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UNIVERSIDADE CEUMA
CAMPUS IMPERATRIZ
IMPERATRIZ-MA
2023
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IMPERATRIZ-MA
2023
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Perfil esquemático de inundação e enchente. ........................................................... 13
Figura 2- Inundações causadas por fortes precipitações no Paquistão. .................................... 14
Figura 3- Consequências do furacão katrina que ocorreu no sul dos Estados Unidos ............. 15
Figura 4- Cenário da cidade de Blumenau (SC) após as fortes chuvas em 2008 ..................... 17
Figura 5- Temporal provoca destruição no litoral norte de São Paulo ..................................... 18
Figura 6-Localização do município de Imperatriz-MA............................................................ 19
Figura 7- Cenário de inundação provocado pelo transbordamento do Rio Tocantins no Bairro
da Caema em Imperatriz ........................................................................................................... 21
Figura 8- Abrigo improvisado em uma quadra poliesportiva para desabrigados das inundações
em Imperatriz............................................................................................................................ 22
Figura 9- Previsão de chuvas torrenciais na América do Sul e Nordeste brasileiro nos próximos
anos. .......................................................................................................................................... 23
Figura 10-: Exemplos conjuntos habitacionais construídos pelos IAP´s no Brasil .................. 25
Figura 11- construção do conjunto BNH no Bairro da Aparecida na cidade de Santos- SP .... 26
Figura 12- Vista de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) ..................... 27
Figura 13- Vista das habitações feitas com blocos de concreto na Quinta Monroy................. 28
Figura 14- Vista da fachada principal, sendo possível visualizar também o uso de esquadrias
basculantes. ............................................................................................................................... 28
Figura 15- (A) Vista do corredor central aberto; (B) uso de pilotis no térreo .......................... 30
Figura 16- Elementos vazados compõem parte da fachada do edifício corruíras .................... 31
Figura 17- Vista do Rio Tocantins na cidade de Imperatriz ..................................................... 32
Figura 18- Limites geográficos do Bairro da Caema em Imperatriz-Ma. ................................ 33
Figura 19- Terreno de projeto delimitado no Bairro da Caema ............................................... 34
Figura 20- Perfil socioeconômico das edificações do entorno ................................................. 34
Figura 21- Mapa de principais acessos ao lote ......................................................................... 35
Figura 22- Circulação de ônibus do entorno ............................................................................ 36
Figura 23- Principais equipamentos urbanos do entorno ......................................................... 37
Figura 24- Oferta de equipamentos urbanos em um raio de abrangência de 1 km do terreno . 38
Figura 25- Dimensões gerais do terreno ................................................................................... 39
Figura 26- Vista interna do terreno............................................ Erro! Indicador não definido.
Figura 27- Massa arbórea na fachada do lote ........................................................................... 40
Figura 28- Análise das condicionantes climáticas do lote........................................................ 40
Figura 29- Elevação topográfica do terreno ............................................................................. 41
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LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9
1.2- OBJETIVOS...................................................................................................................... 11
3. METODOLOGIA................................................................................................................. 11
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Nessas situações, em que as atuais políticas públicas não conseguem oferecer artifícios
adequados, acarretando em ocupações da população em áreas irregulares e inundáveis, cabe a
arquitetura e urbanismo oferecer soluções aos problemas enfrentados pela comunidade que
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habita o Bairro da Caema propondo a viabilidade de uma Habitação de Interesse Social (HIS)
que possa atender adequadamente essas pessoas, oferecendo abrigo, amparo, privacidade e
estado de bem estar social. levando em conta alguns critérios como: a viabilidade econômica,
o senso de pertencimento de seus moradores com seu bairro de origem e a proximidade do lote
com a infraestrutura urbana já existente.
JUSTIFICATIVA E PROBLEMA
Na cidade de Imperatriz, as constantes inundações cíclicas têm feito com que várias
famílias tenham suas vidas negativamente impactadas, pois sucede muitas vezes as perdas
materiais de comunidades de baixa renda que são obrigados pela sua própria segurança física a
se deslocarem para abrigos improvisados (LIMA, 2020). O histórico de enchentes na cidade é
longo devido sua proximidade com o rio Tocantins, seu deficiente sistema de drenagem e de
diversos cursos d’água que penetram o município, no entanto nos últimos anos tem sido
marcado pelos eventos extremos provocados pelas chuvas.
Essa realidade se torna visível em diversos pontos do município, devido aos problemas
já citados, contudo, nos locais próximos as margens do rio Tocantins, como o restrito bairro da
Caema, a situação de famílias impactadas pelas enchentes ganham contornos mais dramáticos
devido o perfil socioeconômico da comunidade local (BARROS, 2017).
