetro da copa
nea de podas, e até mesmo a descaracterização completa do
formato da árvore.
A medida do raio de algumas árvores de grande porte ultra-
passa a largura da rua, chegando inclusive a conflitar com a
rede aérea existente do outro lado da rua. Essas medidas
Raio da copa exageradas também foram visíveis em árvores que possuem
poda em V, onde há abertura exagerada do miolo de sua
copa, ficando os galhos voltados para a rua e para o alinha-
mento predial.

62
Fonte das imagens: Dos autores (2017).
Figura 71: Principais problemas encontrados.
Quadro 17: Problemas quanto a Condição da copa, Condição do tronco
e Afloramento das raízes.
Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados


11.385 (46,04%) árvores da cidade apresentam algum tipo
de deformação na copa. Isso representa a possibilidade de
essas plantas virem a causar algum dano futuro devido ao
Condição da copa crescimento de brotos epicórmicos (que são mais fracos) e
também ao crescimento desordenado do sistema radicular
(que tende a crescer para suprir os danos ocorridos na par-
te aérea da planta (SEITZ, 1996).
Embora 49,30% das árvores da cidade apresentem condi-
ções do tronco normais, 12.535 (51,70%) árvores apresen-
tam algum tipo de deformação, que indicam tortuosidades
Condição do tronco naturais ou de origem antrópica. Muitas vezes essas defor-
midades não geram grandes prejuízos, mas o aspecto visu-
al é comprometido e, dependendo da deformação, a planta
pode desestruturar-se e cair (SEITZ, 1996).
A identificação de árvores com afloramento de raízes re-
presenta um conflito com calçadas e possíveis equipamen-
Afloramento das raízes
tos urbanos. Além disso, esse tipo de situação pode levar
pedestres a sofrer acidentes.

63
Quadro 18: Problemas quanto a Distância da garagem, Tipo de fiação, Conflito com fiação e Inclinação. Fonte: Dos autores (2017).

Variável

Distância da garagem Tipo de fiação Conflito com fiação Inclinação


Problemas encontrados

Em alguns casos, a distância entre a árvore Cerca de 6.325 (25,58%) das árvores de Embora os valores relativos à ausência de Estima-se que 345 (1,40%) das árvores
e a garagem foi inferior a 1m, o que pode Mandaguari estão em contato ou poderão proximidade com a fiação sejam expressi- apresentam inclinação elevada, onde
gerar conflitos e trazer futuros prejuízos. vir a ter contato com a rede simples, indi- vos, há um número considerável de árvores há maior preocupação sobre o seu risco
Esse tipo de situação acontece devido a cando que a concessionária de energia em conflitos diretos com a rede de energia. de queda. Esse problema pode ser pro-
plantios sem planejamento: são inseridas deve estar constantemente amparando a Esse tipo de conflito causa transtornos e a veniente de plantios errôneos, ausência
mudas jovens e pequenas nas proximida- Prefeitura na realização de serviços de cor- árvore muitas vezes acaba sofrendo as con- ou deficiência de tutoramento e até
des da entrada da garagem, acreditando-se te e poda de árvores que possam apresen- sequências da falta de planejamento. mesmo união de vários fatores, inclusi-
ser uma distância suficiente, mas quando tar algum risco. ve ação dos ventos (SEITZ, 1996).
essas árvores crescem, por serem de mé-
dio a grande porte, avançam sobre o espa-
ço outrora deixado.
Figura 72: Principais problemas encontrados.
Fonte: Dos autores (2017).

64
Figura 73: Principais problemas encontrados.
Fonte : Dos autores (2017).

Variável
Problemas encontrados

Fitossanidade geral Pragas e doenças Lesões


O resultado da avaliação dos aspectos fitossanitários pode Há um número considerável de árvores com pragas/doenças, o 13.915 (47,01%) árvores apresentam algum tipo de
indicar que árvores precisam ser substituídas. Estima-se que pode determinar a piora do quadro dessas árvores e tam- lesão, o que pode comprometer sua saúde e aumentar
que pelo menos 690 árvores deverão ser avaliadas por bém a disseminação de pragas em outras espécies. A grande o risco de queda. A maioria das lesões observadas con-
possuírem fitossanidade muito ruim, pois podem ser árvo- quantidade de árvores com cancro de tronco indica necessida- siste em descascamento e/ou em riscos no fuste das
res que apresentem alto risco de queda. de de contenção de intervenções exageradas, já que esse tipo árvores, além de materiais fixados e lesões por insetos.
de doença pode aparecer após podas mal realizadas e/ou ex- Entre outros tipos de lesões, estão os provenientes de
cessivas (MARTINS, 2010). podas mal realizadas/excessivas e impactos de veícu-
los.

Quadro 19: Problemas quanto a Fitossanidade geral, Pragas, Doenças e Lesões.


Fonte: Dos autores (2017).

65
Quadro 20: Problemas quanto a tipos de lesões. Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados

Os resultados indicam uma necessidade de manejo de recuperação das árvores, tendo em vista que 13.110 (53,03%) necessitam de um tipo de intervenção
específica para recuperação. Os tipos de lesões mais observados foram descascamentos e riscos, em que a planta é ferida com instrumentos cortantes ou mes-
mo tem sua casca removida por mero vandalismo. Muitas árvores também são acometidas por fixação de materiais, principalmente pregos, para posterior uso
Tipos de lesões como lixeira (pendura-se sacolas com lixo nesses pregos). As lesões provenientes de intervenções mal realizadas também é destaque, principalmente quando a
planta é descaracterizada por podas excessivas. Foram registradas, também, árvores com anelamento, com tinta e com sinais de impacto de veículos. Todas
essas situações indicam que a cultura dos munícipes em relação às árvores precisa ser trabalhada, com ações voltadas à sensibilização e conscientização ambi-
ental.

Fonte: Dos autores (2017).


Figura 74: Principais problemas encontrados.
Podas excessivas e errôneas

Anelamento

Impacto de veículos

Materiais fixados

66
Quadro 21: Problemas quanto a tipos de podas existentes.
Fonte: Dos autores (2017).
Variável Problemas encontrados
Estima-se que 19.550 árvores tenham sofrido algum tipo de poda, incluindo desbaste, drástica, “L”, “U” e “V”, e apenas 29 paisagística. Isso reflete uma falta
de manejo adequado e uma baixa quantidade de trabalho ornamental nas árvores da cidade, o que pode ser justificado pelo fato de que os munícipes interes-
sados nessas podas ornamentais é que procuram profissionais autônomos para a realização do serviço. As estimativa de 3.249 árvores com podas drásticas é
Tipos de poda existentes alarmante, pois indica despreparo e desinformação da população em relação a esse tema, já que a prática é vista, culturalmente, como adequada, sendo que
na verdade não é recomendada e pode trazer prejuízos permanentes (BAGATINI, 2012). A prática constante, repetitiva e, em alguns casos, má conduzida, pode
prejudicar a planta e deixá-la exposta a agentes nocivos (LILLY, 199 apud FRIGOTTO et. al., 2014) e, por isso, os resultados desta variável estão intimamente
ligados à ocorrência de doenças e pragas na arborização de Mandaguari.
Figura 75: Principais problemas encontrados.
Fonte: Dos autores (2017).

Drástica U seguida de L Paisagística

67
Indicação para controle de Indicação para remoção por Indicação para remoção de Quadro 22: Problemas quanto a Necessidade de manejo
pragas e doenças localização errada manilha Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados


Há uma necessidade de controle
de riscos em virtude dos resulta-
dos sobre a necessidade de ma-
nejo, tendo em vista que o con-
trole de pragas, doenças e ne-
cessidade de remoção represen-
tam juntas, 10.896 (44,07%) das
árvores na cidade. A indicação
para remoção foi baseada nas
condições fitossanitárias, na le-
gislação pertinente às espécies
proibidas e à localização total-
mente fora do padrão (em esqui-
Necessidade nas e junto ao alinhamento pre-
de manejo dial, por exemplo). Foram cons-
tatados uma grande quantidade
Figura 76: Principais problemas encontrados.

de casos de canteiro não ade-


quado, inclusive com presença
de manilha e mureta. Plantios
recém-realizados também preci-
sam de atenção, pois foram re-
gistradas situações em que as
Fonte: Dos autores (2017).

mudas não estão em tamanho


adequado, assim como o tutora-
mento, o amarrilho e o gradil.
Todas essas informações devem
ser trabalhadas junto à popula-
ção de maneira emergencial.

Indicação para remoção de Indicação para adequação do Indicação para remoção por
mureta canteiro, do tutor e poda fitossanidade ruim

68
Quadro 23: Problemas quanto a CAP e Altura por espécie.
Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados

O plantio da espécie Oiti (Licania to-


mentosa) vem sendo feito de maneira Figura 77: Principais problemas encontrados.
indiscriminada por toda a cidade, o que Fonte: Dos autores (2017).
pode ser constatado pela média de
CAP ser inferior ao que plantas dessa
espécie apresentariam caso fossem
adultas, e também pelo seu índice de
CAP por espécie diversidade estar superior ao de outras
espécies. Outras espécies que possuem
porte médio a grande e que demons-
traram valores baixos de CAP indicam
que alguns desses indivíduos estão em
desenvolvimento, podendo ainda não
ter chegado ao seu nível mais elevado
de maturidade.

A média de altura das Sibipirunas


(Caesalpinia peltophoroides) foi de
11,01m, mostrando que a maioria das
árvores dessa espécie estão em fase
adulta. Sabe-se que esta é uma espécie
com capacidade de crescimento que
pode vir a gerar conflitos com equipa-
mentos urbanos e a própria população.
Altura por espécie Por isso, é importante a constante ava-
liação desses indivíduos arbóreos exis-
tentes na cidade. A espécie Angico
(Anadenanthere colubrina) teve o mai-
or registro de altura (13,80m). Estima-
se a existência de cerca de 29 árvores
dessa espécie na cidade, que podem vir
a causar algum tipo de problema devi-
do à sua altura.

69
Quadro 24: Problemas quanto a Raio e Diâmetro por espécie.
Fonte: Dos autores (2017).

Variável Problemas encontrados

A média do diâmetro da copa das Sibipi-


runas (Caesalpinia peltophoroides) foi de
11,88m, sendo este um valor um pouco
acima dos padrões dessa espécie em sua
fase adulta, que é tido como aproximada-
mente 7m (GUIA, 1988 apud PIVETA; FI-
LHO, 2002). Cruzando-se as informações
obtidas sobre a diversidade e a quantida-
de de espécies no município, é possível
Diâmetro afirmar que os indivíduos arbóreos desta
por espécie espécie são, atualmente, fortemente
responsáveis pelo equilíbrio ecológico da
cidade, uma vez que essa copa densa
colabora com a manutenção do estoque
de carbono (FRIGOTTO et. al., 2014). Sen-
do assim, o problema instala-se no exage-
ro de intervenções antrópicas em relação
a esta e a outras espécies de grande por-
te, principalmente a realização de cortes
e podas sem determinados critérios.
As podas mal conduzidas têm originado
copas distorcidas, principalmente as po-
das em L e em V. A poda em L resulta em
uma copa com raio menor do que deveria
Raio possuir, interferindo diretamente nos
por cálculos de índice de área verde/
espécie habitante, no sombreamento local, na
estética paisagística, na fitossanidade da
planta e, além disso tudo, pode levar a
Figura 78: Principais problemas encontrados.
planta à queda, já que sua estrutura foi
Fonte: Dos autores (2017).
danificada.

70
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72
4
As árvores a serem inseridas na área urbana de Mandaguari deverão possuir algumas características que viabilizem seu bom desenvolvimento e per-
mitam os benefícios da arborização em seu entorno.
Considerando todos os problemas observados, a intenção é fazer com que eles diminuam gradativamente, à medida em que as novas plantas vão sen-
do inseridas. No entanto, é importante lembrar que cada caso deve ser avaliado, uma vez que alguns conflitos são quase impossíveis de serem evitados. As-
sim, a opção será “errar o menos possível” (GONÇALVES; PAIVA, 2004).
É importante considerar que a vegetação local deve ser preferencialmente escolhida para compor a arborização urbana, uma vez que possuem carac-
terísticas de adaptabilidade ao clima, ao solo e demais condições bioclimáticas locais.
A tabela a seguir mostra os critérios a serem considerados durante a escolha de espécies para plantio em áreas urbanas, com orientações importantes dos
autores Wantuelfer Gonçalves e Haroldo Nogueira de Paiva (2004).

Quadro 25: Critérios para escolha de espécies em áreas urbanas (Parte 01).

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE ESPÉCIES


Critérios Definição

Diversidade de Espécies A diversidade de espécies facilita a manutenção e amplia a beleza estética.

Uma única espécie não deve ultrapassar o limite de 10 a 15% do total de quantidade de árvores de um
Limite de Espécies
mesmo bairro ou de uma mesma região.

Facilita a manutenção, pois são mais adaptadas ao bioclima local, além de permitir a interação da avi-
Preferência a Espécies Nativas
fauna local.
Utilizar espécies caducifólias em um município pertencente a uma região fria pode ser uma boa opção
Conhecimento das Condições Climáticas Locais para aproveitamento de luz e calor do sol. Já em locais mais quentes, espécies perenes devem ser esco-
lhidas.
Conhecer a maneira como as espécies se comportam em meio urbano pode colaborar com a escolha
Conhecimento do comportamento de Espécies das mesmas. Não havendo tal conhecimento, sugere-se a realização de plantios experimentais e poste-
rior monitoramento.

Escolher plantas que possuam copa com formato e dimensão adequados ao espaço disponível pode
Formato da Copa
evitar conflitos futuros.

Raízes pivotantes, que possuem um enraizamento mais profundo, pode colaborar com a manutenção
Formato do Sistema Radicular
de calçadas, asfaltos e construções.

Fonte: Adaptado de GONÇALVES; PAIVA (2004).

74
Quadro 26: Critérios para escolha de espécies em áreas urbanas (Parte 02).

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE ESPÉCIES

Critério Definição
Avaliar se o solo possui encharcamento ou compactação é importante para evitar o plan-
Conhecimento do Tipo de Solo
tio de espécies que conflitem com esse tipo de característica de solo.
Espécies que possuem folhas largas, grossas ou pilosas devem ser evitadas em locais com
Enfolhamento grandes taxas de poluição do ar, pois a retenção dessas partículas promove o desenvolvi-
mento de fungos, bactérias e líquens.
Evitar plantas que produzem flores grandes, pois podem ser escorregadias em dias chu-
Florescimento
vosos.
Frutescência Evitar plantas que produzem frutos grandes, pois podem gerar conflitos e prejuízos.
Espécies rústicas e resistentes a pragas e doenças pode evitar prejuízos futuros no que
diz respeito a manutenção e outros problemas provenientes das pragas e doenças. Além
Rusticidade e resistência
disso, espécies que possuem galhos e ramos mais fortes e resistentes podem evitar que-
bras e quedas.
Plantas de crescimento rápido podem ser uma boa opção para arborização rápida de
locais pouco arborizados. No entanto, esse tipo de desenvolvimento pode demonstrar
Desenvolvimento
fragilidade e má formação. O ideal é plantar árvores de crescimento lento e que sejam
rústicas.
Troncos muito volumosos devem ser evitados em locais com pouco espaço de entorno.
Tipos de troncos e galhos Galhos muito espaçados também podem prejudicar o trânsito de veículos e pedestres, ou
então aumentar a demanda de intervenções, como podas, para adequar a copa ao local.
Espécies que produzem substâncias tóxicas e/ou alérgicas devem ser prontamente evita-
Toxidez, acúleos e espinhos
das, bem como aquelas que possuem acúleos ou espinhos.
Adequar o plantio de espécies menores em locais onde existam maiores chances de con-
flitos é o mais correto a ser feito. No entanto, o plantio de espécies maiores, considera-
Porte, tamanho e altura
das de médio ou grande porte, não deve ser rejeitado, uma vez que são essas espécies
que amplificam os benefícios da arborização em uma cidade.

Fonte: Adaptado de GONÇALVES; PAIVA (2004).

75
Quadro 27: Espécies não recomendadas.
ESPÉCIES NÃO RECOMENDADAS
Nome comum Nome científico Família Motivos
1
Abacateiro Persea americana Mill. Lauraceae Frutos grandes desprendem facilmente
2
Acácia mimosa Acacia podalyriifolia A. Cunn. Ex G. Don. Fabaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Acácia negra Acacia mearnsii Willd. Fabaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Alfeneiro, Ligustro Ligustrum deciduum Hemsl Oleaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Alfeneiro, Ligustro Ligustrum lucidum W. T. Aiton Oleaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Alfeneiro, Ligustro Ligustrum vulgare L. Oleaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Aleluia, Fedegoso Senna macranthera (DC. ex Collad.) H. S. Irwin & Barneb. Caesalpineaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Amarelinho, Ipê de jardim Tecoma stans (L.) ex. Kunth Bignoniaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Amora-preta Morus nigra L. Moraceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Castanheira, Amendoeira Terminalia catappa L. Combretaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Casuarina Casuarina equisetifolia J.R. & G. Forst. Casuarinaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Cotoneaster Cotoneaster franchetti Rosaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
5
Espirradeira Nerium oleander (L.) Apocynaceae Tóxica
7
Eucalipto Eucalyptus spp. Myrtaceae Secamento de córregos
3
Ficus Ficus benjamina (L.), Ficus retusa, Ficus elastica (L.), Ficus microcarpa (L.f.) Moraceae Sistema radicular agressivo (Lei Municipal 478/99)
Fonte: Adaptado de 1COPEL (20__), 2IAP (2009), 3Mandaguari (1999), Adapar (2008), 5Barg (2004), 6Silva (2016)., 7Geoambiente (2011).
4

Figura 79: Ligustro (Ligustrum spp.) Figura 80: Espirradeira (Nerium oleander). Figura 81: Ficus (Ficus spp.)

Fonte: Acervo próprio (2016). Fonte: Acervo próprio (2016). Fonte: Acervo próprio (2016).

76
Quadro 28: Espécies não recomendadas.
ESPÉCIES NÃO RECOMENDADAS
Nome comum Nome científico Família Motivos
6
Flamboyant-mirim Caesalpinia pulcherrima Fabaceae Tóxica
2
Goiabeira Psidium guajava L. Myrtaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Jamelão, Jambolão Syzygium cumini (L.) Skeels Myrtaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
Jasmim-vermelho2 Hedychium gardnerianum Zingiberaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Leucena Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit. Fabaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
Mangueira1 Mangifera indica L. Anacardiaceae Frutos grandes desprendem facilmente
2
Mimosa Mimosa pigra L. Fabaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
4
Murta Murraya paniculata (L.) Jack Rutaceae Hospedeira de bactéria transmissora de doenças às plantas cítricas (Lei Estadual 15.953/08)

Nespereira, Ameixeira amare- Eriobotrya japonica (Thumb.) Lindl. Rosaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Pau-incenso Pittosporum undulatum Vent. Pittosporaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
Pinheiro-americano2 Pinus spp Pinaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Santa Bárbara, Cinamomo Melia azedarach L. Meliaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
Uva do Japão2 Hovenia dulcis Thumb. Rhamnaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
4
Tulipa-africana, Espatódea Spathodea campanulata P. Beauv. Bignoniaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
2
Vassoura-vermelha Dodonaea viscosa (L.) Jacq. Sapindaceae Espécie exótica invasora (Portaria IAP 125/09)
1 2 3 5 6
Fonte: Adaptado de COPEL (20__), IAP (2009), Mandaguari (1999), Adapar (2008), Barg (2004), Silva (2016).
4

Figura 82: Leucena (Leucaena leucocephala). Figura 83: Mangueira (Mangifera indica). Figura 84: Murta (Murraya paniculata).

Fonte: Acervo próprio (2016). Fonte: Acervo próprio (2016). Fonte: Acervo próprio (2016).