Nesse bairro, quando há fortes precipitações boa parte de seus moradores são
deslocados pela defesa civil para o ginásio esportivo Raimundo da Conceição da Silva, o único
das redondezas, que também é conhecido como quadra da Caema abrigando um total de até
trinta famílias (30) segundo informações de moradores locais. Contudo, é realmente possível
proporcionar soluções arquitetônicas com o intuito de atender as famílias vítimas de inundações
cíclicas nesse setor crítico de Imperatriz?
uma Habitação de Interesse Social (HIS) que possibilite abrigar famílias vítimas dos desastres
hidrológicos comuns todos os anos no Bairro da Caema, visto que há uma forte demanda por
parte da comunidade local por um abrigo que possa lhes proporcionar bem estar e segurança
frente a calamidade das enchentes e inundações no município.
1.2- OBJETIVOS
1.3.0- Geral
Desenvolver uma proposta de projeto arquitetônico em nível preliminar de uma
Habitação de Interesse Social, com o intuito de atender as vítimas de inundações na
cidade de Imperatriz, Maranhão estabelecendo como foco o Bairro da Caema.
1.3.1- Específicos
• Realizar pesquisa bibliográfica sobre o tema que possa influenciar o projeto final
• Analisar e levantar informações sobre o local e seu perfil urbano
• Pesquisar referências de HIS que poderão ajudar no desenvolvimento da
proposta
• Definir o terreno e a implantação que melhor atenda as vitimas
• Indicar as técnicas construtivas ideais as condicionantes locais
2. METODOLOGIA
O presente estudo se configurou em três etapas principais, sendo elas: uma pesquisa
bibliográfica e documental contemplando os conceitos de desastres naturais no Brasil e no
mundo. Em seguida, houve o levantamento do perfil histórico de inundações que a cidade de
Imperatriz possui com foco no Bairro da Caema que enfrenta de maneira cíclica os danos e
transtornos que marcam as famílias atingidas. Tais informações, foram cruciais para
contextualizar o problema da pesquisa com o objetivo de chegar a soluções que atendessem
adequadamente as vítimas.
Logo após, houve uma curta abordagem sobre a evolução histórica das Habitações de
Interesse Social, abrangendo diferentes culturas e épocas, além de uma série de referências
projetuais com presença de elementos construtivos que pudessem auxiliar na tomada de
decisões para elaboração de uma Habitação de Interesse Social na cidade. Sendo essa etapa
fundamental, pois percebe-se que através de ideias propostas por outros arquitetos em contextos
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diferentes foi possível chegar a soluções plausíveis se utilizando de uma bagagem cultural já
existente.
Nesse estágio, a forma arquitetônica foi concebida, assim como uma melhor disposição
espacial do projeto consoante com o espaço disponível. Complementar a isso, foi posposto a
definição das técnicas construtivas que serão agregadas no projeto arquitetônico, a fim de
propor habitações comunitárias que atenda as demandas dos desabrigados e desalojados do
Bairro da Caema.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Espaciais (INPE, 2016) os desastres naturais são classificados como eventos adversos que
causam fortes impactos na sociedade sendo diferenciado de acordo com sua origem.
De acordo com a pesquisadora Valêncio (2009), existem três formas em que as pessoas
percebem o problema dos desastres naturais, o primeiro tem um caráter externo na qual os
desastres se apresentam como um fenômeno extraordinário que interrompe o cotidiano das
pessoas subitamente fazendo com que as necessidades básicas do ser humano sejam
prioritariamente demandas, tais como abrigo, proteção e comida.
Como exemplo, pode-se citar a tragédia das chuvas no Paquistão como mostra a Figura
2 que ocorreu durante agosto de 2022 em que milhares de pessoas morreram, sendo um terço
delas crianças e mais de 30% do país foi submerso pelas águas das chuvas. Tudo isso doze (12)
anos após a cheia mais mortal ter devastado parte do país em 2010 (G1.COM, 2022).
Boa parte desse fenômeno tem piorado devido as mudanças climáticas que vêm sendo
provocadas no mundo e tem afetado, sobretudo, países em desenvolvimento como aponta a
organizações das nações unidas no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC,
2022). Países ocidentais também têm sofrido com desordens climáticas graves, alguns desastres
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naturais inclusive ficaram marcados na história devido a proporção de suas tragédias como, por
exemplo, o furacão Katrina que atingiu o estado americano da Flórida em 2005, conforme
indicado na Figura 3, bem como o ciclone Nicole em 2022 (METSUL, 2022).
Fica evidente que boa parte do mundo está propício a ser impactado por eventos
climáticos extremos como os demostrados até aqui, esses eventos têm deixado autoridades
mundiais em estado de alerta para os próximos anos dado as preocupantes previsões de
tragédias naturais (INPE, 2023).
Figura 3- Consequências do furacão katrina que ocorreu no sul dos Estados Unidos
Fonte: bbc.com (2020)
Para Pisane (2001) as inundações podem ser descritas como um fenômeno natural que
ocorre quando a vazão a ser escoada não consegue ser maior que a capacidade do sistema
hídrico de escoar, Tucci (2007) destaca que os efeitos das inundações podem ser ampliados
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Dessa forma, é possível afirmar que há uma correlação entre a urbanização brasileira,
que em regra ocorreu sem o devido controle (OLIVEIRA, 1998) e os eventos de ordem natural
como se nota no Gráfico 1 que mostra o crescimento vertiginoso dos desastres causados por
precipitações nas últimas três décadas.
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12%
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
Diversos desastres ocorreram durantes essas duas décadas no Brasil, como as grandes
enchentes que acometeram o estado de Santa Catarina em novembro de 2008, sobretudo a
cidade de Blumenau que sofreu diversas perdas de sua infraestrutura e um saldo de cerca de
cento e cinquenta mortos (G1, 2021).
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Além disso, cerca de um milhão e meio de pessoas foram afetadas pelas enchentes
provocada pelo trasbordamento do rio Itajaí-Açu em todo o estado, conforme mostra a Figura
4 acrescidos de um impressionante número de oitenta mil pessoas desabrigadas ou desalojadas
em todo o estado de Santa Catarina, além de quatorze cidades terem decretado estado de
calamidade pública e mais quarenta e quatro municípios que decretaram estado de emergência
(G1, 2021).
Outra grande tragédia climática no Brasil ocorreu no Estado de São Paulo no início do
ano de 2023 (G1, 2023). As inundações que atingiram o litoral norte de São Paulo provocaram
intensos deslizamentos de terra, bloqueios de estradas, isolamento de pessoas que dificultava
operações de resgate, além de dezenas de mortos e centenas de desalojados e desabrigados
como mostra a Figura 5.
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Bairros cortados por cursos d’água tendem a enfrentar alagamentos de acordo com o
geólogo Oliveira (2019) que podem variar as proporções dos prejuízos consoantes com a
intensidade das chuvas que serão capazes de provocar problemas, sendo que determinados
setores da cidade são mais impactados.
Locais com relevo baixo sem dúvida nenhuma são os mais afetados todos os anos
ciclicamente em função das chuvas (OLIVEIRA, 2019). No carente Bairro da Caema esse fato
já se tornou uma realidade a muito tempo com pouca atuação do Poder Público local pra
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contornar a situação. O drama de famílias que precisam deixar suas casas a pedido da defesa
civil continua ano após ano (IMPERATRIZ.GOV, 2020).
Á vista disso, a classificação do Bairro da Caema como uma área vulnerável ocorre não só por
ser um favorável ponto de inundação (Figura 7), mas também devido as condições sociais de
seus moradores que, em boa parte, possui perfil econômico de baixa renda piorando ainda mais
as condições da comunidade no período chuvoso (NABHAN, 2016).
Durante a república velha de 1889 a 1930 o estado brasileiro não intervia no mercado
de habitações. Fiel ao liberalismo econômico que priorizava a livre iniciativa em detrimento da
do investimento público, a atividade estatal se resumia a situações mais graves como de
insalubridade e concessão de isenções fiscais aos proprietários de casa de aluguéis, não
oferecendo nenhuma solução ao déficit habitacional do país (ROLNIK, 1994). De acordo com
Bonduki (1994), com a economia do país sendo praticamente agroexportadora e a indústria
tendo um papel absolutamente secundário naquele período, o investimento em casas de aluguéis
pela inciativa privada era um bom negócio para se obter rendimentos.
Mais tarde, foi possível também desenvolver em 1946 o projeto Fundação Casa Popular
(FCP) que buscava viabilizar uma solução ao déficit habitacional no país, no entanto a falta de
articulação estatal e as disputas políticas inviabilizaram esse empreendimento (BANDUKI,
1994). Apesar de junto com as IAP´s a Fundação Casa Popular conseguiu abrigar algo em torno
um milhão de pessoas segundo estimativas. Esses dois modelos citados foram fundamentais,
visto que pela primeira vez apresentaram o estado brasileiro como um patrocinador das
habitações para classe trabalhadora.
As obras construídas pelas IAP´s foram um marco pra habitação social no Brasil, pois
inovava do ponto de vista arquitetônico e urbanista, incrementava conceitos de racionalismo e
de habitação econômica com uma forte vinculação modernista (BANDUKI, 1994) como aponta
alguns exemplos na Figura 10.
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Após o golpe de 1964 no Brasil, o governo militar também buscou intervir nas políticas
de habitação no país, houve então a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH)
responsável por direcionar recurso do FGTS para moradias populares. Foi nesse período onde
houve a maior produção de habitações sociais em todo território nacional contabilizando algo
por volta de quatro milhões de unidades, contudo o BNH favorecia somente a produção em
larga escala de habitações sem a qualidade projetual e urbana que eram possíveis notar nas
IAP´s, gerando edificações distantes da cidade formal e desconectadas da infraestrutura urbana,
além de normalmente serem mal servidas pelo transporte público (FERREIRA, 2005). Um dos
principais exemplo de construções financiadas pelo BNH é o conjunto do bairro aparecida em
Santos conforme indicado na Figura 11.