77
Quadro 29: Espécies recomendadas para plantio em locais COM rede elétrica (Parte 01).
LOCAIS COM REDE ELÉTRICA
Nome comum Nome científico Família Origem

Acer3 Acer negunda L. Aceraceae Exótica


Acerola Malpighia ermaginata Malpighiaceae Nativa
1,3
Alecrim, Alecrim-de-campinas Holocalyx balansae Micheli Fabaceae Nativa da região
Araçá Psidium cattleianum Sabine Myrtaceae Nativa
1
Araçá, cambuí Psidium sartorianum (O. Berg.) Nied. Myrtaceae Nativa da região
4
Aroeira-salsa Schinus molle (L.) Anacardiaceae Nativa
4
Aroeira-pimenteira Schinus terebinthifolius Raddi Anacardiaceae Nativa
1
Caliandra, Esponjinha Calliandra foliolosa Benth. Fabaceae Nativa da região
Calistemon, Escova-de-garrafa Callistemon sp. Myrtaceae Exótica
Cerejeira, Cerejeira-do-japão Prunus serrulata Lindl. Rosaceae Exótica
3
Cássia fístula, Cássia-imperial Cassia fistula Lin. Fabaceae Exótica
1,3
Chuva-de-ouro, Canafístula Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. Fabaceae Nativa da região
3
Dedaleiro Lafoensia pacari Saint-Hilaire Lythraceae Nativa
Goiaba-serrana, Feijoa Acca sellowiana (Feijoa sellowiana) (O.Berg) Burret Myrtaceae Nativa
1
Gabiroba Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O. Berg. Myrtaceae Nativa da região
1
Gabiroba-de-folha-miúda Campomanesia rhombea O. Berg. Myrtaceae Nativa da região
1
Guamirim Eugenia subtermilanis DC. Myrtaceae Nativa da região
1 2 3 5 6
Fonte: Adaptado de COPEL (20__), IAP (2009), Mandaguari (1999), Adapar (2008), Barg (2004), Silva (2016).
4

78
Quadro 30: Espécies recomendadas para plantio em locais COM rede elétrica (Parte 02).
LOCAIS COM REDE ELÉTRICA

Nome comum Nome científico Família Origem

Hibisco Hibiscus sp. Malvaceae Exótica


Ingá-feijão Inga marginata Willd. Mimosaceae Nativa
Ipê-amarelo-paulista, Ipê-amarelo-cascudo2 Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. Bignoniaceae Nativa da região
4
Ipê branco Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith Bignoniaceae Nativa
4
Manacá-da-serra Tibouchina mutabilis Cogn . Melastomaceae Nativa
Oiti4 Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Chrysobalanaceae Nativa
2,3
Pata-de-vaca Bauhinia forficata Link. Fabaceae Nativa da região
1
Pata-de-vaca Bauhinia longifolia (Bong.) Steud. Fabaceae Nativa da região
1
Pitangueira Eugenia uniflora L. Myrtaceae Nativa da região
3
Quaresmeira Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. Melastomataceae Nativa
2,3
Quaresmeira Tibouchina pulchra (Cham.) Cogn. Melastomataceae Nativa da região
3
Quaresmeira Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Melastomataceae Nativa
3
Resedá, Extremosa Lagerstroemia indica (L.) Lythraceae Exótica
1
Uvaia Eugenia uvalha (Cambess.) Myrtaceae Nativa da região
1
Pau-de-gaiola, Pau tamanco, Tamanqueira Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke Laminaceae Nativa da região
1
Sete-capotes Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg. Myrtaceae Nativa da região

Fonte: Adaptado de 1COPEL (20__), 2IAP (2009), 3Mandaguari (1999), Adapar (2008), 5Barg (2004), 6Silva (2016).
4

79
Quadro 31: Espécies recomendadas para plantio em locais SEM rede elétrica (Parte 01).
LOCAIS SEM REDE ELÉTRICA

Nome comum Nome científico Família Origem

Açoita-cavalo1 Luehea candicans Mart. Malvaceae Nativa da região


Alecrim, Alecrim-de-campinas1,2 Holocalyx balansae Micheli Fabaceae Nativa da região
Aroeira-salsa3 Schinus molle (L.) Anacardiaceae Nativa
Aroeira-pimenteira3 Schinus terebinthifolius Raddi Anacardiaceae Nativa
Café-de-bugre, Café-do-mato1 Amaioua intermedia Mart. ex Schult. &Schult.f. Rubiaceae Nativa da região
Canelinha, Canela-preta1 Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Lauraceae Nativa da região
Canela-ferrugem1 Nectandra oppositifolia Nees & Mart. Lauraceae Nativa da região
1
Canelinha, Canela-bosta Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Lauraceae Nativa da região
1
Canela-amarela Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Lauraceae Nativa da região
1
Canela-cheirosa Ocotea prolifera (Nees & Mart) Mez Lauraceae Nativa da região
Canela-silvestre1 Ocotea silvestris Vattimo-Gil Lauraceae Nativa da região
Chal-chal, Vacum, Fruto-de-pombo1 Allophylus edulis (A.St.-Hil. et. al.) Hieron. ex Niederl. Sapindaceae Nativa da região
Chuva-de-ouro, Canafístula1 Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. Fabaceae Nativa da região
Falso-mate, Falsa-congonheira1 Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard Cardiopteridaceae Nativa da região

Fonte: Adaptado de 1COPEL (20__), 2IAP (2009), 3Mandaguari (1999), Adapar (2008), 5Barg (2004), 6Silva (2016).
4

80
Quadro 32: Espécies recomendadas para plantio em locais SEM rede elétrica (Parte 02).
LOCAIS SEM REDE ELÉTRICA

Nome comum Nome científico Família Origem

Falso-barbatimão2 Cassia leptophylla Vog. Fabaceae Nativa


1
Guajuvira Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.Mill Boraginaceae Nativa da região
2
Ipê-amarelo, Ipê-amarelo-do-brejo Tabebuia umbellata (Sond.) Sandw. Bignoniaceae Nativa
Ipê amarelo, Ipê-da-serra, Ipê-dourado2 Handroanthus albus (Cham.) Mattos Bignoniaceae Nativa da região
Ipê amarelo, Ipê opa1 Tabebuia ochracea (Cham). Standl. Bignoniaceae Nativa da região
Ipê roxo2 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Bignoniaceae Nativa
Ipê roxo1 Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos Bignoniaceae Nativa da região
Oiti3 Licania tomentosa (Benth.) Fritsch) Chrysobalanaceae Nativa
Pau-brasil3 Caesalpinia echinata Fabaceae Nativa
Pau-cigarra1 Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby Fabaceae Nativa da região
Pau-jacaré1 Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. Fabaceae Nativa da região
1
Primavera-de-árvore Bougainvillea glabra Choisy Nyctaginaceae Nativa da região
1
Sete-capotes Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg. Myrtaceae Nativa da região
1
Uvaia Eugenia uvalha (Cambess.) Myrtaceae Nativa da região
Fonte: Adaptado de 1COPEL (20__), 2IAP (2009), 3Mandaguari (1999), Adapar (2008), 5Barg (2004), 6Silva (2016).
4

81
Quadro 33: Espécies recomendadas para plantio em praças, parques e locais abertos (Parte 01).

PRAÇAS, PARQUES E LOCAIS ABERTOS

Nome comum Nome científico Família Origem

Acácia mangium2 Acacia bonariensis Gillies ex Hook. & Arn. Fabaceae Nativa da região
Acacia-angico, Angico-da-mata, Angico-vermelho1 Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Fabaceae Nativa da região
Angico, Angico-branco, Cambuí-angico3 Anadenanthera colubrina var. colubrina (Vell.) Brenan Fabaceae Nativa da região
2
Araucária, Pinheiro-do-Paraná Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucariaceae Nativa da região
Café-de-bugre, Café-do-mato1 Amaioua intermedia Mart. ex Schult. &Schult.f. Rubiaceae Nativa da região
Canafístula1,4 Peltophorum dubium (Spreng.) Teub. Fabaceae Nativa da região
4
Cássia-rosa Cassia grandis Lin. Fabaceae Nativa
Copaíba1,5 Copaifera langsdorffii (Desf.) Fabaceae Nativa da região
Flamboyant Delonix regia (Bojer) Raf. Fabaceae Exótica
3
Guaçatonga-vermelha Casearia obliqua Spreg. Salicaceae Nativa da região
4
Ipê-amarelo, Ipê-da-praia Tabebuia pulcherrima Sandw. Bignoniaceae Nativa
Ipê-amarelo, Ipê-amarelo-do-brejo4 Tabebuia umbellata (Sond.) Sandw. Bignoniaceae Nativa
1
Ipê amarelo, Ipê opa Tabebuia ochracea (Cham). Standl. Bignoniaceae Nativa da região
2
Ipê amarelo, Ipê-da-serra, Ipê-dourado Handroanthus albus (Cham.) Mattos Bignoniaceae Nativa da região

Fonte: Adaptado de 1COPEL (20__), 2IAP (2009), 3Mandaguari (1999), Adapar (2008), 5Barg (2004), 6Silva (2016).
4

82
Quadro 34: Espécies recomendadas para plantio em praças, parques e locais abertos (Parte 02).

PRAÇAS, PARQUES E LOCAIS ABERTOS

Nome comum Nome científico Família Origem

Ipê roxo4 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Bignoniaceae Nativa


1
Ipê roxo Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos Bignoniaceae Nativa da região
Jacarandá, Caroba1 Jacaranda micrantha Cham. Bignoniaceae Nativa da região
Jacarandá-mimoso4 Jacaranda mimosaefolia D.Don Bignoniaceae Nativa
4
Magnólia-amarela Michelia champaca L. Magnoliaceae Exótica
4
Magnólia-branca Magnolia grandiflora L. Magnoliaceae Exótica
Magnólia-do-brejo, Pinha-do-brejo3 Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. Magnoliaceae Nativa da região
Monjoleiro, Gorucalha1 Acacia poylphylla (DC.) Britton & Rose Fabaceae Nativa da região
1
Paineira Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna Malvaceae Nativa da região
5
Pau-ferro Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz Fabaceae Nativa
Pau-jangada, Jangada-brava1 Heliocarpus popayanensis Kunth Malvaceae Nativa da região
Peroba-rosa1,5 Aspidosperma polyneuron (Müll.Arg.) Apocynaceae Nativa da região
4
Sibipiruna Caesalpinea pluviosa DC. var peltophoroides (Benth.) G. P. Lewis Fabaceae Nativa
Tipuana4 Tipuana tipu (Benth.) O. Ktze. Fabaceae Nativa

Fonte: Adaptado de 1COPEL (20__), 2IAP (2009), 3Mandaguari (1999), Adapar (2008), 5Barg (2004), 6Silva (2016).
4

83
Os locais de plantio devem também seguir alguns critérios que favoreçam o desenvolvimento das plantas e evitem maiores danos futuros. O ambiente urbano pos-
sui muitas peculiaridades, com diferentes estruturas ao longo de sua extensão. Dessa forma, a análise dos pontos passíveis de plantio deve ser mais crítica e técnica, ob-
servando-se o espaço tridimensional em todo o seu entorno.
Os quadros a seguir também foram elaborados com base nas explicações feitas por Gonçalves e Paiva (2004). Cada tipo de local (rua, canteiro central, estaciona-
mento, lotes vazios, praças, parques e jardins) tem sua peculiaridade e requer observações distintas.

Quadro 35: Critérios para definição de locais de plantio em ruas.


RUAS
Critério Definição
Ruas mais largas e que possuem menos impedimentos aéreos (fiações, placas e iluminação) são as que possuem uma maior chance de receber
Largura da rua
arborização, já que possuem um espaçamento total mais amplo para o desenvolvimento das plantas.
Largura do passeio O passeio mais largo e sem impedimentos (marquises, fiação e placas) está mais apto a receber uma arborização sem grandes problemas.
Identificar a existência e o tipo de fiação pode colaborar com a escolha das espécies a serem plantadas. No entanto, é necessário sempre consi-
Presença de fiação derar os objetivos da arborização (se é sombreamento, por exemplo, o plantio de árvores pequenas pode não ser ideal). Somar ações como a
implantação de redes compactas e protegidas e a boa condução da copa das plantas, pode ser a saída para evitar conflitos.
Redes de água, esgoto, telefonia, gás e até mesmo energia podem conflitar com as raízes. Conhecer quais os tipos de serviços que passam pelo
Serviços subterrâneos local a receber arborização é importante para um melhor planejamento do plantio. Se esses serviços passarem sob a rua (e não sob o passeio),
o plantio é facilitado.
Em locais onde cabe arborização de médio a grande porte, mas há possibilidade de conflito com a iluminação, é possível corrigir o problema
Iluminação usando-se postes mais baixos ou então prolongando-se os braços dos postes (iluminação no centro da rua). No entanto, já havendo iluminação
instalada, é importante observar o tipo de luminárias e adequar a arborização a ela.
Afastamento predial frontal A escolha da espécie é influenciada pela distância entre a residência e o passeio – quanto mais longe, menores interferências.
Ruas que possuem trânsito de veículos pesados e altos podem sofrer conflitos se a arborização escolhida possuir copa com formatos mais hori-
Trânsito
zontalizados (umbeliforme, por exemplo).
Essas estruturas estão presentes em centros urbanos e podem influenciar na escolha da arborização, devendo-se sempre evitar contato direto
Existência de marquises
entre a planta e a estrutura.
A presença de edificações com calhas também influencia na escolha da arborização – é recomendável evitar plantas que possuem folhas muito
Existência de calhas
pequenas em locais em que há grande número de edificações com calhas.
É importante especificar o tipo da ocupação da área a ser arborizada (industrial, comercial, institucional ou residencial), pois cada um deles tem
Tipo de ocupação
características próprias que favorecem ou dificultam a inserção de determinadas espécies.
Fonte: Adaptado de Gonçalves; Paiva (2004).

84
Quadro 36: Critérios para a definição de locais de plantio em praças, parques e jardins.
PRAÇAS, PARQUES E JARDINS
Critério DEFINIÇÃO
É possível prever os locais onde estão as redes subterrâneas de água e ener-
Serviços
gia através da observação dos equipamentos pontuais (postes, aspersores,
subterrâneos Foto 85: Árvore da Praça Micheletti, centro de Mandaguari.
registros) e, com isso, evitar a inserção de árvores nesses trechos.
As luminárias podem ser de baixo, médio ou grande porte, além de poder
existir iluminação rasteira ou por frades. O intuito é evitar conflitos e ampli-
Tipos de
ficar a beleza do local. Realizar um projeto de iluminação em conjunto com
iluminação
o de arborização é a melhor opção para uma estética e funcionalidade efi-
cazes.
É bastante rara a existência de fiação aérea nesses locais, mas pode aconte-
Presença
cer de haver uma passagem lateral e, quando houver, é necessário atentar
de fiação
às mesmas especificações de arborização de ruas.
Proximidade A escolha será em função da distância entre árvore e público e dos tipos de
de público danos que poderão ocorrer às pessoas (ex.: queda de frutos).
Havendo construções específicas nos parques e praças, é necessário obser-
Proximidade de
var se as espécies escolhidas não possuem características que possam cau-
construção
sar prejuízos, como raízes vigorosas e galhos fracos que podem quebrar.
É importante considerar o sentido do deslocamento do sol para averiguar
em que locais há maior incidência de sol e em quais há maior sombreamen-
Sombras to. Isso porque é preciso inserir as espécies de acordo com sua afinidade à
luz solar (heliófilas – precisam de muita luz ou umbrófilas – precisam de
sombra).
Assim como no sombreamento, algumas espécies desenvolvem-se melhor
em condições de solo alagado e, outras, em solo seco ou normal. Conhecer Fonte: Dos autores (2017).
Umidade a preferência da espécie antes de inseri-la em um solo em desacordo com
seu tipo de desenvolvimento evita conflitos futuros por crescimento dema-
siado de raízes ou mesmo a morte da planta.
Espécies de raízes pivotantes e copas pequenas e ralas devem ter preferên-
Declividade
cia para a ocupação desse tipo de terreno.
Fonte: Adaptado de Gonçalves; Paiva (2004).

85
Quadro 37: Critérios para definição de locais de plantio em estacionamentos. Quadro 38: Critérios para definição de plantio em canteiros centrais.

ESTACIONAMENTOS CANTEIROS CENTRAIS


Critério Definição Critério Definição
Assim como nos locais anteriores, conhecer a localização da passa- Serviços A iluminação é subterrânea nesses locais e, por isso, é importante
Serviços gem da tubulação de serviços subterrâneos é importante para a subterrâneos evitar espécies com raízes agressivas.
subterrâneos escolha de espécies. Em estacionamentos, é comum serviços de
Se houver, evitar plantio sob os fios ou dar preferência a espécies
iluminação e drenagem.
Presença de fiação que não tenham copas vigorosas – isso dependendo do tipo da
Estacionamentos, assim como praças, dificilmente possuem fiação fiação.
Presença de fiação de iluminação, mas, quando esta existir, é importante evitar plan-
Se o canteiro for estreito, árvores com raízes vigorosas e superfici-
tio de árvores de grande porte sob os fios.
Largura do canteiro ais não são uma boa escolha. Se for largo, pode abrigar até mesmo
Se o uso do estacionamento incluir veículos grandes (ônibus, cami- duas plantas.
Tipo de veículo nhões), as copas das árvores deverão ter ângulos mais agudos e
com altura da primeira bifurcação acima de 2,10m. Tipos de iluminação Idem “Praças, parques e jardins”.
Tipo de iluminação Idem “Praças, parques e jardins”.
Presença de indústria
Idem “Lotes vazios”.
Presença de indústria poluidora
Idem “Lotes vazios”.
poluidora Fonte: Adaptado de Gonçalves; Paiva (2004).
Fonte: Adaptado de Gonçalves; Paiva (2004).

Foto 86: Estacionamen- Foto 87: Canteiro cen-


to, centro de Manda- tral da Avenida Ferino
guari. Corazza, centro de
Fonte: Dos autores Mandaguari.
(2017). Fonte: Dos autores
(2017).

86
Quadro 39: Critérios para a definição de locais de plantio em lotes vazios.

LOTES VAZIOS Foto 88: Lote vazio no


centro de Mandaguari.
Critério Definição
Fonte: Dos autores (2017).
Pode ser que não existam redes nesses lotes, mas sim uma passa-
gem de ligação entre os lotes vizinhos. Dessa forma, é possível ob-
Serviços subterrâneos
servar se essa passagem pode interferir na inserção de arborização
no local ao se prever a localização desses serviços.
A ligação de energia nesses terrenos geralmente não existe, mas
Presença de fiação pode também haver ligação entre outros terrenos. As mesmas ob-
servações para plantio em ruas devem ser feitas nesse caso.
A inserção de árvores dentro e um lote vazio pode trazer problemas
Distância da divisa em relação aos vizinhos, que podem vir a sofrer prejuízos. Evitar o
Além de todas essas definições, recomenda-se atentar a critérios bási-
plantio em divisas é o mais sensato nesses casos.
cos que devem estar presentes em quaisquer dos locais supracitados, tais
Caso o terreno não seja passível de irrigação ou não haja possibilida- como:
Umidade do solo de de manter a umidade do solo, sugere-se a inserção de plantas
que preferem um solo menos úmido.
• A área permeável no entorno da planta (canteiro) deve sempre ter uma
Caso o terreno possua mais de 45° de declividade, é necessário que
dimensão em que a mesma possa crescer sem ser sufocada pelo excesso
esteja coberto por vegetação (conforme Código Florestal). Havendo
Declividade do solo inserção de espécies arbóreas, estas devem ser de raízes pivotantes de calçada. Se o passeio for muito estreito, é possível que a ausência de
e profundas copas pequenas e ralas (assim como em praças, par- arborização seja a saída para evitar danos tanto às árvores quanto às edifi-
ques e jardins). cações;
Áreas industriais possuem muitos terrenos vazios e essa proximida- • Árvores maiores devem ser prioridade em regiões sem fiação aérea e com
Presença de indústria
de pode acarretar em prejuízos à vegetação, uma vez que seu de- espaçamento favorável, pois trazem muitos benefícios ao local;
poluidora
senvolvimento pode ser prejudicado. • Locais com fiação aérea podem receber árvores de porte baixo a médio,
Fonte: Adaptado de Gonçalves; Paiva (2004).
dependendo do tipo da fiação (protegida, convencional ou isolada);
• É necessário sempre observar os distanciamentos entre árvores e elemen-
tos urbanos;
• É necessário observar as recomendações de plantio de cada espécie (época
do ano, rega, poda de formação, etc.);
• Locais com largura inferior a 2m não são recomendáveis a receber arbori-

87
Mandaguari apresenta uma série de legislações vigentes sobre orientações acerca de espaçamentos e distâncias mínimas entre árvores e equipamen-
tos urbanos. A relação abaixo elucida às leis que regem o tema e suas características.

Quadro 40: Espaçamento e distâncias mínimas de segurança entre árvores e equipamentos urbanos nas legislações de Mandaguari

Local Legislação Definição

CÓDIGO DE OBRAS Estacionamentos em áreas descobertas sobre o solo deverão ser arborizados e apresentar, no mínimo, uma árvore para cada 04
Estacionamento
(Lei Complementar Nº 1.409/2008) (quatro) vagas.

Passeio com largura de 3m devem ter: 0,80m de área permeável no alinhamento predial, 1,20m de área cimentada no centro e
CÓDIGO DE OBRAS mais 1m de área permeável à marginal da via (meio-fio);
(Lei Complementar Nº 1.409/2008) Passeio com largura de 4m devem ter: 1,40m de área permeável no alinhamento predial, 1,60m de área cimentada no centro e
mais 1m de área permeável à marginal da via (meio-fio).
Passeio
ecológico CÓDIGO DE POSTURAS O Executivo poderá exigir a construção de passeio ecológico e com acessibilidade universal na forma fixada em lei ou regulamen-
(Lei Complementar Nº 1.410/2008) to.

LEI DO SISTEMA VIÁRIO Os passeios devem ser contínuos e não possuir degraus, rebaixamentos, buracos ou obstáculos que prejudiquem a circulação de
(Lei Complementar Nº 1.412/2008) pedestres.

LEI DO SISTEMA VIÁRIO A arborização urbana terá uma distância média entre si de dez metros (10m), estando locada no terço externo do passeio, obser-
(Lei Complementar Nº 1.412/2008) vando as espécies indicadas no Plano de Arborização Municipal.
Árvores
LEI DO SISTEMA VIÁRIO (Lei Com-
Os passeios sem arborização receberão novas mudas de acordo com o Plano de Arborização Urbana a ser elaborado.
plementar Nº 1.412/2008)

Fonte: Dos autores (2017).

Como se vê, não há uma definição nítida de espaçamentos e distanciamentos, tendo sido determinado que o próprio Plano de Arborização Urbana o
faria. Desta forma, os quadros na próxima página trazem as orientações necessárias para o plantio regular de árvores em áreas urbanas, estando em confor-
midade com diversos autores e pesquisas da área, com orientações do Comitê Interinstitucional para Avaliação dos Planos de Arborização Urbana do Estado
do Paraná, além de estarem de acordo com as observações feitas durante o levantamento e o diagnóstico da arborização do Município de Mandaguari.

88
Quadro 41: Distanciamento das árvores em relação aos elementos urbanos.
Fonte: São Paulo (200?); CEMIG (2011); Araujo (2011); COPEL (2014); COPEL (2009). Quadro 42: Definição do porte das árvores

Definição do porte das árvores


Distanciamento de acordo com o
Elemento urbano tamanho da planta Porte Altura
P M G Pequeno 7m
Esquinas 5m 5m 5m Médio 10m
Postes de fiação 3m 4m 5m Grande 15m
Postes de iluminação 4m 4m 5m
Fonte: COPEL (2014).
Postes com transformadores 5m 8m 12m
Placas de sinalização 3m 3m 3m
Figura 89: Porte das árvores em relação a rede de energia
Semáforos 4m 6m 8m
Entrada de veículos 1m 1m 1m
Guias rebaixadas e faixa de pedestres 1m 2m 1,5R
Coletores pluviais (bueiros e bocas-de-lobo) 2m 2m 3m
Meio-fio 0,5m 0,5m 0,5m
Hidrantes 1m 2m 3m
Bancas de jornais 2m 2m 3m
Pontos de ônibus 2m 2m 3m
Instalações/Tubulações subterrâneas 1m 1m 1m Fonte: Adaptado de Anderson et. al ([s.d.])
Ramais de ligações subterrâneas 1m 3 3m
Caixas de inspeção 2m 2m 3m
Caixas coletoras de lixo 2m 2m 3m
Fachadas de edificações 2,4m 2,4m 3m
Telefones 2m 2m 3m
Câmeras de monitoramento 4m 4m 4m
Outras árvores 5m 8m 12m
89
Quadro 43: Definição de plantio conforme locais e portes das plantas.

DEFINIÇÃO DE PLANTIO CONFORME LOCAIS E PORTES DAS PLANTAS


REFERÊNCIA DA IMAGEM LARGURA DA RUA LARGURA DA CALÇADA FIAÇÃO ELÉTRICA PORTE DA PLANTA
1-A Até 7m Menor que 2m Presente Não plantar
1-B Até 7m Menor que 2m Ausente Não plantar
2-A Até 7m Maior ou igual a 2m Presente Pequeno
2-B Até 7m Maior ou igual a 2m Ausente Médio a grande
3-A Maior ou igual a 7m Menor que 2m Presente Não plantar
3-B Maior ou igual a 7m Menor que 2m Ausente Médio a grande
4-A Maior ou igual a 7m Maior ou igual a 2m Presente Pequeno
4-B Maior ou igual a 7m Maior ou igual a 2m Ausente Médio a grande
Fonte: Adaptado de COPEL (2014).

Figura 90: Referências para definição de plantio


conforme locais e portes das plantas.
Fonte: Adaptado de COPEL (2014).
A B A B

A B A B

90
A indicação dos locais de plantio em Mandaguari levou em consideração dois aspectos: os resultados estatísticos do inventário de arborização realiza-
do, bem como a relação de bairros com menos de 10 anos e recentemente loteados. O quadro a seguir apresenta as coordenadas de localização dessas
áreas, bem como referências de localização, tamanho do perímetro e da área.

Quadro 44: Indicação dos locais de plantio. Fonte: Dos autores (2017).

Coordenadas de referência
Bairro Status (Acesso principal) Principal rua de acesso Referências Perímetro (m) Área (m2)
S O
Cj. Habitacional Boa Vista Novo 23°31'12.97"S 51°39'40.52"O Rua Nilson de Souza Super Creche do Jardim Boa Vista 699 27.729
Cj. Riacho Doce Semi-novo 23°31'50.80"S 51°40'41.12"O Rua Vereador Tertuliano Guimarães Jr. Jardim Brasília/Vila Nova 394 5.479
Jardim América Semi-novo 23°30'33.51"S 51°41'0.69"O Rua José Francisco da Mata Jardim Delgado 865 43.947
Jardim Imperial Novo 23°30'55.78"S 51°40'45.07"O Rua Geraldo Jorge Figueiredo Ginásio de Esportes "Xanduzão" 1.072 65.107
Jardim Itália Novo 23°31'9.57"S 51°40'7.63"O Rua Gaspar Jerônimo da Silva Parque da Pedreira 701 31.450
Jardim Laverde Novo 23°31'27.79"S 51°41'15.77"O Rua Gabriel Manha Centro Esportivo 1.111 62.490
Jardim Madrid Novo 23°31'31.73"S 51°39'53.49"O Rua Oswaldo Cruz Rua Oswaldo Cruz 1.399 69.929
Jardim Mônaco Novo 23°31'25.40"S 51°41'26.34"O Rua Gabriel Manha Vila Verde 720 17.137
Jardim Morumbi Novo 23°30'43.56"S 51°41'10.41"O Avenida Padre Max Kauffmann Jardim Cristina I 1.100 74.599
Jardim Nova América Novo 23°31'20.53"S 51°41'40.46"O Estrada Carijó Vila Verde 1.245 62.222
Residencial Novo Horizonte Semi-novo 23°31'2.49"S 51°39'53.92"O Rua Vereador Osvaldo Neves Associação Rural 1.068 70.876
Jardim Oasis Novo 23°30'25.54"S 51°41'31.76"O Rua Jerônimo Martinez Sanches Jardim Progresso II 1.580 78.125
Jardim Ouro Verde Novo 23°31'26.59"S 51°41'22.02"O Rua José Mancine Vila Verde 1.082 44.043
Jardim Paris Novo 23°31'31.41"S 51°41'44.18"O Estrada Carijó Vila Verde 1.066 57.430
Jardim Pinheiro Novo 23°30'54.50"S 51°39'39.30"O Estrada Vitória São Pedro, PR-444 Estrada São Pedro saída para PR 444 1.107 37.745
Jardim Planalto Misto 23°30'43.05"S 51°42'0.79"O Estrada do Alegre Estrada Alegre x PR444 1.267 75.082

91
Coordenadas de referência
Bairro Quadrícula (Acesso principal) Principal rua de acesso Referências Perímetro (m) Área (m2)
S O
Jardim Social Novo 23°30'56.83"S 51°39'44.64"O Rua Renê Táccola, PR-444 Estrada Caitú 1.424 79.596
Jardim Sumaré Novo 23°31'21.48"S 51°41'57.27"O Rua José Guarido 5 conjuntos 759 33.938
Pq. Industrial III Semi-novo 23°31'16.91"S 51°39'47.60"O Rua Aquilino Botura Jardim Boa Vista 1.902 94.219
Santa Inês K22 / 08 23°31'15.94 51°40'27.03 Rua São José Colégio Gori 393 9.497
Brianez K22 / 08 23°31'20.91 51°40'21.08 Rua Caetano Munhoz da Rocha AABB 547 18.940
Independência K22 / 08 23°31'18.21 51°40'15.30 Rua Pis da Pedreira Parque da Pedreira 526 15.927
Boa Vista J 29 /16 23°31'17.45 51°39'47.42 Av. Marcos Dias Fafiman 2.586 238.179
Alípio Costa J 29 /16 23°31'23.58 51°39'48.90 Rua Miguel Garcia Gomes Clube dos 200 667 23.391
Jardim da Mata J 29 /16 23°31'19.44 51°40'0.20 Rua Miguel Garcia Gomes Clube dos 200 828 24.116
Tancredo Neves/
O 10 / 12 23°31'16.72 51°41'26.28 Rua Mário Benedetti Clínica da Mulher 897 50.106
Esplanada

92
Figura 91: Mapa com a Indicação de locais para plantio
Fonte: Dos autores (2017)

93
ADAPAR (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). Lei nº 15.953, de 24/09/2008. Proíbe COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). Quando e como plantar. Artigo eletrôni-
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COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). Curso de Arborização Urbana – Plano


de Arborização Urbana. Apresentação Power Point obtida durante curso ministrado pela
Engenheira Luciana Leal em Umuarama-PR, 2014.

94
5
As mudas a serem plantadas devem obedecer aos seguintes critérios:
Quadro 45: Características das mudas (Parte 01). Fonte: Dos autores (2017).
CARACTERÍSTICAS DAS MUDAS
Critério a ser
Definição
observado
A Lei Municipal nº 257/97 afirma que a altura mínima deve ser de 1,50m. Figura 92: Esquema da calçada ecológica.
No entanto, há estudos que indicam que a altura das mudas deve ser de,
Altura
no mínimo, 2,00m (Figura 91), pois assim as plantas já possuem porte
mínima
arbóreo (GONÇALVES et al., 2004; BIONDI; ALTHAUS, 2005 apud BIONDI;
LEAL, 2009).
As mudas deverão estar alinhadas no espaço mínimo de 1,50m e com
Alinhamento sistema radicular que não afete a superfície de modo a danificar os pas-
seios e pavimentação (MANDAGUARI, 1997).
Deverão ser utilizadas mudas de uma mesma espécie em uma mesma via
Espécie
pública para fins de manutenção da padronização (MANDAGUARI, 1997).
Assim como na altura, a Lei nº 257/97 indica que deve-se manter livre de
Área livre no calçamento, no mínimo, uma área de 1m2 ao redor de cada árvore plan-
entorno tada. A Lei Municipal nº 2.837/16 indica que a faixa pavimentada deve
ter um mínimo de 1,20m para passagem de pedestres (Figura 92).
As mudas deverão possuir bom estado nutricional e fitossanitário
(BIONDI; LEAL, 2009), sem lesões mecânicas e sem doenças/pragas/ervas
Fitossanidade
daninhas. Deverão também apresentar brotações novas e visivelmente
sadias.
O tronco deve ser retilíneo e perpendicular ao nível do solo arbóreo Fonte: Dos autores (2017).
Caule (GONÇALVES et al., 2004; BIONDI; ALTHAUS, 2005 apud BIONDI; LEAL,
2009), com ausência de “cotovelos” ou tortuosidades.
Deverão ter altura dos primeiros galhos (altura da primeira bifurcação) de
1,80m arbóreo (GONÇALVES et al., 2004; BIONDI; ALTHAUS, 2005 apud
Bifurcação BIONDI; LEAL, 2009), a contar a partir da base do tronco (colo da planta)
até a primeira inserção de galhos. Isso evita que brotos baixos atrapa-
lhem a formação da planta.

96
As mudas a serem plantadas devem obedecer aos seguintes critérios:
Figura 93: Modelo de árvore bem conduzida
e pronta para plantio.
Quadro 46: Características das mudas (Parte 02).

CARACTERÍSTICAS DAS MUDAS


Critério a ser observado Definição
O D.A.P. (diâmetro à altura do peito) mínimo deve ser de 2,0cm,
D.A.P que deve ser medido a 1,30m do solo/colo arbóreo (GONÇALVES
et al., 2004; BIONDI; ALTHAUS, 2005 apud BIONDI; LEAL, 2009).
Deverão estar acondicionadas em embalagem específica para
este fim e esse recipiente deve ser compatível com o tamanho da
Embalagem
muda – volume de torrão adequado arbóreo (GONÇALVES et al.,
2004; BIONDI; ALTHAUS, 2005 apud BIONDI; LEAL, 2009).
Deverão estar bem regadas durante os primeiros meses de plan-
Drenagem
tio, pois isso evita que elas fiquem murchas ou mesmo morram.
O sistema radicular deve ser consolidado e as raízes devem ser
Raízes bem formadas (sem lesões e/ou má formação, como cachimba-
mento, enovelamento, etc.).
As ramificações e folhagem devem ser reduzidas na época do
plantio. A copa deve ser formada por no mínimo três ramos alter-
Copa nados (GONÇALVES et al., 2004; BIONDI; ALTHAUS, 2005 apud
BIONDI; LEAL, 2009). A gema apical não deve estar comprometi-
da.
As mudas devem possuir rusticidade para tolerar as condições
Rusticidade adversas do meio urbano (GONÇALVES et al., 2004; BION-
DI;ALTHAUS, 2005 apud BIONDI; LEAL, 2009).
A forma e o perfil devem ser trabalhados com tratos silviculturais
Formato específicos (podas de formação/condução), devendo a muda es-
tar já em formato de árvore (COPEL, 2009; Figura 93).

Fonte: Dos autores (2017).

Fonte: COPEL (2009).

97
Mandaguari não possui, até o momento, um viveiro administrado pelo Figura 95: Mudas prontas para serem plantadas.

Executivo Municipal. Por isso, a distribuição gratuita de mudas arbóreas para


a população tem sido realizada pelo IAP, através do Viveiro Florestal existen-
te no município já há mais de 20 anos.
No entanto, seu principal objetivo é a distribuição de mudas nativas
para recomposição de matas ciliares, fundos de vale e demais áreas de pre-
servação, estando a arborização urbana em segundo plano.
Outro método que a Prefeitura de Mandaguari também adotou para
aquisição de mudas foi através do Viveiro Florestal da COPEL, por meio do
Programa Florestas Urbanas, onde a empresa autoriza a doação de um deter-
minado número de mudas para a Prefeitura mediante apresentação de proje-
to de arborização.
Empresários e profissionais autônomos tam-
bém realizam essa atividade na cidade, ofe-
recendo seus serviços de aquisição e plantio
de mudas em áreas urbanas, juntamente
com seus serviços de ajardinamento.

Figura 94: Plantio realizado por


profissional autônomo.

Fonte: Acervo próprio (2014). Fonte: Acervo próprio (2015).

98
Foto 96: Localização do viveiro florestal O Viveiro do IAP está localizado à Rua As sementes recém-plantadas são acondicionadas nas estufas por apro-
do IAP, em Mandaguari.
Gomercindo Bortolanza, nº 1122, ximadamente 60 dias (até germinarem). Após esse período, são colocadas
Centro, Mandaguari-PR (Foto 96). nos canteiros, utilizando-se telas de proteção até atingirem porte maior.
O poço artesiano já foi utilizado para irrigação, mas devido a problemas
A área total do lote é de 9,5ha (ou anteriores com a qualidade da água, esta manutenção é feita com água enca-
95.000m2), onde são encontradas as nada, que é acondicionada em caixas e, dali, segue para os canteiros. Na casa
seguintes estruturas: de vegetação, o sistema de irrigação é automático, sendo acionado 3 vezes
ao dia.
Fonte: Dos autores (2017).
A referida casa de vegetação possui uma estrutura diferenciada, no in-
2
23 canteiros de 7mx1,2m cada (totalizando 193,2m ) tuito de permitir o crescimento de mudas mesmo durante o inverno, man-
1 estufa de 50mx6m (300m2)
1 estufa de 30mx5m (150m2) tendo-as aquecidas e irrigadas. Contudo, foram relatados problemas com es-
1 casa de vegetação de 50mx12x (600m2) Foto 97: Estrutura da administração. se tipo de sistema, pois as mudas saem do local inaptas a sobreviver às condi-
1 barracão
1 cozinha ções adversas (ventos, temperatura, irradiação solar direta). Em função disso,
1 refeitório o local é utilizado como uma estufa normal.
1 almoxarifado
1 escritório Foto 99: Casa de vegetação e c
Foto 98: Canteiros de espera. canteiros.
1 horta
1 poço artesiano
2 casas (ocupadas por duas famílias)
Fonte: Dos autores (2017).
A área de sementeira não é mais utilizada, uma vez que as sementes já
são entregues aos funcionários prontas para plantio. Essa técnica somente é
realizada quando se trata de sementes muito duras. A área para mudas em
espera é a mesma dos canteiros (193,2m2). Fonte: Dos autores (2017). Fonte: Dos autores (2017).