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Em meados da década de 1980 o BNH foi encerrado, a moradia popular passou a receber
menos atenção por parte do poder público, os programas de habitação social em larga escala
deixaram de ocorrer, apesar de surgirem algumas iniciativas menos expressivas como a Ação
Imediata para Habitação, Habitar Brasil e Morar Município. Finalmente, em 2003 foi realizado
a Conferência Nacional das Cidades que, entre outras pautas, enfatizou a necessidade de
produção de habitações sociais para pessoas de baixa renda (JUNIOR e UZZO, 2009).
Nesse contexto, surge o programa minha casa minha vida (Figura 12) (PMCMV) com
objetivo de fomento e incentivo a habitação. Apesar de proporcionar moradia regular a muitas
famílias e de ter reduzido o déficit habitacional no Brasil, o PMCMV a exemplo do que ocorreu
com BNH, sucumbiu a especulação imobiliária sendo a escolha dos terrenos, em regra, em áreas
longínquos, pouco atraentes para moradia e descontextualizada do resto da cidade, visto que as
zonas centrais são mais valorizadas pelo mercado e os recursos para os construtores são
limitados, prejudicando o ato de morar bem dos inquilinos ( FALCÃO e RIBEIRO 2017).
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Figura 12- Vista de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV)
Para abrigar as cem famílias e suas ampliações, o escritório chegou a conclusão que o
melhor modo de implantação no lote seria evitar uma verticalização exagerada projetando uma
casa que tivesse somente o primeiro e o último pavimento (ARCHDAILY,2012), além de
separar as edificações uma das outras para possibilitar uma futura ocupação do terreno pelos
moradores, evitando desperdícios em um solo caro.
Alguns elementos dessa obra que poderão ser utilizados no projeto final dessa pesquisa
podem-se citar: a utilização de uma verticalização na escala humana que nesse projeto contou
com até 03 pavimentos para cada moradia (Figura 13), sem se utilizar de uma verticalização
exagerada mas que fossem o suficiente para atender as demandas da população beneficiada com
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Figura 13- Vista das habitações feitas com blocos de concreto na Quinta Monroy
Figura 14- Vista da fachada principal, sendo possível visualizar também o uso de esquadrias
basculantes.
Fonte: archdaily.com (2012)
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Foi proposta também plantas que seguissem critérios do programa Minha Casa Minha
Vida além das normas de desempenho (NBR 15.575) e de acessibilidade (NBR 9050/2015)
gerando assim espaços mais amplos e confortáveis sem inviabilizar uma construção econômica
não ultrapassando os limites de 68 m² (CODA,2016).
Outra estratégia primordial utilizada nesse projeto foi a adoção de corredores centrais
abertos entre as habitações, gerando vazios no núcleo dos blocos onde também foi colocado
escadas de acessos as edificações e passarelas para viabilizar um espaço de convívio entre os
vizinhos (Figura 15-A), fazendo uma sutil transição entre o público e o privado (CODA, 2016).
Serve de inspiração também nesse projeto, o uso de brises horizontais em concreto nos
prolongamentos das lajes do prédio, sendo uma importante ferramenta bioclimática a ser
utilizada, a fim de proteger os inquilinos dos raios solares nas aberturas de suas residências.
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Figura 15- (A) Vista do corredor central aberto; (B) uso de pilotis no térreo
Fonte: Coda (2016)
Contando com uma área de 21 404 m² esse projeto foi desemvolvido pelo escritório de
arquitetura e urbanismo Boldarine, o residencial faz parte do plano da Secretaria Municipal de
Habitação de São Pailo para realocar os moradores em situação de irregularidade habitacional
da Favela Minas Gerais (ARCHDAILY, 2014).
o projeto tinha como foco a vida comunitária dos moradores onde eles poderiam divertir-se e
socializar-se sendo finalizado em 1952. (ARCHDALLY,2016)
Diferentemente dos projetos usuais de Le Corbusier que priorizava a cor branca o Unite
d´Habitation foi construído em concreto armado aparente que era um material mais acessível
na Europa do século XX. esse projeto é um dos que mais se destaca dado a sofisticada resposta
ao problema habitacional da França no pós-guerra que o arquiteto propôs (OTONI,2020).
Uma das soluções utilizadas nessa obra e que será utilizado no presente trabalho é a
utilização de colunas massivas feitas de concreto armado, afim de suportar toda a carga do
edifício, possibilitando a formação de um conjunto de pilotis em concreto aparente e
demonstrando a aspereza e robustez física da edificação.
mais custosa por parte do Poder Público, também evitaria deslocar os moradores já identificados
com o bairro para setores da cidade onde não teria o mesmo senso de pertencimento, pois é
comum os moradores preferirem ficar onde estão por conveniência de localização e rede de
amigos e familiares.