99
Segundo informações dos funcionários, a época para produção de mu- Quadro 47: Espécies produzidas no Viveiro Florestal do IAP. Fonte: Dos autores (2017).

das (de quaisquer espécies) se dá entre a primavera e o verão, em virtude Recomendação de locais de plantio das mudas produzidas pelo IAP

das chuvas, ficando então as atividades de manutenção para o período entre Espécies apropriadas Espécies apropriadas
Espécies não indicadas
para plantio para plantio em pra- Espécies
para plantio em áreas
o outono e o inverno. em calçadas ças, parques e áreas proibidas
públicas urbanas
(arborização viária) abertas
As espécies produzidas são preferencialmente do bioma local, não sen- Pitanga Pau-brasil Jaboticaba Ligustro/Alfeneiro
do ultrapassado um raio de 100km para escolha de espécies. No entanto, seu Manacá-da-serra Angico Cajú Uva-japonesa
Araçá Canafístula Palmito
principal objetivo dessa é a distribuição de mudas nativas para recomposição Cereja-do-mato Ipê roxo Capixingui
de matas ciliares, fundos de vale e demais áreas de preservação, estando a Cerejeira-do-Japão Ipê amarelo Jequitibá
Quaresmeira roxa Jacarandá Marmeleiro
arborização urbana em segundo plano. Quaresmeira rosa Acacia mangium Tucaneiro
Sendo assim, apenas algumas mudas produzidas no local podem ser Canafístula Peroba
Pau-jacaré Palmeira-real
destinadas ao plantio em calçadas. O Quadro 46 traz essa diferenciação. Gurucaia

Existe também a produção de mudas de espécies não recomendadas Maricá


Cedro
pela Portaria IAP nº 125/99, como o Ligustro/Alfeneiro (Ligustrum spp) e a
Figura 100: Oiti (Licania tomentosa) e Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis).
Uva-japonesa (Hovenia dulcis).
As espécies mais procuradas para plantio em calçadas são o Oiti
(Licania tomentosa) e o Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis). O sistema
de entrega gratuita de mudas para munícipes é feita através da Prefeitura
(com documento de autorização) e, não havendo tal documento, o munícipe
deve pagar uma taxa fixa de R$5,50 por muda.

Fonte: Acervo próprio (2014).

100
Os trabalhos de manutenção realizados no local incluem adubação, se- A COPEL possui viveiros florestais espalhados por todo o Paraná,
leção de mudas, limpeza dos canteiros, troca de bandejas, podas, irrigação, com mudas conduzidas a porte arbóreo e ideais para plantio em calçadas, em
manuseio de substrato e plantio. Os materiais utilizados (como substrato, locais com ou sem fiação elétrica.
adubo, bandeja e tubete) são provenientes do IAP-ERMAG, localizados no Em 2007, foi lançado o Projeto Viveiros Florestais, com o objetivo de
Município de Maringá. produzir mudas de árvores e colaborar para que os municípios paranaenses
melhorem sua gestão voltada à arborização (COPEL, 2010).
Em relação à qualidade/eficiência do viveiro, foi possível constatar: Em 2016, o Projeto Florestas Urbanas foi lançado, com a meta de
serem distribuídas uma média de 12 mil mudas para no mínimo 25 municí-
1. Tem-se uma estimativa de 10 a 15% de perda de mudas (do total produzi- pios (COPEL, 2016).
do entre a primavera e o verão);
2. É necessária a contratação de pelo menos mais duas pessoas para traba-
lhar no local;
3. A estrutura possui quantidade de canteiros suficientes para o total de mu-
das a serem produzidas;
4. A infraestrutura pode ser melhorada, principalmente no que diz respeito a
materiais da parte administrativa (computadores, arquivos, etc);
5. O sistema de controle de entrada, produção e saída de mudas também po-
deria ter melhorias significativas, pois os registros são feitos manualmente, o
que aumenta os riscos de erros;
6. A via de acesso ao viveiro possui um declive que dificulta a mobilidade e o
transporte de mudas.

101
No Viveiro do IAP, trabalham atualmente 7 pessoas, sendo 6 viveiristas (Quadro 48).
(5 pertencentes ao IAP e 1 pertencente à COCARI) e 1 jardineiro Entretanto, uma segunda alternativa, em casos de não haver possibili-
(terceirizado). Não há nenhum funcionário com vínculo à Prefeitura. A coor- dade de um viveiro próprio ser implantado, é a utilização do espaço do Vivei-
denadora do viveiro é a Engenheira Agrônoma Maria Mercedes Nardini. Os ro do IAP para produção e gerenciamento das mudas do município. Para tan-
viveiros da COPEL, por sua vez, são coordenados pela Engenheira Florestal to, é possível que uma parceria seja estabelecida.
Luciana Leal.
Quadro 48: Tópicos necessários à implantação de Viveiro Municipal.
Conforme demonstrado, o fato de a Prefeitura de Mandaguari não pos- Fonte: Dos autores (2017).
suir um viveiro próprio acaba por dificultar a gestão da arborização do muni- Implantação de Viveiro Municipal
Item Definição
cípio. Por conta disso, sugere-se a implantação de um Viveiro Municipal, ad-
É necessário avaliar as normas NBR nº24/2005 e nº50/2006, que tratam das
ministrado pelo Poder Executivo Municipal, através da Divisão Municipal de Legislação
especificações para produção, comercialização, utilização, importação e
exportação de sementes e mudas. Além disso, a Lei Federal nº9456/97
Meio Ambiente. (Proteção de Cultivares) também deve ser considerada (SEBRAE, [s.d.]).
A escolha do local deve levar em consideração as condições climáticas e as
Para essa implantação, sugere-se que seja utilizado o terreno localizado características do solo da região (SEBRAE, [s.d.]). Em se tratando de um
Local
viveiro municipal, é importante estar em um local de fácil acesso à popula-
no Lote nº 32-A-1/A-1-A/A-2, sito à Rua Gomercindo Bortolanza, Centro, Zo- ção em geral.
na Urbana de Mandaguari, com área total de 7.600m2., conforme matrícula
É primordial avaliar a disponibilidade de água, energia elétrica e comunica-
Infraestrutura básica
de nº’16.827, de 23/12/2009. ção, itens básicos para o funcionamento do viveiro (SEBRAE, [s.d.]).

O Poder Executivo deve ser responsá- Em se tratando de um viveiro permanente, sua estrutura deve ser mais re-
sistente (OLIVEIRA et. al., 2016). Para um viveiro ter bom funcionamento,
vel por prever orçamentos e dotações Infraestrutura
são necessárias as seguintes estruturas: canteiros; sistema de irrigação;
caixa d’água ou tanque (reservatório); área de sementeira; casa de sombra;
orçamentárias, bem como os demais específica área de espera; área de sol;; galpão de depósito (almoxarifado); área admi-
nistrativa (escritório); cozinha; refeitório; banheiros; sala/quarto de descan-
itens necessários, para este fim so
A qualificação técnica da equipe deve ser específica para as atividades a
Foto 101: Vista frontal do lote sugerido para serem desenvolvidas (SEBRAE, [s.d.]). Viveiristas agrícolas, jardineiros, técni-
implantação de Viveiro Municipal. Equipe cos em meio ambiente, engenheiros florestais, engenheiros agrônomos,
Fonte: Dos autores (2017). administradores e biólogos são exemplos de profissionais aptos a exercerem
funções em um viveiro.

102
A aquisição de mudas de espécies arbóreas para recomposição do or- Se o caminhão utilizado não for frigorífico, as mudas devem ser protegi-
namental público é, em suma, voltada para a melhora da qualidade ambien- das do sol com uma lona, mas sem que haja contato direto - o caminhão pre-
tal da cidade. cisa ter estruturas de maneira que deixem a lona elevada, possibilitando tam-
O plantio de árvores torna-se, então, uma ação de grande importância bém a ventilação.
e emergência, pois, como já descrito nos Capítulos anteriores, reflete direta- Já o transporte das mudas do viveiro local até as áreas de plantio den-
mente nas condições ambientais, sociais e até mesmo psicológicas da popu- tro da cidade pode ser realizado com um veículo utilitário ou com uma ca-
lação. çamba/carreta para reboque em qualquer veículo (Figura 102).
Essa responsabilidade é do poder público, mas pode ser também dos
Figura 102: Exemplos de carreta para reboque.
munícipes, que, seguindo todas as normas, se tornam aptos a adquirir mudas
arbóreas adequadas a cada local de plantio. Nos casos de aquisição pelo Po-
der Público, a mesma poderá ser realizada através de convênios, licitações
ou, ainda, poderá haver produção própria.
As mudas devem seguir o padrão apresentado no início deste Capítulo
(Sessão 5.1), e também os critérios elencados no Capítulo 4, devendo o Exe-
cutivo Municipal observá-los para que as mudas possuam qualidade, evitan- Fontes: REBOQUE BEM (s.d.); MFRURAL (2015).

do assim ônus ao erário público.


O transporte de mudas adquiridas em outras localidades deve levar em
consideração a perenidade da carga, havendo necessidade de estruturas es-
peciais e proteção contra ventos. Se a distância for muito grande, o uso de
um caminhão frigorífico é ideal para manutenção da temperatura aceitável
às plantas (IBF, [s.d.]).

103
O viveiro mais próximo de Mandaguari situava-se, até meados de mento realizado de locais com tocos de árvores a serem removidos (Figura
março de 2016, em Campo Mourão, anexo ao Parque Estadual Lago Azul. 104).
Contudo, as atividades no local foram encerradas e as mudas foram encami- A maior dificuldade encontrada pela equipe da Divisão de Meio Am-
nhadas para o horto de Salto Caxias (Capitão Leônidas Marques), o que difi- biente foi a ausência de materiais e equipamentos próprios, assim como mão
cultou a aquisição de mudas através de parcerias com a COPEL. -de-obra, não sendo-lhes possível executar os serviços necessários de acordo
Antes dessa mudança, em meados de fevereiro de 2016, a Prefeitura com seu próprio planejamento.
de Mandaguari conseguiu uma doação de 300 mudas de árvores, através do Nome comum Nome científico

Programa Florestas Urbanas, para serem inseridas em locais vagos da Aveni- Caliandra Calliandra brevipes
Calistemon Callistemon spp.
da Amazonas. Não havendo local próprio para tais mudas serem alocadas, o
Camélia Camellia japonica
IAP cedeu um espaço temporariamente. Cerejeira-do-japão Prunus serrulata
As mudas recebidas possuíam uma altura de Dedaleiro Lafoensia pacari

aproximadamente 2,00m, já com podas de Extremosa


Lagerstroemia indica L. Foto 104: Levantamento de locais
(Resedá)
de plantio.
condução que as deixavam com formato Guamirim Eugenia stigmatosa Fonte: Dos autores (2017).
arbóreo (Figura 103). Foram solicitadas es- Goiaba-serrana Acca sellowiana (Feijoa sellowiana)
Ipê amarelo Handroanthus chrysotrichus
pécies de pequeno a médio porte (Quadro
Ipê branco Tabebuia roseo-alba
49).
Magnolia champaca
Magnólia amarela
Para a realização do serviço de plantio, foi (Michelia champaca)
Manacá-da-serra Tibouchina mutabilis
elaborado um planejamento com os endere-
Manduirana Senna macranthera
ços onde essas mudas deveriam ser inseri- Oiti Licania tomentosa
das, levando em consideração o levanta- Pitangueira Eugenia uniflora
Quadro 49: Espécies solicitadas ao
Figura 103: Mudas no viveiro da COPEL. Pata-de-vaca Bauhinia forficata
Viveiro da COPEL.
Fonte: SMDEMAT (2016). Quaresmeira Tibouchina candolleana Fonte: SMDEMAT (2016).

104
Quadro 50: Espécies produzidas no viveiro do IAP. Fonte: IAP (2017). Quadro 51: Espécies produzidas nos viveiros da COPEL. Fonte: COPEL (2017).
ESPÉCIES PRODUZIDAS NO VIVEIRO FLORESTAL DO IAP ESPÉCIES PRODUZIDAS NOS VIVEIROS FLORESTAIS DA COPEL
Nome comum Nome científico Origem Nome comum Nome científico Origem
Acacia mangium Acacia bonariensis Nativa Alecrim Holocalyx balansae Nativa
Angico Anadenanthera colubrina Nativa Aroeira-salsa Schinus molle Nativa
Araçá Psidium sartorianum Nativa Caliandra-ereta Calliandra foliolosa Nativa
Cajú Anacardium occidentale Nativa Caliandra-vermelha Calliandra tweedi Nativa
Canafístula Peltrophorum dubium Nativa Caliandra-rosa Calliandra brevipes Nativa
Capixingui Croton floribundus Nativa Calistemon Callistemon so. Exótica
Cedro Cedrela fissillis Nativa Canela-de-veado Helietta apiculata Nativa
Cerejeira-do-Japão Prunus serrulata Exótica Canela-de-cheiro Cinnamomum zeilanicum Exótica
Cereja-do-mato Eugenia involucrata Nativa Caroba Jacaranda micranta Nativa
Gurucaia Parapiptadenia rigida Nativa Cerejeira-do-japão Prunus serrulata Exótica
Ipê amarelo Tabebuia ochraceus Nativa Coeleutéria Koelreuteria paniculata Exótica
Ipê roxo Tabebuia avellanedae Nativa Dedaleiro Lafoensia pacari Nativa
Jaboticaba Plinia cauliflora Nativa Extremosa Lagerstroemia indica Exótica
Jacarandá Jacaranda spp. Nativa Goiabeira-da-serra Acca sellowiana Nativa
Jequitibá Cariniana spp. Nativa Hibisco Hibiscus rosa-sinensis Exótica
Ligustro/Alfeneiro Ligustrum vulgare Exótica Ipê-branco Tabebuia róseo-alba Nativa
Manacá-da-serra Tibouchina mutabilis Nativa Ipê-roxo Tabebuia avellanedae Nativa
Maricá Mimosa bimucronata Nativa Ipê-rosa Tabebuia impetiginosa Nativa
Marmeleiro Ruprechtia laxiflora Nativa Marmeleiro Ruprechtia laxiflora Nativa
Palmeira-real Archontophoenix cunninghamiana Exótica Pata-de-vaca Bauhinia forficata Nativa
Palmito Euterpe edulis Nativa Pata-de-vaca Bauhinia varigeata Exótica
Pau-brasil Caesalpinia echinata Nativa Pau-ferro Libidibia férrea Nativa
Pau-jacaré Piptadenia gonoacantha Nativa Pinheiro-bravo Podocarpus lambertii Nativa
Peroba Aspidosperma polyneuron Nativa Pitanga Eugenia uniflora Nativa
Pitanga Eugenia uniflora Nativa Rabo-de-bugio Lonchocarpus muehlbergianus Nativa
Quaresmeira Tibouchina spp. Nativa Sibipiruna Caesalpinia pluviosa Nativa
Tucaneiro Citharexylum myrianthum Nativa Vacum Allophylus edulis Nativa
Uva-japonesa Hovenia dulcis Exótica

105
As seguintes etapas devem ser seguidas para realização de um plantio adequado:

Fonte: YAMAMOTO et. al. (2014).


Quadro 52: Procedimentos de plantio e replantio (Parte 01). Fonte: Dos autores (2017).

Figura 105: Áreas de canteiro


PROCEDIMENTOS DE PLANTIO E REPLANTIO

suficiente e insuficiente.
Etapa Definição
É preciso observar, primeiramente, a época de plantio que à qual a espé-
Observação da cie a ser plantada está adaptada. Não se recomenda efetuar plantios em
época períodos de estiagem prolongada e em período de inverno
(CTIAPMAUEPR, 2012).
Em seguida, é necessário se atentar se o local possui as especificações de
Avaliação do
distanciamentos mínimos, a serem observados no Quadro 41 (vide página
local
87).

Fonte: Adaptado de GUIA (2015).


O solo deve estar bem preparado, sem indícios de compactação, erosão,
Avaliação do poluição ou fertilidade baixa, pois os mesmos comprometem o desenvolvi-

Figura 106: Abertura de cova.


solo mento da planta. É importante evitar manejos muito bruscos no entorno
de áreas a serem arborizadas.
Deverá ser efetuada a limpeza da área a ser plantada, retirando-se restos
Limpeza
de construção, madeira e galhos secos que porventura existam no local.
De acordo com a Lei Municipal nº 257/97, a área livre de pavimentação ao
redor da muda deve ser de, no mínimo, 1,00 m2. Contudo, essa área deve-
Abertura do
rá ser maior do que isso, a fim de evitar futuros conflitos de raízes, muros
canteiro
e calçadas (CTIAPMAUEPR, 2012). Devem ser feitas cintas de concreto no
entorno do canteiro, e jamais deverão ser usadas manilhas (COPEL, 2014).

Fonte: Adaptado de GUIA (2015).


Figura 107: Preparação da muda.
Após adequação do local de plantio, o coveamento deverá ser feito com
Abertura
uso de ferramentas próprias (pás, enxadas, escavadeiras). As covas deve-
da cova
rão ter dimensões mínimas de 60 x 60 x 60cm (CTIAPMAUEPR, 2012).
A terra da parte superior deve ser colocada de um lado da cova e a terra
Preparação da parte inferior deve ser colocada do outro lado. As covas poderão ser
da cova preparadas com, no máximo, dois dias de antecedência ou quando as mu-
das estiverem disponíveis para plantio.
Preparação Os saquinhos das mudas devem sem removidos sem desmanchar os tor-
da muda rões que envolvem as raízes.

106
As seguintes etapas devem ser seguidas para realização de um plantio adequado:

Quadro 53: Procedimentos de plantio e replantio (Parte 02).


Fonte: Dos autores (2017).
PROCEDIMENTOS DE PLANTIO E REPLANTIO

Fonte: Adaptado de GUIA (2015).


Etapa Definição
A muda deve ser inserida no centro da cova, de maneira ereta, sem que haja inclinação. O caule

Figura 108: Tutoramento.


Colocação não deverá ser colocado muito abaixo e nem muito acima do alinhamento do solo, devendo o
da muda torrão ficar aproximadamente 1cm abaixo do solo, para evitar afogamento do colo (COPEL,
2014).
Após o plantio, as mudas deverão ser coroadas em um raio de 40cm, de modo a formar uma
Coroamento pequena bacia no entorno destas, com o objetivo de reter maior volume de água e impedir a
competição de ervas daninhas.

Calagem Deverá ser misturado 0,15 kg de calcário dolomítico ao solo que foi retirado da cova.

O enchimento das covas deve ser feito com mistura de solo na proporção de 2/3 de terra e 1/3
de esterco de curral curtido, sendo adicionados 200g de adubo granulado de plantio, fórmula
Adubação NPK 04-14-08. O adubo deve ser misturado com a terra de cima que foi retirada da cova e, de-
pois, essa mistura deve ser inserida na parte de baixo da cova após inserção da muda e do tu-
tor.

Fonte: Adaptado de COPEL (2009).


As mudas plantadas deverão ter um tutor, a fim de mantê-las eretas. O tutor pode ser uma es-
taca de bambu ou uma ripa de madeira, circulares ou retangulares, entre 1,50 a 2,00cm de diâ-
metro, no mínimo. Se o tutor utilizado for de bambu ou eucalipto, devem ser utilizados tempo-
Tutoramento rariamente e deverão ser fechados na parte superior, a fim de evitar entrada e acúmulo de

Figura 109: Amarração.


água. O tutor deve ser de aproximadamente do mesmo tamanho da muda ou maior, devendo
ainda possuir uma ponta em forma de cunha, a fim de facilitar sua fixação no solo. A muda e o
tutor são colocados juntos abaixo do nível do solo.
As mudas devem ser amarradas levemente ao tutor por, no mínimo, dois cordões, feitos em
material não corrosível e não agressivo (corda de sisal ou fita de borracha) em formato de “8”.
O amarrilho não poderá ser feito com uso de arames, fios de nylon ou outro tipo de material
Amarração
elástico de difícil decomposição. A tensão da amarra deve ser de tal forma que permita um mí-
nimo de movimento à muda, não devendo estar ajustado ao encontro direto do tutor com a
muda (CTIAPMAUEPR, 2012).

107
As mudas a serem plantadas devem obedecer aos seguintes critérios:

Fonte: Adaptado de GUIA (2015).


Quadro 54: Procedimentos de plantio e replantio (Parte 02). Fonte: Dos autores (2017).

PROCEDIMENTOS DE PLANTIO E REPLANTIO

Figura 110: Forração.