Além disso, parte dos moradores das margens do rio têm sua fonte de renda baseada na
pesca artesanal e transporte hidro fluvial, fazendo com que esse local seja primordial para a
capacidade de subsistência dos mesmos (SIQUEIRA, 2021). Dessa forma, o lote escolhido fica
no Bairro da Caema devido à proximidade das residências dos inquilinos da comunidade.
O lote escolhido está situado na Rua Tamandaré entre as Ruas Dom Pedro II (Figura
19) em um local com uma boa movimentação urbana e que conta com pavimentação asfáltica
e com a disponibilidade de eletricidade e água enganada de fácil acesso. A parte da Rua Dom
Pedro II que contorna o lote, há a presença de bocas de lobo viabilizando uma boa drenagem
urbana, além de ser uma região relativamente mais alta na sua topografia em comparação com
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que acaba facilitando o deslocamento de pessoas no entorno, uma vez que há uma melhor
fluidez viária na região em comparação com outras ruas do bairro.
As principais vias de acesso direto ao lote são as Ruas Luís Domingues paralela ao limite
do Bairro e com ligação direta com a Rodovia BR-010, as Ruas Coronel Manuel Bandeira e
Coriolano Milhomem que também possui ligação com a Avenida Bernado Sayão. As vias
Godofredo Viana e Simplício Moreira também oferecem acesso facilitado ao lote utilizando-se
da rua Monte Castelo como atalho principal, como exemplificado na Figura 21.
Apesar de algumas vias possuir uma topografia relativamente plana, a oferta de ciclovias
e ciclofaixas é inexistente no entorno mais imediato do lote, proporcionando um ambiente de
riscos para os ciclistas que utilizam essas vias diariamente, ademais calçadas em sua maioria
estreitas limitam a experiência e a segurança de pedestres no local.
Dessa forma, afim de viabilizar um melhor modelo de uso do solo onde todos da
comunidade tenham fácil acesso aos principais equipamentos e serviços públicos disponíveis
na cidade, o deslocamento desses moradores para regiões munidas de infraestrutura urbana é
crucial para uma proporciona-lhes uma moradia digna e cidadã.
É fundamental destacar também, o papel que o Parque urbano da Beira Rio exerce sobre
a qualificação do entorno, pois essa região é o principal ponto de lazer e entretenimento do
município, contando com um grande fluxo de pessoas aos finais de semana. Nesse local, é
possível: praticar esportes, brincar, passear, comprar, entreter-se, exercitar-se, viabilizando um
importante espaço para ser usufruído pela comunidade.
Além disso, o interior do lote possui vegetação rasteira e algumas árvores de baixo e
médio porte, poucas árvores do local possui copas volumosas e grandes, a maior parte
apresentam galhos secos e com poucas folhagens (Figura 25) além de um solo castigado pelas
queimadas que aparentemente é uma atividade recorrente no lote.
Atualmente, o terreno possui como acesso principal a Rua Dom Pedro II, ao passo que
a Rua Tamandaré não possui acessos direto ao lote, muito embora esta via possui uma melhor
infraestrutura e uma fachada com arborização maior, sendo pouco castigada pelos raios solares,
além de ter um fluxo de automóveis menor que a via Dom Pedro II.
O lote possui uma única edificação localizada no cruzamento da Rua Tamandaré e Rua
Dom Pedro II não prejudicando, contudo, o desenvolvimento da proposta de projeto no terreno,
pois as grandes dimensões da área possibilitam a alocação de quantidades consideráveis de
pessoas para se estabelecerem ali.
A fachada norte do lote recebe a insolação durante todo o período diurno, entretanto a
incidência é indireta e não gera desconforto o tempo inteiro, sendo possível de se aproveitar a
luz solar durante o período da manhã, por exemplo.
Conforme aponta a Figura 28, o sol nascente e poente irradia os dois maiores lados do
lote que devido a presença dos espaços verdes naquele local diminui a percepção de desconforto
em dias de altas temperaturas na cidade.
Dessa forma, é possível também notar que o vento que corre no terreno é
potencializado não só pelas massas verdes presentes no entorno, mas é também influenciado
pela proximidade com o Rio Tocantins e outros corpos hídricos da área, recebendo através do
ar uma brisa úmida fundamental em dias mais secos.
Em relação aos aspectos legais, o urbanismo da cidade é regido por algumas normas
municipais como o Plano de Diretor do Município, Lei Orgânica Municipal, o Código de Obras,
a Lei de Zoneamento, Parcelamento Uso e Ocupação do Solo de Imperatriz, além de leis
ambientais como a Política Municipal de Meio Ambiente promulgada pela Lei Ordinária n°
1423/11 e a Lei Ordinária n° 1424/11 que trata do licenciamento ambiental no Município.