Etapa Definição
Após inserção da muda e do tutor na cova, a mesma deverá ser fechada com uso da
terra que fora removida no momento do coveamento. A porção de terra que foi
Fechamento retirada da parte inferior da cova deverá ser usada para fechar a cova. As covas
da cova devem ser preenchidas com solo livre de entulhos e lixo, com constituição, porosi-
dade, estrutura e permeabilidade adequadas ao bom desenvolvimento da muda,
utilizando composto orgânico e adubação química.
A forração do canteiro no entorno da muda deverá ser feita utilizando-se grama e/
Forração
ou folhas secas.

Fonte: Adaptado de GUIA (2015).


Deverá ser executada uma irrigação logo após o término do plantio até o encharca-
Irrigação

Figura 111: Irrigação da muda.


mento do solo da cova.

O gradil é uma proteção extra importante para uma árvore recém-plantada, pois
impede impactos e lesões mecânicas que podem gerar prejuízos irreparáveis, prin-
Gradil cipalmente se estiver em local de muito tráfego. O material do gradil pode ser di-
versificado: aço, madeira, arame. Deve ser removido quando a planta estiver bem
desenvolvida (CTIAPMAUEPR, 2012).
A irrigação deve ser feita periodicamente quando não houver chuva, de preferência
no início da manhã e no final da tarde, atentando-se se à quantidade de água que a
espécie plantada requer para seu pleno desenvolvimento.
Manutenção A cada seis meses (no início da primavera e no início do outono), as mudas deverão
receber adubação orgânica (pode ser húmus) em todo o entorno do tronco, sem
incorporar. A quantidade de adubo deverá ser de 500g por muda. Após a colocação
do adubo, as mudas deverão ser regadas de imediato.

Fonte: ÁRVORES (s.d.).


Figura 112: Gradil.
108
A Lei Municipal nº 2.837/16 (MANDAGUARI, 2016) determina que os passeios públicos devem ter, no mínimo, 1,20m de faixa pavimentada livre para
passagem de pedestres, devendo essa medida ser fixa para calçadas de qualquer largura. A distância do meio-fio até o início da área permeável gramada
deve ser de 60cm.
Ainda de acordo com esta lei, a faixa restante, à beira do meio-fio, deve ser gramada e contínua, com a largura total da testada do lote, sendo inter-
rompida apenas mediante guia rebaixada para acesso de veículos, guia rebaixada para acesso de pedestres e pontos de ônibus. Para calçadas com mais de 3
metros de largura, pode ser realizada, ainda, uma faixa adicional à beira do alinhamento predial, de largura variável - desde que mantidos a largura de
1,20m de passagem de pedestres.
No entanto, é possível haver alteração neste padrão de calçada, podendo o canteiro ser descontínuo, ficando apenas no entorno da árvore. Sugere-se
que o tamanho mínimo desse canteiro seja de 1,50m x 1,00m para árvores de pequeno porte em calçadas largas e estreitas (Figuras 113 e 114) e de 2,50m
x 1,20m para árvores de médio e grande porte em calçadas largas (Figura 114).

Figura 113: Modelo para calçada estreita: canteiro descontínuo medindo 1,50x1,00.

Fonte: Dos autores (2017).

109
Figura 114: Modelo para calçada larga: canteiro descontínuo medindo 1,50x1,00 para árvores de pequeno porte e canteiro predial opcional.

IMPORTANTE:

Árvores pequenas em
calçadas largas só são
indicadas para locais
com presença de fiação
aérea.

Fonte: Dos autores (2017).

Figura 115: Modelo para calçada larga: canteiro descontínuo medindo 2,50x1,20 para árvores de médio e grande porte e canteiro predial opcional.

Fonte: Dos autores (2017).

110
Ações de Educação Ambiental, no contexto da Arborização Urbana, são imprescindíveis para que todo o planejamento que a envolve seja eficaz, vistas
que essa é a vegetação à qual os cidadãos estão mais próximos e que, comprovadamente, lhes traz maior qualidade de vida. Sabendo disso, é notória a ne-
cessidade de que a população tome consciência da importância da arborização dentro da cidade. Baseando-se na Política Nacional de Educação Ambiental
(nº 9.795/99) e no Decreto que a regulamenta (nº 4.281/02), foram estabelecidas as ações abaixo relacionadas, as quais a Divisão de Meio Ambiente local
deverá monitorar. É importante considerar, no entanto, que outras ações podem ser acrescentadas, desde que possuam a Arborização Urbana como temá-
tica.

Quadro 55: Campanha de conscientização ambiental: educação ambiental formal. Fonte: Dos autores (2017).

Educação Ambiental FORMAL

1. Inserir o tema “Arborização” em todas as disciplinas do ensino público e privado municipal e estadual e sugerir, dentre outras que possam surgir, as seguintes ações junto às escolas da
cidade:
- Ciências: confecção de herbário; germinação de sementes; avaliação da árvore em meio urbano; visita ao Viveiro Florestal do IAP; visita ao Parque da Pedreira, com ênfase na observação
das árvores existentes no local; plantio de árvores em locais especificados pela Divisão de Meio Ambiente.
- Português: redação sobre uma árvore existente próximo à escola; poesias e/ou músicas sobre uma espécie arbórea.
- Inglês: cores das flores de árvores diversas; nomes dos elementos que estão em volta da árvore.
- Artes: maquetes retratando arborização da cidade; painéis utilizando materiais da árvore (folhas, cascas, flores, frutos); desenho livre sobre a árvore presente em frente à casa do aluno;
montagem de mural com fotos de árvores da cidade.
- História: pesquisas sobre árvores importantes na história do Brasil; pesquisas sobre nomes de ruas, cidades, famílias que possuem nomes de árvores; pesquisa sobre a árvore mais antiga
da cidade.
- Geografia: classificação da vegetação brasileira e local; pesquisas sobre importância econômica das espécies arbóreas brasileiras.
- Matemática: medição das árvores (altura e diâmetro); pesagem de folhas, frutos e sementes; censo das árvores existentes na escola.
- Educação Física: caminhada até o Horto Florestal; caminhada até a praça pública mais próxima.

2. Confeccionar material informativo para ser distribuído aos alunos da rede pública municipal e estadual, a fim de levar informações básicas relacionadas à Arborização Urbana para as
crianças e, consequentemente, para suas famílias.

3. Fomentar e incentivar a rede privada de ensino a criar e distribuir materiais e métodos que contenham informações relacionadas à Arborização Urbana para os alunos e, consequente-
mente, para suas famílias.

4. Organizar, anualmente, palestras e apresentações com material audio-visual, de modo a abranger toda a rede de ensino pública e privada da cidade.
5. Organizar, incentivar e fomentar a participação de empresas e prestadores de serviços relacionados à Arborização Urbana em palestras e eventos referentes ao tema.

6. Incluir a Faculdade local nas ações de Educação Ambiental voltadas à Arborização Urbana.
7. Realizar treinamentos junto aos professores da cidade, abrindo-lhes oportunidade para discutir o tema em parceria com técnicos experientes no assunto.
8. Realizar e/ou apoiar a inclusão de ações voltadas à Arborização Urbana (como plantios, regas, tutoramentos, etc.) em Maratonas Inter-Escolares.
111
Educação Ambiental NÃO-FORMAL Quadro 56: Campanha de conscientização ambiental em educação ambiental não-
1. Confeccionar material informativo para ser distribuído em locais específicos (como postos de formal.
saúde, agência do trabalhador e agência dos correios), a fim de levar informações básicas relaci- Fonte: Dos autores (2017).
onadas à Arborização Urbana para a população.
2. Organizar, anualmente, palestras e apresentações com material audio-visual, procedendo-se Figura 116: Atividade de educação ambiental no dia da árvore, em Mandaguari.
os devidos cuidados para que tais eventos sejam amplamente divulgados para toda a população.
3. Organizar, monitorar e administrar informações pertinentes à Arborização Urbana nos diver-
sos meios de comunicação (internet, rádio, jornal).
4. Incluir o tema “Arborização Urbana” nas reuniões periódicas da Câmara de Vereadores, a fim
de mitigar problemas encontrados e amplificar as ações de conscientização dos vereadores junto
à população.
5. Realizar ações junto a outras Secretarias Municipais, de modo a encontrar soluções práticas
para melhorar a visão da população quanto à importância da árvore no meio urbano.
6. Incentivar a iniciativa privada a adotar árvores de praças públicas (preexistentes ou a serem
plantadas) com permissão à propaganda visual em suas proximidades, a fim de melhorar a ma-
nutenção e os cuidados das árvores existentes nestes locais.
7. Desenvolver ações junto aos gestores/funcionários/agentes/servidores públicos da Prefeitura
e da Câmara Municipal para disseminação de informações pertinentes à Arborização Urbana e
incentivo à diminuição de gastos excessivos de papel em todos os departamentos/setores públi-
cos (sensibilização).
8. Obter o apoio de empresas públicas e privadas, universidades, organizações não-
governamentais e demais parcelas da sociedade civil organizada, para o desenvolvimento de
programas e projetos de Educação Ambiental voltada à Arborização Urbana.
9. Incentivar e articular parcerias com a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, de modo a
obter oportunidades de ministração de cursos/palestras e demais ações ligadas ao tema.
10. Fomentar políticas, programas e projetos de Educação Ambiental em todo o Município, ten-
Fonte: REDAÇÃO (2014).
do como uma das suas ferramentas de financiamento os Fundos de Meio Ambiente.
11. Criar a Comissão Municipal de Educação Ambiental (através de Decreto).
12. Articular parceria com a Companhia de Energia vigente, a fim de obter recursos humanos e
financeiros para estímulo às Políticas Públicas de Arborização Urbana.
13. Revisar e melhorar, periodicamente, a legislação vigente que trata do tema.

112
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113
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SMDEMAT (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turismo).


Mudas no Viveiro da COPEL. Fotografia. Cor. Mandaguari, PR. 2016.

______. Levantamento de locais de plantio. Fotografia. Cor. Mandaguari, PR. 2016.

114
6
A prática da poda de árvores consiste na “retirada seletiva de partes jetivo de recompor-se diante desse tipo de intervenção.
indesejadas ou danificadas de uma árvore, a fim de se alcançarem objetivos A remoção da massa verde arbórea compromete o andamento natural
específicos” (ABNT, 2013). Alguns desses objetivos podem ser (COPEL, 2014): de seu metabolismo, gerando um desequilíbrio entre a superfície assimilató-
• Corrigir defeitos estruturais, possibilitando uma ligação mais forte ria da copa (folhas) e a superfície de absorção de água e nutrientes (raízes
aos galhos;
finas) (EHSEN, 1987 apud SEITZ, 1996).
• Melhorar aspectos estéticos;
• Corrigir a copa de árvores danificadas; É importante ainda que gestores, prestadores de serviços e a população
• Adequar a copa a outros componentes da paisagem urbana;
como um todo tenham conhecimento de que a poda excessiva ou repetida
• Manter distância de segurança entre os galhos e condutores de
energia elétrica; em árvores pode provocar prejuízos ao invés de ser uma ação de melhoria,
• Reduzir o potencial de riscos de acidentes.
como se pensa.
O artigo 25 da Lei Municipal nº 257/97 define poda como sendo a
Dentre os principais motivos que levam a população a requisitar podas
“eliminação de parte do vegetal, de modo a melhorar suas qualidades sanitá-
de árvores junto à Prefeitura, estão:
rias, visuais, de equilíbrio, conciliar sua forma ao local e proporcionar condi-
• Galhos sobre residência ou • Medo de queda de galhos;
ções de segurança à população”, devendo esta prática ser realizada com téc-
estabelecimento; • Impedimento de passagem;
nicas corretas e que estejam dentro dos parâmetros da referida lei • Conflito com rede elétrica; • Queda constante de galhos;
• Entupimento de calha; • Queda constante de folhas e/
(MANDAGUARI, 1997).
• Árvore muito antiga; ou flores;
A Norma ABNT NBR 16245-1:2013 estabelece todos os critérios relacio- • Queda constante de frutos.

nados a esse tipo de manejo, objetivando-se manter um padrão de maneira a


evitar problemas e prejuízos oriundos de metodologias errôneas. Exemplo
disso é a poda drástica, ou poda radical, onde toda a copa é eliminada, fican-
do apenas seu tronco ou seus galhos desnudos.
Figura 117: Poda drástica.
De acordo com SEITZ (1996), a poda é uma agressão à árvore, um orga- Fonte: Extraído de SILVEIRA (2014).

nismo vivo que possui defesas naturais e geneticamente definidas, com o ob-

116
Para que essa atividade seja satisfatória, é preciso atenção a diversos
Figura 118: Poda de elevação da copa.
fatores, dentre os quais: o formato arquitetônico da copa de cada espécie, o
Figura 119: Poda de limpeza.
local correto no galho para execução do corte e as técnicas de manuseio das
ferramentas.
Existem diversos tipos de podas, que são realizadas de acordo com a
necessidade (espaçamento, crescimento, riscos) e com as condições do vege-
tal (se é jovem, adulto, senil).
Quadro 57: Tipos de podas comuns. Fonte: Dos autores (2017).
Podas comuns Fonte: Extraído de SILVEIRA (2014).
Tipo Definição
Quando a copa está muito baixa e, por isso, conflitando com elementos
Elevação urbanos e com a passagem de pedestres e veículos, é permitida a poda de Fonte: Extraído de SILVEIRA
da copa elevação dessa copa, onde são removidos, seletivamente, galhos mais bai-
xos (Figura 118) (ABNT, 2013).
Figura 120: Técnica dos três cortes para remoção de galhos.
É a poda seletiva de galhos mortos, doentes, senis ou quebrados (Figura
119), a fim de esses galhos comprometam o bom desenvolvimento da plan-
ta e evitando ainda a queda dos mesmos, diminuindo assim o risco de aci-
Limpeza ou dentes com a população ou danos ao patrimônio público ou privado. Deve
Manutenção ser aplicada a técnica dos três cortes (Figura 120), pois o corte de galhos
pesados feitos diretamente em sua base provoca danos no tronco, passí-
veis de infestações por patógenos (ABNT, 2013; SÃO PAULO, 200?; SEITZ,
1996a).
Esse tipo de poda visa a remoção seletiva de galhos para redução da densi-
dade da copa, não sendo recomendado o percentual de mais de 25% de
Desrama ou
galhos removidos. É preciso observar que os galhos a serem mantidos de-
raleamento
vem estar bem distribuídos, de forma a não danificar a estrutura da árvore
(ABNT, 2013).
Essa poda é semelhante à poda de raleamento, no entanto, aqui a intenção Fonte: Extraído de SILVEIRA (2014).
é reduzir a altura e/ou a largura da copa (e, consequentemente, sua área e
Redução
volume). Deve-se considerar a tolerância da espécie a esse tipo de inter-
venção (ABNT, 2013).
117
Quadro 58: Tipos de podas especiais. Fonte: Dos autores (2017). Figura 121: Situações propensas à poda emergencial.
Podas especiais
Tipo Definição
Durante o
Essa poda deve ser limitada à limpeza, quando houver necessidade (ABNT, 2013).
plantio
Consiste na remoção de brotações laterais, promovendo o desenvolvimento de um ou mais ramos-líderes,
conferindo à árvore um crescimento ereto. Devem ser removidos galhos que estejam interferindo com ele-
Condução
mentos urbanos e com o livre trânsito de pedestres e veículos, de maneira que não seja prejudicada sua
estrutura original (ABNT, 2013; SÃO PAULO, 200?).

É quando há necessidade de redução de riscos, manutenção ou melhoramento da saúde da planta, de sua


Em árvores estrutura, dos aspectos estéticos ou para atendimento a uma necessidade específica. Deve ser evitada a
jovens poda recorrente em árvores jovens, já que em sua fase adulta os conflitos podem não ser mais um problema A - Conflito com rede elétrica;
(ABNT, 2013). B - Árvore avançando sobre a rua;
C - Galho doente e atacado por pragas;
Este tipo de poda pode ser realizada a qualquer momento, sem programação, uma vez que seu objetivo é D - Impedimento exagerado de iluminação.
remover partes da árvore que estejam colocando em risco a integridade física das pessoas ou do patrimônio
Fonte: Adaptado de SILVEIRA (2014).
Emergencial público e particular (Figura 121). Para esta execução, deve-se cortar o galho a ser removido a uma distância
de 50 a 100cm do tronco. Em seguida, procede-se o corte junto ao tronco (ABNT, 2013; SÃO PAULO, 200?;
SEITZ, 1996).
Figura 122: Técnica de poda de raízes.
Quando galhos se estendem para além do plano de crescimento, é necessário podá-los ou amarrá-los ao fio
Latada
de condução (ABNT, 2013).
É a poda seletiva que visa aprimorar a estrutura, a forma e a aparência de árvores que tenham sido severa-
Restauração
mente danificadas com podas excessivas ou vandalismos (ABNT, 2013).
É a poda seletiva de galhos de maneira que permita o acesso a uma vista específica. É recomendado o esta-
Para vistas
belecimento de percentual de folhagem passível de remoção (ABNT, 2013).
A poda de raízes deve ser evitada a todo custo, pois sua capacidade de regeneração é inferior à da copa.
Além disso, a estrutura da árvore pode ser gravemente comprometida, tornando-a instável, principalmente
De raízes se forem feitos cortes verticais em um plano total. Se a poda de raízes for estritamente necessária, deve ser A - Exposição cuidadosa das raízes, manualmente;
realizada com técnicas corretas, removendo-se apenas raízes mais finas (Figura 122). O ideal é manter um B - Corte da raiz do lado da árvore primeiro, com serrote
espaço permeável para que as raízes não causem problemas futuros (SEITZ, 1996a). afiado, evitar machados;
C - Corte da raiz na outra parede da valeta;
A poda de palmeiras é diferenciada, podendo ser realizada apenas quando suas estruturas apresentarem D - Proteção da raiz cortada e do solo contra dessecação.
De palmeiras condições de risco. A remoção das folhas deve ser junto à base do pecíolo, sem que o estipe seja danificado
(ABNT, 2013). Fonte: Adaptado de SEITZ (1996a).

118
Quadro 59: Podas junto a redes elétricas. Fonte: Dos autores (2017).

Podas junto a redes elétricas

Tipo Definição

É o tipo de poda que visa prevenir a interrupção dos serviços de energia e danos aos equipamentos. É importante que seja realizado o mínimo de cortes
Poda de árvores
para este fim, levando sempre em consideração o formato natural da árvore, evitando assim sua descaracterização (Figura 123). Árvores de grande porte
sob rede elétrica
com importância histórica/cultural deve ter essas podas evitadas, sendo a adaptação da rede uma opção a ser preferida (ABNT, 2013).
Deve-se levar em conta que o plantio de palmeiras em locais com rede elétrica deve ser expressamente evitado, uma vez que esse tipo de planta não supor-
Poda de palmeiras
ta podas exageradas. O corte de folhas que estejam 45° acima do plano horizontal prejudica sua estrutura (Figura 124). Convém substituir palmeiras que
sob rede elétrica
estejam sob rede elétrica por árvores de pequeno porte.

Figura 123: Situações propensas à poda emergencial.

Figura 124: Poda de palmeira


realizada indevidamente. A - Árvore jovem com alguns galhos começando a ter contato com a rede;
Fonte: Adaptado de ABNT B - Árvore chegando à fase adulta, com crescimento de galhos que conflitam com a rede:;
(2013). C - Árvore adulta com galhos conflitantes removidos.

Fonte: Adaptado de SILVEIRA (2014).

119
A vistoria in loco para avaliação de árvores para fins de remoção e subs- De acordo com dados da Divisão de Meio Ambiente, os principais moti-
tituição deve ser realizada por técnicos devidamente habilitados, preferenci- vos para requerimentos de remoção de árvores em Mandaguari são:
almente Biólogos, Engenheiros Florestais e Engenheiros Agrônomos, por pos- • Árvore morta/seca; • Queda constante de galhos;
• Árvore ocada; • Queda constante de folhas e/
suírem conhecimentos específicos em Botânica. • Raízes danificadas; ou flores;
Para essa vistoria, são necessários alguns instrumentos básicos, que • Localização errada; • Queda constante de frutos;
• Espécie proibida; • Ocorrência de vandalismos;
devem fazer parte da rotina da Divisão de Meio Ambiente: • Árvore venenosa ou com • Reclamações dos vizinhos;
espinhos. • Árvore muito alta;
• 1 câmera digital, para registro fotográfico da árvore vistoriada;
• Inclinação; • Árvore muito antiga;
• 1 trena ou 1 fita métrica, para medições de CAP e de distâncias;
• Conflito com rede elétrica; • Reações alérgicas;
• 1 prancheta, para suporte às fichas de vistoria;
• Aparecimento de insetos; • Calçada quebrada;
• 1 martelo de borracha e 1 chave de fenda, para técnica de avaliação
• Galhos sobre domicílio; • Entupimento de calha;
de madeira lesionada. • Impedimento de passagem; • Impedimento de visualização
• Danos ao patrimônio; de fachadas.
Além desses, outros equipamentos mais específicos tornam-se impor-
Alguns desses motivos são considerados impróprios para justificar a
tantes para o trabalho de campo, pois tendem a ampliar :
remoção de uma árvore em ambiente urbano, mesmo que o requerente sin-
• 1 GPS, para registro das coordenadas geográficas e mapeamento; ta-se incomodado.
• 1 hipsômetro, para medição da altura;
• 1 fita dendrométrica ou uma suta dendrométrica, para medição de Sabe-se que a prática da remoção de árvores é indicada apenas quando
DAP; são diagnosticados problemas graves e sem possibilidade de correção. Para
• 1 penetrômetro, para técnica mais precisa de avaliação de madeira
lesionada; tanto, deve-se levar em conta determinados critérios, a fim de se evitar su-
• 1 binóculo, para melhor observação da copa. pressões desnecessárias ou errôneas (Quadro 59).

As normas técnicas e as metodologias devem ser consideradas em to- É importante que seja realizada a compensação ambiental sempre que

das as vistorias. Além disso, a legislação pertinente deve ser respeitada, bem uma árvore precisar ser cortada, devendo a legislação municipal reger este
como a definição dos critérios para supressão de árvores urbanas. procedimento.

120
Quadro 60: Critérios para avaliação de árvores de risco e da necessidade de remoção.
Critério Definição
É importante considerar de que espécie é a árvore avaliada, bem como sua origem (nativa ou exótica). Árvores nativas devem ser preferencialmente mantidas,
Espécie e origem
salvo demais constatações que justifiquem sua remoção.
É importante avaliar a existência de pragas e doenças e seus respectivos graus de infestação, observando o aspecto visual geral da planta. Árvores com uma grande
Fitossanidade quantidade de infestações são mais susceptíveis à queda, principalmente se outros fatores estiverem envolvidos. A existência de fungos decompositores de maté-
ria orgânica pode indicar apodrecimento da madeira. Coloração desbotada ou amarronzada pode significar
Localização Deve-se observar em que região da cidade a árvore está localizada, podendo ser uma zona de risco (escola, hospital, playground) ou não (calçadas), sendo o grande
na cidade fluxo de pedestres e veículos um fator determinante da avaliação de riscos.
É preciso observar se a árvore está fora do alinhamento (muito próximas ao alinhamento predial ou no centro do passeio) e se existem conflitos com outros ele-
Localização
mentos urbanos (rede aérea, rede subterrânea, postes, placas, semáforos, hidrantes). É necessário também avaliar se a área livre no entorno da planta é de tama-
na calçada e conflitos
nho suficiente para seu desenvolvimento.
Importância Uma árvore antiga, em um local referencial, que atravessa gerações e compõe uma paisagem conhecida pela população, possui uma alto valor emocional e psicoló-
ecológica, gico, sendo parte da história e da cultura local. Por isso, essas árvores devem ser criteriosamente avaliadas, evitando-se seu corte caso a avaliação de riscos não
histórica e cultural indique essa propensão.
É fundamental conhecer a existência de leis específicas que regem a produção, o plantio e a comercialização de determinadas espécies, procurando seguir as orien-
Legislação
tações dessas leis.
Deve-se mensurar a altura da árvore em sua fase adulta e identificar sua idade através de cálculos específicos. Árvores antigas e maiores suportam menos interven-
Tamanho
ções e, se estiverem em local com muitos conflitos, é necessário avaliar suas condições. Espécies de crescimento rápido podem ser mais fracas mesmo se forem
e idade
jovens.
Ao avaliar uma árvore, é preciso saber seu histórico de intervenções, o que pode ser constatado, por exemplo, através da detecção de cicatrizes, brotações epicór-
Histórico de
micas (galhos esguios) e diferenciações na coloração e no diâmetro dos galhos. Uma grande quantidade de intervenções leva ao declínio da planta, principalmente
intervenções
se for senil.
É necessário conhecer o comportamento das espécies arbóreas existentes na cidade (estimativa de altura total ao chegar na fase adulta, se as raízes são agressivas,
Comportamento
se produz frutos grandes, se possui madeira mole/fraca, etc.). Árvores com raízes tabulares, por exemplo, podem ser plantadas em regiões abertas e sem fluxo de
da espécie
pessoas, já que esse tipo de raiz pode causar acidentes a transeuntes.
A ausência de neiloide é um fator de indicação de risco de queda, pois demonstra que a planta não foi bem inserida na cova durante o plantio (foi colocada muito
Estrutura abaixo do nível do solo) ou teve sua base aterrada posteriormente, fazendo com que a planta perca sua base estrutural de equilíbrio. Uma inclinação acentuada
(ângulo maior que 40°), também constitui fator de risco.
Condições Se o local possuir características de ventos fortes, alto índice pluviométrico e histórico de alagamentos, é importante considerar que árvores frágeis e depreciadas
meteorológicas em locais com maior exposição a esses fatores são propensas a cair. A direção do vento também influi.
Fonte: GONÇALVES et. al. (2007); BOBROWSKI (2012); PEREIRA et. al. (2011); MANDAGUARI (1997); BRAZOLIN (2012); SAMPAIO et. al. (2010).

121
Para a execução do corte para fins de supressão, o operador deve se- A técnica de eliminação por inteiro deve ser realizada apenas em locais
guir determinadas normas e técnicas, de modo a evitar danos ao patrimônio que haja espaço livre, devendo o operador estar atento que a árvore deverá
público e privado, além de garantir sua própria segurança, dos transeuntes e cair, que é o lado onde são realizados os cortes da “boca”.
da equipe.
Estando no local, é importante que o operador observe algumas condi-
ções antes de iniciar a execução do serviço (CEMIG, 2011):

• Checar os equipamentos, se estão todos aptos a realizar o serviço;


• Inspecionar a área ao redor da árvore, observando se existem obstá-
culos;
• Observar a inclinação da árvore, fazendo cortes de maneira que ela
caia para o lado em que está naturalmente inclinada;
• Verificar se a árvore possui galhos secos, podres ou prestes a cair,
que podem trazer riscos à operação.

Quadro 61: Técnicas de corte de árvores. Fonte: Adaptado de CEMIG (2011).


Tipo Etapa Técnica
Figura 125: Técnica de corte por eliminação parcial.
Remover a maior parte das ramificações existentes para reduzir a Fonte: Acervo próprio (2014).
1
Redução massa total da árvore.
2 Cortar todos galhos, deixando apenas o tronco.
Eliminação Eliminar o tronco principal de maneira parcial, cortando-o em peda-
1
parcial ços do topo até o nível do solo, deixando apenas o toco.
Fazer um corte horizontal, paralelo ao solo, a uma altura de 20cm,
1
até chegar a 1/3 do diâmetro do tronco.
Eliminação Fazer outro corte, em diagonal, até alcançar o primeiro corte, for-
2
por inteiro mando um ângulo de 45° (“boca”). Figura 126: Técnica de corte por eliminação por
Fazer um corte horizontal, no lado oposto aos cortes já realizados, a inteiro
3 Fonte: Extraído de CEMIG (2011).
uma altura de 30cm do solo e até atingir a metade do tronco.

122
Alguns produtos são utilizados em jardinagem para evitar infestação de Como não existem pesquisas que comprovem a eficiência de quaisquer
pragas e doenças após o manejo de plantas. Na arborização urbana, essa prá- produtos químicos, recomenda-se que não sejam realizadas nenhum tipo de
tica é controversa. intervenção com essas substâncias em plantas que foram podadas, até mes-
A Norma ABNT NBR 16246-1:2013 trata desse assunto e não recomen- mo para que sejam evitados casos de agravamento por uso indevido.
da o uso de substâncias químicas. No entanto, a própria norma traz uma ex- Existem outros tipos de intervenções em árvores lesionadas, que bus-
ceção a essa afirmativa, dizendo que pode-se utilizá-las “quando recomenda- cam sua manutenção de acordo com o dano sofrido. Chamada de dendroci-
do para controle de doenças, inseto, ervas parasitas, controle de brotações rurgia, essa é a prática que “visa o restabelecimento da saúde fisiológica das
ou razões estéticas” (ABNT, 2013). árvores, sua estrutura física e estética” (GONÇALVES; PAIVA, 2006 apud SIL-
Alguns autores consideram o uso de calda bordalesa, parafina, masti- VEIRA, 2014).
que e cera de enxerto (ÁRVORES, [s.d.]), com a função de evitar a ação de Árvores que tenham sofrido lesões graves em seus vasos de condução,
agentes nocivos após a remoção de galhos mais grossos. Outros afirmam que por exemplo, podem receber safenas, a fim de restabelecer o fluxo das sei-
essa prática pode causar danos ao processo de compartimentalização da vas. Os ramos são extraídos da própria árvore e ligados por enxertia
planta (SHIGO, 1981 apud ARAUJO; ARAUJO, 2011). (GONÇALVES; PAIVA, 2006 apud SILVEIRA, 2014).
Seitz (1996) afirma que os fungicidas são ineficientes e que as opções Árvores ocadas também podem receber preen-
mais promissoras são os estimuladores de crescimento do calo cicatricial chimento com materiais sintéticos, como espu-
ou os fungos antagônicos àqueles que degradam o tecido celular. A mera ma de poliuretano. Por fim, é feita uma maquia-
chance de os produtos químicos que inibem ação microbiana causarem da- gem sobre esse enchimento, com fins estéticos
nos à compartibilização já deveria torná-los inutilizáveis. (SILVEIRA, 2014).
Entretanto, sabe-se que estes procedimentos
“Caracteriza-se pela hiperplasia de células
da planta em torno de uma lesão. É uma são caros e de difícil execução, não sendo viáveis
reação da planta na tentativa de cicatrizar para Prefeituras.
uma ‘ferida’” (BRIOSO, 2015). Figura 127: Safenas em árvore danificada. Fonte: Adaptado de SILVEIRA (2014).

123
Ações de controle de pragas e doen- Figura 128: Cupins e brocas. os produtos utilizados podem intoxicar pessoas e animais do entorno, bem
ças tornam-se, então, uma alternativa mais como a própria árvore a ser tratada (ZORZENON, 2009). Brazolin (2012) ori-
viável para o cuidado das árvores da cida- enta que a melhor técnica é ainda a prevenção: boas técnicas de podas e
de. Conforme já avaliado, os manejos pro- educação ambiental junto à população. Em casos em que não há possibilida-
venientes de podas e as lesões oriundas de de de recuperação da planta, a mesma deve ser substituída.
negligências e/ou vandalismos são a porta Podem ser realizadas sete tipos de medidas de controle de pragas e do-
de entrada de muitos patógenos. As infes- Fonte: Acervo próprio (2013). enças, sendo elas brocas, cupins e formigas, bactérias ou fungos:
tações por brocas, cupins e fungos são comuns em muitas árvores urbanas. Quadro 62: Medidas de controle de pragas e doenças em árvores.
Fonte: Adaptado de AUER (1996).
O tratamento de brocas e cupins é difícil de ser realizado, pois as larvas Medida Definição Ação
fazem orifícios voltados para baixo, impedindo a ação de venenos pulveriza- Exclusão
Prevenção da entrada do patógeno
Produzir e plantar de mudas sadias.
em área isenta.
dos. Alguns cupins são do tipo subterrâneo, o que também dificulta ações de
Prevenção do estabelecimento do
Remover tocos e raízes colonizadas;
tratamento, pois instalam-se, muitas vezes, em locais de difícil acesso. Erradicação patógeno através de sua eliminação,
Podas de limpeza.
mesmo já estando introduzido.
As abelhas-europeias (Apis mellifera), por sua vez, devem ser removi-
Prevenção do contato do patógeno
das com cuidado, por profissional especializado, e então levadas para um api- Proteção Aplicar produtos protetores ou sistêmicos.
já introduzido com a planta.

ário próprio, onde podem continuar sua produção de mel de maneira segura. Impedimento do estabelecimento de
Aplicar produtos sistêmicos;
Imunização relações parasíticas entre o patóge-
Plantar espécies resistentes.
É importante não eliminar esses indivíduos, que são importantes na função no e a planta.
Aplicar fertilizantes para recuperação das raízes
de polinização. e da copa;
Terapia Cura da planta doente. Aplicar condicionadores e corretivos de solo;
Recomenda-se que a Prefeitura contrate empresa ou profissional autô- Aplicar defensivos agrícolas;
Realização de dendrocirurgia.
nomo com experiência, devendo então realizar os procedimentos necessários
Prevenir através do plantio em época ou área
Evasão Uso de táticas de fuga do patógeno.
dentro das normas de segurança e da legislação pertinente. Não é recomen- onde o patógeno é infectivo, raro ou ausente.
Melhorar a drenagem do solo com matéria or-
dado que munícipes realizem tratamentos em árvores sem autorização pois Regulação
Prevenção da doença pela manipula-
gânica, areia ou drenos;
ção do fator ambiente.
Irrigação.

124
O triturador de galhos de Mandaguari foi adquirido em 2013, objetivan- Este equipamento é muito útil na gestão da arborização urbana de um
do-se a “reutilização dos resíduos naturais, pois com a trituração dos galhos e município, pois agiliza a remoção dos resíduos e facilita sua destinação. A tri-
a utilização dos cavacos (pequenos pedaços de madeira), evita-se que os ga- turação dos galhos deve ser feita com a máxima rapidez possível após a finali-
lhos oriundos das podas de árvores sejam jogados no aterro sanitá- zação dos serviços de corte e poda.
rio” (MANDAGUARI, 2013). Entre os benefícios do triturador, destacam-se:
• Redução de impactos ambientais nos aterros sanitários;
• Redução de frota (são necessários menos caminhões para coleta de
Figura 129: Aquisição do triturador de galhos.
resíduos);
• Redução de mão-de-obra (é necessário apenas um funcionário para
alimentar a máquina, contra vários funcionários coletando os ga-
lhos);
• Melhoria da produtividade (despende-se menos tempo para realizar
os serviços, atendendo os munícipes com maior agilidade);
• Antecipação do retorno de matéria orgânica para o solo, sendo utili-
zada após processo de compostagem para enriquecimento do mes-
mo;
• Redução dos gastos públicos.

Fonte: MANDAGUARI (2013).

125
Em Mandaguari, a remoção de tocos (destocamento) com equipamen- Figura 131: Remoção de toco com uso de máquina.
Fonte: Acervo próprio (2015).
to mecanizado começou a ser realizada em 2016 (Figura 131). Até então, o
serviço era realizado manualmente (Figura 130).
Os dois tipo são viáveis e bem executáveis, porém, é notório que a rapi-
dez, a facilidade e os custos reduzidos que as máquinas proporcionam tor-
nam o serviço manual obsoleto.
Para a remoção manual, são necessários entre dois e três dias, pois o
operador deve escavar ao redor do toco com uma pá e uma enxada, de ma-
neira que o toco fique apto a ser arrancado com o uso de veículos e equipa-
mentos.
A remoção com maquinário pode ser feita em até meia hora. O opera-
dor remove o excesso de resíduos no entorno do toco e depois leva a máqui-
na até o local para realizar a trituração. As lâminas dentadas permitem o cor-
te de pedaços da madeira de maneira bastante rápida.

Figura 130: Remoção de toco manual-


mente.
Fonte: Acervo próprio (2014).

126
É importante que os tocos sejam removidos, pois sua permanência po-
de gerar diversos conflitos, entre os quais:
• Impedimento de plantio de novas árvores no local;
• Declínio no aspecto paisagístico do local; Figura 132: Toco de Flamboyant (Delonix regia) em frente a uma garagem.
• Aumento nos riscos de acidentes envolvendo pedestres;
• Geração de paradoxos mediante corte de árvore autorizado devido
a problemas com as raízes (Figura 132).

Após a execução da remoção do toco, o local deve ser readequado de


maneira a ficar apto a receber uma nova planta. Devem ser realizadas as se-
guintes ações (cada uma sob responsabilidade de seus respectivos executo-
res):
1. Operador do triturador: remover os resíduos e destiná-los correta-
mente;
2. Munícipe: abrir o espaço para o canteiro (de acordo com as normas
já definidas na Sessão 5.3);
3. Munícipe ou Divisão de Meio Ambiente: realizar a preparação do
solo e o plantio de uma nova muda.

Se um toco for removido manualmente, o mesmo deverá ser destinado


Fonte: Acervo próprio (2014).
ao local indicado e autorizado pela Divisão de Meio Ambiente.

127
Após a execução dos serviços de corte e poda de árvores, é fundamen- Quadro 63: Usos de resíduos de madeira.
tal que haja uma estratégia para recolhimento e destinação dos resíduos, Uso Resíduo Descrição

Usada in natura ou após etapas de com-


pois estes podem ocasionar transtornos, como a dispersão de folhas/flores, o Adubo
Serragem em geral e madeira
postagem para proteção do solo e como
solida picada
impedimento de livre passagem de pedestres e veículos e, inclusive, aciden- adubo; inclui a cama de galinha usada.
Serragem macia para contato com ani-
tes de trânsito. Cama de
Serragem em geral mais. Após o uso, a serragem suja com
galinha
estrume pode ser usada como adubo.
Para tanto, a equipe de corte e poda deve realizar a separação e o
Processos industriais para produção de
acondicionamento dos resíduos durante seus serviços, a fim de evitar esses e Carvão de Pontas, tocos, sobras, rejeitos,
carvão, álcool, metanol e gás combustí-
combustíveis costaneiras, cascas e galhos
vel.
outros problemas e também facilitar a coleta. Os galhos devem ser cortados,
Usado como lenha em usinas, termoelé-
empilhados e colocados rente ao meio-fio, assim como os troncos. Pontas, tocos, sobras, rejeitos,
Energia tricas para obtenção de energia elétrica.
costaneiras, cascas e galhos; bri-
elétrica Há o problema da emissão de poluentes
Tais resíduos são considerados como Classe II A (não perigosos e não quetes de serragem prensada
na atmosfera.
inertes), pois possuem características de biodegradabilidade e combustibili- Queima para obtenção de calor. Usado
Pontas, tocos, sobras, rejeitos, em forno de padarias, pizzarias, olarias
dade (ABNT, 2004). Energia
costaneiras, cascas e galhos; bri- e em caldeiras industriais. Há o proble-
térmica
quetes de serragem prensada ma da emissão de poluentes na atmos-
A destinação destes resíduos para o aterro sanitário foi a solução en-
fera.
contrada pelo Poder Público de muitos municípios, inclusive Mandaguari. No Extração industrial de óleos e resinas
Extração de
Serragem em geral para uso como combustível, resinas
entanto, a perda de receita e o impacto ambiental e financeiro dessa ação óleos e resinas
plásticas, colas e essências.
devem ser as principais razões para uma mudança nesse cenário. Madeira Na fabricação de chapas de madeira
Serragem em geral
reconstituída reconstituída.
Quirino (2002 apud LUZ, 2012) indica algumas utilidades da madeira
Fonte: Extraído de QUIRINO, 2002 apud LUZ, 2012.
proveniente dos serviços de corte e poda de árvores e prova que esse resí-
duo pode ser bem aproveitado quando sua gestão é eficaz.