Norte Tocantins (ZPANT) e Zona de Proteção Ambiental Riacho Bacuri (ZPARB), Além da
Zona Hidro Portuária (ZHP), conforme mostra a Figura 31.
A Zona Residencial Bacuri 1 permite construções de até seis pavimentos tendo como
afastamento frontal mínimo dois metros de comprimento e uma área livre de no mínimo trinta
por cento (30%) do tamanho do lote, além de outros índices urbanísticos que será necessário
cumprir conforme a Tabela 2 aponta.
Além disso, ainda conforme lei de zoneamento, a área em estudo se encontra na via
Dom Pedro II, que de acordo com a hierarquização de ruas do Município, é um corredor
primário (CP1) e está sujeita a parâmetros urbanísticos específicos conforme indicado na Tabela
3.
N° Identidade Área
Sigla Faixa mínima Testada ATME ALME Afastamento Gabarito
não do lote Mínima frontal
edificada
. Desse modo, no caso do presente estudo optou-se pela legislação da Zona Residencial
Bacuri 1, visto que não está previsto no projeto a necessidade de verticalizações acima de seis
pavimentos, além das áreas permeáveis precisar ser menores que o proposto no corredor
primário, dado o programa de necessidades das habitações e dos blocos habitacionais assim
demandar.
Figura 34- APP´s próximo ao lote em Imperatriz instituído pelo Plano Diretor
Um dos fatores que viabilizam as enchentes na cidade é o fato de o setor urbano ser
próximo ao rio Tocantins, além do grande número de riachos que cortam a cidade. Dessa forma,
considerando que o lote do projeto se localiza próximo a alguns recursos hídricos do município,
se faz necessário o uso do estudo de viabilidade de inundação com o intuito de identificar as
áreas suscetíveis a ocorrência de inundações.
Além disso, de acordo com o site Serviço Geológico do Brasil, a área suscetível a
inundação em Imperatriz abrange mais de mil residências e afeta diretamente quase quatro mil
pessoas que construíram suas moradias inseridas na área propicia a enchentes, protegidas por
lei ambiental e, portanto, é encarada pelo poder público como de caráter irregular e área de
risco.
SOCIAL
ÍNTIMO SERVIÇO
Na setorização do terreno é possível observar na Figura 38 que foi proposta uma área
de lazer que atuará como um cinturão verde que coincidirá com a área mais baixa do terreno,
auxiliando na penetrabilidade do solo e computando como uma área não construída do lote.
Além disso, há a previsão de inserção de três blocos habitacionais implantados de forma que
ofereçam espaços de circulação entre eles e dentro deles, visto que a estratégia dos pilotis
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viabiliza uma maior permeabilidade urbana e visual na região. O local contará também com
uma área majoritariamente impermeável que servirá de caminhos aos pedestres.
Utilizou-se como referência a Lei nº 197/1978 que institui o código de obras da cidade
para estipular as dimensões mínimas de alguns cômodos como, por exemplo, o fato de uma sala
de estar ter que permitir a inscrição de um círculo de dois e oitenta metros de diâmetro ou quais
os cômodos que seriam indispensáveis na casa para, por lei, ser considerado uma residência no
Município.
Como é possível visualizar acima, o estudo de fluxo da edificação está dividido por
cores, na qual a cor laranja representa ambientes mais sociáveis, onde a função principal será o
convívio entre seus moradores, sendo primordial promover um espaço confortável e
aconchegante para esse fim. Já a cor azul no organograma representa os ambientes mais íntimos
onde atividades de caráter privado podem acontecer, como é o caso dos dois quartos presente
na unidade e da varanda que nesse projeto atua como um prolongamento do quarto de casal.
Por fim, a cor marrom indica o setor de serviços onde atividade como lavar, guardar, passar e
preparar alimentos ocorrerão, nesse caso, será representado somente pela cozinha e a área da
lavanderia, sendo primordial que esses ambientes sejam seguros para evitar acidentes e
funcional para otimizar suas funções.
5. PROJETO ARQUITETÔNICO
É possível também citar a utilização de imensas áreas permeáveis do lote que foram
preservadas na cota mais baixa da topografia do terreno com o intuito de facilitar a drenagem
das águas pluviais nos períodos de chuvas na cidade, possibilitando que a água possa infiltrar
no solo naturalmente abastecendo os lenções freáticos da região e evitando acúmulos de água
por impermeabilização.
Esse espaço também será proibido de receber qualquer intervenção humana, exceto o
plantio e manutenção da vegetação que passará a existir no local, visto que o intuito é proteger
as áreas de proteção ambiental que existe próximo dessa parte do terreno, atuando como um
‘’cinturão verde’’ que limita as atividades humanas no local, preservando o ambiente, criando
um microclima mais agradável e evitando inconvenientes com a lei do município.