128
O produto da trituração de galhos é uma biomassa que pode ser utiliza- Havendo a instalação de um Viveiro Municipal, grande parte ou mesmo
da em diferentes processos, como adubação e cobertura de solos (BARATTA a totalidade dos resíduos provenientes da trituração poderá ser-lhe encami-
JUNIOR, 2007). nhado para realização do processo de compostagem e utilização no preparo
A trituração dos tocos dá origem a uma serragem que pode ser utilizada de substrato para mudas, o
na fabricação de briquetes (peça sólida feita de serragem ou maravalha com- que reduziria significativa-
primida, sendo conhecida como lenha ecológica, justamente por ser recicla- mente a quantidade de resí-
da) (QUIRINO, 2002 apud LUZ, 2012). duos destinados erronea-
Para Mandaguari, sugere-se um modelo de gestão dos resíduos prove- mente e possibilitaria a sus-
nientes dos serviços relacionados à arborização urbana, conforme mostra o tentabilidade do Viveiro.
Quadro 63, com geração de receita e retorno para o Fundo Municipal de Figura 133: Geração de resíduos
durante serviços de poda e corte.
Meio Ambiente (FMMA), de onde são utilizados recursos financeiros para Fonte: SMDEMAT (2015).
gerenciamento de ações voltadas à arborização urbana municipal.

Quadro 64: Sugestão de gestão dos resíduos sólidos provenientes dos serviços de arborização urbana.
Local de Unidade de
Destinação Destinação
Serviço Resíduo depósito Retirada venda/ Público alvo Usos
do resíduo da receita
temporário doação
Padarias, pizzarias, churrascarias, olari-
Fornos; produção de briquetes; produ-
Almoxarifado No local, pelo as, caldeiras, indústrias de briqueta-
Corte Lenha Venda/Leilão Kg/Ton ção de mobiliário; utilização em proje- FMMA
Municipal interessado gem; marcenaria; empresas de paisa-
tos paisagísticos
gismo, arquitetura e decoração
Almoxarifado No local, pelo Compostagem; proteção do solo; pre-
Trituração Biomassa Doação Kg/Ton Proprietários rurais; Viveiro Municipal -
Municipal interessado paro de substrato para mudas
Remoção de Almoxarifado No local, pelo Produção de briquetes; forração para
Serragem Venda/Leilão Kg/Ton Indústrias de briquetagem; granjas FMMA
toco Municipal interessado animais
Fonte: Dos autores (2017).

129
A equipe de corte e poda poderá ser composta por, no mínimo, 02 ope- O controle e a distribuição dos Figura 135: Caminhão para cortes e podas.
radores, 01 motorista e 02 auxiliares, podendo essa quantidade ser maior ou serviços a serem realizados fica sob
menor, dependendo sempre das necessidades do Município. É também pos- responsabilidade da Divisão de Meio
sível que haja uma equipe para cada tipo de serviço. Ambiente.
No entanto, cabe ao prestador
de serviço, ou à Secretaria Municipal
Foto 134: Equipe de corte e poda.
responsável pela execução, o contro-
le do roteiro dos serviços diários, que
devem ser feitos de maneira a otimi-
zar o tempo e evitar prejuízos.

Fonte: SMDEMAT (2016).

É, ainda, de extrema importância que toda a equi-


pe possua certificação e experiência na execução
de podas e cortes de árvores urbanas, além de
conhecimento do correto manuseio dos equipa-
mentos e ferramentas, sendo estas exigências ne-
cessárias para o bom desempenho das técnicas
Fonte: SMDEMAT (2016).
de manejo de árvores.

130
A equipe de remoção de tocos (destocamento) poderá ser composta Figura 136: Equipe de trituração de galhos.

por, no mínimo, 01 operador e 01 motorista, podendo essa quantidade variar


de acordo com a demanda dos serviços.
A equipe de trituração de galhos poderá ser composta por, no mínimo,
01 operador, 01 motorista e 02 auxiliares, podendo essa quantidade ser mai-
or ou menor, dependendo das necessidades do município e da demanda de
serviços.
A equipe de recolhimento de resíduos necessita de, no mínimo, 01
operador, 01 motorista e 01 auxiliar, podendo essa quantidade variar confor-
me as necessidades do município e da demanda de serviços. Fonte: Acervo próprio (2014).
Para ambas as equipes, é recomendável ainda que haja ainda um assis-
tente/auxiliar administrativo para colaborar com o controle do itinerário, das
Figura 137: Equipe de recolhimento de resíduos.
demandas e demais assuntos pertinentes a este serviço.
Todos os operadores deverão sempre utilizar equipamento de proteção
individual, a fim de evitar acidentes e lesões decorrentes das atividades exer-
cidas.
Recomenda-se que todas as equipes (corte e poda, trituração, destoca
e remoção de resíduos) estabeleçam contato direto entrei si, bem como com
seus respectivos setores administrativos e com a Divisão de Meio Ambiente,
com vistas a manter a eficiência no sistema de gerenciamento da arborização
urbana municipal.
Fonte: Acervo próprio (2014).

131
As ferramentas e equipamentos utilizados durante a execução de podas Quadro 65: Principais ferramentas e equipamentos necessários para manejo de árvores
(Parte 1).
e cortes devem ser de qualidade, estar em bom estado de conservação e Fonte: Adaptado de SEITZ (1996b).
dentro das normas técnicas (SEITZ, 1996). A ABNT NBR 16245-1:2013 orienta Ferramenta Definição

que esses materiais não devem danificar o tecido vivo e a casca, devendo ain- São ferramentas manuais, de cabo curto, usadas para corte de galhos finos, de
Tesouras
até 15mm de diâmetro. Podem ser de uma lâmina ou de duas, o que muda
de poda (1)
da estar bem afiados (ABNT, 2013). completamente a maneira de realizar o corte.
O podão é uma tesoura de poda montada sobre hastes de comprimentos vari-
Fonte: TRAMONTINA

Podão (2) áveis, acionada por um cordel. É usada para podar galos de até 25mm de diâ-
Figura 138: Tesoura

metro que estejam em alturas maiores (recomenda-se até 6m).


Usadas para corte de galhos com diâmetro entre 2 e 15cm. Possuem caracte-
Serras
1 rísticas variadas, podendo ser retas ou curvas; de corte unidirecional ou bidi-
de poda.

manuais (3)
recional; ter de 2 a 6 dentes por polegada; ser rígidas ou de arco.
(2016)

A motosserra é usada para cortar galhos mais de 15cm de diâmetro. Por ser
um equipamento pesado e de performance arriscada, deve ser manuseada
Motosserra
com apoio no solo. Considerando seu uso durante podas (em alturas eleva-
(4)
das), o apoio em escadas torna-se de alto risco e, por isso, a recomendação é
Figura 140: Serra manual.

utilizá-la apoiando-se em plataformas elevatórias, cestos ou andaimes.


Fonte: DIFERPAN (s.d.).

Fonte: MASADA (s.d.).

São ferramentas de impacto, usadas para corte de ramos que foram podados
Machado
Figura 139: Podão.

e que já estão no solo, a fim de diminuir o volume de resíduos. O manuseio


(5a),
deve ter apoio bem firme no solo, por exigirem maior esforço e por serem
foice (5b) e
perfuro-cortantes. Em hipótese alguma devem ser utilizadas na poda, muito
facão (5c)
menos para o corte de galhos dentro da copa.
A corda tem como principal função a segurança do operador, pois é utilizada
2 3 para sustentá-lo em locais de difícil apoio. É necessário, para isso, um auxiliar
que fique no solo para manter a corda tensionada. Utiliza-se também a corda
Figura 142: Machado, Foice,

(2016); (5b) CONSTRUAQUI

Corda (6) para amarrar galhos a serem podados, a fim de evitar sua queda descontrola-
Fontes: (5a) TRAMONTINA
Figura 141: Motosserra.

(s.d.); (5c) TRAMONTINA


(2016); (6) ARTECORDAS

da. Ao ser realizado o corte de uma árvore, a corda auxilia em seu tombamen-
Fonte: STIHL (s.d.).

to direcionado. No entanto, essa prática deve ser evitada, já que a árvore é


derrubada por inteiro, gerando riscos de acidentes.
Facão e Corda.

4
(s.d.).

5a 5b 5c 6
132
Quadro 66: Principais ferramentas e equipamentos necessários para manejo de árvores (Parte 02).

Fonte: CONSTRUIR ANDAIMES (2013).


Fonte: Adaptado de SEITZ (1996b).
Ferramenta Definição

Os andaimes podem ser montados nas proximidades da árvore a ser

Fonte: FERRAMENTAS
podada, permitindo maior segurança à equipe, mesmo que o tempo de
Andaimes (7)

Figura 144: Escada.


Figura 143: Andaime.

KENNEDDY (2014).
montagem seja mais demorada. Esse tipo de equipamento é usado
quando não seja possível a queda livre dos galhos podados.
As escadas são muito utilizadas para acesso aos galhos mais altos, po-
dendo ser de diversos materiais (madeira, fibra de vidro ou alumínio). O
melhor tipo de escada é a de dois corpos, com total de 6 a 9 metros. Esse
Escadas (8) equipamento deve estar em dia com as normas de segurança, sendo 8
elas: apoios ao solo antiderrapantes e com base larga; apoio à árvore 7
antideslizante (para encosto transversal); apoio à árvore único, flexível
(para encosto longitudinal); sistema de fixação ao tronco (corda).

Fonte: DIRECT INDUSTRY (2017).


Figura 145: Plataforma elevatória.
São plataformas montadas sobre caminhões ou reboques, em braços

Fonte: LOGISMARKET (2017).


articulados, atingindo de 15 a 30 metros e permitindo o trabalho nas
Plataformas
copas e em locais de difícil acesso. Esse tipo de equipamento possui iso-
elevatórias (9)
lamento elétrico, espaço para dois operadores (algumas possuem ape-

Figura 146: Gruas.


nas um espaço) e comando à prova de acionamento involuntário.
Quando galhos mais grossos devem ser removidos, podem ser utilizadas
gruas, que seguram esses galhos e os levam até o solo. No entanto, esse
tipo de manejo requer extremo cuidado e experiência, pois o operador
Gruas (10)
corre o risco iminente de ser atingido pelo galho, caso este se movimen-
te de maneira brusca. Jamais devem ser usados cestos adaptados em 9
10
gruas, pois esse risco é duplicado.
Equipamento próprio para triturar galhos com diâmetro de até 30cm de Figura 147: Triturador de galhos.
Triturador de
diâmetro, podendo esta medida variar de acordo com a potência e a

Fonte: TRANSMR (2013).


galhos (11)
estrutura da máquina.
Fonte: VERMEER (2017).

Figura 148: Caminhão


O triturador de galhos pode ser acoplado a um caminhão compactador,
Caminhão
que recebe os resíduos já triturados de maneira facilitada devido ao seu

compactador.
compactador (12)
formato.

11 12

133
Quadro 67: Principais ferramentas e equipamentos necessários para manejo de árvores (Parte 03).

Fonte: TRAMONTINA (2016).

Fonte: TRAMONTINA (2016).


Fonte: Adaptado de SEITZ (1996b).
Ferramenta Definição

Figura 149: Picareta.


A picareta colabora com a limpeza da área no entorno do toco a ser re-
Picareta (13)
movido.

Figura 150: Pá.


Utilizada para possíveis remoções de resíduos do entorno do toco a ser
Pá (14)
desbastado.
13 14
O rebaixador de tocos pode ser de variados formatos, mas o mais utiliza-
Rebaixador de
do atualmente é o rebaixador por desbaste, onde uma lâmina tritura
tocos (15)
rapidamente um toco até 20cm abaixo do nível do solo.

Figura 151: Rebaixador de tocos.


Caminhão Este caminhão é muito utilizado durante a coleta de resíduos sólidos
caçamba (16) provenientes de serviços em arborização urbana.

Fonte: SÃO JORGE (s.d.).


Recomenda-se isolar a área sob a copa, evitando a passagem de pedes-
Materiais de
tres, animais o veículos. Para tanto, são utilizados: cones de sinalização;
sinalização (17)
cordas; fitas plásticas em cores chamativas; placas de sinalização.
O uso de EPI é obrigatório em todas as equipes, pois pode evitar aciden-
tes ou mesmo evitar que determinadas situações sejam agravadas. O
operador deverá usar capacete com fixação no queixo; óculos (evitam a
EPI (Equipamento serragem nos olhos); protetores auriculares (para os operadores de mo-
de Proteção tosserra e triturador de galhos); luvas de couro (luvas de raspa); sapatos 15
Individual) (18) com solado reforçado e rígido; cinto de segurança, com alça de compri-
mento variável para troncos de diâmetros diversos; esporas (devem ser
usadas apenas no desmonte de árvores condenadas, pois causam lesões
na casca).

Figura 152: Caminhão caçamba.


Figura 154: Equipamento de
Figura 153: Materiais de

Proteção Individual (EPI).

Fonte: PORTO (2008).


Fonte: GG KIT (s.d.).

Fonte: SAYRO (s.d.)


sinalização.

17
18
16

134
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www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo131-publicacao.pdf>. Acesso em: 08 mar.

137
7
Os procedimentos de monitoramento do PDAU no processo de pós-implantação devem levar em consideração algumas premissas básicas, como a
transparência nos gastos públicos, a participação democrática da população, o uso de tecnologias de sistema de informação e a fiscalização periódica do
processo, considerando profissionais qualificados para a função. Com base nas informações coletadas junto a Prefeitura, a situação real das suas condições
é apresentada da seguinte forma:

Quadro 68: Procedimentos de monitoramento.


Monitoramento
Aspectos Situação real
Estado geral Não há indicadores, nem relatórios sobre o estado geral das árvores, apenas o arquivamento dos procedimentos administrativos, tais como formulários de
das árvores vistoria e laudos técnicos.
Não há, desde 2014, qualquer registro no uso de mecanismos de controle social acionado sobre arborização urbana, tais como audiências, fóruns, conferên-
Participação
cias, entre outros. No momento há participação de atores da sociedade civil do COMDEMA, com poder de consulta e deliberação sobre processos de corte,
da população
eventuais projetos e uso dos recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente.
Infraestrutura Não há infraestrutura, ou quaisquer tipos de equipamentos para monitoramento da política pública de arborização urbana.
Os serviços são fiscalizados dentro da previsão contratual dos processos licitatórios, porém há limitações sobre a avaliação da qualidade dos serviços, tendo
Serviços
em vista as limitações de recursos humanos e técnicos para atenderem todas as demandas da Divisão Municipal de Meio Ambiente.
Recursos A Divisão Municipal de Meio Ambiente não possui no momento um fiscal ambiental, o que limita sanções administrativas sobre a população, bem como de-
técnicos mais serviços de monitoramento de implantação da política de arborização urbana pós-plano.
Recursos Não há um controle específico sobre o uso do orçamento voltado para a política de arborização urbana, previsto no Plano Plurianual e Lei Orçamentária Anu-
financeiros al. Com isso, perde-se eficácia na avaliação da política pública e capacidade financeira de investimentos.
Fonte: Dos autores (2017).

Essas informações subsidiarão a formulação de propostas de melhorias nos aspectos tratados, de forma a evoluir a capacidade de monitoramento e
como consequência a efetividade da política de arborização urbana local.

139
8
O Executivo Municipal é composto por mais de 40 órgãos, cuja estrutu- Figura 155: Organograma da Prefeitura Municipal.
ra atende a legislação do âmbito Federal, Estadual e Municipal. Ao tratar es-
pecificamente da gestão da arborização urbana do Município, 15 órgãos são
necessários para o andamento dos processos, conforme organograma apre-
sentado ao lado.
A Prefeitura do Município de Mandaguari, representada pela Divisão de
Meio Ambiente, é a titular e responsável pela gestão da arborização urbana,
conforme o Código Municipal de Arborização e Ajardinamento Urbano.
Segundo o Artigo 5º da Lei Municipal 257/1997, é atribuída à Divisão de
Meio Ambiente administrar, fiscalizar, promover e projetar as unidades que
compõe o sistema de áreas verdes do Município.

Fonte: Mandaguari (2001).

141
A SMDEMAT é composta, atualmente, por um Secretario de Meio Am- Entre as atribuições de cada um, estão:
bient. A Divisão de Meio Ambiente contempla o Diretor de Meio Ambiente,
Secretário de Meio Ambiente: planejar e articular as ações voltadas para a
Técnico em Meio Ambiente, Fiscal Ambiental e dois Auxiliares Administrati- política de arborização urbana; captar recursos e responder pela pasta; in-
centivar ações, estimular a arborização, promover a educação ambiental e
vos (Figura 156):
propor medidas de preservação e gestão da arborização urbana;
Figura 156: Organograma da SMDEMAT.
Diretor de Meio Ambiente: fiscalizar e promover a manutenção da arboriza-
ção urbana; incentivar ações, estimular a arborização, promover a educação
ambiental e propor medidas de preservação e gestão da arborização urbana.

Técnico em Meio Ambiente: gerir processos administrativos relacionados à


prestação de serviços de corte, poda, remoção de tocos e plantio de árvores
em área urbana; elaborar projetos de recuperação de áreas degradadas e/ou
revitalização em sistemas de áreas verdes; promover estudos, pesquisas e
divulgação de atividades ligadas à arborização; ministrar cursos e fundamen-
tos profissionais da mão-de-obra relacionada às tarefas que envolvem a ar-
borização urbana.

Fiscal Ambiental: fiscalizar possíveis danos ao patrimônio público ambiental;


notificar e multar em casos previstos em lei; promover a educação ambien-
tal;

Auxiliar Administrativo: assessorar o Técnico em Meio Ambiente nos proces-


sos administrativos relacionados à prestação de serviços de corte, poda, re-
moção de tocos e plantio de árvores em área urbana;

Estagiário em Administração: assessorar o Auxiliar Administrativo nos pro-


cessos administrativos relacionados à prestação de serviços de corte, poda,
remoção de tocos e plantio de árvores em área urbana;
Fonte: Dos autores (2017).

142
Em relação aos departamentos que fazem a política de arborização ur-
bana acontecer, estão, com suas atribuições:
Art. 6º[...] I – formular e fazer cumprir as
Licitação de serviços e aquisição de bens – Secretaria Municipal de Planeja- diretrizes da política ambiental do Muni-
cípio;
mento, Finanças e Gestão e seus respectivos departamentos;
II – promover medidas destinadas à me-
lhoria da qualidade ambiental do Muni-
Limpeza, coleta, tratamento e destinação de resíduos provenientes dos servi- cípio;
ços de ajardinamento, plantio de árvores, varrição, remoção, poda e remoção III – estabelecer normas e padrões de
de tocos em áreas públicas - Secretaria Municipal de Urbanismo, Obras e proteção, conservação e melhoria do
Serviços Públicos; meio ambiente, observada a legislação
federal e a estadual;
Convênios, contratos e processos de ressarcimento por danos ocasionados IV – homologar termos de compromisso,
por árvores em área urbana – Procuradoria Jurídica; visando a transformação de penalidade
pecuniária em obrigação de executar
Deliberações sobre convênios, contratação, execução e planejamento de pro- medidas de interesse para a proteção
ambiental;
dutos e serviços que envolvam a arborização urbana: Prefeito Municipal, Ga-
V – opinar sobre a realização de estudos
binete, Procuradoria Jurídica, Controle Interno Secretaria de Planejamento,
das alternativas e de possíveis conse-
Finanças e Gestão, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambi- quências ambientais de projetos públi-
ente e Turismo, Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e Divisão cos ou privados, requisitando das entida-
de Meio Ambiente; des envolvidas as informações necessá-
rias ao exame dos projetos;
Divulgação de notícias, documentos e eventos relativos a arborização urbana: VI – decidir, em segunda instância admi-
Assessoria de Imprensa; nistrativa, mediante depósito prévio,
sobre multas e outras penalidades im-
Fiscalização: Divisão Municipal de Meio Ambiente e Divisão Municipal de postas pela Secretaria Municipal, assim
Tributação e Fiscalização. como a concessão de licenças;
VII – decidir sobre a aplicação dos recur-
sos do Fundo Municipal do Meio Ambi-
O COMDEMA é órgão de caráter deliberativo, constituído através da Lei
ente. (MANDAGUARI, 1997)
Municipal nº 267/97. Entre as atribuições do COMDEMA estão:

143
MANDAGUARI. Lei nº 269 de 15 de Outubro de 1997. Política de Proteção, Controle, Con-
servação e Recuperação do Meio Ambiente. Poder Executivo. Mandaguari. 1997.