Outra estratégia arquitetônica utilizada no projeto foi o uso de elementos vazados nos
blocos habitacionais. Os tijolos maciços atuaram como a vedação da escada dos edifícios, os
mesmos foram assentados de modo que formassem cobogós em todo entorno da circulação Comentado [ga1]:
vertical. Essa estratégia viabilizou o aproveitamento da luz natural na escada que dá acesso as
habitações sem permitir que os raios solares adentrassem de maneira violenta, permitido uma
iluminação mais indireta. Também é possível notar o ganho com permeabilidade visual se
comparado a tradicional abertura de simples janelas na parede do patamar das escadas.
Além do mais, a otimização da ventilação natural tornou-se possível por penetrar por
entre os vazios deixado pelo assentamento dos tijolos que por sua vez, traz identidade e
personalidade aos edifícios.
56
5.3 IMPLANTAÇÃO
As Ruas Dom Pedro II e Tamandaré são vias de sentido único, sendo a primeira uma
via classificada pelo Plano Diretor municipal como primária, atuando como um dos principais
logradouros de acesso da cidade junto com outras vinte e duas ruas, dado a importância de seus
pontos de conexão com a malha urbana da cidade (IMPERATRIZ, 2003). Dessa forma, a Rua
Dom Pedro II possui um maior fluxo de veículos motorizados e em velocidades relativamente
alta o que permitiu com que a escolha da entrada principal passasse a ocorrer na Rua
Tamandaré, menos movimentada e mais arborizada e com uma infraestrutura viária muito
similar ao da Rua Dom Pedro II, garantindo um acesso mais seguro ao conjunto habitacional,
além de interferir minimamente na dinâmica da rua mais movimentada.
Outra importante estratégia utilizada no projeto final, são as passarelas compostas por concreto
protendido que tem como função principal interligar os três edifícios habitacionais entre si,
proporcionando uma unidade construtiva e viabilizando o livre trânsito dos moradores de
diferentes locais do conjunto no interior de cada bloco habitacional. Essa integração dos
edifícios tem como vantagem o estimulo ao convívio e as interações sociais entre os moradores,
primordial para amadurecer o senso de comunidade e fortalecendo o senso de pertencimento
entre os inquilinos, fundamental para a experiência do morar bem.
A planta do módulo habitacional conta com uma área de 65,37 m ² (sessenta e cinco
metros quadrados) e de acordo com o programa de necessidades possui dois quartos capazes de
acomodar até duas pessoas, sala de estar e jantar, cozinha, área de serviço, banheiro e uma
pequena varanda (FIGURA 44). O acesso de cada moradia é feito pela sala de jantar que
também é integrada a cozinha, sendo delimitada somente pela própria mesa de refeições e
também por um shaft para abastecimento de água e coleta de gordura e esgoto das atividades
da cozinha.
A sala de estar (FIGURA 45) possui um cobogó, elemento que tem como função
delimitar e separar o espaço da sala de jantar. Este último, por sua vez, conta com outras funções
além da convencional como: um ambiente não só para refeições coletivas, mas também para
estudar, ler e/ou conversar conforme o programa de necessidades estipulou.
Os dois quartos previstos na planta têm tamanhos iguais de nove metros quadrados
(9,00 m²), pois cada um deles foram projetados pensando na viabilidade de até duas pessoas
utilizarem o mesmo cômodo, sendo um dormitório para casal e um para solteiro. Os dois quartos
possuem aberturas para entrada de iluminação e ventilação natural, sendo que o quarto de
solteiro possui uma janela em báscula voltada para o exterior do edifício semelhante a janela
da cozinha, enquanto o quarto de casal possui uma porta de correr que dá acesso a varanda da
casa.
As áreas molhadas foram alocadas próxima uma das outras para compartilharem um
único eixo hidráulico entre a áreas de serviço e o banheiro, este conta também com um shaft
para abastecimento e coleta de esgoto do sanitário e da lavanderia. Todo esse processo é
fundamental não só para funcionalidade, mas para otimizar os custos da obra.
Como se trata de uma HIS, foram pensados prioritariamente em sistemas com baixo
custo de manutenção, bem como poucos a presença de poucos acabamentos na habitação que
se justifica pelo orçamento limitado que normalmente acompanha os programas de HIS. As
áreas molhadas da casa, contudo, receberam revestimentos para proteger a edificação da
umidade desses espaços. O plano dos pisos foi feito de cimento queimado, dado sua
durabilidade e seu custo benefício, sendo bem resistente a abrasão.
5.3 COBERTURA
A cobertura dos prédios possui lajes de concreto como o principal elemento que
compõe o plano superior de todo o edifício, contudo a cobertura conta ainda com uma segunda
camada para evitar a exposição excessiva da laje as intempéries. Dessa forma, pensou-se nas
telhas de fibrocimento que se apoiam sobre a laje do edifício para fazer o fechamento final,
protegendo a laje do prédio contra infiltrações e exposições as intempéries, o que poderia causar
fissuras e rachaduras na cobertura, provocando infiltrações no teto e gerando transtornos aos
moradores em períodos de chuvas, sobretudo aos inquilinos moradores do último pavimento.
A laje de todo o edifício tem inclinação de 2%, suficiente para um bom escoamento
liquido. A maior parte dessa estrutura será coberta com telhados de fibrocimento, exceto no
plano superior do volume da caixa de escada onde se localiza a caixa d’água para abastecimento
do edifício. As telhas de fibrocimento serão encachadas tendo a laje como base e uma inclinação
de 10% para viabilizar um bom escoamento da água da chuva para as calhas da cobertura, a
mesma contará com um telhado de somente uma água afim de otimizar os custos dessa etapa.
62
5.4 FACHADAS
Fachada frontal
vista, enquanto que um tom terra cota complementou a pintura do prédio intercalando essas
duas cores entre si para proporcionar uma sensação de movimento e ritmo na fachada frontal
que é complementado pelo tom verde que colori os guarda corpo da edificação. Esse mesmo
modelo repete-se na fachada posterior do edifício.
Por fim, na vista frontal do prédio, é possível ver um dos lados da caixa de escada que
tem seu fechamento com blocos de tijolo maciço assentados de maneira a gerar elementos
vazados para proporcionar iluminação e ventilação passiva em toda a escada que dar acesso aos
apartamentos, proporcionando eficiência térmica e energética ao conjunto habitacional. Todas
essas estratégias trás personalidade ao conjunto Tamandaré e auxilia na sensação de
pertencimento, que é o sentimento de pertencer a algum lugar ou alguma comunidade,
sentimento esse já presente há muito na comunidade do Bairro, dado as dificuldades que essas
famílias tinham nas temporadas de chuvas com perdas de suas moradias e pertences, sendo
incentivadas a auxiliarem uma as outras.
Na fachada lateral direita, é possível visualizar com nitidez a divisão do prédio em dois
eixos simétricos, divididos por um corredor central que dá acesso aos apartamentos de cada
pavimento, a projeção dos volumes em balanço do prédio é percebido nas extremidades
juntamente com as robustas colunas em pilotis que dá sustentação ao prédio. A simplicidade do
64
prédio é complementada pela escolha dos materiais aparentes, como é caso do concreto e dos
elementos vazados em tijolo maciço presentes nessa fachada.
A exemplo da fachada direita o padrão simétrico em dois eixos iguais se repete também
aqui, com algumas diferenças notáveis como a vista da entrada da caixa de escada que ocorre
abaixo da laje do pavimento térreo e as lajes do corredor de circulação horizontal que se
prolonga para fora dos edifícios para formar as passarelas que se ligarão a outros blocos
habitacionais.
Fachada posterior
A fachada posterior possui as mesas estratégias projetuais da fachada principal, tendo sua
estrutura formal exatamente iguais, já que ambas são espelhadas, evidenciado pela as cores
vibrantes e intercaladas compondo o cenário da vista, além das esquadrias basculantes e os
pilotis, complementando o panorama do observador.
O segundo modelo presente na obra que compõe o método construtivo misto trata-se
do tijolo maciço que fez o fechamento de toda caixa de escada dos três edifícios. Esse método
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é vantajoso pelo seu menor tempo de assentamento e menor consumo de argamassas, além de
ter um melhor acabamento e aspecto uniforme, proporcionando um melhor apelo estético aos
edifícios.
Sendo assim, as esquadrias utilizadas nos apartamentos foram portas sólidas de giro
para as portas da entrada principal e também dos banheiros que foram pintadas com tinta
esmalte na cor branco neve e com acabamento acetinado. Já as portas dos dormitórios, serão de
giro sarrafeadas e pintadas de branco neve com acabamento acetinado, a exemplo das portas
mencionadas acima. A porta de correr que está na sala de jantar e dá acesso a varanda tem como
material principal o alumínio na cor preta tendo as dimensões de 2.50 x 2.15 m e duas folhas
de abertura.
6.0 CONCLUSÃO
Dito isto, foi possível elaborar uma proposta arquitetônica de uma habitação social
dentro do contexto da cidade legal (MARICATO, 2000) e não isolados da infraestrutura urbana
como normalmente ocorre com projetos arquitetônicos de interesse social. Desse modo, ações
pontuais e planejadas são capazes de proporcionar melhores qualidade de vida aos moradores,
qualificando o conceito de moradia e proporcionando uma arquitetura de qualidade as famílias
vítimas da desigualdade e da exclusão socioespacial da cidade.
69
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