MANDAGUARI. Lei nº 686 de 14 de Novembro de 2001. Plano de Cargos, Carreira e Venci-


mento dos Servidores Públicos Municipais de Mandaguari. Poder Executivo. Mandaguari.
1997.

144
9
O Plano Diretor de Arborização Urbana de Mandaguari será o instru-
mento norteador para a definição de conceitos, diretrizes técnicas e gerenci- Figura 157: Ciclo de vida da política pública.
ais necessárias para melhorias no manejo sustentável da arborização urbana
local.
Com base no diagnóstico apresentado, foi possível definir as principais
características, problemas, desafios e diretrizes relacionadas ao manejo da
arborização urbana. Este documento servirá de base para a modernização
das diretrizes já existentes, do planejamento, da gestão pública e das infor-
mações técnicas necessárias para a formação da população e dos prestado-
res de serviços que atuam diretamente neste segmento.
Essas informações percorrem etapas nas ações do governo que são ne-
cessárias para se obter eficácia, eficiência e efetividade da política pública de
arborização urbana. Desta maneira, será exposto, conforme o ciclo de vida da
política pública (SECCHI, 2010), a formação da agenda política local. O ciclo
de vida envolve sete etapas:

Fonte: Adaptado de Secchi (2010).

146
A ideia é que seja pensada, de forma sistêmica, todas as etapas de construção da política pública de arborização urbana, incluindo programas, proje-
tos, serviços públicos, maior transparência e participação democrática dos atores locais. A primeira fase envolve duas partes do ciclo: a identificação do pro-
blema e a formação da agenda. Consistem na identificação e listagem dos problemas, ou seja, compreender como está a situação real e visualizar uma reali-
dade dentro do que se julga como ideal. A agenda política é a montagem desse conjunto de problemas, ou temas entendidos como relevantes. Não neces-
sariamente o governo formalizará estes problemas dentro da agenda, mas este Plano visa proporcionar ao gestor público os principais problemas encontra-
dos. Desta forma, apresentaremos no Quadro 69 os problemas identificados e a sua relação ao longo do desenvolvimento do PDAU:
Quadro 69: Identificação dos problemas e formação da agenda política com base no PDAU (Parte 01). Fonte: Dos autores (2017).

Ordem Problemas
01 Legislação local antiga e defasada em relação a evolução do arcabouço jurídico na área e a evolução da política de arborização urbana local.
02 Ausência de programas e projetos de conscientização sobre a importância da arborização urbana .
03 Ausência de estudos sobre as consequências das características do solo na região e possíveis processos de erosão pela falta de arborização.
04 Ausência de estudos sobre a fauna local e sua relação com a arborização urbana .
05 Ausência de estudos sobre a estimativa (em m²) de áreas verdes por habitante.
06 Ausência de um censo de toda população arbórea da cidade
Bairros como o Parque Industrial II e os conjuntos de bairros da amostragem, como parte do Centro, Santa Inês e Brianez; Boa Vista, Alípio Costa e Da Mata; Tancredo Neves e
07
Esplanada apresentaram menores índices de arborização, sendo 9 (1,05%), 39 (4,53%) e os dois últimos 40 (4,65%), respectivamente.
A espécie Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) possui índice já considerado acima do recomendado. O índice da espécie Oiti (Licania tomentosa) também está se elevando, à
08
medida que os plantios sem critério vão sendo realizados. Estima-se que 2.726 árvores são passíveis de remoção, sendo 1.001 tão somente por serem espécies exóticas invasoras.
09 Foram identificadas 3 árvores mortas (0,35%), que precisam ser removidas. A estimativa de 86 árvores mortas no município requer atenção para sua remoção.
Árvores de pequeno porte em ruas mais largas e sem fiação, tornando o sombreamento disforme e insuficiente. Do mesmo modo, árvores de grande porte em ruas mais estreitas,
10
levando ao adensamento do sombreamento e ao aumento dos riscos de interferências com outros elementos urbanos.
Árvores com área livre menor que 1m2, tendo como consequência danos às raízes, principalmente em árvores de grande porte. O índice de 42,14% de árvores com área livre me-
11
nor de 1m2 e 10,83% de árvores sem área livre indica emergência.
Falta de um calçamento padronizado e contínuo, levando os elementos urbanos a serem inseridos fora do alinhamento, causando desproporção estética e impedindo a mobilida-
12
de urbana. Calçadas ecológicas invertidas também caracterizaram um problema.
13 Árvores com copas que estão interferindo na passagem de veículos e/ou pedestres.
Algumas árvores apresentaram alinhamento rente ao meio-fio, sendo esta circunstância devida ao grande porte dessas árvores em conjunto com erros de alinhamento durante o
14
plantio. Algumas plantas acabaram até mesmo por invadir a pista de rolamento.
147
Ordem Problemas

15 Existência de árvores que nasceram ou foram plantadas junto ao alinhamento predial.


16 Algumas árvores apresentaram diâmetro em desconformidade com os padrões de sua espécie devido à realização errônea de podas.

A medida do raio de algumas árvores de grande porte ultrapassa a largura da rua, chegando inclusive a conflitar com a rede aérea existente do outro lado da rua. Essas medidas
17 exageradas também foram visíveis em árvores que possuem poda em V, onde há abertura exagerada do miolo de sua copa, ficando os galhos voltados para a rua e para o alinha-
mento predial.

18 11.385 (46,04%) árvores da cidade apresentam algum tipo de deformação na copa.


19 12.535 (51,70%) árvores apresentam algum tipo de deformação, que indicam tortuosidades naturais ou de origem antrópica.
20 Árvores com afloramento de suas raízes.

21 Árvores com distância em relação a garagem inferior a 1m.

22 Cerca de 6.325 (25,58%) das árvores de Mandaguari estão em contato ou poderão vir a ter contato com a rede simples.
23 Árvores em conflitos diretos com a rede de energia.
24 Estima-se que 345 (1,40%) árvores apresentam inclinação elevada, onde há maior preocupação sobre o seu risco de queda.
25 Os aspectos fitossanitários indicam que árvores precisam ser substituídas. Estima-se que pelo menos 690 árvores deverão ser avaliadas por possuírem fitossanidade muito ruim.
26 Há um número considerável de árvores com pragas/doenças.

13.915 (47,01%) árvores apresentam algum tipo de lesão. A maioria das lesões observadas consiste em descascamento e/ou em riscos no fuste das árvores, além de materiais
27
fixados e lesões por insetos. Entre outros tipos de lesões, estão os provenientes de podas mal realizadas/excessivas e impactos de veículos.

Os resultados indicam uma necessidade de manejo de recuperação das árvores, tendo em vista que 13.110 (53,03%) apresentam algum tipo de lesão. Os tipos de lesões mais ob-
servados foram descascamentos e riscos, em que a planta é ferida com instrumentos cortantes ou mesmo tem sua casca removida por mero vandalismo. Muitas árvores também
28 são acometidas por fixação de materiais, principalmente pregos, para posterior uso como lixeira (pendura-se sacolas com lixo nesses pregos). As lesões provenientes de interven-
ções mal realizadas também é destaque, principalmente quando a planta é descaracterizada por podas excessivas. Foram registradas, também, árvores com anelamento, com
tinta e com sinais de impacto de veículos.

Estima-se que 19.550 árvores tenham sofrido algum tipo de poda, incluindo desbaste, drástica, “L”, “U” e “V”, e apenas 29 paisagística. Isso reflete uma falta de manejo adequado
29 e uma baixa quantidade de trabalho ornamental nas árvores da cidade. A estimativa de 3.249 árvores com podas drásticas é alarmante, pois indica despreparo e desinformação
da população em relação a esse tema.

Há uma necessidade de controle de riscos em virtude dos resultados sobre a necessidade de manejo, tendo em vista que o controle de pragas, doenças e necessidade de remoção
30
representam juntas, 10.896 (44,07%) das árvores na cidade.

148
Ordem Problemas

A média de altura das Sibipirunas (Caesalpinia peltophoroides) foi de 11,01m, mostrando que a maioria das árvores dessa espécie estão em fase adulta. Sabe-se que esta é uma
31
espécie com capacidade de crescimento que pode vir a gerar conflitos com equipamentos urbanos e a própria população.

A média do diâmetro da copa das Sibipirunas (Caesalpinia peltophoroides) foi de 11,88m, sendo este um valor um pouco acima dos padrões dessa espécie em sua fase adulta, que
é tido como aproximadamente 7m (GUIA, 1988 apud PIVETA; FILHO, 2002). Cruzando-se as informações obtidas sobre a diversidade e a quantidade de espécies no município, é
32 possível afirmar que os indivíduos arbóreos desta espécie são, atualmente, fortemente responsáveis pelo equilíbrio ecológico da cidade, uma vez que essa copa densa colabora
com a manutenção do estoque de carbono (FRIGOTTO et. al., 2014). Sendo assim, o problema instala-se no exagero de intervenções antrópicas em relação a esta e a outras espé-
cies de grande porte, principalmente a realização de podas sem determinados critérios, como tempo de espera de sua floração.

Problemas de infraestrutura e falta de recursos humanos no Viveiro do Instituto Ambiental do Paraná – IAP , o que pode comprometer a demanda por mudas para a Prefeitura de
33
Mandaguari.

Não há indicadores, nem relatórios sobre o estado geral das árvores, apenas o arquivamento dos procedimentos administrativos, tais como formulários de vistoria e laudos técni-
34
cos.

Não há, desde 2014, qualquer tipo de mecanismo de controle social acionado sobre arborização urbana, tais como audências, fóruns, conferências, entre outros. No momento há
35 a participação de atores da sociedade civil no COMDEMA, com poder de consulta e deliberação sobre processos de corte, eventuais projetos e uso dos recursos do Fundo Munici-
pal do Meio Ambiente.

36 Não há infraestrutura, ou quaisquer tipos de equipamentos para monitoramento da política pública de arborização urbana.

Os serviços são fiscalizados dentro da previsão contratual dos processos licitatórios, porém há limitações sobre a avaliação da qualidade dos serviços, tendo em vista as limitações
37
de recursos humanos técnicos para atenderem todas as demandas da Divisão Municipal de Meio Ambiente .

A Divisão Municipal de Meio Ambiente não possui no momento um fiscal ambiental, o que limita sanções administrativas sobre a população, bem como demais serviços de moni-
38
toramento de implantação da política de arborização urbana pós-plano.

Não há um controle específico sobre o uso do orçamento voltado para a política de arborização urbana, previsto no Plano Plurianual (PPA) e Lei Orçamentária Anual (LOA). Com
39
isso, perde-se eficácia na avaliação da política pública e capacidade financeira de investimentos.

40 Ausência de políticas fiscais de incentivo à conscientização e melhores práticas no manejo da arborização urbana .

41 Ausência de informações sobre as áreas verdes da cidade, suas práticas de manejo e conservação da biodiversidade

149
A segunda fase, ou formulação de alternativas, diz respeito a proposição de soluções que passa por objetivos e estratégias. Ou seja, quais os caminhos
necessários para se solucionar os problemas. Eles podem ser resolvidos a partir de práticas como premiação, coerção, conscientização e técnica. Neste caso,
serão utilizados o uso de projeções e conjecturas (intuições) para determinação das alternativas possíveis. Ao mesmo tempo, será trabalhada no Quadro 00
a quarta fase, ou tomada de decisão. É o momento onde os problemas e soluções são legitimados pelos gestores públicos (Divisão Municipal de Meio Ambi-
ente – DMMA), membros do legislativo e pela comunidade local. Ou seja, a política pública é incluída na agenda, de fato, com orçamentos previstos e crono-
grama de execução. Isso dependerá, sobretudo, da capacidade financeira do Município, infraestrutura e recursos humanos. Nós faremos uma estimativa de
cronograma e fonte de recursos, mas a sua consolidação dependerá da aprovação dos gestores públicos. Cabe ressaltar que a política de arborização urbana
não possui fonte de recursos do Governo Federal e do Governo Estadual, sendo suas fontes orçamentárias limitadas para a execução de programas, projetos
e serviços públicos. Acredita-se que o uso do Fundo Municipal do Meio Ambiente (FMMA) seja um caminho possível para se concretizar estas propostas. No
Quadro 70 é possível identificar além das alternativas propostas, a sugestão orçamentária, nível de prioridade (Alta, Média ou Baixa), bem como o possível
início e término dos programas, projetos e serviços, levando em consideração a atualização do PDAU a cada quatro anos.

Quadro 70: Identificação dos problemas e formação da agenda política com base no PDAU. Fonte: Dos autores (2017).

Ordem Soluções ou Alternativas Orçamento Período Prioridade Início Fim Responsável

Novo projeto de lei da política de arborização urbana do Município, consideran- Legislativo


1 FMMA Pontual Alta Mar/2017 Abr/2017
do as diretrizes e critérios técnicos do PDAU. Municipal
2 DMMA
Programa de Educação Ambiental formal e não formal, incluindo temas como a
21 FMMA Contínuo Média Abr/2017 Mar/2018
importância da arborização na cidade. Sec. Educação
28
Projeto de identificação de áreas com erosão na cidade para a implementação
3 FMMA Pontual Baixa Mar/2018 Mar/2019 DMMA
de programas de recuperação de áreas com o uso da arborização urbana.
Projeto de identificação de espécies da fauna local, compreendendo melhor a
4 FMMA Pontual Baixa Mar/2018 Mar/2019 DMMA
sua relação com a arborização urbana e melhoria da biodiversidade local.
Projeto para aquisição de tecnologia de geoprocessamento, de forma a desen-
5 FMMA Pontual Baixa Abr/2017 Mar/2019 DMMA
volver indicadores, como área verde por habitante (m²/hab).
6 Programa de censo de toda a população arbórea da cidade. FMMA Contínuo Média Mai/2017 Mar/2021 DMMA

150
Ordem Soluções ou Alternativas Orçamento Período Prioridade Início Fim Responsável
DMMA
Programa de plantio na cidade, incluindo adequação dos viveiros e formas de
7 FMMA Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021 IAP
aquisição das mudas.
Sec. Urbanismo
8
23 Programa especial para acompanhamento, reabilitação e remoção de Sibipiru-
nas na cidade, dada a relevância histórica desta espécie, os conflitos gerados e FMMA Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021 DMMA
31 a sua importância na preservação da biodiversidade na região
31
9 Programa de remoção gradativa de árvores mortas. FMMA Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2018 DMMA
Programa de acompanhamento de espécies localizadas em locais irregulares e
10 FMMA Pontual Média Abr/2017 Mar/2017 DMMA
identificar a necessidade de adequação e/ou remoção.
Programa de Educação Ambiental não formal a população, incluindo instruções
11 FMMA Contínuo Baixa Jun/2017 Jun/2018 DMMA
de readequação de canteiros em passeios públicos.
12 DMMA
14 DMMA
Programa de incentivo à calçada ecológica. FMMA Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021
15 DMMA
20 DMMA

Mutirão de podas de levante em áreas com interferência em veículos e pedes- DMMA


13 FMMA Pontual Alta Abr/2017 Dez/2017
tres. Sec. Urbanismo
16
17
Programa de capacitação de técnicos que realizam serviços de poda. FMMA Sazonal Alta Abr/2017 Mar/2021 DMMA
22
29
17 Convênio com a COPEL no estabelecimento de critérios e cronograma de podas DMMA
na cidade, evitando ações que prejudiquem as árvores em virtude da interfe- FMMA Sazonal Alta Abr/2017 Mar/2021
22 rência com as redes de energia. COPEL

151
Ordem Soluções ou Alternativas Orçamento Período Prioridade Início Fim Responsável
18

26
Programa de reabilitação de árvores na cidade. FMMA Contínuo Alta Jun/2017 Jun/2018 DMMA
27

30

19

24 Programa de remoção gradativa de árvores condenadas. FMMA Contínuo Alta Mar/2017 Mar/2018 DMMA

25

Convênio entre o IAP e a Prefeitura de Mandaguari para cessão de mão-de-obra DMMA


33 e melhorias na infraestrutura (aumento da capacidade produtiva e equipamen- FMMA Contínuo Média Abr/2017 Mar/2021
tos). IAP

33 Projeto de implantação de um Viveiro próprio da Prefeitura FMMA Pontual Baixa Mar/2018 Jun/2018 DMMA
34 Implantação de software de gestão de arborização urbana FMMA Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021 DMMA
Uso de mecanismo de controle social periódico para monitoramento e avalia-
35 - Sazonal Média Jun/2017 Mar/2021 DMMA
ção da implantação do PDAU
36 Aquisição de veículo e equipamentos (computador, tablet, softwares de gestão)
FMMA Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021 DMMA
37 específicos para acompanhamento da gestão, fiscalização e evolução do PDAU

Fonte
38 Contratação de um fiscal ambiental Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021 DMMA
Municipal
Readequação e formulação de orçamento próprio para a política de arborização
39 Contínuo Alta Abr/2017 Mar/2021 DMMA
urbana e implantação do PDAU, previstos no PPA e LOA

Criação de mecanismos de incentivos fiscais, tais como o IPTU Verde, motivan- DMMA
40 do a população a cuidar da árvore em frente a sua residência e contribuir para Contínuo Alta Jun/2017 Mar/2021
toda a comunidade e biodiversidade Sec. Planeja-
mento

41 Programa de manejo de áreas verdes urbanas FMMA Contínuo Média Jun/2017 Mar/2021 DMMA

152
A quinta fase consiste na implementação da política pública. As intenções viram ações, mas obstáculos e falhas no planejamento podem interferir e
causar problemas neste processo. Os gestores públicos devem acompanhar e procurar decisões que permitam a sua eficiência.

A sexta fase incide na avaliação da política pública. Ela pode ser realizada antes, durante e depois da sua implementação. São utilizados critérios, indi-
cadores e também a percepção de padrões que permitem visualizar tendências. Entre alguns critérios estão: economicidade (usar o mínimo de recursos fi-
nanceiros possíveis); eficiência econômica (usar o recurso financeiro da melhor forma possível); eficiência administrativa; eficácia e equidade (impacto que
isso foi gerado a comunidade).

Por fim, a última fase, ou extinção, ocorre quando se resolvem os problemas identificados, ou suas alternativas não foram eficazes ou perderam a im-
portância ao longo do tempo.

Todas essas etapas contribuem na reflexão e desenvolvimento de um problema e como ele pode ser visualizado no futuro. Acredita-se que, a partir
desse processo de construção, o gestor público possa colocar em prática os principais aspectos que foram tratados neste PDAU. Cabe ressaltar que tudo de-
penderá, sobretudo, de orçamento, pessoas e vontade política para se efetivar, de fato, essas ações.

153
SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São
Paulo: Cengage Learning, v. 133, 2010.

154
ANEXO I
Cobertura Vegetal Remanescente

156
ANEXO II
Solos

157
ANEXO III
Hidrografia

158
160

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